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Disciplina de METODOLOGIA CIENTÍFICA PRÁTICA DE PESQUISA E OS TIPOS DE PESQUISA Josélia Schwanka Salomé Todos os direitos desta edição reservados à Universidade Tuiuti do Paraná. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida e transmitida sem prévia autorização. Divisão Acadêmica: Marlei Gomes da Silva Malinoski Divisão Pedagógica: Analuce Barbosa Coelho Medeiros Margaret Maria Schroeder Divisão Tecnológica: Flávio Taniguchi Neilor Pereira Stockler Junior Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica Neilor Pereira Stockler Junior Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca “Sydnei Antonio Rangel Santos” Universidade Tuiuti do Paraná Material de uso didático Universidade Tuiuti do Paraná Reitoria Luiz Guilherme Rangel Santos Pró-Reitoria de Planejamento e Avaliação Afonso Celso Rangel dos Santos Pró-Reitoria Administrativa Carlos Eduardo Rangel Santos Pró-Reitoria Acadêmica Carmen Luiza da Silva Disciplina de METODOLOGIA CIENTÍFICA 1º Bimestre Unidade 1.4 PRÁTICA DE PESQUISA E OS TIPOS DE PESQUISA Josélia Schwanka Salomé NOTAS SOBRE A AUTORA Doutora em Artes pelo Instituto de Artes da UNICAMP - orienta- dor professor Dr. João-Francisco Duarte Júnior (2011), Mestrado em Edu- cação pela Universidade Tuiuti do Paraná - UTP (2004); Especialização em Arte e Educação pela Universidade Tuiuti do Paraná - UTP (1993); graduação em Educação Artística pela Universidade Federal do Paraná - UFPR (1993), graduação em Dança - Bacharelado e Licenciatura, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUC/PR (1988). É professo- ra Adjunto na Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) desde abril de 1994 onde atuou nas coordenação dos cursos de graduação em Artes Visuais (janeiro 2005 - 2013) e Tecnologia em Fotografia (janeiro 2009 -2013). Trabalha no Programa de Pós-Graduação Mestrado em Educação, onde coordena a linha de pesquisa Políticas Públicas e Gestão da Educação. Orienta mestrado na linha de pesquisa Políticas Públicas e Gestão da Educação. Coordena o curso de Especialização em Ensino das Artes Visuais: práticas pedagógicas e linguagens contemporâneas. É membro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas ANPAP- comitê Educação em Artes Visuais (CEAV). Tem experiência nas áreas de Educação e Artes atuando principalmente nos seguintes temas: edu- cação estética, políticas públicas para a educação e formação de profes- sores. ORIENTAÇÃO PARA LEITURA Citação Referencial Destaque Dica do Professor Explicação do Professor Material On-Line Para Reflexão SUMÁRIO 2 3 4 5 5 17 18 INTRODUÇÃO AO ESTUDO .............................. ............... OBJETIVOS DO ESTUDO ............................... .................. PROBLEMATIZAÇÃO ................................... ..................... CONCEITUAÇÃO DO TEMA .............................. ............... O pesquisador e sua prática - Formas de pesquisa ......................... EXERCÍCIOS ...................................................................... REFERÊNCIAS .................................................................. 1 2 A pesquisa é um procedimento sistemático que tem por objetivo a produção de conhecimento. E neste processo planejado e orientado te- mos o reflexo dos nossos interesses na área profissional que pretende- mos nos inserir. Nesta unidade serão abordados os tipos de pesquisa mais comu- mente empregados na universidade, seja na elaboração dos trabalhos acadêmicos no interior das disciplinas, seja na elaboração e desenvolvi- mento do seu Trabalho de Conclusão de Curso. Estude com atenção e escolha os tipos que são mais compatíveis com o tema que você deseja estudar durante o seu curso, no transcorrer das disciplinas. INTRODUÇÃO AO ESTUDO 3 Apresentar ao aluno as caracterís- ticas dos diferentes tipos de pesquisa, ins- trumentalizando-o para que, a partir do estudo, possa elaborar os trabalhos acadê- micos. Ao final do estudo, o acadêmico deverá ser capaz de conhecer e distinguir os diferentes tipos de pesquisa e sua utili- zação na prática. OBJETIVOS DO ESTUDO 4 A pesquisa no âmbito da universidade busca soluções para pro- blemáticas que buscamos responder. É na universidade que temos a o- portunidade de produzir ciência por meio de uma pesquisa. Neste cami- nhar utilizamos diferentes instrumentos para se chegar a uma resposta mais precisa e por isso a importância de se definir o tipo de pesquisa e da escolha do instrumental ideal a ser utilizado. PROBLEMATIZAÇÃO 5 O PESQUISADOR E SUA PRÁTICA - FORMAS DE PESQUISA Tão importante quanto o tipo de pesquisa é a definição do proble- ma e a escolha dos instrumentos adequados para encontrar as respostas a este problema. É na pesquisa que utilizaremos diferentes instrumentos para se chegar a uma resposta mais precisa. O instrumento ideal deverá ser esti- pulado pelo pesquisador para se atingir os resultados ideais. Por isso a importância de se definir o tipo de pesquisa e da esco- lha do instrumental ideal a ser utilizado. Os tipos de pesquisa vão se adequar as áreas específicas de cada pesquisador. As formas clássicas de classificação serão apresenta- das a seguir e de maneira geral são os tipos mais comumente emprega- dos. CONCEITUAÇÃO DO TEMA 6 Pesquisa Pura ou Básica : tem por objetivo buscar a atualização de conhecimentos para uma nova tomada de posição, contribuindo para o avanço da ciência, sem aplicação prática prevista. Pesquisa Aplicada: tem por objetivo buscar soluções para pro- blemas concretos e transformar em ação concreta os resultados do traba- lho. Tem aplicação prática dirigida à solução de problemas específicos e locais. Considerando a forma de abordagem do problema da pesquisa: Pesquisa Quantitativa : Considera que tudo pode ser quantificável. As opiniões e informa- ções levantadas pela pesquisa são traduzidas em números para serem classificadas e analisadas. De acordo com Richardson (1999, p. 80): As pesquisas científicas são em geral divididas entre pesquisa pura ou básica e pesquisa aplicada. Essa divisão não é estanque; há diversos casos que possu- em simultaneamente elementos de pesquisas básica e aplicada. (Cervo & Bervian,1983) A pesquisa pode ser quantitativa ou qualitativa ou ain- da utilizar ambas as formas de abordagem do proble- ma. Uma não substitui a outra, mas se complementam. (Cervo & Bervian,1983) 7 São utilizados instrumentos padronizados, como questionários, por exemplo, para o levantamento dos dados a serem analisados. Estes dados permitem que sejam realizadas projeções para a realidade representada na pesquisa e fornecem índices que possibilitam comparações com outras pesquisas realizadas na área. Pesquisa Qualitativa : Considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, não se preocupando com representatividade numérica. A preocu- pação é com interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social ou de uma organização. Diferente da pesquisa quantitativa, não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. Para Godoy, Os estudos que empregam uma metodologia qualitati- va podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais, contribuir no processo de mudança de determinado grupo e possibilitar, em maior nível de profundidade, o entendimento das particularidades dos comportamentos dos indivíduos. A pesquisa qualitativa não procura enumerar e/ou me- dir os eventos estudados, nem emprega instrumental estatístico na análise dos dados, envolve a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e proces- sos interativos pelo contato direto dopesquisador com a situação estudada, procurando compreender os fenô- menos segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situação em estudo (GODOY, 1995, p.58) 8 A utilização de métodos qualitativos pelos pesquisadores centra- se na tentativa de compreender e explicar a dinâmica das relações soci- ais, discutindo o que deve ser feito com relação a resolução da problemá- tica apresentada na pesquisa, preocupando-se com os aspectos da reali- dade que não podem ser quantificados. Considerando os objetivos gerais da pesquisa: (Cervo & Bervian,1983) Pesquisa Exploratória: Objetiva familiarizar-se com um assunto ainda pouco conhecido, pouco explorado para que o pesquisador possa conhecer mais sobre o assunto e construir suas hipóteses. A visão de que o conhecimento produzido na área das ciências naturais tem mais validade do que o conheci- mento produzido na área das ciências sociais e huma- nas ainda persiste, embora muito se tenha avançado. A ideia de Galileu, segundo a qual conhecer significa quantificar, por muito tempo esteve presente na produ- ção do conhecimento; por isso, a pesquisa quantitativa, mesmo nas Ciências Sociais, era utilizada como único meio até as discussões se iniciarem, na década de 1980, no Brasil, em torno da abordagem qualitativa de pesquisa para a análise e apreensão dos fenômenos humanos (PIETROBON, 2006, p. 78). Quando tratamos de POPULAÇÃO da pesquisa, esta- mos nos referindo ao universo que se deseja estudar, é o conjunto de elementos integrantes do local: escola, empresa, pessoas, dentre outros. Quando nos referimos a AMOSTRA, entende-se por parte da população escolhida com algum critério de representatividade para a pesquisa desenvolvida. 9 Envolve levantamento de fontes buscando o máximo de informa- ções acerca do estágio em que se encontram as pesquisas já desenvolvi- das sobre o assunto. A pesquisa exploratória compreende a busca em fontes bibliográ- ficas, publicações em mídias eletrônicas, websites, entrevistas com pes- soas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado. Ge- ralmente são Pesquisas Bibliográficas e Estudos de Caso. Este tipo de pesquisa é utilizado como o primeiro passo na elabo- ração de um projeto de pesquisa para facilitar a delimitação do tema. Segundo Mattar (1998, p. 84) Pesquisa Descritiva : Objetiva descrever as características de determinado fenômeno, fato, população ou processos. Vários estudos podem ser classificados como pesquisa descriti- va, por isso é importante conhecer a característica mais significativa que é o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário, entre- vistas e observação. Cabe salientar que a pesquisa descritiva registra e descreve fatos ou fenômenos de uma realidade sem, no entanto manipulá-los. Este pesquisa geralmente é trabalhada após a fase da explora- ção, levantando as características dos fatos, fenômenos ou processos observados que atendem aos interesses da pesquisa, descrevendo-os detalhadamente. A pesquisa exploratória visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema ou problema de pesquisa em perspectiva. Por isso é apropriada para os primeiros estágios da investigação quando a familia- ridade, o conhecimento e a compreensão do fenômeno por parte do pesquisador são geralmente insuficientes ou inexistentes. 10 Pesquisa Explicativa ou Analítica: Objetiva identificar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos, aprofundando o conhecimento da realidade na qual o objeto de pesquisa está inserido. Uma pesquisa explicativa pode ser a continuação de outra descri- tiva, pois o pesquisador vai identificar os fatores relacionados com o que foi desenvolvido na pesquisa descritiva, analisá-los minuciosamente e estabelecer as relações entre fenômenos e processos, entre outras expli- cações. Desse tipo de pesquisa originam-se as teorias ou tratados científi- cos e muitas envolvem experimentos laboratoriais. Para Gil (1999, p.46) esse tipo de pesquisa é "o que mais apro- funda o conhecimento da realidade, porque explica a razão das coisas. Por isso é o tipo mais complexo e delicado." As pesquisas neste modelo são chamadas de “pesquisas de pon- ta”, justamente porque o seu nível de aprofundamento é avançado e grande parte das teorias ou tratados científicos, originam-se das pesqui- sas explicativas. Considerando os procedimentos técnicos na pesquisa: (Gil, 2002) Pesquisa Bibliográfica: Tem por objetivo conhecer e analisar as contribuições teóricas existentes na área da temática escolhida para a pesquisa e que tem rela- ção direta com o tema ou problema nela tratados. Trata-se de uma etapa fundamental em todo o trabalho científico e consiste numa pesquisa bibliográfica exaustiva sobre o tema em ques- tão que influenciará todo o transcorrer da pesquisa e servirá como base para fundamentar os argumentos, e explicar os fatos pesquisados. 11 Esta pesquisa é desenvolvida a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e materiais dis- ponibilizados na Internet. A pesquisa bibliográfica possibilita a atualização sobre o tema escolhido oportunizando ao pesquisador o encontro com respostas dife- rentes ao problema formulado, levantando as contradições presentes so- bre a temática escolhida, além de evitar a repetição de trabalhos já reali- zados sob o mesmo enfoque. Para Cervo e Bervian, a pesquisa bibliográfica “é um procedimen- to indispensável para qualquer tipo de pesquisa.” CERVO & BERVIAN (1983, p.55). Corresponde ao estágio de revisão bibliográfica em uma descriti- va ou analítica. Pesquisa Documental: Objetiva selecionar, tratar, interpretar as informações que estão em documentos e materiais que não receberam tratamento analítico ou que ainda não foram utilizados em estudos ou pesquisa anteriores, tais como: documentos de arquivos públicos, relatórios de pesquisas, cartas, diários, biografias, fotografias, contratos, relatos de viagens, gravações, filmes, mapas, obras originais de pintura, escultura, desenho, depoimen- tos orais e escritos, certidões, correspondência pessoal ou comercial, testamentos e documentos arquivados em repartições públicas, associa- ções, igrejas, hospitais e sindicatos, dentre outros. Segundo Oliveira (2007, p.69) A pesquisa documental caracteriza-se pela busca de informações em documentos que não receberam ne- nhum tratamento científico, como relatórios, reporta- gens de jornais, revistas, cartas, filmes, gravações, fotografias, entre outras matérias de divulgação. 12 Cabe ressaltar que o documento a ser escolhido dependerá da problemática da pesquisa, ou seja, da questão a que se busca resposta. Os documentos precisam ser considerados cientificamente autênticos. A pesquisa documental assemelha-se muito com a pesquisa bibli- ográfica, diferenciando-se apenas na natureza das fontes utilizadas. Pesquisa Experimental: Objetiva testar hipóteses formuladas pelo pesquisador, a partir das variáveis selecionadas que apresentam possibilidades de influenciar no objeto de estudo. As pesquisas que envolvem algum tipo de experimento, são de- nominadas de pesquisas experimentais. Segundo Gil (1999, p.4) Neste tipo de pesquisa, o pesquisador estabelece as variáveis, que são os fatores internos ou externos, para provocar a alteração no padrão do que está sendo observado. Estes fatores externos ou internos podem ser de ordem natural ou artificial e provocam alterações no padrão de ocorrência ou de com- portamento do objeto de pesquisa. Geralmente são pesquisas realizadas em laboratório ou em campo e com maior frequência nas áreas da biolo- gia, da física, da química, da agronomia, sendo pouco frequentes em á- reas como da educação e psicologia da aprendizagem, por exemplo. Uma pesquisa experimental (explicativa) pode ser a continuação de outra descritiva, posto que a identifica-ção dos fatores que determinam um fenômeno exige que este esteja suficientemente descrito e detalhado. 13 Levantamento: A pesquisa de levantamento envolve o trabalho direto com as informações solicitadas e colhidas junto a um grupo significativo de pes- soas no intuito de fazer uma análise quantitativa para em seguida, apre- sentar as considerações sobre os resultados obtidos. Por exemplo, quan- do queremos conhecer a distribuição de audiência da TV. Iniciando pela definição do objeto de pesquisa, é selecionada a amostra onde serão colhidas as informações por veio de questionários, visitas, preenchimento de formulários. Ao final da aplicação dos instru- mentos, são aplicados cálculos estatísticos para o tratamento dos dados objetivando o resultado da pesquisa que irá responder à questão levanta- da no início do processo. Segundo Gil (2002, p.50), o levantamento é: Esta pesquisa é própria para obter dados estatísticos. A desvan- tagem da pesquisa de levantamento é que ela é apenas descritiva, sendo limitada quando nos propomos a também levantar os determinantes de um fenômeno, necessitando de complementações. Estudo de caso : Objetiva o estudo aprofundado e exaustivo de um fato, fenômeno ou processo visando o amplo e detalhado conhecimento deste. Por se tratar de uma pesquisa restrita a fatos, fenômenos e pro- cessos individualizados que pretende responder às questões 'como' e A interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se à solici- tação de informações a um grupo significativo de pes- soas acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, obterem-se as conclu- sões correspondentes aos dados coletados. 14 'por que' determinadas situações ou fenômenos ocorrem, é utilizado nas ciências humanas e também nas ciências médicas. Tem por base a análise, discussão e busca de soluções para o problema formulado na pesquisa, utiliza como técnicas a observação, a entrevista e dados documentais e visa proporcionar certa vivência da rea- lidade. Como afirma Yin aput Roesch (2005, p. 155): “no que se refere ao conceito de estudo de caso: é uma estratégia de pesquisa que busca examinar um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto”. Considerando a dificuldade de generalizarmos os resultados que são obtidos por meio do estudo de caso, GIL (2002, p. 140) aponta: Pesquisa-Ação: É um tipo de pesquisa realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo, procurando unir a pesquisa à ação ou prática. A impossibilidade de generalização dos resultados ob- tidos com o estudo de caso constitui séria limitação deste tipo de delineamento. Todavia, o estudo de caso é muito frequente na pesquisa social, devido à sua re- lativa simplicidade e economia, já que pode ser realiza- do por único investigador, ou por um grupo pequeno e não requer a aplicação de técnicas de massa para co- leta de dados, como ocorre nos levantamentos. A mai- or utilidade do estudo de caso é verificada nas pesqui- sas exploratórias. Por sua flexibilidade, é recomendá- vel nas fases de uma investigação sobre temas com- plexos, para a construção de hipóteses ou reformula- ção do problema. Também se aplica com pertinência nas situações em que o objeto de estudo já é suficien- temente conhecido a ponto de ser enquadrado em de- terminado tipo ideal. 15 Conforme Stringer (1996), a pesquisa-ação compreende uma rotina composta por três ações principais: 1. observar, para reunir informações e construir um cenário; 2. pensar, para explorar, analisar e interpretar os fatos; 3. agir, implementando e avaliando as ações. O pesquisador está envolvido de modo cooperativo ou participati- vo numa ação planejada e orientada pela proposta da pesquisa a ser rea- lizada. Esta ação pode ser de cunho social, educacional e técnica e exige a intervenção do pesquisador ou do grupo de pesquisadores que estão desenvolvendo a pesquisa. Muito comumente empregada na área da educação, a pesquisa ação, segundo Kemmis e MC Taggart: A pesquisa-ação é utilizada para diagnosticar um problema espe- cífico inserido numa situação também específica, não havendo interesse na obtenção dos resultados obtidos que sejam generalizáveis, ou seja, que sirvam de parâmetro de resultado para estudos semelhantes. Po- dem servir de fonte de pesquisa e indicativos em diferentes situações que levam a resultados semelhantes. Pesquisa Participante : Esta pesquisa é desenvolvida a partir da interação entre o pes- quisador e a comunidade envolvida, ou os membros da situação investi- gada. É uma forma de investigação baseada em uma autor- reflexão coletiva empreendida pelos participantes de um grupo social de maneira a melhorar a racionalidade e a justiça de suas próprias práticas sociais e educa- cionais, como também o seu entendimento dessas prá- ticas e de situações onde essas práticas acontecem. A abordagem é de uma pesquisa-ação apenas quando ela é colaborativa...” (KEMMIS e MC TAGGART,1988, apud Elia e Sampaio, 2001, p.248). 16 Ocorre de forma participativa e colaborativa entre pesquisador e pesquisados com o objetivo de buscar o envolvimento da comunidade na análise da própria realidade em que vive, partindo do respeito às necessi- dades dos pesquisados, incentivando-os a transformar suas necessida- des em problemas e a proporem, eles mesmos as soluções. A pesquisa participante apresenta, segundo Demo (1985), três momentos 1. O autodiagnóstico, que seria a confluência entre conheci- mento científico e saber popular. 2. A estratégia de enfrentamento prático dos problemas en- contrados. 3. Momento da necessidade de organização política, que re- presenta o enfrentamento do problema. A pesquisa participativa inicia com uma exploração inicial das problemáticas existentes no local onde será desenvolvido o projeto, iden- tificando as necessidades básicas ali presentes e elaborando as estraté- gias de ação que serão ali desenvolvidas. A comunidade deve estar envolvida em todo o processo da pes- quisa e os resultados deverão retornar a esta comunidade sob a forma de resolução dos problemas levantados. Neste tipo de pesquisa, geralmente são formados grupos multi- disciplinares, ou seja, formados por profissionais de diferentes áreas de formação para que o problema possa ser analisado e discutido levando em consideração suas dimensões. 17 EXERCÍCIOS Todos os exercícios estão disponíveis na página da disciplina no Ambiente Virtual de Aprendizagem em http://cead.utp.edu.br , para responde-los é necessá- rio fazer login. 18 CERVO, Amado L. e BERVIAN, Pedro A. Metodologia Científica: para uso dos estudantes universitários. 3.ed. São Paulo : McGraw-Hill do Bra- sil, 1983. DEMO, Pedro. Metodologia do Conhecimento Científico. São Paulo: A- tlas, 1985. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed.São Pau- lo: Atlas, 2002. GIL, Antonio. C.; Método e técnicas de pesquisa social. 5ª Edição. São Paulo. Editora Atlas S.A. 1999. GODOY, A. S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. In: Revista de Administração de Empresas. São Paulo: v.35, n.2, p. 57-63, abril 1995. KEMMIS, STEPHEN; McTAGGART, ROBIN. (1988) Como Planificar la Investigación-Acción . Barcelona: Laertes, 2001. MATTAR, Fauze Najib. Pesquisa de marketing: execução, análise. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1998. REFERÊNCIAS 19 OLIVEIRA, M. M. Como fazer pesquisa qualitativa. Petrópolis: Vozes, 2007. PIETROBON, S. R. G. A prática pedagógica e a construção do conheci- mento científico. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 1, n. 2, p. 77-86, jul.- dez. 2006. RICHARDSON, Roberto J. et al. Pesquisa social; métodos e técnicas. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1999. STRINGER, E. T. Action research: A handbook for practitioners. Thou- sand Oaks, CA:Sage, 1996. YIN, R.K. Estudo de caso: Planejamento e métodos. 3. ed. Porto Alegre: Bookman,2005. Coordenadoria de Educação a Distância Coordenação Marlei Gomes da Silva Malinoski Divisão Pedagógica Analuce Barbosa Coelho Medeiros Margaret Maria Schroeder Editoração Neilor Pereira Stockler Junior Disciplina de METODOLOGIA CIENTÍFICA
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