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Prévia do material em texto

Direito Ambiental
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Tercius Zychan
Revisão Textual:
Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin
 
Responsabilidade por danos ao meio ambiente
5
• Introdução
• Responsabilidade civil e responsabilidade penal pelo dano ambiental
• Responsabilidade civil
• Dano e responsabilide relativos ao meio ambiente 
• Responsabilidade solidária por danos ao meio ambiente
• Pessoa jurídica 
• Ação de responsabilidade civil ambiental
• Responsabilidade administrativa
• Responsabilidade criminal por danos ambientais
• Características da lei de crimes ambientais
• Termo de ajustamento de conduta
 · Conhecer quais são as medidas repressivas de proteção ao Meio Ambiente, 
sua inserção no plano constitucional, bem como quais são os ramos do Direito 
envolvidos neste sistema de preservação;
 · Ao final iremos reconhecer que a preocupação legislativa com a proteção ao Meio 
Ambiente no Brasil é grande, mas falta maior efetividade no processo de execução.
Nesta Unidade, iremos estudar a questão que envolve a preservação do Meio Ambiente, não 
somente com o emprego de medidas preventivas, mas por intermédio de ações repressivas, 
sejam elas na esfera do Direito Civil, do Direito Administrativo e do Direito Penal.
Verificaremos a importante relação destas medidas repressivas com a busca de um Meio 
Ambiente mais propício em garantir para as presentes e futuras gerações um Meio Ambiente 
sadio, indispensável à qualidade de vida das pessoas.
Iniciaremos nossos estudos a partir da Constituição Federal que prevê, no Artigo 225, que 
os danos ambientais devem ser integralmente ressarcidos e que os responsáveis pelos danos 
responderão administrativa, penal e civilmente e, ainda, de forma solidária. 
Cada uma das esferas de responsabilização tem as suas peculiaridades, e é disso que 
trataremos, além das questões processuais em cada situação.
Bom estudo a todos!
Responsabilidade por danos ao 
meio ambiente
6
Contextualização
Proteção penal por dano ambiental
Entre as diversas formas de proteção ambiental previstas em nossa Constituição e na Legislação 
nacional, temos a denominada responsabilidade penal por danos ao Meio Ambiente.
Para tanto, a Lei nº 9605/98 prevê as condutas típicas que, se realizadas, farão surgir o denominado 
“crime ambiental”.
Assista ao vídeo no Youtube, que trata um pouco sobre a responsabilização 
penal por crimes contra o Meio Ambiente. 
Disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=nyFaprQSgwA! 
7
Introdução
A denominada “proteção do ambiente” trata-se de um tema razoavelmente recente, 
recebendo maior destaque no final do século passado e neste século.
Nossas Constituições mais antigas, bem como as de grande referência, como a 
norte-americana, a francesa e a italiana, não tratam especificamente do problema.
No Brasil, este cenário foi alterado com a promulgação da Constituição Federal de 1988.
Importante novamente mencionar que nos anos 1980, antes ainda da atual Constituição, 
surgiram outras leis que trataram da mencionada proteção.
Podemos citar a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que criou a Política Nacional do 
Meio Ambiente.
Atualmente, é no Artigo 225 da Constituição Federal, mais precisamente em seu 
§ 3º, que iremos nos deparar com a responsabilização na esfera civil, administrativa e 
penal, independentemente da obrigação de reparar os danos, das condutas que afetem o 
Meio Ambiente:
Art. 225. Todos têm direito ao Meio Ambiente ecologicamente equilibrado, 
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se 
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações.
(...)
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao Meio Ambiente 
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e 
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
Como vemos, uma conduta que venha a lesar o Meio Ambiente pode ser atingida pela 
repressão de três ramos distintos do Direito: Civil, Penal e Administrativo.
Atualmente, é importante destacar o papel da Lei 9605, de 12 de fevereiro de 1998, a qual 
trata das sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao Meio 
Ambiente, e dá outras providências.
Uma característica importante desta tutela jurídica ao Meio Ambiente, com o objetivo de 
evitar o dano, é que a apuração das responsabilidades nas três modalidades (civil, penal e 
administrativa) não é realizada por um único órgão.
Neste passo, constatada a existência de uma infração às normas ambientais, há de ter início 
uma série de procedimentos de ordem legal e administrativa, para apurar o dano e imputar, se 
constatado, a devida penalidade, peculiar a cada ramo do Direito.
Relevante frisar que entre os instrumentos de defesa aos direitos, inclusive dos acusados 
de promover um dano ambiental, são assegurados em nossa Constituição, trata-se da ampla 
defesa e do contraditório, cabíveis em qualquer espécie de processo, inclusive no administrativo.
8
Unidade: Responsabilidade por danos ao meio ambiente
Responsabilidade civil e responsabilidade penal pelo dano ambiental
A expressão “responsabilidade” tem origem no termo no latim re-spondere, cujo significado 
está ligado à ideia de segurança ou garantia de restituição ou compensação. Significa, pois, 
restituição, ressarcimento.
Existe uma íntima ligação entre a responsabilidade civil e a penal. Entretanto, as condições 
de origem de cada uma é que as diversifica.
No caso da responsabilidade penal, esta pressupõe a existência de uma violação a uma ética 
social, agredindo uma lei penal, lesando a sociedade. 
No tocante à responsabilidade civil, todo interesse lesado é privado.
Já no tocante à responsabilidade penal, esta envolve um dano que atinge a paz social, 
podendo, no entanto, por vezes, atingir uma só pessoa.
Dissemos que a responsabilidade penal é intransferível, podendo o autor responder com 
sua liberdade.
Responsabilidade civil
Para que alguém tenha a obrigação de indenizar outrem, devem estar presentes os 
seguintes requisitos:
• que o ato ou fato praticado seja antijurídico (contrário a lei); 
• que possa ser imputado a alguém; 
• que resulte dano; 
• que o dano possa ser juridicamente considerado como causado pelo ato ou fato praticado.
Como podemos perceber, a obrigação de indenizar parte do pressuposto da existência de 
um dano. É o que bem enfatiza o Artigo 186 de nosso Código Civil:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente 
moral, comete ato ilícito.
Diante desta afirmativa, comparado às diversas formas interpretativas, veremos que existem 
as seguintes espécies de responsabilidade de indenizar:
A responsabilidade denominada subjetiva centra-se na existência de culpa. Neste caso, 
inexistindo a culpa, não haverá responsabilidade a ser imputada.
De outro lado, temos a denominada teoria objetiva ou do risco, a qual estabelece a 
obrigação de reparação dos danos cometidos mesmo sem ser preciso demonstrar a culpa. 
9
Todo dano é indenizável, ou seja, deve ser reparado por quem a ele se liga por intermédio 
de um nexo de causalidade, independentemente de culpa. 
Não se exige prova de culpa do agente para que seja obrigado a reparar o dano. Em alguns 
casos, ela é presumida pela lei. 
No caso do dolo, este existirá quando a vontade do agente for igual ao resultado atingido.
Já no caso da culpa, há uma diferença entre a vontade do agente e o resultado; no caso, 
o resultado danoso ocorre por uma falha do agente, por intermédio de um comportamento 
negligente, imprudente ou imperito.
Como bem trata o Artigo 927 do Código Civil Brasileiro:
Art.927. Aquele que, por ato ilícito (Arts. 186 e 187) causar dano a outrem, 
fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente 
de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente 
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os 
direitos de outrem.
Dano e responsabilide relativos ao meio ambiente 
O dano ambiental ou ecológico é, em princípio, um dano sofrido pelo conjunto do 
meio natural ou por um de seus componentes, levado em conta como patrimônio coletivo, 
independente de suas repercussões sobre pessoas e bens.
Nem sempre a conduta lesiva acarreta danos às pessoas e aos seus bens; é possível que haja 
apenas dano ecológico, causado na natureza, sem repercutir, de forma aparente e imediata, 
nas atividades humanas. 
Um exemplo pode ser o caso de derramamento de óleo em alto mar, sem que tenha havido, 
num primeiro momento, danos a pessoas ou bens. Mas o dano ao Meio Ambiente sempre 
atingirá o homem, ainda que em longo prazo, direta ou indiretamente.
Para que haja dano ambiental, é essencial a ação ou omissão perigosa para o ambiente. 
Os pressupostos da responsabilidade ambiental, que é objetiva, estão assentados numa ação 
ou omissão perigosa para o ambiente, na ocorrência de uma lesão em pessoas, bens ou de 
forma significativa ao ambiente e no nexo de causalidade entre a ação e o dano.
10
Unidade: Responsabilidade por danos ao meio ambiente
Diversas formas de lesão podem ensejar a responsabilidade civil do infrator. O fundamento 
legal da responsabilidade civil ambiental está no Artigo 14, § 1º, da Lei nº 6.938/1981:
Artigo 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, 
estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à 
preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela 
degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores:
(...)
§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o 
poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar 
ou reparar os danos causados ao Meio Ambiente e a terceiros, afetados por 
sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade 
para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao 
Meio Ambiente.
Aliado a este, temos o § 3º do Artigo 225, § 3º, da Constituição Federal:
Art. 225. Todos têm direito ao Meio Ambiente ecologicamente equilibrado, 
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se 
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações.
(...)
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao Meio Ambiente sujeitarão 
os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
Importante destacar que a responsabilidade ambiental deve estender-se a qualquer pessoa, 
seja física ou jurídica.
No dano ao Meio Ambiente, aplica-se a teoria da responsabilidade objetiva, na qual não se 
indaga a culpa ou o dolo do autor do fato; há o que no Direito se denomina de “inversão do 
ônus da prova”. 
Vejamos: via de regra, a prova de um fato cabe a quem alega esse fato. No caso dos danos 
ambientais, ocorre essa inversão, cabendo ao autor do dano ambiental provar que não foi 
o agente causador, ou que os fatos ocorreram por motivos de força maior ou outras razões 
previstas em lei. 
11
Responsabilidade solidária por danos ao meio ambiente
A responsabilidade civil por danos ao Meio Ambiente é objetiva e solidária e todos os que 
concorreram para o resultado deverão responder por ele.
A interpretação do § 3º do Art. 225 da CF permite esse entendimento. A responsabilidade 
é de todos os infratores, ou seja, de todos os que cometeram danos ao Meio Ambiente.
As pessoas que, de algum modo, concorrerem para o resultado lesivo ao ambiente 
respondem solidariamente pelos prejuízos causados.
Pessoa jurídica 
A Constituição Federal faz previsão da responsabilidade das pessoas jurídicas:
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta 
de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos 
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme 
definidos em lei.
(...)
§ 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa 
jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições 
compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica 
e financeira e contra a economia popular.
O Art. 170, VI, também da CF, estabelece a defesa do Meio Ambiente como um dos 
princípios da atividade econômica, o que coloca a violação ao Meio Ambiente no âmbito do 
Art. 173:
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e 
na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os 
ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
(...)
VI – defesa do Meio Ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado 
conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de 
elaboração e prestação.
12
Unidade: Responsabilidade por danos ao meio ambiente
Já o Art. 3º da Lei nº 9.605/1998 tem a seguinte redação:
Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e 
penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja 
cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão 
colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das 
pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato.
A Lei nº 9.605/1998 refere-se às sanções penais e administrativas em virtude de condutas 
lesivas ao Meio Ambiente. Apesar dessa peculiaridade, o Art. 3º menciona também a 
responsabilidade civil por danos ao Meio Ambiente.
O Código Civil, em seu Artigo 932, Inciso III, estabelece a responsabilidade civil do 
empregador ou comitente por atos de seus empregados, serviçais e prepostos no exercício do 
trabalho que lhes competir, ou em razão dele. 
Trata-se de responsabilidade objetiva, ou seja, a culpa do autor do dano acarretará na 
responsabilidade sob cuja direção se encontrar, não importando se houve ou não infração ao 
dever de vigilância.
Ação de responsabilidade civil ambiental
A ação judicial de responsabilidade civil por dano ambiental, como já dissemos, é baseada 
na responsabilidade objetiva e na teoria do risco integral. Basta que se prove a relação do ato 
do agente e o dano provocado ao Meio Ambiente, não sendo relevante a demonstração da 
culpa do que praticou o dano.
Responsabilidade administrativa
Como visto, as condutas e atividades consideradas lesivas ao Meio Ambiente sujeitarão os 
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções administrativas.
Podemos entender como sanções administrativas as penalidades impostas por órgãos ligados 
aos Poderes Executivos dos entes estatais (União, Estados, Municípios e Distrito Federal), 
dentro é lógico, dos limites estabelecidos pela lei.
As denominadas sanções administrativas estão ligadas ao chamado Poder de Polícia, no 
dizer de Hely Lopes Meireles: “[...] é a faculdade de que dispõe a Administração Pública para 
condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em beneficio da 
coletividade ou do próprio Estado”.
13
Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, pode-se definir este Poder de Polícia, 
desenvolvido pelo Estado, como o de uma chamada Polícia Administrativa da seguinte forma:
[...] a atividade da Administração Pública, expressa em atos normativos ou 
concretos, de condicionar, com fundamento em sua supremacia geral e naforma da lei, a liberdade e a propriedade dos indivíduos, mediante ação, ora 
fiscalizadora, ora preventiva, ora repressiva, impondo coercivamente aos 
particulares um dever de abstenção (non facere) a fim de conformar-lhes os 
comportamentos aos interesses sociais consagrados no sistema normativo.
 Como lógico é, o Poder de Polícia em matéria ambiental, objetiva a defesa de bens 
ambientais para as presentes e futuras gerações, conforme estabelecido na Constituição 
Federal, na forma prevista no artigo 225:
Art. 225. Todos têm direito ao Meio Ambiente ecologicamente equilibrado, 
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-
se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo 
para as presentes e futuras gerações.
No tocante à responsabilidade administrativa por ação que prejudique ou ponha em risco 
o Meio Ambiente, iremos encontrar a sua previsão legal na Lei nº 9.605/1998, cuja ementa 
assim a trata: “Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e 
atividades lesivas ao Meio Ambiente, e dá outras providências”.
Constituem infrações administrativas ambientais toda ação ou omissão que viole regras 
jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do Meio Ambiente. As mencionadas 
infrações são apuradas por meio de processo administrativo próprio, assegurados o direito de 
ampla defesa e o contraditório.
A Lei nº 9.605/98 apresenta o seguinte rol de sanções administrativas:
a) Advertência;
b) Multa simples; 
c) Multa diária; 
d) Apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, 
apetrechos e equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração; 
e) Destruição ou inutilização do produto;
f) Suspensão de venda e fabricação do produto;
g) Embargo de obra ou atividade; 
h) Demolição de obra; 
i) Suspensão parcial ou total das atividades;
j) Restritiva de direitos; 
k) Reparação dos danos causados.
14
Unidade: Responsabilidade por danos ao meio ambiente
Importante destacar que a multa administrativa será imposta pelo agente julgador 
competente, integrante do Poder Executivo da União, Estado, Município ou do Distrito Federal.
A lei utiliza a expressão autoridade competente para designar o funcionário responsável 
pelo trâmite dos processos administrativos. 
De acordo com a Lei nº 9.605/1998:
São autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental e instaurar 
processo administrativo os funcionários de órgãos ambientais integrantes 
do Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA, designados para as 
atividades de fiscalização, bem como os agentes das Capitanias dos Portos, do 
Ministério da Marinha.
As sanções administrativas às infrações ambientais estão reguladas nos Artigos 72 a 76 da 
Lei nº 9.605/98, observando o disposto no Artigo 6º, Incisos I a III, dessa mesma norma que, 
em resumo, dispõe que a autoridade competente para avaliar a penalidade deve considerar a 
gravidade do fato e os seus efeitos sobre a saúde pública e para o Meio Ambiente, além dos 
antecedentes do infrator e sua situação econômica, em caso de multa.
A Lei nº 9.605/1998, em seu artigo 73, também dispõe sobre a forma de distribuição da 
receita proveniente da arrecadação das multas impostas pela infração ao Meio Ambiente. 
As multas serão revertidas em prol do Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado pela Lei 
nº 7.797, de 10 de julho de 1989, regulamentada pelo Decreto n° 3.524, de 26 de junho 
de 2000, Fundo Naval, criado pelo Decreto nº 20.923, de 8 de janeiro de 1932, fundos 
estaduais ou municipais de Meio Ambiente, ou correlatos, tudo conforme determinar o 
órgão arrecadador.
Responsabilidade criminal por danos ambientais
A responsabilidade penal por danos ambientais passou a ter grande destaque com 
o surgimento da Lei nº 9.605/1998. Tal Lei é mais conhecida como “Lei dos Crimes 
Ambientais”, muito embora não seja seu único foco.
A Lei dos Crimes Ambientais prevê crimes que possam ser praticados contra a flora, 
a fauna, o ordenamento urbano, o patrimônio cultural, a difusão da poluição e crimes 
internacionais.
15
Características da lei de crimes ambientais
Inicialmente, vejamos o que trata a Lei nº 9605/98:
Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos 
nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, 
bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão 
técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, 
que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, 
quando podia agir para evitá-la.
Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e 
penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja 
cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão 
colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das 
pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato.
O legislador considerou as diferenças entre pessoa física e jurídica, estabelecendo penas 
diferenciadas para cada tipo de personalidade. As pessoas físicas estarão sujeitas às penas 
privativa de liberdade, restritiva de direitos ou multa. 
Já as pessoas jurídicas poderão ser sancionadas por meio de penas restritivas de direitos, 
prestação de serviços à comunidade e multa.
O sujeito ativo do crime ambiental, ou seja, quem poderá praticar um crime ambiental, 
poderá ser qualquer pessoa física ou jurídica.
Termo de ajustamento de conduta
O Termo de Ajustamento de Conduta – TAC constitui um acordo extrajudicial que tem por 
finalidade a composição de um dano coletivo, especificamente na esfera ambiental. 
O TAC pretende acordar com o poluidor uma alternativa para tentar reverter a degradação 
ambiental por meio da recuperação dos prejuízos causados ao Meio Ambiente.
Está previsto na Lei nº 7.347/1985, em seu Art. 5º, § 6º, que o TAC não constitui uma 
transação acerca da infração cometida, mas uma alternativa apresentada ao infrator, realizada 
por meio de um acordo, que valoriza a proteção do Meio Ambiente e, por conseguinte, 
o interesse da coletividade.
Somente os órgãos públicos estão legitimados a celebrar o termo, no caso, o Ministério 
Público e pessoas jurídicas de direito público interno.
Não há necessidade de homologação judicial para o TAC. Mas, se a transação se referir a 
interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos que estejam sendo objeto de discussão 
em juízo, será necessária a homologação judicial para que o acordo possa produzir o efeito de 
extinguir o processo. 
16
Unidade: Responsabilidade por danos ao meio ambiente
Material Complementar
Vídeos:
Lei de Crimes ambientais. Reportagem da Rede Nazaré de Televisão, sobre os Decretos 
6.514 e 6.515/08 – Disponível em: 
http://www.youtube.com/watch?v=5XBHT6bgv9k;
Flagrantes de Crimes ambientais com o uso de tecnologia. Reportagem do Jornal 
Nacional – Rede Globo. Disponível em: 
http://www.youtube.com/watch?v=vMVnjDaeLOQ;
Sites:
Responsabilidade Civil em Matéria Ambiental – Os Danos Materiais, os Danos Morais 
e o Meio Ambiente. Talden Farias – Especialista em Direito Ambiental. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/revista/Rev_44/Artigos/Art_Talden.htm.
 
17
Referências
AMADO, Frederico Augusto Di Trindade. Direito Ambiental Esquematizado. São Paulo: 
Gen-Método, 2011.
CONSTANTINO, Carlos Ernani. Delitos ecológicos. São Paulo: Lemos e Cruz, 2008.
DUARTE, Marise Costa de Souza. Meio Ambiente sadio: direito fundamental em crise. 
2.tir. Curitiba: Juruá, 2006.
FIORILLO, Celso Antônio Pacheco, Curso de Direito Ambiental Brasileiro. 3.ed. São 
Paulo: Saraiva, 2002.
GRANZIERA, Maria Luiza Machado. Direito Ambiental.2.ed. São Paulo: Atlas, 2011.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito ambiental brasileiro. São Paulo: Malheiros, 
2007.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 25.ed. São Paulo: Malheiros, 
1996.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: 
Malheiros, 2006.
MILARÉ, Édis. Direito do ambiente: Doutrina – prática – jurisprudência – glossário. São 
Paulo: RT, 2000.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 21.ed. São Paulo: Jurídico Atlas, 2007.
SILVA, José Afonso. Direito Ambiental Constitucional. 8.ed. São Paulo: Malheiros 
Editores, 2010.
SIRVINSKAS, L. P. Manual de Direito Ambiental. 9.ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
18
Unidade: Responsabilidade por danos ao meio ambiente
Anotações

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