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de dar um GELO. A IMPORTÂNCIA por Jairo Teixeira BOM, Gostaria de falar da importância do "gelo". Ou seja, a importância de você negar atenção ao seu cão! Você deve estar se perguntando, por quê eu faria isso? Qual o meu objetivo? O que eu ganho? É necessário entender que a atenção que temos para oferecer aos nossos cães é de extrema importância para eles! Então eu posso usar isso a meu favor. Mas também, se for descuidado, posso acabar criando problemas, fornecendo atenção da maneira errada. Eu posso estar sem saber, colaborando e reforçando comportamentos que não são interessantes. Então geralmente as pessoas dão atenção com o intuito de corrigir o comportamento, mas isso acaba tendo o efeito contrário. Estimulam o mau comportamento, de forma inadvertida, obviamente. 3 Exemplo: O cão late "au, au, au"! E o dono pensa como fazer para parar o latido. Então solta um "Pshhh, quieto". O cachorro está fazendo barulho e o dono acaba fazendo barulho também... A versão humana dos latidos. Barulho gera barulho. A agitação gera agitação. Calma gera calma. Ou seja, com o dono fazendo barulho a inclinação natural do cão é fazer mais barulho. Prefere ser repreendido do que ignorado. 4 Trabalhei com cães nesse estado que chegaram a auto mutilação. Acontece mais frequente do que vocês possam imaginar. Por isso ignorar é uma ferramenta valiosa para o trabalho de adestramento. Ganhar a atenção do cachorro quando nos interessa, da maneira correta. Então, o que é o "gelo"? Dar um "gelo"... "Could shoulder". O gelo não significa exclusão e também não necessariamente significa que eu vou prender o animal. Existem casos onde essa exclusão é necessária, especialmente com cães agressivos. Não dá pra brincar com agressividade, é uma coisa muito séria. E ao ganhar atenção o dono reforçou o comportamento do cão. Pronto. Está estabelecido um padrão. 5 Mesmo cães de pequeno porte, podem acabar machucando seriamente. Um cachorrinho pequeno com dente afiado é capaz de cegar uma pessoa. Nessas situações, eu recomendo tirar o animal de cena. Onde o cachorro está, ali tentando se fazer notar, viciado na atenção do dono. É nesses momentos que você deve fingir que não está vendo o cão. Ignorar ele enquanto pratica os comportamentos indesejados. Ele está apresentando o comportamento pois está acostumado com o resultado. "Se eu pular, latir, roer, vou ganhar atenção". Mas o gelo pode ocorrer eu estando no mesmo ambiente que o cachorro. E tem um impacto tremendo! 6 No momento que você não dá a resposta esperada, cria um estado de confusão mental muito grande. Não adianta estar com "pena" ou com "dor no coração". Se você está com dó, não entendeu a proposta. O motivo pelo qual você está fazendo isso. É preciso estar convicto. O animal percebe, sua atitude, sua falta de convicção. Já vi donos que ficavam espiando o cão. "Como será que ele está?". VocêVocê irirradia esseradia esse sentimento,sentimento, Através da sua postura! 7 O "gelo" para ser autêntico o dono tem que desconsiderar a atitude do cachorro, não importa. Algo que é muito difícil para algumas pessoas. Por exemplo: quando o cachorro está comendo fezes. É muito difícil para algumas pessoas. Eu digo: Tem que ignorar. "Mas como é que eu vou ignorar? Na automutilação também. Eu digo para o dono: ignora. "Mas como eu vou ignorar? O bicho está 'se devorando', está 'comendo' as patas." "Como eu vou ignorar?" É difícil. É como eu chamo quando o cão começa a mudar o comportamento. Que ocorre quando o dono está tipo: "Azar!". Mas, casos gravíssimos que eu trabalhei, eu só consegui um "ponto de retorno" através do gelo! 8 "Quer comer cocô? Come!" "Quer se mutilar? Faz o que quiser!" Quando o dono chega nesse ponto de "Sabe o quê? Cansei! Não estou nem aí!" Aí a pessoa realmente tem uma atitude completamente desprovida de emoção e o cachorro não consegue receber mais nada de volta. E aí extingue o comportamento. Claro que, quando eu falo "gelo", eu falo como uma ferramenta dentro de um contexto. Não é mágica. O "gelo" até é mágico; tem um poder forte. Mas, não é uma coisa sozinha, entende? É uma ferramenta muito importante. Uma ferramenta principal, porém existe uma série de outros procedimentos que a gente faz, obviamente. 9 E tem que ser sincero, verdadeiro. A pessoa precisa parar de se incomodar com aquele comportamento para que o cão chegue no ponto de retorno. O comportamento para de ser abastecido. Então criamos outras propostas de atenção. Mas primeiro ele tem que desistir da "fonte" de atenção anterior. Você não fala o nome do cachorro. Você não olha, não faz contato visual com o cachorro. O gelo, é aO gelo, é a ferramentaferramenta Que vai abrir o caminho ! 10 Eu, por exemplo, quando falo com uma pessoa gosto que ela olhe nos meus olhos. Com crianças eu lembro, quantas vezes eu disse para meus filhos: "Olha para mim que estou falando contigo". Corrigindo meus filhos. Presta atenção em mim. Comunica comigo. Quando a gente quer se comunicar, a gente propõe isso. E cachorro também. O dono, o ambiente, as pessoas envolvidas produziram o cachorro. Então no momento que ela "dá um gelo", ela para de errar. Vamos parar um pouquinho, número um. Os cachorros trocam olhares. Eles se ameaçam com olhares. Eles se comunicam com olhar. Olho no olho é comunicação. 11 Número dois, eu tiro "status" do cachorro. Porque o momento que o dono dá atenção para os comportamentos do cão, ele valoriza as atitudes. O cão se sente dando as cartas quando consegue induzir o dono a este ou aquele comportamento. Deveria ser ao contrário. Eu agir e o cão reagir. Eu tenho que estar um passo à frente. Nessa situação o dono está um passo atrás. Observo muitos donos que valorizam muito as atitudes do cão. "Ah, hoje ele está estressado." Invés de focar na resolução do problema, valoriza. O cachorro se sente o centro do mundo. E muitas vezes ali naquele ambiente, ele é. 12 Quem gosta de falar dos maus comportamentos do seu cão, de alguma forma acaba contribuindo para eles. É preciso concentrar no que tem que ser feito para mudar. Ou você gosta? Porque tem gente que gosta. "A miséria adora companhia." Às vezes quer só um ombro para chorar. Eu já vi isso! Mas não sou psicólogo. Se quiser mudar o cão a gente pode mudar. Quando deveria Desprezar! VocêVocê valoriza ovaloriza o comportamento,comportamento, 13 Então por que eu recomendo "dar um gelo" no início? Que é o que me interessa, muito! O cachorro fica perdido. A gente "remolda" o cachorro. É a hora de inserir novos comportamentos. Substituir. "O que está acontecendo aqui?" O cão passa a observar. Então dessa forma eu crio o ambiente. Eu crio a situação ideal para substituir os comportamentos que não nos interessam por comportamentos que nos interessam. 1: o dono para de errar. 2: eu tiro o "status" do cão. 3: eu crio um estado mental de confusão 14 Por exemplo: um cachorro que latia, passa a latir assustadoramente. Um cachorro que costumava pegar objetos, começa a sair catando tudo! Eu lembro de um cliente, uma das queixas era que o cachorro pegava tudo com a boca. Já tinha destruído coisas valiosas. Pegou a carteira, rasgou o dinheiro. Era um padrão muito com raiz profunda. Eu falei: Vou chegar aí e vamos combinar uma coisa "não existe cachorro". Ninguém vai baixar os olhos além da linha do horizonte. Então vamos ignorar o cachorro. Fui na casa, cheguei e o cachorro estava ali, pulando, se fazendo notar. Eu entrei, desprezei o cachorro. é importante falar que "gelo"aplicado da maneira correta, pode piorar o comportamento do cão antes de melhorar! 14 Eles tiveram um acesso de riso até porque o cachorro começou a fazer coisas malucas. Pegar qualquer coisa. Ele pegava algo, eu dizia: Vamos embora. O cachorro vinha atrás, pegava outra coisa. E nós fugindo do cachorro, mas fugindo nesse sentido: O cachorro pegava uma planta aqui:"Vamos ali, me mostra a casa" Eu botei uma lente de aumento na situação, para mostrar como era profunda a raiz e como tinha a ver com a atenção deles. O cãoO cão tentando setentando se reestruturarreestruturar Fica desesperado. 15 Porque o animal não pegava um objeto e ficava com o objeto. Ele pegava o objeto, mas no momento que nós simplesmente desprezávamos, virávamos as costas, ele largava o objeto. Não é um raciocínio lógico na cabeça do cachorro. Mas ele fazia algo ontem e dava resultado; e hoje não dá. E eu já vi os dois extremos. Tanto o cão chegar num nível de pânico, ficar ofegante, "passando mal". Quanto o cão ficar quieto, introspectivo e o dono achar que o cão está doente. Ele está passando por um estresse, obviamente. Mas, é isso ou é isso. Ou ele passa por estresse ou você continua passando. Alguém vai passar por um estresse 16 Eu tinha uma aluna, ela tinha dois Poodles. Um preto e um branco. O problema que ela tinha é que dentro do carro, ela colocava os cães no banco de trás, os cães acabavam brigando muitas vezes. E ela dirigindo. Imagina ela numa avenida super movimentada em Porto Alegre. Os cachorros começavam a brigar, ia pêlo para todo lado e ela ficava apavorada com o risco de sofrer um acidente ou ocasionar um acidente. Com muito custo, eu consegui convencer ela do seguinte: Quando acontecer isso, você calmamente estaciona o carro. Sai do carro, deixa o vidro aberto. 17 Ela tinha um pânico disso, porque não sabia o que de repente disparava esse gatilho. Atravessa a rua. Vai dar a volta na quadra. E eu demorei para convencê-la disso. Porque ela achava que "quando eu voltar, eles vão ter se matado." O dia que ela tomou coragem para fazer isso o relato dela foi esse: "Jairo, eu fechei o carro. Quando fui atravessar a Protásio Alves e cheguei na metade do canteiro do meio, eu olhei para trás e estavam os dois na janela. "Onde é que ela foi?" "Ei, você não vai vir apartar a briga aqui?'"! Resolveu o problema. Quase mágico, né? 18 Os cães,Os cães, longe da donalonge da dona Paravam de brigar. Semelhante a um Lulu da Pomerânia, Spitz, que lambia as patas e o pêlo começou a cair. A dona claro, foi no veterinário e ele diagnosticou uma alergia, entrou com medicamento. Mas não surtia resultado, porque o animal continuava se lambendo. Eu falei: Eu não sou veterinário mas isso não é alergia. Isso é comportamental. Qual é o momento que o cachorro apresenta esse comportamento? - "Eu estou na sala sentada, vou assistir televisão ele deita na minha frente e começa a se lamber." E qual é a sua atitude? - "Eu falo não." "Não. Não se lambe!". 19 Porque a motivação, o combustível para esse comportamento era a atuação da dona. Quando ela saiu, acabou a disputa Eu falei: Faz o seguinte: sente na frente da televisão, tranquila. O cachorro começou a exibir o comportamento: levanta, vai até a cozinha, abre a geladeira, fecha a geladeira. Fica lá uns três, quatro minutos lá. Vamos ver o que acontece. Depois volte e sente-se novamente no mesmo local. Se o cachorro exibir de novo, levante e vá ao banheiro; Bate a porta, sai do apartamento. Resultado: no momento que ela levantou e foi para a cozinha, o cachorro imediatamente saiu de onde estava e foi atrás dela. Quando foi para o quarto, a mesma coisa. No banheiro, igual. Quando ela saiu do apartamento, abriu a porta o cachorro estava esperando. 20 Essa era a atitude dela, acreditando que iria interromper aquele padrão aquele comportamento. Por que ele não continuou lambendo? O que houve? Não tinha atenção, não tinha retorno. O que ele mais queria era atenção e não tinha mais. Então quebra o padrão. Desencoraja o animal. Você nunca vai resolver esse tipo de comportamento dando atenção. Você vai só reforçar mais ainda. Então resolvi muitos casos desse tipo. Por isso que eu recomendo que tu não pode criar um cachorro totalmente solto. 21 NãoNão funcionafunciona deixar o cãodeixar o cão Solto dentro de casa Porque o filhote vai se comportar como filhote. E você vai ter que dar atenção. Se eu soltar um filhote aqui dentro, por exemplo, ele vai agir como um filhote: usar a boquinha dele para investigar o mundo e vai pegar coisas. Eu vou ser obrigado a dizer: Psh! Ei!... Não, para! Essa é a receita para que surjam esses tipos de comportamento. Para que o filhote descubra que com essa ou aquela atitude, ele consegue ganhar minha atenção. Então eu tenho meu filhote lá no canto dele querendo muita atenção! Deixo ele carente. Minha atenção vale muito! Atenção é legal, é gostoso! 22 e eu dou toda atenção que ele quer dentro do meu padrão, dentro do meu molde. A aula é curta, rápida. Meu cachorro ama isso! Ele ama o trabalho. "Jairo, eu estou ensinando ele a sentar." "Ele estava sentando as primeiras vezes mas ele parou, não quis mais sentar." "O que será que está acontecendo?" Quantas repetições? - "Ah, eu fiz umas trinta." Pelo amor de Deus. Coitado do cachorro. Devia ter parado na segunda. Terceira, no máximo. Tá bom. "Senta", "Senta"... trinta vezes. O cachorro vai: "Pô, quando é que isso vai acabar? É horrível!" "Já estou com dor nas pernas desse 'senta e levanta'." Entende? As pessoas não se dão conta. 23 A minha aula é super criativa! Eu não sou chato. Não fico repetindo trinta vezes a mesma coisa. Eu manipulo a atenção da forma correta para obter comportamentos que me interessam. É por aí que a coisa funciona. Onde o cachorro vai ser mais feliz. Porque um cachorro que come a própria cauda não é um cachorro feliz. Um cachorro que se lambe até tirar sangue. Não é um cachorro saudável, equilibrado. Ok? 24 • o dono para de errar; tira o "status" do cachorro, gera um estado mental de confusão; "puxo o tapete" do cachorro e é esse exato momento que eu amoleço a massa e moldo o cachorro do jeito que eu quero, de uma forma melhor
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