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Processo de Trabalho e Fluxograma Descritor

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Processo de Trabalho 
É o modo como se organiza o trabalho para a atividade 
produtiva da saúde 
 Objeto de Trabalho 
 Saberes 
 Instrumentos 
 O trabalho em si 
O trabalho em saúde se processa com base em uma 
rede de conversas onde o usuário é o centro do serviço 
de saúde. 
Rede de conversas é imanente ao Processo de 
trabalho, ou seja, sempre haverá a articulação de 
diversas unidades e equipes, saberes, fazeres, 
subjetividades, singularidades, atuando de modo 
correlato para fazer com que o cuidado se realize. 
“Para o institucionalismo (imanência) expressa a não-
separação entre os processos econômicos, políticos, 
culturais (sociais em sentido amplo), os naturais e os 
desejantes. Todos eles são coextensivos, intrínsecos e 
só separáveis com finalidades semânticas ou 
pedagógicas” (BAREMBLITT, 1992, p. 176). 
Os trabalhadores da saúde em atividade, através do 
trabalho vivo em ato, fazem rizoma, operando com 
base em fortes conexões entre si, onde a ação de 
alguns complementa a ação de outros e vice-versa. Há 
um dinâmico e rico cruzamento de saberes e fazeres, 
tecnologias, subjetividades, e é a partir desta 
configuração do trabalho, como um amálgama, que os 
atos de saúde se tornam produtivos e realizam o 
cuidado. 
Pelo fato de os trabalhadores de saúde em atividade 
abrirem espaços de fala e de escuta entre si, estes 
espaços relacionais vão mediando seu processo de 
trabalho. Revelam para nós que “estabelecer relações” 
é um saber intrínseco à atividade laboral. É como se 
não existisse uma auto-suficiência no trabalho em 
saúde, ou seja, nenhum trabalhador poderia dizer que 
sozinho consegue ter uma resolutividade que seja 
satisfatória, do ponto de vista da realização de um 
projeto terapêutico centrado nas necessidades dos 
usuários. 
A rede que se forma e as ações assistenciais fazem com 
que uns encontrem potência em outros – o processo 
produtivo é altamente relacional. As relações se dão a 
partir de pactuações que ocorrem entre as equipes de 
saúde, que podem ser explícitas ou não, e são 
resultado de tensões e conflitos que se produzem no 
ato de constituição da gestão do cuidado ou podem se 
formar a partir de acordos constituídos 
harmoniosamente; o fato é que não há um pressuposto 
de como o pacto relacional é dado. 
Admitimos a ideia de que os fluxos-conectivos nas 
relações que operam a micropolítica do processo de 
trabalho podem se dar até mesmo sem um pacto, mas 
apenas por fluxos de alta densidade capazes de operar 
vias comunicacionais na dimensão do simbólico e 
subjetivo, e não necessariamente verbais e cognitivas. 
Significa que o trabalho vivo em ato é autogovernável 
e, portanto, passível de subverter a ordem e a norma, 
e abrir linhas de fuga em que ele possa se realizar com 
maiores graus de liberdade, mostrando sua potência 
criativa. E isso, quando os trabalhadores de saúde 
desejam, eles fazem e operam nas suas relações outros 
fluxos de conexão com suas equipes, outras unidades 
de saúde e principalmente com os usuários. Nesses 
casos o cuidado vai se produzir na rede que se formou 
e não na estrutura que permanece rígida sob o império 
da norma. 
 
→ Dinâmico: pode assumir diferentes modelagens e 
tem muita capacidade de mudança 
→ Diverso: pode haver características diferentes e até 
divergentes em uma mesma Unidade ou Equipe de 
Saúde. 
→ Dependente da ação Humana 
→ Centrado no saber e pessoa do médico: herança do 
modelo biológico 
→ Voltado a produção de procedimentos: anulação do 
campo cuidador 
→ Fragmentado pela especialização como modelo 
produtivo 
Fluxograma Descritor 
É a representação gráfica do processo de trabalho, 
buscando perceber os caminhos percorridos pelo 
usuário, quando procura assistência e sua inserção no 
Serviço. O Fluxograma permite um olhar agudo sobre 
os fluxos existentes no momento da produção da 
assistência à saúde, e permite a detecção de seus 
problemas. 
A construção do fluxograma se deu de forma coletiva, 
buscando no registro de memória da equipe que fazia 
o atendimento ao adulto, os passos seguidos pelo 
usuário, em busca da resolução do seu problema, nos 
diversos espaços produtores de assistência na Unidade 
de Saúde. O processo de construção coletiva, além de 
apresentar um produto rico, permeado por múltiplos 
saberes, tem o efeito de formar uma opinião entre os 
trabalhadores em torno da realidade, uma consciência 
na equipe dos problemas enfrentados pelo usuário, 
como consequência da organização do processo de 
trabalho. O grupo produz uma organização do seu 
pensamento, consciente, que lhe dá a real dimensão de 
como são produzidas as ações de saúde, o que muitas 
vezes não é percebido pelos trabalhadores, dado uma 
certa compartimentação e até mesmo uma 
“automatização” do trabalho. 
Outra questão importante a verificar, é o fato de que a 
atividade de construção do fluxograma é lúdica, 
motivando os trabalhadores à participação, processo 
que é reforçado pelas descobertas realizadas por cada 
um, à medida em que se constroem o fluxo e cada 
profissional vai se percebendo na “cadeia produtiva” 
da assistência à saúde dentro da sua Unidade. 
Então, o fluxograma descritor se constitui numa 
ferramenta que interroga os “para que?”; os “que?” e 
os “como?” do processo de trabalho e cujas funções 
são: 
 Revelar o processo de trabalho; 
 Identificar os nós críticos do processo de 
trabalho; 
 Contribuir para o planejamento e 
reorganização do processo de trabalho; 
 Analisar o modelo assistencial praticado por 
uma unidade ou equipe de saúde; 
 Dispersar processo de auto-análise na equipe 
de saúde; 
 Servir como banco de dados, pois é a memória 
dos trabalhadores. 
Além disso, o fluxograma tem o objetivo de disparar 
um processo de coletivização da gestão do trabalho 
cotidiano e traduzi-lo para um formato que seja visível 
e partilhável por todos, para que, a partir disto, possam 
ser traçadas algumas intervenções que se mostrarem 
necessárias. Ademais, o fluxograma permite 
instrumentalizar o trabalhador na gestão do seu 
próprio processo de trabalho. 
Para a sua visualização, o fluxograma utiliza símbolos, 
sistematizados num diagrama que representa o modo 
de organizar os processos de trabalho, que vinculam 
entre si em torno de certa cadeia de produção do 
cuidado. 
 
 
 
 
• Revelar o processo de trabalho. 
• Identificar os nós-críticos do processo de trabalho. 
• Contribuir para o planejamento e a reorganização do 
processo de trabalho. 
• Analisar o modelo assistencial praticado por uma 
unidade ou equipe de saúde. 
• Disparar processo de autoanálise na equipe de saúde. 
• Providenciar material 
• Reunir equipe de saúde e explicar o que é (função e 
como elaborar) 
• Definir um “elemento traçador” para elaborar. (ex: 
demanda espontânea, cuidados a hipertensão, 
cuidado materno-infantil, etc...). 
• Elaborar o fluxograma centrado no usuário. 
• Direcionar as perguntas sobre o trabalho da equipe 
estimulando com que os próprios trabalhadores falem 
ELIPSE LOSANGO RETÂNGULO 
Entrada 
e Saída 
Decisão Ação 
sobre seu processo de trabalho, elaborando o 
fluxograma. 
• Registrar todo detalhe que considera importar. Ex: 
filas, esperas, agendamentos. 
O fluxograma é composto por 3 etapas. 
1ª etapa: retrata a entrada da Unidade e o acesso à consulta médica. Se formos pensar a Unidade Básica de Saúde, 
dividida em Unidades de Produção de Serviços, temos nesta etapa representados os fluxos da Unidade de Recepção, 
a Unidade de Consulta Médica e a Unidade de Prontuários. 
 
A outra fase do fluxograma (abaixo), demonstra o leque de serviços ofertados pelo cardápio da Unidade, e que são 
acionados a partir da consulta médica. Estes serviços demandados pelo médico, são encaminhados a partir da 
recepção. 
2ª etapa: representação de como se dá o desenvolvimento do fornecimento de medicamentos,após a prescrição do 
médico. Aqui está representada como a Unidade de Dispensação de Medicamentos (Farmácia): Após verificar a 
prescrição, a recepção checa a existência do medicamento em estoque da farmácia e tendo o medicamento, 
encaminha o usuário para o recebimento do mesmo. Sendo fornecido o medicamento, o usuário tem por encerrado 
seu trajeto na Unidade. 
Porém, se não há o medicamento, o usuário é questionado pelo funcionário do serviço, se ele pode comprá-lo. Se sim, 
é orientado a adquirir o medicamento em farmácia privada. Se não, é orientado a procurar a Secretaria de Ação Social 
que vai julgar seu “grau de carência econômica/financeira” e se estiver dentro dos critérios desta Secretaria, ele 
poderá receber dela o medicamento necessitado, se não, este não será fornecido. 
3ª etapa: o fluxograma retrata em primeiro lugar, a demanda por retornos às consultas. É retratado abaixo também, 
o fluxo de encaminhamentos, que são realizados pela Unidade de Recepção, ou ao especialista ou para procedimentos 
ambulatoriais que não são realizados pela Unidade Básica de Saúde Central.

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