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Pacote Anticrime: Alterações no Código Penal

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Prévia do material em texto

Material elaborado por @oabaivoueu e @defensoriaaivoueuu 
Proibida cópia, reprodução e repasse, sob pena das sanções cabíveis 
 
PACOTE ANTICRIME 
LEI 13.964/19 
 
INTRODUÇÃO 
 
 A Lei 13.964/2019, também conhecida como “Pacote Anticrime” 
diz respeito a um complexo grupo de modificações na legislação penal e 
processual penal pátria, visando, precipuamente, elevar a eficácia no combate 
ao crime organizado, ao crime violento e à corrupção. 
 
 Neste material o leitor irá encontrar a análise e comentários dos 
artigos que foram alterados pelo Pacote, tanto na legislação penal, como na 
processual, além das alterações contidas na LEP (Lei de Execuções Penais). 
 
 Haverá, ainda, ao longo das próximas páginas, diversos quadros 
comparativos, que foram elaborados com a finalidade de facilitar seus estudos, 
principalmente a memória visual. 
 
 Você irá direto ao ponto e, sem enrolação, de maneira prática e 
didática, irá ficar por dentro das principais inovações e alterações trazidas pela 
Lei 13.964/19. 
 
 Vamos lá??!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material elaborado por @oabaivoueu e @defensoriaaivoueuu 
Proibida cópia, reprodução e repasse, sob pena das sanções cabíveis 
 
MODIFICAÇÕES FEITAS NO CÓDIGO PENAL 
 
O pacote anticrime recentemente alterou vários dispositivos do 
Código Penal, e são esses dispositivos que provavelmente irão cair na sua prova. 
 
Com o intuito de otimizar seus estudos e deixar de forma mais 
clara as alterações que foram feitas, traremos breve comentários acerca das 
mudanças ocorridas no código penal. 
 
LEGÍTIMA DEFESA 
 
Sabe-se que a Legítima defesa é um das causas de excludente de 
ilicitude, a qual acoberta a conduta de repelir, de si mesmo ou de outrem, uma 
injusta agressão, atual ou iminente. Pelo fato de haver uma INJUSTA 
AGRESSÃO a ação ilícita da defesa se torna lícita. 
 
O artigo 25 do Código Penal trata sobre o tema: 
 
Art. 25 – Entende-se em legítima defesa quem, usando 
moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou 
iminente, a direito seu ou de outrem. 
 
Ocorre que a lei nº 13.964/2019 inseriu o parágrafo único ao 
artigo. 
 
Antes da Lei nº 13.964/2019 Depois da Lei nº 13.964/2019 
 
 
 
Material elaborado por @oabaivoueu e @defensoriaaivoueuu 
Proibida cópia, reprodução e repasse, sob pena das sanções cabíveis 
Art. 25 - Entende-se em legítima 
defesa quem, usando 
moderadamente dos meios 
necessários, repele injusta 
agressão, atual ou iminente, a 
direito seu ou de outrem. 
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa 
quem, usando moderadamente dos 
meios necessários, repele injusta 
agressão, atual ou iminente, a direito 
seu ou de outrem. Parágrafo único. 
Observados os requisitos previstos 
no caput deste artigo, considera-se 
também em legítima defesa o agente 
de segurança pública que repele 
agressão ou risco de agressão a vítima 
mantida refém durante a prática de 
crimes. 
 
 Não houve nenhuma alteração relevante. O que correu foi que o 
legislador quis deixar de maneira expressa e mais clara as situações que já eram 
abarcadas pelo próprio artigo 25 do CP. 
 
 Diante disto, podemos concluir que numa situação como essa 
descrita no dispositivo incluído, o agente de segurança pública estará 
acobertado pela excludente de ilicitude. 
 
EXECUÇÃO DA PENA DE MULTA 
 
 Por muito tempo se questionou qual o juízo competente para 
executar a pena de multa, a qual é considerada uma dívida de valor. 
 
O STF decidiu, no dia 13 de agosto de 2018, que a legitimidade 
para cobrança da pena de multa é do Ministério Público, sem prejuízo de, 
subsidiariamente, a Fazenda Pública promover sua execução: 
 
 
 
 
Material elaborado por @oabaivoueu e @defensoriaaivoueuu 
Proibida cópia, reprodução e repasse, sob pena das sanções cabíveis 
 “O Tribunal, por maioria, resolveu a questão de ordem no sentido 
de assentar a legitimidade do Ministério Público para propor a cobrança de 
multa, com a possibilidade subsidiária de cobrança pela Fazenda Pública, nos 
termos do voto do Relator, vencidos os Ministros Marco Aurélio e Edson Fachin. 
Ausentes, justificadamente, os Ministros Celso de Mello e Gilmar Mendes. 
Presidência do Ministro Dias Toffoli. Plenário, 13.12.2018”. 
 
Contudo, o STJ tem decidido de forma oposta: 
 
“(…) Conforme o entendimento da Terceira Seção desta Corte, a 
pena pecuniária é considerada dívida de valor e, assim, possui caráter 
extrapenal, de modo que sua execução é de competência exclusiva da 
Procuradoria da Fazenda Pública. (…)” (STJ, AgRg no HC 441809/SP, Rel. 
Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, DJe 04/06/2019) 
 
Para complicar a nossa cabecinha vem a lei nº 13.964/2019 e 
modifica o artigo 51 do Código penal: 
 
 
ANTES DA LEI Nº 13.964/2019 DEPOIS DA LEI Nº 13.964/2019 
Art. 51 - Transitada em julgado a 
sentença condenatória, a multa 
será considerada dívida de valor, 
aplicando-se-lhe as normas da 
legislação relativa à dívida ativa 
da Fazenda Pública, inclusive no 
que concerne às causas 
interruptivas e suspensivas da 
prescrição. 
Art. 51 - Transitada em julgado a 
sentença condenatória, a multa 
será executada perante o juiz da 
execução penal e será considerada 
dívida de valor, aplicáveis as 
normas relativas à dívida ativa da 
Fazenda Pública, inclusive no que 
concerne às causas interruptivas e 
suspensivas da prescrição. 
 
 
 
Material elaborado por @oabaivoueu e @defensoriaaivoueuu 
Proibida cópia, reprodução e repasse, sob pena das sanções cabíveis 
Logo, o que você deverá prestar ATENÇÃO na hora da prova é a 
forma que a pergunta foi feita, por exemplo, se vier perguntando o que o código 
penal traz sobre o tema, a resposta é essa acima: A MULTA SERÁ EXECUTADA 
PERANTE O JUIZ DA EXECUÇÃO PENAL! 
 
O entendimento do STF sobe o tema agora se encontra 
EXPRESSAMENTE no código penal, devido a alteração feita pelo pacote 
anticrime ao artigo 51 do mencionado código. 
 
LIMITE DE CUMPRIMENTO DE PENA 
 
No Brasil, não existe pena perpétua, sendo esta vedada, nos 
termos do artigo 5º, inciso XLVII, alínea b, da Lei Maior. 
 
A lei nº 13.964/2019 modificou a quantidade de tempo máximo 
que uma pessoa poderá permanecer pressa ao executar uma pena privativa de 
liberdade. 
 
ANTES DA LEI Nº 13.964/2019 DEPOIS DA LEI Nº 13.964/2019 
Art. 75 - O tempo de cumprimento 
das penas privativas de liberdade 
não pode ser superior a 30 (trinta) 
anos. § 1º Quando o agente for 
condenado a penas privativas de 
liberdade cuja soma seja superior a 
30 (quarenta) anos, devem elas ser 
unificadas para atender ao limite 
máximo deste artigo. 
Art. 75 - O tempo de cumprimento 
das penas privativas de liberdade 
não pode ser superior a 40 
(quarenta) anos. § 1º Quando o 
agente for condenado a penas 
privativas de liberdade cuja soma 
seja superior a 40 (quarenta) anos, 
devem elas ser unificadas para 
atender ao limite máximo deste 
artigo. 
 
 
 
 
Material elaborado por @oabaivoueu e @defensoriaaivoueuu 
Proibida cópia, reprodução e repasse, sob pena das sanções cabíveis 
Antes do pacote anticrime o tempo máximo para cumprimento de 
pena privativa de liberdade não poderia ultrapassar 30 anos, agora não pode 
ser ultrapassado 40 anos de cumprimento de pena privativa de liberdade. 
 
CUIDADO COM A PEGADINHA: o tempo de cumprimento de pena 
não pode ser SUPERIOR a 40 anos, logo uma pessoa que cumpriu 40 anos de 
pena não sofreu nenhuma ilegalidade, mas aquela que cumpriu 40 anos e 1 dia 
sim. 
 
LIVRAMENTO CONDICIONAL 
 
O livramento condicional é UM 
 
DIREITO SUBJETIVO 
 
do réu. 
 
Tal direito consiste na soltura antecipada do executado, mediante 
o preenchimento de determinadas condições. 
 
A lei nº 13.964/2019 ampliou esses requisitos, dificultando a vida 
do réu. 
 
Veremos, abaixo, com precisão, o ora exposto. 
 
Fiquem atentos, pois, são modificações importantes! 
 
Vamos verificar na próximapágina. 
 
 
 
 
 
Material elaborado por @oabaivoueu e @defensoriaaivoueuu 
Proibida cópia, reprodução e repasse, sob pena das sanções cabíveis 
 
ANTES DA LEI Nº 13.964/2019 DEPOIS DA LEI Nº 13.964/2019 
 
Requisitos do livramento 
condicional 
 
 Art. 83 - O juiz poderá conceder 
livramento condicional ao 
condenado a pena privativa de 
liberdade igual ou superior a 2 (dois) 
anos, desde que: 
 
 I - cumprida mais de um terço da 
pena se o condenado não for 
reincidente em crime doloso e tiver 
bons antecedentes; 
 II - cumprida mais da metade se o 
condenado for reincidente em crime 
doloso; 
III - comprovado comportamento 
satisfatório durante a execução da 
pena, bom desempenho no trabalho 
que lhe foi atribuído e aptidão para 
prover à própria subsistência 
mediante trabalho honesto; 
IV - tenha reparado, salvo efetiva 
impossibilidade de fazê-lo, o dano 
causado pela infração; 
Requisitos do livramento 
condicional 
 
Art. 83 - O juiz poderá conceder 
livramento condicional ao condenado a 
pena privativa de liberdade igual ou 
superior a 2 (dois) anos, desde que: 
 I - cumprida mais de um terço da pena 
se o condenado não for reincidente em 
crime doloso e tiver bons antecedentes; 
 II - cumprida mais da metade se o 
condenado for reincidente em crime 
doloso; 
 III – comprovado: a) bom 
comportamento durante a execução da 
pena; 
b) não cometimento de falta grave nos 
últimos 12 (doze) meses; 
 c) bom desempenho no trabalho que 
lhe foi atribuído; e 
 d) aptidão para prover a própria 
subsistência mediante trabalho 
honesto; 
IV - tenha reparado, salvo efetiva 
impossibilidade de fazê-lo, o dano 
causado pela infração; 
 
 
 
Material elaborado por @oabaivoueu e @defensoriaaivoueuu 
Proibida cópia, reprodução e repasse, sob pena das sanções cabíveis 
V - cumpridos mais de dois terços da 
pena, nos casos de condenação por 
crime hediondo, prática de tortura, 
tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins, tráfico de pessoas e 
terrorismo, se o apenado não for 
reincidente específico em crimes 
dessa natureza. 
V - cumpridos mais de dois terços da 
pena, nos casos de condenação por 
crime hediondo, prática de tortura, 
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas 
afins, tráfico de pessoas e terrorismo, 
se o apenado não for reincidente 
específico em crimes dessa natureza. 
Parágrafo único - Para o condenado por 
crime doloso, cometido com violência 
ou grave ameaça à pessoa, a concessão 
do livramento ficará também 
subordinada à constatação de 
condições pessoais que façam 
presumir que o liberado não voltará a 
delinquir. 
 
A nova lei incluiu a necessidade de comprovação de “não 
cometimento de falta grave nos últimos 12 meses” (alínea “b”). O que ocorre é 
que na prática se o apenado tiver cometido falta grave nos últimos 12 meses ele 
passa a não ter bom comportamento e consequentemente a não concessão do 
LC, a nova lei apenas trouxe expressamente algo que já acontecia na prática. 
 
 Vale destacar que a prática da falta grave por si só NÃO 
impede o livramento condicional (Sum. 441 do STJ). 
 
Logo, deve se compatibilizar a mencionada súmula como a 
alteração legislativa para fins de concessão do benefício do LC. Algo de 
bastante relevância e que pode ser um caso de pegadinha é o fato da falta 
grave necessitar de um PAD para a sua apuração. 
 
 
 
 
Material elaborado por @oabaivoueu e @defensoriaaivoueuu 
Proibida cópia, reprodução e repasse, sob pena das sanções cabíveis 
 A alínea “a” trouxe redação bastante semelhante à redação 
anterior, trocando apenas “comportamento satisfatório” por “bom 
comportamento”, algo que, na prática, não deve trazer maiores repercussões. 
 
IMPORTANTE: A ALTERAÇÃO INSERIDA NESTE ARTIGO NÃO 
RETROAGE VIU GENTE? NA HORA DA PROVA VEJAM BEM AS DATAS 
ESTABELECIDAS PELA BANCA E VERIFIQUEM SE NÃO É UM CASO DE 
IRRETROATIVIDADE DA LEI POR NÃO SER BENÉFICA AO RÉU. 
 
Cumpre mencionar, ainda, que a Lei 13.964/2019, ao modificar o 
artigo 112, inciso VI, alínea a, e inciso VIII, da Lei de Execução Penal, passou 
a vedar o livramento condicional para os condenados por crime hediondo ou 
equiparado, com resultado morte. O artigo 2º, § 9º, da Lei 12.850/2013, 
introduzido pela Lei 13.964/2019, passou a vedar o livramento condicional para 
o condenado expressamente em sentença por integrar organização criminosa ou 
por crime praticado por meio de organização criminosa, se houver elementos 
probatórios que indiquem a manutenção do vínculo associativo. (Ainda não 
existe nenhuma decisão de inconstitucionalidade sobre o tema, contudo, na 
minha opinião essas alterações serão consideradas inconstitucionais, logo, 
mesmo diante de modificação expressa, sua inconstitucionalidade é um bom 
tema a ser defendido em uma segunda fase). 
 
PERDA DO PRODUTO OU PROVEITO DO CRIME 
 
A lei nº 13964/2019 incluiu no artigo 91-A do CP requisitos 
específicos e genéricos da condenação, contudo esses regramentos se limitam a 
crimes cuja pena máxima seja superior a 6 anos de reclusão. 
 
O legislador teve o objetivo de decretar a perda dos bens do 
acusado sem necessitar da comprovação de que estes são proveitos ou decorrem 
 
 
 
Material elaborado por @oabaivoueu e @defensoriaaivoueuu 
Proibida cópia, reprodução e repasse, sob pena das sanções cabíveis 
diretamente da atividade criminosa, devendo apenas ser demonstrado que o 
acusado possui patrimônio incompatível com os rendimentos da sua atividade 
lícita. 
O artigo ainda considera como patrimônio do acusado aqueles 
que forem transferidos a terceiros a título gratuito (como uma doação) ou 
mediante uma contraprestação irrisória (como um negócio de compra e venda 
simulado, em que o preço só serve para ocultar a natureza gratuita da 
alienação), a partir do início da atividade crimina. 
 
No parágrafo 2º do artigo 91-A do CP temos a inversão do ônus 
da prova, devendo o acusado comprovar que seu patrimônio decorre de uma 
atividade lícita, inclusive as doações feitas ou recebidas, assim como o 
recebimento de uma herança, por exemplo. 
 
Em que pese, não constar expressamente se determinado efeito 
da condenação é automático ou não, deverá o Ministério Público pedir a perda 
de determinados bens, devendo este ser pronunciado pelo juiz (ou tribunal). 
Portanto, trata-se de um efeito não automático da condenação. 
 
ANTES DA LEI Nº 13.964/2019 DEPOIS DA LEI Nº 13.964/2019 
 
Efeitos genéricos e específicos 
 
Art. 91 (...) 
 
SEM REFERÊNCIA 
Efeitos genéricos e específicos 
 
Art. 91 (...) Art. 91-A Na hipótese de 
condenação por infrações às quais a lei 
comine pena máxima superior a 6 (seis) 
anos de reclusão, poderá ser decretada 
a perda, como produto ou proveito do 
crime, dos bens correspondentes à 
 
 
 
Material elaborado por @oabaivoueu e @defensoriaaivoueuu 
Proibida cópia, reprodução e repasse, sob pena das sanções cabíveis 
diferença entre o valor do patrimônio do 
condenado e aquele que seja compatível 
com o seu rendimento lícito. 
§ 1º Para efeito da perda prevista no 
caput deste artigo, entende-se por 
patrimônio do condenado todos os bens: 
 I - de sua titularidade, ou em relação 
aos quais ele tenha o domínio e o 
benefício direto ou indireto, na data da 
infração penal ou recebidos 
posteriormente; e 
II - transferidos a terceiros a título 
gratuito 
ou mediante contraprestação irrisória, a 
partir do início da atividade criminal. 
 
§ 2º O condenado poderá demonstrar a 
inexistência da incompatibilidade ou a 
procedência lícita do patrimônio. 
 
§ 3º A perda prevista neste artigo deverá 
ser requerida expressamente pelo 
Ministério Público, por ocasião do 
oferecimento da denúncia, com 
indicação da diferença apurada. 
 
§ 4º Na sentença condenatória, o juiz 
deve declarar o valor da diferença 
apurada e especificar os bens cuja perda 
for 
 
 
 
Material elaborado por @oabaivoueu e@defensoriaaivoueuu 
Proibida cópia, reprodução e repasse, sob pena das sanções cabíveis 
decretada. 
 
§ 5º Os instrumentos utilizados para a 
prática de crimes por organizações 
criminosas e milícias deverão ser 
declarados perdidos em favor da União 
ou 
do Estado, dependendo da Justiça onde 
tramita a ação penal, ainda que não 
ponham em perigo a segurança das 
pessoas, a moral 
ou a ordem pública, nem ofereçam sério 
risco de ser utilizados para o 
cometimento 
de novos crimes. 
 
O §1º do artigo 91-A do CP delimita o que seja patrimônio do 
acusado para fins de perda decorrente da infração penal. 
 
Percebam que além de delimitar o patrimônio do acusado para a 
incidência do dispositivo, no inciso I e no inciso II contêm uma limitação 
temporal diversa. No inciso I, considera-se como patrimônio todos aqueles bens 
de sua titularidade ou que pelo menos com que ele possua relação de domínio 
e benefício direto ou indireto, tendo como limite temporal a da data da infração 
penal em diante. 
 
Já no inciso II, considera-se patrimônio do condenado aqueles 
bens transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação 
irrisória, tendo como limite temporal o início da atividade criminal. 
 
 
 
 
Material elaborado por @oabaivoueu e @defensoriaaivoueuu 
Proibida cópia, reprodução e repasse, sob pena das sanções cabíveis 
PRESTAR MUITA ATENÇÃO NESSES DOIS LIMITES 
TEMPORAIS, POIS A PROVA PODERÁ TRAZER APENAS A MODIFICAÇÃO 
DO LIMITE DIANTE DAS SITUAÇÕES! É UMA QUESTÃO TÍPICA PARA SER 
ABORADADA PELA BANCA VIU?! 
 
O §2º traz a inversão do ônus da prova, a qual fica de 
responsabilidade do acusado comprovar a origem lícita do seu patrimônio, não 
cabendo este dever ao MP. 
 
O §3º determinar o dever do Ministério Público em já na denúncia 
requerer a perda dos bens do acusado, inclusive demonstrado a diferença do 
valor apurado do patrimônio do acusado e aos rendimentos correspondentes da 
sua atividade lícita. 
 
Por fim, o §5º traz o dever de se decretar a perda de instrumentos 
utilizados para a prática de crimes por organizações criminosas e milícias em 
favor da União ou do Estado, a depender da justiça em que tramita a ação penal, 
independentemente do requisito estabelecido na alínea “a” do inciso II do artigo 
91-A do CP, que autoriza a perda, em favor da União, de instrumentos do crime, 
desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção 
constitua fato ilícito. CONTUDO, ESTE INCISO RESTRINGE ESTA PERDA EM 
FAVOR DO ESTADO OU DA UNIÃO, A DEPENDER DA COMPETÊNCIA, APENAS 
A ESSAS ESPÉCIES DE CRIMES EXPRESSAS NESTE INCISO TA? 
 
 Trata-se de medida mais abrangente, obrigatória ao Juiz, e que 
visa a punir com mais eficácia o crime organizado. 
 
CAUSAS SUSPENSIVAS DA PRESCRIÇÃO 
 
 
 
Material elaborado por @oabaivoueu e @defensoriaaivoueuu 
Proibida cópia, reprodução e repasse, sob pena das sanções cabíveis 
As causas suspensivas da prescrição impedem que o processo 
tenha continuidade. O processo fica paralisado, voltando a fluir de onde parou 
quando encerrada a causa que gerou a sua suspensão. 
 
A lei nº 13.964/2019 criou duas novas causas suspensivas: na 
pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais 
Superiores, quando inadmissíveis; e enquanto não cumprido ou não 
rescindido o acordo de não persecução penal. 
 
ANTES DA LEI Nº 13.964/2019 DEPOIS DA LEI Nº 13.964/2019 
Causas impeditivas da prescrição 
 
Art. 116 - Antes de passar em julgado 
a sentença final, a prescrição não 
corre: 
 I - enquanto não resolvida, em outro 
processo, questão de que dependa o 
reconhecimento da existência do 
crime; 
II - enquanto o agente cumpre pena 
no estrangeiro. Parágrafo único - 
Depois de passada em julgado a 
sentença condenatória, a prescrição 
não corre durante o tempo em que o 
condenado está preso por outro 
motivo. 
Causas impeditivas da prescrição 
Art. 116 - Antes de passar em julgado 
a sentença final, a prescrição não 
corre: 
 
I - enquanto não resolvida, em outro 
processo, questão de que dependa o 
reconhecimento da existência do 
crime; 
 
II - enquanto o agente cumpre pena no 
exterior; 
 
III - na pendência de embargos de 
declaração ou de recursos aos 
Tribunais Superiores, quando 
inadmissíveis; e 
 
 
 
 
Material elaborado por @oabaivoueu e @defensoriaaivoueuu 
Proibida cópia, reprodução e repasse, sob pena das sanções cabíveis 
IV – enquanto não cumprido ou não 
rescindido o acordo de não persecução 
penal. 
 
Parágrafo único - Depois de passada 
em julgado a sentença condenatória, a 
prescrição não corre durante o tempo 
em que o condenado está preso por 
outro motivo. 
 
A primeira mudança foi criada com o objetivo de impedir que 
recursos protelatórios causem a prescrição processual. Sendo assim, quando 
interposto um recurso, seja embargos de declaração ou qualquer outro, o 
processo fica suspenso. 
 
Já a segunda modificação tem o objetivo de impedir que o acordo 
de não persecução penal seja feito com o objetivo de postergar a prestação 
jurisdicional e consequentemente acarretar a prescrição processual. Por 
exemplo: O agente realiza o acordo de persecução penal, mas não o executa. 
Atualmente, caso ele venha fazer isso o prazo prescricional encontra-se 
suspenso, enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não 
persecução penal. 
 
A suspensão do curso do prazo prescricional não possui, na 
legislação, um limite expresso. A este respeito, o Superior Tribunal de Justiça 
editou o enunciado 415 da sua Súmula, entendendo que se deve respeitar o 
máximo da pena cominada ao delito para delimitação do período de suspensão 
da prescrição: 
 
 
 
 
Material elaborado por @oabaivoueu e @defensoriaaivoueuu 
Proibida cópia, reprodução e repasse, sob pena das sanções cabíveis 
O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo 
máximo da pena cominada. (Súmula 415, STJ) 
 
Logo, passando o tempo máximo da pena cominada em abstrato a 
prescrição volta a fluir normalmente, independentemente da causa suspensiva 
ter encerrado ou não. 
 
ROUBO 
 
 A lei nº 13.964/2019 trouxe uma nova majorante ao delito de 
roubo, a saber: se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de 
arma branca. 
 
ANTES DA LEI Nº 13.964/2019 DEPOIS DA LEI Nº 13.964/2019 
 
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, 
para si ou para outrem, mediante 
grave ameaça ou violência a pessoa, 
ou depois de havê-la, por qualquer 
meio, reduzido à impossibilidade de 
resistência: 
 
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, 
e multa. § 2º A pena aumenta-se de 
1/3 (um terço) até metade: 
 
I-Se a violência ou grave ameaça é 
exercida com o emprego de arma. 
 
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, 
para si ou para outrem, mediante 
grave ameaça ou violência a pessoa, 
ou depois de havê-la, por qualquer 
meio, reduzido à impossibilidade de 
resistência: 
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, 
e multa. 
 § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um 
terço) até metade: 
VII - se a violência ou grave ameaça é 
exercida com emprego de arma 
branca; 
 § 2º-B. Se a violência ou grave 
ameaça é exercida com emprego de 
 
 
 
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Proibida cópia, reprodução e repasse, sob pena das sanções cabíveis 
 
 
arma de fogo de uso restrito ou 
proibido, aplica-se em dobro a pena 
prevista no caput deste artigo. 
 
Deve-se atentar que em 2018 a lei nº 13.654/18 revogou o inciso 
I do artigo 157 do CP, retirando a arma branca da lista de majorantes do delito 
roubo, passando esse a ser considerado um crime simples caso fosse cometido 
com tal instrumento. 
 
Ficou confuso não é mesmo?? 
 
Kkkkk... 
 
Calma que vou te explicar! 
 
Antes da lei nº 13.654/18 caso o crime de roubo fosse cometido 
com o emprego de arma haveria a aplicação da majorante. Ocorre que em 2018, 
com o advento da leinº 13.654/2018 foi revogado o inciso I do artigo 157 do CP 
fazendo com que todos os crimes de roubos fossem considerados, a partir 
daquele momento, crime simples, afinal devido ao princípio da retroatividade a 
legislação mais benéfica retroagiu para todos. 
 
Contudo, em 2019 entrou em vigor a lei 13.964/2019 trazendo 
novamente para a redação do artigo 157 do CP a majorante do emprego de arma 
branca no cometimento do crime de roubo. 
 
Antes da Lei nº 
13.654/18 
 
Depois da Lei nº 
13.654/18 
Após a Lei nº 
13.964/19 
 
 
 
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Art. 157 - Subtrair coisa 
móvel alheia, para si ou 
para outrem, mediante 
grave ameaça ou 
violência a pessoa, ou 
depois de havê-la, por 
qualquer meio, reduzido 
à impossibilidade de 
resistência: 
 
Pena - reclusão, de 
quatro a dez anos, e 
multa. § 2º A pena 
aumenta-se de 1/3 (um 
terço) até metade: 
 
I-Se a violência ou 
grave ameaça é 
exercida com o 
emprego de arma. 
 
Art. 157 - Subtrair coisa 
móvel alheia, para si ou 
para outrem, mediante 
grave ameaça ou 
violência a pessoa, ou 
depois de havê-la, por 
qualquer meio, reduzido 
à impossibilidade de 
resistência: 
 
Pena - reclusão, de 
quatro a dez anos, e 
multa. § 2º A pena 
aumenta-se de 1/3 (um 
terço) até metade: 
 
I-REVOGADO 
Art. 157 - Subtrair coisa 
móvel alheia, para si ou 
para outrem, mediante 
grave ameaça ou 
violência a pessoa, ou 
depois de havê-la, por 
qualquer meio, reduzido 
à impossibilidade de 
resistência: 
Pena - reclusão, de 
quatro a dez anos, e 
multa. 
 
§ 2º A pena aumenta-se 
de 1/3 (um terço) até 
metade: 
 
VII - se a violência ou 
grave ameaça é 
exercida com emprego 
de arma branca; 
 
Portanto, se o crime foi cometido antes da Lei nº 13.964/2019, 
com arma branca, ele deve ser considerado crime simples, ainda que tenha sido 
praticado antes da vigência da lei nº 13.654/2018, pois devido essa ser mais 
benéfica retroagiu a todos os delitos. 
 
Além disso, o parágrafo 2º-B do artigo 157, do Código Penal, foi 
introduzido pela Lei 13.964/2019: 
 
 
 
 
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§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de 
arma de fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no 
caput deste artigo. 
 
Com a Lei 13.964/19, o roubo com emprego de arma de fogo, seja 
de uso permitido ou proibido, passou a ser crime hediondo, na forma da Lei 
8.072/90. 
ESTELIONATO 
 
 Com o advento da Lei nº 13.964/2019 o crime de estelionato, em 
regra, passou a ser considerado de ação penal pública condicionada a 
representação, sendo esta exigida apenas quando praticado contra 
determinadas vítimas, a saber: 
 
a) Administração Pública, direta ou indireta; 
b) Criança ou adolescente; 
c) Pessoa com deficiência mental; ou 
d) Maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz 
 
Antes da Lei nº 13.964/2019 Depois da Lei nº 13.964/2019 
 
Estelionato 
 
Art. 171 - Obter, para si ou para 
outrem, vantagem ilícita, em prejuízo 
alheio, induzindo ou mantendo 
alguém em erro, mediante artifício, 
ardil, ou qualquer outro meio 
fraudulento: 
Estelionato 
 
Art. 171 - Obter, para si ou para 
outrem, vantagem ilícita, em prejuízo 
alheio, induzindo ou mantendo 
alguém em erro, mediante artifício, 
ardil, ou qualquer outro meio 
fraudulento: Pena - reclusão, de um a 
 
 
 
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 Pena - reclusão, de um a cinco anos, 
e multa, de quinhentos mil réis a dez 
contos de réis. 
 
 
 
cinco anos, e multa, de quinhentos 
mil réis a dez contos de réis. 
 
§ 5º Somente se procede mediante 
representação, salvo se a vítima 
for: 
 
I - a Administração Pública, direta ou 
indireta; 
 
II - criança ou adolescente; 
 
 III - pessoa com deficiência mental; 
ou 
 
 IV - maior de 70 (setenta) anos de 
idade ou incapaz. 
 
 
CONCUSSÃO 
 
 O pacote anticrime alterou a discrepância que havia, com relação 
a pena máxima do crime de corrupção passiva e ativa, nos quais a pena máxima 
era de 12 anos e o de concussão, no qual a pena máxima era de 8 anos e com o 
advento da Lei nº 13.964/2019 passou a ser de 12 anos. 
 
Antes da Lei nº 13.964/2019 Depois da Lei nº 13.964/2019 
 
 
 
 
 
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Art. 316 - Exigir, para si ou para 
outrem, direta ou indiretamente, 
ainda que fora da função ou antes de 
assumi-la, mas em razão dela, 
vantagem indevida: Pena - reclusão, 
de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. 
Art. 316 - Exigir, para si ou para 
outrem, direta ou indiretamente, 
ainda que fora da função ou antes de 
assumi-la, mas em razão dela, 
vantagem indevida: Pena - reclusão, 
de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
 
MODIFICAÇÕES FEITAS NO CÓDIGO DE PROCESSO 
PENAL 
 
O pacote anticrime recentemente alterou vários dispositivos do 
Código de Processo Penal, e são esses dispositivos que provavelmente irão cair 
na sua prova. 
 
Com o intuito de otimizar seus estudos e deixar de forma mais 
clara as alterações que foram feitas, traremos breve comentários acerca das 
mudanças ocorridas no código de Processo penal. 
 
JUIZ DE GARANTIAS E SISTEMA ACUSATÓRIO 
 
A lei 13.964/2019 ao disciplinar sobre o Juiz das garantias 
introduziu uma sequência de normas ao artigo 3º do CPP deixando 
EXPRESSAMENTE que o nosso sistema processual se trata do sistema 
acusatório. 
 
O processo penal brasileiro sempre entendeu que o nosso sistema 
se tratava do acusatório, contudo apenas com o pacote anticrime e a introdução 
do artigo 3º-A do CPP que temos tal sistema de forma expressa no nosso 
 
 
 
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ordenamento jurídico, vedando-se ao juiz o exercício de iniciativas na fase de 
investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação. 
 
O artigo 3ºB do CPP descreve as funções do juiz de garantia, o qual 
é responsável pelo controle de legalidade da investigação criminal e pela 
salvaguarda dos direitos individuais. 
 
Nota-se, que foi criado uma autoridade judiciária para atuar 
exclusivamente no âmbito da investigação criminal e outro para atuar na fase 
processual. Assim, a figura que atuará na fase de investigação processual é o 
que chamamos de “juiz das garantias”, o qual decidirá acerca de quebras de 
sigilo bancário, telefônico, pedidos de prisão temporária ou preventiva, 
homologações de prisão em flagrante; é, portanto, a figura responsável pela 
integridade dos direitos do investigado e da legalidade da investigação criminal. 
 
Isto não quer dizer que ele seja parte integrante da investigação 
criminal. O juiz de garantia irá intervir quando alguma legalidade for infringida, 
quando algum direito do investigado não for observado. A investigação criminal 
continuará sendo conduzida pela polícia judiciária e pelo Ministério Público, sob 
controle de legalidade e intervenção, do Juiz de Garantias quanto as matérias 
de reserva de jurisdição elencadas no artigo 3º-B, não sendo essas exaustivas, 
conforme inciso XVIII, do mencionado artigo. 
 
O inciso XVI, do artigo 3º-B do CPP introduziu a possibilidade da 
admissão de assistente técnico durante as investigações, o que até então, 
mediante interpretação, só se era admitido durante a instrução criminal. 
 
O art.3º-C EXCLUI a competência do juiz de garantias para as 
infrações de menor potencial ofensivo, cessando a sua competência com o 
recebimento da denúncia ou queixa. 
 
 
 
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Obs. DECOREM ISSO! COM CERTEZA SERÁ OBJETO DE 
ALGUMA QUESTÃO DE PROVA 
 
LEMBRANDO: o que são infrações de menor potencial ofensivo? 
São as contravenções penais e os crimes que lei comine pena máxima não 
superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa (art. 61 da Lei 9.099/95). 
 
A competência do Juiz das garantias se encerra com o recebimento 
da denúncia ou queixa, passando a competência para o juiz da instrução e 
julgamento, e NÃO ficando esse vinculado as decisões proferidas pelo juiz das 
garantias, DEVENDO reexaminar as medidas cautelares em curso, no prazo 
máximo de 10 dias. 
 
Neste sentido, o artigo 3º-D trouxe que o juiz que participou na 
fase de investigação está IMPEDIDO de funcionar como juiz da instrução e 
julgamento. 
O artigo 3º-F, em suma, determina a necessidade de o juiz de 
garantias assegurar o cumprimento das regras para o tratamento do preso, 
dentre elas a proibição de exploração da sua imagem por órgão da imprensa. 
Tal dispositivo se refere a infração penal prevista no artigo 13 da Lei 
nº13.869/2019 ( abuso de autoridade). 
 
IMPORTANTE: no dia 22 de janeiro de 2020, o Ministro Luiz Fux, 
na qualidade de relator das ADIs 6.298, 6.299, 6.300 e 6305, revogou decisão 
monocrática do Min. Toffoli anteriormente proferida e decidiu suspender a 
implementação do juiz das garantias até decisão final do Plenário (Artigos 3º-A, 
3º-B, 3º-C, 3º-D, 3ª-E, 3º-F, do Código de Processo Penal) – suspensão por prazo 
indeterminado e não apenas por 180 dias. 
 
 
 
 
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DEFESA TÉCNICA 
 
O caput do artigo 14-A do CPP traz a possibilidade de servidores 
vinculados a determinas instituições, as quais se encontram listadas no artigo 
144 da CF, constituírem defensor, caso venham a ser investigados em inquéritos 
policiais pelo uso letal da força no exercício de suas funções. 
 
O artigo 14-A do CPP caput não trouxe nada de diferente, isso ficou 
a cargo do 
 
§1º e §2º do mencionado artigo. 
 
O §1º determina a citação do investigado da instauração do 
procedimento investigatório, notem que o texto fala em CITAÇÃO e não em 
NOTIFICAÇÃO. 
 
O Investigado possui um prazo de até 48h para constituir 
advogado, caso o mesmo permaneça inerte, o §2º trouxe uma novidade, “a 
autoridade responsável pela investigação deverá intimar a instituição a que 
estava vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, para que essa, 
também no prazo de 48 horas, indique defensor para a representação do 
investigado”. 
 
OBS. 
 
 
 
 
 
 
 
OBS. (Apenas a título de conhecimento. Não acredito que seja tema para OAB) 
Sabe-se que a Constituição Federal não confere aos órgãos de segurança pública a 
competência para patrocinar a defesa criminal de seus servidores. 
Por força de mandamento legal e constitucional (art. 134 da CRFB e art. 4º, § 5º da LC nº 
80/1994) a assistência jurídica mantida pelo Poder Público deverá ser exercida com 
exclusividade pela Defensoria Pública, logo o artigo 14- A do CPP deve ser lindo em 
conjunto com a CF, de modo que a DEFENSORIA PÚBLICA seja responsável pela defesa 
técnica do acusado, caso ele não tenha constituído advogado. 
 
 
 
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Antes da Lei º 13.964/2019 Depois da Lei nº 13.964/2019 
 
Art. 14-A. – sem correspondência. 
 
 
 
 
 
 
Art. 14-A. Nos casos em que servidores 
vinculados às instituições dispostas no 
art. 144 da Constituição Federal 
figurarem como investigados em 
inquéritos policiais, inquéritos policiais 
militares e demais procedimentos 
extrajudiciais, cujo objeto for a 
investigação de fatos relacionados ao 
uso da força letal praticados no 
exercício profissional, de forma 
consumada ou tentada, incluindo as 
situações dispostas no art. 23 do 
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro 
de 1940 (Código Penal), o indiciado 
poderá constituir defensor. (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
§ 1º Para os casos previstos no caput 
deste artigo, o investigado deverá ser 
citado da instauração do procedimento 
investigatório, podendo constituir 
defensor no prazo de até 48 (quarenta e 
oito) horas a contar do recebimento da 
citação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019) 
 
 
 
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§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º 
deste artigo com ausência de nomeação 
de defensor pelo investigado, a 
autoridade responsável pela 
investigação deverá intimar a 
instituição a que estava vinculado o 
investigado à época da ocorrência dos 
fatos, para que essa, no prazo de 48 
(quarenta e oito) horas, indique 
defensor para a representação do 
investigado. (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
 
§ 3º (VETADO). 
§ 4º (VETADO). 
§ 5º (VETADO). 
 
§ 6º As disposições constantes deste 
artigo se aplicam aos servidores 
militares vinculados às instituições 
dispostas no art. 142 da Constituição 
Federal, desde que os fatos investigados 
digam respeito a missões para a 
Garantia da Lei e da Ordem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL 
 
Antes da lei nº 13.964/2019 o arquivamento do inquérito policial 
era solicitado pelo Ministério Público, cabendo ao magistrado homologar o 
arquivamento em caso de concordância ou, havendo discordância, remeter os 
autos para o Procurador Geral oferecer a denúncia, nomear outro membro 
ministerial para assim proceder ou continuar com a decisão de arquivamento. 
Em caso de discordância do magistrado, fica esse vinculado a decisão do 
Procurador Geral. 
 
A nova redação RETIROU do juiz o dever de homologar o 
arquivamento do inquérito policial e delegou tal atividade ao órgão responsável 
pela “instância de revisão ministerial para fins de homologação” – PGJ no 
âmbito estadual e Câmara de Coordenação e Revisão Criminal no âmbito do 
MPU. 
 
O artigo 28 também trouxe o dever do MP, em caso de 
arquivamento, a responsabilidade de: Comunicar a vítima, ao investigado e a 
autoridade policial. 
 
Os parágrafos do mencionado artigo trouxeram a possibilidade da 
vítima recorrer da decisão do MP à instância superior dentro do prazo de 30 
dias a contar do recebimento da comunicação do arquivamento. 
 
 O quadro abaixo demonstra bem isso. 
 
 Veremos: 
 
 
 
 
 
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Antes da Lei nº 13.964/2019 Depois da Lei nº 13.964/2019 
DA AÇÃO PENAL 
(...) 
Art. 28. Se o órgão do Ministério 
Público, ao invés de apresentar a 
denúncia, requerer o arquivamento 
do inquérito policial ou de quaisquer 
peças de informação, o juiz, no caso 
de considerar improcedentes as 
razões invocadas, fará remessa do 
inquérito ou peças de informação ao 
procurador-geral, e este oferecerá a 
denúncia, designará outro órgão do 
Ministério Público para oferecê-la, ou 
insistirá no pedido de arquivamento, 
ao qual só então 
estará o juiz obrigado a atender. 
 
DA AÇÃO PENAL 
(...) 
 Art. 28. Ordenado o arquivamento do 
inquérito policial ou de quaisquer 
elementos informativos da mesma 
natureza, o órgão do Ministério 
Público comunicará à vítima, ao 
investigado e à autoridade policial e 
encaminhará os autos para a 
instância de revisão ministerial para 
fins de homologação, na forma da lei. 
 
 § 1º Se a vítima, ou seu 
representante legal, não concordar 
com o arquivamento do inquéritopolicial, poderá, no prazo de 30 
(trinta) dias do recebimento da 
comunicação, submeter a matéria à 
revisão da instância competente do 
órgão 
 
§ 2º Nas ações penais relativas a 
crimes praticados em detrimento da 
União, Estados e Municípios, a 
revisão do arquivamento do inquérito 
policial poderá ser provocada pela 
 
 
 
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Proibida cópia, reprodução e repasse, sob pena das sanções cabíveis 
chefia do órgão a quem couber a sua 
representação judicial. 
 
ATENÇÃO: No dia 22 de janeiro de 2020, o Min. Luiz Fux concedeu 
medida cautelar requerida nos autos da ADI 6305 e suspendeu a eficácia, até 
decisão final do Plenário, da alteração do procedimento de arquivamento do 
inquérito policial (28, caput, Código de Processo Penal). Assim, o procedimento 
de arquivamento do IP, por enquanto, permanece o mesmo, continuando a 
valer, então, a antiga redação do artigo 28 do CPP. 
 
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL 
 
Com a chegada da lei nº 13.964/2019 o acordo de não persecução 
penal passou a ter previsão legal, pois anteriormente só tínhamos sua previsão 
na resolução nº 181/2017 do CNMP “Art. 18 - Não sendo o caso de 
arquivamento, o Ministério Público poderá propor ao investigado acordo de não 
persecução penal quando, cominada pena mínima inferior a 4 (quatro) anos e o 
crime não for cometido com violência ou grave ameaça a pessoa, o investigado 
tiver confessado formal e circunstanciadamente a sua prática...” 
 
O acordo de não persecução penal é um negócio jurídico 
extrajudicial e foi criado com a intenção de alinhar a finalidade repressiva e 
preventiva da pena. A sua homologação é um ato judicial declaratório. 
 
 
 
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Proibida cópia, reprodução e repasse, sob pena das sanções cabíveis 
ENUNCIADO 24 do CNMP: A homologação do acordo de não 
persecução penal, a ser realizada pelo juiz competente, é ato judicial de natureza 
declaratória, cujo conteúdo analisará apenas a voluntariedade e a legalidade da 
medida, não cabendo ao magistrado proceder a um juízo quanto ao 
mérito/conteúdo do acordo. 
 
O investigado mediante confissão formal poderá aceitar o acordo 
proposto pelo Ministério Público, contudo deverá seguir algumas condições que 
serão ajustadas CUMULATIVAS E ALTERNATIVAMENTE, conforme prevê o rol 
do artigo 28-A do CPP. 
 
Obs. Reparem que as condições que deverão ser seguidas serão 
cumulativas “e” alternativamente e não “ou”. 
 
O §2º do artigo 28-A do CPP traz hipóteses em que é proibido a 
aplicação do acordo de não persecução penal, as quais são: 
I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados 
Especiais Criminais, nos termos da lei; 
II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos 
probatórios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, 
exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas; 
III – ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao 
cometimento da infração, em acordo de não persecução penal, transação penal 
ou suspensão condicional do processo; e 
 IV – nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou 
familiar, ou praticados contra a mulher por razões da condição de sexo 
feminino, em favor do agressor. 
 
É importante salientar que o inciso II do parágrafo acima 
mencionado traz a proibição do acordo no caso de conduta criminal habitual, o 
 
 
 
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Proibida cópia, reprodução e repasse, sob pena das sanções cabíveis 
que não se confunde com o crime habitual. A conduta criminosa habitual ocorre 
quando o agente faz do crime seu meio de vida, sua atividade frequente, por 
exemplo, o ladrão, por sua vez, crime habitual é aquele que exige uma prática 
reiterada de determinada conduta, como por exemplo, a prostituição. 
 
 
 
 RESOLUÇÃO Nº 181/2017 CNMP ARTIGO 28-A DO CPP 
-> Se for cabível transação penal. 
 
-> Dano superior a 20 salários 
mínimos – 
 
> Ocorrer uma das hipóteses 
previstas no §2º do artigo 76 da Lei 
9.099/95: 
 
a) reincidência com condenação à 
pena privativa de liberdade, 
 
b) ter sido o agente beneficiado nos 5 
anos anteriores ao cometimento da 
infração com transação penal, 
 
c) não indicarem os antecedentes, 
conduta social, personalidade, 
motivos e circunstâncias ser 
necessária e suficiente a medida. 
 
> Se for cabível transação penal. 
 
 -> Investigado reincidente ou se 
houver elementos probatórios que 
indiquem conduta criminal habitual, 
reiterada ou profissional, exceto se 
insignificantes as infrações penais 
pretéritas. 
 
 -> Ter sido o agente beneficiado nos 
5 anos anteriores ao cometimento da 
infração, em acordo de não 
persecução penal, transação penal ou 
suspensão condicional do processo. 
 
-> Crimes praticados contra a mulher 
por razões da condição de sexo 
feminino, seja envolvendo violência 
doméstica e familiar ou então 
menosprezo ou discriminação à 
condição de mulher. 
HIPÓTESES DE PROIBIÇÃO DA CELEBRAÇÃO DO ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO 
PENAL 
 
 
 
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-> Quando o aguardo para o 
cumprimento do acordo possa 
acarretar a prescrição. 
 
> Delito hediondo ou equiparado e 
nos casos de violência doméstica e 
familiar. Celebração do acordo não 
atender ao que seja necessário e 
suficiente para a reprovação e 
prevenção do crime. 
 
Em que pese, o artigo 28-A do CPP não ter mencionado a proibição 
do acordo, para os crimes hediondos ou equiparados, doutrinariamente se 
discute sobre essa possibilidade, afinal os crimes hediondos não possuiriam os 
requisitos necessários para se formalizar o acordo de não persecução penal. 
Acredito que o referido tema ainda será discutido nos tribunais, contudo, fiquem 
atentos para o que está expresso ou não na lei, é isso que irá cair na sua prova. 
 
Outra mudança que a Lei nº 13.964/2019 trouxe foi a 
previsibilidade do Juiz remeter os autos ao Ministério Público, para que esse 
reformule o acordo que teve suas condições consideradas inadequadas, 
insuficientes ou abusivas pelo magistrado. Antes do pacote anticrime o 
magistrado, nestes casos, deveria realizar a remessa dos autos ao PGJ ou órgão 
superior interno responsável para a adoção de algumas providências. 
 
Atualmente, com a redação dada pela lei nº13.964/2019 os autos 
são devolvidos ao próprio membro do MP responsável pela celebração do acordo 
 
 
 
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de não persecução penal, cabendo-lhe apenas reformular á proposta, sob pena 
do juiz negar a homologação, logo fica a cargo do magistrado a palavra final 
sobre a manutenção ou não do acordo. 
 
Por Fim, havendo homologação, o Ministério Público deverá iniciar 
a execução do acordo perante o juízo da execução penal, não cabendo mais, 
portanto, a execução no âmbito do próprio MP. 
 
Da decisão de recusa da homologação do acordo de não 
persecução penal cabe RESE. 
 
Ocorrendo o descumprimento do acordo haverá rescisão do mesmo 
e posterior oferecimento da denúncia. 
 
ENUNCIADO 27 do CNMP: Havendo descumprimento dos termos 
do acordo, a denúncia a ser oferecida poderá utilizar como suporte probatório a 
confissão formal e circunstanciada do investigado. 
 
Por sua vez, o cumprimento integral do acordo de não persecução 
penal É CAUSA EXTINTIVA DE PUNIBILIDADE. 
 
Antes da Lei nº 13.964/2019 Depois da Lei nº 13.964/2019 
 
DA AÇÃO PENAL (...) 
 
Art. 28 – A. Sem correspondência. 
 
DA AÇÃO PENAL (...) 
 
Art. 28-A Não sendo caso de 
arquivamento e tendo o investigado 
confessado formal e 
circunstancialmente a prática de 
infração penal sem violência ou grave 
 
 
 
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RESOLUÇÃO Nº 181/17 CNMP (COM 
REDAÇÃO DADA PELA RESOLUÇÃO 
Nº 183/18) 
 
Art. 18. Não sendo o caso de 
arquivamento, o Ministério Público 
poderá propor ao investigado acordo 
de não persecução penal quando, 
cominada pena mínima inferior a 4 
(quatro) anos e o crime não for 
cometido com violência ou grave 
ameaça a pessoa, o investigado tiver 
confessado formal e 
circunstanciadamente a sua prática, 
mediante as seguintes condições, 
ajustadas cumulativa ou 
alternativamente: 
I – reparar o dano ou restituir a coisa 
à vítima, salvo impossibilidade de 
fazê-lo; 
 
II – renunciar voluntariamente a bens 
e direitos, indicados pelo Ministério 
Público como instrumentos, produto 
ou proveito do crime; 
 
III – prestar serviço à comunidade ou 
a entidades públicas por período 
correspondente à pena mínima 
cominada ao delito, diminuída de um 
ameaça e com pena mínima inferior a 
4 (quatro) anos, o Ministério Público 
poderá propor acordo de não 
persecução penal, desde que 
necessário e suficiente para 
reprovação e prevenção do crime, 
mediante as seguintes condições 
ajustadas cumulativa e 
alternativamente: 
 
 I - reparar o dano ou restituir a coisa 
à vítima, exceto na impossibilidade de 
fazê-lo; 
 II - renunciar voluntariamente a bens 
e direitos indicados pelo Ministério 
Público como instrumentos, produto 
ou proveito do crime; 
 
III - prestar serviço à comunidade ou 
a entidades públicas por período 
correspondente à pena mínima 
cominada ao delito diminuída de um 
a dois terços, em local a ser indicado 
pelo juízo da execução, na forma do 
art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 
de dezembro de 1940 (Código Penal); 
 
 IV - pagar prestação pecuniária, a ser 
estipulada nos termos do art. 45 do 
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de 
 
 
 
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a dois terços, em local a ser indicado 
pelo Ministério Público; 
 
 IV – pagar prestação pecuniária, a 
ser estipulada nos termos do art. 45 
do Código Penal, a entidade pública 
ou de interesse social a ser indicada 
pelo Ministério Público, devendo a 
prestação ser destinada 
preferencialmente àquelas entidades 
que tenham como função proteger 
bens jurídicos iguais ou semelhantes 
aos aparentemente lesados pelo 
delito; 
 
V – cumprir outra condição 
estipulada pelo Ministério Público, 
desde que proporcional e compatível 
com a infração penal aparentemente 
praticada. 
 
 § 1º Não se admitirá a proposta nos 
casos em que: 
 
I – for cabível a transação penal, nos 
termos da lei; 
 
II – o dano causado for superior a 
vinte salários mínimos ou a 
parâmetro econômico diverso definido 
dezembro de 1940 (Código Penal), a 
entidade pública ou de interesse 
social, a ser indicada pelo juízo da 
execução, que tenha, 
preferencialmente, como função 
proteger bens jurídicos iguais ou 
semelhantes aos aparentemente 
lesados pelo delito; ou 
 
V - cumprir, por prazo determinado, 
outra condição indicada pelo 
Ministério Público, desde que 
proporcional e compatível com a 
infração penal imputada. 
 
 § 1º Para aferição da pena mínima 
cominada ao delito a que se refere o 
caput deste artigo, serão 
consideradas as causas de aumento e 
diminuição aplicáveis ao caso 
concreto. § 2º O disposto no caput 
deste artigo não se aplica nas 
seguintes hipóteses: 
 
I - se for cabível transação penal de 
competência dos Juizados Especiais 
Criminais, nos termos da lei; 
 
II - se o investigado for reincidente ou 
se houver elementos probatórios que 
 
 
 
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pelo respectivo órgão de revisão, nos 
termos da regulamentação local; 
 
III – o investigado incorra em alguma 
das hipóteses previstas no art. 76, § 
2º, da Lei nº 9.099/95; 
 
IV – o aguardo para o cumprimento do 
acordo possa acarretar a prescrição 
da pretensão punitiva estatal; 
 
 V – o delito for hediondo ou 
equiparado e nos casos de incidência 
da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 
2006; 
VI – a celebração do acordo não 
atender ao que seja necessário e 
suficiente para a reprovação e 
prevenção do crime. 
 
 § 2º A confissão detalhada dos fatos 
e as tratativas do acordo serão 
registrados pelos meios ou recursos 
de gravação audiovisual, destinados a 
obter maior fidelidade das 
informações, e o investigado deve 
estar sempre acompanhado de seu 
defensor. 
 
indiquem conduta criminal habitual, 
reiterada ou profissional, exceto se 
insignificantes as infrações penais 
pretéritas; 
 
III – ter sido o agente beneficiado nos 
5 (cinco) anos anteriores ao 
cometimento da infração, em acordo 
de não persecução penal, transação 
penal ou suspensão condicional do 
processo; e 
 
IV – nos crimes praticados no âmbito 
de violência doméstica ou familiar, ou 
praticados contra a mulher por razões 
da condição de sexo feminino, em 
favor do agressor. 
 
§ 3º O acordo de não persecução 
penal será formalizado por escrito e 
será firmado pelo membro do 
Ministério Público, pelo investigado e 
por seu defensor. 
 
§ 4º Para a homologação do acordo de 
não persecução penal, será realizada 
audiência na qual o juiz deverá 
verificar a sua voluntariedade, por 
meio da oitiva do investigado na 
 
 
 
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 § 3º O acordo será formalizado nos 
autos, com a qualificação completa do 
investigado e estipulará de modo 
claro as suas condições, eventuais 
valores a serem restituídos e as datas 
para cumprimento, e será firmado 
pelo membro do Ministério Público, 
pelo investigado e seu defensor. 
 
 § 4º Realizado o acordo, a vítima será 
comunicada por qualquer meio 
idôneo, e os autos serão submetidos à 
apreciação judicial. 
 
§ 5º Se o juiz considerar o acordo 
cabível e as condições adequadas e 
suficientes, devolverá os autos ao 
Ministério Público para sua 
implementação. 
 
 § 6º Se o juiz considerar incabível o 
acordo, bem como inadequadas ou 
insuficientes as condições 
celebradas, fará remessa dos autos ao 
procurador-geral ou órgão superior 
interno responsável por sua 
apreciação, nos termos da legislação 
vigente, que poderá adotar as 
seguintes providências: 
 
presença do seu defensor, e sua 
legalidade. 
 
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, 
insuficientes ou abusivas as 
condições dispostas no acordo de não 
persecução penal, devolverá os autos 
ao Ministério Público para que seja 
reformulada a proposta de acordo, 
com concordância do investigado e 
seu defensor. 
 
§ 6º Homologado judicialmente o 
acordo de não persecução penal, o 
juiz devolverá os autos ao Ministério 
Público para que inicie sua execução 
perante o juízo de execução penal. 
 
§ 7º O juiz poderá recusar 
homologação à proposta que não 
atender aos requisitos legais ou 
quando não for realizada a adequação 
a que se refere o § 5º deste artigo. 
 
§ 8º Recusada a homologação, o juiz 
devolverá os autos ao Ministério 
Público para a análise da necessidade 
de complementação das investigações 
ou o oferecimento da denúncia. 
 
 
 
 
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I – oferecer denúncia ou designar 
outro membro para oferecê-la; 
 
II – complementar as investigações ou 
designar outro membro para 
complementá-la; 
 
III – reformular a proposta de acordo 
de não persecução, para apreciação 
do investigado; 
 
IV – manter o acordo de não 
persecução, que vinculará toda a 
Instituição. 
 
 §7º O acordo de não persecução 
poderá ser celebrado na mesma 
oportunidade da audiência de 
custódia. 
 
 § 8º É dever do investigado 
comunicar ao Ministério Público 
eventual mudança de endereço, 
número de telefone ou e-mail, e 
comprovar mensalmente o 
cumprimento das condições, 
independentemente de notificação ou 
aviso prévio, devendo ele, quando for 
o caso, por iniciativa própria, 
apresentar imediatamente e de forma 
§ 9º A vítima será intimada da 
homologação do acordo de não 
persecução penal e de seu 
descumprimento. 
 
§ 10. Descumpridas quaisquer das 
condições estipuladas no acordo de 
não persecução penal, o Ministério 
Público deverá comunicar ao juízo, 
para fins de sua rescisão e posterior 
oferecimento de denúncia. 
 
§ 11. O descumprimento do acordo de 
não persecução penal pelo 
investigado também poderá ser 
utilizado pelo Ministério Público como 
justificativa para o eventual não 
oferecimento de suspensão 
condicional do processo. 
 
§ 12. A celebração e o cumprimento 
do acordo de não persecução penal 
não constarão de certidão de 
antecedentes criminais, exceto para 
os fins previstos no inciso III do § 2º 
deste artigo. 
 
 § 13. Cumprido integralmente o 
acordo de não persecução penal, o 
 
 
 
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documentada eventual justificativa 
para o não cumprimento do acordo. 
 
§ 9º Descumpridas quaisquer das 
condições estipuladas no acordo ou 
não observados os deveres do 
parágrafo anterior, no prazo e nas 
condições estabelecidas, o membro do 
Ministério Público deverá, se for o 
caso, imediatamente oferecer 
denúncia. 
 
§ 10 O descumprimento do acordo de 
não persecução pelo investigado 
também poderá ser utilizado pelo 
membro do Ministério Público como 
justificativa para o eventual não 
oferecimento de suspensão 
condicional do processo. 
 
 § 11 Cumprido integralmente o 
acordo, o Ministério Público 
promoverá o arquivamento da 
investigação, nos termos desta 
Resolução. 
 
 § 12 As disposições deste Capítulo 
não se aplicam aos delitos cometidos 
por militares que afetem a hierarquia 
e a disciplina. 
juízo competente decretará a extinção 
de punibilidade. 
 
 § 14. No caso de recusa, por parte do 
Ministério Público, em propor o 
acordo de não persecução penal, o 
investigado poderá requerer a 
remessa dos autos a órgão superior, 
na forma do art. 28 deste Código. 
 
 
 
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§ 13 Para aferição da pena mínima 
cominada ao delito, a que se refere o 
caput, serão consideradas as causas 
de aumento e diminuição aplicáveis 
ao caso concreto. 
 
RESTITUIÇÃO DAS COISAS APREENDIDAS 
 
Com nova redação dada ao artigo 122 do CPP pela Lei nº 
13.964/2019 não há mais a espera do prazo de 90 dias, a perda exclusiva das 
coisas apreendidas em favor da união, assim como o produto do leilão ser 
recolhido ao tesouro nacional. 
 
O artigo 124-A do CPP houve o acréscimo de norma a 
regulamentar situação específica, perda de obra de artes para museu públicos, 
caso não haja vítima determinada. 
 
Antes da Lei nº 13.964/2019 Depois da lei nº 13.964/2019 
 
Art. 122. Sem prejuízo do disposto 
nos arts. 120 e 133, decorrido o prazo 
de 90 dias, após transitar em julgado 
a sentença condenatória, o juiz 
decretará, se for caso, a perda, em 
favor da União, das coisas 
apreendidas e ordenará que sejam 
vendidas em leilão público. Parágrafo 
Art. 122. Sem prejuízo do disposto no 
art. 120, as coisas apreendidas serão 
alienadas nos termos do disposto no 
art. 133 deste Código. 
 (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 
2019) Parágrafo único. (Revogado). 
 
Art. 124-A. Na hipótese de decretação 
de perdimento de obras de arte ou de 
 
 
 
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único. Do dinheiro apurado será 
recolhido ao Tesouro Nacional o que 
não couber ao lesado ou a terceiro de 
boa-fé. 
 
Art. 124-A. Sem correspondência. 
 
 
 
 
outros bens de relevante valor 
cultural ou artístico, se o crime não 
tiver vítima determinada, poderá 
haver destinação dos bens a museus 
públicos. 
 
 
 
MEDIDAS ASSECURATÓRIAS 
 
O artigo 133-A do CPP traz a hipótese de qualquer bem sujeito a 
medida assecuratória ser utilizado por qualquer órgão de segurança pública em 
geral, mediante autorização judicial e desde que tenha interesse público. Tal 
hipótese já constava expressamente na lei de drogas. 
 
O §4º do mencionado artigo traz a hipótese da transferência 
definitiva da propriedade ao órgão público beneficiário ao qual foi custodiado 
o bem. 
 
Antes da Lei nº 13.964/2019 Depois da lei nº 13.964/2019 
 
Art. 133-A. Sem correspondência. 
 
 
 
 
 
Art. 133-A O juiz poderá autorizar, 
constatado o interesse público, a 
utilização de bem sequestrado, 
apreendido ou sujeito a qualquer 
medida assecuratória pelos órgãos de 
 
 
 
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segurança pública previstos no art. 
144 da Constituição Federal, do 
sistema prisional, do sistema 
socioeducativo, da Força Nacional de 
Segurança Pública e do Instituto 
Geral de Perícia, para o desempenho 
de suas atividades. 
§ 1º O órgão de segurança pública 
participante das ações de 
investigação ou repressão da infração 
penal que ensejou a constrição do 
bem terá prioridade na sua utilização. 
§ 2º Fora das hipóteses anteriores, 
demonstrado o interesse público, o 
juiz poderá autorizar o uso do bem 
pelos demais órgãos públicos. 
§ 3º Se o bem a que se refere o caput 
deste artigo for veículo, embarcação 
ou aeronave, o juiz ordenará à 
autoridade de trânsito ou ao órgão de 
registro e controle a expedição de 
certificado provisório de registro e 
licenciamento em favor do órgão 
público beneficiário, o qual estará 
isento do pagamento de multas, 
encargos e tributos anteriores à 
disponibilização do bem para a sua 
utilização, que deverão ser cobrados 
de seu responsável. 
 
 
 
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 § 4º Transitada em julgado a 
sentença penal condenatória com a 
decretação de perdimento dos bens, 
ressalvado o direito do lesado ou 
terceiro de boa-fé, o juiz poderá 
determinar a transferência definitiva 
da propriedade ao órgão público 
beneficiário ao qual foi custodiado o 
bem. 
 
 
PROVA 
 
A Lei nº13.964/2019 trouxe uma redação para o §5º do artigo 157 
do CPP, a qual já tinha sido prevista no §4º do mesmo artigo, contudo tal 
dispositivo foi vetado em 2008. 
 
O §5º traz a impossibilidade do juiz que tomar conhecimento de 
prova ilícita proferir sentença ou acórdão. 
 
Antes da Lei nº 13.964/2019 Depois da lei nº 13.964/2019 
DA PROVA CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Art. 157. São inadmissíveis, devendo 
ser desentranhadas do processo, as 
provas ilícitas, assim entendidas as 
obtidas em violação a normas 
constitucionais ou legais. (...) 
DA PROVA CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Art. 157. São inadmissíveis, devendo 
ser desentranhadas do processo, as 
provas ilícitas, assim entendidas as 
obtidas em violação a normas 
constitucionais ou legais. (...) 
 
 
 
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 SEM CORRESPONDÊNCIA 
 
 
 
 
§ 5º O juiz que conhecer do conteúdo 
da prova declarada inadmissível não 
poderá proferir a sentença ou 
acórdão. 
 
Em que pese, a previsão na legislação atual da vedação 
anteriormente vetada, tal dispositivoencontra-se suspenso. 
 
Obs. Em decisão de 16 de janeiro de 2020, o Presidente do STF, 
Min. Dias Toffoli, concedeu medida cautelar para, dentre outras medidas, 
suspender a eficácia do artigo 157, §5º, do CPP. 
 
Por sua vez, no dia 22 de janeiro de 2020, o Ministro Luiz Fux, na 
qualidade de relator das ADIs 6.298, 6.299, 6.300 e 6305, revogou essa decisão 
monocrática de Toffoli e, dentre outras medidas, suspendeu a eficácia, até 
decisão final do Plenário, da alteração do juiz sentenciante que conheceu de 
prova declarada inadmissível (157, §5º, do Código de Processo Penal) 
 
CADEIA DE CUSTÓDIA 
 
 O artigo 158-A do CPP inseriu a cadeia de custodia, o conjunto de 
todos os procedimentos utilizados para manter e documentar a história 
cronológica do vestígio coletado, com o objetivo de dar maior rigor e regularidade 
aos procedimentos de coleta material. 
 
Antes da Lei nº 13.964/2019 Depois da lei nº 13.964/2019 
 
 
 
 
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CAPÍTULO II DO EXAME DO CORPO 
DE DELITO, E DAS PERÍCIAS EM 
GERAL (...) 
 
 SEM CORRESPONDÊNCIA 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO II DO EXAME DO CORPO 
DE DELITO, E DAS PERÍCIAS EM 
GERAL (...) 
 
 Art. 158-A Considera-se cadeia de 
custódia o conjunto de todos os 
procedimentos utilizados para 
manter e documentar a história 
cronológica do vestígio coletado em 
locais ou em vítimas de crimes, para 
rastrear sua posse e manuseio a 
partir de seu reconhecimento até o 
descarte. 
 
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-
se com a preservação do local de 
crime ou com procedimentos policiais 
ou periciais nos quais seja detectada 
a existência de vestígio. 
 
§ 2º O agente público que reconhecer 
um elemento como de potencial 
interesse para a produção da prova 
pericial fica responsável por sua 
preservação. 
 
§ 3º Vestígio é todo objeto ou material 
bruto, visível ou latente, constatado 
ou recolhido, que se relaciona à 
infração penal. 
 
 
 
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 Art. 158-B A cadeia de custódia 
compreende o rastreamento do 
vestígio nas seguintes etapas: 
 
I – reconhecimento: ato de distinguir 
um elemento como de potencial 
interesse para a produção da prova 
pericial; 
 
II – isolamento: ato de evitar que se 
altere o estado das coisas, devendo 
isolar e preservar o ambiente 
imediato, mediato e relacionado aos 
vestígios e local de crime; 
 
 III – fixação: descrição detalhada do 
vestígio conforme se encontra no local 
de crime ou no corpo de delito, e a sua 
posição na área de exames, podendo 
ser ilustrada por fotografias, 
filmagens ou croqui, sendo 
indispensável a sua descrição no 
laudo pericial produzido pelo perito 
responsável pelo atendimento; 
 
IV – coleta: ato de recolher o vestígio 
que será submetido à análise pericial, 
respeitando suas características e 
natureza; 
 
 
 
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V – acondicionamento: procedimento 
por meio do qual cada vestígio 
coletado é embalado de forma 
individualizada, de acordo com suas 
características físicas, químicas e 
biológicas, para posterior análise, 
com anotação da data, hora e nome 
de quem realizou a coleta e o 
acondicionamento; 
 
 VI – transporte: ato de transferir o 
vestígio de um local para o outro, 
utilizando as condições adequadas 
(embalagens, veículos, temperatura, 
entre outras), de modo a garantir a 
manutenção de suas características 
originais, bem como o controle de sua 
posse; 
 
VII – recebimento: ato formal de 
transferência da posse do vestígio, 
que deve ser documentado com, no 
mínimo, informações referentes ao 
número de procedimento e unidade 
de polícia judiciária relacionada, local 
de origem, nome de quem transportou 
o vestígio, código de rastreamento, 
natureza do exame, tipo do vestígio, 
 
 
 
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protocolo, assinatura e identificação 
de quem o recebeu; 
 
 VIII – processamento: exame pericial 
em si, manipulação do vestígio de 
acordo com a metodologia adequada 
às suas características biológicas, 
físicas e químicas, a fim de se obter o 
resultado desejado, que deverá ser 
formalizado em laudo produzido por 
perito; 
IX – armazenamento: procedimento 
referente à guarda, em condições 
adequadas, do material a ser 
processado, guardado para realização 
de contraperícia, descartado ou 
transportado, com vinculação ao 
número do laudo correspondente; 
 
X - descarte: procedimento referente 
à liberação do vestígio, respeitando a 
legislação vigente e, quando 
pertinente, mediante autorização 
judicial. 
 
Art. 158-C A coleta dos vestígios 
deverá ser realizada 
preferencialmente por perito oficial, 
que dará o encaminhamento 
necessário para a central de custódia, 
 
 
 
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mesmo quando for necessária a 
realização de exames 
complementares. 
 
§ 1º Todos vestígios coletados no 
decurso do inquérito ou processo 
devem ser tratados como descrito 
nesta Lei, ficando órgão central de 
perícia oficial de natureza criminal 
responsável por detalhar a forma do 
seu cumprimento. 
 
 § 2º É proibida a entrada em locais 
isolados bem como a remoção de 
quaisquer vestígios de locais de crime 
antes da liberação por parte do perito 
responsável, sendo tipificada como 
fraude processual a sua realização. 
 
Art. 158-D O recipiente para 
acondicionamento do vestígio será 
determinado pela natureza do 
material. 
 
§ 1º Todos os recipientes deverão ser 
selados com lacres, com numeração 
individualizada, de forma a garantir a 
inviolabilidade e a idoneidade do 
vestígio durante o transporte. 
 
 
 
 
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§ 2º O recipiente deverá individualizar 
o vestígio, preservar suas 
características, impedir 
contaminação e vazamento, ter grau 
de resistência adequado e espaço 
para registro de informações sobre 
seu conteúdo. 
 
§ 3º O recipiente só poderá ser aberto 
pelo perito que vai proceder à análise 
e, motivadamente, por pessoa 
autorizada. 
 
§ 4º Após cada rompimento de lacre, 
deve se fazer constar na ficha de 
acompanhamento de vestígio o nome 
e a matrícula do responsável, a data, 
o local, a finalidade, bem como as 
informações referentes ao novo lacre 
utilizado. 
 
§ 5º O lacre rompido deverá ser 
acondicionado no interior do novo 
recipiente. 
 
Art. 158-E Todos os Institutos de 
Criminalística deverão ter uma 
central de custódia destinada à 
guarda e controle dos vestígios, e sua 
gestão deve ser vinculada 
 
 
 
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Proibida cópia, reprodução e repasse, sob pena das sanções cabíveis 
diretamente ao órgão central de 
perícia oficial de natureza crimina 
 
 
§ 1º Toda central de custódia deve 
possuir os serviços de protocolo, com 
local para conferência, recepção, 
devolução de materiais e documentos, 
possibilitando a seleção, a 
classificação e a distribuição de 
materiais, devendo ser um espaço 
seguro e apresentar condições 
ambientais que não interfiram nas 
características do vestígio. 
 
§ 2º Na central de custódia, a entrada 
e a saída de vestígio deverão ser 
protocoladas, consignando-se 
informações sobre a ocorrência no 
inquérito que a eles se relacionam. 
 
§ 3º Todas as pessoas que tiverem 
acesso ao vestígio armazenado 
deverão ser identificadase deverão 
ser registradas a data e a hora do 
acesso. 
 
§ 4º Por ocasião da tramitação do 
vestígio armazenado, todas as ações 
deverão ser registradas, consignando-
 
 
 
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Proibida cópia, reprodução e repasse, sob pena das sanções cabíveis 
se a identificação do responsável pela 
tramitação, a destinação, a data e 
horário da ação. 
 
Art. 158-F Após a realização da 
perícia, o material deverá ser 
devolvido à central de custódia, 
devendo nela permanecer. 
 
Parágrafo único. Caso a central de 
custódia não possua espaço ou 
condições de armazenar determinado 
material, deverá a autoridade policial 
ou judiciária determinar as condições 
de depósito do referido material em 
local diverso, mediante requerimento 
do diretor do órgão central de perícia 
oficial de natureza criminal. 
 
 
MEDIDAS CAUTELARES 
 
A nova redação do artigo 282 do CPP dada pelo pacote anticrime 
impossibilita o juiz de decretar medidas cautelares de ofício, sendo necessário 
requerimento das partes ou do Ministério Público, durante a ação penal ou 
representação da autoridade policial, durante as investigações. 
 
ATENÇÃO: COM O PACOTE ANTECRIME O JUIZ NÃO PODERÁ 
DECRETAR DE OFÍICO AS MEDIDAS CAUTELARES, CONTUDO, PODERÁ 
 
 
 
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Proibida cópia, reprodução e repasse, sob pena das sanções cabíveis 
REVOGAR OU SUBSTITUIR. (DECOREM ISTO! CERTEZA QUE SERÁ TEMA DE 
PROVA) 
 
O §3º do mencionado artigo traz expressamente o prazo de 05 
dias, o qual não era previsto, para a parte se manifestar acerca do pedido de 
alguma medida cautelar. 
 
Vale salientar, que o descumprimento de alguma medida cautelar 
NÃO é considerado crime de desobediência, afinal as consequências para o 
descumprimento das medidas estão expressas no §4º do artigo 282 do CPP e 
em nada se fala na configuração de crime de desobediência para tal ato, 
conforme entendimento dos tribunais superiores. 
 
Antes da Lei nº 13.964/2019 Depois da lei nº 13.964/2019 
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS 
CAUTELARES E DA LIBERDADE 
PROVISÓRIA CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS (...) 
 
 Art. 282. As medidas cautelares 
previstas neste Título deverão ser 
aplicadas observando-se a: 
I - necessidade para aplicação da lei 
penal, para a investigação ou a 
instrução criminal e, nos casos 
expressamente previstos, para evitar 
a prática de infrações penais; 
 
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS 
CAUTELARES E DA LIBERDADE 
PROVISÓRIA CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS (...) 
 
Art. 282. As medidas cautelares 
previstas neste Título deverão ser 
aplicadas observando-se a: 
 I - necessidade para aplicação da lei 
penal, para a investigação ou a 
instrução criminal e, nos casos 
expressamente previstos, para evitar 
a prática de infrações penais; 
 
 
 
 
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II - adequação da medida à gravidade 
do crime, circunstâncias do fato e 
condições pessoais do indiciado ou 
acusado. 
 
§ 1º As medidas cautelares poderão 
ser aplicadas isolada ou 
cumulativamente. 
 
 § 2º As medidas cautelares serão 
decretadas pelo juiz, de ofício ou a 
requerimento das partes ou, quando 
no curso da investigação criminal, por 
representação da autoridade policial 
ou mediante requerimento do 
Ministério Público. 
 
 
 § 3º Ressalvados os casos de 
urgência ou de perigo de ineficácia da 
medida, o juiz, ao receber o pedido de 
medida cautelar, determinará a 
intimação da parte contrária, 
acompanhada de cópia do 
requerimento e das peças 
necessárias, permanecendo os autos 
em juízo. 
 
§ 4º No caso de descumprimento de 
qualquer das obrigações impostas, o 
II - adequação da medida à gravidade 
do crime, circunstâncias do fato e 
condições pessoais do indiciado ou 
acusado. 
 
 § 1º As medidas cautelares poderão 
ser aplicadas isolada ou 
cumulativamente. 
 
§ 2º As medidas cautelares serão 
decretadas pelo juiz a requerimento 
das partes ou, quando no curso da 
investigação criminal, por 
representação da autoridade policial 
ou mediante requerimento do 
Ministério Público. 
 
 
 § 3º Ressalvados os casos de 
urgência ou de perigo de ineficácia da 
medida, o juiz, ao receber o pedido de 
medida cautelar, determinará a 
intimação da parte contrária, para se 
manifestar no prazo de 5 (cinco) dias, 
acompanhada de cópia do 
requerimento e das peças 
necessárias, permanecendo os autos 
em juízo, e os casos de urgência ou de 
perigo deverão ser justificados e 
fundamentados em decisão que 
 
 
 
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juiz, de ofício ou mediante 
requerimento do Ministério Público, 
de seu assistente ou do querelante, 
poderá substituir a medida, impor 
outra em cumulação, ou, em último 
caso, decretar a prisão preventiva 
(art. 312, parágrafo único). 
 
§ 5º O juiz poderá revogar a medida 
cautelar ou substituí-la quando 
verificar a falta de motivo para que 
subsista, bem como voltar a decretá-
la, se sobrevierem razões que a 
justifiquem. 
 
§ 6º A prisão preventiva será 
determinada quando não for cabível a 
sua substituição por outra medida 
cautelar (art. 319). 
 
 
 
 
 
contenha elementos do caso concreto 
que justifiquem essa medida 
excepcional. 
 
§ 4º No caso de descumprimento de 
qualquer das obrigações impostas, o 
juiz, mediante requerimento do 
Ministério Público, de seu assistente 
ou do querelante, poderá substituir a 
medida, impor outra em cumulação, 
ou, em último caso, decretar a prisão 
preventiva, nos termos do parágrafo 
único do art. 312 deste Código. 
 
 § 5º O juiz poderá, de ofício ou a 
pedido das partes, revogar a medida 
cautelar ou substituí-la quando 
verificar a falta de motivo para que 
subsista, bem como voltar a decretá-
la, se sobrevierem razões que a 
justifiquem. 
 
§ 6º A prisão preventiva somente será 
determinada quando não for cabível a 
sua substituição por outra medida 
cautelar, observado o art. 319 deste 
Código, e o não cabimento da 
substituição por outra medida 
cautelar deverá ser justificado de 
forma fundamentada nos elementos 
 
 
 
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presentes do caso concreto, de forma 
individualizada. 
 
DA PRISÃO 
 
A lei nº 13.964/2019 não trouxe mudança significativa sobre o 
tema, apenas modificou as nomenclaturas de “prisão temporária ou prisão 
preventiva” por prisão cautelar. 
 
O artigo 287 do CPP traz expressa previsão da audiência de 
custódia quando houver mandado de prisão, ou seja, não se limitando apenas 
a prisão em flagrante. Vale lembrar que o artigo 310 do CPP determinar a 
ilegalidade de prisão em flagrante quando não houver a realização da audiência 
de custódia. Ocorre que tal dispositivo encontra-se suspenso. 
 
Antes da Lei nº 13.964/2019 
 
Depois da lei nº 13.964/2019 
 
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS 
CAUTELARES E DA LIBERDADE 
PROVISÓRIA CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS (...) 
 
Art. 283. Ninguém poderá ser preso 
senão em flagrante delito ou por 
ordem escrita e fundamentada da 
autoridade judiciária competente, em 
decorrência de sentença condenatória 
transitada em julgado ou, no curso da 
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS 
CAUTELARES E DA LIBERDADE 
PROVISÓRIA CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS (...) 
 
Art. 283. Ninguém poderá ser preso 
senão em flagrante delito ou por 
ordem escrita e fundamentada da 
autoridade judiciária competente, em 
decorrência de prisão cautelar ou em 
virtude de condenação criminal 
transitada em julgado. 
 
 
 
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