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COLPOCITOLOGIA DO COLO UTERINO · Citologia · Laudo citológico (Bethesda system 2001 e INCA) 1. Tipos da amostra · Citologia. · Convencional. · Em meio líquido (descrever o sistema utilizado). 2. Amostra rejeitada por: · Ausência ou erro de identificação da lâmina e/ou do frasco. · Identificação da lâmina e/ou do frasco não coincidente com a do formulário. · Lâmina danificada ou ausente. · Causas alheias ao laboratório (especificar). · Outras causas (especificar). 3. Adequabilidade da amostra · Satisfatória. · Insatisfatória: · Sangue. · Piócitos. · Artefatos de dessecamento. · Contaminantes externos. · Intensa superposição celular. · Outros (especificar). Nestes casos, a mulher deve repetir o exame em 6 a 12 semanas com correção, quando possível, do problema que motivou o resultado insatisfatório. 4. Epitélios possivelmente representados na amostra · Escamoso. · Glandular (não inclui o epitélio endometrial). · Metaplásico. 5. Dentro dos limites da normalidade, no material examinado. 6. Alterações celulares benignas (ativas ou reparativas). 7. Atipias celulares · Células atípicas de significado indeterminado. · Escamosas (ASC): · Possivelmente não neoplásicas (ASC-US de Bethesda). · Não podendo excluir lesão intraepitelial de alto grau (ASC-H de Bethesda). · Glandulares (AGC): · Possivelmente não neoplásicas. · Não se pode afastar lesão intraepitelial de alto grau. · De origem indefinida: · Possivelmente não neoplásicas. · Não se pode afastar lesão intraepitelial de alto grau. · Em células escamosas · Lesão intraepitelial de baixo grau – LSIL (compreendendo efeito citopático pelo HPV e NIC grau 1). · Lesão intraepitelial de alto grau – HSIL (compreendendo NIC graus 2 e 3). · Lesão intraepitelial de alto grau, não podendo excluir microinvasão. · Carcinoma epidermoide invasor. · Em células glandulares · Adenocarcinoma in situ (AIS). · Adenocarcinoma invasor: cervical; endometrial; sem outras especificações. · Outras neoplasias malignas. · Presença de células endometriais (na pós-menopausa ou acima de 40 anos, fora do período menstrual). 8. Microbiologia · Chlamydia, Gonococo e Trichomonas: mesmo que sintomatologia ausente (como na maioria dos casos de infeção por Chlamydia e Gonococo), seguir esquema de tratamento da mulher e parceiro, além de oferta de sorologias e orientações. · Organismos fúngicos morfologicamente consistentes com Candida spp.: tratar apenas em caso de queixa clínica de corrimento vaginal. · Substituição na flora sugestiva de vaginose bacteriana. · Bactérias morfologicamente consistentes com Actinomyces spp: bactéria encontrada no trato genital de 10 a 20% de mulheres usuárias de DIU; raramente estão presentes em não usuárias. A conduta é expectante: não se trata, não se retira o DIU. · Alterações celulares consistentes com o vírus herpes simples: o tratamento em caso de presença de lesões ativas de herpes genital. A colpocitologia oncótica não é método com acurácia diagnóstica suficiente para o diagnóstico de infecções microbianas, inclusive por ISTs. No entanto, diante da indisponibilidade de realização de métodos mais sensíveis e específicos para confirmar a presença destes micro-organismos, tais achados microbiológicos são oportunidade para a identificação de agentes que devem ser tratados. 9. Outros achados não neoplásicos (descrição opcional) · Alterações celulares reativas associadas à · Inflamação (incluindo reparo típico): tratar apenas em caso de queixa clínica de corrimento vaginal. · Radiação. · Dispositivo intrauterino (DIU). · Estado das células glandulares pós-histerectomia. · Atrofia (colpite atrófica [atrofia + inflamação?]): se o laudo do exame citopatológico mencionar dificuldade diagnóstica decorrente da atrofia, a estrogenização deve ser feita por meio da via vaginal. · Condutas em anormalidades citológicas 1. Células escamosas atípicas de significado indeterminado (achado mais comum, ASC-US): resultado indeterminado, no qual os achados são insuficientes para caracterizar uma lesão intraepitelial escamosa ou carcinoma escamoso, sendo considerado um resultado de exclusão. · Células escamosas atípicas de significado indeterminado possivelmente não neoplásico (ASC-US): podem preceder o diagnóstico de NIC 2 e 3, mas raramente se associam a casos de câncer. · < 25 anos: repetir citologia a cada três anos. · 25-29 anos: repetir citologia anualmente. · 30 anos: repetir citologia semestralmente. · Segunda citologia negativa: retorna ao rastreamento trienal. · Segunda citologia alterada: realização de colposcopia. · Células escamosas atípicas de significado indeterminado em que não se pode afastar lesão de alto grau (ASC-H): podem preceder lesões de alto grau em 25% dos casos. · Colposcopia imediata! 2. Atipia em células glandulares (AGC): são atipias provindas da endocérvice, endométrio ou outra localização, que implicam alto risco de neoplasias. · Colposcopia imediata. · Nova análise citológica. · Avaliação endometrial > 35 anos. · Avaliação endometrial < 35 anos, se houver SUA ou se a citologia sugerir origem endometrial. · Teste DNA-HPV: pode ser recomendado como instrumento de avaliação inicial (que é diferente de rastreamento, pois a citologia compatível com AGC exige investigação complementar). 3. Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (LSIL): compatíveis com a manifestação citológica de NIC 1 e de infecção por HPV. Nestes casos, é válido lembrar que em mulheres em idade reprodutiva a prevalência do HPV é alta e a remissão costuma ser espontânea. · < 25 anos: repetir citologia após três anos, pois a exérese da lesão está contraindicada nessa faixa etária. · > 25 anos: repetir citologia após seis meses. · Se nova citologia alterada: colposcopia imediata. · Se nova citologia negativa: seguimento semestral. Se a citologia de repetição for negativa, retorna a rotina trienal. 4. Lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL)/não podendo excluir microinvasão ou carcinoma epidermoide invasor: engloba características citológicas de NIC 2 e 3 e traz risco aumentado para carcinoma invasor. Portanto, a conduta inicial para TODAS as mulheres deve ser colposcopia. · Histerectomizadas totalmente: se a histerectomia se deu por lesões benignas, sem história prévia de diagnóstico ou tratamento de HSIL, pode-se estabelecer alta do exame. Caso a histerectomia foi secundária a lesões HSIL, a mulher deverá ser acompanhada de acordo com a lesão tratada. · Menopausadas: maior chance de falsos-positivos, pela atrofia endometrial. Antes de qualquer conduta posterior, deve-se realizar estrogenioterapia tópica prévia. · Imunossuprimidas (HIV+, transplantadas de órgãos sólidos, em tratamento de câncer e usuárias crônicas de corticoide): realização de citologia semestralmente durante o primeiro ano de investigação. Se normal, prosseguir com seguimento anual. Em mulheres HIV+, com contagem de TCD4 < 200 células/mm³, mantém-se o rastreamento semestral até a normalização dos níveis de TCD4. A colposcopia está indicada a partir da primeira citologia alterada! · Colposcopia Embora seja recomendado evitar o período menstrual, não deve ser adiado se houver lesão macroscópica sugestiva de câncer ou se o SUA estiver ocorrendo. · Não há contraindicação absoluta. · Entre as contraindicações relativas, tem-se apenas a infecção do trato reprodutivo e a HAS grave descontrolada. 1. Solução salina 0,9%: ajuda a remover o muco cervical e permite avaliar o padrão vascular e o contorno superficial, principalmente sob o uso de luz verde-azul, que proporciona maior contraste e definição do padrão vascular. 2. Ácido acético 3 a 5%: aglutina reversivelmente a cromatina nuclear, logo, as lesões assumem diferentes tons de branco, dependendo do grau de densidade nuclear anormal (alteração acetobranca). 3. Solução de lugol (teste de Schiller): colore as células epiteliais escamosas maduras (estrogenizadas) com alto teor de glicogênio celular. Em células displásicas, em que a diferenciação celular é insuficiente, há menor teor de glicogênio e, portanto, a coloraçãoé parcial, resultando em vários tons de amarelo. Pelo mesmo princípio, serve para delimitar a zona de transformação ativa, visto que a metaplasia escamosa imatura não se colore tão intensamente. · Colposcopia normal · Epitélio escamoso da ectocérvice: superfície inexpressiva, lisa de cor rosa pálido, com vasos sanguíneos profundos (não tão visíveis). · Maduro. · Atrófico. · Zona de transformação: pode haver cistos de Naboth (epitélio glicogenado), além disso, seu epitélio é ligeiramente acetobranco, sugerindo metaplasia escamosa, e possui aberturas glandulares. · Tipo 1: completamente ectocervical e totalmente visível. · Tipo 2: tem um componente endocervical totalmente visível. · Tipo 3: tem um componente endocervical que não é totalmente visível. · JEC ectópica ou reversa. · Epitélio colunar secretor da endocérvice: cor vermelha, de aspecto polipoide em virtude da invaginação de picos e vales glandulares, com vasos sanguíneos superficiais. · Ectopia · Classificação das anormalidades na colposcopia · Margem da lesão · Margens irregulares: lesões de baixo grau. · Margens regulares nítidas: lesões de alto grau. · Cor da lesão (grau de brancura e duração do acetobranqueamento) · Branco brilhante que desaparece rapidamente: lesões de baixo grau. · Branco opaco e persistente: lesões de alto grau. · Coloração com iodo · Parcial: lesões de baixo grau. · Negativa: lesões de alto grau. · Padrão vascular · Vasos estreitos, com distâncias intercapilares curtas e uniformes (pontilhado ou em mosaico): lesões de baixo grau. · Vasos de grandes e variáveis diâmetros e espaçamentos: lesões de alto grau. · Vasos atípicos de calibre, forma e curso irregulares: câncer. · Índice colposcópico de Reid · Principais achados anormais · Não específicos: leucoplasia e erosão. · NIC 1 (deve-se fazer diagnóstico diferencial com a metaplasia imatura) · Localização e expressão morfológica variáveis. · Margens difusas, assimétricas, geográficas ou indistintas. · Acetobranqueamento branco claro translúcido, branco neve ou branco acinzentado. · Vasos pontilhados ou em mosaico delicado. · Ocupa apenas um quadrante. · Comprimento médio: 2,8mm. · Profundidade média (rasas): 2mm. · Uni ou multifocais. · Lesões satélites associadas. · NIC 2 · Lesões próximas ou adjacentes à JEC. · Maculares e espessas. · Contorno variável, mas menos irregular que a NIC 1. · Acetobranqueamento branco básico, fosco ou branco médio. · Vasos de calibre fino a médio, com distribuição heterogênea. · Comprimento médio: 5,8mm. · Profundidade média: 3mm. · Unifocais. · NIC 3 · Ao longo da JEC. · Maculares, espessas, elevadas ou achatadas. · Contorno regular redondo ou reto. · Bordas em desprendimento. · Acetobranqueamento cinza-ostra opaco, branco denso. · Vasos dilatados com padrões grosseiros ou ausentes. · Orifícios glandulares espessados. · Ocupa mais de um quadrante. · Comprimento médio: 7,5mm. · Profundidade média: < 1,6mm. · Unifocais. · Existem focos de microinvasão ocultos. · Câncer · Superfície irregular, erodida. · Aparência granular. · Vasos atípicos. · Massas. · Projeções. · Áreas de necrose. · Miscelânea. 4. Biópsia: há indicação de biópsia de todas as lesões visualizadas, independentemente da impressão colposcópica. 5. Amostragem endocervical (coleta de amostra endocervical por curetagem [CEC]): indicações específicas. A colposcopia satisfatória é aquela em que se visualiza adequadamente a JEC cervical e os limites superiores de todas as lesões visualizadas, pois as patologias mais graves tendem a localizar-se no limite proximal/cefálico da zona de transição. · Se insatisfatória inicialmente, o espéculo endocervical é uma opção para auxiliar na visualização.
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