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Administração de custos

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www.esab.edu.br
Administração de
Custos
CURSO DE 
ADMINISTRAÇÃO
Administração de Custos
Vila Velha (ES)
2014
Escola Superior Aberta do Brasil
Diretor Geral 
Nildo Ferreira
Diretora Acadêmica
Beatriz Christo Gobbi
Coordenadora do Núcleo de Educação a Distância
Beatriz Christo Gobbi
Coordenadora do Curso de Administração EAD
Rosemary Riguetti
Coordenador do Curso de Pedagogia EAD
Claudio David Cari
Coordenador do Curso de Sistemas de Informação EAD
David Gomes Barboza
Produção do Material Didático-Pedagógico
Delinea Tecnologia Educacional / Escola Superior Aberta do Brasil
Diretoria Executiva
Charlie Anderson Olsen
Larissa Kleis Pereira
Margarete Lazzaris Kleis
Conteudista
Rubia Carla Erthal
Coordenação de Projeto
Andreza Regina Lopes da Silva
Liderança Técnica Design Educacional
Renata Oltramari
Liderança Técnica Design Gráfico
Fernando Andrade
Liderança Técnica Revisão Gramatical
Tiago Costa Pereira
Design Educacional
Adriana Novelli
João Paulo Mannrich
Revisão Gramatical
Laís Gonçalves Natalino
Paula Ribeiro
Design Gráfico
Laura Rodrigues
Neri Gonçalves Ribeiro
Diagramação
Cassiana Mendonça Pottmaier
Dilsonir José Martins Junior
Karina Silveira
Equipe Acadêmica da ESAB
Coordenadores dos Cursos
Docentes dos Cursos
Copyright © Todos os direitos desta obra são da Escola Superior Aberta do Brasil.
www.esab.edu.br
Av. Santa Leopoldina, nº 840
Coqueiral de Itaparica - Vila Velha, ES
CEP 29102-040
Apresentação
Seja-bem vindo à disciplina de Administração de Custos. A partir de agora, você irá 
conhecer um pouco melhor o conceito e a aplicação de uma gestão eficaz de custos.
Entenda que a evolução dos conceitos e práticas associados à Administração 
de Custos está intimamente relacionada à intensificação da competitividade. O 
contexto configurado com a Revolução Industrial trouxe, como consequência, um 
fator denominado “economia de escala”. Ou seja, organizou-se o processo produtivo 
de maneira que se passou a alcançar a máxima utilização dos fatores produtivos 
envolvidos no procedimento, visando a baixar os custos de produção e o incremento 
de bens e serviços – assim, passou-se a produzir cada vez mais através de linhas de 
produção. Esse foi o marco que fez com que os controles de custos se tornassem mais 
eficazes e necessários. Até os dias atuais, utiliza-se diversos meios ou sistemas para 
controlar os custos em uma empresa. A eficácia dessa gestão tem ligação direta com 
o grau de controle de informações que a empresa possui.
Segundo Bornia (2010), os sistemas produtivos das empresas têm sofrido profundas 
transformações devido ao aumento da concorrência. Pode-se observar essas 
modificações analisando-se o modelo produtivo de uma organização moderna e o 
de uma tradicional. Quando falamos em empresas modernas, podemos entender 
como sendo aquelas com processos mecanizados e produção em série, nas quais 
uma mesma máquina pode desenvolver diversos produtos diferentes, como uma 
prensa que dobra chapas para liquidificadores industriais e também dobra peças de 
uma batedeira industrial. No sistema tradicional, antes da Revolução Industrial, a 
fabricação era artesanal. Geralmente não se constituíam empresas que fabricassem 
os produtos, somente comércios que os revendiam, após adquirirem itens de artesãos 
(pessoas físicas).
Todavia, quando acontece a expansão da capacidade de produção de uma empresa ou 
indústria, consequentemente ocorre um aumento na quantidade total produzida. Se 
essa elevação se der sem que haja o crescimento proporcional no custo de produção, 
pode-se dizer que a empresa está trabalhando com eficácia em sua gestão de custos, 
pois analisa as melhores alternativas para que tal aspecto se mantenha estável.
Perez Jr, Oliveira e Costa (2012), a partir das abordagens que serviram de base para 
os estudos de custos, procuraram enfatizar que, para o perfeito gerenciamento 
dos ganhos, é necessário que se evolua em conhecimento prático e científico 
nas áreas relacionadas com marketing, técnicas mercadológicas, políticas e 
técnicas empresariais de aquisição de negócios, incorporação de empresas, entre 
outras. Porém, na outra extremidade, os autores buscaram destacar o controle e 
o gerenciamento dos custos e das despesas e alertar sobre a importância de as 
empresas estarem sempre à procura de novas metodologias para apuração, análise e 
gestão dessa área crítica.
Iremos estudar, em um primeiro momento, todos os conceitos e terminologias 
relacionados a custos, para, posteriormente, discutirmos sobre as formas de cálculos, 
ou seja, a parte técnica de resolver e calcular custos. Na sequência, conheceremos 
questões estratégicas e formas de alavancar a lucratividade das organizações 
através de controles gerenciais de custos. Todas essas etapas serão acompanhadas 
de exercícios resolvidos que facilitarão o seu entendimento. Este material foi 
desenvolvido com base nos autores Perez Jr, Oliveira e Costa (2012), Leone (2012), 
Bornia (2010) e Barney e Hesterly (2007).
Você irá perceber, no decorrer da disciplina, que deve-se buscar sempre um menor 
custo médio por produto com o aumento da produtividade. Gerenciando de maneira 
correta os recursos os quais a empresa tem disponíveis, ela pode controlar e aumentar 
a sua lucratividade.
Procure conciliar a leitura deste material com a pesquisa de exemplos reais em 
empresas de sua cidade ou região que possam facilitar a assimilação de conceitos. 
Para tanto, lembre-se de registrar, durante a leitura, suas análises, avaliações e 
considerações. Bons estudos!
Objetivo
O nosso objetivo é proporcionar aos alunos uma visão ampla sobre a área de 
Custos, o conhecimento dos diferentes métodos de custeio e a compreensão da 
necessidade de uma boa administração de custos.
Habilidades e competências
• Analisar e interpretar informações de custos.
• Compreender as formas de cálculo de custos.
• Entender a estrutura de custos e a sua aplicação.
• Conhecer a terminologia e a linguagem contábil de custos.
• Conhecer e aplicar técnicas de formação de preços e criação de valor para a empresa.
• Conhecer técnicas que possibilitem o desenvolvimento, a análise e a implantação 
de sistemas de controle gerencial.
Ementa
Temáticas introdutórias a custos industriais, teoricamente e com a aplicação de 
estudos de caso e pesquisas, segundo a visão generalista. Classificação de custos. 
Cálculo do custo do produto com base nos conceitos e métodos de apuração dos 
custos do material direto, da mão de obra direta e dos custos diretos e indiretos de 
fabricação. Análise da margem de contribuição e do custo-volume-lucro. Ponto de 
equilíbrio contábil, econômico e financeiro.
Sumário
1. Conceitos introdutórios ...................................................................................................8
2. Definição de custos .......................................................................................................15
3. Terminologia básica de custos .......................................................................................21
4. Entendendo o que são despesas ....................................................................................27
5. Custos fixos e despesas fixas .........................................................................................32
6. A necessidade do controle de custos .............................................................................38
7. Evolução dos controles de custos ...................................................................................46
8. Custos variáveis e despesas variáveis .............................................................................52
9. Custos diretos ................................................................................................................59
10. Custos indiretos .............................................................................................................66
11. Exercícios resolvidos ......................................................................................................7212. Objetivos da apuração do custo da produção ................................................................78
13. Custos rateados .............................................................................................................84
14. Custo de fabricação .......................................................................................................90
15. Custo dos produtos em processo de fabricação ..............................................................95
16. Custo dos produtos vendidos .......................................................................................100
17. Departamentalização dos custos .................................................................................106
18. Sistemas de custos ......................................................................................................111
19. Sistema de custeio por absorção total .........................................................................118
20. Sistema de custeio variável ou direto ..........................................................................124
21. Diferenças fundamentais entre custeamento por absorção e custeamento direto .......131
22. Exercícios resolvidos ....................................................................................................137
23. Custeio da produção conjunta, dos subprodutos, das sucatas e 
das perdas de materiais ..............................................................................................145
24. Formação de preço de venda .......................................................................................151
25. Margem de contribuição .............................................................................................159
26. Custos para análise da margem de contribuição .........................................................165
27. Caso prático: margem de contribuição ........................................................................170
28. Ponto de equilíbrio contábil ........................................................................................176
29. Ponto de equilíbrio econômico ....................................................................................183
30. Ponto de equilíbrio financeiro .....................................................................................189
31. Custo-padrão ..............................................................................................................196
32. Análise das variações entre custo real e custo-padrão .................................................202
33. Caso prático: determinação de custo-padrão ..............................................................208
34. Centros de custos ........................................................................................................214
35. Custeio Baseado em Atividades (ABC) .........................................................................220
36. Caso prático: aplicação da metodologia do custeio por atividades ..............................226
37. Exercícios resolvidos ....................................................................................................233
38. Métodos de valorização de estoques ...........................................................................239
39. O método do rateio simples ........................................................................................245
40. Liderança em custos como estratégia de negócios ......................................................251
41. Gestão estratégica de custos .......................................................................................257
42. Processo de implantação de custos .............................................................................263
43. Exercícios resolvidos ....................................................................................................270
44. Custos nas empresas prestadoras de serviços ..............................................................276
45. Aspectos intangíveis, contábeis e gerenciais das empresas prestadoras de serviços ....282
46. Caso prático: apuração de custos .................................................................................288
47. Custos para melhoria de processos e eliminação de desperdícios ................................294
48. Exercícios resolvidos ....................................................................................................300
Glossário ............................................................................................................................307
Referências ........................................................................................................................316
www.esab.edu.br 8
1 Conceitos introdutórios
Objetivo
Apresentar os conceitos introdutórios de custos.
Olá, caro aluno!
Seja bem-vindo à primeira unidade de nossa disciplina. É com 
muita alegria que vamos começar nossos estudos sobre o universo 
da Administração de Custos. Nesta unidade você verá os principais 
conceitos relacionados aos custos e entenderá porque todas as empresas 
deveriam se preocupar com essa área. Para embasar teoricamente esta 
unidade, serão utilizados conceitos apresentados pelos autores Perez Jr., 
Oliveira e Costa (2012). Vamos em frente!
1.1 Conceito de empresa industrial
Você sabe o que é indústria? Uma resposta rápida seria algo como ‘é 
a atividade que tem como objetivo transformar um insumo em um 
produto final’. Perez Jr., Oliveira e Costa (2012, p. 5) recorrem ao 
Dicionário Aurélio para definir indústria. “Indústria é a conjugação 
do trabalho e do capital para transformar a matéria-prima em bens de 
produção e consumo”. 
Na verdade, o conceito de indústria é bem mais amplo e a sua 
compreensão envolve o conhecimento de alguns termos relacionados ao 
processo produtivo. Acompanhe a figura a seguir.
www.esab.edu.br 9
Produtos
Serviços
Transformação
Recursos naturais
Trabalho
Capital
Figura 1 – Principais termos relacionados ao processo industrial.
Fonte: Perez Jr., Oliveira e Costa (2012, p. 6).
Vamos ao detalhamento dos conceitos presentes na Figura 1 com base 
em Perez Jr., Oliveira e Costa (2012).
• Recursos naturais: são quaisquer insumos que as empresas necessitem 
para a sua manutenção. Algo é recurso quando a sua exploração é 
economicamente viável. Em outras palavras, recursos naturais para as 
empresas são as matérias-primas. Exemplo: o algodão é um recurso 
natural utilizado para a fabricação de fios que, posteriormente, 
transformam-se em tecidos para a confecção de roupas.
• Trabalho: representa o fator humano no processo produtivo, a mão 
de obra. Em muitas situações ele pode representar o diferencial 
competitivo da empresa. Exemplo: salário da costureira que 
confecciona as roupas.
• Capital: recurso financeiro necessário para a transformação dos 
recursos naturais. Ou seja, o recurso financeiro irá financiar a 
compra de matéria-prima e pagar a mão de obra do processo. 
Exemplo: dinheiro para pagar o tecido e a costureira.
• Transformação: é a mudança de forma dos recursos naturais para 
produtos. Exemplo: o algodão se transforma em fios, posteriormente 
em tecidos, e posteriormente em calças, vestidos, camisetas, 
toalhas, uniformes.
• Produtos: algo de valor ofertado ao cliente. Para o cliente o produto 
deve valer mais do que o dispêndio financeiro que ele fará para 
adquiri-lo. Exemplo: toalha de banho (produto) de boa qualidade 
(valor agregado).
www.esab.edu.br 10
• Serviços: os serviços podem ser oferecidos separadamente pelas 
indústrias, na forma de terceirização (por exemplo, serviços de 
tingimento, talhação etc.) ou para agregar valor ao produto que está 
sendo ofertado. Nesse caso, podemos citar o serviço de pós-venda, 
entendido como um serviço prestado e que valoriza o produto pela 
garantia da assistência.
Esses conceitos fazem parte da composição de uma indústria, em um ciclo 
que tem início na entradado insumo, passa pelo seu processamento com 
agregação de mão de obra e chega ao estágio no qual se transforma em 
produto final, pronto para o consumidor. Esse processo de transformação 
deve agregar valor ao produto, para que o cliente se sinta atraído a 
comprá-lo. Assim, podemos apresentar o conceito de empresa industrial.
A empresa industrial é aquela que adquire determinadas matérias-primas, e, com 
o uso de máquinas, equipamentos e mão de obra especializada, transforma tais 
matérias-primas em produtos acabados. (PEREZ JR.; OLIVEIRA; COSTA, 2012, p. 4) 
No quadro a seguir, você poderá observar alguns exemplos práticos de 
matéria-prima e no que ela pode se transformar, ou seja, qual o produto 
acabado resultante.
Matéria-prima Produto Acabado Matéria-prima Produto Acabado
Couro
Sapatos, bolsas, 
cintos, carteiras, 
bolas, móveis
Fumo e 
tabaco em folhas
Cigarro, charuto, 
cigarrilha, fumo para 
cachimbo
Cevada, malte, 
lúpulo
Cerveja
Algodão, fios 
de nylon, fibras 
sintéticas
Calças, vestido, 
camisetas, toalhas, 
uniformes
Calcário Cimento Papel e tintas
Livros, revistas, 
jornais, agendas
Minério de ferro Aço Pinus e eucalipitos Papel e celulose
Níquel Aço inoxidável Uva
Vinho, champagne, 
licor, destilado
Argila
Louças, pratos, 
azulejos, pisos, 
telhas, blocos
Leite “in natura”
Leite tipos A, B, C, 
queijos, margarina, 
mateiga, requeijão, 
doces, coalhada
Plásticos Embalagens, filmes Trigo Farinha
Quadro 1 – Matéria-prima e produto.
Fonte: Perez Jr., Oliveira e Costa (2012, p. 5).
www.esab.edu.br 11
De acordo com os conceitos que estudamos até então, o Quadro 1 
mostra os recursos naturais (matérias-primas) transformados pela 
utilização da mão de obra (trabalho) com os recursos financeiros 
(capital). Essa transformação gera novos produtos acabados.
Para sua reflexão
Quantas definições e quantos conceitos, não 
é? Para uma empresa industrial funcionar, 
ela deve estar atenta a todos esses fatores e, 
principalmente, deve dar atenção especial ao 
bom uso dos recursos. Você consegue associar 
os exemplos práticos de matéria-prima citados 
anteriormente a empresas de sua região?
Você já deve ter percebido que, quando falamos de indústria, nos 
referimos de um modo geral a todas as atividades. Porém, podemos 
destacar alguns ramos industriais específicos, como as indústrias 
petrolífera, química, de plásticos e derivados, de alimentos e bebidas, de 
móveis etc.
A economia de um país pode ser dividida em setores (primário, 
secundário e terciário) de acordo com os produtos produzidos, modos 
de produção e recursos utilizados e tais setores podem mostrar o grau de 
desenvolvimento econômico de um país ou região. 
O setor primário está relacionado à produção através da exploração 
de recursos da natureza. Exemplos de atividades econômicas do setor 
primário: agricultura, mineração, pesca, pecuária. É o setor primário que 
fornece a matéria-prima para a indústria de transformação. 
O setor secundário é o setor da economia que transforma as matérias-
primas (produzidas pelo setor primário) em produtos industrializados 
(roupas, máquinas, automóveis, alimentos industrializados, eletrônicos, 
casas etc.) A empresa industrial, que estamos estudando, encontra-se 
nesse setor.
www.esab.edu.br 12
Já o setor terciário é o setor econômico relacionado aos serviços. Os 
serviços são produtos não materiais que pessoas ou empresas prestam 
a terceiros para satisfazer determinadas necessidades. Exemplos de 
atividades econômicas desse setor: educação, saúde, telecomunicações, 
serviços de informática, seguros transporte etc.
Em termos de competitividade, podemos afirmar que um bom produto 
e um bom preço são atingidos por meio da otimização dos recursos 
os quais a empresa tem disponível. Tais recursos, por sua vez, estão 
relacionados à estrutura física da organização, à sua mão de obra e ao seu 
capital (recursos financeiros). A união de vários fatores torna a empresa 
competitiva. A boa notícia é que, sobre os fatores internos (estrutura, 
pessoal e capital), a organização possui maior influência e controle; já 
quando falamos em fatores externos, esse domínio diminui. Fatores 
externos são aqueles relacionados à economia do país, clima, política, 
concorrência, enfim, o que se encontra no ambiente externo à empresa. 
1.2 Custo da produção de bens ou da prestação de 
serviços
Podemos entender que custo é todo gasto que a empresa tem para 
produzir um determinado produto. Porém, existem determinados tipos 
de organizações que não vendem unicamente produtos (bens tangíveis), 
mas também bens intangíveis, ou seja, aqueles que não têm existência 
física. As empresas que produzem os bens intangíveis são as chamadas 
prestadoras de serviços. Como exemplo, podemos mencionar um 
escritório de advocacia ou de contabilidade. 
Devemos estar conscientes de que também há custos nas empresas 
prestadoras de serviço, mas de maneira diferente das empresas industriais. 
Vamos entender melhor essa diferença? Nas indústrias os custos são 
mais complexos, pois envolvem todo o processo produtivo, desde a 
entrada do insumo (recurso natural/matéria-prima), seu processamento, 
transformação, embalagem etc., ou seja, até o produto ficar pronto para 
o cliente. O produto irá receber todos os custos desse processo: o custo 
de matéria-prima, de mão de obra, assim como custos de energia elétrica, 
aluguel, depreciação, materiais de manutenção, óleos e lubrificantes 
www.esab.edu.br 13
das máquinas, entre outros. Já quando se trata de empresas prestadoras 
de serviços, os valores que compõem os custos são, principalmente, os 
salários das pessoas que desenvolvem os serviços. Claro que também 
devemos considerar gastos com energia elétrica, locomoção (se houver) 
e materiais necessários. Porém, no caso de prestação de serviços, o que 
tem mais peso é o valor da mão de obra. Em ambos os casos, de empresas 
industriais e de prestadoras de serviços, existem diversos gastos incorridos 
durante a execução das atividades. O departamento de Controladoria, 
especificamente nos setores de Contabilidade Geral e de Custos de cada 
empresa, é responsável por fazer a separação desses gastos. 
Conforme Perez Jr., Oliveira e Costa (2012), os gastos são divididos 
basicamente em custos e despesas. 
Segundo Perez Jr., Oliveira e Costa (2012), os custos de produção são os gastos 
necessários para a produção de bens e serviços, enquanto as despesas são os gastos 
necessários para a geração de receitas.
Em outras palavras, podemos afirmar que todos os gastos relacionados 
à produção de bens e serviços são custos e o que estiver relacionado às 
vendas e à parte administrativa do negócio são despesas. Além dessa 
separação, ainda existe outro grande grupo, os investimentos. Nessa 
categoria, serão classificados os gastos que a empresa tiver com bens e 
serviços que darão a ela um retorno no futuro.
Tenha em mente que os conceitos de custos e despesas variam 
dependendo do tipo de empresa que estivermos analisando. Se falarmos 
de indústria, custos serão a mão de obra direta empregada na produção, 
a matéria-prima, a energia elétrica do parque fabril, enfim, tudo o que 
estiver relacionado à produção. Os salários dos vendedores, nesse caso, 
são considerados despesas, pois estão relacionados à venda do produto. 
Já se considerarmos um estabelecimento comercial, por exemplo, as 
mercadorias adquiridas para revenda (compras) representam seu custo.
www.esab.edu.br 14
Essa classificação dos gastos é necessária para que possamos apurar 
corretamente o custo de produção. O lucro bruto e o resultado do 
exercício da empresa – ou seja, o lucro ou prejuízo da organização 
– também são encontrados após essa separação, pois as despesas 
serão deduzidas das receitas ou do faturamento da empresa na 
Demonstração de Resultado do Exercício, que é um demonstrativo 
obrigatório apresentado pela contabilidade. Na unidade 7, trataremos 
detalhadamente sobre o demonstrativo, mas, para melhor entendimento, 
adianta-se que aDemonstração do Resultado do Exercício irá evidenciar 
quanto a empresa vendeu, qual o valor dos seus custos e despesas e 
quanto sobrou de lucro. No caso de a organização ter mais gastos do que 
receitas, o demonstrativo irá evidenciar de quanto foi o seu prejuízo.
Dica
Lembre-se de que é preciso entender qual é o 
negócio da empresa para compreender quais 
são os custos que efetivamente ela terá. Como 
vimos, uma empresa de serviços é diferente de 
uma empresa industrial; portanto, os seus custos 
também serão diferenciados.
Sem essa separação seria impossível chegar ao resultado econômico da 
empresa (lucro ou prejuízo). Portanto, você já deve estar começando a 
perceber a importância dos controles de custos. Mas isso é só o começo! 
Na unidade 2, daremos sequência ao nosso assunto tratando das 
definições básicas de custos e você irá entender, com mais detalhes, o que 
são os custos de produção. Até lá!
www.esab.edu.br 15
2 Definição de custos
Objetivo
Compreender o que são custos.
Agora que já vimos o que é empresa industrial e empresa prestadora 
de serviços e que em cada situação temos custos e despesas, podemos 
expandir os conceitos de custos. Nesta unidade, serão utilizados Perez 
Jr., Oliveira e Costa (2012) e Bornia (2010) para apresentar o que são 
custos, os principais custos de produção e as definições básicas que 
envolvem a administração de custos. 
2.1 Definições básicas
O objetivo de toda empresa é gerar lucro e, para alcançar esse tão 
almejado resultado, a instituição precisa se organizar e manter o controle 
exato de informações que possam fornecer aos sócios e diretores 
dados para a tomada de decisões acertada. Nesse âmbito, os controles 
relacionados a custos podem auxiliar de forma eficiente.
Mas, afinal, calcula-se o custo de quê? Somente dos produtos que 
a empresa vende? Leone (2012) destaca alguns objetos de custeio, 
conforme seguem. 
• Produtos: são os produtos fabricados ou vendidos pela empresa. 
Exemplos: sapato, televisão, perfume etc.
• Serviços: são os serviços faturáveis, ou não, realizados pela empresa. 
Entre os serviços faturáveis encontram-se os serviços de transporte 
de uma empresa de ônibus, os serviços realizados por um cartório, 
os serviços desenvolvidos por uma empresa de consultoria. Já os 
serviços não faturáveis compreendem os serviços de manutenção 
preventiva dentro da empresa, os serviços médicos e de alimentação 
e os serviços de segurança, entre muitos outros.
www.esab.edu.br 16
• Estoques: a Contabilidade de Custos determina o custo dos estoques 
visando à determinação dos resultados e à avaliação do patrimônio. 
Os valores dos estoques (em qualquer nível) entram na composição 
da fórmula de determinação dos custos dos produtos vendidos, que 
estudaremos na unidade 16. Existem diversas maneiras de se apurar 
os custos dos estoques. Estudaremos com detalhes as principais 
formas na unidade 38.
• Componentes Organizacionais: são os setores da organização com 
referência a serviços, produtos ou processos particulares. Trata-se 
de apurar o custo das atividades da empresa. É importante porque 
pode auxiliar na tomada de decisões e na redução de custos internos. 
Leone (2012) traz o exemplo de que o gerente poderá ter interesse 
em saber quanto está custando a Divisão de Contabilidade de sua 
empresa, ou poderá desejar estar informado sobre a tendência dos 
custos da administração de pessoal ou do serviço de materiais. 
• Planos Operacionais: existe a necessidade de tomada de decisão 
sempre que precisamos optar entre dois ou mais caminhos. Esses 
“caminhos” a serem escolhidos são denominados planos operacionais. 
Diante dessa situação, é dever da gestão de custos quantificar esses 
planos, ou seja, planejar e saber quanto vai custar determinada 
decisão, bem como estar ciente do custo/benefício da escolha.
• Atividades Especiais: são quaisquer atividades que estão fora 
da normalidade da empresa. Um exemplo seria a atividade de 
inventário; para tal ação, a empresa necessita parar as suas atividades 
normais e movimentar diversos recursos para a execução da tarefa. É 
interessante para o administrador saber quanto vão custar atividades 
desse tipo ou, se já efetuadas, quanto custaram.
• Programas: são atividades preestabelecidas com a finalidade de 
alcançar algum objetivo. Exemplos: programa periódico de redução 
de custos, programa de conscientização e educação de operários etc. 
É importante apurar os custos dos programas previamente, para que, 
ao final de sua execução, sejam comparados os custos previstos com 
os realizados.
www.esab.edu.br 17
• Segmento de Distribuição: os segmentos de distribuição se 
destinam a fazer chegar o produto e/ou serviço ao seu consumidor 
final – saber quanto custa a atividade de “obter um pedido” ou 
mesmo de “atender aos pedidos”. Essa classificação é citada por 
Leone (2012) como indicação de autores norte-americanos. Os 
custos de distribuição estão ligados a atividades e segmentos da 
função comercial.
Os objetos ou objetivos do custeio são representados pelos itens a serem 
custeados, sendo que custear é apurar custos. Portanto, é necessário 
todo um trabalho de planejamento e coleta de dados até a apuração das 
informações úteis. Lembra-se de que, para fins gerenciais, o gestor poderá 
apurar custos do que lhe for conveniente.
2.2 Custos de produção
Os custos de produção são elementos determinantes para o sucesso 
de qualquer empresa e, portanto, é necessário que seja dada a devida 
valorização aos controles e à gestão eficaz desses recursos. Para que 
possamos gerir com responsabilidade, precisamos saber exatamente como 
estes custos estão classificados. Antes, porém, vamos ter clareza sobre o 
conceito de custo de produção. De acordo com Perez Jr., Oliveira e Costa 
(2012, p. 6),
Todos os gastos incorridos no processo produtivo de uma empresa industrial ou no 
processo da execução de determinado serviço são classificados pela Contabilidade 
como custos de produção. 
Os autores classificam os custos de produção em três grupos: materiais, 
mão de obra e outros custos de produção.
O primeiro grupo de contas sugerido para a correta classificação dos 
custos de produção é o grupo de Materiais. Neste se encontram as 
matérias-primas consumidas, materiais de embalagens, materiais 
auxiliares etc. Note que, quando se cita matérias-primas, não estamos 
nos referindo ao montante comprado, que é considerado custo, mas 
sim ao total consumido. Ou seja, a matéria-prima é comprada, estocada 
e só se torna custo no momento e na quantidade que for efetivamente 
consumida pela produção.
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Em seguida, os autores classificam custos de produção de acordo com o 
segundo grupo de contas: Mão de obra. Nessa categoria, encontra-se a 
mão de obra produtiva dos trabalhadores dos departamentos diretamente 
ligados à produção, dos departamentos não produtivos, dos trabalhadores 
dos setores auxiliares da produção, da gerência e supervisão da fábrica, os 
salários e benefícios da Diretoria Industrial etc. Os encargos sociais, tais 
como a contribuição para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), 
o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), Férias, 13º Salário, 
descanso remunerado, entre outros, também fazem parte do custo de 
mão de obra.
Por último, temos o grupo de contas chamado “outros custos 
de produção”, no qual se encontram custos gerais de fabricação, 
como depreciação do prédio da fábrica, depreciação das máquinas e 
equipamentos, energia elétrica, água etc. Também integram esse grupo 
os serviços de apoio à produção, como manutenção e limpeza das 
máquinas, almoxarifado, refeitório, ambulatório médico, equipamentos e 
sistemas de informática para controle e gerenciamento da produção etc. 
Ainda fazem parte desse grupo os seguros contra incêndios da fábrica, 
contra acidentes pessoais e demais riscos envolvendo o pessoal da fábrica, 
entre outros (PEREZ JR.; OLIVEIRA; COSTA, 2012).
Perceba que os grupos de Materiais e Mão de Obra são facilmente 
atribuíveisaos produtos, ou seja, é fácil sabermos quanto será consumido 
na produção de cada item. Geralmente uma ficha técnica é relacionada 
ao produto e nela constará o tipo de matéria-prima e a quantidade a ser 
utilizada para a fabricação. No caso da mão de obra que opera através de 
medições cronometradas, apura-se o tempo necessário para a fabricação 
de um determinado produto e, posteriormente, o valor correspondente 
da mão de obra proporcional a esse tempo. Por esse motivo, pela 
fácil atribuição aos produtos, os materiais e a mão de obra direta são 
conhecidos como custos primários de produção.
Os materiais diretos (matéria-prima, embalagens etc.) e a mão de obra 
direta são de fácil atribuição principalmente porque não necessitam 
de cálculos de rateio, ou seja, de formas de apropriação proporcional 
dos custos. Por exemplo, o custo de aluguel é um valor único e todos 
os produtos deverão receber uma parcela desse custo. Para fazer a 
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apropriação utilizamos critérios de rateio, que são percentuais a alocar 
para cada produto. Estudaremos esse assunto com mais detalhes na 
unidade 13. Da mesma forma, quando falamos em depreciação ou 
seguros, não sabemos exatamente quanto apropriar para cada produto. 
Em tal situação teremos que utilizar algum critério de rateio.
Custos de produção são, portanto, gastos consumidos para a obtenção de um produto, 
que poderá gerar renda ou não. 
A partir do momento no qual o empresário decide produzir, ainda 
não sabe se o produto irá, efetivamente, ser vendido, ou seja, se ele 
terá aceitação no mercado. Talvez ele incorra em custo, com gastos 
de produção e não saia da prateleira do estoque da empresa. Como 
evitar essa situação? É necessário investir previamente em pesquisas 
de mercado, analisar a economia e programar a produção de maneira 
economicamente viável. 
É importante frisar que existem custos diferentes para necessidades 
diferentes. Alguns são conhecidos pela repetição das atividades da 
empresa, outros são esporádicos e vão surgir dependendo da situação. 
O principal é termos a clareza de que, no desenvolvimento de novos 
produtos, é importantíssimo apurar os custos que esses itens acarretarão, 
para que se possa fazer uma projeção dos resultados. 
Para sua reflexão
Quais seriam as diferenças entre empresas que 
controlam com eficácia os custos de produção e 
empresas que não se preocupam com isso?
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Por fim, o fluxo de informações dentro de uma empresa deve 
ser organizado a fim de que se obtenha agilidade no processo de 
identificação de falhas. Entretanto, ele deve ser revisto e reavaliado 
constantemente, em virtude das mutações da própria organização e do 
layout produtivo. As mudanças sugeridas pelo eficiente controle de custos 
trazem economia para a empresa e, consequentemente, o aumento da 
lucratividade.
Na unidade 3, trataremos da terminologia básica de custos e estudaremos 
as definições de gasto, desembolso, perda, desperdício e investimento. 
Fique tranquilo! Apesar da quantidade de conceitos, iremos apresentar 
exemplos para facilitar o seu entendimento. Bons estudos!
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3 Terminologia básica de custos
Objetivo
Estudar as definições que são utilizadas pela maioria dos autores na 
área de custos.
Dando continuidade ao que vimos na unidade 2 sobre a classificação dos 
custos, estudaremos agora a terminologia, ou seja, algumas definições 
básicas que diferem os gastos entre si. Utilizaremos como embasamento 
teórico nesta unidade os autores Bornia (2010) e Perez Jr., Oliveira e 
Costa (2012).
3.1 Gasto e desembolso
Incialmente, devemos entender que o gasto e o desembolso devem ser 
tomados como duas fases de um mesmo processo. É importante não 
confundir os dois conceitos: o gasto ocorre sempre que a empresa faz 
alguma aquisição, independentemente do pagamento. Se a empresa 
comprou matéria-prima para, posteriormente, ser consumida na 
produção, ela teve um gasto. O mesmo vale caso ela adquira materiais 
auxiliares, material de expediente para o setor administrativo, contrate 
um frete para o processo de entrega de mercadorias etc. Gasto é todo o 
dispêndio que compreende o valor dos bens e/ou serviços adquiridos 
pela empresa em um determinado período. De acordo com Perez Jr., 
Oliveira e Costa (2012, p. 7), gasto é o “[...] consumo genérico de bens e 
serviços. Os gastos ocorrem a todo momento e em qualquer setor de uma 
empresa.” 
Já o desembolso é o momento do dispêndio financeiro, é “colocar a mão 
no bolso”, o pagamento, efetivamente. Perez Jr., Oliveira e Costa (2012, 
p. 7) conceituam desembolso como 
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[...] saídas de dinheiro do caixa ou banco. Os desembolsos ocorrem devido ao 
pagamento de uma compra efetuada à vista ou de uma obrigação assumida 
anteriormente. Exemplos:
• compra de matéria-prima à vista;
• pagamento de salário aos funcionários;
• pagamento de empréstimo bancário;
• pagamento de despesas provisionadas no período anterior. 
Pode acontecer de a empresa fazer uma compra de matéria-prima para 
pagamento em 60 dias. No momento da compra, dizemos que ela teve o 
gasto; depois de dois meses é que ocorreu o desembolso. O desembolso é 
o pagamento, a saída de numerário do caixa ou da conta corrente, a fim 
de pagar os compromissos vindos da aquisição de bens ou serviços.
Dica
A área de Custos possui terminologia própria que, 
muitas vezes, é utilizada de forma equivocada. 
É importante que você conheça a definição dos 
termos básicos a fim de evitar qualquer erro na 
interpretação dos conceitos apresentados no 
decorrer da disciplina.
3.2 Perda e desperdício
As perdas para Perez Jr., Oliveira e Costa (2012, p. 9) são:
[...] gastos anormais ou involuntários que não geram um novo bem ou serviço e 
tampouco receitas e são apropriados diretamente no resultado do período em que 
ocorrem. Esses gastos não mantêm nenhuma relação com a operação da empresa e 
geralmente ocorrem de fatos não previstos. 
Na visão de Bornia (2010), as perdas são gastos anormais e são 
classificadas separadamente dos custos, pois não incorporam o valor dos 
estoques. Por exemplo, suponha que uma empresa, em determinado 
período, tenha um consumo anormal de matéria-prima: isso é 
caracterizado como perda.
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Vamos a outros exemplos de perdas? Vazamento de materiais líquidos 
ou gasosos; material com prazo de validade vencido; gastos incorridos 
em períodos de paralisação de produção devido à falta de insumos; 
problemas com equipamentos; greves; enchentes; inundações; sinistros 
etc. Em resumo, a perda é um gasto que a empresa tem e que geralmente 
ocorre sem que a organização tenha controle sobre ele, ou seja, acontece 
por um motivo de força maior. Porém, isso não é uma regra! Em outras 
palavras, podemos dizer também que perda é o valor dos bens e serviços 
consumidos de maneira irregular. Perez Jr., Oliveira e Costa (2012, p. 9) 
definem desperdícios como 
[...] gastos incorridos no processo produtivo ou de geração de receitas e que possam 
ser eliminados sem prejuízo da qualidade ou quantidade dos bens, serviços ou 
receitas geradas. Atualmente, o desperdício está sendo classificado como custo ou 
despesa e sua identificação e eliminação é fator determinante do sucesso ou fracasso 
de um negócio. 
As empresas classificam os desperdícios como custo ou despesa, sem saber 
exatamente onde eles estão. Eles podem estar inclusos em valores pagos 
em mão de obra, em atividades que não agregam valor ao produto (no 
tempo de máquina parada para troca de ferramentas, por exemplo) etc. 
Enfim, gastos que não são recuperados no preço de venda do produto 
acabam por representar os desperdícios.
Dessa forma, o problema está em identificar os desperdícios dentro de 
uma empresa; muitas vezes, ele está camuflado no processo produtivo. 
Suponha que uma organização trabalha com um índice de 1% de 
peças defeituosas. Porém, em um determinado período, 5% dos itens 
produzidos foram defeituosos. Nesse caso, 4% são considerados perda 
anormal,porém, os desperdícios somam 5%. 
Os conceitos de desperdício normal e anormal são abordados por Bornia 
(2010) e o autor afirma que tal separação é bastante relevante, isso 
porque o desperdício anormal pode ser eliminado no curto prazo. É 
possível afirmar que, no processo produtivo regular, não deveria ocorrer 
desperdícios; no entanto, o desperdício normal somente pode ser 
suprimido no longo prazo, por meio da melhoria contínua do sistema 
produtivo. Assim, é necessário conhecer bem o processo de produção a 
fim de minimizar os desperdícios.
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Bornia (2010) assemelha o desperdício normal à perda: quando os 
recursos são utilizados de maneira ineficiente temos o desperdício e, 
quando são utilizados de forma eficiente, temos o custo ideal. De acordo 
com o autor, o desperdício normal já é conhecido pela empresa (como 
o índice de peças defeituosas de 1% do exemplo citado anteriormente). 
Isso é o mesmo que afirmarmos que essa é a perda; assim, a empresa só 
conseguirá eliminar essa perda melhorando a qualidade de seus serviços 
no longo prazo, através de aperfeiçoamento contínuo. Já no caso do 
desperdício anormal, este é configurado quando ocorre algo inesperado 
e algum recurso não foi bem aproveitado. Podemos citar o mau uso 
do recurso humano, que pode ter trabalhado de maneira irregular ou 
equivocadamente. Outro exemplo seria a qualidade dos recursos materiais 
(matéria-prima) ou mesmo uma greve de funcionários que possa paralisar 
a produção e causar uma perda produtiva. O desperdício anormal é um 
gasto incorrido que não pode ser acrescido ao valor do produto. 
3.3 Investimento
Você já deve ter escutado a palavra investimento e, talvez, ficado com 
dúvidas em relação aos diferentes tipos de investimentos existentes.
No momento no qual uma organização se prepara para melhorias através 
do aprimoramento em suas instalações, de maquinários novos e de 
tecnologia avançada com novos computadores, entre outras ações, ela 
define meios de investimento.
Assim, investimentos são todos os gastos que a empresa incorre com 
o objetivo de obter algum retorno no futuro. A organização compra 
uma máquina com a capacidade de produção maior com a intenção de 
produzir mais, vender mais e, logo, ter um lucro maior.
Nesse sentido, os investimentos são classificados separadamente dos 
custos. Na verdade, os custos decorrentes dos investimentos (máquinas, 
instalações, móveis etc.) são apropriados posteriormente, por meio da 
depreciação. Esta, por sua vez, é o meio que a contabilidade possui para 
repassar aos produtos o desgaste que o seu imobilizado sofre no decorrer 
do tempo. Tal desgaste é expresso em termos financeiros e é mensalmente 
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apropriado aos custos da empresa e, consequentemente, aos produtos. 
Segundo Bornia (2010, p. 18, grifo nosso), “Investimento é o valor dos 
insumos adquiridos pela empresa não utilizados no período, os quais 
poderão ser empregados em períodos futuros.”
As participações em outras empresas também são consideradas 
investimento, isso porque a organização gasta no presente, comprando a 
participação, para posteriormente receber dividendos.
É importante – e também é uma tarefa que compreende o setor de custos 
– a análise de viabilidade de novos investimentos. Tomemos como exemplo 
a aquisição de uma nova máquina para a produção: é necessário verificar se 
esse investimento trará o resultado esperado para a empresa, quais os custos 
de manutenção etc., ou seja, colocar tudo “na ponta do lápis”. 
Seguem alguns exemplos de investimentos:
• terrenos;
• prédios da administração, da fábrica, das lojas e dos almoxarifados 
de matérias-primas, produtos acabados e demais materiais;
• móveis e instalações da administração, da fábrica, das lojas e dos 
almoxarifados;
• máquinas industriais;
• fornos industriais, caldeiras etc.;
• computadores;
• robôs;
• empilhadeiras, carrinhos e veículos industriais, esteiras mecânicas etc.; e
• ferramentas de grande porte etc.
Quando se faz um investimento com compra de imobilizado, todos os 
gastos incorridos até que esse bem esteja em funcionamento e operação 
na empresa devem ser agregados ao investimento. Por exemplo, se for 
necessário algum serviço de instalação, frete de aquisição etc., esses 
valores deverão compor o valor do imobilizado em questão.
Tal assunto já engloba a parte contábil da classificação, que é a base de 
informações para custos. Se estas forem contabilizadas erroneamente, o 
gestor terá informações distorcidas, o que prejudicará sua tomada de decisão.
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Chegamos ao fim de mais uma unidade. Nosso próximo assunto será 
despesas e entenderemos porque é tão importante separar custos de 
despesas. Um abraço!
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4 Entendendo o que são despesas
Objetivo
Entender o que são as despesas e frisar a perfeita separação entre 
custos e despesas.
Agora que já estudamos detalhadamente o que são custos, iremos 
aprofundar nossos conhecimentos sobre a análise de gastos e também 
sobre a identificação do que são os custos e o que são as despesas de uma 
empresa. Esse assunto é de fundamental importância para melhorar 
a gestão financeira de uma organização e deve ocupar um lugar de 
destaque dentre as preocupações de administradores que buscam bons 
resultados. Para estudarmos esse conteúdo, nos embasaremos em Bornia 
(2010), Perez Jr., Oliveira e Costa (2012) e Leone (2012).
4.1 Despesa
Os gastos que a empresa têm e que não se encontram diretamente ligados 
à produção serão classificados como despesas. 
Despesa é o valor dos insumos consumidos para o funcionamento da empresa e não 
identificados com a fabricação. Refere-se às atividades fora do âmbito da fabricação, 
geralmente sendo separada em Administrativa, Comercial e Financeira. Portanto, as 
despesas são diferenciadas dos custos de fabricação pelo fato de estarem relacionadas 
com a administração geral da empresa e a comercialização do produto. (BORNIA, 
2010, p. 16) 
Como despesas administrativas citamos materiais de expediente do 
escritório (área administrativa), salário do gerente administrativo etc. Na 
área comercial temos as despesas com comissão de vendedores, fretes, 
salários dos vendedores, entre outros. Nas despesas financeiras temos, 
principalmente, os juros pagos de empréstimos, os Impostos sobre 
Operações Financeiras (IOF) etc.
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A despesa é um componente negativo de uma receita. Essa afirmativa se 
justifica, pois as despesas serão descontadas do faturamento da empresa, 
sendo este último o resultado das vendas.
Segundo Martins (apud LEONE, 2012), despesas são bens ou serviços 
consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de receitas, ou seja, 
a despesa se caracteriza pelo fator apoio. A empresa necessita de suporte 
para suas atividades; não é suficiente ter um parque fabril, é necessário 
ter um setor administrativo que cuide das contas da organização, 
atenda aos clientes quando ligarem etc. É preciso também que exista 
um departamento de vendas que faça o produto girar e coloque-o no 
mercado, assim como um departamento financeiro, que será responsável 
pelos recebimentos das vendas e dos pagamentos a fornecedores.
Despesas são gastos relativos aos bens e serviços consumidos no processo de 
geração de receitas e manutenção dos negócios da empresa. Todas as despesas estão 
diretamente ou indiretamente associadas à realização de receitas. As empresas têm 
despesas para gerar receitas e não para produzir seus bens e serviços. (PEREZ JR.; 
OLIVEIRA; COSTA, 2012, p. 8)
Teoricamente, separar custos de despesas é uma tarefa fácil; porém, na 
prática, não é exatamente assim, principalmente em empresas menores, 
nas quais um sócio pode ser, por exemplo, gerente industrial e de vendas 
ao mesmo tempo. Como classificar o pró-labore dele? Custo ou despesa? 
Gerente industrial seria custo, gerente de vendas seria despesa. Mas ele é 
uma pessoa só! É apenas um pró-labore. Nessas situações, geralmente as 
organizações utilizam métodos derateio para a classificação. Poderia ser 
tomado como base de rateio a quantidade de dias que ele trabalha por 
mês em uma e em outra função e fazer a apropriação proporcionalmente 
ao tempo destinado a cada área.
Acompanhe um exemplo: levando em consideração que um mês tenha 
30 dias, apurou-se que esse sócio trabalha, em média, 12 dias na parte 
de vendas e 18 dias na parte industrial. Diante dessas informações, sabe-
se que 40% desse tempo é utilizado para vendas e 60% para produção. 
Sendo assim, supondo que o pró-labore do mês seja de R$ 10.000,00, 
teríamos R$ 4.000,00 de despesas e R$ 6.000,00 de custos. 
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As despesas comerciais ou com vendas são facilmente identificáveis 
por meio dos produtos vendidos. Por esse motivo, são chamadas de 
despesas diretas, como é o caso das comissões sobre vendas, dos impostos 
incidentes sobre o faturamento e dos fretes e seguros de transporte. São 
denominadas despesas indiretas aquelas administrativas e financeiras, 
porque não podem ser identificadas com precisão com as receitas geradas. 
São geralmente são consideradas como despesas do período e não são 
distribuídas por tipo de receita.
Saiba mais
Para saber mais sobre a gestão financeira de 
uma empresa e a sua importância, assista ao 
vídeo da TV Sebrae que apresenta uma conversa 
com o dono de uma confeitaria, clicando aqui. 
A parte 2 do vídeo encontra-se disponibilizada 
clicando aqui. Você pode encontrar outros vídeos 
interessantes sobre o assunto na mesma página.
4.2 Por que a separação dos gastos é importante
Um bom administrador precisa entender um pouco de todas as áreas 
da empresa; por isso, não poderia deixar de dominar, mesmo que 
basicamente, a contabilidade. É preciso que você compreenda como 
funciona a metodologia de apropriação dos custos de sua organização para 
poder entender a importância da separação dos gastos em custos e despesas.
As receitas, as despesas e os custos dos bens e serviços são fatos que 
constituem objetos da atividade da pessoa jurídica. As receitas e despesas 
modificam o patrimônio líquido de uma empresa no momento em que 
são registradas na contabilidade e o patrimônio líquido representa o 
grau de riqueza da organização. Assim, uma receita deixará a empresa 
um pouco mais rica, enquanto que uma despesa ou custo a deixará 
mais pobre. Na linguagem técnica, as receitas aumentarão o lucro da 
organização, enquanto que as despesas e os custos diminuirão o lucro ou 
poderão causar prejuízo. 
http://tv.sebrae.com.br/category/0/media/756/?s=Gerenciamento%20financeiro%20%28parte%201%29
http://tv.sebrae.com.br/category/0/media/757/?s=Gerenciamento%20financeiro%20%28parte%202%29
www.esab.edu.br 30
Quando os gastos são classificados como despesas, eles vão 
automaticamente para o resultado do período, ou seja, diminuem o lucro 
daquele mês. Por outro lado, se determinados gastos são classificados 
como custos, primeiramente eles serão apropriados aos estoques. No 
momento no qual a mercadoria for vendida, serão computados esses 
custos e diminuídos do resultado. Para você entender melhor, em uma 
empresa industrial, a contabilização das vendas das mercadorias é o 
momento para registrar também a baixa dos produtos fabricados e 
vendidos no período. É nessa ocasião que o custo é lançado no resultado 
da empresa.
Dessa maneira, pode-se concluir que a perfeita separação de custos e 
despesas é importante para a correta apuração do lucro ou do prejuízo 
da empresa. Para fins fiscais, é essencial que tal distinção esteja livre 
de erros, pois é a partir do lucro da organização que é calculado o 
imposto de renda e a contribuição social. Se os fiscais da Receita Federal 
identificarem alguma falha nessa classificação que prejudique o cálculo 
dos impostos, a empresa estará sujeita a multa.
A diretoria faz a sua distribuição de dividendos também a partir do lucro 
apurado e é igualmente importante que a lucratividade esteja correta para 
fins de análise de demonstrações contábeis junto a instituições bancárias 
ou caso a empresa queira participar de algum processo de concorrência.
É a partir da apuração pela contabilidade do resultado – lucro ou prejuízo – de 
determinado período que são calculados:
• a participação da diretoria e dos demais executivos nos resultados da empresa;
• a remuneração dos acionistas, em forma de dividendos;
• a distribuição de lucros para os sócios;
• o Imposto de Renda e a Contribuição social sobre o Lucro Líquido;
os índices de lucratividade para fins de análise das demonstrações contábeis, visando 
à participação da empresa em processos de concorrência ou captação de recursos na 
rede bancária. (PEREZ JR.; OLIVEIRA; COSTA, 2012, p. 4) 
www.esab.edu.br 31
O mundo dos negócios oferece uma quantidade gigantesca de 
informações. No entanto, estas precisam ser bem trabalhadas para 
surtirem um efeito eficaz. Perceba que para que o resultado econômico 
da empresa (lucro ou prejuízo) esteja correto, é preciso um trabalho de 
base e que envolva todos os seus setores. Pode soar simples entender 
que os custos se relacionam com a produção e as despesas com o 
administrativo, as vendas e o financeiro; porém, em alguns casos pode 
ser difícil realizar essa separação, principalmente dependendo do ramo de 
atividade da empresa.
Outro detalhe importante: o custo das mercadorias (matérias-primas, 
materiais auxiliares etc.) utilizadas no processo industrial deve incluir 
todos os gastos necessários para que tais itens cheguem à fábrica. 
Portanto, se a empresa pagar frete para comprar determinada mercadoria, 
por exemplo, esse valor deve ser incorporado ao custo da matéria-prima 
ou material em questão. Com isso, você começa a perceber até onde vão 
os detalhes da complexa área de Custos. Administrá-la de forma eficiente 
certamente é um diferencial competitivo.
A credibilidade das informações é fator determinante para o sucesso 
da empresa e depende da fonte que a está gerando. É preciso 
conhecimento e aperfeiçoamento contínuos para entender as mudanças 
que ocorrem ininterruptamente no ambiente empresarial e saber 
apropriar corretamente os custos aos produtos. Alguns fatores, tais como 
comportamento da concorrência, legislação, economia e, até mesmo, 
a linha de produção interna, com inserção de novos produtos, sofrem 
alterações que necessitam de atenção. Ocasionalmente saímos de uma 
reunião que foi aparentemente proveitosa; no entanto, se as informações 
ali apresentadas não tiverem sido fidedignas, não irão gerar resultados 
satisfatórios, ou seja, não servirão de base na tomada de decisões seguras. 
Poderão, até mesmo, gerar deliberações prejudiciais à empresa.
Nesta unidade você estudou o que são as despesas e por que é importante 
separá-las dos custos. Na unidade 5 entenderemos o que são custos fixos 
e despesas fixas.
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5 Custos fixos e despesas fixas
Objetivo
Entender o que são custos fixos e despesas fixas.
As decorrências da criação de uma infinidade de classificações relacionadas 
a Custos estão na base das mudanças e evoluções sofridas nessa área desde 
a Revolução Industrial. Depois de conhecidas as noções de custos e de 
despesas, é necessário um aprofundamento em relação a desses elementos 
. Assim, nesta unidade veremos os conceitos de custos fixos e despesas 
fixas, lembrando que estaremos sempre expondo situações que possam 
ser assimiladas à realidade para uma melhor compreensão. Para isso, 
utilizaremos os autores Bornia (2010), Perez Jr., Oliveira e Costa (2012) e 
Leone (2012) como referências desta unidade.
5.1 Custos fixos
Um profissional de Custos ou de outra área que queira se aprimorar no 
campo de custos deve ficar atento a alguns detalhes que poderão auxiliá-
lo nessa tarefa. Em primeiro lugar, esse profissional deve dominar as 
linguagens e técnicas utilizadas no meio empresarial, principalmente na 
gestão de custos.
Assim, apresentaremos agora a classificação dos custos pela variabilidade. 
Nessa situação os custos e as despesas podem ser fixos ou variáveis.Estudaremos, primeiramente, os custos fixos. Segundo Perez Jr., Oliveira 
e Costa (2012, p. 12), custos fixos 
São os custos que permanecem constantes dentro de determinada capacidade 
instalada, independem do volume de produção, ou seja, uma alteração no volume de 
produção para mais ou para menos não altera o valor total do custo. 
www.esab.edu.br 33
Podemos visualizar melhor essa afirmação através do gráfico apresentado 
na sequência.
Figura 2 – Comportamentos dos custos em função do volume de produção. 
Fonte: Bornia (2010, p. 19).
Salários da chefia, aluguéis e seguros, entre outros, são considerados 
custos fixos. Imagine uma empresa com uma produção, no mês de 
janeiro, de 500 toneladas. O valor do aluguel pago por ela será igual 
no mês de fevereiro mesmo que ela produza 400 ou 200 toneladas. Os 
custos fixos se mantêm estáveis, independentemente da produção.
Quando falamos em custo total, afirmamos que o custo fixo se mantém 
estável; porém, quando tratamos de custo unitário, quanto maior for a 
produção, menor será o custo unitário, visto que o valor total se dilui na 
produção. Você poderá acompanhar esse raciocínio na tabela a seguir:
Tabela 1 – Variação do custo unitário fixo
Custos fixos de 
um período
Volume de 
produção
Custos fixos 
por unidade
R$ 12.000 5.000 unidades R$ 2,40
R$ 12.000 6.000 unidades R$ 2,00
R$ 12.000 4.000 unidades R$ 3,00
Fonte: Adaptado de Perez Jr., Oliveira e Costa (2012, p. 12).
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O custo unitário é obtido através da divisão do custo fixo do período 
pelo volume produzido. Esse decréscimo no custo fixo unitário é 
chamado economia de escala. Muitas multinacionais utilizam esse fator 
como vantagem competitiva pela alta produtividade que possuem.
No entanto, quando falamos de custos fixos, na maioria das vezes 
dependemos de critérios de rateios para alocá-los aos departamentos e 
centros de custos e consequentemente, aos produtos, pois não sabemos 
exatamente quanto de custo fixo se refere a cada produto. Os custos fixos 
são de difícil identificação em relação ao produto.
Saiba que os custos fixos não se mantêm inalteráveis por tempo 
infinito. Existem situações nas quais há alteração como, por exemplo, 
quando acontece a desvalorização da moeda, os reajustes ou o aumento 
significativo da produção. Suponha o custo fixo “Aluguel”; pode ocorrer 
um reajuste contratual do valor a ser pago. Nessa situação o custo fixo 
mudou, porém, se manterá estável nos próximos períodos.
Caso a empresa necessite fazer uma análise de suspensão temporária 
de serviços ou descontinuação de uma linha de produtos, ela poderá se 
valer de uma classificação que separa os custos fixos em elimináveis e não 
elimináveis. De acordo com Bornia (2010, p. 22, grifo nosso):
Custos fixos elimináveis, ou evitáveis, são aqueles que podem ser eliminados 
em curto prazo caso a empresa encerre temporariamente suas atividades. Como 
exemplo podem-se citar salários, aluguéis e energia elétrica. Os custos fixos não 
elimináveis, ao contrário, não são passíveis de eliminação a curto prazo. Entre estes 
se incluem as depreciações de instalações, impostos sobre a propriedade, parte da 
segurança e outros.
Leone (2012) traz a noção de que os custos são fixos ou variáveis de acordo 
com um parâmetro previamente estabelecido. Ou seja, dependendo da 
atividade a que se está comparando, classifica-se pela variabilidade.
Explicando melhor, nos exemplos anteriores fizemos a comparação 
dos custos fixos com o volume de produção (Tabela 1). Independente 
de a produção ser maior ou menor, o custo fixo se mantém. Pois bem, 
www.esab.edu.br 35
Leone (2012) cita o exemplo do custo de depreciação. De acordo com a 
legislação do Imposto de Renda, as empresas devem calcular a depreciação 
com base em uma tabela pré-estabelecida, que traz os percentuais a 
depreciar, identificando o tipo de bem e o percentual correspondente. 
Esse método chama-se método linear ou de taxa fixa. Quando a empresa 
apropria o custo de depreciação com essa metodologia, ela classifica o 
custo de depreciação como custo fixo. No entanto, se a empresa adotar 
uma forma de calcular a depreciação que esteja vinculada às horas-
máquinas (parâmetro escolhido), poderá classificar esse custo como 
variável, pois se a organização trabalhar mais, terá maior custo agregado 
e, se não trabalhar, não alocará nenhum custo de depreciação. Esse 
conceito é pouco explorado na prática (e só poderá ser utilizado para 
fins gerenciais), mas serve para mostrar que a classificação está ligada 
ao parâmetro que se está utilizando. A maioria dos autores usa o fator 
produção para a classificação quanto à variabilidade.
No caso específico da depreciação, o desgaste pela ação da natureza e 
por obsolescência geralmente tem a sua parcela classificada como fixa, 
enquanto que a parcela de desgaste pelo uso é classificada como variável, 
conforme já explicado. Nesse caso, classifica-se o gasto como semifixo ou 
semivariável, que é quando o gasto tem, em sua natureza, uma parte fixa 
e uma parte variável. No entanto, no Brasil geralmente a depreciação é 
classificada como custo fixo e é calculada pelo método linear em função 
do tempo de vida útil.
Outro exemplo é exposto por Perez Jr., Oliveira e Costa (2012), 
conforme a tabela a seguir.
Tabela 2 – Classificação do custo de depreciação
Vida útil 
estimada
de veículos
Custo do
veículo
Classificação
do gasto
Depreciação por
Valor da
depreciação
5 anos R$ 18.000,00 Fixo
Tempo de vida útil
Independentemente do 
tempo de utilização = 
20% ao ano
R$ 3.600,00 por 
ano ou
R$ 300,00 por mês
200.000 km R$ 18.000,00 Variável Km efetivamente rodado
R$ 0,09 por km 
rodado no período
Fonte: Adaptado de Perez Jr., Oliveira e Costa (2012, p. 14).
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Conforme podemos verificar, se o custo de depreciação do veículo for 
apropriado de acordo com o que diz a legislação, ou seja, pelo método 
linear, ele terá uma apropriação mensal de R$ 300,00. Para se chegar 
a esse valor, basta dividir o valor do veículo R$ 18.000,00 pelo tempo 
de vida útil estimada, ou seja, 5 anos, e encontra-se o valor anual: R$ 
3.600,00. Em seguida, é só dividir por 12 meses (equivalente a um ano) 
e chegamos ao valor de R$ 300,00.
Porém, se calcularmos o custo da depreciação pelo parâmetro “km 
rodado”, teremos um custo variável, ou seja, quanto mais o veículo 
rodar, mais custo será agregado. Na Tabela 2, podemos verificar que, 
se dividirmos o custo do veículo (R$ 18.000,00) pelo total de km que 
é estimado de vida útil (200.000 km) chegaremos a R$ 0,09 por km 
rodado no período. Acompanhe o cálculo:
Custo do veículo
Total km rodados
$18.000,00
0,09 reais/km rodado
200.000km
R
= =
Então é só multiplicar, em cada período, R$ 0,09 pela quantidade de 
km que foram rodados nesse mesmo período; este será o custo variável 
da empresa nesse período. Por exemplo, vamos supor que em 1 mês o 
veículo rodou 20.000 km. Para sabermos o custo variável em relação 
à rodagem do carro neste período (mês) basta realizarmos o cálculo 
indicado. Acompanhe:
Custo variável no período de 1 mês =R$0,09 x número de km rodado no mês 
Custo variável no período de 1 mês =R$0,09 x 20.000 km = R$1.800,00
Neste caso, o custo variável relacionado à rodagem do carro no referido 
mês foi de R$ 1.800,00.
Em resumo, os custos podem ser classificados em fixos e variáveis em 
relação a outras bases que não a produção. A classificação dos custos de 
acordo com a variabilidade está intimamente ligada ao fundamento que 
se denomina custos para a tomada de decisões. Separando-os em fixos e 
variáveis podemos analisar, em determinada situação, quais são os custos 
relevantes e não relevantes. Lembrando que um custo poderá ser relevante 
em um determinado cenário, porém, não relevante em outro. Por exemplo, 
em uma análise de uma negociação para terceirização da produção de 
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um item levanta-se os custos variáveis e fixos e se analisa a situação. Para 
determinado produto os custos fixospodem ser relevantes e para outro 
não, uma situação poderá ser viável, outra não, e assim por diante. 
5.2 Despesas fixas
O conceito de classificação das despesas fixas é o mesmo adotado para os 
custos fixos, porém, devemos compará-los proporcionalmente ao volume 
de vendas ou receitas (exemplos: salários administrativos, despesas 
financeiras, despesas com aluguéis e seguros etc.). Assim, as despesas 
serão fixas quando não houver alteração em seu valor em função desse 
volume de receitas.
No subitem anterior, verificamos que aluguéis e seguros também foram 
citados como exemplos de custos fixos. Mas o que diferencia esses gastos 
para serem classificados como custos ou como despesas? Não se trata da 
natureza do gasto, mas de sua finalidade. Se o aluguel ou o seguro forem 
do prédio no qual funciona a estrutura administrativa (escritório), será 
uma despesa fixa; caso estes gastos digam respeito ao prédio no qual 
funciona a produção, serão classificados como custos fixos.
Basicamente o conceito está relacionado à separação de custos e despesas. 
Logo, se o gasto se mantém estável em diversos períodos, não sofrendo 
influência pelo volume de receitas, será uma despesa fixa.
Estudo complementar
Para ampliar o que vimos neste tópico, assista ao 
vídeo clicando aqui. Nele você poderá entender 
quais custos compõem a fabricação de livros e 
inclusive ter uma ideia dos custos fixos e das 
despesas fixas para o negócio de uma editora.
Dessa forma, abordamos os principais conceitos de custos e despesas 
fixas. É inevitável falar em custos variáveis quando tratamos desse assunto 
para que as diferenças sejam esclarecidas; no entanto, tal tópico será 
abordado com mais detalhes na unidade 8.
http://globotv.globo.com/fundacao-roberto-marinho/telecurso-tec/v/administracao-modulo-2-a-formacao-de-precos-programa-8/1248205/
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6 A necessidade do controle de custos
Objetivo
Apresentar a importância de um controle eficaz de custos, 
identificando as necessidades das empresas em termos de 
competitividade, eliminação de desperdícios e melhoria contínua.
Caro aluno, já estudamos nas unidades anteriores a importância da 
classificação dos custos e entendemos o que são custos fixos e despesas 
fixas; agora, vamos apresentar a relevância de um controle eficaz de 
custos. Esta unidade vai proporcionar uma visão mais importante 
de todo universo da disciplina de administração de custos. Nos 
referenciamos, principalmente, em Bornia (2010).
Vamos em frente!
6.1 O novo ambiente competitivo
Não é novidade falarmos em alta competitividade e concorrência entre 
as empresas atualmente. Porém, vale a pena ressaltarmos os motivos 
que levaram a essa situação. A facilidade de entrada de mercadorias no 
país com a participação no Mercosul é um desses fatores. Além disso, 
o setor industrial se desenvolveu bastante com a criação de reservas de 
mercado, uma política governamental que impede legalmente o acesso e 
a importação de uma determinada classe de produtos e bens de consumo 
com vistas à proteção e ao desenvolvimento da indústria nacional e 
incremento da pesquisa científica interna. Esses e outros aspectos vêm 
tornando a concorrência cada vez mais forte.
Em empresas tradicionais tínhamos a produção artesanal, composta por 
poucos produtos, mas que eram gerados em grandes quantidades. Já em 
empresas modernas esse conceito é totalmente oposto: há a necessidade 
de se fabricar diversos modelos e com maior agilidade. O capitalismo 
traz, como consequência, produtos com vidas úteis cada vez menores, 
como é o caso de itens eletrônicos, que se tornam obsoletos rapidamente. 
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Por isso, as empresas bucam trabalhar com lotes pequenos de produção 
e se diferenciam umas das outras na busca e no desenvolvimento de 
produtos com alta qualidade.
De acordo com Bornia (2010), havia menos concorrência nas empresas 
tradicionais, os consumidores absorviam as suas ineficiências e assumiam 
altos preços. Dessa forma, tais organizações não necessitavam de 
aprimoramento contínuo, como acontece hoje. Atualmente, ouvimos 
falar repetidamente em melhoria constante de processos e em redução 
de custos, ou seja, as empresas vêm buscando ininterruptamente o 
progresso da eficiência e da produtividade – a ineficiência e os trabalhos 
improdutivos devem ser eliminados. Portanto, tudo que causa desperdício 
à organização precisa ser reduzido sistemática e continuamente, pois 
trata-se de uma questão de sobrevivência empresarial. 
As empresas emergentes, logo nas primeiras décadas da Revolução 
Industrial, assumiram uma posição privilegiada e extremamente 
confortável, isso devido ao grande aumento de produtividade por meio 
da produção mecanizada, que veio substituir o modelo artesanal. Nessa 
época, o mercado encontrava-se praticamente inexplorado.
Houve enormes melhorias na produtividade industrial a partir da 
segunda década do século XX, quando se especializou o trabalho e houve 
a padronização dos produtos e das peças. Como a demanda do mercado 
era maior do que a produção, os itens padronizados e similares foram 
bem recebidos pelos consumidores. 
Porém, à medida que a oferta foi se tornado maior do que a procura com 
a entrada de novos concorrentes, o caminho oposto começou a acontecer. 
Cada vez mais a produção deixou de ser rígida em relação à padronização 
e abriu-se espaço para a entrada de produtos diferenciados e frequentes 
alterações nos modelos existentes. Essa competição também desencadeou 
uma oferta de preços baixos, o que obrigou as empresas a reduzirem 
qualquer tipo de perda e desperdício de forma sistemática. 
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Por causa dessa evolução, hoje temos um mercado competitivo, com 
diversos tipos de produtos, preços cada vez menores e frequentes 
modificações. Nessa situação, a empresa precisa trabalhar com excelência, 
responsabilidade e eficácia em seus processos para obter êxito. O que isso 
quer dizer? Se a empresa atual não tiver o domínio de suas operações 
e não souber controlar custos e desperdícios, certamente estará em 
desvantagem frente a seus concorrentes.
Em resumo, o mercado apresenta-se intensamente exigente, o que 
faz com que as empresas possuam muitos modelos de itens a preços 
competitivos. Tais produtos possuem vidas úteis mais reduzidas e 
seu prazo de entrega precisa ser curtíssimo. Assim, para atender às 
peculiaridades que o mercado atual demanda (diferenciações de 
produtos, entregas rápidas e preços menores), as empresas modernas 
se diferenciam das empresas tradicionais, pois precisam ter uma busca 
maior e mais efetiva pelo processo de melhoria contínua e combate 
aos desperdícios. E, para dar conta dessas exigências, é essencial o 
conhecimento dos custos que incorrem em suas atividades. 
6.2 Melhoria contínua e eliminação de desperdícios
A empresa que não se atualizar, não estiver em constante melhoria e não 
procurar a eliminação de desperdícios, será eliminada por organizações 
concorrentes mais competentes. Conforme citado anteriormente, essa é 
uma das principais diferenças entre empresas tradicionais – antigas – e 
modernas (BORNIA, 2010). Em organizações tradicionais (artesãos) 
poderia sim haver a busca por eliminação de despercícios e melhoria de 
processos, porém, a necessidade dessa procura era menor em função da 
concorrência reduzida e da menor produtividade. Portanto, é preciso agir 
de acordo com nosso tempo; a situação corrente exige esse posicionamento. 
Relembrando o que vimos na unidade 3, desperdício é todo insumo 
consumido de forma não eficaz, desde materiais e produtos defeituosos 
até atividades desnecessárias. Uma empresa é composta por trabalhos e 
desperdícios; existem trabalhos que agregam valor ao produto e trabalhos que 
não agregam, mas são necessários. A ideia é reduzir ao máximo estes últimos.
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Os desperdícios referem-se a itens defeituosos, movimentação 
desnecessária, inspeção de qualidade e capacidade ociosa, sendo a sua 
eliminação fundamental para a melhoriacontínua da empresa. Existem 
algumas atividades que são indispensáveis para a fabricação do produto, 
mas que não agregam valor a ele (como exemplo, a preparação de 
máquinas e a movimentação de materiais). Como não se pode eliminar 
totalmente essas etapas, deve-se trabalhar para otimizá-las, fazendo com 
que tomem menos tempo no processo produtivo ou obtenha-se outras 
reduções em custos.
A característica de empresas tradicionais é a acomodação no que diz 
respeito à situação na qual a instituição se encontra, ao contrário das 
empresas modernas que se preocupam constantemente com processos 
de eliminação de desperdícios e melhorias. É evidente que todas as 
organizações gostariam de reduzir desperdícios; no entanto, as empresas 
tradicionais (antes da Revolução Industrial) tinham esse traço de 
acomodação, pois o cenário no qual se encontravam não exigia outra 
postura. Conviviam com o ambiente de trabalho sem a necessidade de 
melhorias, pois conseguiam recuperar as perdas agregando-as ao preço 
do produto. Como a procura era maior do que a oferta, os consumidores 
aceitavam pagar mais caro por determinados itens. 
O objetivo principal da empresa é que os produtos saiam com maior 
valor agregado do que quando entraram no processo. Se ocorrer o 
inverso, estamos incorrendo em algum tipo de desperdício que precisa ser 
identificado e eliminado.
As empresas modernas constumam trabalhar com lotes pequenos de 
produção. Tradicionalmente tinha-se o conceito de que lotes maiores, 
também chamados de lotes econômicos, eram mais vantajosos para a 
organização. Porém, em algumas situações, isso pode não ser verdadeiro, 
principalmente porque os lotes econômicos causam acomodamento no 
processo produtivo. A redução do tamanho do lote tende a aumentar a 
produtividade e isso acontece porque o produtor passa a aprimorar o seu 
processo. A variável de tempo de preparação de uma máquina é utilizada 
para calcular o lote “ótimo”. No entanto, quando se pretende diminuir 
esse lote, tende-se a executar melhorias nessa variável. Se não puder ser 
feita essa melhoria, não poderá ser reduzido o lote; mas, muitas vezes, 
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a redução é indispensável sob o risco de se ficar com estoques parados. 
Nessa situação, o produtor se obriga a buscar alternativas que melhorem 
seu processo. 
Com a fabricação de lotes menores, consequentemente teremos estoques 
menores que, por sua vez, significam custos menores. Alguns gerentes 
tradicionais não concordam com essa afirmação, pois entendem que 
estoques elevados ajudam a resolver problemas que possam surgir 
inesperadamente. Acreditam que, se tiverem bastante estoque, poderão 
resolver questões antes de faltarem artigos para venda. Esse raciocínio é 
incorreto, visto as vantangens de se manter um estoque reduzido. 
Se a empresa necessitar alterar algum produto ou inativá-lo, poderá 
fazê-lo de forma mais rápida tendo menos estoque. Além disso, não é 
necessário tanto espaço físico para armazenamento, o que potencializa 
maior integração dos processos. Há também uma maior rentabilidade 
sobre o investimento, isso porque o capital de giro também é reduzido. 
Essa redução é possível porque tendo menos estoques não é necessária a 
busca por meios que financiem esse estoque – lembrando que produto 
parado não é pago pelo cliente, mas alguém precisa pagar.
É preciso aproximar-se de um fluxo contínuo de materiais, chegando 
assim a uma produção contínua, através de lotes pequenos e pequenas 
quantidades de estoques. É possível verificar que a fabricação torna-se, 
dessa forma, mas rápida e eficiente. “Os estoques provocam desperdícios, 
visto que não acrescentam valor ao produto e demandam dispêndios.” 
(BORNIA, 2010, p. 4). 
Todos esses controles fazem parte da atividade de custos integrada ao 
processo produtivo e esse universo faz parte da gestão de custos. Na 
próxima unidade estudaremos a evolução dos controles de custos e 
entenderemos como surgiu a contabilidade de custos, que faz todos esses 
controles com os quais estamos lidando. Entederemos também como está 
estruturada a demonstração de resultados do exercício.
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Fórum
Caro estudante, dirija-se ao Ambiente Virtual de 
Aprendizagem da instituição e participe do nosso 
Fórum de discussão. Lá você poderá interagir com 
seus colegas e com seu tutor de forma a ampliar, 
por meio da interação, a construção do seu 
conhecimento. Vamos lá?
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Resumo
O tema “tomada de decisão” vem sendo muito discutido por estudiosos 
da área e dirigentes das organizações em face das incertezas gerenciais e 
operacionais. Por isso, quando se tem a tarefa de administrar custos em 
uma organização, deve-se ter em mente a necessidade de se encontrar 
as alternativas mais benéficas à situação econômica da empresa. A partir 
do estudo dos conceitos e das classificações de custos, é possível extrair 
informações que ajudem os sócios a conhecer a realidade e a lucratividade 
de seu negócio; por isso, na unidade 1, tivemos como foco as principais 
definições sobre custos. Vimos também que indústrias são compostas por 
recursos naturais, trabalho, capital, transformação, produtos e serviços. 
Em seguida, na unidade 2, conhecemos as diferenças entre os conceitos 
de produtos, serviços, estoques, componentes organizacionais, 
planos operacionais, atividades especiais, programas e segmentos de 
distribuição, que são todos objetos de custeio. Vimos também que é 
de suma importância conhecer os gastos relativos a materiais, mão de 
obra e outros custos de produção. Todas essas informações irão compor 
relatórios de custos para avaliar a capacidade da empresa de pagar 
dividendos ou de realizar investimentos.
Na unidade, 3 pudemos conhecer mais sobre a terminologia básica de 
custos, quando estudamos as diferenças entre gasto e desembolso, perda e 
desperdício e entendemos o que é investimento.
Compreender qual é o negócio da empresa ajuda na classificação do que 
são custos e o que são despesas e por isso você estudou, na unidade 4, a 
definição de despesas. Cabe ao gestor entender que a análise conjunta de 
todos esses fatores e dados classificados separadamente trazem subsídios 
para um processo de tomada de decisões com um menor grau de risco e, 
consequentemente, maior taxa de sucesso. 
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Na unidade 5 estudamos os conceitos de custos fixos e despesas fixas, 
assim como identificamos alguns exemplos de cada um deles.
Para a verificação de novos projetos de investimentos, recorre-se a 
práticas de engenharia econômica, destacando-se as técnicas de redução 
de estoques e eliminação de desperdícios, que identificam um retorno 
maior do investimento. Por isso, na unidade 6 estudamos tais técnicas 
e também o novo cenário no qual as empresas estão inseridas. Fizemos 
também um comparativo de evolução das empresas, desde o sistema 
tradicional (antes da Revolução Industrial) até os dias atuais.
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7 Evolução dos controles de custos
Objetivo
Entender como surgiram os primeiros controles de custos, a sua 
evolução e como são compostos.
Ao final da unidade anterior, você pôde compreender a importância de 
um eficaz controle de custos, isso porque as empresas estão inseridas 
em um cenário competitivo que requer habilidade dos gestores. Nesse 
contexto, daremos sequência ao nosso estudo aprendendo como surgiu 
a Contabilidade de Custos no decorrer desse processo, a sua evolução 
e os seus componentes. Embasaremos teoricamente esta unidade com 
conceitos e ideias de Bornia (2010), Perez Jr., Oliveira e Costa (2012) e 
Leone (2012).
7.1 O surgimento da Contabilidade de Custos
De acordo com Bornia (2010), com a Revolução Industrial surgiram 
as empresas industriais, a consequente mecanização dos processos e 
a complexidade de apuração de custos. Antes disso a fabricação era 
artesanal e os artesãos praticamente não constituíam pessoas jurídicas, 
ou seja, as empresas existentes eram empresas comerciais. Sendo assim, 
estas já sabiam exatamente qual

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