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Fundamentos de Psicologia - Inteligencia Emocional_Semana_Final

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79
“As pessoas esquecerão o que você disser, as pessoas esquecerão o que 
você fez. Mas elas nunca esquecerão como você as fez sentir.”
Carl W. Buehner
As Emoções
CAPÍTULO 4
Apostila de Metodologia e Sessões 80
As emoções 
O estudo das emoções é fundamental para nossa sobrevivência enquanto seres humanos. Se não 
mantivermos nossas emoções bem estruturadas, nossas chances de sobrevivência fi carão bem reduzidas.
O sistema límbico é responsável pelas emoções e sentimentos: quando recebe um estímulo sen-
sitivo (audição, paladar, visão ou olfato), envia essas “informações” para o tálamo e hipotálamo que 
elabora respostas aos estímulos através do sistema endócrino e do sistema nervoso autônomo. Au-
tomaticamente produzem respostas, ativando esses sistemas, e então temos um estado, que são as 
emoções e os sentimentos manifestados. Sistema límbico é o nome dado às estruturas cerebrais que 
coordenam o comportamento emocional e os impulsos motivacionais, e é formado por diversas estru-
turas localizadas na base do cérebro.
A palavra emoção vem do latim emovere: o e signifi ca externo, enquanto movere signifi ca movimen-
to. Ou seja, toda emoção existe para gerar movimento.
O estudo das emoções 
A primeira teoria sobre as emoções surge no século XIX, em 1872, quando Darwin dedicou-se ao 
estudo das emoções, tanto no homem como nos animais, chegando à conclusão de que as emoções 
ou sua expressão era algo inato a ambos. A fi m de reforçar a ideia que já tinha de uma origem comum, 
levantou a questão da utilidade da expressão das emoções para a sobrevivência dos indivíduos. Darwin 
identifi cou seis emoções inatas ou universais – alegria, tristeza, surpresa, cólera, desgosto e medo, que 
serviriam como uma ferramenta para ajudar o indivíduo e sua comunidade a sobreviver (por meio da 
observação dos sinais emitidos pela expressão das emoções).
No fi nal do século XIX surgiu a primeira teoria das emoções, desenvolvida pelo psicólogo americano 
William James e pelo dinamarquês Carl Lange. Trabalhando de forma independente, os dois pesqui-
sadores postularam que a característica central das emoções, ou seja, de nossa experiência subjetiva 
particular, está relacionada aos processos fi siológicos (NEWEN, 2009, p. 38).
Segundo Newen, na teoria James-Lange, as emoções são o resultado de estados fi siológicos de-
sencadeados por estímulos ou situações ambientais externas. Eles postulam que não choramos por-
que estamos tristes, mas fi camos tristes porque choramos. Uma pessoa sente medo porque seu corpo 
respondeu com determinadas reações fi siológicas a uma situação. A percepção do estado de nosso 
próprio corpo é simplesmente aquilo que experimentamos quando esse estado se altera por aconteci-
mentos do meio ambiente (2009).
Resumindo, perante uma situação de emergência, primeiro o homem reage e foge, e é por fugir que 
sente medo. De acordo com William James, o que diferencia as emoções é que cada uma delas está 
relacionada a transformações corporais. Esta teoria é conhecida como teoria de James-Lange, porque 
essa mesma teoria era defendida por Carl Lange.
James declarava que, quando um indivíduo é afetado por um estímulo, sofre alterações fi siológicas 
perturbadoras, como falta de ar, palpitações, angústia etc. O reconhecimento desses sintomas é que 
vai gerar emoção no indivíduo.
A teoria de James-Lange recebeu críticas do fi siologista Walter Cannon, que em 1927 propôs uma 
teoria alternativa, baseando-se nas investigações de Philip Bard. De acordo a teoria de Cannon-Bard, 
as emoções têm origem no cérebro, ocorrem ao mesmo tempo que as reações fi siológicas, mas não 
são causadas por estas. Segundo essa teoria, os estímulos emocionais têm dois efeitos excitatórios 
independentes: provocam o sentimento da emoção no cérebro, bem como a expressão da emoção no 
sistema nervoso autônomo e somático. Tanto a emoção como a reação a um estímulo seriam simultâ-
neos. Assim, em uma situação de perigo, perante um estímulo ameaçador, primeiro o indivíduo sente 
medo e depois tem a reação física, fugindo.
 81
Segundo Ballone, “os neurofi siologistas Walter Cannon e Philip Bard formularam teorias sobre a 
importância das estruturas subcorticais na mediação entre as emoções e o resto do organismo. Pesqui-
sando em gatos, eles observaram respostas emocionais integradas mesmo quando o córtex cerebral 
desses animais era removido, entretanto, não ocorriam respostas quando o hipotálamo, que é uma 
estrutura subcortical, era removido” (2005).
As teorias cognitivistas afi rmam que os processos cognitivos, como as percepções, recordações e 
aprendizagens, são fundamentais para perceber as emoções. Uma situação provoca uma reação fi sio-
lógica e procuramos identifi car a razão (compreender) dessa excitação fi siológica de modo a nomear a 
emoção que lhe corresponde.
Myers diz que: “A maioria dos psicólogos acredita hoje que a nossa cognição constitui um ingre-
diente essencial da emoção. Um desses teóricos é Stanley Schachter, que propôs uma teoria dos dois 
fatores, em que as emoções possuem dois ingredientes: excitação física e um rótulo cognitivo. Scha-
chter presumiu que nossa experiência da emoção cresce a partir de nossa consciência da excitação 
do corpo. Como Cannon e Bard, Schachter também achava que as emoções são fi siologicamente si-
milares. Assim, em sua opinião, uma experiência emocional exige uma interpretação consciente da 
excitação” (1999, p. 292).
Essa teoria é denominada Teoria Bifatorial de Schachter-Singer, que, resumindo, diz que as emoções 
produzem estados internos de excitação e nós procuramos no mundo exterior uma explicação para isso.
Defi nições de emoção 
Como a emoção pode ser entendida?
O psicólogo Amando da Costa Pinto defende: “A emoção é uma experiência subjetiva que envolve 
a pessoa toda, a mente e o corpo. É uma reação complexa desencadeada por um estímulo ou pen-
samento e envolve reações orgânicas e sensações pessoais. É uma resposta que envolve diferentes 
componentes, nomeadamente uma reação observável, uma excitação fi siológica, uma interpretação 
cognitiva e uma experiência subjetiva” (2001).
Goleman disse: “Quanto a mim, interpreto emoção como referindo-se a um sentimento e aos 
raciocínios daí derivados, estados psicológicos e biológicos, e o leque de propensões para a 
ação. Há centenas de emoções, incluindo respectivas combinações, variações, mutações e tona-
lidades” (1997).
Uma defi nição de emoção, em uma simplifi cação do processo neurobiológico, conforme Damásio 
diz, consiste em uma variação psíquica e física, desencadeada por um estímulo, subjetivamente expe-
rimentada e automática e que coloca em um estado de resposta ao estímulo, ou seja, as emoções são 
um meio natural de avaliar o ambiente que nos rodeia e de reagir de forma adaptativa (2000).
Para Rodrigo Fonseca, “as emoções são um conjunto de respostas químicas, disparadas por 
estímulos internos ou externos, baseadas na ativação de Programas Emocionais, que gatilham neuro-
hormônios, para gerar ação ou movimento no ser humano” (2017).
As funções das emoções 
Para Damásio, a emoção tem duas funções biológicas: a primeira produz uma reação específi ca para 
a situação indutora e a segunda função é de homeostase, regulando o estado interno do organismo, 
visando a uma reação específi ca. Ou seja, as emoções são a forma que a natureza encontrou para pro-
porcionar aos organismos comportamentos rápidos e efi cazes orientados para sua sobrevivência.
De acordo com Newen, as emoções cumprem funções de grande importância. Podemos citar qua-
tro delas: nos prepara e nos motiva para ações; nos possibilita avaliar os estímulos do ambiente de 
Apostila de Metodologia e Sessões 82
maneira extremamente rápida, ajudando no controle das relações sociais; são formas de expressão 
típicas que indicam aos outros as próprias intenções (quando alguém sorri para nós, automaticamente 
supomos que tem uma postura amigável) (2009).
Segundo Daniel Goleman, “cada tipo de emoção que vivenciamos nospredispõe para uma ação 
imediata; cada uma sinaliza para uma direção que, nos recorrentes desafi os enfrentados pelo ser hu-
mano ao longo da vida, provou ser a mais acertada. À medida que, ao longo da evolução humana, 
situações desse tipo foram se repetindo, a importância do repertório emocional utilizado para garantir 
a sobrevivência da nossa espécie foi atestada pelo fato de esse repertório ter fi cado gravado no sistema 
nervoso humano como inclinações inatas e automáticas do coração”. 
Rodrigo Fonseca diz que “A principal função das emoções é gerar respostas e comportamentos 
poderosos e rápidos, que garantam a sobrevivência do ser humano diante de um estímulo externo, seja 
para proteger ou impulsioná-lo a realizar algo”.
Emoções e sentimentos 
Segundo Damásio, o que distingue essencialmente sentimento de emoção é: enquanto o primeiro 
é orientada para o interior, a segunda é eminentemente exterior; ou seja, o indivíduo experimenta a 
emoção, da qual surge um “efeito” interno, o sentimento. Os sentimentos são gerados por emoções 
e sentir emoções signifi ca ter sentimentos. Na relação emoção-sentimento, Damásio diz ainda que, 
apesar de alguns sentimentos estarem relacionados com as emoções, existem muitas que não estão, 
ou seja, todas as emoções originam sentimentos, se estivermos atentos, mas nem todos os sentimentos 
provêm de emoções (2000).
Para Rodrigo Fonseca, “As emoções são primárias, assim como as cores, e a combinação entre elas 
gera diversos sentimentos” (2017).
As emoções básicas 
As emoções básicas do ser humano são medo, raiva, tristeza, alegria e amor. Elas são geradas e 
desenvolvidas ainda na vida intrauterina. É cientifi camente comprovado que os sentimentos, pensa-
mentos e emoções dos pais são transferidos para o bebê durante a gestação. Entenda como as emo-
ções agem de forma automática e inconsciente em nossas vidas:
• Medo: mecanismo de proteção contra perigos reais ou criados pelo cérebro emocional.
• Raiva: energia de movimento que impulsiona o indivíduo a agir para superar as difi culdades ou de-
safi os de forma construtiva ou destrutiva.
• Tristeza: sinaliza alguma perda ou algo que já não faz mais sentido na vida e permite a descoberta 
de novas fontes de felicidade.
• Alegria: o que as pessoas mais buscam, funcionando como um combustível que nos ajuda a superar 
as difi culdades da vida e desejar viver.
• Amor: o que faz superar e equilibrar todas as outras emoções: medo, raiva, tristeza e alegria.
Tipos de estado emocional 
Uma única emoção pode gerar diversos tipos de reação, que podem ser positivas ou negativas. O 
cérebro tem uma estrutura chamada sistema límbico, que é responsável pelas emoções e sentimentos. 
Quando recebe um estímulo, o sistema límbico envia mensagens para o cérebro, produzindo respostas 
e criando um estado emocional.
 83
Os dois principais tipos de estado emocional são:
• Estado emocional positivo: emoções e sentimentos positivos (como alegria, gratidão e amor) tra-
zem respostas de prazer que impulsionam e motivam o indivíduo, gerando uma grande quantidade 
de dopamina, serotonina e endorfi na.
• Estado emocional negativo: emoções e sentimentos negativos (como medo, raiva, tristeza, inveja 
ou culpa) trazem respostas que paralisam ou instigam a fuga ou o ataque, resultando na produção 
de adrenalina e cortisol.
Quanto mais frequente for a realização de um estímulo, mais habituado o organismo se tornará a 
determinada substâncias, deixando o organismo “viciado” em determinada emoção.
O Ciclo das emoções
Apostila de Metodologia e Sessões 84
 85
As emoções básicas: medo, raiva, tristeza, alegria e amor 
Medo 
“A única diferença entre o Medo e a Coragem é a AÇÃO.”
Rodrigo Fonseca
Desde os primórdios da humanidade, o medo fez com que o ser humano desenvolvesse milhares 
de estratégias para se preservar. O homem das cavernas evoluiu para o homem moderno porque criou 
recursos para se proteger dos perigos que o ameaçavam.
Diferentemente dos dias de hoje, o homem primitivo precisava vencer o medo dia após dia para 
manter seu estômago cheio e garantir recursos que o protegessem do frio, da chuva e do sol. O medo 
tem, desde então, gerado o poder criativo para o desenvolvimento de toda a humanidade.
Embora muitas pessoas insistam em não assumir o medo como parte de suas emoções, acreditando 
ser negativo, é justamente ele que vem garantindo a preservação de toda a vida do planeta, pois faz 
parte do instinto humano e animal. Como meio de preservação, o medo existe para que possamos agir 
– enfrentar, fugir ou paralisar – diante de uma situação de risco. Sem medo, não nos importaríamos com 
as situações de perigo – viveríamos como verdadeiros robôs ou em constante risco de morte.
O que aprendemos sobre o medo 
Aprendemos que sentir medo é para os fracos, que é preciso ser forte e corajoso. Com isso, repri-
mimos essa emoção vital e, quanto mais reprimimos, mais ela se torna poderosa. 
Quando negamos o medo, ele produz uma energia que não se dissipa ou se transforma em ação, 
desencadeando doenças físicas e/ou emocionais. Por isso encontramos tantos homens e mulheres 
vivendo uma vida repleta de dores e doenças hoje em dia.
Não existe, nem nunca existiu no mundo, homens corajosos ou mulheres corajosas, e sim pessoas 
que sentiram muito medo e o transformaram em ação!
A função do medo 
O medo ajuda a liberar a energia vital que todo ser humano possui e, assim, desenvolvemos a cria-
tividade. Em situações de risco ou pressão, ele dispara o que temos de melhor para permanecermos 
vivos e gera uma intensa força que nos faz agir instintivamente para preservar a vida. Nessas circunstân-
cias, a mensagem do nosso cérebro emocional é: ou eu faço agora ou morro! E, para nos mantermos 
vivos, somos capazes de usar um potencial que pode, até então, ser desconhecido e nos surpreender.
Por outro lado, permitir que ele nos domine pode gerar consequências devastadoras no nosso cor-
po e vida. É necessário ter equilíbrio. O extremo, seja por excesso ou falta de medo, não é saudável.
O corpo e o cérebro no medo 
No medo, o sangue corre para os músculos, como os das pernas, facilitando a fuga; o rosto fi ca 
branco, já que o sangue lhe é subtraído (daí se dizer que alguém fi cou “pálido de medo”). Ao mesmo 
tempo, o corpo imobiliza-se, ainda que por um breve momento, talvez para permitir que a pessoa con-
sidere a possibilidade de, em vez de atacar, fugir e se esconder. 
Apostila de Metodologia e Sessões 86
As amígdalas são os principais centros do medo no cérebro humano e de outros mamíferos. Em ge-
ral, elas entram em intensa atividade em resposta a estímulos potencialmente ameaçadores. Circuitos 
existentes nos centros emocionais do cérebro disparam a torrente de hormônios que põe o corpo em 
alerta geral, tornando-o inquieto e pronto para agir. A atenção se fi xa na ameaça imediata, para melhor 
calcular a resposta a ser dada.
Quando um organismo experimenta repetidamente um estímulo que de início parece assustador, 
mas acaba se revelando benigno, como o estouro de um balão, a região cerebral chamada córtex pré-
frontal inibe a atividade das amígdalas.
Mas em casos de repetidas apresentações de uma ameaça real, ou em pessoas com ansiedade 
que continuamente percebem um estímulo como ameaçador, a atividade das amígdalas não cessa e 
memórias de medo se formam mais facilmente, criando uma superestimulação da amígdala, também 
conhecida como ataque de pânico.
Dependendo de como essa emoção é expressada, ela pode ser a principal responsável por desco-
bertas e empreendimentos notáveis. Porém, somente mudamos o rumo e atingimos um novo nível de 
satisfação e reconhecimento quando temos consciência de quais são os nossos medos e decidimos 
agir “com” eles, em vez de esperarmos que eles passem, apenas pensando... pensando... e pensando.
A origem do medo 
Em seu livro Emoções - A Inteligência Emocional na Prática, Rodrigo Fonseca afi rma que a primeira 
emoção sentida por um ser humano é o medo, quando a pessoaainda está no útero materno. 
Ao sentir as emoções da mãe, o bebê se sente culpado, gerando automaticamente o medo de ser 
rejeitado – de não ser aceito ou amado por ela. A partir dessa experiência-raiz, cada pessoa desenvolve 
um programa emocional para se proteger da possibilidade de ser rejeitado. Por isso, podemos concluir 
que o medo é a raiz de 95% de todos os Programas Emocionais negativos que temos registrado em 
nosso cérebro emocional.
Rodrigo Fonseca afi rma que: “Um dos mais fortes sentimentos do ser humano é o medo da rejeição. 
A possibilidade de não atender ou superar a expectativa das pessoas dispara o nosso maior medo: o de 
ser rejeitado ou criticado. Esse processo tem origem na gestação: é cientifi camente comprovado que 
os pensamentos, emoções e comportamentos dos pais são transferidos para o bebê durante a gesta-
ção e, assim, os medos manifestados na fase adulta são gerados ainda no útero materno”.
Além do medo da rejeição, todos os outros medos sentidos pela mãe durante a gravidez são passados 
para o bebê: o medo de não dar conta da responsabilidade, a preocupação com o próprio corpo e com 
a saúde do bebê, o medo de desestabilizar a relação com o marido, o medo da nova rotina e até o medo 
do parto. O bebê não tem capacidade de compreender os signifi cados desses medos, e acaba registrando 
a emoção como se fosse dele ou sentindo-se culpado por tudo o que está gerando na vida de seus pais.
Medo de ser rejeitado = medo de não ser amado, medo de não ser aceito, medo de ser criti-
cado ou humilhado, medo de ser abandonado.
Medos conscientes e inconscientes 
Rodrigo Fonseca fala sobre a existência de dois tipos de medo: os medos conscientes (reais), que 
nos protegem dos perigos, e os medos inconscientes ou emocionais (irreais), que são criados pela men-
te (do passado) e impedem que o indivíduo explore todo seu potencial no presente.
O medo surge diante de uma possível ameaça, real ou interpretada e, quando se manifesta, o orga-
nismo se prepara para uma possível reação. Há, então, a ativação do sistema simpático (“acelerador do 
corpo”) e a liberação de determinados hormônios, que causam aceleração dos batimentos cardíacos, 
ressecamento dos lábios e contrações musculares involuntárias.
 87
Medos reais e medos emocionais 
Medos conscientes/reais 
Os medos reais estão associados a situações que oferecem riscos reais - como o medo de se machucar 
ao saltar de paraquedas ou o medo de ser demitido após expor suas opiniões pessoais na empresa.
Esses medos são agentes protetores, pois, quando se manifestam, o organismo se prepara para 
uma possível reação. Os medos reais são concretos no risco oferecido e não são capazes de interferir 
no sentimento de capacidade individual. São esses medos que nos fazem reagir diante do perigo.
Medos inconscientes/emocionais 
Os medos emocionais dizem respeito ao temor de passar por alguma situação que possa provocar 
prejuízos emocionais pré-gravados no nosso cérebro emocional, como fracasso, frustração, critica ou 
abandono, ou seja: o medo de ser rejeitado.
Um exemplo de situação no qual o medo emocional atua pode ser encontrado em pessoas que se 
sentem insatisfeitas em seus relacionamentos amorosos, mas insistem nessa relação que já não traz 
felicidade, simplesmente porque têm medo da solidão.
Os medos emocionais despertam insegurança, e geralmente estão relacionados a um sentimento 
de incapacidade, inferioridade e não merecimento. Esse tipo de medo é capaz de paralisar a vida do 
indivíduo, que passa a perder oportunidades, desistir de sonhos e afastar pessoas importantes por 
medo de não ser aceito.
RAIVA
O coração acelera, os dentes cerram, o rosto fi ca vermelho e temos vontade de gritar, ou até mes-
mo de pular no pescoço do outro. Isso é a raiva em movimento no nosso corpo. Na raiva, o sangue fl ui 
para as mãos, tornando mais fácil golpear o inimigo; os batimentos cardíacos aceleram-se e uma onda 
de hormônios, como a adrenalina, entre outros, gera uma pulsação, energia sufi cientemente forte para 
uma atuação vigorosa.
Você já viu algum bebê fi car roxo de tanto chorar? Pois é assim que eles reagem quando não têm 
suas necessidades atendidas. A capacidade de sentir ou reagir de alguma forma a esse sentimento faz 
parte de nós desde que nascemos. Os bebês não sabem frear os impulsos e, por isso, manifestam o 
que sentem a qualquer momento.
O que aprendemos sobre a raiva 
Logo na infância, aprendemos que a raiva é uma emoção negativa e típica de pessoas mal-educadas 
e agressivas. Passamos, então, a acreditar que, se demonstrarmos nossa raiva, ninguém irá gostar de 
nós ou seremos rejeitados. Reprimimos a raiva e ela se torna ainda mais viva dentro de nós. 
Somos condicionados a não manifestar a raiva, mas na verdade deveríamos aprender como demons-
trar essas insatisfações que, quando reprimidas, podem ser manifestadas na forma de diversos distúrbios 
emocionais e físicos, como depressão, ansiedade, compulsão alimentar, insônia ou até mesmo um câncer. 
A função da raiva 
A principal função da raiva é nos impulsionar às mudanças. A raiva nos coloca em movimento para 
alterar uma situação de frustração ou de injustiça, assim como, em situações de perigo, impulsiona o 
Apostila de Metodologia e Sessões 88
ser humano a lutar e a se defender. Quando sentimos raiva por uma injustiça, é ela que nos faz estabe-
lecer limites e nos dá energia para mudar. 
Raiva construtiva 
Quando aceitamos a raiva como um sentimento natural, passamos a ter consciência de que não 
precisamos perder o controle para expressá-la, e que não precisamos machucar outras pessoas, nem a 
nós mesmos. Simplesmente aceitamos sua chegada, e com maturidade e inteligência emocional, acal-
mamos nossa emoção e a expressamos de forma consciente, ou seja, deixamos o ápice dos sintomas 
da raiva passar antes de tomar uma atitude, mas assim que começa a baixar a “onda da raiva”, temos 
de “surfá-la” e tomar atitudes, antes que passe toda a energia para a ação.
Raiva destrutiva 
Toda vez que somos dominados pela raiva, ela se manifesta por meio da agressividade, apenas para 
nos proteger de possíveis perigos e injustiças. Somos agressivos com o outro ou com nós mesmos. Isso 
porque o calor das emoções afeta signifi cativamente nossa função racional, e agimos de forma primitiva.
O cérebro na raiva 
Quando você fi ca com raiva, sua atenção se estreita e fi ca focada sobre o alvo de sua raiva. Logo 
você não pode prestar atenção em mais nada. Em rápida sucessão, neurotransmissores cerebrais adi-
cionais e hormônios (entre eles a adrenalina e noradrenalina) são liberados e desencadeiam um estado 
permanente de excitação. Agora você está pronto para atacar.
Embora seja possível que sua raiva saia do controle, o córtex pré-frontal do cérebro, localizado logo 
atrás de sua testa, pode redirecionar suas emoções. Se a amígdala dispara a emoção, o córtex pré-fron-
tal lida com o julgamento. O córtex pré-frontal esquerdo pode gerenciar suas emoções. Gerenciar sua 
raiva signifi ca aprender maneiras de ajudar seu córtex pré-frontal a obter vantagem sobre sua amígdala 
para que você possa agir, em vez de reagir à emoção da raiva.
TRISTEZA
É uma reação do organismo quando este se depara profundamente com sua fragilidade. Conviver 
com a tristeza dói: tudo se torna sem graça, a pessoa não tem ânimo para fazer nada, se afasta dos 
amigos e acaba abandonando seus sonhos. Essa emoção normalmente está relacionada a problemas 
específi cos, como a perda de um ente querido, uma desilusão amorosa, traumas, descontentamento 
profi ssional/pessoal ou algum confl ito interior que não está bem resolvido.
A tristeza é o oposto da alegria e ela rouba a energia do indivíduo. Por isso, muitas pessoas acabam 
camufl ando essa emoção, querendo que ela se afaste rapidamente. Mas as pessoas que passam por 
cima da tristeza acabam reprimindo a dor e fazendo que ela cresça ainda em seu interior.
O que aprendemos sobre a tristeza 
“Não fi que triste, vai passar”, “Levantea cabeça e pare de chorar” ou “Chorar são para pessoas 
fracas”. E, assim, vamos negando essa emoção que nos ensina a lidar com as perdas e decepções da 
vida, e ainda nos permite fi car conosco para assimilar internamente todas as mudanças que virão com 
essas perdas. Passamos por cima das nossas dores e, em muitos casos, nos sentimos culpados por nos 
sentirmos tristes, já que temos tudo na vida.
 89
A função da tristeza 
Uma das principais funções da tristeza é propiciar um ajustamento a uma perda, como a morte de 
alguém ou uma decepção signifi cativa. A tristeza acarreta uma perda de energia e de entusiasmo pelas 
atividades da vida, em particular por diversões e prazeres. Quando a tristeza é profunda, aproximando-
se da depressão, a velocidade metabólica do corpo fi ca reduzida. 
Essa introspecção causada pela tristeza cria a oportunidade para que seja lamentada uma perda ou 
frustração, para captar suas consequências para a vida e para planejar um recomeço quando a energia re-
tornar. É possível que essa perda de energia tenha tido como objetivo manter os seres humanos vulnerá-
veis em estado de tristeza para que permanecessem dentro de casa, onde estariam em maior segurança.
A maioria das pessoas depois de chorar fi ca com uma sensação de alívio. A tristeza permite-nos 
descansar, recuperar as energias e nos ajuda a deixar ir o que já perdemos, o que já acabou e abrir 
espaço para novas experiências. Após sua expressão adequada, renovamo-nos, entregando o passado 
ao passado e movemo-nos para o presente, para o “aqui e agora”, prontos e abertos para novas pos-
sibilidades em um futuro próximo.
ALEGRIA
A alegria é a emoção que todos nós buscamos e funciona como um combustível que nos ajuda a 
superar as difi culdades da vida. A alegria é uma emoção “amenizadora”. São os sentimentos positivos 
que tornam a vida agradável e contrabalançam experiências de frustração, desilusão e afetos negativos 
em geral. Este estado emocional permite a preservação do bem-estar psicológico diante dos aconte-
cimentos estressantes.
O que aprendemos sobre a alegria 
Aprendemos que não podemos expressar verdadeiramente a nossa alegria, afi nal, a inveja tem sono 
leve. Quantas coisas deixamos de comemorar e expressar por medo de perder ou de colocarem “olho 
gordo”? Por isso, vivemos em uma busca constante e nunca nos sentimos satisfeitos, afi nal, não pode-
mos expressar nossa alegria em nenhum momento ou lugar.
A função da alegria 
A sensação de alegria causa uma das principais alterações biológicas. A atividade do cérebro emo-
cional é incrementada, o que inibe sentimentos negativos e favorece o aumento da energia existente, 
silenciando aqueles que geram pensamentos de preocupação. 
Essa confi guração dá ao corpo um total relaxamento, assim como disposição e entusiasmo para a 
execução de qualquer tarefa que surja e para seguir em direção a uma grande variedade de metas.
Pessoas alegres percebem o mundo mais seguro, tomam decisões mais facilmente, rapidamente 
têm sucesso na profi ssão, são mais cooperativas, perseguem formas de vida mais saudáveis e que lhes 
deem mais satisfação.
O cérebro na alegria 
A alegria inunda nosso cérebro com dopamina e serotonina, que, além de serem hormônios do 
prazer, sintonizam os centros de aprendizado do nosso cérebro em um patamar muito mais elevado. 
Além disso, nos permitem criar e manter mais conexões neurais positivas, que são as bases dos nossos 
comportamentos.
Apostila de Metodologia e Sessões 90
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AMOR
O amor é a principal emoção que nós, seres humanos, precisamos desde o momento da nossa con-
cepção, pois é somente por meio da presença da ocitocina, também chamada “hormônio do amor”, 
que a mulher entra em trabalho de parto e pode nos trazer à vida.
Em uma pesquisa recente, foi possível relacionar o amor entre duas pessoas, uma diminuição da 
frequência cardíaca e da sensação de dor, apenas pelo ato de se abraçarem por mais de 40 segundos!
O que aprendemos sobre o amor 
Por mais que todos nós amemos nossos entes queridos, não aprendemos a comunicar nosso amor, 
ou seja, transmiti-lo ou fazê-lo chegar ao coração, corpo e mente daqueles que amamos. O amor, para 
ser sentido e produzir as profundas transformações em nossas vidas, precisa ser amplamente comuni-
cado por meio de seis principais maneiras: toque, olhar, tom de voz, atenção plena, palavras e ações.
A função do amor 
O amor está ligado diretamente ao estado da afetividade, podendo ser defi nido como uma intensa 
afeição por outra pessoa, ligado às relações sociais ou físicas; também pode ser defi nido como uma 
atração necessária para manter duas ou mais pessoas unidas ou conectadas.
O cérebro no amor 
O amor lança em nosso cérebro muita ocitocina e dopamina, hormônios relacionados com a sensa-
ção de bem-estar, e essa condição leva a uma memória muito melhor, níveis de estresse baixos e muito 
mais prazer. 
Ao mesmo tempo, estudos sugerem que pessoas que sentem mais amor acabam tendo vidas mais 
longas e contribuem enormemente para a saúde emocional, física e mental, evitando doenças como 
Alzheimer ou câncer.
Outra pesquisa mostrou, por meio de imagens de ressonância magnética, que pessoas que amam 
têm a região do córtex frontal, região responsável pelo julgamento de ações, menos ativa. Ou seja, 
fi camos menos pessimistas, críticas e céticas em relação às pessoas e ao mundo.
O amor e os sentimentos de afeição estimulam o sistema parassimpático do nosso corpo, o que se 
constitui no oposto fi siológico que mobiliza para “lutar ou fugir” que ocorre quando a emoção é de 
medo ou raiva. O padrão parassimpático, chamado de “resposta de relaxamento”, é um conjunto de 
reações que percorre todo o corpo, provocando um estado geral de calma e satisfação, facilitando a 
cooperação. 
Apostila de Metodologia e Sessões 92
Respostas emocionais 
A Inteligência Emocional é a capacidade de usar as emoções ao nosso favor e não permitir que elas 
controlem nossas vidas ou, em outras palavras, nos sabotem.
O primeiro passo é reconhecer que todas as emoções são importantes e úteis. A raiva avisa quando 
está havendo uma invasão de espaço. O medo sinaliza uma ameaça. A tristeza se manifesta quando 
ocorre uma perda. As emoções mostram que tem algo de errado, e o que faz de você uma pessoa 
emocionalmente inteligente ou não é como você lida com cada emoção e quais são as suas ações em 
relação a cada uma delas.
Pessoas que não desenvolvem a Inteligência Emocional têm respostas emocionais muito intensas, 
desproporcionais e negativas em relação aos acontecimentos. Quem não sabe como expressar cada 
emoção de forma assertiva e construtiva acaba reforçando Programas Emocionais negativos, que se 
repetem de forma inconsciente e automática.
A raiva, por exemplo, avisa que está havendo um desrespeito, uma invasão de espaço, para que 
você preserve seu lugar. Mas quando a pessoa tem acúmulos de raiva, ou muitas situações de raiva 
dentro de si, ela explode diante de qualquer evento pequeno. Ou então acumula dentro de si, fi cando 
totalmente irritada e produzindo doenças em seu corpo. Para essa pessoa que tem raivas acumuladas, 
qualquer evento pequeno se torna uma gota d´agua para transbordar e explodir, ou implodir. Depois 
ela se arrepende, mas já não há mais volta. 
O medo é uma emoção que se manifesta por meio da insegurança. O medo de errar, de receber crí-
ticas, de dizer não, de falar em público. Tudo isso tem a ver com acúmulos de medos não resolvidos, ou 
de vergonha, que é um sentimento derivado do medo. Uma pessoa tímida tem acúmulos de vergonhas 
– em eventos nos quais deveria se sentir confi ante, ela acaba tendo uma resposta emocional gigantesca.
Outro exemplo é com a tristeza. A tristeza avisa quando estamos perdendo algo ou alguém que 
amamos, ou que nos é importante. Se você perde quem ou o que gosta, você fi ca triste. Ela é útil, pois 
faz com que preservemos aquilo que amamos. Mas quando a pessoa tem um acúmulo de tristezas, 
qualquer evento pequeno a derruba,trazendo uma resposta emocional desproporcional. 
A pessoa não gostaria de ter essa emoção; ela percebe que não é uma emoção adequada, mas 
surge sem controle, porque a pessoa está prestes a transbordar. Os neurônios estão repletos dessas 
informações (neurotransmissores) e de eventos não resolvidos atuando dentro da pessoa.
Todo esse acúmulo traz fortes respostas emocionais, que criam e intensifi cam os circuitos neurais 
que formam os Programas Emocionais negativos. Ao considerarmos que nosso cérebro sempre bus-
cará o caminho que consuma o mínimo de energia, fi ca claro que a pessoa terá sempre as mesmas 
reações, pois percorrerá sempre os mesmos caminhos neurais já estabelecidos e aprendidos.
Enquanto não houver uma limpeza emocional, a pessoa continuará gerando respostas emocionais 
desproporcionais e destrutivas, reforçando ainda mais esses caminhos neurais e se tornando refém de 
suas próprias emoções.
Expressar essas emoções torna a pessoa mais leve, mais equilibrada emocionalmente e com respos-
tas emocionais equivalentes aos acontecimentos.
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A Inteligência Emocional no mundo corporativo 
A Inteligência Emocional nada mais é que a habilidade de sentir, entender e aplicar efi cazmente 
o poder e a percepção proporcionados pelas emoções para incrementar os níveis de colaboração e 
produtividade. Percebemos que atualmente as qualidades emocionais estão sendo cada vez mais exi-
gidas. Mais exigido que o QI (quociente de inteligência), o QE (quociente emocional), atualmente está 
sendo um pré-requisito cada vez mais solicitado dentro das grandes e médias corporações. Os maiores 
especialistas em análise comportamental já alertam que o mais importante nos dias de hoje não é o 
quanto se sabe, mas como usamos todas informações que temos para gerar resultados positivos para 
a empresa, clientes e colaboradores.
Estamos sendo sufocados por uma quantidade imensurável de informações. Mas o que fazer com 
todas elas? Como organizar todas essas informações para gerar resultados práticos em nossas vidas e 
dentro de nossas empresas? Quantas pessoas você conhece que são verdadeiros gênios, mas vivem na 
pobreza? Ou quantos jogadores de futebol com um talento incrível deixam de ser grandes estrelas, por 
não conseguirem lidar com as emoções que a fama desperta, e acabam chutando as mesmas câmeras 
que deveriam mostrar sua magia para o mundo?
A Era da Informação já passou há muito tempo e poucos se deram conta disso. Até poucos anos 
atrás, quem detinha a informação tinha um grande valor no mercado, ou seja, quem possuía uma gra-
duação, mestrado, especializações ou falava mais de uma língua, por exemplo, tinha seu lugar garan-
tido nas melhores empresas do mundo. Hoje, já não basta ter apenas diplomas e conhecimentos, pois 
profi ssionais com esses quesitos são encontrados aos montes no mercado. 
Nessa nova Era da Emoção, os profi ssionais mais requisitados são aqueles capazes de usar ao má-
ximo todo conhecimento que possuem, relacionam-se muito bem com todos na empresa e clientes, e, 
acima de tudo, conseguem usar cada uma de suas emoções para gerar lucro para a empresa, encantan-
do seus clientes, e ainda motivam todos ao seu lado apenas fazendo a diferença por meio de detalhes!
Quantos profi ssionais irritados, melancólicos, que só reclamam da vida estão sendo dispensados de 
muitas empresas? Por que isso está ocorrendo no mundo inteiro? Você compraria algo de alguém que 
lhe abordasse de uma forma grosseira, ou que estivesse irritado? Ou fecharia um grande contrato com 
um profi ssional que vive falando mal da própria empresa e de seus colegas? É uma tendência humana. 
O agradável é consumível. O desagradável é indigesto e amarga qualquer relação. As pessoas têm de 
somar, senão vão atrapalhar o ambiente, pois as emoções são contagiosas. Uma “fruta podre no cesto” 
é capaz de estragar todas outras que ainda estão boas.
As empresas que sabem que seu principal patrimônio são as pessoas já perceberam que seus pro-
fi ssionais são seres humanos, e que receberão interferências emocionais, tanto positivas quanto nega-
tivas, de seus clientes, colegas e superiores e que, portanto, precisam descobrir maneiras de canalizar 
todas as emoções negativas para que sejam usadas para agregar valor aos conhecimentos de seus 
colaboradores, ou seja, para que ajam e façam acontecer nos momentos de maior estresse.
Apostila de Metodologia e Sessões 184
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Falta de motivação no trabalho 
A desmotivação no trabalho é um problema que merece atenção especial, pois é justamente no 
ambiente profi ssional que as pessoas passam a maior parte dos seus dias. Uma pessoa que vive insatis-
feita, em qualquer área da vida, fi ca muito mais vulnerável a desenvolver doenças físicas e psicológicas, 
além de sofrer queda na produtividade e nos resultados, correndo o risco de ser demitida.
É importante destacar que quando um profi ssional não se relaciona bem com as pessoas, ou com 
alguém em específi co, a informação/tarefa/processo parará nele, ou será transmitido de forma distorci-
da. É simples constatarmos isso quando lembramos de reuniões que temos de ter com pessoas de que 
não gostamos, ou com as quais não nos relacionamos bem: naturalmente aciona-se a nossa amígdala, 
responsável pelo mecanismo de fuga/ataque/paralisação, encharcando nosso cérebro com adrenalina 
e cortisol, os quais automaticamente prejudicam o funcionamento perfeito do nosso cérebro racional/
criativo (neocórtex), pois a prioridade sempre será a “sobrevivência”, enquanto o SAPE (Sistema de 
Autopreservação e Preservação da Espécie) estiver ativado.
Principais desmotivadores 
Insatisfação salarial 
Você sente que não é reconhecido fi nanceiramente, que deveria ganhar mais pelas atividades que 
executa e por todo seu empenho, e essa falta de reconhecimento traz um sentimento de desvalorização.
Como se motivar: faça um planejamento e converse com seu chefe sobre suas pretensões salariais. 
Se não tiver perspectiva de melhoria, planeje algo novo. Você precisa estar com as contas resolvidas 
para dar o seu melhor no trabalho.
Falta de identifi cação com as atividades realizadas 
Você não gosta e não tem habilidades para desempenhar suas atividades. Precisa fazer um grande 
esforço para atingir um resultado, sente que não nasceu para isso e que poderia ser muito mais útil e 
feliz fazendo qualquer outra coisa.
Como se motivar: descubra qual atividade traz mais satisfação e prazer, quais são seus talentos e habi-
lidades, e converse com seus gestores sobre isso. Se for o caso, avalie uma possível mudança de profi ssão.
Falta de reconhecimento 
Você só recebe críticas e, quando acerta, parece que não fez mais nada além de sua obrigação. Você 
se sente desvalorizado por não ser reconhecido por seus superiores.
Como se motivar: reconheça seu valor, sem esperar por reconhecimento externo. Muitas pessoas 
não sabem dar reconhecimento e outras não querem, mas se você souber seu próprio valor, não de-
penderá do reconhecimento alheio.
Difi culdade de se relacionar 
Você não gosta das pessoas que trabalham com você, desde os seus colegas de equipe até seu che-
fe. Você sente que essas pessoas não têm nada a ver com você e não se sente bem na presença delas.
Como se motivar: aceite. Podemos escolher nossos amigos, cônjuge e as pessoas que convivemos 
no âmbito pessoal. No trabalho, porém, não temos muita opção. Portanto, aceite as pessoas como 
elas são - com pontos positivos e pontos a melhorar -, e comece a observar o lado bom de cada uma, 
aceitando as diferenças.
Apostila de Metodologia e Sessões 186
Falta de propósito 
Você sente que, se o seu trabalho não existisse, não faria diferença alguma para o mundo. Não en-
contra um propósito por trás de suas atividades e da missão da empresa.
Como se motivar: tudo tem um propósito, e é justamente ele que nos mantém motivados. Descu-
bra qual a razão de existência da empresa, quantas pessoas ela ajuda e seu papel nesse contexto.
Perfeccionismo 
Nada do que você faz é sufi cientepara você, pois você quer ser perfeito, e sempre sente que pode-
ria ter feito mais. Em outras palavras, você se sente um fracasso.
Como se motivar: cobre-se menos e entenda que você não precisa ser o melhor, embora precise 
sempre dar seu melhor.
Estresse 
O trabalho consome todo o seu tempo, e você já não faz mais coisas que lhe fazem bem. As cobran-
ças são excessivas e você se sente pressionado.
Como se motivar: desligue-se do trabalho quando estiver fora dele, e desfrute momentos de des-
contração e lazer - isso é o que faz o trabalho valer a pena.
Falta de perspectiva 
Você não vê oportunidade de crescimento e, por isso, não estabelece metas e objetivos dentro da 
empresa, vivendo um dia após o outro apenas fazendo a sua parte.
Como se motivar: construa seu plano de carreira e apresente ao RH da empresa. Assim, é possível 
saber se os seus objetivos podem ser alcançados no seu emprego atual.
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Apostila de Metodologia e Sessões 188
Trabalho em equipe 
Os maiores responsáveis pelo crescimento e sucesso de uma empresa são as pessoas que fazem 
parte dela, os talentos somados que trazem resultados e visibilidade à organização. Em geral, os resul-
tados quase nunca são alcançados individualmente, e é preciso trabalhar em equipe para chegar aos 
objetivos.
Para que isso aconteça, é muito importante que os colaboradores sejam cuidados, treinados e im-
pulsionados individualmente, de modo que todos estejam sempre motivados a dar seu melhor.
Os desafi os do trabalho em equipe 
Além das questões comportamentais, existem algumas situações que devem ser observadas pelo 
líder, de modo a evitar desgaste, competições desnecessárias e difi culdades nas relações interpessoais. 
São elas:
• Falta de comunicação e baixa troca de experiências entre as pessoas da equipe.
• Falta de direcionamento e clareza sobre as atividades e o papel de cada um, o que gera rivalidade 
e disputas de ego.
• Falta de gestão no que diz respeito à prevenção e ao gerenciamento de confl itos.
• Excesso de reuniões sem objetivos específi cos, somente para cumprir procedimentos.
• Falta de feedbacks individuais, o que pode gerar insegurança e perda de interesse pelos membros 
da equipe.
A importância da diversidade 
As equipes de trabalho devem funcionar como um time no qual os talentos de uma pessoa com-
plementam as habilidades do restante do grupo: enquanto uns são muito bons planejadores, outros 
devem ser excelentes executores; enquanto uns são mais racionais, outros precisam ser mais intuitivos; 
enquanto alguns são mais sonhadores, outros são mais realistas. 
É justamente a união de toda essa diversidade que forma equipes de alta performance, responsá-
veis pelo crescimento da organização.
Para trabalhar em equipe, é preciso saber se relacionar. Uma equipe cheia de talentos perde sua 
força se as pessoas não sabem reconhecer o lugar, a importância e o limite de cada um. Se as pessoas 
não se respeitam, acabam competindo entre si e não se dedicam a ouvir uns aos outros.
Principais habilidades para trabalhar em equipe 
Comunicação 
Se você é capaz de falar e ouvir nos momentos adequados, sem se tornar o dono da verdade ou 
abaixar a cabeça para tudo o que falam, você sabe se comunicar de forma assertiva. Uma comunicação 
funcional é fundamental para o trabalho em equipe.
Flexibilidade 
Não existem verdades absolutas, especialmente quando pensamos em equipes de trabalho. Se 
você é capaz de avaliar opiniões e pensamentos diferentes dos seus, deixando suas ideias preconce-
bidas em stand-by, pode se considerar uma pessoa fl exível. Seja menos crítico e aceite que todo ser 
humano comete erros.
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Resiliência 
Se você é uma pessoa que fi ca remoendo algo que não saiu conforme o planejado e não consegue 
dar passos adiante, saiba que essa atitude poderá infl uenciar toda a equipe de forma negativa. Saber 
lidar com imprevistos e frustrações de forma construtiva, aprendendo com os erros e criando novos 
procedimentos, é essencial para somar em uma equipe.
Administrar confl itos 
O cotidiano de uma empresa é carregado de confl itos pessoais e/ou profi ssionais. Se você tem 
a iniciativa de esclarecer os fatos e conciliar as necessidades das pessoas, tem boa capacidade para 
administrar confl itos.
Autoconhecimento 
Saiba aonde quer chegar, perceba como as pessoas enxergam você e seu papel dentro da equipe, 
conheça suas forças e limitações e entenda seu propósito dentro da empresa. À medida que você se 
conhece, também aprende a conhecer e aceitar o outro.
Iniciativa 
Saia da sua zona de conforto sempre que possível, e esteja disposto a ajudar sua equipe mesmo que 
determinado problema não esteja relacionado a você. Seja proativo e tenha atitudes que contribuam 
com sua equipe.
Colaboração 
Colabore com as pessoas, com os processos e com a rotina, atuando como um facilitador, e não um 
limitador. Tente sempre olhar o lado positivo e evolutivo de cada experiência, e transmita isso para a 
equipe. Pessoas motivadoras costumam se destacar nas equipes.
Confi ança 
Fique longe de fofocas. Isso basta para gerar confi ança.
Além disso, uma das principais habilidades para trabalhar em equipe é ser humano e entender que, 
por trás de cada colega de equipe, existe uma pessoa que carrega sonhos, medos, alegrias, tristezas, 
traumas, problemas e uma história de vida. Respeite essas particularidades, pois todas as pessoas estão 
buscando as mesmas coisas: sucesso, felicidade e reconhecimento.
Apostila de Metodologia e Sessões 190
Liderança 
No livro O Monge e o Executivo, James Hunter diz que liderança é “a habilidade de infl uenciar pes-
soas para trabalharem entusiasticamente visando atingir os objetivos identifi cados como sendo para o 
bem comum”.
A principal função de um líder é conduzir pessoas de forma que elas possam oferecer o melhor de 
si. Trata-se de um profi ssional responsável por administrar, gerir e garantir que os processos de traba-
lho sejam efetivos e tragam melhores resultados para a empresa. Além disso, cabe ao líder manter sua 
equipe sempre motivada e satisfeita.
Tipos de líder 
Existem diversas teorias e modelos de liderança e, atualmente, podemos destacar alguns tipos de 
liderança dentro de uma empresa, baseados em estudos comportamentais e de personalidade.
Os três tipos de liderança descritos a seguir fazem parte de uma das principais teorias sobre lide-
rança: a Teoria Comportamental, que associa a forma como os líderes se relacionam e administram a 
equipe com três tipos de liderança: autocrática, democrática e liberal.
Líder autocrático 
Focado apenas na execução de demandas e tarefas, este líder segue rigorosamente as leis e as 
regras estabelecidas pela empresa. Sua liderança leva em conta apenas sua opinião, sem dar abertura 
para contribuições de outros colaboradores ou subordinados.
O líder autoritário acredita que apenas ele deve defi nir o que, como, quando e em quanto tempo as 
tarefas devem ser feitas. Este tipo de liderança não valoriza as competências e os resultados da equipe, 
criando um ambiente de extrema pressão e cobrança. Em geral, este líder infl uencia a equipe de ma-
neira negativa, gerando desmotivação e improdutividade.
Líder democrático 
Este líder aceita a contribuição de toda a equipe, pois acredita que a opinião de todos é importante para o 
resultado fi nal. Além disso, este tipo de liderança mantém um bom relacionamento interpessoal com seus cole-
gas e subordinados, colhendo comportamentos e contribuições positivas da equipe nos processos de trabalho.
Líder liberal 
Este é um profi ssional mais liberal, que não supervisiona seus subordinados o tempo todo, deixando 
todos à vontade para exercer suas atividades. Esta infl uência é positiva quando a equipe é madura o 
sufi ciente para “caminhar com as próprias pernas” e sabe exatamente quais resultados deve entregar. 
Esta liderança é benéfi ca, pois estimula a criatividade da equipe.
Tipos de líderes na atualidade 
Outros tipos de líderes podem ser classifi cados deacordo com novas observações de liderança 
dentro das empresas. Os três principais são: indeciso, situacional e emergente.
Indeciso 
Não assume responsabilidades, não toma direção efetiva das coisas e vive no jargão “deixa como está para 
ver como é que fi ca”. Como consequência, a equipe de trabalho fi ca desorganizada e insegura, gerando atritos.
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Situacional 
Assume um estilo de liderança que depende mais da situação que da personalidade. A postura deste líder 
nasce diante das diferentes situações que ele observa no dia a dia, adequando-se a cada situação. A reação do 
grupo é de segurança e motivação por certo tempo, mas sem nunca saber como será na próxima vez.
Emergente 
Surge e assume o comando naturalmente, porque é o profi ssional que reúne mais qualidades e ha-
bilidades para conduzir o grupo aos objetivos relacionados a uma situação específi ca. O grupo reage 
bem a este tipo de liderança, participando e colaborando com a certeza de que o líder saberá o que 
fazer se houver alguma emergência.
Comandar pessoas não é uma tarefa fácil, uma vez que é necessário saber lidar com diversos tipos 
de personalidades e histórias de vida. Por isso, é essencial que os gestores tenham preparo e maturida-
de emocional para exercer seu papel satisfatoriamente.
Diferença entre chefe e líder 
O tipo de liderança exercido nas empresas pode infl uenciar os colaboradores de maneira positiva 
ou negativa, gerando motivação ou desmotivação. As principais diferenças entre chefe e líder estão no 
tipo de liderança e na relação com sua equipe. 
Hierarquia 
O líder caminha junto com sua equipe. Ele sabe ouvir, aceita opiniões e sugestões dos colabora-
dores e cria relações de confi ança e troca de experiências. Além disso, o líder se preocupa em motivar 
seus colaboradores e manter a harmonia da equipe.
O chefe, por sua vez, usa poder para se colocar acima das outras pessoas, criando relações de medo 
e distância. Focado apenas na execução de demandas e tarefas, ele não se importa com as relações 
interpessoais e toma as decisões sozinho, sem se preocupar com a opinião ou sugestão das pessoas.
Direcionamento de tarefas 
Um líder conhece sua equipe de perto e sabe quais são os principais talentos e limitações de cada 
colaborador, direcionando as atividades adequadamente para alcançar resultados.
O chefe delega tarefas sem considerar os talentos individuais, pois normalmente não se preocupa 
em conhecer as pessoas de sua equipe. Colaboradores geridos por um chefe geralmente precisam 
desempenhar tarefas que não têm nada a ver com sua personalidade e habilidade, o que causa des-
motivação e queda nos resultados.
Reconhecimento 
O líder sabe exatamente o que motiva cada uma das pessoas de sua equipe e estimula os colabo-
radores individualmente, de acordo com suas necessidades.
O chefe, por outro lado, reconhece sua equipe de maneira generalizada, ignorando a personalidade 
e as necessidades individuais e usando o mesmo método para todos.
Antecipação 
O líder sabe antecipar as reclamações, observar falhas e corrigir os problemas da empresa antes 
que o pior aconteça. Ele planeja cenários positivos e negativos e traça estratégias em cada uma dessas 
possibilidades.
Apostila de Metodologia e Sessões 192
O chefe espera os problemas surgirem para tomar uma atitude e, por não traçar estratégias anteci-
padas, sempre busca um culpado pelos problemas.
Flexibilidade 
O líder sabe lidar com erros e falhas, fazendo críticas construtivas para melhorar o desempenho da 
equipe, sempre de forma discreta e respeitosa.
O chefe é um crítico excessivo que não admite erros e sente necessidade de focar nos pontos ne-
gativos para se sentir superior.
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Apostila de Metodologia e Sessões 194
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Apostila de Metodologia e Sessões 124
Estresse 
Considerado uma epidemia global, o estresse é um problema que está associado à quantidade 
excessiva de informações, responsabilidades e mudanças a que o ser humano está exposto diariamente. 
Trata-se de um mecanismo de defesa do organismo, que precisa se adaptar às diferentes situações e 
emoções.
Quando falamos em estresse, as primeiras coisas que vêm à cabeça são: agenda cheia, trânsito, 
fi las, contas a pagar, metas, poucas horas de sono e outros milhares de atividades que fazem parte da 
nossa rotina. 
Porém, o estresse emocional é uma reação que começa com fatores internos, não externos. Por 
exemplo: quase todo mundo pega trânsito, fi las e tem contas a pagar, mas nem todos são estressados. 
Algumas dessas pessoas precisam de apenas algumas horas de sono para recompor suas energias, 
enquanto outras se deixam abalar, estressando suas emoções. 
O estresse, portanto, é o resultado das respostas físicas e mentais causadas por estímulos externos, 
podendo ser visto como a relação entre o indivíduo e o meio. A forma como uma pessoa lida com os 
problemas na família, as cobranças no trabalho e os pequenos obstáculos do dia a dia interfere direta-
mente no estado emocional do ser humano.
O estresse emocional baixa a imunidade do indivíduo, que pode desenvolver uma série de doenças. 
Por isso, saber administrar a pressão e as situações da vida é fundamental para manter a saúde em dia, 
ter uma vida equilibrada e feliz.
A distração emocional 
Existem dois tipos de distração que causam estresse. A primeira é o tipo fácil de distração, como 
quando você está tentando trabalhar em um café e há vozes ao redor das quais você precisa se desligar.
A outra é o tipo difícil, que é a distração emocional. Há uma parte do cérebro responsável por iden-
tifi car ameaças, que nos ajudou a sobreviver e chegar até aqui. Mas o problema é que essa parte do 
cérebro responde a ameaças tanto físicas quanto abstratas, reais ou irreais.
Se seu colega recebe uma promoção ou se você é um chefe tentando sobreviver a uma crise, essa 
parte emocional bloqueia o racional, acabando com nossa habilidade de pensar com clareza, aprender 
e se adaptar, gerando medo, ansiedade e estresse. 
Sintomas de estresse emocional 
Quando nos sentimos ameaçados, o cérebro automaticamente produz uma série de hormônios 
estressores - como cortisol e adrenalina -, que fazem a pressão arterial subir, os músculos contraírem, a 
frequência cardíaca aumentar e a respiração acelerar. No âmbito psicológico, esses hormônios estimu-
lam irritabilidade, ansiedade, frustração, tristeza, insegurança e ressentimento.
Uma pessoa emocionalmente saudável retorna rapidamente ao estado normal depois de um mo-
mento de tensão, enquanto uma pessoa estressada entra em um círculo vicioso de desequilíbrio, fi can-
do cada vez mais adaptada a esse estado - que passa a ser seu estado natural.
Veja a seguir alguns dos principais sintomas do estresse emocional:
• Insatisfação com a vida.
• Isolamento social.
• Cansaço.
• Ganho ou perda de peso.
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• Dor de cabeça, agitação, febre.
• Cansaço, tristeza.
• Queda de cabelo.
• Irritabilidade, mau humor.
• Falhas de concentração e memória.
• Insônia, sono agitado.
• Angústia, baixa produtividade no trabalho.
• Sintomas físicos: má digestão, prisão de ventre ou diarreia, gastrites, úlceras, infecções, gripes, her-
pes, pressão arterial alta, derrame, infarto, dores de cabeça e musculares.
Insegurança gera mais estresse e ansiedade 
Pessoas inseguras são mais ansiosas e estressadas que as pessoas autoconfi antes, pois quem é inse-
guro não se sente capaz de realizar as coisas e, por isso, se cobra muito e gera um alto nível de estresse. 
Para o inseguro, nada do que ele faz é sufi ciente e qualquer pequena atividade se torna um grande 
projeto, fazendo com que o indivíduo fi que sobrecarregado e estressado.
Relação entre ansiedade e estresse 
Quando nos sentimos ameaçados e somos tomados pelo medo, ou quando resistimos e relutamos 
contra determinadas situações que estão fora do nosso controle, nos sentimos ansiosos e nosso orga-
nismo é invadido por hormônios estressores, como cortisol e adrenalina, exatamente os hormônios que 
causam o estresse.Portanto, a maior causa de estresse é a ansiedade, que é a preocupação exagerada com o 
futuro e a dificuldade em lidar com as questões do presente. Para administrar essa situação, o 
indivíduo precisa desprender uma quantidade enorme de energia além da que usa para fazer 
suas atividades diárias. 
Ou seja, o estresse é medo em excesso disparado por algo vivido no presente, enquanto a ansieda-
de é o mesmo medo em excesso, disparado por algo que possivelmente viveremos no futuro.
Círculo vicioso 
As pessoas que vivem ansiosas e estressadas sentem difi culdade para lidar com adversidades, resol-
ver problemas e suportar as pressões do dia a dia. 
Quando está em uma montanha-russa emocional, o corpo libera hormônios de forma descontrola-
da, afetando não apenas as células de defesa como também todas as funções orgânicas do corpo. Uma 
pessoa estressada entra em um círculo vicioso de desequilíbrio, fi cando cada vez mais adaptada a esse 
estado - que passa a ser seu estado natural.
Como o estresse provoca mudanças no seu cérebro 
Com o tempo, os altos níveis de cortisol, hormônio do estresse, têm a capacidade de diminuir nossa 
saúde física, mental e emocional. A conexão entre o estresse crônico e o potencial para desenvolver 
distúrbios mentais – como estresse pós-traumático, ansiedade, depressão e outros transtornos de hu-
mor – é bem estabelecida. Mas que tipo de mudanças – passageiras e duradouras – realmente ocorrem 
em nosso cérebro quando vivenciamos um evento estressante?
Apostila de Metodologia e Sessões 126
O estresse pode desencadear uma mudança química que deixa você mais irritável 
Muitos de nós sabemos que não somos nada agradáveis com os demais quando estamos estres-
sados – podemos fi car irritados e mal-humorados. Sob pressão, muitas pessoas se tornam distraídas e 
esquecidas e isso poderia ser um sinal dos efeitos destrutivos do estresse no cérebro.
Pesquisadores franceses descobriram uma enzima que, quando provocada pelo estresse, ataca mo-
léculas no hipocampo que são as responsáveis por regular as sinapses. Quando as sinapses são modi-
fi cadas, menos conexões neurais são possíveis nessa área.
Segundo o estudo francês, “esses efeitos levam os indivíduos a perderem a sua sociabilidade, evita-
rem interações com seus colegas e prejudicam sua memória ou entendimento”.
O estresse crônico pode encolher seu cérebro 
Alguns eventos estressantes poderiam prejudicar a memória e a capacidade de aprendizado do 
cérebro e reduzir o volume de matéria cinzenta em regiões associadas às emoções, autocontrole e 
funções fi siológicas.
O estresse crônico e/ou a depressão podem contribuir para a perda de volume na área do córtex 
pré-frontal mediano do cérebro, que está associado a limitações cognitivas e emocionais. Os pesquisa-
dores descobriram que isso é particularmente verdade para pessoas com um marcador genético, que 
pode prejudicar a formação de conexões sinápticas entre as células cerebrais.
Um estudo de 2008, em ratos, descobriu que até mesmo o estresse de curta duração pode levar a pro-
blemas de comunicação entre as células do cérebro, em regiões associadas à memória e ao aprendizado.
Um evento estressante pode matar células cerebrais 
À medida que aprendemos novas informações, estamos constantemente gerando novos neurônios 
no hipocampo – uma região do cérebro associada ao aprendizado, memória e emoção. Mas o estresse 
contínuo pode parar a produção de novos neurônios no hipocampo e também pode afetar a veloci-
dade das conexões entre as células do hipocampo, de acordo com a revista Scientifi c American. Além 
disso, um estudo com animais descobriu que um único evento estressante pode destruir neurônios 
recém-criados no hipocampo.
Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Berkeley, descobriram que o cérebro, em estado 
de estresse crônico, gera mais células produtoras de mielina e menos neurônios que um cérebro típico, 
resultando em excesso de mielina (uma camada isolante com revestimento protetor ao redor dos neu-
rônios) no hipocampo.
“O hipocampo é mais vulnerável ao estresse emocional contínuo, por causa dos efeitos nocivos do 
cortisol”, escreveu o psicólogo Daniel Goleman em Inteligência Social.
O estresse pode atrapalhar a memória pelo desencadeamento de resposta de 
ameaça do cérebro 
Enquanto o cortisol difi culta a atividade do hipocampo, que aumenta o tamanho e a atividade da 
amígdala, principal centro do cérebro para as respostas emocionais e a motivação. A amígdala é res-
ponsável pelo processamento do medo, da percepção de ameaça e da resposta de luta ou fuga. O 
aumento de atividade signifi ca que estamos em um estado de reação à ameaça percebida, que pode 
ter o efeito de restringir a capacidade de receber novas informações. Isso também pode aumentar as 
reações emocionais.
 127
“Depois de um dia quando um aluno entra em pânico por causa de um teste, ele vai se lembrar dos 
detalhes daquele estado de pânico muito mais do que qualquer material do teste”, escreveu Goleman.
Como acabar com o estresse emocional 
O primeiro passo para acabar com o estresse emocional é identifi car os fatores externos responsá-
veis pelos desequilíbrios internos causadores do estresse. Veja a seguir como encontrar novamente o 
equilíbrio diante das adversidades.
Preocupe-se menos e aceite o que não pode ser mudado 
É muito comum que, ao longo do dia, as pessoas fi quem preocupadas demais com coisas que não 
podem ser mudadas e que dependem de fatores externos e variáveis que não podem ser controladas - 
como o clima, o estado de saúde de algum parente e/ou o trânsito. Pior ainda: algumas pessoas fi cam 
remoendo coisas do passado que trazem dor, pensando em situações e pessoas que já não existem, 
mas não foram deixadas para trás.
Quem tem esse tipo de atitude geralmente fi ca pensando e reclamando das situações, mesmo 
sabendo que não pode fazer nada em relação a esses “problemas”. Isso faz com que uma quantidade 
enorme de energia seja gasta, a qual poderia ser mais bem aplicada em situações e coisas que real-
mente dependem de decisão ou ação pessoal.
Coloque suas preocupações no papel 
Crie o hábito de anotar suas preocupações e seus compromissos em cadernos e agendas, evitando, 
assim, possíveis distrações e ajudando na desaceleração do cérebro. Ao fazer essas anotações, a mente 
entende que seus afazeres já estão guardados e não precisam, necessariamente, ser resolvidos agora. 
Vale ressaltar que essa medida também é muito útil para combater a insônia.
Faça coisas de que você gosta 
Muitas vezes, as tarefas e responsabilidades do dia a dia consomem todo o nosso tempo, eliminando 
as chances de fazermos atividades que trazem satisfação pessoal e reabastecem a energia - como viajar, 
praticar atividades físicas, estar em contato com a natureza e brincar com seu fi lho ou animal de estimação.
Essa atitude, somada ao excesso de energia desprendida com as coisas que não podemos mudar, 
gera um desequilíbrio energético (uma vez que não nos permitimos recarregar as energias e gastamos 
mais que o necessário). É justamente daí que surgem o esgotamento e o estresse.
Cobre-se menos e comemore mais 
Toda pessoa que se cobra demais é um perfeccionista nato. Esse excesso de cobrança pessoal, 
entretanto, causa uma pressão tão grande que nada será satisfatório. Isso porque o perfeccionista não 
consegue enxergar e comemorar suas conquistas e vitórias, acreditando que sempre pode fazer me-
lhor. Esse tipo de atitude causa problemas para lidar com imprevistos, e a pessoa passa a ver somente 
o lado negativo das coisas.
Ou seja, quem se cobra demais é uma panela de pressão a ponto de explodir, e é impossível não 
viver estressado dessa forma. Assim, chegou a hora de deixar essas cobranças para trás e ver que real-
mente estamos o tempo todo dando o melhor que temos.
Apostila de Metodologia e Sessões 128
Aprenda a dizer “não” 
Conheça seus limites e cumpra-os, não se sobrecarregando com atividades que não são suas ape-
nas para se sentir aceito.Controle seu ambiente 
Se as notícias dos jornais e da TV o(a) deixam estressado(a), desligue a TV ou feche o jornal. Se trân-
sito o (a) deixa tenso(a), tente ir por um caminho com menos tráfego, ou em outro horário.
Seja sincero 
Expresse seus sentimentos em vez de engoli-los. Se algo ou alguém está incomodando, comunique 
o fato de forma aberta e com respeito.
Tenha uma melhor gestão do seu tempo 
A má gestão do tempo pode causar um enorme estresse. Quando você está atrasado e com muitas 
coisas para fazer, é difícil estar calmo e focado. Mas se você se organizar antecipadamente e se certifi car 
que não vai fi car sobrecarregado(a) com trabalho em relação ao tempo disponível, fi cará em uma situ-
ação de controle e evitará, assim, o acúmulo de estresse e a percepção de ausência de controle sobre 
as tarefas a realizar.
Reenquadre o problema 
Tente ver as situações estressantes de uma perspectiva mais positiva. Em vez de se irritar porque 
fi cou preso em um engarrafamento, olhe para isso como uma oportunidade para parar e reagrupar seus 
pensamentos, ouvir sua estação de rádio favorita, ou desfrutar de algum tempo sozinho.
Coloque o problema em uma perspectiva maior 
Tome a perspectiva da situação estressante. Pergunte a si mesmo o quão importante será a longo 
prazo. Será que isso importa daqui a um mês? Um ano? É realmente importante? Vale a pena toda a 
fúria e perda de controle?
Por fi m, mantenha sua vida organizada: suas gavetas, sua mesa, seu carro, sua agenda. Respire 
fundo várias vezes por dia e sinta que depende de você ser mais fl exível e tornar sua vida harmoniosa.
 129
Ansiedade 
A ansiedade comum está relacionada à preocupação. É quando você se preocupa antecipadamente 
com alguma coisa que ainda nem aconteceu - e, muitas vezes, pode nunca acontecer. Dependendo 
de sua intensidade, a ansiedade interfere diretamente no bem-estar e desempenho do indivíduo, não 
permitindo que ele tenha equilíbrio para enfrentar situações da vida. 
O cérebro ativa a ansiedade de acordo com o surgimento de determinadas emoções e em situações 
que trazem ameaça. Trata-se de um mecanismo de proteção para situações interpretadas como desa-
gradáveis. Como consequência, sintomas físicos e mentais tomam conta da pessoa, que sofre grandes 
prejuízos em sua vida.
A sensação pode ser tão desconfortável, que muitas vezes as pessoas evitam situações simples para 
não sentir o desconforto da ansiedade. Ou então se preocupam tanto em acertar e não errar, que não 
conseguem se preocupar com o que estão dizendo. 
Ansiedade saudável e destrutiva 
A ansiedade comum diz respeito a fi car ansioso antes de um encontro, pois corre o risco de ser 
rejeitado, ou antes de uma prova, pois corre o risco da reprovação.
Esse tipo de ansiedade é totalmente útil, pois permite que a pessoa se prepare antecipadamente 
e até se planeje caso alguma coisa dê errado. Sem esse tipo de ansiedade, estaríamos totalmente 
vulneráveis aos perigos e ao desconhecido. Portanto, trata-se de um mecanismo de defesa que o ser 
humano desenvolveu ao longo dos anos.
Porém, ao mesmo tempo que a ansiedade pode ajudar na preparação e até estimular a ação, ela 
também pode paralisar e impedir a reação. Quando a ansiedade acontece repentinamente, em mo-
mentos em que não há nenhum risco real ou quando é tão intensa e duradoura a ponto de interferir nas 
atividades do cotidiano, ela pode ser considerada um problema.
Causas da ansiedade 
A emoção que comanda a ansiedade é o medo. Medo do futuro, de errar, de se frustrar, de ser cri-
ticado, de ser rejeitado, humilhado, medo do imprevisível, do não controlável e de não saber lidar com 
o desconhecido. Esse medo nasce e se manifesta de diversas maneiras:
• O estado emocional da mãe durante a gestação. Se ela se sentiu muito ansiosa pela chegada do 
bebê ou por qualquer outro motivo, é possível que a criança tenha aprendido a ser ansiosa.
• Medo do imprevisível: pessoas que cresceram ouvindo que é importante se preocupar com o futuro 
e que é necessário planejar as coisas podem vir a se tornar adultos ansiosos.
• Medo da desaprovação: pessoas inseguras e com baixa autoestima podem se sentir ansiosas por 
não se sentirem capazes e se preocuparem demais com o que as pessoas pensam a seu respeito, 
sempre buscando formas de serem aprovadas.
• Medo do desconhecido: gerando a necessidade de controlar e dominar situações e pessoas. 
Como o futuro é algo que não está sob controle de ninguém, essa necessidade traz um estado 
de ansiedade.
• Medo de se frustrar com a realidade: pessoas que estão insatisfeitas com sua vida podem se sentir 
ansiosas por um futuro que só existe em sua mente. Viver o futuro é uma das formas que as pessoas 
encontram para fugir do presente.
Apostila de Metodologia e Sessões 130
• O medo de errar e ser criticado: gera um excesso de autocobrança e a busca pela perfeição, fa-
zendo com que a pessoa pense o tempo todo em formas de acertar e ser melhor, não permitindo 
momentos de relaxamento e descanso.
• Falta de autoconhecimento: normalmente não questionamos nossos próprios pensamentos e, na 
maioria das vezes, as coisas que vêm à nossa mente se tornam verdades absolutas. Se você está se 
preparando para uma prova, por exemplo, pode ter uma série de pensamentos que trazem medo 
ou confi ança. Tudo depende do seu sistema de crenças, da sua história e da forma como você 
aprendeu a pensar sobre a vida e sobre você mesmo.
Tomar consciência sobre as causas da ansiedade é o primeiro grande passo para começar a mudar 
esse quadro. A pessoa que tem controle emocional e não permite que esses medos dominem sua 
vida difi cilmente se sente ansiosa, pois confi a que sempre dar o seu melhor em cada situação e não se 
importa com a aprovação dos outros.
Atenção: quando a ansiedade passa de um estado para uma doença 
No transtorno de ansiedade generalizada, a pessoa sente que as preocupações não acabam, pas-
sando de um problema para outro e se preocupando excessivamente com eles.
O indivíduo se preocupa antecipadamente e de forma desproporcional, e essa preocupação geral-
mente está associada a situações que podem nem ser reais. 
Sintomas do transtorno de ansiedade generalizada (TAG) 
• Preocupações constantes sobre todas as coisas.
• Medo excessivo de ser criticado, humilhado e julgado.
• Falta de capacidade para controlar pensamentos e preocupações.
• Difi culdade para lidar com imprevistos e incertezas.
• Necessidade de controlar tudo e todos.
• Planejamento em excesso.
• Tendência a sempre esperar que o pior aconteça.
• Incapacidade de se livrar das preocupações, mesmo sabendo que a ansiedade é mais intensa do 
que a situação exige.
• Hábito de encontrar outro problema imediatamente após se livrar de uma preocupação.
• Incapacidade de relaxar.
• Difi culdade de manter a concentração e o foco.
• Difi culdade para dormir e manter o sono, porque a mente fi ca muito ativa.
• Tensão, dor de cabeça, rigidez muscular ou dores no corpo constantes.
• Sentimento de inquietação.
• Problemas de estômago, náuseas, diarreia e fadiga.
• Tremedeira, sudorese, taquicardia e falta de ar.
Hábitos saudáveis para controlar a ansiedade 
• Tenha um hobby e faça o que lhe deixa feliz.
• Seja organizado, planeje-se e faça uma coisa de cada vez.
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• Converse com alguém querido: boas risadas e conversa agradável podem reduzir signifi cativamente 
o estresse.
• Durma bem: seu corpo precisa descansar e, para isso, elimine distrações (como televisão, computa-
dor e até celular) do seu quarto.
• Cuide da alimentação, sem descontar a ansiedade em comidas pesadas e gordurosas. Tenha con-
trole; sua saúde agradece.
Respiração e relaxamento 
A respiração é uma das principais técnicas para controlar a ansiedade, que, por sua vez, é uma das 
causas emocionais da síndrome do pânico. Entretanto, não adianta deixar para se preocupar com a 
respiração apenas durante a crise: é necessário fazer com que as técnicas de respiração se tornem um 
hábito de vida.
Cinco minutosdiários de inspirações e expirações longas e profundas são sufi cientes para per-
ceber os benefícios da respiração. Quanto mais consciente você for durante a respiração, maior 
será sua capacidade de lidar com as situações do dia a dia, e menor será a chance de ter uma crise 
de ansiedade.
Passo a passo da respiração: desacelere sua respiração e esvazie os pulmões. Em seguida, inspire 
suavemente pelo nariz, contando devagar até quatro e deixando a barriga se expandir. Por fi m, expire 
suavemente, contando até seis. Tente respirar entre 8 e 12 vezes por minuto, estabelecendo um ritmo 
confortável e utilizando o diafragma - o músculo imediatamente abaixo do tórax.
Relaxamento muscular progressivo 
Liberar a tensão muscular e reduzir ou afastar as preocupações também ajuda a evitar as crises. Você 
só precisa contrair e, em seguida, descontrair os diferentes grupos musculares do seu corpo. Com o 
relaxamento, sua mente irá focar na sensação de bem-estar e eliminará os pensamentos e emoções 
que trazem ansiedade. Quanto mais você praticar, mais sua mente aprenderá a trazer sensações de 
bem-estar de maneira espontânea.
Meditação 
Muitos tipos de meditação são efi cazes para reduzir a ansiedade. Pesquisas mostram que a medita-
ção pode realmente mudar alguns estados do cérebro e que, com a prática regular, aumenta a sensa-
ção de serenidade e alegria.
Cuide das suas emoções 
A ansiedade está totalmente ligada às emoções. Alegria, medo, tristeza e raiva podem deixar uma 
pessoa ansiosa em questão de segundos, especialmente se ela não souber como lidar com esses sen-
timentos. Raiva por ter sido humilhado(a) ou por não ter conseguido algo. Alegria por algum evento 
especial. Tristeza por uma decepção. Ingratidão, falta de aceitação do momento presente.
Ter consciência de suas emoções e entender como elas interagem com seus pensamentos e compor-
tamentos é fundamental para não perder o controle e acabar desencadeando uma crise de ansiedade.
É necessário sair do automático e fazer com que esses mecanismos de defesa do corpo se tornem 
uma escolha. Se você deseja controlar sua ansiedade, é fundamental desenvolver consciência sobre sua 
vida, seus pensamentos e emoções.
Apostila de Metodologia e Sessões 132
Depressão 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que quase 7% da população mundial - cerca de 400 
milhões de pessoas - têm depressão. A estimativa é que, em 2030, ela seja a doença mais comum do 
mundo, afetando mais pessoas que doenças cardiovasculares e cânceres.
Muitos mais que uma tristeza passageira, a depressão é caracterizada por uma tristeza persistente, 
que não tem fi m. O principal sintoma da doença é a negatividade em relação a si mesmo, ao restante 
do mundo e ao futuro. O depressivo só se recorda das coisas negativas, e não acredita que coisas boas 
possam acontecer.
Tristeza x depressão 
A tristeza faz parte da vida e, em geral, uma pessoa que está triste tem um motivo específi co para 
este sentimento - que dura por um tempo relativamente curto. A depressão, por outro lado, está asso-
ciada a uma tristeza sem motivo e que consome todos os seus pensamentos.
Sintomas da tristeza 
• A tristeza geralmente está associada a algum motivo específi co, e a pessoa afetada fi ca neste estado 
durante um tempo relativamente curto.
• Uma pessoa triste é capaz de mudar seu estado de espírito quando algo bom acontece, e consegue 
pensar em coisas positivas.
• Pensamentos repetitivos sobre a razão da tristeza.
• Pode estar acompanhada de sintomas físicos, como aperto no peito, taquicardia e choro.
Sintomas da depressão 
• Caracterizada por uma tristeza profunda e sem motivo.
• Impede que a pessoa veja o lado bom das coisas.
• A pessoa depressiva não consegue se recordar de acontecimentos positivos.
• Pode ser acompanhada de pensamentos suicidas.
• O depressivo pode apresentar ansiedade e difi culdade de concentração.
• A pessoa afetada pela depressão perde o gosto pelas coisas.
• A pessoa depressiva pode apresentar choro sem motivo e com frequência, além de falta de prazer, 
motivação e melancolia.
• Interpretação distorcida e negativa da realidade: tudo é visto sob a ótica depressiva, um tom “cin-
zento” para si, os outros e seu mundo.
• O depressivo não acredita que coisas boas possam acontecer.
• O depressivo pode apresentar alterações no apetite, acompanhadas por perda ou ganho de peso.
• Pode ser acompanhada por dores e outros sintomas físicos não justifi cados por problemas mé-
dicos, como dores de barriga, má digestão, azia, diarreia, constipação, fl atulência, tensão na 
nuca e nos ombros, dor de cabeça ou no corpo, sensação de corpo pesado ou de pressão no 
peito, entre outros.
• Diminuição do desempenho sexual e da libido.
• Insônia ou outras alterações do sono.
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Causas da depressão 
A interação entre fatores genéticos, ambientais e psicológicos podem levar ao desenvolvimento 
dessa doença silenciosa. Porém, são os fatores psicológicos e emocionais que funcionam como um 
gatilho para o transtorno vir à tona.
Hoje, considerando toda a evolução científi ca nesse campo emocional, podemos afi rmar que a de-
pressão é uma espécie de “Programa Emocional” que foi desenvolvido e gravado durante as fases mais 
importantes da vida de todo ser humano: a gestação e a primeira infância. As experiências e traumas 
vividos nessas fases são seguidos de dores e tristezas que podem ser carregados para o resto da vida, 
especialmente se a pessoa não der um novo signifi cado a esses fatos.
Filhos não desejados, tentativas de aborto, mães com quadro depressivo, tristeza durante a gesta-
ção, sofrimento fetal e complicações na gravidez são algumas situações que podem fazer com que o 
bebê registre sentimentos negativos. Além disso, ele pode se sentir culpado, desenvolver pulsão de 
morte e acabar crescendo com a ideia de que não merece viver.
A depressão tem cura 
A depressão é uma doença de origem emocional, psicológica e ambiental, que vai muito além de 
fatores genéticos e alterações químicas cerebrais. Por meio da utilização de medicamentos, a ciência 
permite o controle das partes química e genética, mas também é necessário cuidar dos fatores emo-
cionais que levaram à doença para que os medicamentos não sirvam apenas como “camufl agem” para 
uma ferida que precisa ser curada.
A depressão tem cura somente quando tratada em todos os aspectos – neurológicos e emocionais. 
Uma pessoa que sofreu maus-tratos na infância e mais tarde desenvolveu depressão, por exemplo, não 
irá se curar apenas com medicamentos. Ela precisa cuidar também das dores que fazem parte da sua 
história. Quando damos um novo signifi cado para essas memórias, “limpamos” o conteúdo doloroso 
que desencadeou a depressão.
Atribuir novos signifi cados para memórias que foram registradas em nosso inconsciente ainda 
durante a infância é um dos grandes passos para evitar sofrer infl uência dessas memórias ocultas. 
Aprender a superar confl itos, conviver com mudanças, relacionar-se de forma harmoniosa com as 
pessoas e dominar as emoções são outros pequenos passos que devem ser aprendidos e praticados, 
evitando que as mudanças naturais da vida nos impeçam de alcançar aquilo que realmente viemos 
buscar: a felicidade.
Como vencer a depressão 
Dê e receba contato físico 
Quando você realiza contato físico (incluindo abraços, beijos e relações sexuais), o cérebro libera 
ocitocina no organismo, o que aumenta a felicidade e ajuda a diminuir a depressão. Deite-se com sua 
(seu) parceira(o) e utilize o contato físico para reduzir ou afastar a depressão!
• Abrace um amigo.
• Ande de mãos dadas.
• Brinque com seu fi lho ou animal de estimação.
Apostila de Metodologia e Sessões 134
Compartilhe seus traumas 
Talvez você tenha passado por algum trauma, perda, ruptura ou transformação que não foi supera-
da. O simples fato de compartilhar sua dor pode liberar muitas travas emocionais relacionadas a ela. 
Converse com alguém de confi ança sobre o assunto e esteja

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