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TEMA: HISTÓRIA DAS PRINCIPAIS CORRENTES RE- LIGIOSAS V – TAOÍSMO 1-Quem seria o fundador do taoísmo, onde e quan- do? 2-Quais são os principais textos sagrados do taoís- mo 3-Explique o que seria o Tao, segundo o colocado nos textos auxiliares. 4-Para um seguidor do taoísmo, qual o maior obje- tivo? 5-Qual é o significado do Yin-Yang dentro da tradi- ção taoísta? 6-Explique a importância da contenção dos desejos e da aceitação da realidade para o taoísta. 7-Como entender o princípio wei-wu-wei ? 8-Escolha um dos excertos retirados do Tao- teChing e escreva uma reflexão/um texto sobre? TEMA: HISTÓRIA DAS PRINCIPAIS CORRENTES RE- LIGIOSAS VI – BUDISMO 1-Há quanto tempo e onde se originou o Budismo e quem foi seu fundador? 2-Qual o significado das Quatro Nobres Verdades e por que é importante conhecê-las? 3-Qual o objetivo de seguir-se o Caminho Óctuplo? 4-O que é o Samsara e o que o budismo prescreve para livrar-se do Samsara? 5-Explique a idéia de Nirvana no budismo. 6-Caracterize e explique o que são as Três Jóias . 7-Faça um quadro comparativos entre os três tipos de budismo apresentados no texto. 8-Explique a relação entre a ética budista e o cami- nho Óctuplo. Sugestão de vídeos: Taoísmo | Retratos de Fé – TVCultura https://www.youtube.com/watch?v=4KoQ3Slg2e4 [Acesso em 3 setembro de 2020.] Budismo | Retratos de Fé – TVCultura https://www.youtube.com/watch?v=bHzB7aOEjKM [Acesso em 3 setembro de 2020.] TEXTOS AUXILIARES TAOÍSMO INTRODUÇÃO O Taoismo, Taurismo ou daoísmo é um pensamen- to filosófico e religioso que prega a vida em harmonia com Tao (caminho ou via). Tem origem em crenças pan-teístas antigas e xamânicas chinesas. O pensa- mento foi criado a partir dos ensinamentos de Lao- Tse e tem o livro Tao-Te-Ching como alicerce filo- sófico. A Tradição chinesa aponta que Lao-Tse teria vivido no século VI A.C., mas os historiadores o colo- cam como tendo vivido em IV A.C., sendo controverso o conhecimento que se tem acerca de sua vida ou mesmo de sua existência, havendo uma grande quan- tidade de histórias mais ou menos míticas a seu res- peito. Seu texto principal é o Tao-te-ching (o livro da ra- zão e da virtude) é um dos livros mais curtos de todas as religiões com apenas 5000 palavras. As escrituras Chuang-tsu também são uma referência importante. Estima-se que o taoísmo seja praticado por aproxima- damente 50 milhões de seguidores, principalmente na China e em outros países asiáticos. Devido à grande mística inerente à tradição taoís- ta, há um grande número de seitas derivadas de suas várias interpretações. O Tao ou "caminho" nunca foi descrito em palavras, desta forma, é deixado para aquele que "busca" encontrá-lo por si mesmo. Lao-tse escreveu "O Tao que pode ser descrito não é o Tao Eterno." O taoísmo se concentra no nível espiritual do ser. O Tao-te-ching compara o homem "realizado" ao bambu; reto, simples e útil por fora e oco por dentro. O espírito do Tao é baseado no vazio, mas não há pa- lavras para descrever sua espontaneidade e novidade eterna. Os fiéis dessa crença são treinados para procurar o Tao em todos os lugares e em todos os seres. Os templos taoístas são o lar de seres divinos que guiam a religião e abençoam e protegem seus adoradores. Um conceito único para o taoísmo é wu-wei, inação. Isso não significa falta de ação, mas sim um excesso espontâneo de ação derivado das necessidades que surgem, nem por se deixar levar pela ação calculada e não agir de forma que o mínimo necessário para ob- ter resultados efetivos seja ultrapassado. Se permanecermos quietos e silenciosos, e ouvir- mos o chamado interior do Tao, agiremos sem esfor- ço, com eficiência, raramente refletindo sobre assun- tos e coisas. Seremos nós mesmos como somos. OBJETIVOS DO TAOÍSMO O objetivo principal do Taoísmo pode ser descrito como a intuição mística do Tao, que é o caminho, o significado original, a unidade sem divisões, a realida- de última. Tao é o caminho de todos os seres, é o princípio sem nome do Céu, da Terra, e é a mãe de todas as coisas. Aquele que descobre o Tao descobre as camadas mais profundas da consciência de tal maneira que atinge a consciência pura e pode, portanto, apreciar a verdade interior de todas as coisas. Somente aquele que está livre de desejos pode abraçar o Tao, levando assim uma existência de "atividade inativa". Não há Deus pessoal no taoísmo e, portanto, não há união com ele. CAMINHO DA "ILUMINAÇÃO" Aquele que segue o Tao segue a ordem natural das coisas, não buscando o aperfeiçoamento da natu- reza ou formulando a virtude para terceiros. O taoísta observa wu-wei ou inação da mesma forma que a água procura e encontra seu nível apropriado sem es- forço. Esse caminho inclui a purificação de si mesmo através do controle de apetites e emoções, que é par- cialmente alcançado através da meditação, controle da respiração e outras formas de autodisciplina, geral- mente sob a supervisão de um Mestre. O QUE É O TAO A definição do conceito de Tao é complicada para quem não está familiarizado com a doutrina, mas pode ser resumida como o princípio criativo do univer- so, no qual todas as coisas estão unidas e conectadas. De acordo com os taoístas, o Tao não é uma coisa nem uma substância, no sentido convencional. Tam- bém não pode ser equiparado a Deus. Embora não possa ser percebido, ao mesmo tempo pode ser ob- servado pelas coisas existentes no mundo. Os taoís- tas acreditam em vários deuses, os quais vieram da mitologia chinesa e cada um ocupa um papel a ser desempenhado no mundo. FUNDAMENTOS DO TAOÍSMO O taoísmo estabelece a existência de três forças: uma passiva, uma ativa e uma terceira, conciliatória. Os dois primeiros simultaneamente se opõem e se complementam, ou seja, são absolutamente interde- pendentes e funcionam como uma unidade. São os yin (força passiva/sutil, feminina, úmida...) e yang (força ativa/concreta, macho, seca...). A terceira força é o Tao, ou força superior que os contém. O Yin Yang é mais conhecido entre os ocidentais e significa o princípio das forças naturais e comple- mentares, isto é, que dependem uma da outra e não https://www.youtube.com/watch?v=4KoQ3Slg2e4 https://www.youtube.com/watch?v=bHzB7aOEjKM existem por si só. Podem representar os conceitos de masculino e feminino, luz e escuridão, ação e inação, mas não podem ser consideradas como forças rivais, e sim complementares, pois juntas criam harmonia. Esta concepção pode ser exemplificada a partir do significado das palavras: literalmente, yang significa "a inclinação luminosa (ensolarada) da montanha", e yin "a inclinação escura (sombria) da montanha"; en- tenda-se a idéia da montanha como um símbolo de unidade. Assim, embora representem duas forças aparentemente opostas, elas fazem parte de uma úni- ca natureza. A igualdade entre as duas primeiras forças implica igualdade de suas manifestações consideradas no abstrato. Portanto, o taoísta não considera a vida su- perior à morte, não concede supremacia à construção sobre destruição, prazer sobre o sofrimento, nem ao positivo sobre o negativo, nem à afirmação sobre ne- gação. Coisas cotidianas e insignificantes têm um signifi- cado muito mais profundo do que nós damos. PONTOS SOBRE O TAOISMO O Eterno pode ser entendido como o Tao ou "o ca- minho" que inclui a ordem moral e física do universo, o caminho da virtude que o céu segue por si mesmo, e na máxima de que o Tao que pode ser descrever não é o Eterno Tao. A crença na autoridade final do Tao-te ching e na santidade das escrituras Chuang-tsu. A crença de que o homem se alinha com o Eterno quando pratica humildade, simplicidade, o simples ce- der, serenidade e ação sem esforço. A crença de que tanto a meta quanto o caminho da vida são essencialmente os mesmos, e que o Tao só pode ser conhecido por seres escolhidos que o prati- cam por si próprios, não há ajuda do "além". A crença na onisciência e impessoalidade do Su- premo como implacável, além da preocupaçãocom o ser humano, mas que existem divindades menores - desde os deuses elevados que duram por Eras, até os espíritos e demônios da natureza. A crença de que toda ação cria uma força oposta e que, portanto, os sábios buscarão ação por meio da inação. A crença de que o homem é uma das manifesta- ções das "dez mil coisas" e que sua existência é finita e passará; apenas o Tao perdura para sempre. A crença na unidade da criação, na espiritualidade dos domínios materiais e na fraternidade de todos os homens. A perspectiva correta será encontrada pela ativida- de mental da pessoa, até chegar a uma fonte mais profunda que guie sua interação pessoal com o uni- verso. O desejo obstrui a capacidade de entender o caminho, mas moderar o desejo gera contentamento e sabedoria. Para o taoísmo, quando um desejo é sa- tisfeito, outro, ainda maior, brota em seu lugar. Ideal- mente, não se deve desejar nada, "nem mesmo não desejar". Nessa filosofia, a aceitação da realidade é um princípio da sabedoria espiritual, o que lembra as idéias do Estoicismo. O TAO-TE-CHING O Tao-Te-Ching é um tratado místico, com oitenta e um capítulos, que cobre muitas áreas da filosofia, desde a espiritualidade individual até técnicas de bom governo. Lao-Tse enfatiza o Tao (também conhecido como Tao, geralmente traduzido como "o caminho") e ex- pande seu significado para abranger a ordem imanen- te e sem nome do universo. Destaca-se o conceito de wei-wu-wei (‘ação por meio da inação’), o que não significa permanecer imóvel sem fazer nada, mas sim evitar intenções e vontades explícitas que dificultam a fluidez harmônica da natureza. Os fins podem ser al- cançados respeitando as maneiras pelas quais as coi- sas crescem e diminuem naturalmente; assim, as ações realizadas de acordo com o Tao são mais fáceis e mais produtivas do que aquelas que pretendem contradizê-lo. Lao-Tse acreditava que a violência deve ser evita- da e que a vitória militar é motivo de luto pela neces- sidade de usar a força contra outros seres vivos. Ele também argumentou que o excesso de leis e normas dificultam a gestão da sociedade, pois oprimem as li- berdades dos povos. Como muitos outros pensadores chineses antigos, suas explicações freqüentemente usam paradoxos, analogias, apropriação de citações antigas, repetição, simetria, rima e ritmo. Os escritos atribuídos a ele são poéticos, densos e muitas vezes enigmáticos, e ser- vem de ponto de partida para a meditação sobre o Cosmos ou sobre si mesmo. Muitas das teorias estéti- cas da arte chinesa são baseadas em suas idéias e nas de seu mais famoso seguidor, Chuang-Tse. EXCERTOS DO TAO-TE-CHING Cap. 3: (...) Não valorizando os tesouros, mantém-se o povo alheio à disputa; não enobrecendo a matéria de difícil aquisição, mantém-se o povo alheio à cobi- ça; não admirando o que é desejável, mantém-se o coração alheio à desordem. (...) Cap. 8: (...) A bondade sublime é como a água. A água, na sua bondade, beneficia os dez mil seres sem preferência, ela permanece nos lugares desprezados pelos outros, por isso assemelha-se ao Caminho. Viva com bondade na terra. Pense com bondade, como um lago. Conviva com bondade, como irmãos; fale com a bondade de quem tem palavra. Governe com a bon- dade de quem tem ordem. Realize com a bondade de quem é capaz. Aja com bondade todo o tempo. Não dispute, assim não haverá rivalidade. (...) Cap. 14: (...) Quem mantém o Caminho Ancestral poderá governar a existência presente, quem conhe- ce o Princípio Ancestral encontrará a ordem do Cami- nho. (...) Cap. 27: (...) O Homem Sagrado é constante e bon- doso, salva os homens e não abandona os homens; é constante e bondoso, salva coisas e não abandona coisas: isso se chama herdar a luz. O homem bom é mestre daquele que não é bom, o homem que não é bom é o recurso daquele que é bom; quem não valori- za seu mestre e quem não ama seu recurso, mesmo inteligente, permanece enormemente desorientado. (...) Cap.41: (...) O homem superior, ao ouvir sobre o Ca- minho, esforça-se para poder realizá-lo. O homem mediano ao ouvir sobre o Caminho, às vezes, o res- guarda, às vezes o perde. O homem inferior ao ouvir sobre o Caminho Trata-o às gargalhadas. Se não fosse tratado às gargalhadas, Não seria suficiente para ser o Caminho. Por isso, as seguintes palavras sugerem: A iluminação do caminho é como se fosse a obscuri- dade ; o avanço do caminho é como se fosse o retro- cesso (...) Cap. 49. (...) Com os bons faço o bem / Com os que não são bons faço o bem também / Adquirindo o bem / Com os sinceros sou sincero / Com os que não são sinceros sou sincero também / Adquirindo a since- ridade. (...) Fontes de pesquisa: https://www.bosquetaoista.com.ar Acesso em 08 de Setembro de 2020. https://namu.com.br/portal/o-que-e/taoismo/ Acesso em 08 de Se- tembro de 2020. https://www.chinalinktrading.com/blog/taoismo-principio-tras-yin- yang/ Acesso em 08 de Setembro de 2020. http://sociedadetaoista.com.br/blog/ Acesso em 08 de Setembro de 2020. https://www.sacred-texts.com/tao/index.htm Acesso em 08 de Se- tembro de 2020. https://pt.wikisource.org/wiki/ Tao _Te_Ching Acesso em 08 de Setembro de 2020. https://pt.wikisource.org/wiki/Tao_Te_Ching https://www.bosquetaoista.com.ar/ https://www.sacred-texts.com/tao/index.htm http://sociedadetaoista.com.br/blog/ https://www.chinalinktrading.com/blog/taoismo-principio-tras-yin-yang/ https://www.chinalinktrading.com/blog/taoismo-principio-tras-yin-yang/ https://namu.com.br/portal/o-que-e/taoismo/ BUDISMO INTRODUÇÃO O budismo é uma filosofia ou religião que surgiu ori- ginalmente na Índia por volta do século VI a.C. e abrange diversas tradições, crenças e práticas basea- das nos ensinamentos de Siddhartha Gautama, intitu- lado de Buddha. A tradição budista começou há mais de 2500 anos e até hoje é considerada uma das religi- ões mais importantes derivadas dos ensinamentos de Buda. O budismo é praticado por mais de um bilhão de pessoas no mundo (budistas), e tem sido um gran- de impulsionador na disseminação da escrita, da lin- guagem e da adoção de valores humanistas e univer- salistas. É, portanto, a grande filosofia da Ásia, porque sua prática conseguiu expandir-se para todos os seus países. O budismo desenvolveu-se a partir dos ensinamen- tos divulgados por seu fundador, Siddhartha Gauta- ma, por volta do século V, no nordeste da Índia. Co- meçou a rápida expansão para se tornar a religião predominante na Índia no século III. Nesse século, o imperador indiano Asoka torna-a religião oficial de seu enorme império, enviando embaixadas de monges budistas para todo o mundo conhecido na época. Foi só no século VII que começaria seu declínio em sua terra natal, embora até então tivesse se expandido para muitos territórios. No século XII, ela havia desa- parecido quase completamente na Índia, mas tinha se espalhado com sucesso pela maior parte do continen- te asiático. Desde o século passado, também se expandiu pelo resto do mundo, disseminando-se em suas várias for- mas e ritos. Sem uma divindade suprema, mas ao mesmo tempo mostrando seu caráter salvífico e uni- versalista, também tem sido descrito como um fenô- meno transcultural, filosofia ou método de transfor- mação. O budismo é, em número de seguidores, uma das grandes religiões do planeta. Contém uma grande va- riedade de escolas, doutrinas e práticas que historica- mente e sob critérios geográficos são classificadas no budismo como do Sul, Leste e Norte. Apesar de uma enorme variedade de práticas e ma- nifestações, as escolas budistas compartilham vários princípios filosóficos entre si. Todos os elementos dos ensinamentos filosóficos fundamentais são caracteri- zados por estarem intimamente inter-relacionados e contidos em outros, por isso, chegar ao seu entendi- mento requer uma visão integral de todo o seu con- junto. Além disso, é freqüentemente enfatizado que todos os ensinamentos são orientados a guiar ou apontar o ''Dharma'', ou seja, a lei universalou a or- dem cósmica, que o praticante deve realizar. QUATRO VERDADES NOBRES E O CAMINHO ÓCTUPLO Após o despertar de Gautama Buda, o primeiro discurso (Sutra) que ele fez foi para seus antigos com- panheiros de meditação, no que é conhecido como "O Lançamento da Roda do Dharma" (Dhamma- cakkappavattana). Neste primeiro discurso, Gautama Buda estabelece a base para a compreensão da reali- dade do sofrimento e sua cessação. Essas bases são conhecidas como "As Quatro No- bres Verdades", que confirmam a existência do que no Budismo é chamado dukkha; uma angústia de ca- ráter existencial: a vida como a conhecemos é final- mente levada ao sofrimento e/ou mal-estar (dukkha), de uma forma ou outra; o sofrimento é causado pelo desejo (trishna). Isso é, muitas vezes, expressado como um engano agarrado a um certo sentimento de existência, a individualidade, ou para coisas ou fenô- menos que consideramos causadores da felicidade e infelicidade. O desejo também tem seu aspecto nega- tivo; o sofrimento acaba quando termina o desejo. Isso é conseguido através da eliminação da ilusão (maya). Assim, alcançamos o estado de libertação do iluminado (bodhi); esse estado é conquistado através dos caminhos ensinados pelo Buda. Em resumo: Viver é sofrer (sofrimento); o sofrimen- to é fruto do apego aos desejos (causa); o sofrimento acaba quando se entende que ele não é provisório (cessação); o sofrimento é totalmente extinto quando se adota atitudes corretas (caminho para extinção). A orientação básica do budismo expressa que ansia- mos e nos apegamos a coisas e situações imperma- nentes, o que nos coloca no estado de Samsara, o ci- clo de repetidos renascimentos e mortes. Queremos alcançar a felicidade por meio de situações e bens materiais que não são permanentes e, portanto, não alcançamos a verdadeira felicidade. O apego e o de- sejo produzem carma, que nos ligam ao samsara, a roda de morte e renascimento contínuo. Com a extin- ção do desejo e do apego, pondo-se fim às paixões, põe-se fim ao sofrimento e, portanto, sai-se da prisão à roda dos renascimentos pela extinção do karma. Para tanto, o Buda prescreve o Caminho Óctuplo, cujas instruções encontramos no Samyutta Nikaya LVI.11 (um dos tomos do Tipitakas, as Escrituras Sa- gradas do Budismo): "Agora, bhikkhus (monges), esta é a nobre verdade do caminho que conduz à cessação do sofrimento: é este Nobre Caminho Óctuplo: enten- dimento correto, pensamento correto, linguagem cor- reta, ação correta, modo de vida correto, esforço cor- reto, atenção plena correta, concentração correta." O SAMSARA: A RODA DOS RENASCIMENTOS Também chamada de Roda da Vida do Budismo, Samsara representa um ciclo interminável de nasci- mento, morte e renascimento, que são baseados no conceito de ação e reação ou lei do karma. Os desejos e ilusões mantém os seres aprisionados na roda da vida, os impedindo de encontrar o cami- nho da iluminação. Este termo em sânscrito significa “vagando”, “fluin- do”, “passando”, indica a passagem pela vida e como cada ato pode afetar a próxima vivência e o caminho para o nirvana ou iluminação. Devido a isso, a samsara apresenta relação com um nó infinito, o qual põe ênfase no fato de que o in- divíduo colhe o que planta, os desejos e ilusões levam a ações que mantém os seres humanos na eterna roda da vida. O objetivo, no budismo, é seguir os ensinamentos de Buda, tomar consciência dos próprios atos e de quem você é, assumindo uma postura benéfica na vida atual, para que a existência posterior não seja tão ruim e para que um dia o samsara seja quebrado. O samsara é representado por uma roda com três círculos concêntricos (imagine um alvo) come- çando de dentro para fora, o centro da roda é com- posto por três animais: o galo, que simboliza igno- rância, a cobra que representa o ódio e o porco que é a ambição. O outro círculo maior apresenta uma divisão entre um fundo branco e preto, os quais representam a ascensão ou a queda dos se- res, de acordo com as suas ações na vida. O anel médio demonstra os seis reinos ou seis caminhos. Os três superiores que são compostos pelos deu- ses, semideuses e humanos. Já os três inferiores apresentam os animais, fantasmas e demônios. anel exterior, que é o maior, simboliza os doze elos da cadeia da dependência, os quais se apresentam como um ciclo interminável de uma vida não ilumi- nada. A quebra do samsara, resulta na quebra des- ses elos. (CHEVALIER, 1969) A libertação deste ciclo de existência, o nirvana, tem sido a base histórica e a justificativa mais impor- tante para o budismo. O renascimento não é visto como desejável, nem significa determinismo ou destino. O caminho budista serve para que a pessoa possa se libertar dessa ca- deia de causas e efeitos. Enquanto não houver inter- rupção deste ciclo, nossa vida será samsárica, isto é, dukkha. Embora o indivíduo deva experimentar as cir- cunstâncias em que deve viver, ao mesmo tempo, é o único responsável pelas decisões sobre como en- frenta-las. O NIRVANA Gautama Buda afirmou que a cessação definitiva do círculo de nascimento, morte e renascimento é possí- vel praticando sues ensinamentos. O objetivo da prática budista é, portanto, despertar do samsāra para experimentar a cessação das emoções negativas (kleshas), do sofrimento (dukkha) e da verdadeira natureza da existência. O estado de Nirvana foi descrito em textos budistas, em parte de maneira semelhante a outras religiões in- dianas, como o estado de liberação completa, ilumi- nação, bem-aventurança suprema, felicidade, liberda- de destemida, permanência, algo insondável e indes- critível. Nirvana é descrito, principalmente, como o que não é: não nascido, não criado, não composto. No entanto, não deve ser confundido com a aniquilação ou isolamento do indivíduo ou com niilismo. Enquanto o budismo considera o Nirvana como o objetivo espiritual supremo, na prática tradicional, o foco principal da grande maioria dos budistas leigos tem sido buscar e acumular o bem por meio de boas ações, doações a monges e vários rituais. Isso ajuda a obter um renascimento melhor. AS TRÊS JÓIAS A expressão “Três Jóias” designa o Buda, o Dhar- ma e a Sangha. O Dharma é o conjunto dos ensina- mentos do Buda; Sangha é a comunidade budista. “Refugiar-se” significa aceitar publicamente o Buda como mestre, o Dharma como seus ensinamentos e a Sangha como sua comunidade religiosa. Ao refugiar-se nas Três Jóias, o indivíduo torna-se discípulo do Buda e assume o compromisso de não - seguir os ensinamentos de religiões obscuras. A ceri- mônia do refúgio é extremamente importante, porque marca o início do compromisso com o Buda, o Dhar- ma e a Sangha. Mesmo respeitando o budismo e fre- qüentando templos budistas, o indivíduo que não se refugiar nas Três Jóias pode se considerar apenas um simpatizante do budismo, mas não um budista. Refugiar-se nas Três Jóias significa afastar-se publi- camente dos valores e costumes do mundo material e buscar refúgio no Buda, no Dharma e na Sangha. Como ocorre em toda Tradição religiosa, a adesão à religião não se faz pelo pinçar elementos que agra- dam, mas de segui-la pura e integralmente. Uma reli- gião é uma caminho com fins transcendentais cujos objetivos a alcançar necessitam de uma prática ade- quada aos seus princípios. TIPOS DE BUDISMO O budismo theravada. Praticada por 38% dos budis- tas, é a mais ortodoxa das tradições antigas e de acordo com sua filosofia, a salvação só é possível para aqueles que fazem o esforço certo para alcançá- la. Isso deixa os leigos fora da iluminação. O budismo therevada é praticado no Sri Lanka, Birmânia, Tailân- dia, Camboja e Laos. Sua doutrina respeita as tradi- ções do século III a.C. A Tipitaka é sua principal fonte de doutrina. Eles rejeitam os bodhisattavas, já que seu objetivo é se tornar seres perfeitos. O budismo mahayana. Mais liberal do que Thera- vada, eles acreditamque todos podem alcançar a sal- vação. Mahayana significa "grande veículo" e como uma linha religiosa, data do século I d.C. Faz parte do budismo praticado na China, Tibete, Mongólia, Nepal, Coréia e Japão. Sua prática rejeita várias formas de devoção popular e considera que o objetivo da vida não é se tornar perfeito, mas ajudar os outros a alcan- çar a iluminação. Assim, igualam compaixão e sabe- doria como forma de alcançar a iluminação. As esco- las budistas Mahayana incluem Zen e Terra Pura. Al- guns vêem essa forma como uma degeneração do Bu- dismo. Budismo tântrico. O budismo tântrico surgiu den- tro da tradição budista mahayana. Tantras são textos que foram secretamente transmitidos, desde o século VI/VII e que tratam sobre ritual, meditação e discipli- na. Estes surgiram originalmente na Índia. Tantras in- centivam a evocação dos deuses, buscam poderes mágicos, canções sagradas, uso de Mudras (gestos corporais) e Meditação. O budismo tântrico enfatiza o presente mais do que o nirvana em um objetivo futuro. Ele foi levado para o Tibete por Padmasambhava, onde se tornou muito im- portante. Budismo Zen. Uma das direções do budismo. Sur- giu na China no século VI; sua base está na represen- tação de uma essência única de Buda e de todos os seres, na representação do caminho natural, tao, que é superior a todos os métodos teóricos. Ao contrário de outras escolas, o Budismo Zen proclama "lucidez instantânea". O irracionalismo e o intuicionismo do budismo zen despertaram grande interesse entre filó- sofos europeus e americanos ocidentais. ESCRITURAS BUDISTAS Buda não deixou nada escrito. De acordo com a tra- dição budista, ainda no próprio ano em que o Buda fa- leceu, teria sido realizado um concílio na cidade de Raja-ghra, onde discípulos do Buda recitaram os ensi- namentos perante uma assembléia de monges que os transmitiram de forma oral aos seus discípulos. Por volta do século I, os ensinamentos do Buda co- meçaram a ser escritos. Um dos primeiros lugares onde se escreveram esses ensinamentos foi no Sri Lanka, onde se constituiu o denominado Cânone Páli. O Cânone Pali é considerado pela tradição The- ravada como contendo os textos que se aproximam mais dos ensinamentos do Buda. Não existem, contudo, no budismo um livro sagrado como a Bíblia ou o Alcorão, que seja igual para todos os crentes; para além do Cânone Pali, existem outros cânones budistas, como o chinês e o tibetano. O cânone budista divide-se em três grupos de tex- tos, denominado "Triplo Cesto de Flores" (tipitaka em pali e tripitaka em sânscrito): Sutra Pitaka: agrupa os discursos do Buda tais como teriam sido recitados por Ananda no primeiro concílio. Divide-se por sua vez em vários subgrupos; Vinaya Pitaka: reúne o conjunto de regras que os monges budistas devem seguir e cuja transgressão é alvo de uma penitência. Contém textos que mostram como surgiu determinada regra monástica e fórmulas rituais usadas, por exemplo, na ordenação. Estas re- gras teriam sido relatadas no primeiro concílio por Upali; Abhidharma Pitaka: trata do aspecto filosófico e psicológico contido nos ensinamentos do Buda, inclu- indo listas de termos técnicos. ÉTICA BUDISTA A ética budista, chamada Sila (em Sânscrito ou Pali), é baseada nos princípios de ahimsa (não causar da- nos) e o Caminho do Meio (moderação; não reprima ou se apegue a nada). De acordo com os ensinamen- tos budistas, os princípios éticos são determinados pelo fato de qualquer ação ter uma conseqüência pre- judicial ou negativa para si ou para terceiros. Sila con- siste na fala correta, na ação correta e nos meios de vida corretos. SINTETIZANDO A base dos ensinamentos do Budismo é o sofrimen- to e a sua conseqüente extinção. Siddharta Gautama teve a compreensão de que o sofrimento é decorrente do desejo em todas as suas formas. Para Siddharta, o desejo deve ser purificado de forma a eliminar o sofrimento. Siddharta codificou o mecanismo do sofrimento nas Quatro Verdades No- bres, e como purificar o desejo no Nobre Caminho Óc- tuplo. As Quatro Verdades Nobres são quatro afirma- ções que descrevem a natureza do sofrimento: A Na- tureza do Sofrimento (Dukkha) , a Origem do Sofri- mento (Samudaya), a Cessação do Sofrimento (Ni- rodha), o Caminho(Marga)para a cessação do Sofri- mento O Nobre Caminho Óctuplo se compõe de: Visão ou Entendimento correto , Intenção ou Pensamento correta , Palavra ou Linguagem correta, Atividade ou Ação Correta, Modo de vida correto, Esforço correto, Atenção correta e Concentração correta. Nirvana ou Nibbana é o nome dado ao estado de li- bertação budista do sofrimento. Buda não deixou nada escrito, tendo realizado seu ministério de forma oral. O cânone budista é baseado nas doutrinas conforme codificadas pelos discípulos de Buda e divide-se em três grupos de textos, deno- minado "Triplo Cesto de Flores" (tipitaka em pali e tri- pitaka em sânscrito). A ética budista e fundamentada na não-violência. Fontes. CHEVALIER, Jean. Diccionario de los Symbolos. Trad. arturo Rodriguez. Barcelona: Herder Editorial, 1969. pág. 909. https://www.infoescola.com/religiao/budismo/ Aces- so em 07 de Setembro de 2020. https://www.eusemfronteiras.com.br/voce-sabe-o- que-e-o-budismo-e-como-ele-funciona/ Acesso em 07 de Setembro de 2020. https://acessoaoinsight.net/index.htm Acesso em 07 de Setembro de 2020. https://acessoaoinsight.net/sutta_pitaka.php Acesso em 07 de Setembro de 2020. https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/religiao/ budismo Acesso em 07 de Setembro de 2020. https://www.sacred-texts.com/bud/index.htm Acesso em 07 de Setembro de 2020. https://www.templobudista.org/diversos/ Acesso em 07 de Setembro de 2020. http://www.cebb.org.br Acesso em 07 de Setembro de 2020. https://www.infoescola.com/religiao/budismo/ http://www.cebb.org.br/ https://www.templobudista.org/diversos/ https://www.sacred-texts.com/bud/index.htm https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/religiao/budismo https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/religiao/budismo https://acessoaoinsight.net/sutta_pitaka.php https://acessoaoinsight.net/index.htm https://www.eusemfronteiras.com.br/voce-sabe-o-que-e-o-budismo-e-como-ele-funciona/ https://www.eusemfronteiras.com.br/voce-sabe-o-que-e-o-budismo-e-como-ele-funciona/
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