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Av 3 Pratica Juridica (Gustavo Mendes)

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA  _______VARA CÍVEL DA COMARCA DE ___________________
 
 
 
MÁRCIA, Brasileira, viuva, Pensionista, portadora da carteira de identidade n°........., expedida pelo ...., inscrita no CPF/MF sob o n° ............, endereço eletrônico, domicílio e residência no Rio de Janeiro/RJ, por seu advogado, com endereço profissional (endereço completo), para fins do artigo 77, inc. V,do CPC, vem a este juízo, propor
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO
 
pelo procedimento comum do artigo 318 do CPC, em face da WTF S.A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n° ............, endereço eletrônico e com endereço na Rua ..........., bairro ......, cidade ............, Estado ......., pelos fatos e fundamentos que passa a expor.
 
DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO
A fim de cumprir a determinação do art. 319, VII, do CPC, a parte autora informa que tem interesse na audiência de conciliação ou mediação, a fim de que se obtenha solução mais célere da lide.
 
 
DOS FATOS
Márcia relata que no dia 18/12/2018 foi coagida pelo gerente bancário (Thiago) a assinar um contrato se obrigando a se responsabilizar pelo empréstimo, que seu falecido esposa, Clóvis, tinha contraído antes de vir a morrer. A autora informa que o gerente uso como forma de ameaça o não pagamento de seu beneficio do INSS, pensão por morte, se a mesma nã assinasse o contrato. 
Márcia reclama também que Thiago lhe ofendeu chamando de "caloteira" aduzindo que a autora estava querendo passar o banco para trás, o constrangendo na frente de funcionários e outros cliente que estava no momento do ocorrido. A autora muito abalada assinou o contrato, temendo não poder receber seu beneficio do INSS e também por muito vergonha de estar sendo chamada de "caloteira" na frente de varias pessoas.
Após o ocorrido a autora procurou o banco através dos seus canais oficias para registrar a reclamação de tudo que ocorreu na agencia, mas  autora não obteve êxito pois o banco informados que nada poderia ser feito já que era desconhecido as praticas ocorridas na agencia.
A autora reclama da assunção de divida indevida, solicitando que seja providenciado a anulação do negócio jurídico  e a punição do banco em indenização pelo constrangimento que a autora sofreu pelo gerente bancário na agencia frente a varias pessoas. Márcia alega que Bárbara sua amiga estava no momento do ocorrido e presenciou tudo o que houve na agencia pelo gerente Thiago.
 
 
DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
Inicialmente percebi-se que houve um defeito no negócio jurídico firmado entre a autora e a instituição bancária, no momento que o gerente bancário coagiu de forma psicológica e moral a autora. Ameaçando de não efetuar o pagamento de seu beneficio de pensão por morte, caso a mesma não se obrigue a assumir a divida do seu cônjuge falecido. 
Tal vicio no negócio jurídico é positivado no art. 151 no Código Civil de 2002 brasileiro;
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. 
 
No tocante a divida, há que se falar em não obrigação da autora perante a assunção de divida, pois o falecido não deixou nenhum bem que caracterize espolio, para arcar com a amortização ou quitação da divida contraida. 
Assim, não ficando obrigada de arcar com a divida atrás do seu beneficio de pensão por morte pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O mesmo diploma caracteriza a não obrigação por sucessão da divida nos seus Artigos 1997;
Art. 1997.A herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido; mas, feita a partilha, só respondem os herdeiros, cada qual em proporção da parte que na herança lhe coube. 
 
 
Como o falecido não deixou nenhum bem ou patrimônio para a viuva, não se pode falar em o herdeiro(a) se responsabilizar com a divida deixado pelo falecido, pois não se pode onerar um herdeiro acima do espolio deixado pelo falecido. No art. 1792 do CC fala-se sobre encargos superiores a herança;
Art. 1792. O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança; incumbe-lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse, demostrando o valor dos bens herdados. 
 
Portanto, há que falar que houve vicio do negócio jurídico diante dos fatos relatados e fundamentação acima e não há que se falar continuidade no pagamento do empréstimo contraído por Clóvis e nem assunção de divida, já que no caso especifico o falecido não deixou herança que caracterize espólio.
 
 
DO PEDIDO
 
Diante do exposto, a parte autora requer.
a) Citação do Réu para integrar a relação processual;
b)  Designação da audiência de conciliação ou 
mediação e integração do réu para seu compromisso;
c) Que seja deferido o pedido de anulação de negócio jurídico, com o consequente restabelecimento do status a quoante e indenização de R$ 10.000,00 por danos morais a autora em face do réu, devido o constrangimento e humilhação sofrido pelo funcionário da parte ré; 
d) Que seja procedente o pedido para condenar o 
réu nas custas processuais e nos honorários 
advocatícios ante a sucumbência.
 
DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal do réu, sob pena de confissão.
 
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ 10.000,00
Termos em que,
Pede deferimento.
 
Local, (Dia), (Mês) de (Ano)
 
Nome do Advogado
OAB/(Sigla do Estado)

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