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Extração de Ácidos Nucleicos em Amostras Vegetais: Célula eucariótica vegetal: Basicamente temos ácidos nucleicos no núcleo, compondo os cromossos Nos cromossomos, os ácidos nucleicos estão estruturados em forma de DNA envoltos por uma série de proteínas (que devem ser separadas durante o processo de extração do DNA) Dogma Central da Biologia Molecular: O DNA e o RNA são os dois tipos de ácidos nucleicos encontrados nos seres vivos Apesar de ambos serem constituídos por subunidades de nucleotídeos ligados por ligações fosfodiéster, eles apresentam algumas diferenças básicas: ► O DNA apresenta desoxirribose como açúcar, já o RNA apresenta uma ribose ► As bases nitrogenadas presentes no DNA são citosina, guanina, adenina e timina. No RNA, são encontradas a citosina, guanina, adenina e uracila ► O DNA apresenta duas fitas, mas o RNA possui fita simples Apesar de haver essas diferenças, normalmente a extração é feita simultaneamente Técnicas de Biologia Molecular DNA/RNA: 1. Coleta do Material Biológico Coleta: cuidados especiais (seleção do material biológico) Lavagem/esterilização superficial Armazenamento: –20°C (DNA) a –80°C (RNA e tem que ser colocada rapidamente no nitrogênio) ► Fazer alíquotas ► Oxidação e degradação 2. Isolamento DNA/RNA Depende da amostra Importante saber qual DNA será isolado, porque as plantas possuem três conjuntos distintos de DNA: nuclear, mitocondrial e plastidial Para fazer esse isolamento das organelas, normalmente se usa o fracionamento celular O fracionamento celular consiste na separação, por centrifugação, das estruturas sub-celulares, após rompimento das células Fracionamento por centrifugação diferencial: ► É o método mais amplamente utilizado para separar organitos celulares ► Baseia-se nas diferenças de velocidade com que as partículas sedimentam no fundo de um tubo de centrifugação ► Sujeitas a uma determinada força de centrifugação, as estruturas relativamente grandes, densas e pesadas, sedimentam mais rapidamente ► Assim, usando-se forças e durações de centrifugação crescentes, e retirando de cada vez, o sedimento que se concentra no fundo do tubo, ou “pellet”, será possível obter suspensões de núcleos, depois de mitocôndrias, lisossomas e peroxissomas, depois separam-se os pequenos microssomas, depois ainda, os ribossomas livres. ► A fração sobrante, despojada quase totalmente de estruturas, é o citosol Fracionamento por centrifugação em gradiente de densidades: ► Consiste em sujeitar uma suspensão de partículas com diferentes densidades, a uma força centrífuga constante, mas num meio de densidade gradualmente variável, de uma extremidade à outra do tubo. Empregam-se diversas substâncias para criar, num tubo de centrifugação, um gradiente de densidades; a mais comum é a sacarose ► Nestas condições, partículas com densidades diferentes, deslocar-se-ão no campo de forças e situar-se-ão em níveis de densidade da solução que igualem a sua própria densidade. Deste modo, é possível separar organitos como as mitocôndrias, os lisossomas e os peroxissomas. ► As frações isoladas podem, posteriormente, ser submetidas a uma gama diversificada de análises bioquímicas, para se identificar a composição química, a atividade enzimática, bem como as capacidades metabólicas. Mas podem também ser igualmente encaminhadas para observação em microscopia eletrônica Objetivo do Isolamento: isolar quantidades adequadas, com qualidade adequada Etapas: ► Obtenção da amostra ► Lise ► Inativação de nucleases ► Separação ► Precipitação ► Opcional: purificação, concentração Material necessário: ► Centrífuga com rotor ► É aconselhável que a centrífuga tenha controle de refrigeração ► Capelas de exaustão ► Banho-maria com controle de temperatura ► Vidraria para preparo das amostras ► Microtubos de polipropileno ► Micropipetas automáticas (com ponteiras) ► Gelo e nitrogênio líquido, quando necessário Cuidados antes e durante o processo: ► Autoclavar as soluções (121°C, 15-20 min) ou a água de preparo ► Tratar soluções com 0,1% DEPC: inativa nucleases por modificação covalente em resíduos de His em proteínas (ou autoclavar a 121°C por 45 min) ► Usar pipetas específicas ou ponteiras com filtros ► Utilizar luvas ► Esterilizar vidrarias (240°C, 4h) 1ª ETAPA ISOLAMENTO CELULAR: LISE Lise Mecânica: ► Congelamento seguido de moagem ► Homogeneizador ► Sonicador Lise Química: ► Lise com detergentes (ex: SDS -dodecil sulfato de sódio; CTAB - brometo de cetiltrimetilamônio) ► Solução fortemente alcalina (ex: hidróxido de sódio) Lise Enzimática: ► Protease Cuidados: temperatura, ação das nucleases 2ª ETAPA: INATIVAÇÃO DE NUCLEASES Estratégias: ► Uso de tampões de extração com pH por volta de 8,0, enquanto o pH ótimo para ação de DNAses endógenas fica por volta de 7,0 ► Adição de EDTA (ácido etileno diamono tetracético) no tampão de extração A etapa de lise e inativação de nucleases pode ser combinada com o uso de soluções contendo detergentes para solubilizar a membrana celular e sais caotrópicos (tiocianato de guanidina, iodeto de sódio) fortes para inativar as enzimas por diminuir o efeito hidrofóbico ► Ao final desta etapa, os debris celulares podem ser removidos por filtração ou precipitação Cuidado: remover totalmente os debris celulares Cuidados especiais: tecidos vegetais são ricos em polifenóis ► Proteção contra compostos fenólicos: Adição de agentes antioxidantes, como PVP (polivinilpirrolidona), BSA (albumina de soro bovino) ou β-mercaptoetanol, ao tampão de extração Cuidados especiais: Adição de agentes redutores para desnaturação de proteínas celulares, inativação de RNAses, antioxidantes de polifenóis e taninos ► Ex: β-mercaptoetanol (BME) ou ditil-treitol (DTT) Cuidados especiais: Viscosidade ► Polissacarídeos inibem a ação de enzimas de restrição e tornam a amostra de DNA excessivamente viscosa, interferindo na migração do DNA em corridas eletroforéticas ► O detergente CTAB é utilizado com essa finalidade, já que polissacarídeos e ácidos nucléicos possuem solubilidade diferenciada na presença desse detergente Forma um complexo insolúvel com o ácido nucleico, que é posteriormente descomplexado com 1M de NaCl ► É possível ainda precipitar juntamente com proteínas utilizando SDS + acetato de potássio ► Polissacarídeos também podem ser removidos pelo emprego de gradiente de cloreto de césio (CsCl) Cuidados especiais: tecidos ricos em proteínas: ► Extrações com fenol e/ou clorofórmio, que desnaturam as proteínas tornando-as insolúveis à fase aquosa, onde se encontram os ácidos nucleicos ► Alta concentração de sal (‘salting out’), como acetato de potássio, ou mudanças no pH podem precipitar proteínas ► Separação de proteínas com solventes orgânicos (cuidado com a pipetagem!): 3ª ETAPA: PRECIPITAÇÃO DOS ÁCIDOS NUCLEICOS Uso de etanol e sal Cuidado: evaporação total do etanol O método (explicado) utilizando solventes orgânicos é amplamente utilizado Limitações: ► Uso de solventes orgânicos perigosos ► Laborioso ► Fenol residual ou clorofórmio podem estar presente no DNA extraído, que pode inibir seu uso em aplicações como a PCR Alternativa: reagentes pré-prontos (Trizol, Concert). Exemplo é o Trizol: Outra alternativa um pouco mais cara é o uso de Métodos cromatográficos: O tampão favorece a ligação do ácido nucleico à resina de sílica por apresentar baixo pH e alta força iônica (alta concentração de sais) Fácil, prático, reduz necessidade de cuidados – nem sempre eficiente! Gel filtração: uso de matriz porosa que permite difusão de pequenas partículasna matriz enquanto que moléculas maiores são excluídas Cromatografia de troca iônica: interações eletrostáticas dos ácidos nucleicos com grupamentos ligados à matriz da coluna. A eluição é realizada com tampões Cromatografia de afinidade: ligante imobilizado se liga aos ácidos nucleicos. Eluição com molécula competidora Protocolo com cloreto de césio-brometo de etídeo Purificação do RNA por afinidade: ► Ex: poli(A)+ mRNA se liga a partículas magnéticas cobertas com estreptavidina utilizando oligo(dt) ligado a biotina. Separação do complexo com ímã. ► Cuidados: separação completa das partículas magnéticas 4ª ETAPA: DIGESTÃO COM DNAse/RNAse ► Cuidado: testar eficiência da enzima! Quantificação e Qualidade do DNA ou RNA extraídos: Espectrofotometria (amostra lida em 260 nm) ► Mede o quanto uma substância química absorve a luz, medindo a intensidade quando um feixe de luz passa através da solução da amostra ► Leitura conjunta do RNA e DNA ► Cuidados: pipetagem! ► Concentração de DNA = leitura da DO260 x 50 x fator de diluição usado na leitura ► Concentração de RNA = leitura da DO260 x 40 x fator de diluição usado na leitura Fluorometria (Quibit) ► As moléculas do analito são excitadas para resultar em uma espécie cujo espectro de emissão fornece informação para a análise qualitativa ou quantitativa onde moléculas produzem o efeito da luminescência sendo este último o resultado da absorção de energia radiante e da posterior emissão de parte dessa energia quando regressa ao orbital de origem ► Específico ► Cuidados: pipetagem! Qualidade do DNA ou RNA extraídos: A260 (leitura feita a 260): pico de ácidos nucleicos A280: pico de proteínas A230: pico de fenóis A260/A280: deve estar entre 1,8 e 2,2 A260/A230: eve estar entre entre 1,8 e 2,2 Avaliação da Integridade do RNA através de BioAnalyzer : ► O princípio do BioAnalyzer é o mesmo de uma eletroforese em gel de agarose, mas a corrida é feita em um capilar contendo o polímero e é gerado um eletroferograma, que é analisado automaticamente pelo aparelho que detecta qualquer traço de degradação ► O resultado é exibido na forma de um gráfico, através do qual é possível calcular a razão 28S/18S com maior precisão a partir de seus respectivos picos, gerando desta forma o que se denomina RIN (RNA Integrity Number) ► Os valores de RIN estão numa escala de 1 a 10, sendo que, quanto maior esta pontuação maior é a qualidade e/ou integridade do RNA ► De modo geral, para experimentos de PCR quantitativa em tempo real, considera-se um RNA de boa qualidade quando o valor de RIN está acima de 7,5 Escolha do método: ► Extração eficiente ► Quantidades suficientes do DNA/RNA extraído para processos subsequentes ► Remoção de contaminantes ► Qualidade e pureza de DNA/RNA ► Custos e tempo Cuidados gerais independentemente do método escolhido! Armazenamento: ► DNA ► RNA - cDNA
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