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Cardiologia Exame fisico Inspeção Lembre-se: • O tórax deve estar exposto • O ideal é que seja feito em três posições: sentado, deitado e em pé com as mãos ao lado do corpo ABAULAMENTOS E RETRAÇÕES Observar a região precordial em incidência: • Tangencial: examinador em pé observando pelo lado direito do paciente • Frontal: examinador próximo aos pés do paciente Palpação PULSO RADIAL O examinador usa as polpas do dos seus dedos indicador e médio da mão direita para examinar o pulso esquerdo. Características: Estado da parede arterial • Normal: não aparenta tortuosidades e é facilmente depressível. • Anormal: apresenta-se tortuosa, endurecida e irregular → vasculopatia ou arteriosclerose Frequência Contar o número de pulsações durante 1 minuto comparando com o valor de bpm. Ocasiões que podem não coincidir: exercícios físicos, gravidez, estados febris, hipertireoidismo, insuficiência cardíaca. • Déficit de pulso N. de batimentos cardíacos > N. de pulsações a. Radial Ritmo Sequência de pulsações • Regular • Irregular Amplitude ou magnitude Grau de amplitude da artéria durante a sístole e de esvaziamento durante a diástole. Avalia-se pela sensação captada em cada pulsação. Classificações: • Amplo • Magnus → insuficiência aórtica • Mediano • Parvus (pequeno) → estenose aórtica Tensão ou dureza Avalia-se pela compressão progressiva da artéria até interromper as pulsações. • Pulso mole: pouca pressão • Pulso duro: muita pressão → HAS Tipos de onda Onda pulsátil • Pulso célere ou martelo d’água Aparece e some com rapidez→ insuficiência aórtica TécnicaO braço do paciente é elevado acima da cabeça e a percepção de pulso é feita com toda a face ventral dos dedos e a parte palmar da mão. • Pulso anacrótico Pequena onda inscrita no ramo ascendente da onda pulsátil → estenose aórtica • Pulso dicrótico Onda dupla em cada pulsação: 1ª + intensa + nítida; 2ª menor intensidade • Pulso bisferiens 2 ondas que aparecem no ápice da onda do pulso. A dureza do pulso depende da PA diastólica Dicrótico X Bisferiens Aumente a compressão da artéria: Se tornar mais nítida = bisferiens Se perder a característica de pulsação dupla = dicrótica Comparação com a artéria homóloga Verificar se os pulsos radiais estão semelhantes em ambos os braços durante a palpação simultânea. Presença de desigualdades: afecções da crossa aórtica ou dos seus vasos emergentes • Pulso Alternante Em sequência suceesiva: onda ampla – onda fraca → insuficiência ventricular esquerda • Pulso filiforme Pequena amplitude e mole → colapso circulatório periférico • Pulso paradoxal Diminuição da amplitude das pulsações durante a inspiração forçada → pericardite construtiva, derrame pericárdico e enfisema pulmonar PULSO CAPILAR Observado por meio de uma leve compressão sobre a borda da unha até que seja observado uma área pulsátil que marca transição de cor rósea para pálida Quando a zona de pulsação é nítida, pode-se estar diante casos como insuficiência aórtica, hipertireoidismo e anemia intensa. PULSO DAS ARTÉRIAS CARÓTIDAS Palpa-se as artérias carótidas no ângulo da mandíbula. Por meio da ausculta pode-se identificar sopros, de origem própria ou irradiados. INGURGITAMENTO E PULSAÇÃO DAS VEIAS JUGULARES Pulso venoso Pulsações observadas na base do pescoço que dependem de modificações de volume das veias jugulares externas durante o ciclo cardíaco. Como examinar? Paciente em decúbito dorsal e a cabeça ligeiramente voltada para um dos lados, enquanto se observa a veia do lado oposto. Como avaliar? • Estado de turgência • Há presença de frêmito ou sopro? Normal: apresentam-se túrgidas apenas em decúbito. Anormal: quando o paciente estiver semiassentado ou assentado e as veias permanecerem túrgidas → ingurgitamento jugular = hipertensão venosa no sistema da veia cava superior Ictus Cordis Realizar • Inspeção • Palpação Observar • Localização Varia de acordo com o biotipo o Medilíneos: cruzamento da linha hemiclavicular com o 5º EI o Brevilíneos: 4º EI o Longilíneos: 6º EI • Extensão Avaliar por meio de polpas digitais são necessárias para cobri-lo. Normal: 1 ou 2 polpas Anormal: 3 ou mais – Ictus Cordis difuso → hipertrofia do ventrículo esquerdo • Intensidade Avaliar repousando a mão sobre a região de batimentos. o Ictus Propulsivo: a cada contração a mão é elevada. • Mobilidade Com o paciente em decúbito dorsal, marca-se o local do choque e em seguida observa como se comparta em decúbito lateral. Normal: desloca-se de 1-2cm Anormal: não há deslocamento – folhetos pericárdicos aderidos às estruturas vizinhas → sínfise pericárdica “Dança das artérias” Pulsação evidente das artérias carótidas devido a uma patologia (insuficiência aórtica, hipertireoidismo…) Deslocamento do Ictus Cordis Indica dilatação ou hipertrofia do ventrículo esquerdo Causas: Estenose aórtica, insuficiência mitral, insuficiência aórtica, HAS, miocardiopatias e algumas cardiopatias congênitas. Ictus impalpável e invisível Pacientes com enfisema pulmonar, obesidade, musculatura desenvolvida ou grandes mamas • Ritmo • Frequência Ictus Cordis Sensação tátil causadas por vibrações cardiogênicas ou nos vasos. Características • Localização • Situação no ciclo cardíaco • Intensidade – avaliar cruzes: +/ ++++ Anatomia do coração • Localizado no mediastino médio • Dividido em 4 câmaras: o 2 átrios: recebem sangue de veias o 2 ventrículos: impulsionam sangue para as artérias → paredes mais espessas = maior esforço → VD < VE Aparelhos valvares Atrioventriculares: separa em átrio e ventrículo • Valva tricúspide: divide o lado direito em átrio e ventrículo • Valva mitral: divide o lado esquerdo em átrio e ventrículo Semilunares: • Valva pulmonar: entre ventrículo direito e artéria pulmonar • Valva aórtica: entre ventrículo esquerdo e artéria aorta • Três camadas: o Epicárdio = pericárdio visceral → tecido conjuntivo infiltrado de gordura o Miocárdio = fibras musculares cardíacas → a espessura da parede é proporcional ao trabalho executado pela câmara o Endocárdio = camada endotelial Fisiologia Ciclo cardíaco Diástole atrial • Relaxamento dos átrios para que sejam preenchidos por sangue • Fechamento das valvas atrioventriculares (tricuspide e mitral) → diminuição da pressão Diástole ventricular • Dilatação ventricular • Abertura das valvas atrioventriculares • Fase de enchimento ventricular Sístole atrial • Contração atrial • Intensifica o enchimento dos ventrículos Sístole ventricular • Fechamento das valvas atrioventriculares • Contração isovolumétrica ventricular→ aumento da pressão • Abertura das valvas semilunares • Fase de ejeção ventricular • VD = impulsiona para os pulmões • VE= impulsiona para o corpo AO – aorta AP-Artéria Pulmonar AD- átrio direito VD- Ventrículo Direito VE- Ventrículo Esquedo VCS- Veia Cava Superior Sístole Período de contração isovolumétrica Período de ejeção • Ejeção rápida • Ejeção lenta Diástole Período de relaxamento isovolumétrico Período de enchimento ventricular • Rápido • Lento Período de contração atrial Bulhas cardíacas Definição Expressão B1 Fechamento da valva mitral e tricúspide - atrioventriculares “TUM” B2 Fechamento das valvas aórtica e pulmonar - semilunares “TA” Desdobramento “Tum ta tu mta tum trá tum trá” B3 Protodiastólico “TU” “Tu mta tu, tu mta tu” B4 Final da diástole ou pré-sístole → brusca desaceleração do fluxo sanguíneo “Tlum tá tlum tá” Sopros cardíacos Sons originados pela modificação do padrão linear do fluxo sanguíneo pelo turbilhamento do fluxo. Os sopros costumam ser vibrações mais prolongadas do que as bulhas, os cliques e estalidos. É importanteque seja feito a correta caracterização do sopro, sendo feita a partir das seguintes considerações. FASE DO CICLO CARDÍACO A 1ª bulha coincide com o pulso carotídeo! Use isso para identificar se o sopro é: • Sistólico →B1 sopro B2 • Diastólico → B2 sopro B1 • Contínuo → não é interrompido pela 2ª bulha TOPOGRAFIA Localização e irradiação → onde esse sopro é mais intenso? Classifique-o de acordo com a ausculta ou a anatomia. Focos: • Mitral • Tricúspide • Aórtico • Aórtico acessório • Pulmonar A irradiação, em geral, ocorre no sentido do turbilhamento do sangue, sendo os locais mais comuns: • Axila esquerda • Dorso • Lado direito do tórax • Fúrcula e pescoço Insuficiência Cardíaca Incapacidade de suprir a demanda dos tecidos ou da necessidade de aumentar a pressão de enchimento ventricular (pressão diastólica final). Distúrbio do desempenho do miocárdio e da ativação progressiva do sistema neuroendócrino que acarreta insuficiência circulatória e congestão. Síndrome – conjunto de sinais, sintomas e exames que auxilia o diagnóstico. Pode se apresentar das seguintes formas: Classificação Descrição Aguda IC nova – rápida progressão de sintomas Crônica Sintomas e evolução clínica estáveis, longo tempo de duração (ao menos que apresente descompensação) Sistólica Redução da capacidade de expulsar o sangue da cavidade ventricular na sístole Diastólica Prejuízo da capacidade dos ventrículos em acomodar o volume de enchimento diastólico. Insuficiência cardíaca de alto débito Coração não consegue atender a demanda tecidual Causas: • Anemia grave →falta de hemoglobina • Tireotoxicose →aumento da demanda de nutrientes • Fístulas arteriovenosas. → desvio do sangue ejetado Sopros Na ausculta de um sopro as principais características que devem ser observadas são: • Morfologia • Irradiação • Foco de melhor ausculta • Demais características do exame físico ETIOLOGIA • Cardiomiopatia → doença intrínseca do coração • Resultado de doenças crônicas que causam um processo da função cardíaca, seja ela sistólica ou diastólica Principais causas de IC no Brasil • Cardiopatia isquêmica • Cardiopatia hipertensiva • Cardiopatia secundária a valvopatias • Cardiomiopatia álcoolica • Doença de chafas Fatores de risco • DAC • Diabetes • Tabagismo • Valvopatias • HAS • Obesidade FISIOPATOLOGIA Função sistólica Capacidade do ventrículo em bombear o sangue para a circulação → sistêmicas ou pulmonar Função diastólica Capacidade dos ventrículos em relaxar→ processo ativo Causas • Doenças coronarianas • Doenças valvares • Hipertensão sitêmica • Excesso de álcool • Doença de chagas • Valvopatia reumática • Drogas quimioterápicas • Fatores genéticos DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA (DAC) Perda da perfusão coronariana causa morte de cardiomiócitos → alterações da função diastólica do ventrículo em estágios mais iniciais. OU Hipocinesia ou acinesia de paredes mal perfundidas do coração após um IAM → Disfunção sistólica HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA HAS causa aumento da pós-carga através do aumento da resistência vascular periférica → sobrecarga cardíaca ( aumentar a pressão produzida através da sístole para vencer a resistência dos vasos) Inicialmente, os mecanismos adaptativos auxiliam a manter o débito cardíaco e a perfusão tecidual. A persistência das alterações desencadeia um processo de remodelamento cardíaco resultando em hipertrofia. Esse coração aumentado apresenta função diastólica prejudicada → mais suscetível a isquemias e arritimias Hipertrofia Concêntrica Aumento da espessura da parede ventricular → HAS Hipertrofia Excêntrica Aumento da parede e da cavidade ventricular → Insuficiência valvar = sobrecarga de pré-carga Quadro Clinico Sinais específicos: o Presença de 3ª bulha o Pressão venosa jugular elevada o Reflexo hepatojugular Sinais menos específicos: o Crepitações pulmonares o Taquicardia o Hepatomegalia o Ascite o Extremidades frias o Edema periférico ESQUERDA Falência do Ventrículo Esquerdo – dificuldade de passagem do sangue do AE - VE = aumento da pressão no AE Insuficiência Cardíaca Função sistólica preservada Avaliar pela Fração de Ejeção ( FE ≥ 50% =IC com função sistólica preservada) Lei de Frank-Starling O coração responde a distensão com um aumento da sua força de contração de forma quanto maior for o retorno venoso, maior seria o volume sistólico. No entanto, a capacidade cardíaca de se adaptar a essa distensão é limitada, e quando as fibras são exageradamente distendidas, ocorre um efeito paradozal em que a força de eficácia da sístole se tornam reduzidas. Sintomas Iniciais • Dispineia aos esforços – sinal inicial • Tosse – transudação de líquido para o anterior dos espaços aéreos Progressão • Dispneia • Dispineia paroxística noturna - acorda com falta de ar durante a noite e melhora após alguns minutos setado ou em pé • Ortopneia - aumento da pré-carga → alivia com o paciente assentado ou de pé A posição supina aumenta o retorno venoso das extremidades inferiores e também eleva o diafragma. • Edema agudo de pulmão - aumento da pressão hidrostática dos capilares na circulação pulmonar DIREITA Geralmente, é consequência da IC esquerda pelo consequente aumento da pressão na circulação pulmonar. A IC direita isolada pode ser decorrente de um conjunto de desordens que afetam o pulmão. Congestão – dificultando o retorno da circulação sistêmica Sintomas • Edema de membros inferiores • Estase de jugulares – congestão venosa portal e sistêmica • Esplenomegalia • Hepatomegalia dolorosa • Ascite • Derrame pleural Sinais de progressão • Cianose • Acidose Consequência da redução da perfusão tecidual Causa • A pré-existência de uma IC esquerda que causa o aumento da resistência pulmonar • Estenose de valva mitral • Cor pulmonale • Hipertensão pulmonar primária • Tromboembolismo pulmonar ICC biventricular Abrange características da IC esquerda e direita Diagnostico Critérios de Framingham A partir de 1 critério maior e 2 menores OU de 2 critérios menores para diagnostica IC Critérios maiores Critérios menores Dispneia paroxístico noturna Tosse noturna Perder 4,5 Kg em 5 dias de tratamento Capacidade vital reduzida a 1/3 do normal Turgência jugular patológica Edema bilateral em tornozelos Estretores crepitantes Dispneia aos esforços Edema agudo de pulmão Hepatomegalia Pressão venosa central > 16cm H20 Taquicardia com FC > 120 bpm Refluxo hepatojugular Cardiomegalia na radiografia Terceira bulha - B3 Classificações FRAÇÃO DE EJEÇÃO Avalia a fração de ejeção do ventrículo esquerdo → fração do volume diastólico final !é#$%& ($(%ó*$+& ,&*-./ 0$1(%ó*$+& 2$31* → Preservada: FEVE ≥ 50% → Intermediária: FEVE 40-49% → Reduzida < 40% Importante para diagnóstico, definição de tratamento e na classificação de IC diastólica ou sistólica GRAVIDADE DOS SINTOMAS New York Heart Association (NYHA) – grau de tolerÂncia ao exercício Classe Definição Descrição I Ausência de sintomas Assintomático II Atividades físicas habituais causam sintomas – limitação leve Sintomas leves III Atividades físicas menos intensas que as habituais causam sintomas. Limitação importante, porém confortável no repouso Sintomas moderados IV Incapacidade para realizar qualquer atividade sem apresentar desconforto. Sintomas no repouso Sintomas graves TEMPO DE PROGRESSÃO Inclui desde o paciente com risco de desenvolver IC, cuja abordagem deve ser feita no sentido de previnir seu desenvolvimento, quanto ao paciente em estágio avançado, que requer terapias específicas, como transplante cardíaco e/ou dispositivos de assistência ventricular. Acompanhamento da história natural da doença. EstágioDescrição Abordagens possíveis A Risco de desenvolver IC. Sem doença estrutural ou sintomas de IC Controle de fatores de risco B Doença estrutural cardíaca presente. Sem sintomas de IC Considerar IECA, betabloqueador e antagonistas mineralacorticoides C Doença estrutural cardíaca presente. Sintomas prévios ou atuais de IC Tratamento clínico otimizado Medidas adicionais D Ic refratária ao tratamento clínico. Requer intervenção especializada. Todas as medidas acima Considerar transplante cardíaco e dispositivo de assistência ventricular PERFIL HEMODINÂMICO Utilizada em casos de IC descompensada Úmidos: pacientes com sinais e sintomas de congestão Secos: ausência de sinais e sintomas Frios: sinais de baixo débito Quentes: perfusão periférica normal Exame fisico Marca registrada: acúmulo de líquido ou de volume Sinais típicos de sobrecarga de volume 1. Estretores pulmonares decorrentes do acúmulo de líquido no insterstício e alvéolos pulmonares 2. Macicez nas bases dos pulmões compatíveis com derrame pleural 3. Distensão venosa jugular 4. Edema, ascite e hepatomegalia 5. Sopro sistólico de regurgitação mitral 6. 3ª bulha IMPORTANTE! Sinais de IC avançada • Sinal da perfusão periférica • Pulso alternante • Pulso de amplitude baixa Tratamento A ICC tem caráter progressivo e inicia antes de os sinais e sintomas se tornarem evidentes Objetivos do tratamento farmacológico • Melhorar a função sistólica ventricular • Aliviar os sintomas • Regular as alterações neuro-hormonais da IC • Reduzir fenômeno de remodelamento ventricular • Minimizar complicações – tromboembolismo e arritmias Mudanças comportamentais • Reduzir a ingesta hídrica • Reduzir ingesta de sal • Cessação do tabagismo e etilismo • Tratamento da obesidade • Vacina – influenza e pneumococos Medicamentos que aumentam sobrevida • IECA : inibidores de enzima conversora de angiotensina EX: enalapril • BRA: bloqueadores dos receptores de angiotensinaBeta-bloqueadores – pacientes com disfunção sistólica • Antagonistas da aldosterona • Hidralazina • Nitratos Medicamentos para o alívio dos sintomas • Diuréticos tiazídicos Menos eficientes que os de alça. São usados como forma de intensificar o efeito dos de alça em pacientes que não tiverem resultados. • Diuréticos de alça Ex: furosemida – alívio do quadro de congestão • Drogas vasoativas • Digitálicos Achados semiológicos INSPEÇÃO Pulso venoso jugular dilatado → elevação da pressão venosa central INSPEÇÃO E PALPAÇÃO DO ICTUS CORDIS • Desviado lateralmente além da linha meioclavicular e é pouco impulsivo • B3 palpável AUSCULTA B3 e galope de B3 – aumento da pressão diastólica final de VE SINAIS PERIFÉRICOS Baixo débito cardíaco e vasoconstrição reflexa • Redução do débito cardíaco • Extremidades frias e pegajosas • Extremidades podem estar cianóticas • Aumento do tempo de enchimento capilar Estenose Valvares Estenose = dificuldade na abertura da válvulas Estenose mitral DEFINIÇÃO A valva mitral é responsável pelo controle da passagem do sangue do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo. Portanto, a estenose mitral ocorre quando há um estreitamento da valva mitral restringindo o fluxo sanguíneo adequado do átrio ao ventrículo esquerdo. Com isso, há formação de um gradiente de pressão diastólica entre AE eVE. EPIDEMIOLOGIA • Mulheres 2/3 • 40-50 anos • Febre reumática PRINCIPAIS CAUSAS • Febre reumática – 95% • Estenose mitral congênita • Doenças infiltrativas – mucopolissacaridoses • Lúpus eritematoso sistêmico • Artrite reumatoide • Endorcadite infecciosa • Síndrome carcinoide – tumores neuroendócrinos PRINCIPAIS ACHADO ANATOMOPATOLÓGICOS • Espessamento dos folhetos valvares • Áreas de calcificação • Fusão comissural • Encurtamento de cordoalhas FISIOPATOLOGIA Fisiologia Patologia O espessamento dos folhetos valvares reduz o espaço disponível para a passagem sanguínea, com isso, é gerado um gradiente pressórico entre o átrio e o ventrículo esquerdo. A elevação da pressão no átrio esquerdo impulsiona o sangue em um fluxo retrógrado, ou seja, ao invés de seguir totalmente para o ventrículo esquerdo, uma porção retorna para o leito vascular pulmonar. Dessa forma, há uma elevação passiva da pressão pulmonar, ocasionando dispineia. Com o passar do anos, na presença de estenose, essa pressão existente no pulmão, terá efeitos no lado direito e, por isso, haverá sintomas de congestão sistêmica. Até que em um momento, mais tardio, a constante presença de alta pressão pulmonar leva ao remodelamento das arteríolas pulmonares irreversível, em que há fibrose tecidual e o processo torna-se ativo. Diante disso, pode haver congestão local, edema intersticial, hipertensão pulmonar com desenvolvimento progressivo de sintomas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Dispneia aos esforços- maior trabalho dos músculos respiratórios • Fadiga • Ortopneia • DNP • Edema Agudo de Pulmão – EAP Taquicardia – a frequência cardíaca muito elevada leva ao acúmulo de sangue no átrio, uma vez que há menor tempo para passagem do sangue. Com a presença de estenose mitral, esse fator é agravado e a transferência para a circulação pulmonar é maior • Palpitações • Rouquidão – Síndrome de Ortner Compressão do nervo laríngeo devido ao tamanho aumentado do átrio. • Hemoptise Devido ao EAP e consequente ruptura das anastomoses das pequenas veias brônquicas. ACHADOS SEMIOLÓGICOS Inspeção e palpação do ictus cordis Estenose mitral pura = VE é poupado – não modifica o ictus Ausculta • Sopro ruflar diastólico com reforço pré-sistólico ( sangue ejetado na contração atrial) • Melhor audível em foco mitral, principalmente em decúbito lateral esquerdo, com irradiação para axila • B1 = HIPERfonética → rigidez dos folhetos • B2 = inicial normal → hiperfonética (perda do desdobramento – ouvido de melhor forma na base do coração) • Sopro diastólico: rude – ouvido no ápice (quanto maior a duração, maior a gravidade- gradiente de pressão atrioventricular) Estenose Aortica DEFINIÇÃO Obstrução da via de saída do VE pela calcificação das estruturas valvares, associada ou não à fusão das cúspides da valva aórtica. PRINCIPAIS CAUSAS • EAo congênita • EAo degenerativa: > 70 anos o Calcificação de uma valva aótica bicúspide o Calcificação de uma valva aórtica tricúspide • Febre reumática: associada à mitral FISIOPATOLOGIA Fisiologia Durante a sístole, em um contexto sadio, não há gradiente de pressão entre VE e a Aorta, havendo pressões muito próximas. Patologia Na presença de uma estenose aórtica, há aumento da pressão dentro do VE, visto que há necessidade dele vencer a força de resistência gerada pela estenose para impulsionar o sangue para a aorta e a grande circulação, e como consequência a hipertrofia das paredes dessa câmera. Inicialmente, cursa com um hipertrofia concêntrica que pode evoluir para uma hipertrofia excêntricas com o passar dos anos. O aumento de pressão é transferido para o átrio esquerdo e para o pulmão. A longo prazo, o aumento de pressão pulmonar pode provocar aumento da pressão no lado direito, e por consequência uma hipertrofia. Disfunção contrátil – insuficiência sistólica Manobra de Hand Grip e Gallavirdin Em um paciente portador de EAo, ao ser ouvido um sopro em foco mitral, realiza-se a manobra de Hand-Grip, para exclusão de uma insuficiência mitral concomitante. Hand Grip: solicita-se ao paciente apertar a mão do examinador ou a própria mão com força, de modo a aumentar a resistência vascular sistêmica e a pós-carga, o que dificulta ainda mais a saída de sangue do coração esquerdo do paciente com estenose aórtica, e, portanto, reduz o sopro Caso a ausculta do sopro seja reduzida estamos diantede um fenômeno de Gallavardin. sopro de EAo que é refletido no foco mitral chamado de fenômeno de Gallavardin. Marcadores de mau prognóstico • Desenvolvimento de sintomas • Presença de fibrilação atrial • Hipertensão pulmonar Déficit no relaxamento normal – insuficiência diastólica MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Dispneia aos esforços • Tríade clássica (prognóstico) o Angina (5 anos)- Hipertrofia – oferta menor que a demanda o Síncope (3 anos) - Baixo débito cardíaco o Insuficiência Cardíaca (2 anos) - Esquerda: dispneia/ ortopneia - Direita: Tj, edema de MMII • Sangramento gastrointestinal (cólon direito) ACHADOS SEMIOLÓGICOS Inspeção e palpação do Ictus Cordis • Impulsivo – desviado lateralmente caso haja hipertrofia miocárdica (tardio) • B4 pode ser palpável Ausculta Características do sopro • Mesositólico • Ejetivo • Morfologia em diamante – crescendo e decrescendo Características sonoras • Rude, granuloso • Melhor audível em foco aórtico e aórtico acessório – principalmente com o tórax inclinado para frente • Diminui com a realização da manobra de Hand Grip e com a posição ereta → aumentam a pós carga dificultando a asída do sangue do VE • Quanto maior a gravidade da estenose maior a duração do sopro - mais tempo gasto para ejeção do volume sistólico • B2 hipofonética – fechamento das válvulas aórtica e pulmonar = desdobramento paradoxal de B2 Sinais periféricos • Pulso periférico: parvus e tardus A dificuldade ao fluxo de saída de sangue faz com que o pulso seja de menor amplitude e maior duração. • Pressão convergente – diferença de PAS e PAD < 30 mmHg → dificuldade de asída de sangue pelo VE reduz a pressão sistólica HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA A estenose aórtica progride mais rapidamente à medida que a gravidade aumenta, mas a grande variabilidade nas taxas de progressão requer vigilância regular, particularmente em pacientes idosos sedentários. Nesses pacientes, o fluxo pode estar significativamente comprometido sem sintomas precipitantes. Pacientes assintomáticos com EA grave e função sistólica normal devem ser reavaliados a cada 6 meses porque 3 a 6% deles desenvolverão sintomas ou piora da FEVE a cada ano. O risco da cirurgia supera o benefício de sobrevida em pacientes assintomáticos, mas, com o início dos sintomas, a taxa média de sobrevida cai para 2 a 3 anos, e substituição valvar imediata é indicada para aliviar os sintomas e melhorar a sobrevida. O risco da cirurgia aumenta para os pacientes que necessitam de revascularização miocárdica e para aqueles com disfunção sistólica VE. Em pacientes com EA grave, cerca de 50% das mortes ocorrem de maneira súbita, e esses pacientes devem ser aconselhados a limitar esforços físicos. Manobra de Rivero Carvalho Solicita-se que o paciente respire fundo e em seguida prensa a respiração. A respiração profunda aumenta o retorno venoso para o lado direito do coração, com isso, atrasa o fechamento da válvula pulmonar. Dessa forma, em pacientes com a presença de estenose aórtica, caso haja o desdobramento paradoxal de B2, tendem durante a manobra, tendem a desaparecer com essa diferença. Síndrome Definição Etiologia Quadro Clinico Apresentação clínica Insuficiência aórtica Incapacidade de fechamento das sigmoides aórtica, o que permite refluxo de carta quantidade de sangue para o VE durante a diástole. • Comprometimento de valva mitral • Dilatação da aorta • HAS • Dissecção de aorta • Sífilis terciária • Doenças reumáticas • Aneurisma • Dispneia • Angina • Ortopneia • Dispineia paroxística noturna • Congestão sistêmica: edema de MMII e estase de jugular • Ictus cordis deslocado ↓E (dilatação e hipertrofia de VE) • Sopro diastólico aspirativo (foco Ao ou Aoacessório) c/ irradiação p/ ponta do coração Sinais periféricos • Pulso digital e pulso capilar • Sinal de Musset: oscilação da cabeça síncrona com cada batimento cardíaco. • Dança das artérias: pulsação visível das carótidas • Sinal de Minervini: pulsação na base da língua • Sinal de Mayne: queda de ≥15mmHG na Pad quando o braço atrás da cabeça • Sinal de Duroziez: sopro sistólico à compressão distal da artéria femoral • Sinal de Muller: pulsação sistólica na úvula • Pulso em martelo d’agua: ↑ amplitude de pulso, distensão aguda e também rápido esvaziamento. • Sinal de Hill: PA de MMII ≥20mmHg à PA de MMSS • Pistol-shot ou sinal de Traube: ruído súbito de alta frequência, audível na artéria femoral Insuficiência mitral Fechamento incompleto da valva mitral com refluxo de sangue para AE durante a sístole ventricular. • Doença reumática • Prolapso mitral • IAM • Cardiomiopatias com grande dilatação do VE Prolapso mitral Assintomáticos IM grave • Dispneia • Ortopneia IM por dilatação do átrio • Arritmia • Congestão sistêmica • Hipertrofia de VD • Sopro holossistólico de alta frequência – audível na área tricúspide, que aumentam com inspiração profunda (manobra de Rivero-Carvallo) • Grave – pode ocorrer pulsação hepática sistólica Insuficiência de tricúspide Fechamento incompleto da valva tricúspide, com regurgitação de sangue para o AD durante a sístole ventricular. Orgânica Associada a estenose tricúspide Funcional Consequência da dilatação do VD devido à hipertensão pulmonar Estenose aórtica Obstrução da via de saída do VE pela calcificação das estruturas valvares, associada ou não à fusão das cúspides da valva aórtica • EAo congênita • EAo degenerativa: > 70 anos o Calcificação de uma valva aótica bicúspide o Calcificação de uma valva aórtica tricúspide o Febre reumática: associada à mitral • Dispneia aos esforços • Tríade clássica (prognóstico) o Angina (5 anos)- Hipertrofia – oferta menor que a demanda o Síncope (3 anos) - Baixo débito cardíaco o Insuficiência Cardíaca (2 anos) → Esquerda: dispneia/ ortopneia → Direita: Tj, edema de MMII • Sangramento gastrointestinal (cólon direito) Ictus Cordis • Impulsivo: desviado lateralmente • B4 palpável Sopro mesosistólico ejetivo em diamante – crescendo e decrescendo Características sonoras • Rude, granuloso • Melhor audível em foco aórtico e aórtico acessório – principalmente com o tórax inclinado para frente • Diminui com a realização da manobra de Hand Grip e com a posição ereta → aumentam a pós carga dificultando a asída do sangue do VE • Quanto maior a gravidade da estenose maior a duração do sopro - mais tempo gasto para ejeção do volume sistólico • B2 hipofonética – fechamento das válvulas aórtica e pulmonar = desdobramento paradoxal de B2 Sinais periféricos • Pulso parvus tardus: ↓ amplitude ↑ duração • Pressão convergente: Estenose mitral Estreitamento da valva mitral restringindo o fluxo sanguíneo adequado do AE→VE • Febre reumática – 95% • Estenose mitral congênita • Doenças infiltrativas – mucopolissacaridoses • Lúpus eritematoso sistêmico • Artrite reumatoide • Endorcadite infecciosa • Síndrome carcinoide – tumores neuroendócrinos • Dispneia aos esforços • Fadiga • Ortopneia • DPN • EAP • Palpitações • Rouquidão – Síndrome de Ortner • Hemoptise Marcadores mau prognóstico • Desenvolvimento de sintomas • Presença de fibrilação atrial • Hipertensão pulmonar • Sopro holossistólico regurgitativo: sopro ruflar diastólico com reforço pré- sistólico, melhor audível em foco mitral, principalmente em decúbito lateral esquerdo com irradiação para axila • Melhor audível em foco mitral, principalmente em decúbito lateral esquerdo, com irradiação para axila • B1 = HIPERfonética → rigidez dos folhetos • B2 = inicial normal → hiperfonética (perda do desdobramento – ouvido de melhor forma na base do coração) • Sopro diastólico: rude – ouvido no ápice (quanto maior a duração, maior a gravidade- gradiente de pressão atrioventricular)
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