Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Psicofarmacologia Farmacologia: é o estudo das substâncias que interagem com sistemas vivos por maio de processos químicos. Psicofarmacologia: o estudo dos efeitos das drogas que atuam no Sistema Nervoso Central, gerando alterações das funções mentais, principalmente quanto ao humor, emoções e atividade psicomotoras. O estudo da psicologia tem sido ampliado nos últimos anos, com abrangência no uso de drogas como uso clínico para tratamento psiquiátrico e drogas de uso recreativo, socialmente aceitas ou ilícitas. A moderna psicofarmacologia é uma ciência que também tem se dedicado à descoberta de locais onde ocorrem as lesões moleculares no sistema nervoso, de forma a entender as falhas na neurotransmissão que, ocasionam tais disfunções. Fármaco: é uma droga que tem uma estrutura química já definida e são conhecidos os seus efeitos no organismo. Tem como finalidade o uso para um efeito benéfico no organismo. Ex.: alívio da dor ou diminuição da inflamação. Droga: substância que modifica a função fisiológica com ou sem intenção benéfica. Medicamentos: são produtos feitos a partir de fármacos que têm como objetivo um efeito benéfico. São produzidos para fins comerciais com finalidade terapêutica. Existem normas e controle da fabricação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e supervisão dos processos de produção por um farmacêutico. A base da produção de um medicamento é o fármaco ou uma associação de fármacos e a partir deles são adicionadas substâncias que conferem a eles tamanho, estabilidade e forma. Remédio: abrange qualquer coisa que faça o indivíduo se sentir melhor, desde um medicamento até uma massagem ou uma fisioterapia. Ex.: substância animal, vegetal, mineral ou sintética; procedimento (ginástica, massagem,acupuntura, banhos); fé ou crença; Placebo: tudo o que é feito com intenção benéfica para aliviar o sofrimento: fármaco/medicamento/droga/remédio. Apresenta efeitos terapêuticos devido aos efeitos psicológicos da crença do paciente de que está a ser tratado. O Placebo na medicina é um tipo de tratamento criado para parecer com um medicamento real, porém é composto por substâncias químicas inativas, como amido e açúcar. Formas farmacêuticas Podem existir várias formas farmacêuticas de um determinado princípio ativo. Os motivos são: Facilitar a administração, Garantir a precisão da dose, Proteger a substância durante o percurso pelo organismo, Garantir a presença no local de ação, Facilitar a ingestão da substância ativa. Apresentações orais mais comuns de medicamentos. Cápsula gelatinosa: Rapidamente dissolvida no ph ácido estomacal. Comprimidos e drágeas: Formas mais econômica. Doses podem ser fracionadas se sulcadas. Soluções: Fracionamento de doses mais fino. Absorção rápida Comprimidos orodispersívéis ou sublinguais: Facilidade para deglutição (pacientes com dificuldades para ingerir cápsulas e resistentes a tomadas de medicação). Rapidez na absorção. Liberação lenta, sustentada, prolongada: Maiores intervalos entre doses ou doses únicas diárias. Menos efeitos colaterais. OBS.: Todo medicamento é um remédio, mas nem todo remédio é um medicamento. Os fármacos psicotrópicos, também chamados de psicofármacos, psicoativos ou psicoterápicos são os modificadores seletivos do SNC usados no tratamento de distúrbios psíquicos que podem deprimir ou estimular seletivamente a atividade mental. Teorias fundamentais que explicam a interação fármaco-receptor •Teoria da ocupação: a resposta é função da ocupação dos receptores; •Teoria da velocidade: a resposta é função da velocidade com que os receptores são ocupados. É a área da farmacologia que estuda o movimento do fármaco por meio do organismo. Processos farmacocinéticos: Absorção, Distribuição, Biotransformação, Eliminação dos fármacos. Os processos de absorção, distribuição, biotransformação e eliminação dependem da passagem do fármaco pelas membranas celulares. O conhecimento e a aplicação desses conceitos possibilitam a escolha da dose, da posologia e da via de administração a ser utilizada para determinado fármaco, propiciando o seu uso seguro e racional. São importantes na prática na escolha e administração de uma droga específica a determinado paciente. Ex.: um paciente com comprometimento da função renal. É a passagem do fármaco do local em que foi administrado para a circulação sistêmica. Transporte da substância através das membranas biológicas. Em nível celular eles são absorvidos de maneiras: • Transporte passivo: fármacos lipossolúveis atravessam as membranas lipídicas por meio de difusão, sendo o gradiente de concentração, sua força motora. O medicamento se desloca de uma área de maior concentração para outra de menor concentração sem gasto de energia celular. • Transporte ativo: possibilita o transporte de moléculas grandes ou hidrossolúveis, que não conseguem passar passivamente pela membrana. Necessita de energia celular para transportar o medicamento de uma área de menor concentração para outra de maior concentração. Fatores que alteram a absorção de fármacos: Tamanho da molécula do fármaco pH Área disponível para absorção Fluxo sanguíneo Tempo de contato do fármaco com a superfície de absorção. Posologia: É o estudo das doses de administração dos medicamentos. Dose: é uma determinada quantidade de uma droga administrada no organismo, a fim de produzir o efeito terapêutico. Dose mínima: é a menor quantidade de um medicamento capaz de produzir o efeito terapêutico. Dose máxima: é a maior quantidade de um medicamento capaz de reproduzir o efeito terapêutico. Dose tóxica: é a quantidade de medicamento que ultrapassa a dose máxima, causando perturbações, intoxicações ao organismo, até a morte. Dose Letal: é a quantidade de um medicamento que causa a morte. Via de administração: Via Enteral (oral, sublingual, retal, Bucal, Gástrica, Duodenal), Via Parenteral (Endovenosa, Intradérmica, Intramuscular, Subcutânea, Intra-arterial) e Via Tópica (Transdérmica, Cutânea, Pulmonar). : o que o organismo faz com a droga. : o que a droga faz no organismo. Velocidade de Absorção Mais rápida quando administrados pelas vias sublingual, intravenosa (cai direto na corrente sanguínea – biodisponível) e inalação. Mais lenta por via oral (preferencial para tratamento a longo prazo em virtude da segurança), intramuscular e subcutânea (membranas da mucosa gastrointestinal, do músculo e da pele). As refeições ricas em gordura e os alimentos sólidos DIMINUEM a velocidade com que o conteúdo abandona o estômago e penetra no intestino RETARDANDO a absorção intestinal de um fármaco. Fatores que influenciam a velocidade de absorção: Idade do paciente, Disfunções intestinais, alimentos, forma farmacêutica do medicamento, estado patológico. O tempo de absorção é modulado pela forma farmacêutica, caráter acido ou básico da substância e para algumas substância, pela presença de alimentação concomitante a ingestão medicamentosa. Fármaco de caráter ácido são mais bem absorvidos no estômago, onde o Ph (potencial hidrogeniônico) é baixo, enquanto os básicos são absorvidos preferencialmente no intestino, onde o pH chega a 11. Os medicamentos absorvidos pelo Trato Gastrointestinal são transportados até o fígado antes de circularem pelo resto do corpo. O fígado pode metabolizar grande parte do medicamento antes de passar para a circulação. Esse mecanismo é conhecido como efeito de primeira passagem: o metabolismo hepático pode inativar o medicamento. Compreende a maneira pela qual o fármaco entra em contato com o organismo humano. As vias enterais são aquelas em que o medicamento é administrado por algum órgão que compõe o TGI. Enquanto isso, vias parenterais são aquelas que não entram em contato com os órgãos do TGI. Vias enterais: oral, Sublingual. Vias Parentais:Intravenosa, intramuscular, subcutânea, inalatória, tópica. A biodisponibilidade representa a fração de fármaco que chega à circulação sanguínea na sua forma inalterada, após sua administração. A forma farmacêutica do medicamento, a solubilidade do fármaco e o metabolismo de primeira passagem são alguns fatores que influenciam na biodisponibilidade. A via intravenosa apresenta biodisponibilidade total (100%). Durante a absorção pode haver perda do fármaco: • Pela dificuldade na própria absorção; • metabolismo precoce; • Na parede do intestino; • Pelo metabolismo de primeira passagem que ocorre no fígado antes mesmo de o principio ativo atingir a circulação sistêmica. A biodisponibilidade de medicações administradas por Via Oral é menor e mais lenta, Endovenosa é rápida e 100%, uma vez que a administração ocorre diretamente na circulação geral. •Clorpromazina (antipsicótico clássico) por via oral tem níveis significativamente inferior à administração de mesma dose em via Intramuscular (menor em até cinco vezes) e frequentemente não toleram a administração Endovenosa em função da queda abruptas de pressão arterial e arritmias cardíacas. Metabolismo de primeira passagem: fenômeno no qual a concentração de uma droga é reduzida antes de atingir a circulação sistêmica. Na farmacocinética, bioequivalência é um termo utilizado para avaliar a equivalência biológica esperada in vivo de duas preparações diferentes de um medicamento. Se dois medicamentos são ditos bioequivalentes, isso significa que se espera que eles sejam, para todas as intenções e propostas, equivalentes terapêuticos. A biodisponibilidade é uma variável importante, porque os regulamentos da Food and Drug Administration (FDA) especificam que a biodisponibilidade de uma formulação genérica não pode diferir da formulação com nome de marca em mais do que 30%. Alguns medicamentos são administrados deliberadamente emulsificados em uma matriz portadora insolúvel para administração intramuscular (IM), que produz uma liberação gradativa do medicamento por várias semanas. Essas formulações são denominadas de preparações depot. É a passagem de um fármaco da corrente sanguínea para as células dos tecidos. A distribuição de um medicamento absorvido no corpo é afetados por atores fisiológicos e pela propriedade fisico- químicas da substância, então depende de vários fatores: Fluxo sanguíneo; Solubilidade (pouco lipossolúveis, baixa capacidade de atravessar membranas. - muito lipossolúvel podem se acumular em regiões de tecido adiposo); Ligação às proteínas pode alterar a distribuição do fármaco, pois pode limitar o acesso a locais de ação intracelular; Órgãos com grande suprimento de sangue. Os medicamentos que circulam ligados às proteínas do plasma e os que circulam sem ligação são denominados livres. Somente a fração livre pode atravessar a barreira hematoencefálica. A distribuição de um medicamento para o cérebro é influenciada pelo fluxo sanguíneo local, pela barreira hematoencefálica e pela afinidade do medicamento com seus receptores no cérebro. Para o aumento de concentração cerebral de substâncias com baixa lipossolubilidade, como a dopamina e a serotonina, é necessária a administração de seus precursores, respectivamente , L-dopa e L-triptofano. Fatores que afetam a fase farmacocinética: Ambiente interno: sexo, idade, peso, gestação; Fatores de administração: via, local, velocidade de administração, número de doses, forma farmacêutica; Ambiente externo: temperatura, luz, umidade, radiação. A resposta clínica a terapia farmacológica é individual e depende de vários fatores como idade, gênero, etnia, fatores genéticos, tecido adiposo, condições patológicas e exposição inicial ao medicamento. Um medicamento que seja muito solúvel em lipídeos, como o diazepam, e que, portanto, seja extensamente distribuído no tecido adiposo, pode ter uma atividade clínica de curta duração, apesar de uma meia-vida (tempo gasto para que a Concentração Plasmática ou a quantidade original de um fármaco no organismo se reduz a metade) de eliminação muito longa. O organismo elimina fármacos e outras moléculas exógenas pelos processos de biotransformação e excreção. Os fármacos com maior lifofilicidade apresentam maior dificuldade em serem eliminados do organismo, pois são facilmente reabsorvidos pela circulação sistêmica em função da sua afinidade pelas membranas celulares. A maioria dos compostos lipofílicos tem a necessidade de convertê-los em espécies químicas hidrossolúveis para que assim possam seguir as vias de excreção. Reações de biotransformação: Reações de fase I: se constituem por oxidação, redução, hidrólise, ciclização ou desciclização. Quando os produtos das reações de fase I são polares o suficiente, eles podem ser excretados facilmente. FDA (Food and Drug Administration) é o órgão governamental dos Estados Unidos da América responsável pelo controle dos alimentos (tanto humano como animal), suplementos alimentares, medicamentos (humano e animal), cosméticos, equipamentos médicos, materiais biológicos e produtos derivados do sangue humano. Reações de fase II: constituídas por acetilação, metilação e conjugações. As reações de biotransformação ocorrem principalmente no fígado. A biotransformação ocorre principalmente no fígado, envolvendo enzimas de: • fração mitocondrial (monoaminoxidase: responsável pela degradação oxidativa de dopamina, noradrenalina, serotonina); A família 3A as enzimas: • citocromo P450; • isoformas 3A3 • 3A4 (CYP3A3/4) São particularmente importantes em psicofarmacologia devido a seu envolvimento no metabolismo de antidepressivos, benzodiazepínicos, antipsicóticos. Entre os fatores que podem influenciar o metabolismo dos fármacos: Características da espécie animal; Idade; Raça e fatores genéticos; Indução e da inibição enzimáticas. Retirada do fármaco do organismo, seja na forma inalterada ou na de metabólitos ativos e/ou inativos. A eliminação ocorre por diferentes vias que são em sua maioria pelos rins, através da urina, pelos pulmões, glândulas exócrinas (sudoríparas, salivares e mamarias), da pele e do tubo digestivo. Depuração é a medida da quantidade de medicamento excretado do organismo em um período específico de tempo.
Compartilhar