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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ANALÍTICA E FÍSICO-QUÍMICA ENGENHARIA DE ALIMENTOS - TURMA 2A DATA DA PRÁTICA: 13 DE ABRIL DE 2022 DATA DE ENTREGA: 27 DE ABRIL DE 2022 ESTÉRPHANIE DOS SANTOS MARTINS - 495027 SARA ELEN FERREIRA LIMA - 496566 VITÓRIA MAIZA DE SOUZA SILVA - 494134 LIZANDRA SOUSA MACIEL - 494275 POLARIMETRIA: DETERMINANDO A CONCENTRAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS. FORTALEZA 2022 SUMÁRIO 1. OBJETIVOS ...………………..………………………………………….. 2 2. INTRODUÇÃO ...………………………………………………………... 2 3. MATERIAIS E MÉTODOS …………..…………………………….…... 3 3.1. Reagentes e soluções …...…………………………………....…………... 3 3.2. Aparelhagem ou equipamento especial …………..…….…………….... 3 3.3. Método ….…………………………..……………………………………. 3 3.4. Procedimento experimental ………………………………..………...…. 3 4. RESULTADOS E EXECUÇÃO DOS CÁLCULOS ..………..………... 4 5. DISCUSSÕES ……………………………………………………………. 5 6. CONCLUSÃO …...……..…………………………………………..……. 6 7. REFERÊNCIAS ………………………………………………...………. 7 1 1. Objetivos Determinar a concentração de substâncias oticamente ativas em amostras de soros. 2. Introdução Entende-se que a luz é um fenômeno ondulatório em que as vibrações se produzem perpendicularmente à direção de propagação e que o plano de vibração pode ser em qualquer direção. Já a luz polarizada tem as vibrações produzidas em apenas um destes possíveis planos. Dessa forma, para que uma substância seja opticamente ativa ela terá que produzir rotação do plano da luz polarizada. Portanto, a polarimetria consiste em uma técnica que tem como objetivo medir o ângulo de rotação que uma luz polarizada traça ao atravessar uma substância que possui atividade óptica. Para definir se uma molécula orgânica é opticamente ativa, leva-se em conta a identificação dos carbonos quirais presentes na mesma. Como exemplo de compostos possuidores de carbonos quirais, têm-se a sacarose e a glicose, que vão fazer parte da composição das soluções utilizadas no procedimento. Nesta prática, foi utilizado um polarímetro como instrumento de medição desses ângulos de rotação, primordialmente constituído por um polarizador, um tubo e um prisma polarizador (também chamado de prisma de Nicol), que consiste em um cristal transparente capaz de gerar uma dupla refração da luz. Dois prismas são utilizados para polarizar a luz proveniente de uma fonte luminosa, o prisma polarizador e o prisma analisador. O analisador tem a capacidade de girar em torno do eixo longitudinal do aparelho, enquanto que o polarizador é fixo. O polarímetro possui ainda um dispositivo auxiliar que tem a função de tornar a medida do desvio angular mais precisa, ou seja, o campo visual divide-se em três partes: quando a parte central está visualmente mais escura e as laterais mais claras, quando o campo central está mais claro e as laterais escuras e, por último, há uma posição intermediária em que as três partes do campo estão totalmente sombreadas. Essa última situação corresponde ao momento em que os dois prismas estão cruzados. Se o prisma analisador estiver na mesma posição que o prisma polarizador, esse campo irá apresentar-se totalmente iluminado. A medida da atividade óptica, segundo a lei de Biot, pode fornecer informações sobre a pureza de uma substância, pois uma amostra com apenas um enantiômero dá uma rotação previsível (tabelada). Se isso não ocorrer é porque a amostra não é pura. E também sobre a concentração, já que o grau de rotação de uma amostra depende de sua concentração. Neste caso, tem-se interesse em identificar a concentração de substâncias. 2 3. Materiais e Métodos 3.1. Reagentes e Soluções ● Soro caseiro; ● Soro fisiológico; ● Soro para reidratação oral. 3.2. Aparelhagem ou Equipamento Especial ● Polarímetro. 3.3. Método Roteiro fornecido pelo professor Moacir. Disponibilizado na plataforma de gestão de atividades acadêmicas SIGAA. 3.4. Procedimento Experimental Para a determinação da concentração das amostras utilizou-se o polarímetro. Inicialmente, o tubo do polarímetro foi preenchido com água destilada, tendo o cuidado para não deixar bolhas de ar no interior do tubo, posteriormente, as faces externas do tubo foram limpas e ele foi colocado no instrumento. Observou-se a ocular do instrumento de maneira a distinguir nitidamente as linhas que separam as três partes do campo visual do polarímetro (Figura 1). Assim, rotacionou-se no sentido anti-horário até observar uma inversão na iluminação das partes central e laterais do campo visual (Figura 2). Em seguida, girou-se novamente o analisador no sentido horário até serem observadas as três partes igualmente iluminadas (Figura 3). Ao chegar neste ponto, anotou-se o ângulo encontrado, neste caso 90º, que foi usado como o ponto de partida, o zero. A medição da concentração da água destilada é necessária, pois será usada para calcular o desvio final das amostras. Para a obtenção do desvio angular do soro fisiológico, o tubo polarimétrico foi esvaziado e ambientalizado com a solução a ser analisada. Em seguida, encheu-se com a própria solução, atentando-se sempre às bolhas de ar, o tubo foi fechado e limpo externamente. O mesmo procedimento foi realizado para as demais amostras. Figura 1: campo visual do polarímetro. Figura 2: inversão do campo visual. Fonte: autoral. Fonte: autoral. 3 Figura 3: três partes igualmente iluminadas do campo visual. Fonte: autoral. 4. Resultados e Execução dos Cálculos Na figura abaixo tem-se o registro da escala no momento em que as três partes estavam igualmente iluminadas. Figura 4: escala do polarímetro. Fonte: autoral. Após anotar os ângulos obtidos para cada amostra, registrou-se alguns dados importantes e, em seguida, calculou-se o desvio angular final de cada substância e a concentração. Observa-se os dados e cálculos abaixo: Desvio angular do solvente (H2O) = αs = 90° ou 0° Desvio angular final (αf )= Desvio angular observado (αobs ) - Desvio angular do solvente (αs) ● Soro fisiológico: 0º - 0º = 0º ● Soro caseiro: 2,1º - 0º = 2,1º ● Soro para reidratação oral: 2,05º - 0º = 2,5º Comprimento do tubo polarimétrico = 190,09 mm = 1,9009 dm Temperatura = 26 °C 4 Para calcular a concentração utilizou-se a seguinte fórmula: α = α 𝐷 20⎡⎢⎣ ⎤⎥⎦ 𝑥 𝐿 𝑥 𝐶 Onde: = desvio angular final, em graus angulares;α = poder rotatório específico de cada substância, no caso, sacarose =α 𝐷 20⎡⎢⎣ ⎤⎥⎦ 66,53º e glicose = 52,7º; = comprimento do tubo em dm;𝐿 = concentração da solução em g/cm³.𝐶 Dessa forma, os cálculos de concentração são: Para o Soro fisiológico: 0° = 66, 53° 𝑥 1, 9009 𝑑𝑚 𝑥 𝐶 → 𝐶 = 0°66,53° 𝑥 1,9009 𝑑𝑚 → ∴ 𝐶 = 0 𝑔/𝑐𝑚³ Para o Soro caseiro: possui sacarose em sua formulação 2, 1° = 66, 53° 𝑥 1, 9009 𝑑𝑚 𝑥 𝐶 → 𝐶 = 2,1°66,53° 𝑥 1,9009 𝑑𝑚 → ∴ 𝐶 = 1, 66 𝑥 10 −2𝑔/𝑐𝑚³ Para o Soro de reidratação oral: possui glicose em sua formulação 2, 05° = 52, 7° 𝑥 1, 9009 𝑑𝑚 𝑥 𝐶 → 𝐶 = 2,05°52,7° 𝑥 1,9009 𝑑𝑚 → ∴ 𝐶 = 2, 05 𝑥 10 −2𝑔/𝑐𝑚³ Os dados obtidos estão organizados na tabela 1. Tabela 1: resultados de desvio angular observado, desvio angular final e concentração para os soros fisiológico, caseiro e para reidratação oral. Solução Desvio AngularObservado, αobs, ° Desvio Angular Final, αf, ° Concentração C, (g/cm³ ) Soro fisiológico 0 0 0 Soro caseiro 2,1 2,1 1, 66 𝑥 10−2 Soro para reidratação oral 2,05 2,05 2, 05 𝑥 10 −2 5. Discussões Durante a prática, observou-se que ao utilizar o ângulo de 0° como ponto inicial estava ocorrendo um grande desvio, provavelmente devido ao equipamento estar descalibrado em virtude do desgaste do prisma. Dessa forma, utilizou-se o 90° como ponto de partida, ou seja, como sendo o 0°. 5 Com relação aos resultados, esperava-se encontrar uma relação linear entre o desvio angular final e a concentração, porém nota-se que o soro de reidratação oral apresentou maior concentração que o soro caseiro, mesmo tendo um desvio angular menor. Uma possível justificativa para isso é que o poder rotatório utilizado nos cálculos dessas substâncias é diferente,ou seja, para o soro caseiro utilizou-se o poder rotatório da sacarose e para o de reidratação oral utilizou-se o da glicose, sendo esse segundo menor, causando um aumento no resultado calculado da concentração. Além disso, tem-se o soro fisiológico que apresentou desvios angulares e concentração igual a zero. Isso ocorreu porque o soro fisiológico possui cloreto de sódio (NaCl), que não é uma substância opticamente ativa, pois diferente da glicose e sacarose, presente nos outros soros, o NaCl não possui carbonos quirais. 6. Conclusão Diante do que foi apresentado, conclui-se que foi possível identificar o teor das substâncias oticamente ativas nas amostras de soro fisiológico, soro caseiro e soro para reidratação oral. Sendo os resultados obtidos das concentrações das amostras na seguinte ordem: [SF] < [SC] < [SRO], tem-se então que o objetivo da prática foi atingido. Ainda, é importante ressaltar que a polarimetria tem uma grande aplicabilidade na indústria de alimentos, como na determinação de pureza de açúcares e também no controle do processo de inversão da sacarose na fabricação de xaropes. 6 7. Referências [1] RODRIGUES, Deyvison Henrique da Silva; OLIVEIRA, Alcineia Conceição. Avaliação de uma proposta contextualizada sobre o ensino de polarimetria nos cursos de farmácia e engenharia de alimentos, na Universidade Federal do Ceará. Química Nova, v. 32, n. 1, p. 250-256, 2009. [2] NGANDO MBELA, Eligia. Control del proceso de inversión de la sacarosa en la fabricación de jarabes. 2017. Tese de Doutorado. Universitat Politècnica de València. [3] GARCÍA MARTÍNEZ, Eva María. Aplicación de la polarimetría a la determinación de la pureza de un azúcar. 2017. [4] ALVARENGA, Ana Paula Dornelles de et al. A doçura do açúcar. 2010. [5] PEREIRA, José Augusto. POLARIMETRIA DE SOLUÇÕES DE AÇÚCARES. Determinação da rotatividade óptica da sacarose e cinética de mutarrotação da D-glucose. 2010. [6] ZUZA, Elder Polo. Determinação sacarimétrica de caldos e melaços provenientes da cana-de-açúcar sem adição de clarificantes químicos. 2015. [7] ANDRADE, NSO; SANTA ROSA, A. N.; FARIA, PCC. Fundamentos de polarimetria SAR. SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO, v. 13, p. 4775-4782, 2007. 7
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