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O processo e o direito processual

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Ana Luiza Bittencourt 
TEORIA GERAL DO PROCESSO 
 
O processo e o Direito Processual 
 
- O estado moderno possui duas funções jurídicas: 
● a legislação = não tem como viver numa sociedade senão através de leis > dizer o direito na lei. 
Independe da provocação de quem quer que seja > automovimentada. Criar a lei > definir o que é 
lícito e ilícito. 
● a jurisdição = buscar a realização prática daquelas normas em casos concretos de conflito entre 
pessoas ou grupos > atuar quando as normas não são respeitadas. O Estado-juiz garante a sua 
autoridade de Estado-legislador. Atuar a lei. Impor medidas para que esse direito seja efetivado. 
● A jurisdição é complementar à atividade legislativa. 
 
- Direito material x direito processual > o Estado-legislador valora os fatos da vida social e lhes imprime 
consequências jurídicas (direito material) 
 
Fases do processo 
 
1ª – Fase do Sincretismo (mistura) = Direito Adjetivo = o direito processual era uma consequência do direito 
material > não se diferenciava esses tipos de direito (material e processual) > “quando alguém pisa no seu pé, 
você reage” > o direito processual servia como um reflexo, uma reação. Não se tinha consciência da própria 
existência de uma relação jurídica processual e muito menos de sua autonomia > nem se tinha noção do 
próprio direito processual como ramo autônomo do direito. 
 
Livro = a luta pelo direito 
 
2ª – Fase Autonomista (independente) = conceitual = diferenciação entre o domínio do direito material e do 
processual > surgem muitos conceitos e teorias processuais. O direito processual nasce nesse momento. 
Durou até meados do século passado (XX) > até o pós-guerra. 
 
3ª – Fase Instrumentalista = crítica = direito processual encarado como um meio de se fazer justiça > não há 
mais dúvida das diferenças de direito processual e material > fase em que se há de ter um olhar crítico > o 
pobre também tem direito à justiça > parece algo tolo, mas é relativamente recente a ideia de direito a todos. 
Ex.: dificuldade de alguns juízes concederem acesso gratuito; exigência para resolver o conflito antes de entrar 
com um processo (condiciona) (ex.: não aceita o processo porque o consumidor não tentou solução no site 
consumidor.gov) 
 
- O Direito Processual também é chamado de Direito Judicial > direito referente à prestação da justiça. 
 
- O Direito Processual é ramo do Direito Público ou Privado? PÚBLICO > toda relação jurídica possui a figura 
do juiz > representação do Estado. 
 
Obs.: conflito 🡪 litígio > só passa a ser um litígio se há conhecimento do poder Estatal diante do conflito. 
 
- Acesso à justiça = art. 5º, XXXV / CF 
 
- Devido processo legal = art. 5º, XXXVII / CF 
 
- Ampla Defesa e Contraditório = art. 5º, LV / CF 
 
- Estrutura do Poder Judiciário = art. 92 / CF 
 
- Publicidade dos Atos Processuais = art. 93, IX / CF > audiências a portas abertas > transparência processual > 
é lícito, não há motivo de esconder. 
 
- Fundamentação das Decisões Judiciais = art. 93, IX / CF > as decisões judiciais que não são fundamentadas 
serão nulas (inexistente) 
 
Divisões do processo 
 
- Sem sanção: 
● Direito Civil (‘lato sensu’ > sentido amplo) ex.: direito do consumidor > não se quer que o fornecedor 
vá preso ou algo assim, você quer a reparação geralmente. Pertence a este mundo: D. Civil; 
- Direito Civil (‘stricto sensu’) = D. Processual Civil (consumidor; previdenciário; família; tributário e 
todo o resto, desde que não seja trabalhista ou eleitoral); ; D. Processual Trabalhista; D. Processual 
Eleitoral (ex.: não pode se eleger porque não se filiou a um partido). 
 
- Com sanção = 
● Direito Penal (‘lato sensu’). Pertence a este mundo: D. Penal. 
● 
- Direito Penal (‘stricto sensu’) > D. Processual Penal; ; D. Processual Eleitoral (ex.: propaganda de boca 
de urna é crime > a pessoa poderá ser presa). Direito Processual Penal Militar 
 
 
Norma Processual 
 
- As normas jurídicas se distinguem em normas materiais e instrumentais. 
 
- As normas jurídicas materiais (ou substanciais) são as que disciplinam diretamente a cooperação entre 
pessoas ou grupos e os conflitos de interesses ocorrentes na sociedade, ditando regras para essa cooperação 
e definindo qual dos interesses conflitantes deve prevalecer e qual deve ser sacrificado. São classificadas como 
primárias, estando entre elas: o direito civil, penal, comercial, administrativo, tributário, de direito ambiental, 
de direito do consumo, etc. 
 
- As normas instrumentais (ou secundárias) residem nas normas de produção jurídica, responsáveis pela 
criação, aplicação, modificação ou extinção das demais normas jurídicas e as normas de atuação jurídica que 
regulam os modos de atuação em concreto do conteúdo das normas jurídicas. 
 
- Ambas buscam restabelecer a paz entre os membros da sociedade. 
 
- Objeto das normas processuais = resolver os conflitos e controvérsias mediante a atribuição ao juiz dos 
poderes necessários para resolvê-los, e às partes, de faculdades e poderes destinados à eficiente defesa de 
seus direitos. 
 
- CPC e CPP – exemplos “maiores” de norma processual. 
 
- O que é norma processual? São regras que regulam as relações entre os participantes do processo – réu; 
autor; juiz; testemunhas; jurados; advogados; MP... 
 
- Direito é igual Lei? Não. O direito é mais amplo. Nem sempre o que é legal é direito. O Direito é maior do que 
a lei. Nosso ordenamento não é composto apenas do que está lei, mas é importante observar o ordenamento 
jurídico brasileiro > Civil Law (romano-germânico) > Direito codificado (escrito) > grande importância àquilo 
que está na lei. Contraposição ao Common Law (baseado principalmente na jurisprudência). 
 
- Obs.: direito impositivo é diferente de direito escrito > o impositivo é obrigatório, sem importar a forma dele. 
O escrito é baseado em códigos. 
 
- Fontes das normas processuais: 
● Abstratas: lei, usos e costumes, negócio jurídico, jurisprudência. 
● Concretas: constitucionais, complementares e ordinárias. 
 
- Disposições Constitucionais Processuais: 
a) Princípios e garantias constitucionais; 
b) Jurisdição constitucional das liberdades; 
c) Organização judiciária. 
 
A eficácia da lei processual no espaço e no tempo 
 
- Eficácia = validade/efeito da lei processual tomando como referência 2 temas: o ESPAÇO e o TEMPO. 
 
Reflexão: a lei processual do passado é a mesma que está vigente hoje? (TEMPO) A lei processual vigente no 
Brasil vale em outro país (ESPAÇO)? NÃO. Toda norma jurídica tem eficácia limitada no espaço e no tempo, 
isto é, aplica-se apenas dentro de dado território e por certo período de tempo. 
 
- A norma jurídica possui limitações (e dimensões) > espaço e tempo. 
 
TERRITORIALIDADE – “lex fori” (lei do foro > localização): 
 
● Ordem Política = há necessidade que a lei esteja restrita a determinado local, pois há a questão da 
soberania nacional > para respeito e força da própria nação. 
● Ordem Prática = em sentido prático, não faz sentido o Brasil proferir uma sentença em seu território 
que tenha validade num país alheio qualquer. O que é feito aqui, deve estar vigente aqui. 
 
- Exemplos da territorialidade em artigos: CPC/13; CPP/1º; LINDB/7º a 11. 
 
TEMPORALIDADE – “tempus regit actum” (o tempo rege o ato): 
 
- Nesse caso, o tempo vai reger o ato processual (ato praticado dentro do processo > ex.: licitação, denúncia, 
mandado de segurança, retirar os autos, etc.) – qual a lei processual? A que está vigente na data do ato 
processual > respeitar o art. 5º, XXXVI da CF > a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito 
e a coisa julgada. 
 
Obs.: ato jurídico – que cria, modifica ou extingue direitos – ação humana; 
Fato jurídico (lato sensu) – ato jurídico e fato jurídico (strictu sensu) 
O que distingue: ação do ser humano (ato) 
Artigos da LINDB relacionados à temporalidade: 
Art. 1º, §3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o 
prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. 
§ 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. 
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. Vigência 
temporária, ex.: auxílio na pandemia; mudança na prescrição durante a pandemia. 
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou 
quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. Derrogação = revogação. No Brasil não 
ocorre repristinação se a lei não o exigir. 
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica 
a lei anterior. 
§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. 
Art. 6º § 1º Reputa-se (considera-se) ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em 
que se efetuou. Ato que foi praticado dentro do que a lei mandava e já consumado 
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como 
aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de 
outrem. Direito adquirido é aquele que já pertence ao indivíduo. 
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. Resultado de uma 
decisão que se torna imutável > decisão judicial transitada em julgado que não cabe mais nenhum recurso. 
Obs.: a perda de prazo pode transformar a ação em coisa julgada. 
Obs.: Não é honesto beneficiar o réu durante o processo civil > princípio da isonomia. Apenas no direito penal 
que se deve beneficiar o réu. 
 
 
Conflito da lei processual no tempo – sistemas/formas de solução: 
● Unidade processual = não adotado pelo Brasil > o processo que começou na vigência da lei antiga será 
protegido de forma que a nova lei não atingirá esse processo > o processo apresenta tal unidade que 
somente poderia ser regulado por uma lei única. 
● Fases processuais = não adotado pelo Brasil > o processo judicial é formado por diversas fases, 
podendo ser dividido o processo civil em 4 fases bem claras: postulatória; sanadora; instrutória ou 
probatória; decisória e alguns dizem existir a recursal. Cada uma dessas fases processuais autônomas 
é suscetível de ser disciplinada por lei diferente. Ex.: suponha que enquanto estava na 3ª fase, uma 
nova norma entrou em vigência > somente após o término dessa fase que essa nova norma entrará 
em vigência > precisa esperar terminar a 3ª fase > só na 4ª fase que começa a aplicação da nova lei. 
● Isolamento dos atos processuais = sistema adotado no Brasil. As fases também são compostas por 
diversos atos processuais > determinado ato processual é isolado dos demais e se o ato processual 
começou a ser realizado na vigência de antiga norma, ele deverá ser concluído na vigência dessa 
mesma norma > a lei nova não atinge os atos processuais já praticados nem seus efeitos, mas se aplica 
aos atos processuais a serem praticados, sem limitações relativas às fases processuais. 
CPC/14 = A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, 
respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da 
norma revogada. 
CPP/2º = A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados 
sob a vigência da lei anterior. 
Logo: 
- Os atos processuais do passado seguem sua vigência antiga. 
- Aquilo que será realizado no futuro segue a nova vigência.

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