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GESTÃO DE COMBUSTÍVEL Este estudo de caso examina uma frota de porte intermediário com operações tanto na estrada quanto fora dela. O Departamento de Gestão da Frota tem total autonomia na especificação dos veículos, sua manutenção, treinamento e operação. A frota está composta conforme demonstrado abaixo. Categoria de Caminhões PBT/PBTC Nº DE EIXOS CLASSE Unidades Extrapesados > 40 t (caminhão trator trucado + dois semi-reboques) 7 3T4 32 Pesados > 30 até 40 t (caminhão trator + semirreboque) 4 2S2 15 Semipesados > 20 até 30 t (caminhão trucado) 3 3C 9 Médios > 10 até 20 t (caminhão “toco”) 2 2C 3 Leves < 10 t (caminhão) 2 2CC 8 Total 67 Informações Gerais ESTUDO DE CASO: TRANSPORTE RODOVIÁRIO O Departamento de Gestão da Frota opera uma unidade de manutenção e mantém depósitos de gasolina e diesel no local. No ano passado, a frota gastou R$ 3,2 milhões em combustível. Por causa da flutuação do preço dos combustíveis, do aumento da competição e da crescente noção do impacto ambiental causado pela operação de veículos automotores, foi solicitado ao Departamento de Gestão da Frota o desenvolvimento de um projeto para a redução do consumo de combustível a curto prazo, assim como a criação de um plano a longo prazo para garantir que a frota continue a operar com eficiência. Você é o Chefe do Departamento de Gestão da Frota. Sua tarefa é desenvolver um projeto, a ser aprovado pela Direção, que aborde o consumo corrente de combustível, assim como sugerir mudanças nas especificações dos equipamentos e nos procedimentos operacionais, a fim de atingir as metas de redução de consumo de combustível e emissão de CO 2 . Este curso fornecerá a você uma abordagem sistemática para enfrentar o desafio. Ela é composta por quatro fases distintas: Fase 1 Criar o inventário da frota. Estabelecer uma referência de consumo de combustível. Fase 2 Identificar suas opções. Comparar custos e benefícios. Fase 3 Criar um plano de ação. Apresentar à Direção da empresa. Implementar o seu plano. Fase 4 Avaliar o seu desempenho. ESTUDO DE CASO: TRANSPORTE RODOVIÁRIO O Desafio A solução Tabela de coleta de dados da frota Informação Descrição Veículos leves Veículos pesados Identificação e categoria do veículo Identificador (ex: número da frota) X X Categoria do veículo X X Dados estáticos Do veículo Ano do modelo X X Marca / modelo X X Número da placa X X Número de chassi (VIN) X X Dados de consumo Motor (número de cilindros e tamanho) X X Tipo de combustível X X Tipo de transmissão X X Consumo rodoviário e urbano X Ano, marca e modelo do motor X Potência X Total de combustível consumido no período X X Informações sobre o uso Data de colocação em serviço X X Leituras do hodômetro e datas (Corresponde ao consumo real de combustível) X X Informação sobre a localização Departamento / divisão / grupo X X Localização X X Código de faturamento do departamento X X ESTUDO DE CASO: TRANSPORTE RODOVIÁRIO Fase 1 - Parte A: Crie um Inventário da Frota Tabela de coleta de dados da frota A tabela da página anterior mostra os tipos de informação necessários para criar seu inventário. Os itens marcados em cinza são elementos adicionais que você vai precisar para soluções a longo prazo e para análises mais detalhadas. Quanto mais informação você tiver, mais capaz você será de tomar boas decisões sobre taxas de utilização de ativos e estratégias para a redução do consumo de combustível. Questionário de coleta de informações sobre a frota Informação Descrição Descrição da tarefa > qual é o uso pretendido do veículo? Veículo padrão exigido para a tarefa > qual veículo especifico é exigido para esta tarefa? > foi escolhido o veículo mais eficiente? Capacidade > o veículo está sendo utilizado em sua capacidade máxima a fim de reduzir o número de viagens? Uso desnecessário do motor > quantas vezes o motor fica ligado sem necessidade? (Desnecessário = marcha lenta desnecessária) Treinamento dos motoristas > os motoristas foram treinados para utilizar todos os recursos do veículo? Uso não autorizado > há alguma política sobre uso dos veículos para fins pessoais? Manutenção > a manutenção dos veículos tem sido feita de acordo com as especificações da frota? > esse veículo tem passado por manutenção regular? > os padrões de manutenção ou reparo indicam um problema com as especificações do veículo, nosso regime de manutenção, a maneira como o veículo vem sendo conduzido ou a forma como o utilizamos? Questionário de coleta de informações sobre a frota Além de coletar informações em vários sistemas de gestão, você deve conversar com os usuários, mecânicos e motoristas dos veículos. A prática mostra que você pode obter uma economia significativa se compreender profundamente como cada veículo é utilizado. Se possível, envolva alguns de seus colegas no processo de coleta de informações. Essa participação vai facilitar a adesão deles ao seu plano. Ao fazer um inventário, use um banco de dados ou uma planilha, pois essas ferramentas permitem que você: • registre suas informações de uma maneira organizada; • determine os parâmetros de rendimento energético para cada veículo e para diferentes categorias de veículos; • recalcule o rendimento energético da frota com mais facilidade e frequência; • monitore o seu progresso rumo às suas metas de redução. Modelo de tabela de inventário Identificador Categoria Leitura atual do hodômetro ou horas Data da leitura Leitura anterior do hodômetro Data da leitura anterior Tipo de combustível Combustível consumido (entre as leituras do hodômetro) 00-01 Extrapesado 805 225 Fev 2016 778 179 Dez 2015 Diesel 11 263 00-05 Pesado 441 657 Abr 2016 416 063 Jan 2016 Diesel 11 722 00-07 Semipesado 253 709 Set 2016 229 945 Mai 2016 Diesel 8 151 01-01 Médio 109 455 Ago 2016 102 378 Mai 2016 Diesel 2 017 02-01 Leve 65 799 Nov 2016 60 562 Jul 2016 Diesel 1 005 03-02 Caminhonete 50 888 Out 2016 40 891 Jun 2016 Gasolina 453 A tabela acima mostra um veículo de cada uma das cinco categorias da frota, além de uma caminhonete. Note que a frota utiliza diesel nos caminhões mais pesados e gasolina para caminhonete. Note que as datas das leituras do hodômetro não são uniformes. Nós vamos fornecer uma fórmula para calcular a quilometra- gem anual. Fazer as leituras do hodômetro no começo ou no final do mês torna mais fácil o cálculo do tempo transcorrido e melhora a precisão. O Consumo Real de Combustível é a quantidade de combustível adquirida entre duas leituras do hodômetro. Essa medida também será anualizada. Quando for fazer as leituras do hodômetro, encha os tanques de combustível para calcular de maneira mais precisa quanto combustível foi gasto entre as duas leituras. Modelo de tabela de inventário Modelo de tabela de referência de consumo de combustível Categoria Quilômetros dirigidos por ano ou horas de operação Tipo de combustível Consumo anual (l) Gasto anual com combustível Referência de consumo de combustível (Km/L) Referência de emissão de CO 2 (em toneladas) Nessa segunda parte você irá desenvolver uma referência de consumo de combustível que irá: • ampliar o inventário produzido na Parte A; • registrar a quantidade de combustível consumida, seu custo anual e a taxa de consumo para cada veículo; • determinar a emissão de CO2 para cada veículo; • estabelecer um parâmetro de avaliação do progresso da iniciativa de eficiência de gasto de combustível que implementamos; • fornecer dados sobre a utilização dos veículos. ESTUDO DE CASO: TRANSPORTE RODOVIÁRIO Fase 1 - Parte B: Estabeleça uma Referência de Consumo de Combustível Modelo de tabela de referência de consumo de combustível Cálculos para a planilha de consumo Método para estimar a quilometragem anual Nós precisamos estimar a quantidade de quilômetros percorridos quando não temos informações anuais do hodômetro. O que sabemos é a quilometragem (ou horas de funcionamento do motor) entre a leitura atual ea anterior. Use a seguinte fórmula para anualizar os dados. Anualizando a quilometragem percorrida (ou horas de funcionamento do motor) Quilometragem anual percorrida = leitura atual do hodômetro (km) - leitura anterior do hodômetro (km) x 12 meses mês atual - mês anterior Exemplo = 805 255 km - 778 179 km x 12 meses Fev. 2016 - dez. 2015 = 27 076 km x 12 meses 2 meses = 162 456 km Método para estimar o consumo anual de combustível Também precisaremos estimar a quantidade de combustível consumida em um ano quando não tivermos informações de consumo anual para comparar com nossa quilometragem anualizadas. O que sabemos é quanto combustível foi consumido pelo veículo entre a leitura atual e a anterior. Esse cálculo assume que os tanques de combustível foram completados nas datas das leituras. Se isso não foi feito, o resultado será incorreto. Se encher o tanque não é a prática a cada reabastecimento, você precisará instituir uma política de “tanque cheio” nos dias de leitura. Se você sempre enche o tanque e registra a leitura do hodômetro, será muito mais fácil fornecer esses dados. Se você tem veículos bicombustíveis, você deve registrar as quantidades de cada um dos combustíveis utilizados. Se o veículo não for abastecido apenas com um tipo de combustível, não é possível registrar a quilometragem percorrida com cada um deles. Por isso, vamos ignorar as taxas de consumo de veículos bicombustíveis. Anualizando o consumo de combustível Consumo anual de combustível = Combustível total consumido x 12 meses mês atual - mês anterior Exemplo = 11 263 L x 12 meses Fev. 2016 - dez. 2015 = 11 263 L x 12 meses 2 meses = 67 578 L Agora precisamos calcular o gasto anual com combustíveis para completar nossa referência. Antes disso, precisamos estabelecer um preço médio para o combustível que já foi adquirido. A referência cobre a atividade passada, então usaremos um preço único para cada tipo de combustível baseado no valor médio pago nos últimos 6 a 12 meses. Recomendamos usar os valores dos últimos 6 meses caso o preço tenha ficado relativamente estável, ou até 12 meses em caso de maior volatilidade. Nos exemplos utilizados nesse estudo de caso, usamos os seguintes preços médios: • diesel a R$3.113/l; • gasolina a R$3.627/l; • etanol a R$ 2.518/l. (Preço médio do combustível no Brasil nos últimos 3 meses. (ANP, 2017)) Determine o gasto anual com combustíveis multiplicando o consumo anual pelo seu preço médio. Gasto anual com combustíveis Gasto anual com combustível = Combustível consumido no ano (l) x preço médio do combustível Exemplo = 67 578 l x R$ 3,113/l = R$ 210.370,31 Calculando o gasto anual com combustíveis O próximo passo na elaboração da nossa referência é calcular a taxa de consumo de combustível. Calculando a média de consumo de combustível para diesel, gasolina e etanol Taxa de consumo de combustível = Quilometragem anual Consumo anual (l) Exemplo = 162 456 Km 67 578 l = 2,40 Km/l Calculando a taxa de consumo de combustível para veículos a gás natural veicular Taxa de consumo de combustível = Quilometragem anual Consumo anual (Kg ou m³) Exemplo = 26 354 Km 3 584 m³ = 7,35 Km / (Kg ou m³) Atenção 1. Essa fórmula é apenas para veículos monocombustível a gás natural. 2. Este é apenas um exemplo. Este veículo não faz parte da nossa frota. A seguir, vamos calcular as emissões anuais de CO2, usando os seguintes indicadores: Indicadores para cálculo das emissões anuais de CO 2 Tipo de combustível Indicadores de emissão de CO 2 Diesel 2,66 kg/l Gasolina 2,29 kg/l Propano 1,51 kg/l B100 2,45 kg/l B20 2,62 kg/l B5 2,65 kg/l B2 2,66 kg/l E85 1,61 kg/l E10 2,21 kg/l E7 2,23 kg/l E5 2,25 kg/l E100* 0,56 kg/l GNV 1,89 kg/m3 GNV 2,70 kg/kg Fonte: National lnventory Report 1990-2010. *Emissões Relativas De Poluentes Do Transporte Motorizado De Passageiros Nos Grandes Centros Urbanos Brasileiros (IPEA,2011) Indicadores para cálculo das emissões anuais de CO 2 Calculando a taxa anual de emissão de CO 2 Taxa de consumo de combustível Taxa anual de emissão de CO 2 (Diesel) = consumo anual (l) x Indicador de CO 2 1000 Exemplo = 67 578 l x 2,66 kg/l 1000 = 179,8 toneladas Formulário de referência de consumo de combustível para os veículos do exemplo Categoria Quilômetros dirigidos por ano Tipo de combustível Consumo anual (l) Gasto anual com combustível Referência de consumo de combustível (Km/l) Referência de emissão de CO 2 (em toneladas) Extrapesado Longas distâncias 162 456 Diesel 67 690 R$ 210.718,97 2,40 179,3 Extrapesado para transporte regional 102 376 Diesel 46 961 R$ 146.189,59 2,18 124,4 Pesados 71 292 Diesel 24 498 R$ 76.262,27 2,91 64,9 Semipesados 28 308 Diesel 8 088 R$ 25.177,94 3,50 21,4 Médios 15 711 Diesel 3 021 R$ 9.404,37 5,20 8 Leves 29 273 Etanol Gasolina 4 940 1 359 R$ 12.438,92 R$ 4.929,09 Não registrado Não registrado 2,7 3,1 Formulário de referência de consumo de combustível para os veículos do exemplo Tabela de referência de consumo de combustível da frota Categoria do veículo Unidades Quilômetros dirigidos por ano Tipo de combustível Consumo anual (l) Gasto anual com combustível Referência de consumo de combustível (Km/l) Referência de emissão de CO 2 (em toneladas) Extrapesado (Regional e Longa Distância) 32 5 076 746 Diesel 2 216 919 R$ 6.901.268,84 2,29 5 874,8 Pesados 15 1 499 754 Diesel 515 379 R$ 1.604.374,82 2,91 1 365,7 Semipesados 9 627 368 Diesel 179 248 R$ 557.999,02 3,50 475 Médios 3 89 916 Diesel 17 291 R$ 53.826,88 5,20 45,8 Leves 8 553 261 Etanol Gasolina 69 175 17 259 R$ 174.182,65 R$ 62.598,39 Não registrado 38,7 39,5 Total 67 7 847 045 Diesel Etanol Gasolina 2 928 837 69 175 17 259 R$ 9.354.250,60 7 839,5 Tabela de referência de consumo de combustível da frota Atenção Fique de olho nas suas fontes de informação e em qualquer suposição que você tenha feito para referência futura ou como histórico para quem quiser dados detalhados. Você completou a fase 1, criou um inventário e estabeleceu uma referência de consumo de combustível para a frota. Com essa base sólida, você está pronto para começar a próxima fase: • avaliando soluções a curto prazo, e/ou; • avaliando soluções a longo prazo. Soluções a curto prazo geralmente são mais fáceis de implementar, e a recuperação do capital normalmente começa em 12 meses. Soluções a longo prazo exigem a coleta de mais informações, além da realização de mais avaliações e análises, e sua empresa precisa de tempo para estar pronta para comprometer-se com as iniciativas propostas. Por exemplo, a compra e instalação de equipamento de rastreamento pode ser considerada tanto uma iniciativa de curto prazo como uma iniciativa de longo prazo. Será uma iniciativa de curto prazo se houver orçamento disponível no ano corrente ou se você quiser testar a tecnologia em alguns veículos. Por outro lado, torna-se uma iniciativa de longo prazo se os fundos necessários precisarem ser solicitados e alocados no orçamento do ano seguinte. Se você não tiver experiência em planejamento de ações ou achar que poderá encontrar resistência a um programa de longo prazo em sua empresa, recomendamos que opte primeiramente por algumas iniciativas de curto prazo. Com isso, você melhorará seu conhecimento e sua confiança, e demonstrará que é possível obter resultados positivos em economia de combustível. ESTUDO DE CASO: TRANSPORTE RODOVIÁRIO Fase 2: Identifique suas Soluções Soluções a curto prazo versus Soluções a longo prazo Após construir uma sólida trajetória positiva, será mais fácil conseguir aprovação e financiamento para suas soluções a longo prazo. Ao avaliar soluções a curto ou longo prazo, você deve olhar para cada uma delas individualmente.Para cada solução, você deve determinar o seguinte: • Custo de implementação; • Quantidade de combustível economizado; • Economia no valor do combustível (baseando-se nos preços futuros); • Redução da emissão de CO2, em toneladas; • Custo por tonelada reduzida. O custo futuro com combustível formará a base de cálculo do seu retorno de capital e determinará se suas propostas são vantajosas. Uma vez que o preço do combustível varia constantemente e seu preço futuro é desconhecido, você deve usar uma estimativa do que você poderá encontrar em 12 meses para iniciativas de curto prazo, e nos próximos cinco anos para as de longo prazo. Empresas com contratos a longo prazo com fornecedores ou que possuam depósitos de combustível terão mais segurança na execução desses cálculos. Para esse estudo de caso, usamos os seguintes valores futuros: • Diesel a R$ 3,113/l; • Gasolina a R$ 3,627/l; • Etanol a R$ 2,518/l. Estimando o custo futuro com combustível Uma solução que essa frota escolheu avaliar é a de reduzir a quilometragem rodada. Após entrevistar mecânicos, agentes de cargas e motoristas, o Departamento de Gestão da Frota acredita que parte de sua rota não está otimizada. As seguintes sugestões foram feitas pela equipe entrevistada durante o processo de montagem do inventário na Fase 1: • Otimizar as rotas e a escala dos veículos; • Minimizar o número de viagens; • Maximizar a carga por viagem; • Utilizar veículos apropriados para cada tarefa; • Reduzir o uso pessoal não autorizado (provavelmente uma solução a longo prazo). O Departamento de Gestão da Frota decidiu gastar R$ 21.900,00 para contratar dois estudantes universitários de Gestão de Operações para estudar o planejamento das rotas e o uso dos veículos. Essa é uma solução a curto prazo pois leva pouco tempo, espera-se uma economia imediata e não será necessária uma reestruturação de larga escala na empresa. Por meio de uma combinação de entrevistas com a equipe e da revisão das rotas e da escala, os estudantes estimaram o potencial de redução da quilometragem rodada, como demostrado na tabela da próxima página. Orçando uma solução Solução a curto prazo Tabela de solução de curto prazo: reduzir quilometragem rodada Categoria do veículo Custo do programa Redução potencial Redução possível (km) Tipo de combustível Potencial de economia no gasto com Combustível (L) Potencial de economia de Combustível Potencial de redução de emissão de CO 2 (em toneladas) Extrapesado R$ 14.327,00 2% 101 535 Diesel 45 589 R$ 141.918,55 121,6 Pesados R$ 3.981,00 5% 74 988 Diesel 31 570 R$ 98.277,41 84,0 Semipesados R$ 3.592,00 2% 12 547 Diesel 4 642 R$ 39.058,81 12,3 Médios R$0,00 NA 0 Diesel Leves R$0,00 NA 0 Etanol Gasolina Total R$21.900,00 NA 189 070 Diesel 81 801 R$279.254,77 220,0 Note que a redução possível é, na melhor das hipóteses, uma suposição. Para estimar a redução para cada categoria de veículo, multiplique o combustível consumido por aquela categoria (mostrado na referência de consumo da frota) pela porcentagem de redução. Com a economia potencial de combustível, você pode calcular o potencial de redução do gasto com combustível (baseando-se no preço futuro) e o potencial de redução da emissão de CO 2 . Você precisará de um plano de ação efetivo para conversar com a Direção e com seus colegas sobre o programa de eficiência energética e as iniciativas que está propondo. Lembre-se de que a concordância de todos os níveis da organização é um enorme passo rumo a seus objetivos e soluções. Você deve ser capaz de convencer todos os envolvidos de que você fez seu dever de casa. Antes de escrever seu plano de ação, você vai precisar: • listar suas soluções, junto com as informações de custo e economia; • calcular o custo por tonelada de CO2 reduzida; • calcular o tempo para retorno do capital investido; • priorizar as soluções baseando-se no retorno de capital; • decidir que soluções você recomendará para implementação. A necessidade de um plano de ação ESTUDO DE CASO: TRANSPORTE RODOVIÁRIO Fase 3: Crie um Plano de Ação Tabela “liste suas soluções” Solução Custo do programa (1) Combustível economizado (l) (2) Economia anual em gasto com combustível (3) Redução anual de emissão de CO2 (em toneladas) (4) Custo por tonelada de CO2 reduzida (5) Retorno de capital (em anos) (6) 1 Reduzir a quilometragem rodada R$ 21.900,00 81 801 R$ 254.646,51 217,6 R$ -1069,60 0,09 2 Comprar pneus de baixa resistência super single (extra largo) 1 R$ 221.200,002 136 615 R$ 425.282,50 363,4 R$ -561,54 0,52 3 Instalar defletores 3 R$ 118.000,004 146.442 R$ 455.873,95 389,5 R$ -887,46 0,26 4 Treinamento dos motoristas R$ 22.862,405 175.7306 R$ 547.047,49 467,4 R$ -1.121,49 0,13 1 Economia de 5% de consumo de combustível. Fonte: ROCHA, JANE. Pneus Econômicos. CNT Transporte Atual, Brasília, a. XXI, n. 243, p. 58-61, dez. 2015. 2 Diferença entre a compra de par de rodados convencionais e extralargo, considerando o preço médio de mercado para pneu convencional (R$ 1.300,00) e extralargo (R$ 1.900,00), substituindo-se apenas os reboques e semirreboques. 3 Economia de até 15% de consumo de combustível. Neste exemplo, considerando uma média em testes práticos de 5% de economia. Fonte: ROCHA, JANE. Menos Resistência e Mais Economia. CNT Transporte Atual, Brasília, a. XXI, n. 240, p. 44-49, set. 2015. 4 Instalação de defletores nos médios, semipesados, pesados e extrapesados, considerando o preço médio de mercado de R$ 2.000,00 cada. 5 Considerando um total de 80 motoristas, com salário base de R$ 2.404,97 (base salarial para motorista carreteiro no estado de São Paulo, segundo ANACAB – Associação Nacional Caminhoneiros do Brasil) com encargos de 63,4%, segundo WERNKE, R. Custos Logísticos. Maringá: Mag., 2014. O dia “parado” do motorista implica no custo de R$ 142,89. Considera-se também que o treinamento será de 2 dias e será gratuito realizado no Sest Senat. 6 Economia média de 6%. Fonte: Sondagem CNT de eficiência energética no transporte rodoviário de cargas. – Brasília: CNT, 2015. (1) – Obtido através de orçamentos dos itens da solução (2) – Economia estimada baseada em estudos (3) – Quantidade de combustível possivelmente economizado multiplicado pelo preço do litro (R$ 3,113) (4) – Calculado com base na tabela do módulo 1 de emissão de CO2 do Diesel multiplicado pelos litros economizados. (5) - Calculando o custo por tonelada reduzida de CO 2 Exemplo da Solução 1: reduzir a quilometragem rodada Custo por tonelada reduzida = Custo do programa – economia anual em gasto com combustível Redução anual de emissão de CO2 (toneladas) Exemplo = R$ 21.900,00 – R$ 254.646,51 217,6 toneladas = R$ -1069,60 Atenção Um resultado negativo de custo por tonelada representa uma economia no primeiro ano em vez de um gasto. (6) Calculando o tempo de retorno do capital investido Exemplo da Solução 1: reduzir a quilometragem rodada Tempo de retorno (anos) = Custo do programa economia anual em gasto com combustível Exemplo = R$ 21.900,00 R$ 254.646,51 = 0,09 anos Os principais componentes de um plano de ação são: • Título; • Descrição da frota; • Situação e políticas atuais; • Metas de cada solução; • Custos e benefícios; • Problemas e desafios; • Principais atores e recursos; • Tarefas e atividades; • Cronograma e responsabilidades; • Medidas e metas de desempenho; • Apêndices. Você terminou o seu planejamento. Agora é hora de apresentar seu projeto para a Direção. Ao apresenta-lo, lembre-se: • O plano de ação identifica os resultados esperados para a redução do consumo de combustível e da emissão de CO 2 . • O plano de ação deve incluir: ◊ Soluções prioritárias; ◊ Tarefas para cada solução; ◊ Quem é o responsável por cada tarefa; ◊ Um cronograma de implementação. • Você deve enfatizar que um monitoramento contínuo é importante para avaliaro progresso e a efetividade da implementação das iniciativas de eficiência de combustível. Será extremamente útil testar suas ideias, números e formato de apresentação na equipe do departamento. Seus comentários e sugestões darão uma ideia do que você provavelmente irá encontrar ao apresentar para a Direção. Esse exercício irá ajudá-lo a se preparar e fará com que se sinta mais confiante. Escrevendo um plano de ação Utilize o modelo de tabela abaixo para ajudar a listar as atividades, quem é responsável por cada uma delas e a data prevista para a sua conclusão. Quando todas as atividades estiverem listadas, coloque-as em ordem de ocorrência, formando, assim, um cronograma completo dos eventos e um calendário de implementação. Modelo de tabela de atividades e cronograma Atividade Responsabilidade Data prevista para conclusão Rever a lista de endereços para localização dos clientes Estudantes 15 de maio Rever os requisitos de trabalho baseado no tamanho do caminhão e na frequência de visitas Departamento de Vendas 05 de junho Rever rotas dos cavalos mecânicos para longas distâncias Estudantes 15 de junho Avaliar o impacto da mudança do tamanho do caminhão e/ou da frequência das entregas Estudantes 30 de junho Criar um algoritmo para calcular as rotas Estudantes 15 de julho Testar os novos algoritmos Estudantes 31 de julho Estimar o efeito nos custos de cada mudança de rota Vendas, Gestão da frota 15 de agosto Discutir as mudanças nas rotas com a Direção Vendas, Gestão da frota 31 de agosto Atividades e cronograma Atenção Cheque o folheto do Plano de Ação para Gestão de Combustível para uma lista completa das atividades e cronogramas para nossas soluções a curto e longo prazo. ESTUDO DE CASO: TRANSPORTE RODOVIÁRIO Fase 4: Avalie seu Desempenho Analisar, monitorar e medir o seu desempenho regularmente é essencial na hora de implementar o seu plano e acompanhar o seu progresso. Quando analisar o seu desempenho, note que: • Monitoramento consistente e regular é recomendado. • Não é suficiente fazer o monitoramento anualmente. Por que analisar o seu desempenho? É comum projetos de longo prazo caírem no esquecimento ou serem abandonados no meio do percurso. Nesta etapa, o monitoramento de todos os resultados do projeto bem como a execução de seu cronograma fica sob forte vigilância e é bem mais fácil identificar se há falhas e por que elas estão ocorrendo. Organizações bem gerenciadas regularmente analisam o seu desempenho quanto ao cumprimento de metas. Elas fazem isso para: • Prevenir que a empresa volte ao “jeito antigo” de fazer as coisas. • Monitorar o retorno de investimento para cada iniciativa. • Continuar a reportar economias à gerência. • Identificar pontos problemáticos tão logo elas apareçam. Boas práticas de gerência de frota incluem: • Medir e gravar; • Monitorar e coletar; • Revisar e analisar; • Reagir, revisar e reportar. Nesta etapa devemos observar: • O que foi planejado? • O que foi executado? • Quais os resultados obtidos? • Quais os pontos problemáticos que estão impedindo o atingimento dos resultados? • Como resolver os pontos problemáticos? Quando surgirem pontos problemáticos, uma forma de resolvê-los é observar os pontos que deram certo e como eles deram certo, buscando aplicar a mesma metodologia ao ponto problemático. Esta fase também é responsável pelo sucesso do plano de ação, uma vez que irá mensurar sua eficiência e eficácia, além de incentivar que outros planos sejam elaborados e executados garantindo sempre uma evolução na forma de administrar a empresa e consequentemente o seu crescimento. Lembre-se: o que é medido é administrado! Fase 1 Criar o inventário da frota. Estabelecer uma referência de consumo de combustível. Fase 2 Identificar suas opções. Comparar custos e benefícios. Fase 3 Criar um plano de ação. Apresentar à Direção da empresa. Implementar o seu plano. Fase 4 Avaliar o seu desempenho. O processo do plano de ação NATURAL RESOURCES CANADA’S OFFICE OF ENERGY EFFICIENCY – NRCAN. Termo de cooperação técnica que celebram entre si o Natural Resources Canada’s Office Of Energy Efficiency e o Serviço Social do Transporte (SEST) e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SENAT). OTTAWA, Canadá, 2017. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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