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TBL 4 - SÍNDROME CORONARIANA AGUDA SEM SUPRA ST DANIELA FRANCO MEDCURSO CONCEITOS A angina estável é a síndrome coronariana crônica. Placa é estável, essa pode evoluir para instável e até se romper (o que causaria um trombo) Quando a placa é instável é a síndrome coronária agudas, que pode ser angina instável e infartos agudos do miocárdio com ou sem supra. ANGINA ESTÁVEL (SCC) CLÍNICA: Angina típica: (definitivamente anginosa) dor retroesternal, irradiação pra ambro, pescoço ou braço esquerdo. É desencadeada pelo esforço e melhora com o repouso (<10m) ou uso de nitrato. DIAGNÓSTICO: vamos provocar (paciente não chega com esses sintomas. Testes provocativos de isquêmica: paciente faz um esforço. Faz teste ergométrico (correr na esteira). Avaliar se paciente consegue fazer exercício e se tem um eletrocardiograma basal normal. Se o ECG for alterado com BRE ou HVE fica difícil de avaliar o eletro, nesse paciente vamos avaliar por cintilografia ou ECO de esforço. Se o paciente não consegue fazer o exercício: para provocar isquemia vamos estressar o coração com droga, essas provocam aumento do consumo de O2 do miocárdio. Na cintilografia usar Dipiridamol (causa broncoespasmo, não usar se tiver asma) ou adenosina. Ou faz ECO com dobutamina. TRATAMENTO: Primeiro antes de tudo tratamento não farmacológico, para de fumar, exercício, perder peso e avaliar comorbidades. Medicamentoso: 1) Antianginoso: beta-bloqueador, se contraindicado usa bloqueador de Ca. Ou nitratos de longa duração (porém causa taquifilaxia) 2) Vasculoprotetores: deixar a placa estável. Usa AAS e estatinas 3) Resgate em caso de dor: nitrato sublingual 4) Vacinação: infecção é marcador de risco cardiovascular. Influenza e oneumococo Quando pedir Cateterismo? paciente de alto risco, está usando isso tudo e ainda está refratário. PADRÃO OURO. SÍNDROME CORONARIANA AGUDA A placa estava lá (era estável) mas de repente ela rompeu (instável). Inicialmente temos uma agregação plaquetária (trombo branco - SUBOCLUSÃO), conforme vai evoluindo vai tendo mais fibrina e mais hemácias (trombo vermelho) e tem OCLUSÃO COMPLETA. CLINICA E DIAGNÓSTICO 1) Anamnese e exame físico: Pode estar normal ou alterados ou PCR. Pode ter silencioso em 25% dos casos (mulher mais idosa e diabética, ou doença renal crônica ou transplante cardíaco) AP cardiovascular: sempre perguntar da irradiação da dor (irradia pras costas é dissecção de aorta!). Exames: Pressão nos dois braços, pulso em 4 membros (dissecção), B3 (disfunção ventricular), sopros novos (ruptura de musculo papilar) AP respiratório: saber se pulmão está encharcando ou não. Ausculta de ruídos adventícios. 2) ECG: Pode ter uma suboclusão ou uma oclusão completa, ECG diferencia isso. Pode ser normal, mas é menos comum. Alterações: - Suboclusão: inversaõa de T ou INFRA ST (pode ser ANGINA INSTÁVEL OU INFARTO SEM SUPRA ST, aí pede troponina pra saber qual é) - Oclusão: Elevação ST (INFARTO MIOCARDIO – não precisa de troponina para diagnóstico) 3) Marcador de necrose: (troponina – determina risco cardiovascular, quando maior mais o risco) diferencia se é angina instável ou infarto miocárdio sem supra. Se paciente chega com dor no peito em 10 min tem que ter feito anamnese exame físico e ECG com laudo. CONDUTA INICIAL Internação + M (monitor) O (oxigênio) V (veia - ascesso venoso). + desfibrilador perto, por evoluir para degeneração da arritmia. MONABICHA M – Morfina com dor refratária ou CI a nitratos/ betabloqueadores O – Oxigenio – saturação <90%, risco CV ou dispneia N – Nitrato sulingal 5mg (até 3x), se não melhora EV. A – AAS (Inibe COX1) B – Beta bloqueador VO (metoprolol) I – iECA – paciente estável e for diabético, IAM anterior ou IC C – Clopidogrel (impede agregação plaquetária) H – Heparina A – Atorvastatina – assim que estável ANGINA INSTÁVEL/ IAM SEM SUPRA São casos onde tem suboclusão do vaso. No ECG tem inversão de onda T ou INFRA ST. Pode ser angina instável ou infarto agudo do miocárdio sem supra, o que diferencia é a troponina que no infarto é positiva e na angina instável é negativa. TRATAMENTO: 1) ANAMNESE E XAME F´SICIO 2) ECG 3) MERCADOR DE NECROSE 4) ESCORE HEART (serve pra ver se tem alta ambulatorial) HEART < 3 + TROPONINAS NEGATIVAS + ECG SEM ISQUEMIA + SEM ANTECEDENTES OU DIGNÓSTICO ALTERNATIVO = reavaliação ambulatorial MONABICHA porém Não prescrever TROMBOLÍTICO pra quem tem suboclusão coronariana. Cateterismo imediato (em 2 horas): vai morrer!! Está instável hemodinâmica ou elétrica, irresponsivo (angina refratária) Cateterismo precoce (2-24h): ECG com infra, troponina +, escore de gravidade cardiovascular (GRACE > 140). DIRETRIZ DOR TORÁCICA - Definir os tipos de dor torácica (definitivamente anginosa, provavelmente anginosa, provavelmente não anginosa, definitivamente não anginosa) e discutir brevemente os diagnósticos diferenciais (dissecção de aorta, pericardite, espasmo esofagiano, gastrite, valvopatia). TIPO A: DOR DEFINITIVAMENTE ANGINOSA Dor retroesternal precipitada por esforço com irradiação para ombro, pescoço ou braço esquerdo e atenuada por repouso ou nitrato em menos de 10min TIPO B: DOR PROVAVELMENTE ANGINOSA Apresenta a maioria das características da dor definitivamente anginosa TIPO C: DOR PROVAVELMENTE NÃO ANGINOSA Dor de característica atípica que não preenche critérios para dor anginosa TIPO D: DOR DEFINITIVAMENTE NÃO ANGINOSA Dor sem correlação com atividade física, sugere ser de origem extracardíaca e não é atenuada por nitratos O ECG deve ser realizado e interpretado nos primeiros 10min do contato médico em pacientes suspeitos para SCA, e seus achados podem diferenciar o paciente em dois grupos: • SCACSST: paciente com dor torácica aguda e supradesnivelamento persistente do segmento ST ou bloqueio de ramo esquerdo (BRE) novo ou presumivelmente novo, condição geralmente relacionada com oclusão coronariana e necessidade de reperfusão imediata. • SCASSST: paciente com dor torácica aguda sem supradesnivelamento persistente do segmento ST, associado ou não a outras alterações de ECG que sugerem isquemia miocárdica (elevação transitória do segmento ST, infradesnivelamento transitório ou persistente do seguimento ST, inversão de onda T, outras alterações inespecíficas da onda T). Neste grupo, estão os pacientes com angina instável (AI), ou seja, sem alterações de marcadores de necrose miocárdica, e aqueles com infarto agudo do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST (IAMSSST), quando há elevação de marcadores de necrose miocárdica (confirmada por elevação nos níveis de troponina). DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS Alterações do exame físico permitem o diagnóstico diferencial de SCA com outras causas de dor torácica: • Cardíacas: pericardite (atrito pericárdico), tamponamento cardíaco (pulso paradoxal), estenose aórtica (sopro sistólico aórtico), miocardiopatia hipertrófica (sopro sistólico ejetivo paraesternal que aumenta com manobra de Valsalva). • Não cardíacas: dissecção de aorta (divergência de pulso e pressão entre os braços e sopro diastólico de insuficiência aórtica), embolia pulmonar/infarto pulmonar (atrito pleural), pneumotórax (murmúrio vesicular diminuído e timpanismo à percussão), musculoesquelética (dor à palpação). INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO - Definição de Infarto agudo do miocárdio – de acordo com a Quarta Definição Universal do Infarto (tipo I, tipo II, tipo III, Tipo IV e Tipo V) Os casos de IAM sem a presença de doença arterial coronariana (DAC) obstrutiva são classificados como MINOCA (do inglês, myocardial infarction with nonobstructive coronary arteries). Aproximadamentedois terços dos pacientes com MINOCA têm apresentação clínica de IAMSSST Critérios diagnósticos para MINOCA são: IAM, documentação angiográfica com ausência de DAC obstrutiva (ateromatose com estenose < 50% ou coronária normais) e nenhuma causa clinicamente evidente não coronariana que justifique a apresentação aguda. A definição de IAM implica a presença de lesão miocárdica aguda em um contexto clínico de isquemia miocárdica: • Sintomas sugestivos de isquemia miocárdica aguda • Nova alteração isquêmica no ECG • Nova onda Q patológica no ECG • Exame de imagem evidenciando nova alteração de contratilidade ou perda de miocárdio viável consistente com etiologia isquêmica • Identificação de trombo intracoronário por angiografia ou necrópsia (apenas para o tipo 1) ANGINA ESTÁVEL, INSTAVEL E IAM - Diferenciar angina estável, angina instável e infarto agudo do miocárdio através da anamnese, fisiopatologia, ECG e Enzimas de lesão miocárdica (troponina). Angina estável é doença coronariana crônica paciente tem dor torácica só se fizer esforço físico o colocamos no teste ergométrico para fazer diagnóstico. Na síndrome coronariana aguda precisamos ver o ECG se tiver inversão de onda T ou infra de ST vamos desconfiar de angina instável ou IAM sem supra. Para diferenciar pedimos troponina, na angina instável ela vem negativa e no IAM vai vir positiva. No infarto com supra vai ver supra no ECG. ANATOMIA CORONARIANA - Relembrar anatomia coronariana e correlacionar com o ECG ECG COM ISQUEMIA - Explicar as alterações no ECG isquêmica do ECG do caso (infra do segmento ST, inversão de ondaT) IAM SEM SUPRA: depressão do segmento ST, elevação transitória de segmento ST e inversão de onda T. IAM COM SUPRA. Alterações do segmento ST e da onda T não são específicos da SCASSST e podem ocorrer em uma série de condições, que incluem: hipertrofia ventricular, pericardite, miocardite, repolarização precoce, alteração eletrolítica, choque, disfunção metabólica e efeito digitálico DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA - Correlacionar Fatores de risco (relembrar a importância do controle destes) e Fisiopatologia da doença arterial coronariana, desde a formação da placa aterosclerótica até lesão e obstrução do vaso. FATORES DE RISCO • Idade avançada e sexo masculino. • Fatores de risco para aterosclerose: tabagismo, diabetes, dislipidemia, hipertensão arterial e insuficiência renal crônica. • Antecedente familiar de DAC. • Aterosclerose prévia sintomática, tais como doença arterial obstrutiva periférica, doença carotídea, doença coronariana prévia. • Doenças inflamatórias crônicas, como lúpus ou atrite reumatoide • Melhor evolução entre os tabagistas, provavelmente pelo fato de tais indivíduos sofrerem SCA em idade mais precoce e com menor carga aterosclerótica do que os não tabagistas. • Presença de três ou mais fatores de risco para DAC (hipertensão arterial sistêmica, diabetes, dislipidemia, história familiar e tabagismo) constitui marcador independente de pior prognóstico Pacientes com SCA podem se apresentar com sintomas atípicos, tais como dor epigástrica isolada, sensação de plenitude gástrica, dor perfurante, dor pleurítica ou dispneia. Embora a principal forma de apresentação de SCA em mulheres e idosos (>75 anos) seja angina típica, a ocorrência de apresentações atípicas é maior nesses indivíduos, assim como em pacientes com diabetes, insuficiência renal e demência TRATAMENTO - Esquematizar o tratamento de dor torácica na emergência – primeiro atendimento (monitorização, medicamentos – AAS, nitrato, morfina, clopidogrel, heparina) e primeiras 24h (beta bloqueador, estatina) M - MORFINA (se angina refratária) O – OXIGENIO se Sat < 90% N – NITRATO (DOR): anti-isquemico. efeito venodilatador, diminuindo o retorno venoso ao coração e o volume diastólico final do ventrículo esquerdo, reduz o consumo de oxigênio pelo miocárdio. Contraindicado se hipotensão. A – AAS: B – BETA BLOQUEADOR (DOR): s inibem competitivamente os efeitos das catecolaminas circulantes. Na AI, seus benefícios estão relacionados com sua ação nos receptores beta-1. Diminuem a frequência cardíaca, a pressão arterial e a contratilidade miocárdica, provocando redução do consumo de oxigênio pelo miocárdio. Metoprolol nas primeiras 24h. I – iECA C – CLOPIFOGREL H - HEPARINA A – ATORVASTATINA • Inicialmente pra dor faz nitrato e beta bloqueador (se choque ou hipotensão é contraindicado). Usa morfina só se for refratária • Anti-inflamatórios não esteroides (AINE) não devem ser administrados (com exceção do AAS) em pacientes com suspeita de IAM. • Pacientes com IAM que apresentem hiperglicemia significativa (> 180mg/dL). O alvo dessa terapia é reduzir os níveis glicêmicos e evitar episódios de hipoglicemia (< 70mg/dL), que podem causar diversos efeitos deletérios incluindo a expansão da área de IAM • Terapia anti-isquêmica: é reduzir o consumo de oxigênio (diminuindo a frequência cardíaca, a pressão arterial e a contratilidade miocárdica) ou aumentar a oferta de oxigênio (administrando oxigênio ou promovendo vasodilatação). Usa nitrato ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO - Diferenciar a estratificação de risco na emergência (classif. de risco cardiovascular (Framinghan) e risco de morte (TIMI, Braunwald), relacionando com tratamento medicamentoso e invasivo (de acordo com a classificação de risco de morte). O escore de risco GRACE permite uma estratificação mais acurada tanto na admissão quanto na alta hospitalar, graças ao seu bom poder discriminatório. Entretanto, apresenta maior complexidade. O escore GRACE original fornece uma estimativa de óbito intra-hospitalar ou óbito e IAM em 6 meses após a alta. Escore HEART define se o paciente vai ser tratado ambulatorialmente ou internado. Vai ser ambulatorial se <3. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO - Resumir o tratamento medicamentoso ambulatorial do coronariopata (beta bloq, AAS, estatina etc) e o tratamento não medicamentoso (perda de peso, alimentação, atividade física). AAS ATAQUE: 2-3 comprimidos VO mastigados (150- 300mg) MANUTENÇÃO: 75-100mg/dia Clopidogrel*** ATAQUE: 4 comprimidos VO (300mg) - 1 comprimido (75mg) se > 75 anos MANUTENÇÃO: 75mg/dia Outros: Ticagrelor, Prasugrel Dor Nitrato: Dinitrato de isossorbida 5mg SL (Isordil®) Contra-indicações: Hipotensão, IAM de VD, uso de Sildenafil nas últimas 24h, taqui/bradicardia Morfina*** HEPARINA HNF ENOXAPARINA FONDAPARINUX BIBLIOGRAFIA BÁSICA: → Nicolau JC, Feitosa-Filho G, Petriz JL, Furtado RHM, Précoma DB, Lemke W, et al. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Angina Instável e Infarto Agudo do Miocárdio sem Supradesnível do Segmento ST – 2021. Arq Bras Cardiol. 2021; 117(1):181-264
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