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CÂNCER DE COLO DE ÚTERO

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Julia Paris Malaco – ambulatório ginecologia 
Lesões no colo do útero 
 
Neoplasia intraepitelial 
cervical 
 
NIC, antigamente chamada de displasia, significa 
crescimento e desenvolvimento desordenados 
do revestimento epitelial da cérvice. 
 
Existem vários graus de NIC. 
 Displasia leve, ou NIC I: é definida como 
crescimento desordenado do terço inferior 
do revestimento epitelial. 
 Displasia moderada, ou NIC II: A maturação 
anormal dos dois terços inferiores do 
revestimento. 
 Displasia grave, NIC III: compreende mais de 
dois terços da espessura epitelial, com 
carcinoma in situ (CIS) representando 
dismaturidade de espessura total. 
 
Enquanto as lesões avaliadas histologicamente 
são caracterizadas utilizando a nomenclatura 
NIC, os esfregaços citológicos são classificados 
de acordo com o sistema de Bethesda. 
Em poucas palavras, células escamosas atípicas 
são divididas 
 ASC-US: significância não determinada 
 ASC-H: nas quais uma lesão de alto grau não 
pode ser excluída. 
 
 A lesão intraepitelial escamosa de grau baixo 
(LSIL) compreende mudanças citológicas 
consistentes com atipia cilocítica ou NIC I. 
 A lesão intraepitelial escamosa de grau alto 
(HSIL) denota os achados citológicos 
correspondentes a NIC II e NIC III. 
Pode-se suspeitar de NIC devido a um esfregaço 
citológico anormal, mas o diagnóstico é 
estabelecido por biópsia cervical. 
 
Como atualmente não é possível predizer quais 
lesões irão progredir, recomenda-se que todas as 
pacientes com NIC II e NIC III sejam tratadas 
quando diagnosticadas. 
As únicas duas exceções para essa recomendação 
dizem respeito a adolescentes, nas quais a NIC II 
pode ser acompanhada, visto que a regressão 
espontânea é substancial e o risco de câncer quase 
zero, bem como às mulheres grávidas, nas quais o 
tratamento deve ser adiado para o período pós-
parto. 
 
Alguns fatores de risco são: relações sexuais, início 
precoce da atividade sexual, um parceiro sexual 
de alto risco (história de múltiplas parceiras 
sexuais, infecção por papilomavírus humano 
[HPV], neoplasia do trato genital inferior, ou 
exposição sexual prévia a alguém com neoplasia 
cervical), uma história de infecções sexualmente 
transmissíveis (ISTs), tabagismo, infecção por vírus 
da imunodeficiência humana (HIV), síndrome da 
imunodeficiência adquirida (aids), outras formas 
de imunossupressão, multiparidade e uso de 
pílula contraceptiva oral de longo prazo. Os HPVs 
são o fator etiológico principal no 
desenvolvimento de NIC e de câncer cervical 
 
Prevenção: vacinação - essas vacinas para HPV 
são profiláticas e não terapêuticas. Assim, a 
imunização com vacina de HPV é mais eficaz em 
mulheres ou homens que não tenham sido 
infectados com HPV (p. ex., antes da iniciação 
sexual). 
 
Câncer de colo de útero 
 
A quase totalidade dos canceres do colo do 
útero é de carcinomas que têm sua origem na 
junção escamocolunar e pode envolver células 
do epitélio escamoso, glandular, ou ambos. 
 
A idade média das pacientes no diagnóstico de 
câncer cervical é 51 anos. 
 
O carcinoma invasivo é precedido por neoplasia 
intraepitelial cervical escamosa (NIC) ou 
adenocarcinoma in situ (AIS), que podem evoluir 
para invasão, num processo geralmente lento. As 
lesões pré-cancerosas mais frequentes são 
relacionadas a células escamosas, as NICs, que 
são graduadas de acordo com a proporção de 
epitélio anormal. 
 A NIC1 indica uma infecção ativa por 
papilomavírus humano (HPV) e é 
considerada lesão de baixo grau com índice 
muito alto de regressão espontânea. Em 
geral, mulheres com NIC1 não precisam ser 
tratadas. 
 A NIC2 é considerada uma lesão de alto 
grau, porém apresenta remissão espontânea 
em cerca de 40% dos casos. 
Julia Paris Malaco – ambulatório ginecologia 
 Já a NIC3 tem as maiores probabilidades de 
evolução para câncer e essas lesões são 
universalmente tratadas. Cerca de 30% a 70% 
das mulheres com NIC3 ou AIS não tratadas 
podem progredir para carcinoma invasor 
num período de 20 anos ou mais. Menos de 
10% dos casos podem evoluir de NIC3 ou AIS 
para invasor em um ano ou menos. Ao 
invadir o estroma, o carcinoma se manifesta 
como úlcera, lesão exofítica ou infiltração 
profunda em tecidos adjacentes 
 
Prevenção: vacinação e exames de rotina – 
papanicolau 
 
HPV 
 
O HPV é epiteliotrópico. Uma vez que o epitélio é 
aguda-mente infectado por HPV, um dos três 
cenários clínicos ocorre: 
 Infecção latente assintomática; 
 Infecção ativa na qual o HPV sofre 
replicação vegetativa, mas não integração 
no genoma (p. ex., levando a condiloma ou 
NIC I); 
 Transformação neoplásica após integração o 
DNA do HPV oncogênico dentro do genoma 
humano. 
 
O papiloma vírus humano é transmitido pela via 
sexual, contato direto e via materno-fetal 
(gestação, intra e periparto). 
 
Tipos de lesões 
Clinica 
 Condilomas visíveis, verrucosos 
hiperpigmentados ou cor da pele. 
 Localizada intróito vaginal e lábios. 
 
Subclinica 
 Ocorre 90% das vezes. 
 Lesões micro ou maculopapulares, 
visualizáveis apenas após exposição ao 
ácido acético 5% → lesões acetobrancas, 
margens irregulares e superfície áspera, 
puntiforme ou em mosaico. 
 
Assintomática 
 A maioria dos indivíduos consegue eliminar o 
vírus naturalmente em cerca de 18 meses, 
sem que ocorra nenhuma manifestação 
 
Causas 
 
O câncer de colo uterino é causado pela 
infecção persistente por alguns tipos do 
Papilomavírus Humano - HPV (chamados de tipos 
oncogênicos). 
 Os tipos 16, 18 (70%), 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 
56, 58, 59, 68, 73 e 82 são considerados de 
alto risco oncogênico. 
 6 e 11 baixo grau 
 16, 18, 33, 36 alto grau 
 A infecção pelo HPV é necessaria, 
porem não suficiente para o 
desenvolvimento da neoplasia de colo 
uterino, 
 
Fatores de risco 
 
 Exposição ao HPV, especialmente ao 16 e 18. 
Início da atividade sexual precoce (<16 
anos), pela maior chance de infecção e 
tempo para progressão. 
 Multiparidade: quanto mais filhos, maior a 
propensão. 
 Múltiplos parceiros. 
 Fatores socioeconômicos, educacionais e 
culturais. 
 Menor cuidado em relação ao contágio 
 Ausência de acompanhamento médico 
 Substância cancerígena do esmegma e 
sêmen (histona e porfirina). 
 Pólipos cervicais. 
 Fatores genéticos. 
 Imunossupressão 
 
 
Sintomas 
 
Pode ser assintomático. 
 Paciente pode referir secreção vaginal 
amarelada, fétida e até sanguinolenta. 
 Ciclos menstruais irregulares. 
 Spotting intermenstrual (sangramento de 
escape). 
 Sangramento pós-coital. 
 Dor suprapúbica. 
 Anemia pela sangramento. 
 Dor lombar pelo comprometimento ureteral. 
 Alterações do hábito intestinal pela invasão 
retal 
 Metastase: a disseminaçao ocorre por via 
direta e linafatica – principalmente dos 
linfonodos pélvicos para os aorticos 
 
Sangramento vaginal anormal é o sintoma mais 
comum de câncer invasivo e pode ter a forma 
de secreção leucorreica com colo-ração de 
sangue, manchas escassas ou sangramento 
abundante. A leucorreia, normalmente 
sanguinolenta ou purulenta, odorífera e não 
prurítica, está presente com frequência. 
 
O padrão de crescimento pode ser endofítico, 
levando a um aumento em forma de barril da 
cérvice, ou exofítico, quando a lesão geral-
mente aparece como uma lesão friável, 
Julia Paris Malaco – ambulatório ginecologia 
sanguinolenta, tipo couve-flor da porção vaginal. 
A ulceração pode ser a manifestação primária 
de carcinoma invasivo; nos estádios iniciais, a 
mudança muitas vezes é superficial, de modo 
que ela pode se assemelhar a uma ectopia ou à 
cervicite crônica. Com a progressão da doença, 
a úlcera torna-se mais profunda e necrótica, com 
bordas endu-recidas e uma superfície friável, 
hemorrágica. Os fundos de saco vaginais 
adjacentes podem ser os próximos envolvidos. 
Eventu-almente,o envolvimento parametrial 
extenso pelo processo infil-trativo pode produzir 
um espessamento nodular dos ligamentos 
uterossacrais e cardinais, resultando em perda de 
mobilidade e de fixação da cérvice 
 
O diagnóstico do câncer do colo do útero é 
realizado pela história e exame físico. Quando 
invasivo, o carcinoma do colo do útero pode 
levar a sangramento vaginal anormal, 
sinusorragia, corrimento vaginal, dor pélvica, 
dispareunia e, em estádios avançados, quando 
há invasão do paramétrio com compressão dos 
ureteres, insuficiência renal pós-renal. 
 
Os seguintes exames são utilizados para 
diagnosticar carcinoma de colo do útero invasor: 
anamnese e exame físico geral, especular com 
colposcopia para visualização da lesão e biópsia, 
toque vaginal para avaliar o volume do colo, 
fundos de saco e paredes vaginais, toque retal 
para avaliar as mucosas, o esfíncter anal e os 
paramétrios (Cervical Cancer Treatment, 2002). 
Quando o carcinoma do colo é identificado 
apenas microscopicamente, o diagnóstico 
somente pode ser confirmado na peça da 
excisão da zona de transformação ou conização 
 
As variantes histológicas do carcinoma 
epidermoide cervical são descritas a seguir: 
 Basaloide: são tumores raros, agressivos, 
caracterizados por extensas ilhas sólidas de 
células neoplásicas imaturas, de núcleos 
hipercromáticos, com paliçada periférica e 
frequentes figuras de mitose. A ceratinização 
pode ou não estar presente 
 Verrucoso: essa variante, bem mais comum 
na região vulvar, apresenta-se como uma 
neoplasia bem diferenciada, de arquitetura 
pilífera e abundante ceratinização, com 
padrão de crescimento expansivo, em vez 
de infiltrativo. As células neoplásicas 
apresentam citoplasma eosinofílico 
abundante, com atipias nucleares discretas 
ou ausentes. As figuras de mitose, se 
presentes, encontram-se restritas às porções 
basais do epitélio. Não são observados 
coilócitos. Apresentam tendência à 
recorrência tumoral após excisão cirúrgica, 
mas não costumam exibir metástases 
 Papilífero: costumam ocorrer em mulheres no 
final da fase reprodutiva ou na pós-
menopausa, sendo observadas grandes 
massas exofíticas com excrescências 
papilíferas. À histologia, papilas delgadas a 
espessas com eixo fibroconjuntivo são 
revestidas por epitélio escamoso displásico e 
mitoticamente ativo, por vezes 
assemelhando-se à lesão intraepitelial 
escamosa de alto grau. O componente 
invasivo propriamente dito, o qual exibe 
citoplasma eosinofílico amplo, ocorre na 
base da papila e pode não ser encontrado 
em espécimes de biópsias superficiais, 
dificultando o diagnóstico 
 Linfoepitelioma-símile: trata-se de uma 
variante rara, semelhante à lesão de mesmo 
nome da rinofaringe. É composta por ninhos 
de células escamosas pouco diferenciadas, 
de permeio a exuberante infiltrado 
inflamatório linfocitário. As células tumorais 
apresentam núcleos vesiculosos e uniformes, 
com nucléolos proeminentes, com limites 
intercelulares imprecisos, conferindo aspecto 
sincicial à neoplasia. O prognóstico parece 
ser melhor do que o carcinoma epidermoide 
usual. É comum a associação com o vírus 
Epstein-Barr (EBV) 
 
Estadiamento e rastreio 
 
II Carcinoma estritamente confinado ao colo 
 
 
IA 
O câncer invasor o podeser identificado 
microscopicamente (todo tumor 
macroscópico, mesmo com invasão 
superficial deve ser classificado como IB). A 
invasão é limitada a até 5 mm de 
profundidade e até 7 mm de largura. 
IA1 Invasão do estroma ≤ 3,0 mm 
profundidade e ≤ 7,0 mm de largura. 
IA2 Invasão do estroma 3,0 mm e < 5,0 mm 
profundidade e ≤ 7,0 mm de largura. 
IB Lesões clínicas confinadas ao colo ou 
lesões pré-clínicas maiores que A. 
IB1 Lesão clínica até ≤ 4 cm no seu maior 
diâmetro. 
IB2 Lesão clínica > 4 cm no seu maior diâmetro. 
 
II 
O carcinoma se estende fora do colo 
uterino, mas não até a parede pélvica ou 
Julia Paris Malaco – ambulatório ginecologia 
terço inferior de vagina 
IIA1 Envolvimento até 2/3 superior de vagina, 
sem invasão até parede óssea. 
IIA2 Lesão clínica visível > 4,0 cm. 
IIB Envolvimento parametrial que não atinge a 
parede óssea. 
 
 
 
III 
O carcinoma envolve o terço inferior de 
vagina ou ao toque retal, não há espaço 
livre entre o tumor e a parede óssea. Todos 
os casos de hidronefrose ou rim não 
funcionante devem ser classificados como 
III, a não ser que tenha outra causa 
conhecida para essa hidronefrose ou rim 
não funcionante 
IIIA Envolvimento da parede inferior da vagina, 
sem extensão até parede óssea. 
IIIB Envolvimento até parede óssea, 
hidronefrose ou rim não funcionante. 
 
IV 
O carcinoma se estende além da pelve 
verdadeira ou envolve a mucosa da 
bexiga ou do reto 
IVA Envolve órgãos adjacentes. 
IVB Metástase a distancia 
 
Exame citopatologico. 
 
 Rastreamento se inicia aos 25 anos para 
mulheres que já realizaram atividade sexual. 
 Os dois primeiros exames devem ser 
realizados de forma anual e, caso ambos 
sejam negativos, realizar a cada 3 anos. 
 Os exames devem ser realizados até os 64 
anos nas mulhere sem doença neoplásica 
prévia, com dois últimos exames negativos 
 Para mulheres com mais 64 anos de idade e 
que nunca se submeteram ao exame 
citopatológico, deve-se realizar dois exames 
com intervalo de um a três anos. 
 Se ambos os exames forem negativos, essas 
mulheres podem ser dispensadas de exames 
adicionais. 
 Mulheres sem história de atividade sexual não 
devem ser submetidas ao rastreamento do 
câncer do colo do útero 
 
O rastreamento de citologia cervical é 
recomendado a cada três anos para mulheres 
de 21-29 anos. O teste de HPV não deve ser 
realizado nesse grupo de idade. As mulheres com 
30 anos ou mais devem ser rastreadas com 
citologia e coteste de HPV a cada cinco anos ou 
citologia isolada a cada três anos. 
 
O rastreamento deve ser descontinuado em 
mulheres com mais de 65 anos de idade com 
rastreamento consecutivo negativo nos 10 anos 
precedentes. 
Contudo, as mulheres que completaram seu 
acompanha-mento pós-tratamento para NIC II/III 
ou mais grave devem con-tinuar fazendo 
rastreamento de rotina por pelo menos 20 anos, 
mesmo que estenda o rastreamento além dos 65 
anos de idade 
 
As mulheres HIV-positivas devem ser rastreadas 
duas vezes no primeiro ano após o diagnóstico e 
depois anualmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rastreio em imunossuprimidas 
 Iniciar após o início da atividade sexual com 
intervalos semestrais no primeiro ano. 
 Caso ambos sejam normais, realizar 
seguimento anual enquanto houver a 
imunossupressão. 
 Se HIV+ com CD4+ <200 células mm³ deve-se 
realizar semestral até a correlação dos níveis. 
 
Rastreio em gestantes 
 Deve-se seguir as recomendações de 
periodicidade da faixa etária. 
 
Rastreio em pacientes com histerectomia 
 Histerectomia total por lesão benigna, sem 
história prévia de lesão de alto grau → excluir 
do rastreio. 
 Histerectomia por lesão precursora ou câncer 
de colo → acompanhar conforme a lesão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Julia Paris Malaco – ambulatório ginecologia 
Alterações citopatológicas 
ASC: 
 Células escamosas atípicas de significado 
indeterminado 
 Representa uma resposta exacerbada a uma 
inflamação ou amostra não representativa 
da lesão 
 
ASC-US: 
 Células escamosas atípicas de significado 
indeterminado possivelmente não 
neoplásicas 
 É responsável por 90% dos casos de ASC 
 Aumento nuclear 
 Alteração do formato do núcleo 
 Binucleação, com hipercromatismo discreto 
e com irregularidade 
 30 anos ou mais: repetir em 6 meses 
 25 a 29 anos: repetir em 1 ano 
 Menos de 25 anos: repetir em 3 anos 
 HIV + imunossupressão: colposcopia 
 Gestantes: varia com a idade 
 Pós menopausa diagnosticada – preparo 
com estrogênio antes de nova coleta 
 O ASC-USnão é exclusivo do HPV: pode estar 
nas vulvovaginites, puerperio, climaterio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ASC-H: 
 Células escamosas atípicas de significado 
indeterminado quando não se pode excluir 
lesão intraepitelial de alo grau 
 Refere-se a células escamosas atipicas, cujo 
achado não permite a exclusão de lesão de 
alto grau 
 Atipia de leve a moderada 
 Elevado risco de lesão de alto grau 
 Colposcopia se normal e com menos de 25 
anos, repetir em 1 ano 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Células glandulares atípicas: 
 Células glandulares atípicas de significado 
indeterminado, possivelmente não 
neoplásicas ou; 
 Células glandulares atípicas de significado 
indeterminado quando não se pode excluir 
lesão intraepitelial de alto grau 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Julia Paris Malaco – ambulatório ginecologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LSIL ou NIC I: 
 Lesão Intraepitelial escamosa de baixo grau 
(ate 1/3 do epitélio) 
 Essas alterações ocorrem em células epiteliais 
maduras (superficiais e intermediárias) 
 30 anos: repetir em 6 meses, se positivo fazer 
colposcopia, se negativo repetir 
semestralmente ate dois resultados negativos 
cnsecutivos depois voltar ao rastreio normal 
 Menos de 25 anos: citopatologico em 3 anos 
ou ao completar 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HSIL ou NIC II/III: 
 Lesão intraepitelial de alto grau 
 As alterações ocorrem em células epiteliais 
imaturas, tais como as parabasais, basais e as 
metaplásicas 
 A “fila indiana” pode ocorrer no carcinoma in 
situ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Julia Paris Malaco – ambulatório ginecologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Carcinoma invasor de células escamosas 
 É uma neoplasia maligna que atinge a 
membrana basal, estroma e tem 
capacidade metastática 
 É o segundo tipo de câncer mais comum 
entre mulheres 
 carninoma queatinizante, carcinoma não 
queratinizante, carcinoma de pequenas 
células 
 
Adenocarcinoma in situ: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teste de HPV 
 
O teste de HPV de alto risco está sendo usado 
para rastreamento de câncer cervical nos 
seguintes cenários: 
 Como um teste de rastreamento para 
citologia cervical de células escamosas 
atípicas de significância indeterminada (ASC-
US) em mulheres com 21 anos de idade ou 
mais, com teste de HPV reflexo no 
conservante residual da citologia em meio 
líquido. 
 Como um teste de rastreamento para lesões 
intraepiteliais escamosas de grau baixo (LSIL) 
em mulheres na pós-menopausa. 
 Como um teste de acompanhamento após 
NIC I ou colposcopia negativa em mulheres 
com ASC-US, ASC-H, LSIL ou células 
glandulares atípicas (AGCs). 
 No acompanhamento após tratamento para 
NIC II/III. 
 Como um adjunto da citologia para o 
rastreamento primário em mulheres com mais 
de 30 anos. 
 
O teste de HPV combinado com um esfregaço 
de citologia cervical foi aprovado como uma 
abordagem de rastreamento primário na 
paciente com 30 anos ou mais, que ainda tem 
seu útero e não tem imunossupressão. Se os dois 
resultados forem negativos, o rastreamento com-
binado não deve ser repetido por cinco anos. 
 
Se o teste de citologia e o de HPV forem 
positivos, o rastreamento para colposcopia 
ocorre conforme descrito anteriormente. Se a 
citologia for normal, mas o teste de HPV for 
positivo, recomenda-se repetir o teste de 
citologia e de HPV em 6-12 meses, com 
colposcopia naquele ponto se qualquer um dos 
testes for anormal. 
Teste específico do tipo para HPV-16 e HPV-18 foi 
aprovado recentemente pela FDA e pode ser 
utilizado como um adjunto para mulheres com 
resultados citológicos negativos mas teste de 
HPV de alto risco positivo. 
 
Para pacientes com ASC-US, o teste de HPV 
reflexo é a abordagem preferida, com o 
rastreamento de mulheres com teste positivo de 
HPV de alto risco para colposcopia. O teste de 
HPV reflexo refere-se à coleta simultânea de uma 
amostra para citologia cervical e teste de HPV, 
com o teste de HPV sendo realizado apenas no 
caso de um rastreamento citológico anormal. 
Para ASC-US, essa abordagem é a mais 
custoefetiva e tem uma sensibilidade igual ou 
maior para NIC II/III na taxa de encaminhamento 
mais baixa para colposcopia em comparação às 
as duas abordagens alternadas (citologia 
frequente e seriada ou colposcopia imediata). 
As mulheres com um esfregaço de ASC-US e um 
teste de HPV negativo são acompanhadas com 
Julia Paris Malaco – ambulatório ginecologia 
um esfregaço de citologia cervical em um ano. 
O valor do teste de HPV para o rastreamento de 
pacientes na pré-menopausa com LSIL é limitado 
porque quase 85% das lesões são positivas para 
HPV. 
 
Colposcopia 
 
A colposcopia é a técnica primária para a 
avaliação de um esfregaço de citologia cervical 
anormal. 
 
É necessária a amostra de três Epitélios: 
Escamoso, glandular, metaplasico 
 
É no epitélio metaplasico que o HPV tem 
preferência 
As indicações para colposcopia são: 
 Esfregaço de citologia cervical ou teste de 
HPV anormal; 
 Cérvice clinicamente anormal ou de 
aparência suspeita; 
 Sangramento intermenstrual ou após relação 
sexual inexplicado; 
 Neoplasia vulvar ou vaginal; ou 5. História de 
exposição ao DES in utero. 
 
Os achados normais são: 
 Do epitélio escamoso original, que se estende 
da junção vulvo-vaginal mucocutânea até a 
junção escamocolunar original. 
 Da zona de transformação, que é o epitélio 
escamoso metaplásico entre a junção 
escamocolunar original e a junção 
escamocolunar ativa. A junção 
escamocolunar original é a junção entre o 
epitélio escamoso estratificado da vagina e 
da ectocérvice e o epitélio colunar do canal 
endocervical. Em dois terços dos bebês do 
sexo feminino, essa junção escamo-colunar 
original está localizada na ectocérvice, 
próximo de um terço no canal endocervical 
e em um subconjunto muito pequeno fora 
dos fundos de saco vaginais. Durante o ciclo, 
de vida de uma mulher, a junção 
escamocolunar “migra” como uma 
consequência de várias influências 
hormonais e ambientais que alteram o 
volume cervical e causam metapla-sia 
escamosa de células colunares 
endocervicais viradas do avesso. Após a 
menarca, a junção escamocolunar 
geralmente é encontrada na ectocérvice, 
com eversão adicional durante a gravidez. 
Na paciente na pós-menopausa, a junção 
esca-mocolunar está com frequência dentro 
do canal endocervi-cal. Essa metaplasia 
escamosa é um processo dinâmico, e a 
neoplasia cervical origina-se quase 
invariavelmente dentro da zona de 
transformação. Se a nova junção 
escamocolunar for visualizada na sua 
totalidade, o exame colposcópico é 
chamado de satisfatório; se ela não for 
completamente visu-alizada, o exame é 
chamado de insatisfatório. 3. Do epitélio 
colunar do canal endocervical. 
 
Os achados anormais indicativos de displasia e 
de CIS são: 
 Leucoplaquia ou hiperceratose, que é uma 
área de epitélio branco, espessado, que é 
apreciada antes da aplicação de ácido 
acético e pode indicar neoplasia subjacente. 
 Epitélio acetobranco, que é epitélio que fica 
branco após a aplicação de ácido acético. 
 Mosaicismo ou pontilhado refletindo padrões 
vasculares anormais dos capilares superficiais. 
Como uma regra geral, a espessura capilar e 
as distâncias intercapilares correlacio-nam-se 
com a gravidade da lesão e, dessa forma, 
tende a ser maior e mais grosseira em lesões 
de grau mais alto. 
 Vasos atípicos com capilares estranhos com 
configurações em espiral, em forma de 
vírgulaou do tipo espaguete sugerem 
invasão estromal precoce 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Julia Paris Malaco – ambulatório ginecologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teste de Schiller 
 
O teste de Schiller é baseado no princípio de que 
o epitélio escamoso maduro normal da cérvice 
contém glicogênio, que combina com iodo para 
produzir uma cor marrom-escuro. A não 
coloração, portanto, indica epitélio escamoso 
(colunar) anormal, formação de cicatriz, 
formação de cisto, ou epitélio metaplásico 
imaturo, e constitui um teste de Schiller positivo. A 
solução de Lugol é uma preparação aquosa de 
iodo e é comumente usada para o teste de 
Schiller. 
 
 
 
 
 
 
 
 
É o teste para avaliar o nível da lesão e a 
extensão das células neoplásicas quanto às 
camadas histológicas do colo uterino. 
O iodo apresenta afinidade pelo glicogênio 
presente nas células do epitélio cervical normal. 
Contudo, como as células repletas de glicogênio 
são gradativamente substituídas pelas células 
parabasais, o iodo não consegue reagir com o 
glicogênio. 
Neste teste, aplica-se lugol com iodo em cortes 
histológicos do colo uterino e, se positivo para as 
lesões neoplásicas, não se observa coloração 
(Schiller Positivo). 
 Ácido acético: marca local onde está tendo 
muita atividade proteica (mitose) → 
acetobranca. 
 Joga lugol: cora as células normais, pela 
produção de glicogênio (iodo) 
Primeiro deve jogar ácido acético e depois jogar 
lugol 
Biopsia 
 
 NIC 1, quando as anormalidades nucleares 
estao confinadas ao terço inferior do epitelio; 
 NIC 2, quando existe o comprometimento de 
dois terços epiteliais; e 
 NIC 3, se as tres camadas do epitélio 
mostrarem indiferenciacão 
 Doença invasora 
 
Tratamento 
 
As opções de tratamento caem em uma de duas 
categorias principais: procedimentos que fazem 
ablação do tecido nor-mal e não produzem uma 
amostra de tecido para avaliação histológica 
adicional e procedimentos que removem a área 
de anormalidade, permitindo estudo histológico 
adicional. Antes de qualquer intervenção 
terapêutica, uma avaliação deve ser feita para 
saber se uma paciente se qualifica para terapia 
abla-tiva (p. ex., avaliação diagnóstica 
satisfatória excluiu doença invasiva) ou se ela 
requer um procedimento excisional (coni-zação) 
para exame diagnóstico adicional. Em muitos 
casos, a conização também é a intervenção 
terapêutica apropriada. Se a lesão intraepitelial 
estiver confinada à ectocérvice, indica-se 
tratamento com crioterapia, ablação a laser, ou 
uma excisão superficial pelo procedimento de 
excisão eletrocirúrgica com alça (LEEP). Se a 
lesão se estende para o canal endocervical, se a 
curetagem endocervical contém epitélio 
displásico, ou se o exame colposcópico for 
insatisfatório, o canal endocervical deve ser 
incluído no tratamento por uma LEEP mais 
profunda ou biópsia por conização (Fig. 48-5). Um 
procedimento de co-nização também é 
indicado em casos de discrepância signi-ficativa 
entre os resultados de citologia e 
colposcopia/biópsia cervical, em casos de 
suspeita de carcinoma microinvasivo ou de 
adenocarcinoma in situ. 
 
As cinco técnicas mais comuns para o 
tratamento de NIC incluem duas técnicas 
ablativas — crioterapia e ablação a laser — e três 
procedimentos excisionais — conização a frio, 
excisão por conização a laser e LEEP. A evidência 
de ensaios controla-dos mostra que essas 
técnicas são de eficácia igual, com taxas de 
sucesso entre 80-90% em média no tratamento 
de NIC. A cura depende do tamanho da lesão, 
do envolvimento das glândulas endocervicais, do 
estado da margem de qualquer amostra exci-
Julia Paris Malaco – ambulatório ginecologia 
sional e dos resultados de curetagem 
endocervical.

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