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Patologia Médica Letícia – ATM 26. APOPTOSE Via de morte celular induzida por um programa de suicídio estritamente regulado, no qual as células destinada a morrer ativam enzimas que degradam seu DNA e proteinas nucleares/citoplasmáticas. É a morte celular programada mediada por enzimas Não induz reação inflamatória; A membrana plasmática da célula apoptótica permanece intacta, mas é alterada de tal maneira que a célula e seus fragmentos tornam-se alvos atraentes para os fagócitos. Antes que um fragmento dos corpos apoptóticos se extravase, os macrófagos digerem as estruturas. Causas fisiológicas de apoptose: Destruição programada durante a embriogênese; Involução de tecidos hormônios-dependentes sob privação do hormônio. Ex.: regressão da mama após o desmame. Perda celular em populações celulares proliferativas. Morte de células que já cumpriram seu papel. Eliminação dos linfócitos autorreativos nocivos; Morte induzida por linfócitos T citotóxicos. Causas patológicas de apoptose: Lesão de DNA; Acumulo de proteinas anormalmente dobradas; Infecções virais; Atrofia por obstrução de ductos. Linfócitos: atuam em infecções virais; Neutrófilos: processo inflamatório e infecções bacterianas. Basófilos: processos alérgicos; Eosinófilos: processos alérgicos e doenças parasitárias. Monócitos: são os fagócitos. Migram para os tecidos, passando a se chamar macrófagos. MECANISMO DE APOPTOSE: Resulta da ativação de enzimas chamadas caspases – responsáveis por quebrar os constituintes celulares para que possam ser comprimidos dentro dos corpos apoptóticos. CASP (quebram em locais proteicos onde há resíduos de cisteína) + ASE (proteína) = caspase. A ativação dessas enzimas depende de um equilíbrio finamente sintonizado entre vias moleculares pró e antiapoptótica. O aumento de proteinas pró-apoptóticas ativa caspase. Duas vias distintas convergem para sua ativação: a) Via mitocondrial – ou intrínseca; b) Via receptor de morte – ou extrínseca. Embora essas vias possam interagir, geralmente são induzidas sob diferentes condições, envolvem diferentes moléculas e exercem papéis diferentes na fisiologia e na doença. Patologia Médica Letícia – ATM 26. Caspase iniciadora ativa a caspase executora, que é a responsável propriamente dita pela realização da quebra de estruturas. Existem 14 caspases conhecidas, 7 são responsáveis pela apoptose e as demais atuam no processo de inflamação. São sintetizadas como zimogênios; Todas as caspases estão no interior da célula, o que muda é a forma de ativação de cada uma. CASPASES INICIADORAS – 8 e 9; são ativadas por dimerização. Pró-caspase → caspase ativa; Torna-se ativa com a dimerização, provocando a ativação das caspases executoras. Quando estão ativas, clivam as caspases executoras tornando-as ativas. CASPASES EXECUTORAS – 3 6 e 7; são ativadas por clivagem. Essa clivagem entre as subunidades grandes e pequenas permite uma alteração conformacional que reúne os dois locais ativos do dímero caspase do executor e cria uma protease madura funcional. São ativadas pela clivagem; Quando estão na forma de zimogênio, estão unidas, e na forma ativada, estão separadas. VIAS EXTRÍNSECAS – ativadas por estímulos externos VIA INTRÍNSECA – desencadeada pela mitocôndria. VIA MITOCONDRIAL Devido à permeabilidade seletiva da membrana da mitocôndria, ela possui compostos em seu interior que não devem ser dispersos no meio celular: proteinas citocromais, que têm a função de ativar caspases iniciadoras. A escolha entre a sobrevivência ou a morte depende da permeabilidade da membrana mitocondrial, que é controlada pela família de proteinas Bcl-2. 1. Quando são privadas de fatores de crescimento e outros sinais de sobrevivência, ou são expostas a agentes que lesam o DNA, um grupo de sensores é ativado. 2. Esses sensores ativam dois membros pró-apoptóticos das famílias Bax e Bak, que se dimerizam e se inserem dentro da membrana mitocondrial, formando canais pelos quais o citocromo c e outras proteinas extravasam para o citosol. Esses sensores também inibem as moléculas anti- apoptóticas Bcl-2 e Bcl-xl, aumentando o extravasamento de proteinas mitocondriais. 3. Em conjunto com alguns cofatores, o citocromo C ativa a caspase 9. 4. Outras proteinas que extravasam das mitocôndrias bloqueiam as atividades dos antagonistas das caspases, que atuam como inibidores da apoptose, resultando na ativação da cascata de caspases e a fragmentação nuclear. O aumento da permeabilidade faz com que sejam liberados mediadores químicos que ativam caspases iniciadoras. → De modo contrário, se as células forem expostas a fatores de crescimento e outros sinais de sobrevivência, elas sintetizarão membros antiapoptóticos da família Bcl-2, em especial o Bcl-2 e Bcl-xl, que antagonizam o Bax e o Bak. Fatores que aumentam a permeabilidade liberando mediadores que ativam caspase e posteriormente evoluem para apoptose: Supressão de fatores de crescimento; Hormônios; Falta de oxigênio; Hipóxia; Radiação; BAX/BID proteinas pró-apoptóticos produzidas pela célula em sofrimento ou por lesão irreversível; BCL/XL/BCL2 são antiapoptóticas, ancoradas na membrana e controlam a permeabilidade. Essa via é chamada intrínseca porque os mediadores são liberados pela mitocôndria. Patologia Médica Letícia – ATM 26. PROTEÍNA P53: é próapoptótica, pois só age na manutenção da integridade do genoma e na sobrevivência das células. Quando o genoma é agredido por agentes diversos, a célula aumenta a síntese de p53, a qual induz a parada do ciclo celular na fase G1. Se o defeito do DNA é reparado, a célula permanece viável, se não é corrigido, a p53 induz apoptose por meio de: Ativação de genes cujos produtos são pró-apoptóticos. Ex.: BAX. Inibição da expressão de proteinas antiapoptóticas. Ex.: BCL-2; Inibição de IAP A p53, portanto, cumpre papel essencial na manutenção da integridade celular, mediante indução de mecanismos de reparo ou, quando necessário, de morte celular. VIA RECEPTOR DE MORTE (EXTRÍNSECA): Desencadeada por sinais extracelulares, que se ligam aos receptores de morte; A maioria dessas moléculas são receptores membros da família do fator de necrose tumoral (TNF) que contêm em suas regiões citoplasmáticas um “domínio de morte” conservado, assim chamado porque medeia a interação com outras proteínas envolvidas na morte celular. Os receptores de morte prototípicos são do tipo TNF I e Fas. O ligante de Fas (Fas-L) é uma proteína de membrana expressa, principalmente, em linfócitos T ativados. Quando essas células T reconhecem os alvos que expressam Fas, as moléculas Fas são ligadas em reação cruzada pelo Fas-L e proteínas de ligação adaptadoras via domínio de morte. Estas, por sua vez, recrutam e ativam a caspase 8. Em muitos tipos celulares, a caspase 8 pode clivar e ativar um membro pró - apoptótico da família Bcl-2, chamado de Bid, portanto dentro da via mitocondrial. Quando ativados pelos agonistas, tais receptores sofrem dimerização ou trimerização e alterações conformacionais nos domínio intracitoplasmático, o que expõe domínios de morte que recrutam proteinas → ativam caspase 8 ou 10. → A ativação combinada de ambas as vias lança um golpe letal para a célula. A via receptor de morte está envolvida na eliminação de linfócitos autorreativos e na eliminação de células-alvo por alguns linfócitos T citotóxicos FasL existe em linfócitos T que reconhecem autoantígenos e em linfócitos T citotóxicos que matam células tumorais ou infectadas por vírus. A caspase 8 ativa e induz a apoptose por duas vias:1) Ativa diretamente as caspases efetoras, responsáveis pelo aumento da atividade das proteases que completam o processo, independentemente da participação de mitocôndrias. 2) Cliva a BID acionando o mecanismo mitocondrial de indução de apoptose. Citocromo C, SMAC, AIF, QMI, endonucleases G – ativam caspases iniciadoras. A fagocitose das células apoptóticas é tão eficiente que as células mortas desaparecem sem deixar traços e a inflamação ausente. FS ou fosfatidilserina sinaliza que a célula deve ser comida. As células apoptóticas atraem os fagócitos produzindo sinais de “coma- -me”. Em células saudáveis, a fosfatidilserina está presente no folheto interno da membrana plasmática, mas nas células apoptóticas esse fosfolipídio move-se para fora e é expresso no folheto externo da membrana, onde é reconhecido pelos macrófagos, levando à fagocitose das células apoptóticas. As células que estão morrendo por apoptose secretam fatores solúveis que recrutam os fagócitos. Isso facilita a remoção imediata das células mortas, antes que sofram uma segunda lesão de membrana e liberem seus conteúdos celulares (que pode resultar em inflamação). EXEMPLOS DE APOPTOSE: Patologia Médica Letícia – ATM 26.
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