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Coleta, fixação e coloração do esfregaço cervicovaginal →George Nicholas Papanicolaou *Fase pré-analítica →Corresponde a etapa de anamnese →Coleta →Montagem da lamina →Fixação →Coloração Fase essencial → erros geram problemas na leitura e intepretação • Falso negativos o 60% DEVIDO A COLETA o 25% ESCRUTÍNIO → PERDA DO MATERIAL o 15% INTERPRETAÇÃO Citologia convencional COLETA→ LAMINA → FIXAÇÃO → CORA→ INTEPRETAÇÃO Fixador → solução alcoólica ➔ A coleta permite com uso do espéculo visualizar o coleto uterino e posterior raspagem da mucosa com espátula de AYRES e escova endocervical • Escova endocervical: Vai no orifício do útero para coleta de células colunares o Passo a escova na lâmina no sentido vertical • Após uso a espátula de Ayres: coleta externa → endocérvice e JEC → esfregaço no sentido horizontal CITOLOGIA LÍQUIDA ➔ Coleta o Após isso coleta → escova vai para um recipiente com álcool → laboratório Como a coleta deve ser executada? Inicia-se na letra B, com a escova no canal endocervical e rotaciono 360 graus. → coleta de células colunares Após isso vai para letra A, em que ocorre o uso da espátula de Ayre → ectocevice e JEC → rotação C → raspagem do fundo de saco com a extremidade arredodnda da espátula de Ayre D→ raspagem terço superior da parede lateral da vagina com a extremidade arredodnda da espátula de Ayre Cérvix → local onde geralmente ocorre lesões pelo HPV Coleta da ENDOCERVICE ➔ DEVE OCUPAR 1/3 DA LAMINA Movimento sempre vertical na lamina → girando Coleta da ECTOCÉRVICE →Usa-se a ponta mais longa da espátula de Ayre no orifício externo →Raspagem deve ser executada em movimento rotativo de 360 graus →Movimento horizontal pelo restante dos 2/3 da lamina Na forma convencional ➔ Após a coleta e deposição do material na lamina a fixação ( uso álcool) deve ocorrer ➔ O ideal é uma lâmina para a espátula e outra para a escova Como critério de qualidade ➔ Usa-se a presença da JEC na lamina Exemplos de coletas inadequadas LAMINA B→ células em uma única posição → errado Lamina A→ Correta → vertical e horizontal A→ correta B→ poucas células C→ COLORAÇÃO INADEQUADA COM SOBREPOSIÇÃO DE CELULAS D→ MÁ fixação de lamina → lamina muito corada Fixação do material • Função: Preservar o estado morfológico das células • Alcool etanol ou metanol ou álcool e éter Formas de fixação ➔ Spray ou pote com álcool Laminas devem ser acondicionadas Citologia em meio liquido →Mais usada →Maior sensibilidade e tem mais vantagens que citologia convencional ➔ Coleta similar a citologia convencional o Porém a amostra não é coletada e colocada diretamente na lamina de vidro ▪ Usa-se uma solução conservante para colocar a espátula e escova • No método convencional ocorre descarte a espátula e escova o Parte das células não são analisadas → essas células podem conter alterações → resultado falso negativo Em meio liquido → após coleta e envio ao laboratório ocorre preparo da amostra →Usa-se um funil e papel filtro → amostra é pipetada e colocada na cito-centrifuga →Na centrifuga o liquido desce → o papel filtro absorve liquido ➔ Apenas as células se depositam na lamina Coloração de Papanicolau ➔ Hematoxilina (coloração do núcleo); ➔ Orange G6: afinidade por componentes básicos do citoplasma; ➔ EA-36 e EA-65: são soluções corantes tricrômicas (três colorações). Passos de coloração da lamina →Após lamina fixada com álcool →Alcool etílico com diferentes concentrações → permite desidratação gradual celular Fase pré-analítica ➔ ARQUIVAMENTO DO PEDIDO E LAMINA → POR 20 ANOS INTERFERENCIAS RECOMENDAÇÃO DE LEITURA DA LAMINA QUALIDADE DA AMOSTRA Fatores que interferem/modificam o aparelho reprodutor feminino (anatomia,tecido,células) - Hormônios podem levar ao hipotrófismo do aparelho r. feminno - Idade - Doenças/infecções - Gravidez *Mulher que nunca deve filhos nulípara Fisiologia feminina antes da gravidez e hormônios femininos Funções reprodutoras femininas Ciclo mensal: possuiu fases em torno de 28 dias Função: preparo para gravidez (descamamento do endométrio, crescimento do endométrio, liberação de óvulo, fertilização e implantação do óvulo) -Sem fertilização ocorre o descamemento do endométrio. • HORMÔNIOS ( EIXO HIPOTALAMO →HIPÓFISE→OVÁRIOS) HIPOTÁLAMO →GnRH→HIPÓFISE→FSH E LH→OVÁRIOS→ESTRÓGENO E PROGESTERONA Hormônio de liberação hipotalâmica: hormônio liberador de gonadotropina (GnRH); Hormônios hipofisários anteriores: hormônio folículo-estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH); LH→IMPORTATE PARA A OVULAÇÃO Hormônio ovarianos: estrogênio e progesterona. Funções dos hormônios ovarianos Estradiol: proliferação e crescimento de células específicas envolvidas com características secundárias sexuais femininas; -Pelos genitálias, axilas, aumento das mamas, alargamento dos quadris -Importante para maturação da ectocerfíce (colo do útero) Progesterona: preparação do útero para a gravidez e as mamas para a lactação. -Importante na gravidez Fisiologia Hormonal Feminina Ciclo menstrual feminino: 28 dias Liberação de um óvulo; Preparação do endométrio(produz leite nutritivo importante para o desenvolvimento do feto), cresce na parede do útero (recebe óvulo fertilizado) Sem fertilização: descamação do endométrio Ausência de FSH e LH: ovários inativos (infância) Mulheres nascem com todos os ovócitos formados, mas a liberação dos óvulos depende da ação de hormônios FSH e LH Entre 9-12 anos: aumento progressivo de FSH e LH; Entre 9-15 anos: início dos ciclos menstruais. Primeiro ciclo menstrual: menarca. Menstruação= descamação do endométrio (baixos níveis hormonais de estrogênio e progesterona, e baixo nível de FSH e LH) Crescimento do endométrio = aumento dos níveis de estradiol Ovulação= liberação do óvulo → O que gera a ovulação é o aumento dos nível de LH (PICO) e FSH Para gerar o pico de LH eu preciso de aumento constante de estradiol Se ocorre fertilização→ progesterona aumenta e se mantém constante Quem mantém a secreção dos níveis de progesterona nos primeiros dias da gravidez é o corpo lúteo Sem fertilização → queda dos níveis hormonais ( FSH e LH) aumento dos níveis de progesterona (níveis mais altos) e estradiol (menor que progesterona) gera a descamação do endométrio; Quando ocorre a diminuição dos níveis de estradiol e principalmente progesterona → menstruação Ovulação: 15 dia após o primeiro dia de menstruação Período fértil: 17-20 dias iniciais do ciclo. Ciclo endometrial mensal e menstruação Proliferação do endométrio uterino; Desenvolvimento de mudanças secretórias do endométrio; Descamação do endométrio (menstruação) Fase proliferativa= aumento dos níveis de estradiol Fase secretória → Secreta leite nutritivo, se óvulo estiver implantado ele nutre inicialmente o óvulo = aumento dos níveis de estradiol e progesterona (principal), FSH e LH (Altos na ovulação) Fase mestrual= queda dos níveis hormonais, principalmente progesterona Inicialmente, primeiros dias de menstruação → baixo nível hormonal Após aumento do estradiol → crescimento do endométrio Liberação do fóliculos de crescimento → libera óvulo (pico de LH) Aumento dos níveis de progesterona→ mantém endométrio Se tem fertilização →corpo lúteo secreta progesterona ( cerca de 10 dias) Sem fertilização → involução do corpo lúteo → queda dos níveis de progesterona -Menstruação = descamamento do endométrio Regulação do ciclo menstrual O controle e a secreção de hormôniosé controlado via feedback (positivo estimula ou negativo-inibe) Assim, os níveis dos hormônios secretados definem sua estimulação GnRH-ADENOHIPÓFISE—SECRETA FSH E LH—OVÁRIOS—SECREÇÃO DE ESTROGENO E PROGESTERONA O controle pode ser sobre a secreção de FSH E LH PARA INIBIR MECANISMO INIBE A SECREÇÃO DE HORMONIOS NO HIPOTALAMO (GnRH) *Como anticoncepcionais agem ? Uso de estradiol ou progesterona →inibe a ovulação Normalmente: estradiol e progesterona são baixos no ínicio do ciclo, gera feedback, hipotálamo secreta GnRH→ aumenta níveis de FSH E LH para aumentar níveis de estradiol e progesterona * O pico pré-ovulatório de LH necessário para que ocorra a ovulação necessita de uma depressão nos níveis de estrogênio e progesterona, o que não acontece quando é administrado a pílula diariamente. *Se tenho pico de LH →tenho ovulação Se eu uso o anticoncepcionais tenho alto nível hormonal, e gere feedback negativo para hipotálamo → sem LH → sem ovulação A administração de estrogênio ou progesterona em concentrações ideais na primeira metade do ciclo menstrual evita a ovulação. O padrão celular modifica ao longo do ciclo? Sim as células se alteram ao longo do ciclo, devido a receptores celulares para estrogênio ou progesterona – como os níveis hormonais se alteram – as células também mudam CITOLOGIA HORMONAL • Investigação das condições endócrinas da mulher o Hormônios femininos – Estrogênio e progesterona • Fundamenta-se no fato de o epitélio estratificado escamoso não queratinizado (ECTOCÉRVICE) ser provido de receptores hormonais que controlam a maturação e a diferenciação celulares: o Estrógeno induz maturação epitelial completa e leva á predominância de células escamosas superficiais; ▪ PRIMEIRA FASE: PICO DE ESTRADIOL →TEMOS CÉLULAS SUPERF. o A progesterona inibe o processo de maturação. ▪ SECUNDA FASE: PICO DE PROGESTERONA→TEMOS CÉLULAS INTERMEDIARIAS. APLICAÇÕES DA CITOLOGIA HORMONAL • Estabelecer condição hormonal da paciente; • Avaliar função ovárica; • Estimar tempo de ovulação; • Avaliar função placentária; • Auxiliar na seleção e monitoramento da terapia hormonal. Reposição de hormônios em mulheres na menopausa o Auxilia a diminuir causas comuns(diminuiu perda de Ca+2, menor risco de osteoporose...) Regras a serem observadas para avaliação citológica hormonal • Escarificação da parede lateral da vagina ( tem mais receptores hormonais- maior sensibilidade a hormônios ) • Impossível realização na presença de processos inflamatórios, tratamentos hormonais, câncer, irradiações, cirurgias, cauterizações, etc. • Informações completas da paciente: • Idade • Dia do ciclo • Situações fisiológicas ou patológicas • Tratamento hormonal Fisiologia hormonal Alterações hormonais EP.EST.P.NQ Superficiais ( eusinofilica – rosa) Intermediaria (basofilica- roxa)→ estradiol estimula Parabasais (basofilica- roxa) → mais imatura →capacidade proliferativa → estradiol estimula Basais (basofilica- roxa) → mais imatura →capacidade proliferativa→ estradiol estimula Estradiol →induz maturação → + estradiol no epitélio – maior maturação Progesterona→ inibe maturação e proliferação *Não há predomino de células profundas (em qualquer fase do ciclo)- parabasais e basal (em condições fisiológicas) *Normalmente tenho predomínio de superficiais . E intermediaria ou equilíbrio de ambas. Sexto dia do ciclo: qual célula predomina? →Níveis baixos de estradiol e progesterona →Predomínio de células intermediarias, antes tinha predomino de progesterona-- Não da tempo de maturar → os níveis de estradiol começam a ser secretado, mas o nível não é suficiente para maturar a célula ainda *Se coleto no 10 dia, tenho predomino de células superfície -- Devido ao alto nível hormonal de estradiol, tempo suficiente para a maturação das células →Estradiol estimula a muitos dias a célula *Se coleto no dia 12: não há predomínio celular – equilíbrio entre intermediaria e superficiais *Se coleto no 28: predomínio de células intermediárias (progesterona inibe a maturação das células), epitélio a dias está sempre sub ação da progesterona) -Células superficiais são facilmente removível (perda) Mulher na menopausa – epitélio fino Predomínio de basal e parabasal Mulher que ainda está na fase fértil -epitélio espesso Predomínio de superfícial e intermediaria (depende da secreção hormonal) • Estrógeno: maturação e proliferação do epitélio vaginal: o Maior resistência a traumas e infecções: epitélio é espesso o Proliferação da mucosa da endocérvice e endométrio; o Aumento de volume de água no muco cervical (alterações ao longo do muco) o Proliferação e crescimento de células específicas do corpo responsáveis pelo desenvolvimento da maioria das características sexuais da mulher (pelos pubianos, crescimento das mamas) • Progesterona: prepara o útero para a gravidez e as mamas para lactação: o Promove mudanças secretórias no endométrio uterino durante a última metade do ciclo sexual feminino ( gera leite nutritivo para possível feto) o Proliferação do epitélio vaginal; o Aumento da viscosidade do muco cervical; o Aumento do lóbulos e alvéolos das mamas, proliferação, aumento celular e função secretora.(auxilio na lactação) o Inibe a maturação →permite o predomínio de células intermediarias Ciclo endometrial • Menstrual :1°-5° dia -→descamação • Estrogênica e proliferativa: 6°-14° dia: aumento de estradiol e aumento do endométrio(proliferação) o proliferação das células endometrias e reestabelecimento do epitélio descamado • Progestacional ou secretora: 15°-28° dia: progesterona permite a secreção do endométrio do leite nutritivo o Maiores quantidades de progesterona e menores de estrógeno são liberadas pelo corpo lúteo; o Endométrio secretor que contenha nutrientes, dando condições à implantação do óvulo. ➔ Atrofico: predomínio de células basais → sem estrogênio → sem maturação do epitélio Variações possíveis do epitélio A) Normal ➔ Variação do epitélio ao longo dos dias o Mulher tem secreção hormonal normal e ovulação normal, maturação epitelial o Nos primeiros dias (até 7 dia): predomínio de células intermediariarias o Pelos próximos dias ocorre o aumento do número de células superficiais ( estimulação para maturação devido a secreção de estrogênio)→ pico na ovulação o Após o 14 → diminuiu número de células superficiais e aumento dos número de células intermediarias → devido a secreção de progesterona → inibe a maturação B) Epitélio normotrófico: em que observa-se equilíbrio de células intermediarias e superficiais, ou quando há um leve predomínio das células intermediarias →Este epitélio apresenta equilíbrio entre os tipos celulares C) Epitélio atrofico PREDOMINIO DE CÉLULAS BASAIS com a presença de células INTERMEDIARIAS D) HIPERTRÓFICO = PREDOMINIO DE CÉLULAS SUPERFICIAIS E COM PRESENÇA DE INTERMEDIARIAS Padrões citológicos ao longo do ciclo menstrual mensal. 1-5: FASE MESTRUAL 6-11: AUMENTO DE ESTROGENO →AUMENTO DE SUPERFICIAIS 14-15: OVULAÇÃO → PICO DE SUPERIFICIAS 16-28 → SECREÇÃO DE PROGESTERONA → AUMENTO DE INTERMEDIARIAS Padrões citológicos nas diferentes fases da vida da mulher Infância: trófico inicialmente ( MATURANDO → OCORRE POR CAUSA DA SECREÇÃO DE HORMONIOS DA MÃE ) , e posteriormente atrófico ( NÃO HÁ MAIS HORMNIOS MATERNOS → EPITÉLIO PARA DE MATURAR → ATÉ A PUBERDADE); Puberdade: atrófico mudança para hipotrófico; Menacme → Período quem em ocorre a menstruação → período fértil o Fase menstrual: intermediárias, hemácias, leucócitos, endocervicais e endometriais. (1°-5° dia) o Fase estrogênica inicial (proliferativa): intermediárias (predomínio) e superficiais. (6°-12°dia) o Fase estrogênica avançada (proliferativa): predomínio de superficiais (12-13° dia) o Fase ovulatória: pico de LH: células superficiais e endocervicais com muco ( mais aquoso). (14°-15° dia). o Fase progestacional (secretora → ocorre secreção do leite nutritivo): predomínio de células intermediárias ( células ricas em glicogênio → glicogênio é usado por bactérias para produz acido lático → diminuiu pH), com infiltrado de leucócitos e lactobacilos ( microbiota normal)(. (16°-28° dia). Padrões citológicos nas diferentes fases da vida da mulher o Gestação (acentuada estimulação hormonal do tipo progestacional): células intermediárias naviculares, endocervicais e deciduais. --]> altos níveis de progesteronas → células intermediarias ricas em glicogênio –> células naviculares o Pós parto: células basais e intermediárias (dependente da lactação). o Menopausa: epitélio com ausência de maturação: atrófico ( + suscetível a infecções) →Célula intermediaria mais oval com glicogênio (amarelo intracelular) – deixa pH vaginal baixo O que pode interferir com a secreção hormonal? • Estresse, exercício físico, alterações tireoidianas, uso de drogas ou medicamentos, anorexia, traumatismos, tumores, entre outros, podem afetar o funcionamento do eixo hipotálamo-hipófise → ovário. Ectocérvice Esse epitélio escamoso da cérvice e vagina é dividido em quatro camadas: 1. Camada basal: composta de uma ou duas camadas de células arredondadas e se localizam sobre a lâmina basal, onde é possível observar mitoses. Essa região é responsável pela reposição celular do epitélio. 2. Camada parabasal: constituída de 3 a 4 camadas de células escamosas redondas, com maior tamanho que a célula basal e núcleo menor e com raras mitoses. 3. Camada intermediária: composta de células em estágios de maturação no sentido da superfície com tendência ao formato poligonal, núcleos redondos, cromatina granular e citoplasma basofílico, mas pode corar-se em amarelo (presença de glicogênio). 4. Camada superficial: consiste em seis a oito camadas de células escamosas superficiais grandes poligonais, eosinofílicas com núcleo picnótico e grânulos querato-hialinos. Ectocérvice O colo uterino (ectocérvice) é composto de epitélio escamoso estratificado não queratinizado, encontra-se o epitélio glandular originado na vindo da endocérvice (canal endocervical), esse encontro dos epitélios é denominado de junção escamocolunar (JEC). A JEC pode variar conforme idade, em adoslecentes, adultos jovens,ect. Células escamosas superficiais São as maiores células normais encontradas em esfregaços cervicais. Estão localizadas na camada mais superficial do epitélio vaginal e representa o último estágio de maturação São encontradas predominantemente na pré-ovulação e ovulação, quando há altos níveis de estradiol e tumores ovarianos funcionantes. Na porção mais externa da camada epitelial escamosa, encontram-se células anucleadas (células fantasmas) com formato de célula escamosa superficial, porém, com ausência nuclear. Normalmente são raras e se mostram bem preservadas. Células Escamosas Intermediárias Constituem uma multicamada epitelial escamosa mais espessa., normalmente presente em esfregaços cervicovaginais principalmente em resposta ao estímulo adrenocortical e da progesterona (fase pós-ovulatória, gravidez ou na menopausa). Pode estar presente em uma cor mais amarelada indicando a presença de glicogênio. Célula escamosas da Camada Profunda: Basais e Parabasais Tipo celular raro em esfregaços de mulheres sadias, exceto nos casos de atrofia ou condições anormais. As células basais são responsáveis pela renovação contínua das células epiteliais. São as mais profundas células da camada epitelial estratificada com efetiva atividade mitótica Enquanto que as células parabasais são maiores que as células basais e com baixa atividade mitótica. É comum sua presença na falta de maturação do epitélio em mulheres pós menopausada, em mulheres com deficiências de estrógeno, na lactação, na pré-puberdade e pós-tratamento com radiação Células Glandulares Endocervicais Exceto na menstruação são as células glandulares vistas nos esfregaços cervicovaginais,. Formam o epitélio cilíndrico endocervical (endocérvice) e se classificam em células ciliadas e secretórias ou produtoras de muco (mucíparas) A consistência e quantidade do muco secretado variam conforme a fase hormonal, espesso durante a maioria do ciclo menstrual e mais fino na ovulação, permitindo melhor acesso aos espermatozoides. Durante a gravidez a secreção aumenta, bem como em algumas inflamações e irritações. Na atrofia o muco diminui consideravelmente, tornando-se espesso e escasso. Células Glandulares Endometriais e Estromais Incomuns em esfregaços cervicovaginais normais, exceto no período menstrual ou logo após (primeiros 12 dias do ciclo menstrual). Quando presente em mulheres menopausadas ou acima de 45 anos de idade, deve ser informado por causa do risco patológico. São condições favoráveis ao seu aparecimento: o uso do DIU, terapia hormonal, período menstrual, gravidez, pós-parto, sangramentos disfuncionais, endometrite crônica, endometriose, endocervicite crônica e aguda, recente procedimento endometrial, pólipo endometrial, leiomioma submucoso, hiperplasia endometrial, carcinoma endometrial. • Êxodo: O termo representa endométrio menstrual presente em esfregaços citológicos por agrupamentos celulares de células glandulares na periferia e estromais ao centro. Pode ser observado entre do 6 ao 10 dia do ciclo menstrual, porém, após o 12 dia as células endometriais presentes podem indicar sinais patológicos Células Endometriais do Segmento Uterino Inferior A presença de grandes agrupamentos tubulares, compostos de células endometriais de núcleos hipercromáticos e com limites bem definidos, pode ser encontrada em amostras co- letadas diretamente do segmento uterino inferior. Esses agrupamentos apresentam sobreposição celular e podem aparecer também em tamanhos variados, acompanhados de material estromal (células alongadas, sobreposição e nuclear). As célu-las são colunares, com núcleos de forma arredondada a oval, cromatina regular moderadamente espessa. Os nucléolos não estão destacados, e figuras de mitoses são comuns, bem como as células ciliadas e capilares. Células de Reserva São responsáveis pela manutenção do epitélio e estão localizadas na região compreendida entre a membrana basal e células glandulares. São difíceis de presenciá-las em esfregaços cervicovaginais. Por serem multipotentes, possuem capacidade de transformar-se em células colunares ou escamosas e, quando estimuladas, podem multiplicar-se, ocasionando a hiperplasia das células de reserva. Células em Metaplasia Escamosa As células em metaplasia se originam das células de reserva, quando a modificação celular é completa, denomina-se metaplasia escamosa “matura”, enquanto na modificação incompleta “imatura”. São características citológicas: • Forma: células metaplásicas imaturas apresentam projeções citoplasmáticas, denominadas pontes intercelulares, por isso são denominadas de células “aracniformes”. • Citoplasma: denso com eventuais vacúolos. o Núcleo redondo com cromatina fina, homogênea e de pequeno nucléolo. A área média varia de 50 a 60 μm2 . *Presença de cromocentros. Apesar de a metaplasia ser um fenômeno fisiológico, ela pode aparecer destacadamente nos processos inflamatórios, alterações reativas e hormonais Células Deciduais As células raras, verificadas em casos de abortos e em mulheres grávidas. São eosinofílicas, poligonais, pouco maiores que as células basais. Núcleos ativos, com grânulos grosseiros de cromatina ou, algumas vezes, vesiculares, centrais e únicos. Células Trofoblásticas É possível encontrá-lasnos esfregaços cervicovaginais quando no aborto incompleto, indicando descolamento de placenta ou placenta prévia. São células multinucleadas com núcleos muito ativos, vacuolados, espessa membrana nuclear e citoplasma escasso. Geralmente aparecem acompanhadas de muco denso e muitos leucócitos e eritrócitos bem conservados ou hemolisados. Lâmina Basal e Membrana Basal A lâmina basal localiza-se abaixo do epitélio escamoso, formada por colágeno tipo IV, glicoproteína laminina e proteoglicanos, porém invisível na microscopia óptica. Abaixo da lâmina, verificam-se fibras reticulares, proteínas e glicoproteínas visíveis à microscopia óptica. Esse conjunto forma a membrana basal que separa o epitélio escamoso do estroma subjacente. O polo basal compreende a porção em contato com a lâmina basal e polo apical a porção que está na direção Microbiologia cérvico-vaginal Citologia cérvico-vaginal permite avaliar: • Intensidade das reações inflamatórias → presença de polifornucleadas →Microrganismo ou lesão • Acompanhar evolução • Determinar o agente causal ( sua visualização em esfregaços ou alterações celulares decorrentes da sua presença) → consigo ver microrganismos as vezes ou solicito isolamento INFLAMAÇÃO É UM PROCESSO REATIVO ➔ Determinação específica: são utilizadas técnicas de isolamento e identificação microbiológica. → novo coleta para microbiologia ➔ Utilização da citologia para a detecção preliminar de microorganismos da microbiota vaginal e de algumas infecções cervico-vaginais associadas ou não a patógenos de transmissão sexual ➔ Sintomas e sinais → muco, cheiros de corrimentos, cosseira, dor após relação sexual Noções de microbiologia cérvico-vaginal • O conteúdo cérvico-vaginal é composto por: • Células epiteliais escamosas (s,i,para,basal) • Células endocervicais colunares • Células endometrias (período menstrual) • Detritos celulares → restos celulares • Muco cervical • Leucócitos → pouco é comum • Água • Ácido lático • Microbiota bacteriana variada → COLO DO UTERO → útero é mais estéril • Mantém pH baixo → evita o crescimento de microrganismos o Candida cresce em baixo pH Polifornucleadas ENDOCERVICE ENDOCERVICE → EM COMEIA Microbiota vaginal • A microbiota vaginal varia fisiologicamente ao longo da vida da mulher. No menacme, é principalmente influenciada pelos efeitos do estrogênio, predominância dos lactobacilos e pH baixo. Também pode ser transitoriamente influenciada pela menstruação, uso de antimicrobianos e atividade sexual. →A microbiota é predominantemente aeróbica, e o equilíbrio vaginal é mantido à custa dos lactobacilos ou Bacilos de Döderlein, que representam 95% dos micro- organismos vaginais, sendo produtores de ácido lático, peróxido de hidrogênio e outras substâncias protetoras contra os patógenos, limitando o crescimento de microrganismos potencialmente nocivos ao equilíbrio do ecossistema e mantendo o pH em níveis normais Detecção citológica da microbiota vaginal • Lactobacilos: principais componentes da microbiota cérvico-vaginal: Bacilos de Döderlein • São bacilos gram positivos, aeróbios ou anaeróbios que causam citólise das células intermediárias( lisam célula intermediaria para acessar o glicogênio e gerar ácido láctico) ricas em glicogênio. →Metabolismo anaeróbico Produção de ácido láctico → diminuiu o pH Microbiota Lactobacilar Microorganismos Fatores que influenciam a microbiota vaginal • Gestação: a intensa descamação de células escamosas proporciona ambiente favorável ao desenvolvimento de microorganismos, principalmente, lactobacilos. pH vaginal se torna ácido, favorecendo crescimento de fungos (candidíase vulvovaginal); • Efeito da progesterona durante a gravidez o Não permite a maturação celular ▪ Perda do fator de proteção epitelial • Parto: ocorre alcalinização do pH vaginal e diminuição da população lactobacilar; • Alteração do pH → sangue alcaliza canal • Menstruação: a descamação endometrial diminui a acidez vaginal mas sem contribuir para mudanças na microbiota. Entretanto, o fluxo menstrual retira o tampão mucoso que protege contra infecções. • Alteração do pH → sangue alcaliza canal • Abafamento do local • Células endocerficais → secretam muco → muco é uma barreia contra microrganismos o Perda do muco na menstruação • Uso de contraceptivos e desequilíbrios hormonais. • Menor número de células maduradas --. Menor barreira protetora Fatores que influenciam a microbiota vaginal Diabetes descompensado → favorece crescimento de microrganismos DIU → pode favorecer entrada de microrganismos → que podem gerar esterilidade da mulher • DIU hormonal o Libera progesterona ▪ Inibe maturação → menor camada de proteção Importante fazer isolamento microbiológico Secreção vaginal fisiológica ➔ Menor quantidade ➔ Sem odor ➔ Sem cor Corrimento vaginal ➔ Maior quantidade ➔ Cor ➔ Odor ➔ Aquoso/ pouco viscoso Detecção citológica de agentes de DST e outros agentes infecciosos Sistema Bethesda: desenvolvimento de um sistema de descrição dos esfregaços de Papanicolaou que representaria a interpretação citológico de um modo claro e relevante para o clínico. →Padronização de laudos / achados citológicos • O sistema Bethesda identifica cinco categorias de organismos em citologia cervical: • Trichomonas vaginalis • Organismos fúngicos compatíveis com Candida spp → apenas no esfregaço não consigo definir a espécie • Mudança na flora sugestiva de vaginose bacteriana; • Bactérias morfologicamente compatíveis com Actinomyces spp; • Alterações celulares compatíveis com herpes-vírus simples.--> possível não identificar o vírus → mais vejo alterações celulares típicas que o vírus causa Vaginose Bacteriana • Desequilíbrio do ecossistema vaginal, caracterizado por substituição da microbiota lactobacilar normal por concentrações relativamente grandes de outras bactérias, principalmente anaeróbias (Gardnerella vaginalis, Mycoplasma hominis). • Alteração da microbiota → se não tem lactobacilos • Aumenta susceptibilidade a outras infecções: Neisseria gonorrhoeae, Trichomonas vaginalis, Chlamydia trachomatis, Candida spp. • É considerada uma infecção de possível transmissão sexual; • Não existe processo inflamatório associado →Vaginite: Inflamação →Vaginose: alteração da microbiota local • Esfregaço: • ausência ou escassez de lactobacilos, em decorrência da elevação do pH vaginal; • Cariopicnose: exacerbação da maturação celular • Os cocobacilos acumulam-se na superfície celular e em suas bordas, obscurecendo a membrana celular e deixando os limites celulares imprecisos • Clue cells (Gardnerella vaginalis) • Coma cells (Mobiluncus spp)
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