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Mandado de Segurança

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL 
DA __ VARA FEDERAL DA COMARCA.../ ESTADO... 
 
 
 
 
 Mateus, Mexicano, estado civil..., profissão..., portador do Registro Geral sob o 
n°..., Cadastro de Pessoa Física n°..., residente a rua..., n°..., bairro..., cidade..., Estado..., 
e domiciliado a rua..., n°..., bairro..., cidade... Estado..., por intermédio de seu advogado 
abaixo assinado, conforme procuração em anexo, com escritório profissional localizado 
a rua..., n°..., bairro..., cidade..., Estado..., vem, respeitosamente, à presença de Vossa 
Excelência impetrar MANDADO DE SEGURANÇA, nos termos do artigo 5°, inciso 
LXIX, da Constituição Federal/88 c/c artigo 1° da Lei 12.016/09, em face do ato praticado 
pelo REITOR, brasileiro, estado civil..., reitor de universidade federal e agente de pessoa 
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público, inscrito no Registro Geral sob o 
n°..., portador do Cadastro de Pessoa Física n°..., residente a rua..., n°..., bairro... cidade..., 
Estado..., e domiciliado a Rua..., n°..., bairro..., cidade..., Estado..., e UNIVERSIDADE 
FEDERAL, entidade autárquica federal, pessoa jurídica a qual se vincula o reitor, com 
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica sob o n°..., e sede na Rua..., n°..., bairro..., CEP..., 
cidade..., Estado..., pelas razões e fundamentos que se passa a expor: 
 
1) DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA 
A impetração do mandado de segurança está prevista na Constituição Federal de 
1988, sendo cabível quando houvesse violação de direito líquido e certo e o responsável 
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no 
exercício de atribuições do Poder Público, conforme dispõe o Artigo 5°, LXIX, do 
referido códex. 
Devendo-se atentar também que pelo reitor estar a serviço de uma autarquia 
federal, o presente mandado de segurança deve ser endereçado ao juízo federal, conforme 
prevê o artigo 109, I, da Constituição Federal/88. 
Por fim, mas não menos importante, com relação ao prazo decadencial para a 
impetração do mandado de segurança, o prazo é de 120 dias, contados a partir da ciência 
do interessado da violação de seu direito líquido e certo, sendo assim, tempestiva a 
presente impetração conforme dispõe o artigo 23 da Lei dos Mandados de Segurança 
Individual e Coletivo, lei 12.016/09 c/c Súmula 632 do Supremo Tribunal Federal. 
 
2) DOS FATOS 
Ocorre que o impetrante nasceu no México e se mudou para morar no Brasil com 
seus pais, os quais também são mexicanos. Com isto, o mesmo foi aprovado no vestibular 
e realizou sua matricula no curso de engenharia civil, o qual, após um tempo, faltando 
apenas um semestre para finalizar o curso, decidiu se inscrever no concurso publico de 
determinada Universidade Federal brasileira, a qual é regida pela forma de autarquia 
federal, para provimento do cargo efetivo de professor e, um mês depois da colação de 
grau, foi publicado o resultado do concurso, o qual informava que o ora requerente havia 
se qualificado em primeiro lugar e seria nomeado em novembro de 2018. 
Entretanto, como o impetrante já tinha uma viagem marcada para o México, 
outorgou especifica para seu pai, Roberto, com o intuito de que este assinasse o termo de 
posse de seu filho que não estaria presente. No último dia previsto para a posse, Roberto 
compareceu a repartição pública da Universidade, momento em que o Reitor, o qual foi 
orientado pela assessoria jurídica, não permitiu a posse do requerente, justificando que 
estrangeiro não pode ser investido em cargo público, salientando também que dois outros 
fatores impediam isto, que seriam: a posse não pode ocorrer por meio de procuração e 
que o mesmo não havia cumprido um dos requisitos do cargo, que era possuir o diploma 
de nível superior em engenharia na data de inscrição do concurso. 
 
3) DO DIREITO 
Primeiramente e de forma meritória, é importante se destacar o erro cometido pelo 
Reitor e pela assessoria jurídica da universidade, vez que impediram a posse do 
impetrante sob a alegação de que o mesmo não possuía diploma e nem habilitação 
profissional na época de inscrição no certame público, agindo erroneamente, pois de 
acordo com a Súmula 266 do STJ, a exigência de habilitações só pode ser feita no 
momento da posse/investidura do cargo público e não no da inscrição. 
Súmula 266 STJ: O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve 
ser exigido na posse e não na inscrição para o concurso público. 
 
Além disto, ainda no mérito, requer salientar o segundo erro cometido pelo Reitor 
e pela assessoria da Universidade, ao não permitir que o impetrante tomasse a posse por 
meio de seu genitor, o qual possuía procuração especifica para o ato, de acordo com o 
Artigo 13 §3° da Lei 8.112/90, sendo assim, Mateus não poderia ter sua investidura no 
cargo público negada pelo reitor ou qualquer outra autoridade da Universidade quando 
seu pai Roberto foi na repartição praticar o ato designado, conforme artigo abaixo 
transcrito: 
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão 
constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes 
ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por 
qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei. 
[...] 
§ 3o A posse poderá dar-se mediante procuração específica. 
 
 
Por fim, mas ainda no mérito, deve-se analisar o Artigo 5° § 3° da Lei 8.112/90, 
o qual ressalta que os estrangeiros podem sim tomar posse de cargos públicos em 
universidades, havendo assim uma violação aos direitos de Mateus, visto que foi negado 
sua posse com base em sua nacionalidade, infringindo o artigo abaixo transcrito: 
Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo público: 
[...] 
§ 3o As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica 
federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas 
estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei. 
 
4) DA TUTELA DE URGÊNCIA 
Preliminarmente, se faz necessário destacar que o artigo 300, caput e parágrafo 
2°, do Código de Processo Civil, afirma que a tutela de urgência será concedida quando 
houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco 
ao resultado do processo ao final da demanda, conhecidos também na doutrina como 
Fumus Boni Iuris e Periculum In Mora. 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que 
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado 
útil do processo. 
[...] 
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação 
prévia. 
 
Como é possível verificar, no presente caso teve violação aos artigos 5°§3° e 13§ 
3°, ambos da Lei 8.112/90 e da Súmula 266, do Superior Tribunal de Justiça, vez que a 
posse pode ser feita por procuração específica e não se pode requerer que o diploma ou 
habilitação legal para a futura investidura do cargo seja exigida no ato de inscrição, apenas 
na posse. 
 Sendo assim, se torna claro que, caso seja concedido o direito apenas no final do 
processo, há a possibilidade de se tornar irreversível o ato realizado pela parte impetrada, 
dado o risco real de não existir dotação orçamentaria para futura nomeação do impetrante. 
 
5) DO PEDIDO 
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência que a ordem seja concedida, 
assegurando ao impetrante do presente Mandado de Segurança o direito de especificação 
e que ocorra a suspensão do ato impugnado até a decisão da presente causa, além disto: 
a) Requer a notificação da autoridade coatora, a qual pode ser encontrada no 
endereço referido na qualificação das partes, do inteiro teor desta exordial, 
entregando-lhe a segunda via acompanhada de todos os documentos anexos, 
para que a mesma preste as informações que julgar necessárias no prazo de 
dez dias, nos termos doartigo 7°, I, da Lei 12.016/09 (Lei de Mandados de 
Segurança) 
b) Requer também que se dê ciência do fato ao órgão de representação judicial 
da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem os 
documentos anexos, para que, querendo, ingresse no feito, nos moldes do 
artigo 7°, II, da Lei 12.016/09 
c) Requer que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, conforme artigo 7°, 
III, da Lei 12.016/09 
d) Requer que seja concedida a liminar, determinando a suspensão dos efeitos da 
decisão do Reitor, determinando a posse imediata de Mateus, o impetrante, no 
cargo público. 
e) Requer também a concessão da segurança, confirmando a liminar concedida, 
para anular a decisão do Reitor e, por consequência, garantir o direito do 
impetrante à posse no cargo público. 
f) Requer por fim a condenação do impetrado no pagamento das despesas 
processuais na forma da lei. 
 
Dá-se para a presente ação o valor de: R$... 
 
Nestes Termos, 
Pede o deferimento. 
 
Cidade/Estado, [dia...], [mês...], [ano...] 
 
Advogado 
OAB N°..., SECCIONAL...

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