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FACULDADE CATÓLICA SALESIANA CURSOS DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO COM ÊNFASE EM ENGENHARIA DE INSTALAÇÕES NO MAR Por LUIZ FELIPE COSTA DE SOUZA THAMYRES MIRANDA BARBOSA ROCHA LEVANTAMENTO EXPERIMENTAL DA CURVA CARACTERÍSTICA DE HEAD x VAZÃO DE UMA BOMBA CENTRÍFUGA Macaé - RJ MARÇO/2020 FACULDADE CATÓLICA SALESIANA CURSOS DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO COM ÊNFASE EM ENGENHARIA DE INSTALAÇÕES NO MAR Por LUIZ FELIPE COSTA DE SOUZA THAMYRES MIRANDA BARBOSA ROCHA LEVANTAMENTO EXPERIMENTAL DA CURVA CARACTERÍSTICA DE HEAD x VAZÃO DE UMA BOMBA CENTRÍFUGA Trabalho apresentado em cumprimento as exigências da disciplina Engenharia de Instalações Marítimas II, ministrada pelo professor André Aleixo Manzela no curso de graduação em Engenharia de Produção com Ênfase em Engenharia de Instalações no Mar na Faculdade Católica Salesiana. Macaé - RJ MARÇO/2020 FOLHA DE APROVAÇÃO Por LUIZ FELIPE COSTA DE SOUZA THAMYRES MIRANDA BARBOSA ROCHA LEVANTAMENTO EXPERIMENTAL DA CURVA CARACTERÍSTICA DE HEAD x VAZÃO DE UMA BOMBA CENTRÍFUGA Trabalho apresentado em cumprimento as exigências da disciplina Engenharia de Instalações Marítimas II, ministrada pelo professor André Aleixo Manzela no curso de graduação em Engenharia de Produção com Ênfase em Engenharia de Instalações no Mar na Faculdade Católica Salesiana. _______________________________________________ Pro.º M.Sc. André Aleixo Manzela Macaé - RJ MARÇO/2020 DEDICATÓRIA Dedicamos este trabalho às nossas famílias, que nos apoiaram incondicionalmente e deram-nos suporte durante toda nossa jornada até aqui. EPÍGRAFE A matemática pura é, a seu modo, a poesia das ideias lógicas. “Albert Einstein” RESUMO Neste trabalho acadêmico apresenta-se um levantamento experimental da curva característica de HEAD x Vazão (Q) de uma bomba centrífuga, realizado em equipamentos presentes no laboratório de Engenharia da Faculdade Católica Salesiana. Foram utilizados artigos científicos, trabalhos acadêmicos, manuais técnicos e literaturas sobre mecânica dos fluidos para a obtenção das teorias aplicadas neste relatório. Foram levantados os dados de HEAD para cada vazão observada e os dados da curva de HEAD x vazão teóricas para a mesma bomba utilizada no experimento, com essas informações foi plotado um gráfico comparativo contendo ambas as curvas. Quando comparada à curva teórica, a curva de HEAD x Vazão prática apresentou um valor de correlação de 74,6%. Consideramos este valor aceitável para o experimento proposto, pois os valores de vazão, pressão de recalque e pressão de sucção foram obtidos visualmente, o que, devido à paralaxe, não foram observados com exatidão. Mesmo com isso, consideramos o experimento bem-sucedido para os fins acadêmicos propostos. Palavras-chave: Bomba; Centrífuga; Vazão. ABSTRACT In this academic work, an experimental survey of the HEAD x Flow (Q) Characteristic curve of a centrifugal pump is presented, carried out in equipment presented in the Engineering laboratory of the Faculdade Católica Salesiana. Scientific articles, academic papers, technical manuals and literature on fluid mechanics were used to use the theories applied in this report. The HEAD data were collected for each leak observed and the HEAD curve x theoretical leaks data for the same pump used in the experiment, with this information plotted on a comparative graph that shows the measurements. When compared to the theoretical curve, a HEAD x practical flow curve has a correlation value of 74.6%. We consider the acceptable value for the proposed experiment, because the leakage, return pressure and suction pressure values were visually detected, or that, due to parallax, were not observed exactly. Even so, we consider the experiment to be successful for the proposed academic purposes. Keywords: Pump; Centrifuge; Flow rate. LISTAS DE FIGURAS Figura 01 – Classificação dos Tipos Principais de Bombas ...................................... 14 Figura 02 – Bomba Centrífuga Comum ..................................................................... 15 Figura 03 – Curva de HEAD x Vazão da Bomba ....................................................... 17 Figura 04 – Curva de Potência x Vazão da Bomba ................................................... 18 Figura 05 – Curva de Rendimento x Vazão da Bomba ............................................. 18 Figura 06 – Diagrama de Moody ............................................................................... 22 Figura 07 – Altura Geométrica dos Reservatórios ..................................................... 23 Figura 08 – Bomba Centrífuga Similar à Utilizada no Experimento ........................... 25 Figura 09 – Sistema Utilizado no Experimento .......................................................... 25 Figura 10 – Manômetro, Mano Vacuômetro e Chave de Acionamento ..................... 26 Figura 11 – Turbobomba Centrífuga Utilizada no Experimento ................................. 26 Figura 12 – Válvula Para Controle de Vazão ............................................................ 26 Figura 13 – Rotâmetro............................................................................................... 27 LISTAS DE TABELAS Tabela 01 – Tabela para levantamento dos dados experimentais ............................ 27 Tabela 02 – Levantamentos dos dados experimentais ............................................. 28 Tabela 03 – Adequação dos dados experimentais .................................................... 29 Tabela 04 – Cálculo da altura manométrica (HEAD) ................................................. 29 Tabela 05 – Comparação entre as vazões x HEAD experimental e real ................... 30 LISTAS DE QUADROS Quadro 01 – Principais Tipos de Curvas Características das Bombas ..................... 16 LISTAS DE GRÁFICOS Gráfico 01 – Comparação entre as curvas de vazão x HEAD experimental e real ... 30 LISTAS ABREVIATURAS °C – Graus Célcius atm – Atmosfera CV – Cavalos de potência Q – Vazão Pr – Pressão de Recalque Ps - Pressão de Sucção % - Porcentagem L – Litro h – Hora k – Quilo g – Grama f - Força cm2 – Centímetro Quadrado bar – Unidade de Pressão HEAD – Altura Manométrica H0 – Altura Entre Sucção e o Recalque da Bomba Lreto – Comprimento de Tubo Reto m – Metro Lvirtual – Soma do Comprimento de Tubo Reto e o Comprimento Equivalente Llocal – Comprimento Equivalente m2 – Metro Quadrado s - Segundo ν – Viscosidade Cinemática Ƴ – Peso Específico N – Newton m3 – Metro Cúbico CP-4R – Modelo da Turbo Bomba Centrífuga PVC – Policloreto de Vinila DN – Diâmetro Nominal Sumário 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13 1.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 13 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 14 2.1 Classificação Das Bombas ...........................................................................14 2.2 Turbobombas ................................................................................................ 14 2.3 Desempenho E Determinação Da Bomba Centrífuga ................................... 15 2.3.1 Curva De HEAD x Vazão (Q) ................................................................. 17 2.3.2 Demais Curvas Características Da Bomba ............................................ 18 2.4 Vazão Volumétrica ........................................................................................ 19 2.5 Perda De Carga Do Sistema ......................................................................... 19 2.5.1 Tipos De Escoamento.......................................................................... 20 2.5.2 Número De Reynolds........................................................................... 21 2.5.3 Fator De Atrito ..................................................................................... 21 2.6 Altura Manométrica Do Sistema (HEAD) ...................................................... 23 3 APARATO EXPERIMENTAL E METODOLOGIA ................................................. 24 3.1 Aparato Utilizado ........................................................................................... 24 3.2 Experimento .................................................................................................. 25 3.3 Metodologia .................................................................................................. 28 4 RESULTADOS ....................................................................................................... 28 5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 32 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 33 ANEXO A – DIAGRAMA DE MOODY ...................................................................... 35 ANEXO B – VALORES DE PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS ........................ 36 ANEXO C – TABELA DE HEAD X VAZÃO TEÓRICA ............................................. 37 13 1 INTRODUÇÃO As bombas têm um importante papel na indústria, por serem usadas em várias áreas, podendo ser encontradas em aplicações como irrigação, abastecimento de água, indústria petrolífera, alimentícia, entre outras. Isso se dá pois elas são de fácil construção e manutenção, e se aplicam na maioria dos projetos de bombeamento (BEZERRA, 2018). Na turbobomba ou bomba dinâmica (centrífuga), o deslocamento do fluido se dá pela ação de forças que se desenvolve na massa do líquido, sendo consequência da rotação de um eixo em que é acoplado um disco (impulsor ou rotor) dotado de pás (hélice, palhetas) que recebe o fluido pelo seu centro e o expulsa pela periferia, por conta da ação da força centrífuga. E a partir daí que vem o seu nome mais usual, ou seja, bomba centrífuga (LOPES, 2009). Nesse relatório iremos citar as mais conhecidas de bombas centrífugas que se caracteriza pelo sentido de saída do líquido no rotor, levando em consideração que a bomba do tipo centrífuga radial, pela sua facilidade de fabricação, em série, é mais utilizada nas instalações de fluidos para pequenas, médias e grandes alturas de elevação, seus componentes, funcionalidades (LOPES, 2009). E iremos falar também sobre as curvas características de uma turbobomba (curva carga (H) x vazão (Q) e curva de potência absorvida x vazão). De modo geral, podemos classificar as bombas centrífugas em radial, de fluxo misto e de fluxo axial. 1.1 Objetivo Geral O objetivo deste relatório é realizar o levantamento, de forma experimental, da curva característica de HEAD x vazão de uma bomba centrífuga. 14 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Classificação Das Bombas As bombas são classificadas de acordo com sua aplicação ou pela forma com que a energia é recebida é cedida ao fluido. Geralmente existe uma relação estreita entre a característica da bomba e sua aplicação, que por sua vez, está ligada intimamente à maneira que a energia é cedida para o fluido (LOPES, 2009) A figura a seguir mostra a classificação dos principais tipos de bombas: Figura 1 - Classificação dos tipos principais de bombas Fonte: LOPES, 2009 2.2 Turbobombas As turbobombas são equipamentos que fornecem energia cinética ao fluido, por meio da ação de forças centrifugas devido a rotação de um rotor, ocasionando um acréscimo de pressão na saída da bomba. Esse acréscimo de dá por causa da rotação de um eixo acoplado a um disco dotado de pás (rotor), o qual recebe o fluido pelo seu centro e o impulsiona para a periferia, pela ação da força centrífuga (MATTOS e FALCO, 1998). https://bucket-gw-cni-static-cms-si.s3.amazonaws.com/media/uploads/arquivos/Bombas.pdf 15 As principais partes para o funcionamento de uma turbobomba são o impelidor (que possui palhetas ou pás que impulsionam o líquido), a carcaça (que envolve o impelidor, contém o líquido, servindo de invólucro global). Figura 2 – Bomba centrífuga comum Fonte: Adaptado de Mattos e Falco, 1998 O funcionamento de bombas centrífugas se dá através da criação de uma região de baixa pressão e de uma região de alta pressão. O fluido que recebe o movimento de rotação através das pás do rotor fica sujeito à força centrífuga, fazendo com que as partículas de líquido se afastem do centro de rotação e se desloquem em direção a saída do rotor. Essas partículas encontram um aumento progressivo na seção de escoamento, desde a entrada até a saída do canal das pás, causando assim uma queda na velocidade e consequentemente a criação de uma zona de alta pressão (MATTOS E FALCO, 1998). 2.3 Desempenho E Determinação Da Bomba Centrífuga A determinação do ponto de trabalho, isto é, potência consumida, carga e rendimento de uma bomba operando em um sistema, é função das características da bomba e do sistema. Tendo então 3 curvas características das bombas que podem ser estimadas na fase do projeto da bomba. Normalmente essas curvas são 16 fornecidas pelos fabricantes, fazendo a tradução do desempenho da bomba quando se é operado com água (MATTOS E FALCO, 1998). As 3 curvas características tradicionais são: - Curva da carga (H) x vazão (Q) - Curva da potência absorvida (Potabs) x vazão (Q) - Curva de rendimento total () x vazão (Q) A curva “carga x vazão” recebe diferentes denominações de acordo com a forma que apresenta, conforme a tabela a baixo (Tabela 1): Quadro 1 – Principais tipos de curvas características das Bombas Tipo Classificação Conceito Gráfico Estáveis rising À medida que a vazão diminui, a altura manométrica aumenta steep Apresenta grande diferença de altura manométrica para pequena variação de vazão flat A altura manométrica varia pouco com a vazão Instável droping A aplicação de bombas com este tipo de curva depende muito das características dos sistemas de tubulações 17 (Classificação com nome desconhecido) Própria de algumas bombas centrífugas de elevada rotação. São usadas em tubulações cujas curvas tenham grande inclinação. Fonte: EM886 - Laboratório de Calor e Fluidos, 2020 2.3.1 Curva De Head x Vazão (Q) A carga da bomba é dada pela energia por unidade de peso que a bomba consegue fornecer ao fluido. A altura manométrica, que é chamada de head, é uma medida da altura da coluna de líquido que a bomba poderia criar a partir da energia cinética transferida ao fluido (PREUSS, 2013). Existem diversos tipos de bombas, que atendem os mais variáveis tipos de aplicações, mas para saber qual é a bomba adequada para determinado serviço, é necessário conhecer as características dessa bomba. O gráfico head x vazão, é de extrema importância paraque possamos adquirir essa informação. Por meio da curva do gráfico, é possível saber para cada vazão, qual a carga a bomba poderá fornecer. E essa curva é uma das chamadas Curvas Características da bomba. O gráfico head x vazão é mostrado a seguir (PREUSS, 2013): Figura 3 – Curva de HEAD x vazão da bomba Fonte: PREUSS, 2013 O gráfico utilizado a cima, tem a curva chamada de rising (inclinada). Nesta curva a carga aumenta continuamente com a diminuição da vazão. Além desta curva existem outras, como já visto anteriormente (PREUSS, 2013). 18 2.3.2 Demais Curvas Características Da Bomba Além da curva já vista anteriormente (head x vazão), as bombas têm outras duas principais curvas que a caracterizam. São as curvas de potência consumida x vazão e rendimento total (η) x vazão (PREUSS, 2013). A curva de potência consumida x vazão, apresenta a potência usada pelo acionador para movimentar a bomba em determinada vazão. Para este tipo de curva, o motor deve ser dimensionado fazendo com que sua potência cubra todos os pontos de operação (PREUSS, 2013). Figura 4 – Curva de Potência x Vazão da Bomba Fonte: PREUSS, 2013 Uma outra curva importante é a curva de rendimento (η) x vazão. O rendimento é a relação entre a potência hidráulica e a potência consumida pela bomba. Tal curva é representada da seguinte forma (PREUSS, 2013): Figura 5 – Curva de Rendimento x Vazão da Bomba Fonte: PREUSS, 2013 19 2.4 Vazão Volumétrica Define-se vazão como a quantidade de fluido, seja ele líquido, gasoso ou sólido particulado, que atravessa a seção transversal de uma tubulação por unidade de tempo (MARQUES, 2017). A vazão volumétrica (Q) nada mais é do que o volume de fluido por unidade de tempo. No sistema internacional utiliza-se m3 como unidade de volume e s como unidade de tempo (MARQUES, 2017). Calcularmos a vazão volumétrica através da seguinte equação: Onde: Q: Vazão volumétrica do fluido [m3/s] v: Velocidade média do fluido [m/s] A: Área da seção transversal interna da tubulação [m2]. Quando já possuímos a vazão volumétrica do fluido, porém não sabemos sua velocidade média, podemos alterar a equação de tal forma que: Onde: v: Velocidade média do fluido [m/s] Q: Vazão volumétrica do fluido [m3/s] A: Área da seção transversal interna da tubulação [m2] D: Diâmetro interno da tubulação [m]. 2.5 Perda De Carga Do Sistema A perda de carga em uma tubulação, se refere à energia por unidade de peso perdida pelo fluido devido ao atrito com a parede do tubo e aos acessórios utilizados (curvas, válvulas, reduções e afins). E a partir disso a perda de carga é dividida em: perda de carga distribuída (Lreto), que é a perda nos trechos retos, e perda de carga (1) (2) 20 local (Lequivalente), que é a perda de carga equivalente ocorrida nos acessórios. Assim, sendo representada pela seguinte equação (PREUSS, 2013): Sendo, ∆H: Perda de carga do sistema [m] f: Fator de atrito Lvirtual: Soma das perdas de cargas distribuída (Lreto) e equivalente (Lequivalente) [m] g : Aceleração da gravidade [9,81 m/s^2] D: Diâmetro interno do tubo [m] v: Velocidade média do fluido [m/s] 2.5.1 Tipos De Escoamento O Escoamento Laminar ocorre quando as partículas de um fluido se movem ao longo de trajetórias bem definidas, exibindo lâminas ou camadas e tendo cada uma delas a sua característica preservada no meio. Nesse tipo de escoamento a viscosidade age no fluido no sentido de amortecer a tendência de surgimento da turbulência. Normalmente ocorrem em baixas velocidades e em fluidos que apresentem grande viscosidade (PREUSS, 2013). O Escoamento Turbulento ocorre quando as partículas de um fluido não se movem ao longo de trajetórias bem definidas, ou seja, as partículas descrevem trajetórias irregulares, com movimentos aleatórios, produzindo uma transferência de quantidade de movimento entre regiões de massa líquida. É comum na água, cuja viscosidade é relativamente baixa (PREUSS, 2013). (3) 21 2.5.2 Número De Reynolds O número de Reynolds é um número adimensional, que caracteriza o comportamento global de um fluido. Através dele, determina-se a natureza do escoamento (laminar ou turbulento) dentro de um tubo ou sobre uma superfície (PREUSS, 2013). Para o escoamento interno, o número de Reynolds é calculado através da seguinte equação (PREUSS, 2013): Onde, Re: número de Reynolds v: Velocidade média de escoamento do fluido [m/s] D: Diâmetro interno do tubo [m] v: Viscosidade cinemática [m^2/s] E para determinar o tipo de escoamento interno, os seguintes critérios são seguidos (PREUSS, 2013): Re < 2000 – Escoamento Laminar 2000 < Re < 40000 – Escoamento Transitório Re > 4000 – Escoamento Turbulento 2.5.3 Fator De Atrito O fator e atrito (f) é dado em função do número de Reynolds e da rugosidade relativa (e/D) da tubulação, na qual e é a rugosidade e D é o diâmetro interno do tubo. O fator de atrito pode ser definido através de consulta ao diagrama de Woody, ou através das equações (PREUSS, 2013): (4) 22 - Colebrook – White: - Haaland: - Souza – Cunha – Marques: Figura 06 – Diagrama de Moody Fonte: Adaptado de UNICAMP, 2014. (5) (6) (7) 23 2.6 Altura Manométrica Do Sistema (HEAD) É definida como a energia que o sistema vai solicitar da bomba para que esta consiga transferir um fluido de um reservatório a outro a uma determinada vazão. Essa energia irá variar de acordo com as resistências que o sistema irá fornecer ao fluido. Tais resistências são: a altura geométrica (h), a diferença de pressão entre os reservatórios de descarga (Pd) e a sucção (Ps) e as perdas de carga da rede (hf) (PREUSS, 2013). A altura geométrica (h) é a diferença entre os níveis dos reservatórios de descarga (Zd) e de sucção (Zs). São realizadas essas medidas a partir da superfície do fluido, no reservatório em que se encontram, até a linha de centro do rotor da bomba. Para termos a perda de carga total da rede é necessário somar as perdas de carga distribuída (Lreto) e perda de carga local (Lequivalente) (PREUSS, 2013). Figura 7 – Altura Geométricas dos Reservatórios Fonte: PREUSS, 2013 Para calcular a altura manométrica deve se considerar o quanto de energia que já existe na linha de sucção (hs) e o quanto de energia se deve ter na linha de recalque (hd). Será fornecido pela bomba a quantidade de energia necessária de recalque menos a quantidade de energia que existe na linha de sucção. Damos o nome de altura manométrica de sucção e de descarga para estas quantidades de energia, respectivamente. Logo, a altura manométrica total será dada pela equação (PREUSS, 2013): 24 Onde, H0: Diferença entre as alturas geométricas de descarga e de sucção [m] Pd: pressão no reservatório de descarga [Pa] Ps: pressão no reservatório de sucção [Pa] ∆H: Perda de carga do sistema [m] ɣ: peso específico do fluido [N/m3] 3 APARATO EXPERIMENTAL E METODOLOGIA 3.1 Aparato Utilizado Para a utilização do experimento utilizamos os seguintes equipamentos: o 01 - Turbobomba centrífuga de fluxo radial Dancor, modelo CP-4R de ½ CV de potência; o 01 – Manômetro; o 01 – Mano vacuômetro; o 02 – Tês de passagens; o 01 – União; o 01 – Rotâmetro; o 01 – Bancada metálica; o 01 - Válvula de controle de vazão; o 02 – Bombonas; o Tubulação de PVC Tigre DN-20; (8) 25 o Água à 25°C, submetida à 1 atm de pressão. 3.2 Experimento De início, definiram-se os colegas que que seriam responsáveis por verificar os valores de pressão no manômetro e mano vacuômetro, definiu-se o colega que seria responsável por verificar a vazão no rotâmetro, e definiu-se o colega responsável por acionar a bombae manusear a válvula de controle de vazão. Figura 08 – Bomba centrífuga similar à utilizada no experimento Figura 09 – Sistema Utilizado no Experimento 26 Figura 10 – Manômetro, Mano Vacuômetro e Chave de Acionamento Figura 11 – Turbobomba Centrífuga Utilizada no Experimento Figura 12 – Válvula Para Controle de Vazão 27 Figura 13 - Rotâmetro Dando seguimento, com a válvula de controle de vazão 100% aberta, a bomba foi acionada, e tomou-se nota dos valores de Q, Pr e Ps. Após, com a válvula de controle de vazão atuando 67% aberta, acionou-se a bomba e novamente tomou- se nota dos valores de Q, Pr e Ps. Em seguida, com a válvula de controle de vazão atuando 33% aberta, acionou-se a bomba e novamente tomou-se nota dos valores de Q, Pr e Ps. Por fim, com a válvula de controle de vazão totalmente fechada, acionou-se a bomba e tomou-se nota somente dos valores de Pr e Ps, nesta última configuração a vazão é nula. Todos os dados levantados serão anotados na tabela 01. Tabela 01 – Tabela para levantamento dos dados experimentais Posição da Válvula Q (L/h) Pr (kgf/cm2) Ps (bar) 100% Aberta 67% Aberta 33% Aberta Fechada - Após a realização dos procedimentos citados, deu-se por encerrado experimento. 28 3.3 Metodologia Para que possamos realizar o cálculo do HEAD, é necessário que levantemos alguns dados. Os valores de H0 e Lreto nos foram passados pelo professor Manzela, e valem 160x10-3m e 117x10-3m respectivamente. O valor dos comprimentos equivalentes dos acessórios utilizados, segundo Tigre (2013), são de 0,7m para o tê de passagem direta e de 0,4m para união. Portanto, obtemos o Lvirtual no valor de 1,92m. A água, à temperatura de 22°C e submetida a 1 atm de pressão, apresenta, segundo Shapiro et al. (2005), sua viscosidade cinemática igual a ν = 8, 96x10-7m2/s. De acordo com Gomes (2017), o peso específico da agua submetida às mesmas condições citadas acima vale Ƴ= 9,81kN/m3. Também se fez necessário obtermos algumas especificações sobre o tubo utilizado no experimento. De acordo com Marques et al. (2016), o tubo de PVC DN- 20 possui um diâmetro interno de Di = 17x10-3m, e uma rugosidade de Ɛ = 0,06 x 10-3 m. Por fim, necessitamos levantar os dados de vazão e HEAD determinados em situação controlada (laboratório) para que possamos plotar a curva característica teórica da bomba. Os valores, que não incluem perda de carga por atrito, de acordo com Dancor (2014), foram registrados na tabela 05. 4 RESULTADOS Após o levantamento dos dados, registrou-se os mesmos na tabela 02. Tabela 02 – Levantamento dos dados experimentais Posição da Válvula Q (L/h) Pr (kgf/cm2) Ps (bar) 100% Aberta 2600 1 -0,4 67% Aberta 2450 1,1 -0,3 33% Aberta 1000 1,5 0 Fechada 0 1,9 0 29 Para facilitar o cálculo do HEAD de cada vazão, converteu-se os valores de Q, Pr e Ps para unidades mais adequadas. Registrou-se os novos valores na tabela 03. Tabela 03 – Adequação dos dados experimentais Posição da Válvula Q (m3/s) Pr (kPa) Ps (kPa) 100% Aberta 7,22x10-4 98,1 -40 67% Aberta 6,80x10-4 107,9 -30 33% Aberta 2,77x10-4 147,1 0 Fechada 0 186,3 0 Após, realizando a razão entre o valor da rugosidade e o diâmetro da tubulação, obteve-se o valor de Ɛ/d = 3,53x10-3. Utilizando a equação 2, calculou-se as velocidades médias do escoamento para cada posição da válvula de controle de fluxo. Em seguida, utilizando a equação 4, calculou-se o valor do número de Reynolds para cada velocidade média de escoamento. Dando seguimento e, utilizando o valor de Ɛ/d e os valores dos Reynolds, utilizou-se o diagrama de Moody para encontrarmos os valores dos fatores de atrito (f) para cada vazão. Após, utilizando a equação 3, calculou-se a perda de carga intrínseca à cada vazão. E, por fim, utilizando todos os dados levantados até o momento e a equação 8, calculou-se a altura manométrica para cada vazão. Registrou-se todos os valores citados acima na tabela 04. Tabela 04 – Cálculo da altura manométrica (HEAD) Posição da Válvula v (m/s) Re f ∆H (m) HEAD (m) 100% Aberta 3,2 6,1x104 0,027 1,59 13,42 67% Aberta 3 5,7x104 0,026 1,34 16,55 33% Aberta 1,22 2,31x104 0,030 0,25 17,09 Fechada 0 0 0 0 19,15 30 Após, de posse das alturas manométricas experimentais e reais, preencheu- se a tabela 05 e plotou-se o gráfico 01. Tabela 05 - Comparação entre as vazões x HEAD experimental e real Experimental Real Q (m3/h) HEAD (m) Q (m3/h) HEAD (m) 2,60 13,42 8,40 6,00 2,45 16,55 7,90 8,00 1,00 17,09 7,20 10,00 0 19,15 6,50 12,00 - - 5,60 14,00 - - 4,50 16,00 - - 3,30 18,00 - - 1,80 20,00 - - 0,40 22,00 Observamos uma diferença de 25,1% entre os graus de correlação das curvas de vazão x HEAD experimental e real, e isso era esperado tendo em vista Gráfico 01 – Comparação entre as curvas de vazão x HEAD experimental e real 31 que a curva real é elaborada em condições laboratoriais e com um alto nível de precisão. Além disso, a curva real não sobre os efeitos da perda de carga por atrito. Mesmo sendo calculada utilizando a mesma bomba centrífuga, a curva de vazão x HEAD experimental apresentou um grau de correlação correspondente à 74,6%. Tal fato deve-se: ao efeito paralaxe na tomada dos valores de Q, Pr e Ps durante a execução do experimento e na definição do fator de atrito utilizando o ábaco de Moody, às propriedades da água que foram obtidas à 22°C, e não a 25°C como foi solicitado e à arredondamentos nos diversos cálculos realizados. 32 5 CONCLUSÃO As bombas centrífugas fazem parte do nosso cotidiano, mais do que imaginamos, por tal fato torna-se necessário entender, mesmo que superficialmente, sobre elas. Após a realização do experimento, podemos observar na prática o que aprendemos na teoria aplicada em sala. Vimos como a curva de vazão x HEAD experimental se comporta à medida que fechamos à válvula de controle de vazão. Notamos que a diferença entre o grau de correlação das curvas de vazão x HEAD, de 25,1%, real e experimental era esperada, devido ás diferentes condições de cálculos das mesmas. Com isso, e embasados pelos resultados das alturas manométricas que consideramos satisfatórios, concluímos que nosso experimento foi satisfatório para os fins acadêmicos, pois, de fato, observamos toda a parte prática que vimos nas aulas teóricas sobre turbo bombas centrífugas. 33 BIBLIOGRAFIA BEZERRA, Ana Rafaelly Amaral. Utilização da Fluidodinâmica Computacional Como Ferramenta de Estudo em Bombas Centrífugas. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia Mecânica) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2018. Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/26258/1/Utiliza%C3%A7%C3%A 3ofluidodin%C3%A2micacomputacional_Bezerra_2018.pdf. Acesso em: 19 mar. 2020. DANCOR. Catálogo Geral de Produtos 60 Hz. São Paulo,2014. EM886 - LABORATÓRIO DE CALOR E FLUIDOS. Obtenção da Curva Característica de uma Bomba Centrífuga. [S. l.], 2020. Disponível em: http://www.fem.unicamp.br/~franklin/EM886/Exp6_bomba_centrif.pdf. Acesso em: 19 mar. 2020. GOMES, M. Apostila de Mecânica dos Fluidos. Juiz de Fora: UFJF, 2017. SHAPIRO, H. et al. Engenharia de Sistemas Térmicos: Termodinâmica, Mecânica dos Fluidos e Transferência de Calor. Rio de Janeiro: LTC, 2005. MANZELA, A. A. Engenharia de Instalações no Mar I: Instalações de Transferência de Fluidos. Rio de Janeiro: FSMA, 2013. MARQUES, J. et al. Hidráulica Urbana. 3. ed. Coimbra: Universidade de Coimbra, 2011. MATTOS, E. E.;FALCO, R. Bombas Industriais. 2.ed. Rio de Janeiro: Interciência, 1998. 34 PREUSS, Thiago de Souza. Apresentação do Cálculo das Características Necessárias à Seleção de uma Bomba Para o Sistema de Lastro de um Navio Porta contêiner. Orientador: Reinaldo de Falco. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia Mecânica) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, [S. l.], 2013. Disponível em: http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10005366.pdf. Acesso em: 19 mar. 2020. SHAPIRO, H. et al. 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