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DOENÇAS INFECCIOSAS VETERINARIAS LEPTOSPIROSE É uma doença zoonótica de importância mundial que acomete diferentes espécies de animais, causada pela infecção por Leptospira sp. ETIOLOGIA É uma doença causada por bactérias Família – leptospiraceae Divisão do gênero leptospiria • L. interrogans sensu lato ➔ Cepas patogênicas • L. biflexa sensu lato ➔ Cepas patogênicas Sorovares (mais de 200) • Autumnalis • Transsovi • Canicola • Grippotyphosa • Batislava • Icterohemorragiae • Australis • Pomona • Wolfi São bactérias alongadas e espiraladas, tendo ganchos em suas extremidades, que auxiliam na fixação da bactéria nas superficies. Apresentam 0,1 a 0,2 micrometros de diâmetro e 6-12 micrometros de comprimento. Apresenta LPS EPIDEMIOLOGIA Distribuição mundial Zoonose Tem incidência maior em países de clima tropical ➔ Mais comum nos períodos chuvosos ➔ Relacionado com o desenvolvimento do país, ocorrência de enchentes e alagamentos Transmissão Contato • Urina de animais infectados Venérea Transplacentária Ingestão de tecidos infectados Inalação Indiretamente • Água, solo ou lama contaminada Obs: penetração da barreira cutânea e mucosas lesionadas ou íntegras No ambiente externo Não se multiplicam Sobrevivem na água ou no solo lamacento • PH levemente alcalino • Salinidade baixa • Ausência de radiação ultravioleta Sobrevivência pode chegar até seis meses Ou seja, tem o ano todo, visto que temos 6 meses de chuva e 6 de estiagem Reservatórios Roedores • Rattys norvegicus • Sorovar ictereohaemorrhagiae Cães • Suscetíveis a infecção por todos os sorovares • Reservatórios do sorovar canicola Quem são mais acometidos? Cães adultos ➔ 4 a 7 anos são mais afetados Sem predisposição racial Maior susceptibilidade à infecção ➔ Animais de rebanho ➔ Cães usados para caça Gatos • Menor susceptibilidade • Relatos clínicos são raros ➔ Comummente apresentam uma rápida resposta imune • Sorogrupos de maior prevalência ➔ Canicola ➔ Sejroe ➔ Australis ➔ Icterohaemorrhagiae PATOGENIA Leptospiras entram no organismo através do contato com urina de animal infectado → passam para o espaço vascular → multiplicação intensa → disseminação → replicação nos rins, fígado, baço, SNC e trato genital: Microorganismos nos capilares renais e no interstício • Menos de duas semanas: leptospiras nas células tubulares • Início da eliminação pela urina → leptospirúria • Lesão dos pequenos vasos renais ➔ Lesão isquêmica do parênquima renal ➔ Fatores com efeito tóxico - LPS - Ácidos graxos insaturados ➔ Hemolisinas - Esfingomielinase C, H O rim é um órgão filtrador, de forma que se tem acometimento renal, teremos repercussão em todo o organismo Microorganismos no tecido hepático • Toxinas de leptospiras • Alteração da circulação • Fibrose • Distúrbios imunológicos ➔ Falência hepática Resposta imune: • Anticorpos • Eliminação dos microorganismos de diferentes tecidos (anticorpos não vão “achar” eles) • Persistência de alguns microorganismos ➔ Rins – células epiteliais - Eliminação pela urina - Leptospirúria Período de incubação 7 dias Variável • Cepa infectante • Imunidade do hospedeiro Intensidade e a duração da Leptospirúria • Variam ➔ Animal ➔ Sorovar infectante ➔ Cães infectados com o sorovar canicola - Longos períodos de Leptospirúria (2 anos) POSSÍVEIS CURSOS DA DOENÇA Microorganismo no ambiente → entrada no organismo → circulação sistêmica: 1. Animal com baixo Ac/ ausente (não vacinado) Leptospiremia → lesão vascular → trombocitopenia → doença clínica → doença clinica → alta de anticorpos → colonização renal → leptospirúria 2. Animal com Ac moderado (esquema vacinal incompleto) Leptospiremia discreta/ curta duração → sinais clínicos discretos → eliminação dos microorganismos dos rins 3. Ac elevado/adequado (Vacinado) Eliminação do microorganismo → sem sinais clínicos SINAIS CLINICOS Curso agudo • Pode levar o animal á morte rapidamente • Sem sinais clínicos prévios • Disfunção de coagulação ➔ Quadro de coagulação intravascular disseminada (CID) ➔ Colapso vascular periférico • Leptospiremia pode resultar em sepse e morte Febre Tremores Fraqueza muscular generalizada Relutancia em se movimentar Letargia Vomito Diarreia Desidratação Hematêmese Hematoquezia Melena Epistaxe Petéquias disseminadas Icterícia ou bilirrubinemia discreta Curso sub agudo Anorexia Vômitos Desidratação Aumento de sede Relutância em se mover Desconforto abdominal Deterioração renal progressiva Oligúria ou anuria Insuficiencia renal e hepática Uveíte Hemorragia pulmonar Aborto (animais de produção) INSUFICIENCIA RENAL AGUDA (IRA) • Poliuria • Polidpsia • Vomito • Diarreia • Inapetência • Letargia • Dor abdominal HEPATITE • Inapetência • Perda de peso • Icterícia • Ascite EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO DIAGNÓSTICO Exame clinico Exame de imagem Avaliação de dano renal e hepático • Radiografia • US Exames hematológicos • Leucopenia e posterior leucocitose • Anemia • Trombocitopenia • Azotemia • Hiperglobulinemia • Bilirrubinemia Urinálise Exame direto por microscopia de campo escuro (MCE) • Antigamente era o mais utilizado Cultura (sangue, urina ou tecido) • Método diagnóstico conclusivo • Requer mais tempo PCR • Diagnóstico precoce Exames sorológicos • Prova de soroaglutinação microscópica (SAM) • ELISA TRATAMENTO Antimicrobianos • Doxiciclina ➔ 5 mg/kg via BID VO/IV • Penicilina ➔ Penicilina G • Streptomicina Suporte • Hidratação ➔ Diurético (depender do caso) • Antiemético ➔ Protetor gástrico PROFILAXIA Vacinação Manejo do ambiente • Água sanitária por 10 minutos Controle da população de roedores Isolamento e tratamento dos animais infectados Evitar o contato com água de enchente Saneamento básico Repetitividade de cio Infertilidade Abortos Nascimento de bezerros fracos Diminuição progressiva da produção
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