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27/09/2018 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA E BIOLOGIA MOLECULAR CI906 –Fisiologia Vegetal Professor: Humberto Henrique de Carvalho Fortaleza - Ce Unidade V: FOTOSSÍNTESE Porque tanta água é perdida na transpiração para cultivar uma safra? Porque o esqueleto da matéria orgânica é constituído de carbono que deve vir da atmosfera. Entram na planta como dióxido de carbono (CO2) pelos estômatos. Desde que os poros estejam abertos e assim vapor de água sai por difusão. A planta enfrenta um dilema. Como obter o máximo de CO2 diluído na atmosfera (0,035%) e ao mesmo tempo reter o máximo de água? Entender os fatores ambientais e sua influencia na transpiração e absorção de CO2. Entender os mecanismos que regulam a abertura e fechamento estomático. Entender o funcionamento do aparato fotossintético, absorção e transporte da água. 27/09/2018 2 Fotossíntese Introdução: Autotróficos: Plantas, algas e alguns tipos de bactérias. Reações onde fluxo de elétrons está acoplado a síntese de ATP Transdução de energia Energia da luz solar energia química (ATP e NADPH) Energia química biomoléculas a partir de CO2 e H2O Liberação de O2. Manutenção da cadeia alimentar 27/09/2018 3 Heterótroficos: Respiração celular Usam O2 Degradar biomoléculas (FS) até CO2 e H2O Produzindo ATP Liberando CO2 que será usado p/ autótrofos Fotossíntese: Fase fotoquímica – dependente de luz – gera ATP e NADPH. Fotossistemas I e II. Fase bioquímica - Reações de fixação de CO2. 1) Etapa fotoquímica Ocorre nas lamelas e nos tilacóides Depende diretamente da luz e da clorofila Eventos: fotólise da água e fotofosforilação 2) Etapa bioquímica Ocorre no estroma Depende indiretamente da luz Evento: Ciclo de Calvin-Benson Etapas da fotossíntese 27/09/2018 4 Local da fotossíntese: cloroplasto Cloroplasto: Local onde ocorre a fotossíntese Plastídeos- mesófilo foliar – parênquima palissádico e lacunoso entre as duas epidermes. Cutícula- restringe a difusão de H2O(v). Água evapora dentro da folha a partir das células do parênquima para os espaços intercelulares conectados ao ar externo pelos estômatos. Estômatos se abrem porque as células guarda absorvem água e incham. 27/09/2018 5 Os estômatos se abrem porque as células guarda diminuem o Ψ(s) absorvem água e incham. Íons potássio são transferidos das células adjacentes para as células guardas. ABA induz a saída de K+ e consequentemente o fechamento do poro. 27/09/2018 6 Cloroplasto: Local onde ocorre a fotossíntese 1-100 por célula. Surgem de proplastídeos (pequenos, incolores com pouca ou nenhuma membrana). Discóide, diâmetro de 5-10um, dupla membrana. Membrana interna, controla o fluxo de moléculas orgânicas e íons. Moléculas pequenas (CO2 , O2 e H2O) passam livremente através das membranas do cloroplasto. Membranas fotossintéticas membranas tilacoidais. Possuem clorofilas a e b, carotenoides (violaxantina e xantofila) 27/09/2018 7 27/09/2018 8 4. Evolução do Cloroplasto Evidências de que os cloroplastos foram bactérias de vida livre que invadiram células não fotossintéticas. Teoria endossimbionte. DNA cromossomal Ribossomos Membrana dupla Genes têm migrado para o núcleo - fluxo gênico. Exemplo: Rubisco (Carboxilase de Rubisco 1,5- fosfato). O gene da subunidade pequena esta no núcleo enquanto que o gene que codifica para a subunidade grande está no DNA do cloroplasto. Outras rotas metabólicas dentro do cloroplasto: Síntese de aminoácidos. Redução do nitrogênio inorgânico. Síntese de amido, ácido graxo, de hormônios como o ácido abscísico. Rotas de compostos secundários, como, por exemplo, de compostos envolvidos nas interações das plantas com outros organismos (fungos e herbívoros, por exemplo). 27/09/2018 9 Luz: Conceitos básicos Luz = fonte primária de energia, é parte da radiação eletromagnética. Luz visível = 400-700 nm Onda: tem comprimento de onda (=lambda) que é a distancia entre picos de onda sucessivos e freqüência (ν=nu) que é o numero de picos de onda que passa por um observador por dado tempo. velocidade da onda c= ν Partícula: é conhecida como fóton. Cada fóton tem uma quantidade de energia chamada quantum (pluram=quanta). A energia (E) de um fóton segue a Lei de Planck e depende da frequência, sendo inversamente proporcional ao comprimento de onda E=hv E = h . c = comprimento de onda h = constante de Planck = 6,626 x 10-34 J s c = velocidade da luz LUZ – característica de onda eletromagnética e partícula. 27/09/2018 10 Tabela 1 – Principais radiações de interesse biológico Cor Faixa de Comprimento de Onda (nm) Energia Média (kJ mol-1 fótons) Ultravioleta 100 – 400 UV – C 100 – 280 471 UV – B 280 – 320 399 UV – A 320 – 400 332 Visível 400 – 740 Violeta 400 – 425 290 Azul 425 – 490 274 Verde 490 – 550 230 Amarelo 550 – 585 212 Laranja 585 – 640 196 Vermelho 640 – 700 181 Vermelho distante 700 – 740 166 Infra-Vermelho > 740 85 Luz do sol: Espectro de raios de diferentes comprimentos de onda ou de diferentes frequências. O espectro de absorção da clorofilaA indica e coincide aproximadamente com a região do espectro que é efetiva na fotossíntese. Fotoquímica: Ramo da química que estuda as interações de átomos e pequenas partículas com a luz (ou radiação eletromagnética). Aplicações: -Espectroscopia UV/visível. -Reações fotoquímicas (fotossíntese, produção de melanina humana e a relacionada produção de filtros solares eficiente eficientes. -Visão – fabricação de lentes. 27/09/2018 11 Para que a energia da luz possa ser utilizada na fotossíntese ela precisa ser absorvida. Molécula (cromóforo, clorofila/caroteno) absorve 1 fóton e se excita Princípio da absorção de luz: Lei de Einstein-Stark- um fóton pode excitar apenas um elétron ou seja somente uma molécula é ativada – lei da equivalência. Fóton Molécula reagente Estado excitado (1 nanosegundo) Maior energia Temporário estado basal Pigmentos Fotossintéticos: Clorofila excitada é altamente instável: chl + h (fóton) chl A energia das moléculas excitada é usada para.... a) Fluorescência – reemissão do fóton b) Calor- sem emissão do fóton c) Transferência de energia para outra molécula d) Fotoquímica – transferência de elétrons (reações químicas) Clicar 27/09/2018 12 Absorção da luz azul excita a clorofila para um estado de maior energia do que o vermelho excitaria, isto porque o azul tem menor comprimento de onda e, consequentemente, maior energia do que o vermelho. RENDIMENTO QUÂNTICO: • indica que na maioria das moléculas de clorofila excitada predomina a reação fotoquímica (95%), contra 5% da fluorescência. • Pigmentos são os primeiros que absorvem luz (Cromóforos) 27/09/2018 13 Pigmentos Clorofilas = estrutura em anel, contendo um Mg2+ + cauda hidrofóbica. Carotenóides – pigmentos fotossintéticos acessórios - são tetraterpenos formados pela junção de unidades de isopreno Funcionam como antenas – captando luz solar e transferindo energia para o complexo fotossintético. Xantofilas = zeaxantina + Violaxantina + luteína 27/09/2018 14 A clorofila aparece verde para nossos olhos porque ela absorve luz nos comprimentos de onda referentes ao vermelho e ao azul, na região visível do espectro, a luz nos comprimentos de onda correspondente ao verde é refletida. Pouca luz verde e amarela é absorvida Carotenos transfere sua energia de excitação para os centros de reação. Outros pigmentos existem mas não participam na fotossíntese, e estes estão presentes principalmente no vacúolo. Esses pigmentos não fotossintéticos são hidrossolúveis e grande parte deles pertence a grande classe de compostos fenólicos denominada flavonóides. Interação plantas-animais. Cor das flores e frutos. Atração à polinizadores e dispersadores de sementes e frutos. Proteger contra a radiação UV ou de ataques de herbívoros e fungos.Sinais na interação legume-Rhizobium. Formação do cerne de troncos lenhosos, cor, qualidade e resistência da madeira. Propriedades medicinais, resposta imune, antiflamatória, anti- cancer, antiviral, e hepatoprotetora. 27/09/2018 15 Complexo antena: 200-300 moléculas de pigmentos, que estão ligados a proteínas formando o complexo antena coletor de luz (LHC, Light-Harvesting- Complex). Transfere a energia dos elétrons excitados para um pigmento coletor de energia denominado centro de reação. A maioria dos pigmentos serve como uma antena, coletando a luz e transferindo a energia, por ressonância induzida, para o centro de reação, onde a reação fotoquímica ocorre • Os pigmentos que absorvem a luz não estão distribuídos de forma desordenada nas membranas dos tilacóides e constituem os dois centros de reações, separados espacialmente na membrana tilacóide. 27/09/2018 16 Os quatro principais complexos das tilacóides 1- Fotosistema II (PSII) -Membranas empilhadas do tilacoide - Dois polipeptideos D1e D2 se unem ao centro de reação, 40 moléculas de ClorofilaA P680 (Feofitina), carotenóides, proteínas (plastoquinonas), lipídeos de membrana, íons Mn, Fe, Ca e Cl. -Pigmentos estão presentes nos complexos coletores de luz do PSII (LHCII). -Fotólise da água. Os quatro principais complexos das tilacóides 27/09/2018 17 2- Complexo citocromo b6-citocromo f: - Quatro polipeptídeos integrais diferentes ligadas a Fe-S que sofrem reação de oxido-redução. - transfere os elétrons do PSII (PQH2) para o PSI por meio da plastocianina. - causa bombeamento de prótons do estroma para dentro da tilacóide. Os quatro principais complexos das tilacóides 3- Fotosistemas I (PSI) -Encontrado no Tilacoide não empilhado (lamelas estromais)- contato com estroma -Centro de reação: ~250 moléculas de clorofila P700, carotenos, até 11 peptídeos diferentes codificados por genes nucleares e plastidiais. Além de 3 transportadores de elétrons A0 (provavelmente clhA), A1 (filoquinona ou vitK) e X (complexo Fe-S). - Oxidam a plastocianina e transferem os elétrons para a ferredoxina. -Complexos de antenas LCHI Os quatro principais complexos das tilacóides -elétrons da ferredoxina são então usados para reduzir o NADP+ e formar o NADPH pela feredoxina-NADP+ redutase. 27/09/2018 18 Os quatro principais complexos das tilacóides 4- ATP sintase - Complexo final formado por um grupo de polipeptídos que converte ADP e Pi em ATP. - Contém duas partes principais: num total de 9 polipeptídeos codificados pelo DNA nuclear e plastidial CFo - Proteína integral CF1 - Proteína periférica Reação: ADP + Pi + nH+p ATP + H20 + nH+n - G liberada pela difusão de H+ : - Através da CFo induz a mudança • estrutural da CF1 • - Liberando ATP 1. Reações de transferência de eletrons: PSII e PSI - Etapa fotoquímica - Ocorre nas membranas dos tilacóides - Fotossistemas catalisam fluxo de é da H2O p/ NADP+ H2O é oxidada a O2 no lúmem do tilacóide - Seguindo um Esquema Z 27/09/2018 19 Carreadores de elétrons se difundem na membrana granal para conectar os dois fotossistemas. Fotossistema II – Centro de Reação Fotoquímica P680. 1. Excitação p/ luz solar (P680*) - Forte doador de é-. 2. P680 transfere é p/ Feofitina (P680+) um tipo ChlA s Mg. P680+ forte agente oxidante Oxida H2O P680 3. Feofitina (Mn) doa é p/ Plastoquinona(PQ) A, depois B 4. PQB c/ 2 é + H+ estroma Plastoquinol (PQBH2) 5. PQBH2 doa 2é p/ Complexo Citocromo b6f c/ saída de H+ p/ dentro do lumem 6. Complexo Citocromo b6f doa é p/ Plastocianina Carreador solúvel de 1 é Doa é p/ Fotossistema I provocando sua redução. Fotossistema I - matém ligado vários transportadores de e-. Centro de Reação fotoquímica P700- complexo antena 1. Excitação p/ luz solar (P700*) Forte doador de é 2. P700* transfere é p/ aceptor Ao (P700+) que são ChlA. P700+ forte agente oxidante Oxida Plastocianina P700 3. Aceptor Ao transfere é p/ Filoquinona A1 4. A1 transfere é p/ proteína Fe-S 5. Proteína Fe-S transfere é p/ Ferredoxina Fd 6. Fd doa é p/ ferredoxina:NADP+ oxidoredutase formando NADPH c/ H+ do estroma Transporte de e- da água para o NADP+ que é reduzido para NADPH. 27/09/2018 20 27/09/2018 21 Síntese de ATP - Retirada de H+ de dentro lumem do tilacóide p/ estroma - Membrana do tilacóide é impermeável a H+ - Forma gradiente eletroquímico que gera FMP 27/09/2018 22 Transporte acíclico e cíclico de Elétrons nas Tilacóides Transporte cíclico de Elétrons nas Tilacóides Sob estresse, o funcionamento do FSII pode ser prejudicado, levando a uma ativação do transporte cíclico de elétrons. Elétrons da ferredoxina, ao invés de serem utilizados para redução do NADP+, são transferidos para o citocromo b6. Para cada dois elétrons transferidos neste fluxo, uma quinona reduzida (QH2) é formada. Esta QH2 é posteriormente oxidada, transferido seus elétrons para o PS I, sendo os H+ liberados no lúmem do tilacóide. A função deste fluxo cíclico é aumentar o gradiente de H+ entre o lúmem do tilacóide e o estroma e, consequentemente, aumentar a produção de ATP. 27/09/2018 23 Herbicidas que Afetam as Reações Fotoquímicas: Semelhança estrutural com moléculas transportadoras de elétrons dos fotossistemas. 27/09/2018 24 Resumo da etapa fotoquímica - Absorção de energia luminosa pelos coletores antena LHCII e LHCI, associados respectivamente aos FSII e FSI. - A captura da energia luminosa possibilita a transferência de elétrons da molécula de água até o NADP+, com redução de NADPH. - Foto-oxidação da água e o transporte de elétrons permitem a criação de um gradiente de prótons entre o lúmen do tilacóide e o estroma do cloroplasto - Gradiente eletroquímico de prótons permite a síntese de ATP. Resumo da etapa fotoquímica - A etapa fotoquímica resulta em: • Produção de NADPH; • Liberação de oxigênio como subproduto; • Formação de ATP por meio do complexo ATP-sintase; ATP e NADPH são utilizados no Ciclo de Calvin-Benson. Captação da luz transferência de elétrons síntese de ATP e NADPH 27/09/2018 25 2. Reações de Assimilação de Carbono ou Ciclo de Calvin - Localizado no estroma do cloroplasto • Ciclo de Calvin-Benson ou etapa Bioquímica Ocorre em 3 fases: a) Fixação de CO2: pela enzima Ribulose 1,5 bifosfato Carboxilase (RUBISCO), formando 3-fosfoglicerato. b) Redução: moléculas de 3-fosfoglicerato serão convertidas em trioses. c) Regeneração: Formação de Ribulose 1,5-bifosfato a partir das trioses. 27/09/2018 26 Ciclo de Calvin-Benson Etapa bioquímica da FS . Ciclo C3 3 (CO2) 3 (H2O) 3(Rib 1,5-bisfosfatase) =18C 6 x 3C 6 x 3C 6 x 3C 1x3C Síntese de amido ou sacarose 5x3C 1ª x3C 2ª x3C 3ª x3C 4ª x3C 5ª x3C 27/09/2018 27 O que determina o destino do gliceraldeído-3-fosfato produzido na fotossíntese? Amido ou sacarose? Formação dos grãos de amido (estoque de C) ocorre nos cloroplastos 27/09/2018 28 Trocas gasosas na folha: H2O e CO2 CO2 atm Resistência da camada limítrofe Resistência do espaço intercelular Resistência estomática (gs) Resistência mesofílica (gm) Pontos de resistência ao movimento de CO2 do meio externo até o sítio de carboxilação 27/09/2018 29 Conceitos do fluxo de CO2 da atm para a folha Ca = concentração atmosférica de CO2 Ci = concentração subestomática de CO2 Cc = concentração de CO2 nos sítios de carboxilação da Rbcs gs = condutância estomática gm= condutância mesofilica Como medir esses parâmetros? IRGA – Infra Red Gas Analyzer 27/09/2018 30 Ponto de saturação luminosoPonto de compensação luminoso Curva de fotossíntese em resposta a luz Curva de fotossíntese em resposta a [CO2] [CO2] Ponto de saturação de CO2Ponto de compensação de CO2 27/09/2018 31 Curva de fotossíntese em resposta a concentração externa de CO2 Influência da quantidade de luz e H2O disponível para a planta Curva de fotossíntese em resposta a concentração externa de CO2 Influência da disponibilidade de P para a planta 27/09/201832 Assimilação de CO2 em função da [N] Fotorespiração (FR): Observações relataram que a fotossíntese é inibida pelo oxigênio. Ocorre quando a Rubisco Utiliza o O2 em vez do CO2. O2 e CO2 são reações competidoras (Mesmo sítio ativo) - Rubisco tem atividades carboxilase e oxigenase. Concentração de CO2 é muito menor que a de O2. [CO2]/[O2] = 0,0416. Fixação CO2 80 vezes mais rápido do que fixa O2. 27/09/2018 33 Fotorespiração (FR): - Fotorespiração: - Ação oxigenase da RUBISCO - Estimulada pela luz - Consome O2 e libera CO2 No cloroplasto Rubisco oxigena RuBP formando C3 e C2 C3 3-PGA ciclo de Calvin C2 2 mol 2-PG 2 mol glicolato C2 No peroxissomo 2 Glicolato e 2 O2 2 glioxilato C2 e 2 H2O2 2 mol de glioxilato 2 glicina C2 Na mitocôndria 2 glicina serina C3, CO2, NH3 e NADH2 Fotorrespiração envolve três compartimentos celulares: 27/09/2018 34 Assim ocorre consumo de O2 (no cloroplasto) e liberação de CO2 (na mitocôndria), por isso chama-se fotorrespiração. Possíveis papéis fisiológicos para a Fotorrespiração Diminuição nos níveis de O2, que poderiam estar gerando espécies reativas de oxigênio Consumo de excesso de ATP e NADPH. Fotorrespiração pode contribuir para a dissipação de ATP e poder redutor e evitar danos no aparelho fotossintético. Contribuição ao metabolismo de nitrogênio (interconversão de aminoácidos e liberação de NH3) Recuperação de ¾ dos carbonos dos fosfoglicolatos 27/09/2018 35 Balanço entre FotoRespiração e Ciclo de Calvin (FS): Depende: - Propriedades cinéticas da RUBISCO - Carboxilação/Oxigenação 3:1 (25 ºC) - [CO2] e [O2] ↑[CO2] = [O2]↑Fotossíntese -Temperatura O aumento na temperatura diminui a solubilidade dos gases, sendo que a temperatura afeta mais a Solubilidade do CO2 do que a do O2. Assim: ↑Temperatura [CO2] ↑FR PCL ou PCF (ponto de compensação luminoso ou fótico) PSL ou PSF (ponto de saturação luminoso ou fótico) Fotossíntese líquida = fotossíntese total – (respiração + fotorrespiração) Quanto maior for a fotorrespiração, menor será a fotossíntese líquida. 27/09/2018 36 Mecanismos Alternativos de Fixação de Carbono Fixação de Carbono em Plantas C4 -Mecanismo de concentrar o C02 e diminuir a fotoresp. - Separação espacial da fixação e incorporação de C. ↑ Eficiência Fotossíntese Perda de água em ambientes secos e quentes Ex. milho, cana de açúcar e sorgo. Maioria é monocotiledônea - 1º Composto estável C4 oxaloacetato e não o 3-PGA. Enzima PEP Carboxilase - Possuem diferenças anatômicas: divisão de trabalho entre dois grupos de células: necessários para produzir sacarose ou amido 1- Células do mesofilo 2- Células da bainha do feixe vascular: paredes grossas impermeáveis ao gás, com muitos mais cloroplastos, e organelas e vacúolos menores. 27/09/2018 37 Célula do mesofilo Célula da bainha vascular Plantas C4 Separação espacial das carboxilases PEP- fosfoenol piruvato carboxilase – enzima que exige Mg2+, nas folhas das plantas C4, apresenta 10-15% do total de proteínas das células, capaz de formar o oxalacetato a partir do CO2 e do fosfoenol piuvato, repondo ácidos do ciclo de Krebs. Alta atividade de PEPcase, fixa todo o CO2 que chega nas células do mesofilo, onde não existe Rubisco. Esquema da via C4 com indicação de seus intermediários. Mal- malato; CA- anidrase carbônica; NADP-MDH- Malato desidrogenase dependente de NADP; PPDK- Piruvato fosfato diquinase; NADP-ME- Enzima málica dependente de NADP. 27/09/2018 38 1.CO2 é fixado como HCO3- em PEP - Células do mesófilo (PEP Carboxilase) 2. Forma C4 oxaloacetato (AOA) 3. AOA C4 malato Transportado p/ células da bainha 4. Na bainha, CO2 é liberado Fixado pela Rubisco no ciclo de Calvin C3 5. Produto da descarboxilação C3 mesófilo Forma PEP e recomeça o processo Enzima Piruvato ortofosfato diquinase (PPDK) Algumas vantagens do mecanismos C4: • Fosfoenolpiruvato carboxilase utiliza como substrato o HCO3- que não compete com O2, ou seja, a fotorrespiração é suprimida no mesofilo. • A enzima PEP carboxilase tem elevada afinidade pelo substrato (HCO3-), o que a permite atuar mesmo em muito baixas concentrações do substrato. • A grande afinidade da enzima pelo substrato permite que as plantas C4 fotossintetizem com pequena abertura estomática e, consequentemente, com baixa perda de água. • Uma conseqüência é que as plantas C4 habitam ambientes com altas temperaturas e climas semi-áridos (quentes e secos). • A rubisco é encontrada apenas nas células da bainha vascular. Estas plantas, portanto, gastam menos nitrogênio do que as plantas C3. • Apesar de gastar mais ATP, o CO2 se concentra nas celulas da Bainha diminuindo a chance de Fotorespiração. 27/09/2018 39 Balanço de energia radiante na folha – C3 e C4 Existe alguma desvantagem? • Mecanismo de regeneração do PEP consome dois ATP. Assim, as C4 gastam 5 ATP para cada CO2 fixado; As plantas C3 gastam apenas 3 ATP por CO2 fixado; Apesar deste maior consumo de ATP, o mecanismo C4 é bastante eficiente para as condições de clima tropical, pois praticamente anula a fotorrespiração. Nestas condições as espécies C4 apresentam taxas de fotossíntese líquida bem superiores às de espécies C3. 27/09/2018 40 Metabolismo do Ácido Crassuláceo de Fixação de CAM - Plantas que habitam ambientes muito áridos Ex. cactáceas, bromeliáceas, orquidáceas, euforbiáceas e crassuláceas. Possuem estruturas perda de água Cutículas espessas - Separação temporal da fixação e incorporação de CO2 Estômatos fechados durante o dia. Fixação ocorre a noite. - 1º Composto estável oxaloacetato (AOA) que é convertido a malato e armazenado no vacúolo. Elevada eficiência de uso da água: Planta CAM – perde 50-100g de água por grama de CO2 obtido. Planta C4 – perde 250-300g de água por grama de CO2 obtido. Planta C3 – perde 400-500g de água por grama de CO2 obtido. 27/09/2018 41 1. Á Noite - CO2 é fixado como HCO3- em PEP (Enzima PEP carboxilase). 2. Forma oxaloacetato Convertido em malato - Armazenado nos vacúolos 3. No início do dia Malato é transportado para o citosol Descarboxilado produzindo CO2 e piruvato 4. CO2 é fixado pela Rubisco ciclo de Calvin - Estômatos são: Abertos a noite p/ entrada de CO2 Fechados de dia perda de água OBSERVAÇÕES: Algumas plantas podem alterar o metabolismo fotossintético, passando de CAM para C3 e vice versa. O modo CAM predomina sob condições de aridez. Quando as plantas estão bem supridas com água elas podem passar para C3 (CAM facultativas). Muitas plantas, no entanto, são CAM obrigatórias. 27/09/2018 42 Fisiologia Comparada de Plantas C3, C4 e CAM Parâmetro C3 C4 CAM Fotorrespiração Presente > de 25% da FS bruta Presente Ñ detectável Presente Detectável final da tarde 1º Produto estável 3-fosfoglicerato (3C) Ác. Oxaloacético (4C) Ác. Oxaloacético (4C) P. Compensação CO2 L CO2 L-1 Alto 20 a 100 Baixo 0 a 5 _ Enzima de carboxilação RuBisCO PEP carboxilase PEP carboxilase Relação CO2/ATP/NADPH 1: 3: 2 1: 5: 2 1: 6,5: 2 Temperatura Ótima oC 20 a 25 30 a 45 35 FS Líquida sob Saturação de luz (mol de CO2 m-2 s-1) 10 a 20 20 a 40 0,6 a 2,4 Razão de transpiração gH2O/gMS 450 a 1000 250 a 350 18 a 125 [N] folha/máxima FS (% na matéria seca) 6,5 a 7,5 3,0 a 4,5 _ Saturação na Luz (mol m-2 s-1) 400 a 500 Não saturável _ Fatores que afetam Fotossíntese 1- Água = fator mais importante. 2- Luz - somente parte dela é utilizada (visível) - Anatomia da folha especializada para absorção de luz. Epiderme direciona e focaliza a luz para os cloroplastos. Múltiplas camadas de células. Interceptar e canalizar eficientemente a luz para os cloroplastos - Radiação fotossinteticamente ativa (PAR) – 400 e 700nm 85 a 90% da PAR é absorvida p/ folha 27/09/2018 43 3- Concentração de CO2 - [CO2] balanço (-) entre CO2 fixado e respirado - Planta libera CO2. - Maiores [CO2] Ponto de compensação de CO2, FS líquida =0 Sob condições ambientes e tropicais: ↑ temperaturas O2 =21% e CO2 = 0,036% - Saturação da fotossíntese pelos níveis de CO2 Plantas C4 saturação em [CO2] Plantas C3 são beneficiadas ↑[CO2] 4- Temperatura: afeta as reações enzimáticas - Temperaturas ótimas FS Plantas C4 > C3 - ↑ temperatura ↑FR em C3 FS líquida - Plantas C4 têm taxas de FR Mesmo em ↑↑ temperaturas 27/09/2018 44 UNID. 5 – FOTOSSÍNTESE 1 – Quais são, onde ocorrem e o que produzem as duas fases da fotossíntese? 2 – Quais os pigmentos responsáveis pela absorção de luz na fotossíntese? Quais as funções de cada um deles 3- Descreva em detalhes a estrutura de um cloroplasto. 4- Explique a origem dos cloroplastos, quais evidencias existem? 5 – Em relação a fase clara da fotossíntese, descreva: •O fluxo cíclico e acíclico de elétrons; • A fotólise da água e a síntese de ATP (fotofosforilação); •Indique onde H+, O2, ATP e NADPH são liberados (no estroma ou no lúmen dos tilacóides). JUSTIFIQUE. 6- Descreva o que acontece com a luz que chega no cloroplasto. 7 – Em relação ao ciclo de Calvin dizer: •Qual o composto aceptor de CO2? •Qual o primeiro produto estável? •Quais as três etapas básicas do ciclo? 8 – O que é fotorespiração? Quais os seus efeitos sobre a fotossíntese líquida? 9- Explique onde e como ocorre a formação de amido e sacarose. 10 – Como ocorre a fixação de CO2 nas plantas “C4”? Quais as vantagens? 11– Como ocorre a fixação de CO2 nas plantas com o metabolismo ácido das crassuláceas (CAM)? 12 – Cite as principais características diferenciais entre plantas “C3” , “C4” e CAM. 13 – Defina ponto de compensação de luz e ponto de compensação de CO2. Avalie as plantas “C3” e “C4” , em relação à utilização da luz e do CO2. 14 – Cite as características diferenciais entre plantas adaptadas à sombra e plantas adaptadas ao sol. 15 – Comente sobre o aumento dos níveis de CO2 na atmosfera (“efeito estufa”) e a produtividade das plantas.
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