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ATIVIDADE SOBRE O DOCUMENTÁRIO: “CHÃO DA FÁBRICA” Thaís Lara de Sousa O documentário “Chão de Fábrica”, dirigido por Renato Tapajós apresenta, com uma linguagem clara e objetiva, um panorama histórico dos caminhos traçados pela criação do sindicalismo, as lutas sindicais, políticas dos trabalhadores e naquilo que ficou conhecido o Novo Sindicalismo. Fazendo uma linha do tempo que termina nos resultados e na situação que o movimento sindical se encontra na hodierna sociedade. É um trabalho didático acompanhado de uma fusão de análises de sindicalistas, historiadores, sociólogos e políticos que esclarecem o papel e a importância dos sindicatos. O pensamento de uma junção do coletivo para discutir pelo bem comum se inicia fortemente com as revoluções industriais, com a existência de uma grande massa proletarizada sendo explorada pelos donos do capital, a organização sindical surgiu então como um marco que modificou a desunião e o desamparo que viviam os trabalhadores para a organização da classe em busca de seus direitos. No Brasil, com a industrialização tardia, os movimentos sindicais vieram tardiamente e com alguns empasses. Como abordado no documentário, a Era Vargas trouxe grandes avanços nas garantias trabalhistas, dentre elas a CLT. No entanto, essas garantias trazem outra face pois juntamente com as melhorias Vargas implantou mecanismos de controle dos sindicatos, no qual os sindicatos não trocavam ideias entre si, não organizavam ações conjuntas, destoando-se assim do objetivo que esse órgão deve ter, continuando assim por tempos e tendo em seguida repressões de direitos trabalhistas ainda mais fortes no cenário de Ditadura Militar que começou no ano de 1964. Em sequência a isso, com a figura de Luís Inácio Lula da Silva é quando o sindicalismo ganha uma nova cara, ganha força e volume. Aliado a isso existe a unificação dos sindicatos no Brasil se tornando a CUT (Central Única dos Trabalhadores). Em plena ditadura militar, centenas de milhares de trabalhadores de fábricas eram mobilizados em prol de um bem comum, de direitos e melhorias. Um desses direitos que podem ser citados é o direito a greve. A greve é uma garantia de liberdade, um direito de autodefesa dos trabalhadores em face dos chefes de empresas que de alguma maneira não oferecem as condições necessárias e cabíveis para a garantia de uma vida digna ao trabalhador. Portanto, a greve, é uma forma de luta dos trabalhadores que durante muito tempo não era corretamente prevista no ordenamento jurídico brasileiro, e que só foi garantido com muita pressão por parte dos sindicatos. Com a forte pressão dos movimentos sociais e sindicais a Ditadura Militar tem seu fim, para evitar uma revolução, e dá-se inicio a redemocratização com a eleição de Tancredo Neves que falece antes assumir e o país passa a ser governado por Sarney. O governo de Sarney é marcado por um período de inflação descontrolada, desemprego, forte desigualdade e grande descontentamento da população. Em seguida, com influência da mídia e apoio dos detentores de capital Fernando Collor derrota Lula e assume a presidência do país trazendo reestruturações neoliberalistas para diminuir o poder do estado e privatizar diversas estatais. Essas medidas enfraqueceram o poder sindical, que passa a lutar não por melhorias, mas para manter as garantias já conquistadas. Com o desemprego e a insatisfação geral que vieram a trazer o povo novamente às ruas a pedido da saída de Collor, o presidente então é impeachmado. Itamar Franco assume a presidência com uma visão liberalista que não se distanciava muito da de Fernando Collor, entretanto com o plano real implantado por esse, a economia brasileira teve grandes melhorias, mas tinham interesses por trás que não traziam benefícios aos trabalhadores. Com o advento de novas tecnologias em fábricas, a substituição de parte da mão de obra e mais privatizações, os sindicatos lutavam pela sobrevivência, o pensamento que já se passava era o de naturalização da situação e o enfraquecimento da luta. A situação só volta a mudar com a eleição de Lula em 2002, havendo a criação de empregos, melhorias políticas, sociais, econômicas. Os sindicatos passam a ganhar voz novamente, ganhar forças e pessoas, o bem do coletivo entra em um plano de importância, os pontos requeridos e protestados passam a ser recorrentemente adquiridos. Aparentemente um passo a concretização da democracia, da diminuição da desigualdade e para o pleno exercício dos sindicatos passa a ser dado. No entanto, com o golpe de 2016 que tirou a sucessora de Lula, Dilma Rousseff da presidência, os políticos, o empresariado, os industriais e grandes latifundiários vem tentando enfraquecer o movimento sindicalista. A história do sindicalismo, relatada e vivida pelos trabalhadores ao decorrer do documentário mostra-se eficaz para a garantia de interesses coletivos. Nesse sentido, analisando toda a linha do tempo da história do sindicalismo no Brasil é possível perceber a importância da organização sindical para o pleno desenvolvimento de uma sociedade, com as voltas na complexidade do movimento sindical e das entidades é possível perceber que as organizações são partes de um movimento muito mais amplo que simples formalidades institucionais, mas partes de uma grandiosa arma dos que se opõem à degradação dos trabalhadores promovida pelas forças do capital. REFERÊNCIAS BIBILIOGRÁFICAS Decreto-Lei 5.452 de 1o de maio de 1943. Consolidação das Leis do Trabalho, Brasília, DF, Out. 2017. BRASIL. MARTINEZ, Luciano. Curso de Direito do Trabalho. 11. Ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2020. TAPAJÓS, Renato. Chão de Fábrica – Um documentário sobre a história do sindicalismo. Youtube, 28 de Setembro de 2018.
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