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Trabalho de Sociologia - Lei Maria da Penha

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TRABALHO DE SOCIOLOGIA 
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Maria da Penha Maia Fernandes se tornou símbolo da luta pelo fim da violência contra a mulher após ser vítima de duas 
tentativas de feminicídio e buscar, na Justiça, que seu ex-marido pagasse pelo que fez. Hoje, a Lei Maria da Penha, que leva seu 
nome, é fundamental para preservar as mulheres brasileiras em casos de violência doméstica e familiar. 
BIOGRAFIA DA MARIA DA PENHA 
Maria da Penha Maia Fernandes nasceu em Fortaleza em 1945 e tornou-se farmacêutica bioquímica em 1966. Ela conheceu o 
seu agressor, Marco Antonio Heredia Viveros, colombiano, em 1974 na cidade de São Paulo quando ambos estavam estudando 
na cidade. 
No início do relacionamento, Marco era amável, educado e solidário, segundo Maria. Porém, após o nascimento das filhas a 
situação mudou. O então marido passou a ser intolerante, exaltava-se com facilidade e era explosivo com a mulher e as filhas. E 
das agressões, físicas e psicológicas, que atingiram a mulher e as três filhas que viviam sob constante medo. 
Em 1983, Maria da Penha foi vítima de dupla tentativa de feminicídio por parte do marido. A primeira tentativa do crime 
ocorreu na madrugada do dia 29 de maio de 1983, enquanto a mulher dormia, Marco deu um tiro de espingarda em suas costas. 
Apesar de ter escapado da morte, ele a deixou paraplégica. Para a polícia, Marco alegou que quatro homens haviam invadido a 
casa e fugiram quando perceberam a movimentação, mas a história nunca foi confirmada por Maria ou vizinhos. 
Em seguida, ainda depois de Maria passar quatro meses no hospital e realizar inúmeras cirurgias, quando voltou para casa, 
sofreu uma nova tentativa de assassinato, pois o marido tentou novamente assassiná-la, danificando um chuveiro elétrico para 
que a então mulher morresse eletrocutada. 
Depois dessa nova tentativa, Maria voltou a morar com os pais e começou a lutar por seus direitos. Além da tragédia pessoal, 
Maria travou uma intensa batalha contra o sistema judiciário, que só realizou o primeiro julgamento 8 anos após o crime e 
mesmo assim o agressor saiu em liberdade. 
Maria da Penha lutou por justiça durante 19 anos e alguns meses. Em 1991, ocorreu o primeiro julgamento onde o agressor foi 
condenado a 15 anos de prisão. No entanto, com os recursos movidos pelo advogado manteve-se em liberdade. 
O segundo julgamento ocorreu cinco anos mais tarde. Marco Antonio foi condenado então a 10 anos e 6 meses de prisão, mas a 
sentença novamente não foi cumprida. Para evitar que mais mulheres tivessem o seu destino, a ativista escreveu o livro 
Sobrevivi... posso contar (1994). 
Alguns anos depois, conseguiu contato com duas organizações: o Centro pela Justiça e o Direito Internacional (CEJIL) e Comitê 
Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM). Tais Organizações a ajudaram a levar seu caso 
para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), em 1998. 
O caso de Maria da Penha só foi solucionado em 2002 quando o Estado brasileiro foi condenado por omissão e negligência pela 
Corte Interamericana de Direitos Humanos. 
Em 2009, Maria da Penha fundou o Instituto Maria da Penha, uma organização não governamental sem fins lucrativos que busca 
“estimular e contribuir para a aplicação integral da lei, bem como monitorar a implementação e o desenvolvimento das 
melhores práticas e políticas públicas para o seu cumprimento.” 
SOBRE A LEI 
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA aceitou a denúncia de Maria da Penha e solicitou uma explicação para 
o Brasil com relação à demora para finalizar o processo, mas as respostas nunca chegaram. Por conta disso, em 2001 a 
organização condenou o país por não ter uma legislação eficiente no combate à violência contra a mulher e fez recomendações 
ao governo. Entre elas, pediu-se a prisão de Marco Antonio e uma mudança radical nas leis brasileiras. 
Foi assim que o governo brasileiro se viu obrigado a criar um novo dispositivo legal que trouxesse maior eficácia na prevenção e 
punição da violência doméstica no Brasil. Em 17 de agosto de 2006, o Congresso aprovou por unanimidade a lei número 11.340, 
a Lei Maria da Penha, que já foi considerada pela ONU como a terceira melhor lei contra violência doméstica do mundo! 
“Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição 
Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção 
Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência 
Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras 
providências”, diz o texto da lei. 
POR QUE A LEI FOI CRIADA? 
O caso de Maria da Penha não foi uma exceção. Na verdade, ele apenas deixou clarividente para o Brasil e para o mundo um 
problema grave da justiça brasileira: a sistemática conivência com crimes de violência doméstica e a falta de instrumentos legais 
que possibilitam a rápida apuração e punição desses crimes, bem como a proteção imediata das vítimas. 
Antes da Lei Maria da Penha, os casos de violência doméstica eram julgados em juizados especiais criminais, responsáveis pelo 
julgamento de crimes considerados de menor potencial ofensivo. Isso levava ao massivo arquivamento de processos de 
violência doméstica, conforme levantado pela jurista Carmen Hein de Campos. 
 Assim, na falta de instrumentos efetivos para denúncia e apuração de crimes de violência doméstica, muitas mulheres tinham 
medo de denunciar seus agressores. Pelo menos três fatores colaboravam para isso: 
• dependência financeira do agressor; 
• muitas vítimas não têm para onde ir. Por isso, preferiam não denunciar seus agressores por medo de sofrer represálias 
piores ao fazer a denúncia; e 
• as autoridades policiais muitas vezes eram coniventes com esse tipo de crime. Já que mesmo em casos em que a 
violência era comprovada, como foi no caso de Maria da Penha, eram grandes as chances de que o agressor saísse 
impune. 
FONTES 
https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119822-maria-da-penha-a-historia-do-combate-a-violencia-contra-a-
mulher.htm 
https://www.politize.com.br/lei-maria-da-penha-tudo-sobre/ 
https://www.ebiografia.com/maria_da_penha/ 
https://www.todamateria.com.br/lei-maria-da-penha/ 
https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119822-maria-da-penha-a-historia-do-combate-a-violencia-contra-a-mulher.htm
https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119822-maria-da-penha-a-historia-do-combate-a-violencia-contra-a-mulher.htm
https://www.politize.com.br/lei-maria-da-penha-tudo-sobre/
https://www.ebiografia.com/maria_da_penha/
https://www.todamateria.com.br/lei-maria-da-penha/

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