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Trabalho Transmissão oficial

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I. PLANEJAMENTO: 
i. Escolha do traçado.
Fontes utilizadas. 
1. ABNT, 1985, NBR 5422 - Projeto de Linhas Aéreas de Transmissão de Energia Elétrica. Associação Brasileira de Normas Técnicas.
2. ABNT, 1996, NBR 6122 - Projeto e execução de fundações. Associação Brasileira de Normas Técnicas. 
3. Araújo, Luiz Antônio. Novas tecnologias para estudos de corredores e traçados de linha de transmissão. XIX SNPTEE, 2017. https://www.cgti.org.br/publicacoes/wp-content/uploads/2016/03/NOVAS-TECNOLOGIAS-PARA-ESTUDO-DE-CORREDORES-E-TRAC%CC%A7ADOS-DE-LINHAS-DE-TRANSMISSA%CC%83O.pdf
4. Amaro, Laureano. Os desafios do Estudo de Traçado para a construção de linhas de transmissão, 2019. https://www.visaogeo.com.br/os-desafios-do-estudo-de-tracado-para-a-construcao-de-linhas-de transmissao#:~:text=As%20linhas%20de%20transmiss%C3%A3o%20devem,pode%20gerar%20economia%20no%20projeto.
A demanda por eletricidade exige uma infraestrutura para levar a energia da sua fonte até o consumidor. A construção de uma rede de transmissão e uma rede de distribuição de energia elétrica, além de levar energia, também gera emprego, seja no canteiro de obra, na empresa transmissora de energia e de forma indireta, nos fornecedores de materiais, equipamentos e serviços.
Para a construção de linhas de transmissão, tanto na interligação nacional, como para atender a demandas específicas, é necessário realizar o Estudo de Traçado. Por não ser uma atividade simples, que exige estudos preliminares e atividades em campo, alguns desafios podem surgir no processo.
O Estudo de Traçado
O Estudo de Traçado para a liberação da Faixa de Servidão de uma Linha de Transmissão é fundamental para estudos específicos, identificando áreas com situações legais que impeçam construção da linha de transmissão, ou com maior propensão a conflitos. O estudo do traçado também serve para levantar dados meteorológicos, geotécnicos e históricos da região para definir a melhor alternativa para o projeto. Esse levantamento é minucioso e proporciona conhecimento do meio físico, biótico e antrópico do local de estudo, buscando o menor custo para o empreendimento e o menor impacto ambiental.
O Estudo de traçado utiliza imagens aéreas e levantamentos de órgãos como INCRA, FUNAI, DNIT, ANAC, entre outros, consultando também as prefeituras dos municípios envolvidos, para obter plantas oficiais, projetos de loteamento, adutoras e toda a infraestrutura que estão dentro do Corredor Potencial, com a finalidade de compatibilizar as alternativas estudadas.
Os principais desafios
Existem muitos desafios a serem vencidos na etapa do Estudo de Traçado para a liberação da faixa. Isso, pois o estudo pode incluir locais próximos a terras indígenas, aeroportos, assentamentos, unidades de conservação e áreas tombadas pela união. Além desse desafio extremamente burocrático, existem outros, que vamos descrever a seguir.
Menos extensão e evitar deflexões
O primeiro desafio na fase de estudo para escolher o melhor traçado é definir a menor extensão total possível, reduzindo a quantidade de torres, cabos e de materiais e serviços associados. O melhor traçado também deve ser aquele que evite deflexões fortes, porque ângulos agudos entre duas estruturas exigem maiores esforços nas torres e fundações, fazendo-se necessária a instalação de ancoragens mais robustas e caras. Nem sempre é possível traçar percursos retilíneos, por conta da quantidade de travessias e áreas ambientais que geram maior custo.
Solo e relevo ideais
O relevo deve ser muito bem observado na vistoria de campo, para evitar torres com alturas elevadas ou vãos de comprimento reduzido. As linhas de transmissão devem ser construídas com altura mínima de segurança, evitando o gasto desnecessário com material na construção das mesmas. O solo apropriado também deve ser muito bem estudado e escolhido, uma vez que isso pode gerar economia no projeto.
Travessias no percurso
Outro desafio no estudo de traçado para a construção de linhas de transmissão é desviar de travessias no percurso, pois ela deverá passar sobre a linha de transmissão existente, aumentando os custos com materiais. É preciso também desviar o cruzamento dos cabos com grandes obstáculos naturais ou artificiais, como rios, rodovias, ferrovias, pois geram trâmite burocrático para realizar as travessias, além de gastos com estrutura.
Apesar disso, acredita-se que a implantação das linhas de transmissão próximas às rodovias e ferrovias facilita a logística de materiais e equipamentos nos canteiros de obras, assim como dos trabalhadores. Outra vantagem pode ser construir paralelamente a outras linhas de transmissão existentes, pois poderão ser aproveitados os acessos construídos.
Estudo de Traçado
Nesta etapa, as equipes do setor de fundiário, de engenharia e de meio ambiente analisam uma série de fatores, com o auxílio de imagens aéreas, para determinar a melhor rota de passagem das linhas de transmissão a fim de garantir o menor custo e maior aproveitamento para a obra.
O principal objetivo é identificar áreas que requeiram desmatamento excessivo; reservas florestais; áreas povoadas; terrenos inacessíveis; travessias sobre hidrografias e estradas entre outros fatores.
Cadastro Fundiário
As documentações de todas as propriedades e proprietários atingidos pelo estudo de traçado são levantadas a fim de organizar este processo e, então, obter a autorização para o início dos trabalhos da linha de transmissão.
É também nesta etapa que se realiza o levantamento topográfico dentro da NBR 13.133 das divisas das propriedades e das possíveis interferências nas linhas de transmissão, elaborando-se as Plantas e Memoriais Descritivos para cada propriedade atingida.
DUP - Declaração de Utilidade Pública
A declaração de utilidade pública - DUP - é um ato administrativo que declara que um determinado objeto será necessário para a prestação de um serviço público. Tem o propósito de facilitar a liberação fundiária, de maneira a permitir a construção de subestações (desapropriação) e Linhas de Transmissão (Instituição de Servidão Administrativa). A ANEEL- Agência Nacional de Energia Elétrica é o órgão responsável por declarar a utilidade pública das áreas de terra necessárias para a implantação de instalações, como prevê a lei 9.074, de 7 de julho de 1995. Esse é um processo burocrático que exige esforço das partes. A DUP pode ser fundamental para o andamento adequado do processo de liberação de faixa de servidão para linhas de transmissão.
Cadastro Físico
Neste ponto do projeto, inventariam-se as terras e as benfeitorias passíveis de indenização, bem como obtém-se o “de acordo” do responsável pelas terras a fim de evitar questionamentos que possam vir a ocorrer.
Pesquisa de preços
Esta etapa é feita de acordo com a NBR 14.653 e, com base nisto, elaboram-se os cadernos de valores para cada trecho da linha de transmissão. Estes cadernos possuem todos os critérios, procedimento, conclusões e documentos resultantes de toda a análise proporcionada nesta parte do projeto.
Laudos de avaliação
Para cada propriedade atingida pela linha de transmissão, é elaborado um laudo técnico. Este laudo tem como base a tabela de preços gerada na etapa anterior e serve como a oferta pela indenização ao proprietário.
Negociação dos imóveis
Esta é uma das etapas finais onde busca-se a liberação das terras para o início das obras da linha de transmissão. Se a oferta inicial for recusada, até três tentativas de negociação serão propostas.
Se, mesmo assim, ainda houver a recusa pelo proprietário, inicia-se a Ação de Constituição de Servidão Administrativa para se obter a imissão provisória na posse, apoiada pela DUP - Declaração de Utilidade Pública.
Averbação da Servidão
Aqui, a faixa de servidão finalmente tem a sua escritura pública emitida, permitindo o início regular das obras da linha de transmissão.
Topografia para subestações
O levantamento topográfico da área que será construída a subestação, é realizado através da materialização dos marcos de divisa do terreno. Além disso são gerados pontos deapoio para elaboração de um modelo digital de elevação, que servirá como base para os cálculos de projeto (corte e aterro).
Alguns dos principais objetivos de se fazer o levantamento topográfico são a representação do terreno, o levantamento do perímetro de uma determinada propriedade, a obtenção de cotas de aquisição de reservatórios hídricos, e a espacialização de estruturas como aerogeradores.
Através das peças técnicas como Plantas e Memoriais Descritivos, sempre acompanhadas de ART – Anotação de Responsabilidade Técnica, as áreas são descritas de acordo com as necessidades do empreendedor, que poderá utilizá-las em órgãos como cartórios de Registro de Imóveis e Prefeituras para obter a liberação de uma determinada área.
Diligenciamento da obra
Toda a construção da linha de transmissão é acompanhada e monitorada, a fim de manter sempre um bom relacionamento entre os proprietários das terras e o empreendedor. Esse acompanhamento é muito importante caso necessite-se de novas indenizações.
ii. Estudos de impacto ambiental
Fontes utilizadas. 
1. Santos, João Vitor. Os impactos ambientais das linhas de transmissão de energia elétrica. Entrevista especial com Larissa Donida Biasotto. 2019. https://www.ihu.unisinos.br/159-noticias/entrevistas/591727-os-impactos-ambientais-das-linhas-de-transmissao-de-energia-eletrica-entrevista-especial-com-larissa-donida-biasotto
2. Neto, Nelson Tonon. Licenciamento ambiental de linhas de transmissão. 2018. https://www.saesadvogados.com.br/2018/03/05/licenciamento-ambiental-de-linhas-de-transmissao/
3. TERMO DE REFERÊNCIA PARA ELABORAÇÃO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA) E RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA). 
https://central3.to.gov.br/arquivo/107369/
Linhas de transmissão (LTs) são empreendimentos lineares destinados à transmissão de energia elétrica de um lugar a outro. São projetos, via de regra, quilométricos e compostos basicamente pelas próprias linhas de transmissão e pelas estruturas ligadas à terra que as sustentam. Pelo fato de serem obras potencialmente poluidoras, as LTs são sujeitas a processo administrativo de licenciamento ambiental.
Competência do Órgãos Ambientais.
Nesse sentido, as primeiras e primordiais duas questões que um empreendedor tem de esclarecer antes de iniciar o licenciamento ambiental de uma linha de transmissão são as seguintes:
 
(i) Qual o órgão competente para o licenciamento ambiental? 
(ii) Qual será o estudo ambiental necessário para instruir o processo de licenciamento?
Inicialmente, quanto à competência licenciatória, será do órgão ambiental federal (IBAMA) em casos em que, por exemplo, a linha de transmissão estiver situada em mais de um estado (art. 7º, inciso XIV, alínea e, da Lei Complementar n. 140/2011) ou for caracterizada situação que comprometa a “continuidade e segurança do suprimento eletroenergético, reconhecidas pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico – CMSE, ou a necessidade de sistemas de transmissão de energia elétrica associados a empreendimentos estratégicos, indicada pelo Conselho Nacional de Política Energética – CNPE” (art. 3º, § 3º, do Decreto n. 8.437/2015).
Todavia, se a linha de transmissão não se encaixar nas hipóteses de competência federal previstas na Lei Complementar n. 140/2011 e no seu Decreto regulamentador n. 8.437/2015 (como as acima elencadas), a competência licenciatória será estadual, ou até mesmo do órgão ambiental municipal (caso cause impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida por Conselho Estadual de Meio Ambiente).
Em relação ao estudo ambiental necessário para a instrução do licenciamento ambiental, tal definição se dará de acordo com o porte e potencial poluidor do empreendimento, podendo variar entre algumas modalidades de estudos, como o Relatório Ambiental Simplificado – RAS (para projetos mais simples) e o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental – EIA/Rima (para projetos maiores). Se o licenciamento ambiental for federal, por exemplo, a definição do estudo ambiental se dará de acordo com o disposto na Portaria n. 421/2011 do Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Enfim, é indiscutível que o licenciamento ambiental de uma linha de transmissão tem muito mais nuances do que a competência licenciatória e a definição do estudo ambiental. Um licenciamento sujeito a dúvidas quanto à competência e ao estudo ambiental necessário é bastante fragilizado e está à mercê de questionamos por parte da sociedade e do Ministério Público. Tais questionamentos, inclusive, podem culminar com a nulidade do processo, o que certamente traz prejuízos – por vezes irreversíveis – ao empreendedor, razão pela qual ser imprescindível a devida atenção essas questões.
A seguir citaremos os principais tipos de impactos ambientais sujeitos na construção de linhas de transmissão:
Impactos sobre a Flora
Os impactos sobre a flora são gerados principalmente pela necessidade de supressão de vegetação para abertura das faixas de servidão, ou seja, a área que
fica abaixo dos cabos de condutores de energia elétrica. Quando se realiza o lançamento entre as torres, a área que a linha percorre deve estar desprovida de vegetação. Inicialmente para que seja possível o lançamento dos cabos e, posteriormente para garantir a segurança da linha após a sua energização. Contudo, a equipe de Supervisão Ambiental orienta os operários para o corte da vegetação em uma largura mínima de faixa, adequada à operação, no caso, recomenda-se no máximo 3 metros. A supressão vegetal também ocorre nas áreas de montagem das torres e nos acessos às praças de torres. 
Impactos sobre a Fauna
As interferências sobre a fauna estão associadas fundamentalmente ao desmatamento. A retirada da vegetação acaba por alterar as características do habitat, influenciando diretamente na fauna local. Essa alteração resulta na diminuição do número de animais e acarreta mudanças na estrutura das comunidades faunísticas levadas pelo efeito de borda. O aumento da incidência de luz e vento e a variação de temperatura e diminuição da umidade interferem no comportamento animal, fato que pode ser percebido até 500 metros da borda da mata, também conhecido como efeitos escondidos (CAMPOS, 2010).
Outro impacto é o “conflito” dos animais com os cabos, que ocorre quando um
animal entra em contato com uma parte energizada da rede, ocasionando uma
descarga elétrica. Na maioria das vezes, a consequência é a morte deste animal. A colisão e a queda de animais são outros eventos muito observados, sendo a ocorrência praticamente inevitável e, de fato, as medidas de controle são bastante difíceis. 
Impactos sobre o Solo
Devido à retirada da vegetação para implantação da obra, o solo fica descoberto durante o período de sua execução e, nas áreas de acesso fica permanentemente descoberto. Sendo assim, essa condição do solo implica em possibilidades de erosão. Outras interferências estão relacionadas aos vazamentos de óleos das máquinas de construção e à disposição de resíduos da obra como entulhos, plásticos e ferragens.
Os impactos no sistema de drenagem e recursos hídricos podem ocorrer durante as atividades de abertura de acesso de faixa de servidão, de praça de torre e até mesmo durante o lançamento de cabos. Enfim, em todas as áreas de supressão vegetal, que sofrem alterações no sistema de infiltração e drenagem de água. Assim, podem surgir novos fluxos e velocidades, e alteração da dinâmica de escoamento superficial, que precisam ser controlados (CAMPOS, 2010).
iii. Definição da classe de tensão
Fontes utilizadas. 
1. ABNT NBR 5422 – Projeto de Linhas Aéreas de Transmissão de Energia Elétrica – Procedimento. https://www.normas.com.br/visualizar/abnt-nbr-nm/5329/abnt-nbr5422-projeto-de-linhas-aereas-de-transmissao-de-energia-eletrica
2. REDES DE ENERGIA ELÉTRICA. ABRADEE. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DISTRIBUIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA. 
3. Diferenças entre linha de distribuição e linha de transmissão. https://energes.com.br/diferenca-entre-linha-de-distribuicao-e-transmissao/
Desde a descoberta da eletricidadeaté os dias de hoje, ainda não foi possível transmitir a energia elétrica pelo ar, ao menos não de forma economicamente viável. Desse modo, há a necessidade de encaminhar a energia gerada nas usinas, sejam elas térmicas, hidráulicas, termo-nucleares, eólicas, solares, etc., até os centros urbanos – onde, em sua maioria, a energia elétrica será consumida. É, portanto, a partir desse ponto que surge a necessidade de construção das redes de energia elétrica – do contrário, não haveria como a energia gerada chegar ao seu destino final.
Ao sair das usinas e seus geradores, a eletricidade é transportada através de cabos aéreos, ou seja, cabos visíveis por não estarem enterrados, sendo revestidos por camadas isolantes e fixados em grandes (e altas) torres de metal. Chamamos a todo esse conjunto de cabos e torres, portanto, de rede de transmissão de energia elétrica. As Transmissoras de energia costumam administrar as Linhas de Transmissão com as maiores voltagens; contudo, há também redes de menor voltagem dentro das próprias distribuidoras de energia elétrica, isso para permitir que as distribuidoras possam levar a energia de voltagens menores e mais seguras aos clientes de sua área de concessão.
Outros elementos importantes das redes de transmissão são os isolantes de vidro ou porcelana, os circundam e sustentam os cabos, impedindo descargas elétricas durante o trajeto e, com isso, prevenindo acidentes e minimizando custos de perdas/ manutenção.
Além das linhas de transmissão propriamente ditas, as redes de transmissão de energia elétrica também são compostas por subestações de transformação, dotadas de transformadores e equipamentos de proteção e controle. A seguir, descreveremos esses componentes em maiores detalhes.
As linhas (redes) de transmissão
As linhas de transmissão são basicamente constituídas por fios condutores metálicos suspensos em torres, também metálicas, por meio de isoladores cerâmicos ou de outros materiais altamente isolantes. Como os sistemas de potência são trifásicos, geralmente existem três conjuntos de cabos de cada lado das torres, acompanhados por um cabo mais alto, no topo, que é o cabo para-raios, ou também chamado de cabo guarda.
As linhas de transmissão se estendem por longas distâncias, conectando também, além de usinas geradoras aos grandes consumidores, aqueles que adquirem energia em alta tensão, como fábricas e mineradoras, ou às empresas distribuidoras de energia, as quais vão se encarregar de transportar a energia aos consumidores de menor porte.
No Brasil, as linhas de transmissão são classificadas de acordo com o nível de tensão de sua operação, mensurado em Kilo Volt (kV – milhares de Volts). Para cada faixa de tensão, existe um código que representa todo um conjunto de linhas de transmissão de mesma classe. São eles:
A1 – tensão de fornecimento igual ou superior a 230 kV
A2 – tensão de fornecimento de 88 kV a 138 kV
A3 – tensão de fornecimento de 69 kV
Em termos organizacionais, a classe A1 é representativa do sistema de transmissão interligado, ou Sistema Interligado Nacional (SIN), também denominado rede básica. Na classe A1, existem aproximadamente 156 concessionárias dos serviços públicos de transmissão, responsáveis pela administração de mais de 145 mil Km de linhas. As empresas transmissoras também operam instalações de tensão inferior a 230 kV, que são as chamadas Demais Instalações da Transmissão (DIT). 
As classes A2 e A3, quando não são de propriedade das transmissoras, representam as redes denominadas de sub-transmissão, que, ao contrário das redes de transmissão propriamente ditas, são administradas pelas empresas de distribuição.
Subestações de transmissão
As subestações de transmissão são aquelas localizadas nos pontos de conexão com geradores, consumidores e empresas distribuidoras. Nos pontos de conexão com geradores, a função das subestações é elevar o nível de tensão da energia elétrica gerada para centenas de milhares de Volts. Já nos pontos de conexão com consumidores ou distribuidoras, a função das subestações de transmissão é rebaixar os níveis de tensão para dezenas de milhares de Volts.
A elevação da tensão reduz a corrente elétrica que circula nas linhas de transmissão, reduzindo assim, consideravelmente, as perdas elétricas inerentes ao transporte da energia. Dentro da subestação de transmissão, o equipamento responsável tanto pela elevação como pela redução da tensão elétrica é chamado de transformador.
Além do transformador, a subestação de transmissão conta com equipamentos de seccionamento (chaves) para manobras de manutenção, além de disjuntores e equipamentos de medição e proteção do sistema, como medidores de tensão, corrente e para-raios.
As empresas concessionárias dos serviços públicos de transmissão de energia enredam-se num contexto de regulação econômica que visa assegurar equilíbrio econômico às empresas e modicidade tarifária aos consumidores e usuários do sistema de transmissão. No Brasil, o modelo de regulação adotado para as empresas transmissoras é uma variante do tradicional modelo inglês de preço-teto (price cap), chamado de modelo de receita-teto (revenue cap). Neste modelo, é a ANEEL quem determina os preços a serem praticados pelas empresas, os quais devem cobrir os custos de capital e de operação e manutenção considerados eficientes.
Como também ocorre para as distribuidoras, os mecanismos de regulação das empresas transmissoras são basicamente a revisão tarifária (também chamada de reposicionamento tarifário), que incide periodicamente a cada cinco anos, e o reajuste tarifário anual, que se trata basicamente de uma correção monetária das tarifas praticadas. Contudo, tais mecanismos dependem do contrato de concessão das empresas, não sendo uniformes para todas elas.
O sistema físico de distribuição (redes de energia elétrica urbanas)
O sistema de distribuição de energia é aquela rede de energia elétrica que se confunde com a própria topografia das cidades, ramificado ao longo de ruas e avenidas para conectar fisicamente o sistema de transmissão (ou mesmo unidades geradoras de médio e pequeno porte, aos consumidores finais), que são majoritariamente os consumidores residenciais.
Assim como ocorre com o sistema de transmissão, a rede de energia elétrica da distribuição é também composta por fios condutores, transformadores e equipamentos diversos de medição, controle e proteção das redes elétricas. Todavia, de forma bastante distinta do sistema de transmissão, o de distribuição é muito mais extenso e ramificado, pois deve chegar aos domicílios e endereços de todos os seus consumidores.
As redes de distribuição
As redes de distribuição são compostas por linhas de alta, média e baixa tensão. Como vimos acima, as linhas de transmissão com tensão igual ou superior a 230 kV constituem a chamada rede básica. Apesar de algumas transmissoras também possuírem linhas com tensão abaixo de 230 kV, as chamadas Demais Instalações da Transmissão (DIT), grande parte das linhas de transmissão com tensão entre 69 kV e 138 kV são de responsabilidade das empresas distribuidoras. Essas linhas são também conhecidas no setor como linhas de subtransmissão.
Além das redes de subtransmissão, as distribuidoras operam linhas de média e baixa tensão, também chamadas de redes primária e secundária, respectivamente. As linhas de média tensão são aquelas com tensão elétrica entre 2,3 kV e 44 kV, e são muito fáceis de serem vistas em ruas e avenidas das grandes cidades, frequentemente compostas por três fios condutores aéreos sustentados por cruzetas de madeira em postes de concreto.
As redes de baixa tensão, com tensão elétrica que pode variar entre 110 e 440 V, são aquelas que, também afixadas nos mesmos postes de concreto que sustentam as redes de média tensão, localizam-se a uma altura inferior. As redes de baixa tensão levam energia elétrica até as residências e pequenos comércios/indústrias por meio dos chamados ramais de ligação. Os supermercados, comércios e indústrias de médio porte adquirem energia elétrica diretamente das redesde média tensão, devendo transformá-la internamente para níveis de tensão menores, sob sua responsabilidade.
Nas redes de distribuição de média tensão também são, frequentemente, encontrados equipamentos auxiliares, tais como capacitores e reguladores de tensão. Ambos são, frequentemente, utilizados para corrigir anomalias na rede, as quais podem prejudicar a própria rede elétrica ou mesmo os equipamentos dos consumidores.
 Existem quatro tipos de redes de distribuição de energia elétrica. São eles:
• Rede de Distribuição Aérea Convencional: É o tipo de rede elétrica mais encontrado no Brasil, na qual os condutores são nus (sem isolamento). Exatamente por isso, essas redes são mais susceptíveis à ocorrência de defeitos (curto-circuitos), principalmente quando há contato de galhos de árvores com os condutores elétricos.
• Rede de Distribuição Aérea Compacta: Surgidas no Brasil na década de 1990, as redes compactas são muito mais protegidas que as redes convencionais, não somente porque os condutores tem uma camada de isolação, mas porque a rede em si ocupa bem menos espaço, resultando em menor número de perturbações.
• Rede de Distribuição Aérea Isolada: Esse tipo de rede é bastante protegida, pois os condutores são encapados com isolação suficiente para serem trançados. Geralmente mais cara, essa rede é utilizada em condições especiais.
• Rede de Distribuição Subterrânea: A rede subterrânea é aquela que proporciona o maior nível de confiabilidade e também o melhor resultado estético, dado que as redes ficam enterradas. No entanto, as redes subterrâneas são bem mais caras que as demais soluções, sendo comuns apenas em regiões muito densas ou onde há restrições para a instalação das redes aéreas.
iv. Estudos da geometria da torre
Fontes utilizadas. 
1. Gracias, André Felipe. Análise Comparativa Entre Diferentes Geometrias de Torres
de Transmissão do Tipo Autoportante Frente à Ação do Vento. Engenharia Estudo e Pesquisa. ABPE, v. 20 - n. 1 - p. 32-43 - jan./jul. 2020. http://www.abperevista.com.br/imagens/volume20_01/cap04.pdf
2. Vilela, Pedro Henrique. UMA PROPOSTA DE ANÁLISE TÉCNICA PARA LINHAS DE TRANSMISSÃO COMPACTAS COM POTÊNCIA NATURAL ELEVADA EM REGIÕES COM TOPOGRAFIA ACIDENTADA. Dissertação de Mestrado, UFMG, 2019. https://www.ppgee.ufmg.br/defesas/1684M.PDF
3. Elias, Karine Murta. TORRE DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: UM NOVO OLHAR E POSSIBILIDADES PARA O CENÁRIO DE TRANSMISSÃO BRASILEIRO*. ABCEM. Associação Brasileira de Construção Metálica, 2016. 
Para viabilizar a implantação de linhas de transmissão aéreas de grande porte, uma das premissas fundamentais é o desenvolvimento do projeto das séries de torres adequadas para a LT em projeto com aplicações elétricas, mecânicas e alturas úteis otimizadas.
A elaboração do projeto das estruturas tem como objetivo principal reduzir os custos sem perder qualidade da transmissão. No contexto econômico, uma linha de estudo muito pesquisada, são as linhas compactas, também conhecidas como Linha de Potência Natural Elevada (LPNE). Esta tecnologia permite aumentar a capacidade de transmissão de energia elétrica de uma linha por meio da disposição adequada dos condutores das fases, de modo a otimizar a distribuição de campo elétrico. Ou seja, para uma mesma potência a ser transmitida, a LNPE garante um projeto mais econômico que os projetos tradicionais de linhas de transmissão. A tecnologia LPNE pode ser utilizada tanto para novos projetos quanto para recapacitação de linhas em operação. Nos últimos quatro anos, surgiram diversas pesquisas, tanto no ambiente nacional como internacional, avaliando a viabilidade do uso do máximo de condutores por fases sem prejudicar a qualidade da transmissão de energia. Estudam-se diversas geometrias de junções, de forma a diminuir as distâncias entre fases e permitir o máximo de condutores por fase essa compactação permite aumentar a quantidade de energia transmitida, sem a necessidade de implantar novas linhas de transmissão. 
Esses esforços em compactar a linha têm, em comum, um objetivo e um obstáculo, até então intransponível: o objetivo é de aproximar ao máximo as fases, e o obstáculo é a manutenção do comprimento do vão constante.”
Um exemplo de estrutura econômica para compactação nas distancias horizontais entre fases é a torre estaiada “Cross-Rope”.
Os tipos de estruturas presentes na “família de torres” podem ser divididos segundo a forma de resistir aos carregamentos, assim as estruturas serão classificadas em estaiadas ou autoportantes, conforme pode ser observado nos itens abaixo.
Torres Estaiadas
As torres estaiadas são sustentadas mecanicamente pelo mastro central e pelos estais. Os esforços nesta estrutura são divididos entre as cargas de tração e de compressão, que são transmitidas ao terreno através das fundações, este comportamento pode ser observado na Figura1:
Figura 1 – Torre Estaiada.
Outra configuração de torres estaiadas muito utilizada no Brasil nas classes de tensão 230 e 500kV consiste em estruturas conhecidas como “Cara de Gato”, que é uma torre compacta, leve com alto valor de vão de médio em torno de 500m para a classe de tensão 500kV. Na Figura 2, tem-se uma aplicação para LTs de 500kV das torres estaiadas próximas da subestação de Foz do Iguaçu:
Figura 2 – Torres Estaiadas “Cara de Gato” próximas da Subestação de Foz do Iguaçu.
Para as LTs em circuito duplo 500kV no Brasil a opção mais utilizada onde não há restrições para a largura da faixa de servidão é a configuração triangular conhecida como “Torre Danúbio” onde temos uma boa distribuição de campo elétrico em função da geometria e consequente melhor capacidade de transmissão em comparação com a geometria vertical com mesmo feixe, para o circuito vertical é necessário fazer uma expansão de 200mm no feixe para atingir a mesma potência no circuito triangular. Ambas as estruturas possuem vão médio elevado, a torre triangular mais leve exige em média 10m a mais de faixa de servidão em relação a torre vertical que possui peso unitário maior em função de sua altura mais elevada, conforme pode ser observado na Figura 3.
Figura 3 – Torres Estaidas Monomastro Vertical e Danúbio para 500kV, circuito duplo.
Para as torres Autoportantes que são sustentadas por quatro pés, a transferência dos esforços da torre para o solo é realizada diretamente através das fundações dos pés desta estrutura, conforme pode ser observado na Figura 4.
Figura 4 –Torres Estaidas Monomastro Vertical e Danúbio para 500kV, circuito duplo.
A “Torre Raquete” que possui geometria e distâncias entre fases equivalentes à torre estaiada “Cross-Rope”, porém com peso e dificuldades construtivas elevados o que limita em muito a utilização desta estrutura, sendo, portanto, restrita a casos especiais. Na Figura 5 podemos ver um exemplo de utilização desta estrutura em uma região com topografia plana.
 Figura 5 –Torres Raquete Vertical.
Já as estruturas autoportantes tipo Delta, são largamente utilizadas tanto em regiões com topografia plana quanto para topografia acidentada para as classes de tensão de 345, 500 e 750kV em circuito simples no Brasil.
Figura 6 –Torre Delta.
v. Escolha do condutor
Fontes utilizadas. 
1. Escolha Otimizada de Condutores para Linhas de Transmissão. https://transmissao108196393.wordpress.com/2019/11/16/escolha-otimizada-de-condutores-para-linhas-de-transmissao/
2. Teixeira, Douglas Ângelo. Linha de Transmissão Aérea Compacta: Seleção dos Cabos e Posicionamento Ótimo dos Feixes de Condutores. Dissertação de Mestrado, UFMG, 2019. https://www.ppgee.ufmg.br/defesas/1169D.PDF
3. Elias, Karine Murta. TORRE DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: UM NOVO OLHAR E POSSIBILIDADES PARA O CENÁRIO DE TRANSMISSÃO BRASILEIRO*. ABCEM. Associação Brasileira de Construção Metálica, 2016. 
Condutores
Um fator importante na minimização dos custos de transmissão e de distribuição está ligado à escolha dos cabos condutores das linhas. Eles são os elementos ativos das linhas e determinam o desempenho e o custo da transmissão. Os aspectosque os condutores devem ter para serem considerados bons são:
· Alta condutibilidade elétrica; 
· Baixo custo;
· Boa resistência mecânica;
· Baixo peso específico;
· Alta resistência à oxidação/corrosão.
Os metais que apresentam o maior número dessas propriedades são o cobre e o alumínio. O cobre possui uma condutividade maior e necessita de uma menor seção transversal em relação ao alumínio. Já o alumínio possui peso menor em relação ao cobre, pode ser usado em estruturas de sustentação mais leves e possui um custo mais baixo. No Brasil, o condutor mais utilizado é o alumínio.
A escolha adequada do condutor que irá ser incorporado a uma nova linha de transmissão passa por análises técnicas criteriosas e suas implicações econômicas.
Em um enfoque empresarial, trata-se de uma tomada de decisão voltada para assegurar que o investimento realizado também venha a minimizar as perdas de energia em sua transmissão. Procura-se estabelecer uma relação ideal entre dois fatores aparentemente antagônicos: o custo da energia perdida no transporte e o investimento necessário à sua redução.
As perdas de energia na transmissão se devem a dois fatores: o efeito Joule e o efeito corona. O primeiro é proporcional à corrente transportada; para uma mesma potência ele diminui com o aumento da tensão e também com o aumento do diâmetro do condutor. Já o efeito corona é proporcional à tensão, mas também diminui com o aumento do diâmetro do condutor e/ou com a constituição de feixes por fase.
Por outro lado, o investimento na instalação é tão maior quanto maior for o aumento do diâmetro do condutor, seja pelo preço do cabo, peso crescente e consequente aumento da robustez das estruturas e maiores recursos humanos e tecnológicos para o seu lançamento.
Na Figura 7 está ilustrado o processo de decisão associado a essa escolha. No eixo horizontal está indicado o aumento da bitola do condutor. No eixo vertical as consequências financeiras anuais dessa escolha. Pode ser observado que, na curva A, o aumento da bitola do condutor leva à diminuição das perdas, já, na curva B, esse aumento conduz à elevação dos custos com a concepção da linha. A soma dessas duas curvas gera a curva C (custos incrementais relacionados com o aumento da bitola). Como esperado, a curva C indica a existência de um ponto de mínimo: bitola ótima do condutor.
Figura 7 – Identificação do condutor ótimo. 
vi. Definição do limite térmico
Fontes utilizadas. 
1. ABNT. Projeto de Linhas Aéreas de Transmissão de Energia Elétrica – Procedimento. NBR-5422. 1986.
2. D’AJUZ, A. Transitórios Elétricos e Coordenação de Isolamentos. Universidade Federal Fluminense-Editora Universitária. 1987.
3. Concepção e Operação em Linhas de Transmissão. https://transmissao108196393.wordpress.com/2019/10/28/concepcao-e-operacao-de-linhas-de-transmissao/
Na etapa de operação é importante a identificação e atendimento aos diversos limites que a linha possui, agrupados em sistêmicos, econômicos e físicos. A linha é um equipamento “rebelde”, requerendo cuidados especiais na sua operação. As limitações sistêmicas estão associadas às condições impostas pela carga elétrica demandada pela linha. Caso a demanda seja muito baixa (carga leve), a tensão tende a se elevar, desde o terminal emissor até o terminal receptor, devido ao Efeito Ferranti (a linha se torna muito capacitiva). Caso a demanda seja muito grande (carga pesada) a linha será submetida a uma queda de tensão.
 Esses dois casos podem ser compensados por reatores em paralelo e bancos de capacitores em série, respectivamente, de tal forma a atender às restrições normativas do Setor Elétrico (a queda ou aumento de tensão não deve ser superior a 5%). Um outro aspecto a ser considerado se refere à perda de estabilidade, na qual a defasagem entre os fasores tensão do lado emissor e receptor não deve ser superior a 45 graus (valor típico, o qual depende da inércia da máquina supridora de energia). Essa compensação também pode ser realizada através de bancos de capacitores em série, nos dias atuais exaustivamente aplicados. Vale ressaltar que a perda de estabilidade leva à perda de sincronismo entre as barras e, consequentemente, ao não atendimento à carga demandada.
Por outro lado, o limite econômico está relacionado com a condição em que a linha venha a transmitir uma potência menor ou maior do que a sua potência natural. Esse valor referencial assegura o atendimento à demanda com menores perdas. Representa um estado operacional ótimo, no qual as perdas associadas ao suprimento dos campos elétricos e magnéticos da linha são zeradas. Nesse estado, ocorre uma espécie de ressonância paralela entre os componentes indutivos e capacitivos da linha. Essa é uma condição operacional que deve ser considerada na otimização do fluxo de carga do sistema de potência.
Já os limites físicos estão relacionados com o limite térmico da linha de transmissão e o limite térmico do cabo condutor. No primeiros caso, são fundamentais os atendimentos às distâncias de segurança preconizadas pelas normas. No segundo caso o foco é o cabo condutor para que não ocorra recozimento do mesmo, levando à perda de suas características elásticas.
A formulação matemática, do cálculo dos limites térmicos de linhas de transmissão, apresentada nesta seção são encontradas com mais detalhes nos seguintes trabalhos. A formulação do equilíbrio térmico de um condutor é dada pela equação (1) a seguir:
 
Restrições Térmicas
As linhas de transmissão possuem seu próprio limite térmico, que podem resultar em flacidez de linhas, caso seja excedido. Isso pode resultar numa falha de linha, onde a formação de um arco elétrico pode entrar em contato com a vegetação vizinha, estruturas, e claro, o solo. Quando isso acontece, os componentes de transmissão de proteção removem a linha de falha de modo a preservar o equipamento terminal de um dano mais grave.
Quando uma linha é removida para a reparação de outras, as linhas de transmissão experimentam um aumento de carga para compensar essa perda. Uma sobrecarga pode acontecer podendo fazer com que limites térmicos excedam suas restrições operacionais. Se esta situação não for devidamente contida, rapidamente as outras linhas que compensam a perda podem experimentar exatamente o mesmo cenário.
Entendendo que essa correção temporária é apenas para situação de emergência e que as linhas de transmissão de energia ainda podem exceder o seu limite térmico, as linhas de transmissão de energia muitas vezes têm uma classificação de emergência. Esta classificação dá uma quantidade específica de tempo que permite transferências de cargas mais elevadas, a fim de minimizar a chance de bater o limite térmico.
 II. PROJETO:
i. Levantamento topográfico
Fontes utilizadas. 
1. O que é topografia. https://www.italiatopografia.com.br/o-que-e-a-topografia/
2. PERFILAMENTO LASER PARA IMPLANTAÇÃO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO (LTS). https://www.esteio.com.br/oferecidos/perfilamento-laser-lts/
3. Concepção e Operação em Linhas de Transmissão. https://transmissao108196393.wordpress.com/2019/10/28/concepcao-e-operacao-de-linhas-de-transmissao/
O levantamento topográfico é uma importante fase do projeto em linhas de transmissão. Os serviços vão desde o mapeamento puro e simples de faixas para implantação de linhas de transmissão, visando a obtenção de nuvem de pontos dos principais obstáculos de uma área de interesse, até serviços mais completos como os relacionados abaixo:
· Estudo e implantação do traçado;
· Implantação e sinalização dos vértices de alinhamentos;
· Levantamento altimétrico das interferências;
· Elaboração de plantas e perfis para manipulação em PLSCAD;
· Locação de estruturas (torres) em campo;
· Levantamento topográfico de travessias.
Geralmente a metodologia do levantamento topográfico é o abaixo:
· Levantamento aéreo, ou simplesmente perfilamento LASER aerotransportado;
· Levantamentos topográficos em campo para a implantação de marcos topográficos, locação e implantação dos vértices de alinhamento e locação das estruturas (torres);· Processamento dos dados em escritório: processamento dos dados LASER e dados cadastrais;
· O Perfilamento a LASER é uma tecnologia de levantamento executado através de um escaner a LASER instalado em uma aeronave, o qual permite o levantamento de uma malha muito densa de pontos no terreno. Esta metodologia permite um levantamento altimétrico mais preciso e rápido da área. 
A legislação brasileira determina um padrão único de entrega de arquivos visando obtenção de licenças, mesmo assim, o método de trabalho que envolve os projetos de implantação de Linhas de Transmissão pode ser diferente entre as concessionárias de energia.
Com o uso do perfilamento a LASER em faixas de Linhas de Transmissão já implantadas é possível realizar monitoramentos de alta precisão, como por exemplo, a definição de altura Cabo – Solo, Identificação de locais onde a vegetação está próxima dos cabos, interferências com cruzamentos de linhas elétricas de distribuição (BT), edificações, etc.
Além do perfilamento a LASER para projetos de implantação e mapeamento de Linhas de Transmissão existentes, oferecemos também serviços de mapeamento aerofotogramétrico para geração de ortofotocartas digitais, restituição fotogramétrica e cadastramento de imóveis.
Os mapeamentos fotogramétricos permitem identificar e determinar elementos importantes para o projeto de implantação de uma LT, sendo:
a) Aeródromos;
b) Áreas que requeiram desmatamento excessivo;
c) Reservas florestais;
d) Áreas povoadas, loteadas ou edificadas;
e) Terrenos inacessíveis;
f) Terrenos geologicamente instáveis;
g) Travessias com linhas de transmissão e comunicações;
h) Travessias sobre rios, canais ou reservatórios;
i) Obras de interesse social (cemitérios, escolas, hospitais, igrejas, etc.);
j) Terrenos pantanosos ou que requeiram fundação especial;
k) Reservas indígenas, unidades de conservação ambiental e sítios arqueológicos;
l) Cruzamentos de estradas de ferro e de rodagem;
m) Cruzamentos e aproximação com oleodutos, gasodutos e adutoras;
n) Picos e regiões muito elevadas.
ii. Projeto de locação das torres 
Fontes utilizadas. 
1. ESTRATÉGIAS DE OTIMIZAÇÃO DE TRAJETOS E ALOCAÇÃO DE TORRES EM PROJETOS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO AÉREAS. Dissertação de Mestrado, UFGO. 2019. https://repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/8294/5/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20-%20Caio%20Jos%c3%a9%20Fernandes%20P%c3%b3voa%20-%202018.pdf
2. AUTOMAÇÃO DO PROCESSO DE ALOCAÇÃO DE TORRES DE UM SISTEMA DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA. Trabalho de Conclusão de Curso. UFSM, 2022. https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/24043/Ellwanger_Tom%c3%a1s_Scherer_2022_TCC.pdf?sequence=1&isAllowed=y
3. TORRE DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: NOVO DESIGN E OS DESAFIOS DA INSERÇÃO NO CONTEXTO URBANO. Dissertação de Mestrado. UFMG, 2018.
As LTs têm a função de transportar a energia elétrica de onde foi produzida até os centros de distribuição, onde ela será entregue aos consumidores finais. O projeto de linhas de transmissão tem evoluído para proporcionar melhor desempenho, visando uma transmissão de forma mais eficiente, com menos perdas, mais resistentes ao tempo, às intempéries e aos fenômenos naturais, de mais fácil manutenção, construção, menor custo, entre outros.
Para se transportar uma determinada quantidade de energia elétrica a uma distância preestabelecida, há um número grande de variáveis associadas à linha que são relevantes e devem ser definidas na fase de projeto, como valor da tensão transmitida, número e tipo de cabos condutores, materiais estruturais e de suporte, altura de suspensão, entre outros. Os trechos otimizados pelo programa desenvolvido neste trabalho correspondem a linhas aéreas convencionais em corrente alternada (CA).
Um dos benefícios de se ter um excelente projeto de linha de transmissão de energia elétrica é que o mesmo possibilita o envio e realiza transmissões de energia por longas distâncias de maneira ágil e competente depois de ser concluída a instalação. Portanto, com um projeto de LT preciso e bem desenvolvido se ganha qualidade e lucratividade por estar de acordo com as expectativas e normas exigidas.
Ao executar o planejamento de uma linha de transmissão, de maneira geral, destaca-se dois objetivos importantes a serem atingidos: a definição da quantidade de materiais e equipamentos necessários para a sua construção, e a garantia de que o projeto esteja de acordo com os requisitos mínimos impostos com o intuito de manter a segurança e confiabilidade da rede de transmissão e de todos que a utilizam.
iii. Definição de alturas 
Fontes utilizadas. 
1. ESTRATÉGIAS DE OTIMIZAÇÃO DE TRAJETOS E ALOCAÇÃO DE TORRES EM PROJETOS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO AÉREAS. Dissertação de Mestrado, UFGO. 2019. https://repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/8294/5/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20-%20Caio%20Jos%c3%a9%20Fernandes%20P%c3%b3voa%20-%202018.pdf
2. AUTOMAÇÃO DO PROCESSO DE ALOCAÇÃO DE TORRES DE UM SISTEMA DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA. Trabalho de Conclusão de Curso. UFSM, 2022. https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/24043/Ellwanger_Tom%c3%a1s_Scherer_2022_TCC.pdf?sequence=1&isAllowed=y
3. TORRE DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: NOVO DESIGN E OS DESAFIOS DA INSERÇÃO NO CONTEXTO URBANO. Dissertação de Mestrado. UFMG, 2018.
Ao estender o cabo entre dois pontos elevados, o mesmo adquire uma forma curva, chamada de catenária. De acordo com a NBR 5422, essa curva deve manter uma distância mínima do solo, denominada altura de segurança. As distâncias básicas a, utilizadas para calcular a altura de segurança conforme a norma, estão elencadas na Tabela abaixo. É possível observar que elas variam de acordo com a região em que a linha atravessa ou se aproxima, logo, é importante identificar o uso do solo do terreno que é cruzado pela LT. O nível de tensão também influencia o valor da altura mínima.
As estruturas de suporte das linhas de transmissão têm como finalidade sustentar os cabos condutores e demais equipamentos que ficam em seu topo, respeitando uma distância adequada de segurança, desempenho e custo. Tais estruturas são, em geral, construídas em treliças com perfis de aço galvanizado ou em postes de aço, concreto ou madeira. No Brasil, as torres metálicas treliçadas são mais usuais, pois permitem, em um espaço limitado, obter uma estrutura alta, esbelta, mais leve e versátil. Resulta disso que o projeto deve considerar, necessariamente, além das diversas hipóteses de carregamento, as muitas hipóteses de composição da torre, com diferentes alturas associadas a diversas extensões das pernas, que podem estar niveladas ou com desníveis. 
Logo, devido à sua função de sustentação, a quantidade necessária de estruturas de aço (EAs) para formar as torres depende de alguns fatores. LTs projetadas para níveis de tensão e potência mais elevados normalmente requerem um número maior de condutores por fase, o que aumenta consideravelmente o peso que deve ser suportado pelas torres. 
O custo base das torres depende de suas respectivas alturas, porém, é importante que o programa considere também as parcelas de custo causadas por outros fatores, como por exemplo, a necessidade de estruturas mais robustas em projetos de maior potência. Para estimar estes custos adicionais com tais estruturas de maneira precisa, os dados da planilha foram agrupados em gráficos contendo a média de variação do peso das estruturas de aço, assumindo configuração.
iv. Projeto de fundações
Fontes utilizadas. 
1. ESTRATÉGIAS DE OTIMIZAÇÃO DE TRAJETOS E ALOCAÇÃO DE TORRES EM PROJETOS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO AÉREAS. Dissertação de Mestrado, UFGO. 2019. https://repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/8294/5/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20-%20Caio%20Jos%c3%a9%20Fernandes%20P%c3%b3voa%20-%202018.pdf
2. AUTOMAÇÃO DO PROCESSO DE ALOCAÇÃO DE TORRES DE UM SISTEMA DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA. Trabalho de Conclusão de Curso. UFSM, 2022. https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/24043/Ellwanger_Tom%c3%a1s_Scherer_2022_TCC.pdf?sequence=1&isAllowed=y
3. TORRE DE TRANSMISSÃO DE ENERGIAELÉTRICA: NOVO DESIGN E OS DESAFIOS DA INSERÇÃO NO CONTEXTO URBANO. Dissertação de Mestrado. UFMG, 2018.
As fundações são responsáveis por garantir a estabilidade para a operação das torres de uma linha de transmissão. Os tipos de fundações de emprego corrente em estruturas de suportes de LTs dependem, em geral, do tipo de solo e do dimensionamento da torre e seu carregamento. Um dos principais tipos de fundações são os de grelha metálica aplicadas à torres de aço autoportante convencionais. Esse tipo de fundação pode ser aplicado nas mesmas condições em que são empregadas as sapatas de concreto armado, com a desvantagem de apresentar menor resistência à agressividade do terreno natural. 
Portanto, devem ser tomadas medidas de proteção adicionais, além da galvanização das peças metálicas, especialmente em locais de solos agressivos. Por outro lado, as principais vantagens da grelha consistem na rapidez de execução da fundação (escavação, montagem e reaterro) e na facilidade de transporte, principalmente em locais de difícil acesso para o uso de concreto.
Torres de linhas de transmissão e de geração de energia eólica se caracterizam por serem esbeltas, terem elevada altura e estarem expostas às cargas do vento. Garantir a estabilidade para a operação dessas estruturas requer fundações projetadas de acordo com as condições de subsolo e com parâmetros de resistência e de compressibilidade apropriados.
“A solução tecnicamente adequada e segura para as fundações de torres de qualquer natureza depende fundamentalmente do conhecimento do subsolo sobre o qual estes elementos estão apoiados”, diz o engenheiro Jarbas Milititsky, professor titular aposentado da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e autor do livro “Fundações de Torres – aerogeradores, linhas de transmissão e telecomunicações”, editado pela Oficina de Textos.
Ele explica que, muitas vezes, por uma restrição de prazos e de custos, a investigação é limitada e insuficiente para prover soluções seguras. “Mas os custos necessários para uma investigação adequada do subsolo ocorrerão inevitavelmente de duas formas: ou na investigação propriamente dita, na forma de investimento, ou como custo na solução dos problemas decorrentes de investigação insuficiente”, alerta o professor.
SONDAGENS PARA A CONSTRUÇÃO DE TORRES
O programa para investigação do subsolo deve fornecer todos os dados necessários para a identificação prévia de eventuais solos problemáticos, como por exemplo, os expansivos (que sofrem significativa variação volumétrica quando submetidos a uma variação no teor de umidade) e os colapsíveis (que têm considerável redução de volume quando umedecidos). Os estudos também devem fornecer informações para subsidiar a escolha adequada do sistema construtivo, bem como prover dados para verificação de segurança à ruptura, determinação de deslocamentos verticais e horizontais das fundações sob carga, sempre de acordo com as exigências de desempenho das torres.
De acordo com Milititsky, a investigação do subsolo, de forma geral, tem relação com a natureza e complexidade da estrutura. Para torres isoladas, como antenas e torres de telecomunicações, usualmente são feitas investigações com sondagens de simples reconhecimento. Quando necessário, quando as informações obtidas e/ou a profundidade atingida pela amostragem não forem suficientes, os estudos podem ser complementados.
No caso da construção de torres estaiadas de grande porte, além da caracterização do comportamento do solo, é importante que os locais das âncoras de estaiamento sejam amostrados.
Pela possibilidade de se estenderem por muitos quilômetros e ao longo de solos distintos, as linhas de transmissão de energia elétrica também exigem procedimentos especiais. “Nos casos de extensão em áreas completamente desconhecidas, a identificação dos materiais superficiais e subsuperficiais pode ser feita com o auxílio da geofísica”, diz Jarbas Milititsky.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
Falhas nos estudos para conhecimento do subsolo podem levar à escolha de uma solução para fundação inadequada ou gerar dificuldades construtivas que obriguem a alteração do sistema construtivo, gerando retrabalhos e custos inesperados.
Elas também podem ser causa do não atendimento às condições mínimas de desempenho. Entre os problemas aos quais as fundações de torres estão suscetíveis destacam-se os recalques excessivos, os deslocamentos horizontais em níveis inaceitáveis, o não atendimento de segurança à ruptura e a fadiga sob carga repetida.
No Brasil, as concessionárias de energia elétrica possuem práticas próprias e exigências específicas de investigação para o projeto de linhas de transmissão. A situação é um pouco diferente no caso dos aerogeradores. Como a implantação de parques de energia eólica é relativamente recente, não há normalização nacional ou procedimentos consolidados. “Cada fabricante de turbina possui requisitos específicos a serem atendidos e a experiência de agências reguladoras ou práticas de seus países de origem servem de orientação para o que é feito por aqui”, conclui o professor.
v. Projeto de ferragens, acessórios e aterramento
Fontes utilizadas. 
1. ESTRATÉGIAS DE OTIMIZAÇÃO DE TRAJETOS E ALOCAÇÃO DE TORRES EM PROJETOS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO AÉREAS. Dissertação de Mestrado, UFGO. 2019. https://repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/8294/5/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20-%20Caio%20Jos%c3%a9%20Fernandes%20P%c3%b3voa%20-%202018.pdf
2. AUTOMAÇÃO DO PROCESSO DE ALOCAÇÃO DE TORRES DE UM SISTEMA DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA. Trabalho de Conclusão de Curso. UFSM, 2022. https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/24043/Ellwanger_Tom%c3%a1s_Scherer_2022_TCC.pdf?sequence=1&isAllowed=y
3. TORRE DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: NOVO DESIGN E OS DESAFIOS DA INSERÇÃO NO CONTEXTO URBANO. Dissertação de Mestrado. UFMG, 2018.
O desempenho elétrico das linhas depende fortemente de suas características físicas, portanto, ao se projetar uma LT, é necessário estudar e observar os componentes que as constituem. Além disso, a escolha dos materiais adequados e da quantidade necessária de equipamentos para a construção do trecho da linha possui grande impacto no custo econômico total do projeto. De maneira geral, devem ser definidos comprimento e tipo de cabo, número de fundações, estruturas de aço, espaçadores, amortecedores e isoladores.
A ANEEL disponibiliza uma planilha de apoio para realização de orçamentos de linhas de transmissão. Nela, estão contidos dados atualizados acerca da quantidade dos materiais de construção e seus preços em todas as regiões do país. Para a realização das etapas a seguir, foram utilizadas como base as informações da planilha de apoio da ANEEL, atualizada para 03/2021, conjuntamente com uma tabela de condutores e suas propriedades físicas e elétricas.
Isoladores
Os cabos são suportados pelas estruturas através dos isoladores, que, os mantêm isolados eletricamente do seu suporte e do solo. Devem resistir tanto às solicitações mecânicas quanto às elétricas. Discos ou séries de discos, em geral constituídos de porcelana, vidro, ou polímero, são usados para sustentar cabos e fornecer a isolação para a estrutura da linha de transmissão. Existem diferentes tipos de discos, que oferecem diferentes níveis de isolação, peso e resistência mecânica. Quanto maior for a tensão carregada por certa linha, maior é o número de isoladores utilizados em cada série. 
Amortecedores e Espaçadores
As linhas de transmissão são projetadas para o transporte de energia, normalmente em longas distâncias, atravessando em sua rota diversas condições ambientais, muitas delas desfavoráveis à manutenção e vida útil dos cabos condutores e para-raios.
Um dos agentes externos que podem provocar danos consideráveis é a ação dos ventos sobre os cabos, resultando nas chamadas vibrações eólicas que em alguns casos pode levar à fadiga precoce dos cabos. 
Com o objetivo de controlar as vibrações induzidas pela ação dos ventos, são instalados amortecedores de vibrações noscabos condutores e para-raios. Esses equipamentos são usualmente instalados em LTs compostas por um cabo por fase. A quantidade média utilizada, considerando as mesmas condições descritas para os amortecedores, é de 41 unidades por quilômetro.
Cadeias de isoladores em uma LTA existe um elemento que tem como finalidade atuar no isolamento, ou seja, ele não permite o contato elétrico entre os perfis da torre e o cabo-fase, chamado de cadeia de isoladores. De modo geral, esse componente da linha é composto por isoladores que são instalados em conjunto, que juntamente com as ferragens, dão sustentação e isolação ao cabo-fase em relação à torre. Na Figura abaixo é possível ver, de forma detalhada, a composição de uma cadeia de isoladores.
A cadeia de isoladores é dimensionada através de informações básicas captadas na fase inicial do projeto da linha. Ela é projetada para suportar as cargas mecânicas transmitidas pelo cabo-fase e as solicitações elétricas pelas sobretensões (situação em que, por algum motivo, a tensão elétrica excede o valor previsto para a instalação) que podem ocorrer em uma LT. Em geral, nas LT’s de alta tensão, os isoladores que compõem a cadeia, podem ser de vidro ou porcelana, ou poliméricos. A Figura abaixo mostra uma cadeia formada por isoladores de vidro que é bastante empregada em linhas cuja tensão é igual ou superior a 138 kV.
Cabos
Cabo fase ou cabo condutor para tornar possível a transmissão de energia elétrica entre as usinas geradoras e as centrais de distribuição, existe o cabo-fase, também conhecido como cabo condutor. Esse cabo é considerado o elemento ativo de uma LT, pois tem por finalidade transportar a energia elétrica, e pode trabalhar suspenso ou tracionado, dependendo da função do suporte ao longo da linha. No caso da LTA, os cabos são nus, e sem isolação, podendo ser de alumínio, liga de alumínio-aço e alumínio com alma de aço. A utilização do alumínio se deve à abundancia, boa condutibilidade e principalmente ao custo desse material, que é inferior ao de outros metais, como o cobre por exemplo. Existem no mercado tipos de cabos condutores variados e, durante o processo do projeto da linha, a escolha não está ligada somente a aspectos técnicos, mas também econômicos. Existem diferentes tipos de cabo-fase, a seguir, encontram-se dois exemplos de cabos empregados em uma LTA: 
 CA (“Cabo de Alumínio”), é composto por vários fios de alumínio encordoados. Para atender a diferentes tipos de projeto, o cabo é fornecido com uma quantidade variada de fios encordoados.
 CAA (“Cabo de Alumínio com Alma de Aço”), é composto por uma ou mais camadas de fios de alumínio ao redor de uma alma de aço galvanizado. A fim de se obter, para cada tipo de aplicação, a melhor proporção de alumínio e aço, a dimensão do cabo pode variar devido às diferentes combinações possíveis de fios de alumínio e aço.
O cabo CAA, em relação ao CA, possui a menor relação peso/carga de ruptura e menores flechas, mas apresenta maior resistência elétrica, devido à presença do aço em seu interior. Outro fator que diferencia esses dois tipos de cabos é que o CAA produz um esforço mecânico no suporte maior que o CA, tornando assim as estruturas mais robustas e com custos mais elevados. Por fim, pode-se dizer que a escolha adequada do tipo de cabo-fase em uma LTA é bastante complexa, pois devem ser considerados, de forma conjunta, itens como o custo do condutor e as características mecânicas. Outro fator que pode influenciar na escolha do tipo de cabo-fase é a flecha máxima do cabo no meio do vão entre as torres de uma linha de transmissão, que depende da temperatura e do vão. É a partir da determinação dessa flecha máxima, feita a partir de prescrições da norma ABNT NBR 5422:1985[4], que é obtida a altura mínima do condutor, conhecida como distância cabo-solo, de modo a garantir a segurança da linha e de terceiros. Essa altura é altamente influenciada pela tensão de operação e pelo uso e ocupação do solo embaixo da linha, como mostra a Tabela abaixo.
Cabo para-raios ou cabo-guarda Por se encontrar ao tempo, a linha de transmissão está sujeita a ação de diferentes fatores, como poluição, vento, chuva e descargas atmosféricas. Com a função de fazer a blindagem dos cabos energizados da linha contra a incidência direta de descargas atmosféricas, existe o cabo-guarda, ou cabo para-raios como também é conhecido, localizado na parte superior da torre de transmissão. Esse cabo fornece um caminho de menor resistência até o solo para as descargas, diminuindo assim as possibilidades de desligamentos da linha e a consequente interrupção do fornecimento de energia elétrica. 
O sistema de aterramento 
O sistema de aterramento de uma linha de transmissão tem como objetivo permitir o escoamento de cargas ou correntes de descarga até o solo de forma segura, impedindo assim a energização do suporte que fica exposto ao contato de pessoas e animais.
Dependendo da magnitude do campo elétrico no solo provocado por uma sobretensão, o sistema de aterramento pode apresentar alguma falha, provocando assim situações indesejadas, como o potencial de passo e o de toque. O potencial de passo é a diferença de potencial que aparece entre dois pontos situados na superfície do solo, distanciados por um passo de uma pessoa ou de um animal.
O potencial de toque é a diferença de potencial que aparece entre um ponto do suporte metálico aterrado situado ao alcance da mão de uma pessoa e um ponto da superfície do solo, fazendo com que o corpo acaba se tornando um caminho de descida até o solo para as cargas.
Os elementos que compõem o sistema de aterramento, tais como: conjunto de hastes, contrapeso (condutor enterrado no solo ao longo da faixa de passagem da linha), conectores e, cabos para-raios são instalados junto aos suportes de uma LT. São componentes essenciais no que se refere ao desempenho adequado da linha de transmissão frente aos surtos de manobra, curtos-circuitos e descargas atmosféricas, além de garantir a segurança de terceiros que estejam dentro da faixa de passagem da LT em alguma das situações citadas.
III. CONSTRUÇÃO: 
No que se refere à construção de linhas de transmissão de energia elétrica, essa atividade tem uma elevada importância no que tange ao desenvolvimento do Brasil, pelo fato de quando uma linha é entregue após conclusão de testes e comissionamento à operação comercial, que é liberado através do despacho autorizativo da Aneel, ela consegue transportar a energia necessária aos centros de carga, além de aumentar a confiabilidade do sistema elétrico, assim como, oferece inúmeras possibilidades de emprego direto e indireto nos canteiros de obra, em empresas transmissoras de energia, nas indústrias e empresas fornecedoras de equipamentos, materiais e serviços. 
A construção de linhas de transmissão, é uma atividade de elevado grau de complexidade, se fazendo necessários diversos estudos preliminares, para se definir a real finalidade da instalação da mesma em uma determinada área, além da execução de diversas atividades de campo, onde é necessário organização e planejamento, para que a data de conclusão de entrega do empreendimento seja realizada dentro do prazo ou até mesmo com antecipação e com a qualidade esperada. Dentre as outras atividades desenvolvidas, são observados serviços jurídicos e de engenharia, obras civis e montagens eletromecânicas, que demandam muito trabalho e esforço, além de gerenciamento, acompanhamento e supervisão do projeto.
i. Fundações
Fontes utilizadas: 
1. Meneses, Victor Prangiel. Linhas de transmissão de energia elétrica, aspectos técnicos, orçamentários e construtivos. Rio de Janeiro, Agosto de 2015. http:// http://repositorio.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10015383.pdf
2. Referência: Associação Brasileira de Normas Técnicas, “NBR 6122 – Projeto e Execução de Fundações”, maio, 1996.
3. Referência: Rosa, Marcelino, “Linha de Transmissão: Critérios de Projetos e Definição do Tipo de Fundação,” Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade Anhembi Morumbi, SãoPaulo, 2009.
 Quando se fala de trabalhos, obras, que demande de uma tremenda estrutura alocada diretamente no solo, seja em trabalhos de engenharia ou outro qualquer, é necessário estruturas de transição que consigam segurar e resistir com propriedade adequada, às tensões exigidas que são causadas pelos esforços solicitantes. O nome desse suporte, que realiza a transferência das cargas das estruturas ao terreno, é chamado de fundação. Para que o dimensionamento das fundações utilizadas em um projeto esteja corretamente, é fundamentalmente primordial e necessário, entender e compreender todas as características do terreno, principalmente as geotécnicas. É básico e essencial saber, que o solo a ser estudado, tenha rigidez e resistência para que não haja deformações diferenciais ou exageradas, ou qualquer tipo de ruptura
Nos cálculos, um detalhe importante a ser considerado como um dos principais objetivos, é analisar bem o terreno escolhido e escolher o modelo de fundação mais adequado, levando em consideração todas as cargas que possam vir a atuar na estrutura.
As fundações podem ser classificadas como rasas ou profundas e depende da forma na qual será utilizada. Elas podem ser executadas em camadas mais profundas do solo, camadas mais superficiais ou executadas externamente à superfície.
A fundação rasa, também chamada de direta ou superficial, é utilizada quando a carga é transmitida ao terreno predominantemente pelas pressões que são distribuídas sob a base da fundação e possui uma profundidade de assentamento, em relação ao terreno adjacente, inferior ao dobro da sua menor dimensão em planta. 
Em se tratando de fundações rasas empregadas em linhas de transmissão, pode-se afirmar que os blocos, as grelhas, sapatas, são os principais. A seguir, encontra-se o detalhamento de cada uma:
· Blocos: são de concreto armado e é aplicado em terrenos quando se tem uma difícil escavação de forma manual, cuja resistência ideal encontra-se a pequenas profundidades. Existe uma particularidade para o uso de blocos, é quando o solo é não escavável de forma manual e predominantemente rochoso e sendo construído com blocos simples, insuficiente para suportar o arrancamento em caso de vandalismo ou eventos por condições climáticas. Nesse caso, há a utilização de blocos ancorados em rocha, cuja instalação é simples, podendo ser instalado com britadeiras simples e perfuratrizes, sendo um fantástico custo-benefício;
· Grelhas: são fundações mais superficiais, constituídas de perfis metálicos, com aplicabilidade em terrenos secos. Elas possuem uma excelente vantagem no que tange à facilidade e rapidez de execução na escavação, montagem e reaterro e facilidade de locomoção delas, principalmente em locais onde têm-se difícil acesso para o uso de concreto. Quanto a desvantagem, elas podem corroer com facilidade, sendo um fator preocupante porque o tempo de vida útil acaba sendo reduzido;
· Sapatas: é uma opção viável quando as fundações estão localizadas com maior proximidade da superfície do terreno, sendo geralmente utilizadas em solos de uma qualidade boa. Em sua constituição, têm-se uma placa de concreto armado (geralmente quadrada), com um pilar do mesmo material em cima e para a instalação, são fundamentais uma escavação mais generalizada, total, e aplicação de reaterro, posteriormente. A figura xx, retrata um exemplo desse tipo de fundação.
Figura xx: fundação tipo sapata 
Quando as fundações são de grandes profundidades, pode ocorrer a transmissão de cargas ao terreno pela base, chamada de resistência de ponta, assim como pela sua superfície na lateral, também chamada de resistência de fuste ou até mesmo com a combinação de ambas. Essas fundações têm como característica crucial, o assentamento em profundidades superiores ao dobro de sua menor dimensão em planta.
Nesta categoria destacam-se, em obras de linhas de transmissão, as estacas metálicas e o tubulão, que é uma fundação profunda de concreto armado, geralmente de formato cilíndrico e escavado a céu aberto, popularmente chamado de manilha, que pode ser instalado com a base alargada ou não, de forma manual ou mecânica. O solo para este tipo de fundação deve ter o mínimo de coesão, a fim de possibilitar a escavação sem necessidade de necessitar se escorar em algo, com profundidade entre 3 e 10 metros, conforme é apresentado na figura xx.
Figura xx - tubulão
Por sua vez, as estacas metálicas são constituídas por peças de aço soldado ou laminado, em formas de [I]ou [H] e podem ser fincadas ou cravadas na grande maioria dos tipos de terreno, inclusive em solos com a presença de água ou de baixíssima qualidade, suportando grande capacidade de carga e elevadas profundidades, entretanto, a principal desvantagem deste tipo de fundação é o custo elevado de instalação. Segue abaixo a ilustração
Figura xx - estacas metálicas
Desta forma, infere-se que as atividades de sondagem, o cálculo de resistividade do terreno e o estudo do traçado, são as bases que definem as fundações das linhas de transmissão, e devem ser dimensionadas para resistir as mais variadas condições de carga, que podem ser classificadas em: 
 Arrancamento – quando as solicitações são no sentido de baixo para cima, ou seja, na vertical e estão presentes na ancoragem de estais e em estruturas no fundo de depressões dos terrenos, por exemplo. Vale destacar que os esforços de compressão sempre serão da mesma ordem de grandeza, ou superiores que os de tração, a menos que se esteja diante de um caso extremamente improvável de arrancamento, em que os esforços dos cabos para cima superem os pesos. Diante do exposto, conclui-se que os estudos e projetos de fundação devem ser realizados com extremo cuidado e excelência além de garantir, através dos cálculos de engenharia e ensaios na fase de teste, a verdadeira confiabilidade. Tal preocupação se justifica pelo fato de ser muito mais demorada, trabalhosa e de um custo exacerbado a recuperação de uma estrutura de linha de transmissão que apresente danos na fundação do que simplesmente remontar uma estrutura metálica danificada. É um retrabalho que tem uma duração muito superior que a própria construção da linha.
 Horizontais - quando as solicitações são provenientes da sobrecarga de montagem, do tensionamento e rompimento dos condutores, da variação de tensões devido à variação de temperatura, ação de ventos, condições climáticas etc. 
 Verticais - quando as solicitações são derivadas de sobrecargas acidentais ou da montagem e manutenção dos equipamentos eletromecânicos, ou oriundas também do próprio peso da estrutura, dos cabos condutores e para-raios, ferragens e cadeias de isoladores, 
ii. Montagem das torres
Fontes utilizadas: 
1. Meneses, Victor Prangiel. Linhas de transmissão de energia elétrica, aspectos técnicos, orçamentários e construtivos. Rio de Janeiro, Agosto de 2015. http:// http://repositorio.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10015383.pdf
Para a montagem das torres de linhas de transmissão é necessário um mega planejamento, que abranja desde a análise de acesso aos terrenos quanto à forma dos equipamentos e estruturas chegarem a essa local, que muitas vezes passam por lamas, rochas, estradas de difícil acesso. Para as estruturas serem levadas ao canteiro de obras, são necessário caminhões, guindastes e em alguns casos especiais, até helicópteros, quando a localização é de baixa acessibilidade ou que apresentem restrições ambientais rígidas. No Brasil, para esse último caso, o custo é super alto e com aplicações bem esporádicas. Quanto ao transporte, as estruturas são transportadas até o canteiro de obras, normalmente por meio de caminhões, em lotes de peças que são separados de acordo com seu tipo, passando pelo processo de armazenamento em locais limpos e seguros, sendo seguido o Plano de Montagem, que é montado na fase de planejamento e descreve todas as atividades aplicadas no procedimento, incluindo o método de trabalho, o controle de qualidade, as técnicas de içamento e estaiamento provisórios, a produção esperada e alémde toda a composição das equipes. Este planejamento também deve ser bastante cuidadoso quanto ao aspecto ambiental, de modo que todas as normas e recomendações têm de ser respeitadas a fim de evitar impactos degradantes. A pré-montagem trata-se do espalhamento e posicionamento das peças da torre sobre o solo, com o objetivo de facilitar o içamento das torres no momento da montagem propriamente dita, já a montagem pode ser realizada por meio de três métodos tradicionais: montagem manual, montagem com guindaste e montagem mista. A figura xx apresenta a montagem de uma estrutura na fase de pré-montagem e posteriormente é descrito a definição dos três métodos tradicionais.
 
 Figura xx: Pré-montagem de estrutura metálica treliçada
· A montagem manual é dividida em três etapas: pré-montagem, montagem propriamente dita e revisão da torre, compostas por equipes de encarregados, montadores e ajudantes. Feito a divisão das peças para facilitar na hora de montar a torre, uma equipe inicia o içamento dos montantes (com o auxílio de um trator sobre rodas, no caso de conjuntos mais pesados) e este procedimento é repetido diversas vezes até que todas as peças da torre sejam fixadas aos conjuntos, de acordo com a especificação do projeto. Trata-se de uma tarefa de grande risco aos montadores, que precisam estar, a todo o momento, conectados à estrutura através de equipamentos de proteção individual e coletivos (EPI`s e EPC`s) necessários à sua segurança, para realizar o perfeito engate das peças a alturas elevadas.
Durante a montagem, os parafusos não são apertados com a força máxima, nem com o torque requisitado no projeto - são apenas ajustados suficientemente para garantir a estabilidade da estrutura -, assim, após a montagem uma nova vistoria é feita e daí, com o auxílio do torquímetro, faz-se o aperto final, verificando se todas as peças estão corretamente instaladas. Somente após uma verificação criteriosa, desde a parte inferior da torre até as mísulas superiores, é que o dispositivo que impede o afrouxamento dos parafusos é colocado, juntamente com a tinta de alumínio anticorrosiva, para dar a cor tradicional que já conhecemos. 
· A montagem com guindaste, é feita de modo similar à montagem manual, porém eleva-se o custo com o equipamento e principalmente a produtividade. 
· A montagem mista, no entanto, é a combinação do manual com a mecânica, sendo utilizada em casos em que a lança do guindaste não alcança os pontos mais altos da torre, exigindo assim, que os dois métodos sejam intercalados. A figura xx, apresenta esse tipo de montagem.
 
 Figura xx - Montagem mista de estrutura metálica treliçada
 Para decidir que é a melhor opção, visando o custo-benefício e outas variáveis em questão, apenas a gerência do projeto é que decidirá, dando o veredito final, quanto à técnica mais vantajosa a ser implementada. As estruturas estaiadas, por sua vez, possuem um processo de montagem que difere um pouco das autoportantes, pois faz uso de estais e mastros provisórios, realizam o içamento dos materiais definitivos posteriormente, após o içamento da estrutura, estando ela já revisada e com os parafusos apertados, de acordo com os torques indicados no projeto, sendo ainda observado, as atividades de tensionamento dos estais e nivelamento das torres, para que haja um correto equilíbrio de forças entre os quatro estais, tendo manter a estabilidade junto ao solo.
iii. Lançamento dos condutores
Fontes utilizadas: 
1. Meneses, Victor Prangiel. Linhas de transmissão de energia elétrica, aspectos técnicos, orçamentários e construtivos. Rio de Janeiro, Agosto de 2015. http:// http://repositorio.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10015383.pdf
2. Alves, Raphael Barbosa. Implantação de linhas de transmissão: do leilão à operação comercial. Rio de Janeiro, Agosto de 2017. http: // http://repositorio.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10022649.pdf 
3. Referência : Jr., William D. Stevenson “Elementos de Análise de Sistemas de Potência,” Mc Graw Hill, 4 a edição 1974.
Os condutores, nas linhas de transmissão, são um dos principais elementos ativos propriamente ditos. Através deles, há a transferência de energia, da geração até os grandes centros de carga, sendo conduzidos através das cargas elétricas que se deslocam. Antigamente, no século passado o cobre era a matéria-prima mais utilizada nas linhas de transmissão, inclusive nas primeiras quando foram lançadas, devido a sua elevada condutividade, mas, atualmente, as linhas aéreas utilizam condutores compostos basicamente de alumínio, tanto em conjunto com o aço quanto em forma de liga, o que se deve principalmente, ao seu menor custo em relação ao cobre ou qualquer outro material condutor. Já os condutores de alumínio nu com alma de aço (formados por um grupo de fios de alumínio dispostos concentricamente em torno de um fio de aço) por possuírem elevada condutividade e boa resistência mecânica, são os materiais mais utilizados nas linhas de transmissão brasileiras. Apesar de possuírem resistência mecânica regular, a prática de usar as ligas de alumínio, tem se intensificado, por apresentarem boa condutividade e maior resistência a ambientes agressivos, além de menor custo.
O cobre ainda é muito utilizado como material condutor, apenas em sistemas de cabos subterrâneos, porém a transmissão subterrânea ainda se mostra desprezível em termos de quilometragem em comparação a linhas aéreas 
O lançamento dos cabos é feito após conclusão de montagem das torres, sendo lançado os cabos das fases, o cabo para-raios e o feito em conjunto, o aterramento das estruturas, após vencido todos os trâmites burocráticos e aprovadas todas as travessias durante o percurso da linha. Vale ressaltar que os cabos devem ser dimensionados para suportar as tensões mecânicas decorrentes da retração do condutor e sua dilatação e, provocadas pela variação de temperatura durante a operação da linha e da ocorrência de curto-circuito. Devem ser avaliadas as cargas mecânicas nas estruturas de suporte dos terminais e nas emendas dos cabos para as condições mais desfavoráveis de montagem e manutenção. Normalmente, os cabos para-raios são do tipo OPGW, que são cabos com fibra ótica revestida internamente, tornando a quantidade de cabos menor, facilitando o processo e evitando a utilização de mais cabos na rede, gerando mais peso por consequência e de estruturas mais robustas. O cabo OPGW facilita a comunicação entre as subestações de energia, assim como entre as subestações e os centros de operação das linhas e ainda entre os centros de operação do Operador Nacional do Sistema Elétrico e são lançados primeiramente, bem antes dos condutores, por se localizarem basicamente no topo das torres. A seguir, segue um modelo da composição do cabo OPGW:
Figura xx: cabo OPGW
O cabo deve ser lançado em regime lento e regular, evitando que ele seja danificado, principalmente, por torções e contato ao solo, evitando ranhuras. Este modo de lançamento é conhecido como tensão mecânica reduzida, sendo aplicada um esforço de tração ao cabo, suficiente para desenrolá-lo da bobina, de modo que fique acima do terreno. A tensão de lançamento deverá permanecer na faixa de 10% a 30% da tensão do cabo correspondente. O lançamento dos condutores deverá ser iniciado pela fase central ou pela fase superior, dependendo da disposição deles.
O lançamento dos condutores é realizado com base no Plano de Lançamento sendo avaliadas todas as condições e obstáculos do traçado da LT, com o objetivo de encontrar a melhor distribuição das bobinas no campo para que a instalação dos cabos seja realizada sem desperdício de material e o aproveitamento da atividade ocorra de forma otimizada.
Em geral, os condutores são lançados sob tensão controlada, ou seja, primeiramente há o lançamento de um cabo de aço, comumente chamado de cabo piloto, de menor peso que os cabos estipulados no projeto, para uma posterior conexão destes no piloto

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