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TRABALHO TRIBUTÁRIO 2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE DIREITO
CURSO DE DIREITO
EXCLUSÃO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO
CLÁUDIO FELIPE LOUZEIRO MATOS
São Luís – MA
2022
CLÁUDIO FELIPE LOUZEIRO MATOS
EXCLUSÃO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Trabalho apresentado à disciplina Direito Tributário 2, para obtenção da 1ª e 2ª notas.
São Luís – MA
2022
INTRODUÇÃO	
No direito tributário brasileiro, crédito tributário representa o direito de crédito da Fazenda Pública, já devidamente apurado e, portanto, dotado de certeza, liquidez e exigibilidade, estabelecendo um vínculo jurídico que obriga o contribuinte ou responsável (sujeito passivo) a pagar o tributo ao sujeito ativo (Estado ou ente parafiscal).
Para que o Estado possa exigir o crédito tributário, é necessário que ocorra o fato gerador, e que o Estado individualize e quantifique o valor a ser pago, com o lançamento, o que dota o crédito de exigibilidade. 
Entende-se por exclusão do crédito tributário o impedimento do lançamento do tributo, quebrando a linha do tempo do fenômeno jurídico tributário, evitando, portanto, o nascimento do crédito e, consequentemente, a obrigação do pagamento.
Existem duas formas de excluir o crédito tributário, quais sejam a isenção e a anistia, conforme dispositivo previsto no art. 175 do CTN “ Excluem o crédito tributário: I - a isenção; II - a anistia”. (Grifo meu)
Porém, mesmo dispensado legalmente o pagamento do tributo ou multa, não se dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela seja consequente. Como exemplo, a concessão da anistia da multa na entrega em atraso da declaração do imposto de renda, não implica dispensa da entrega da própria declaração.
Em síntese, tão somente a obrigação principal poderá ser interferida pelos institutos da isenção ou anistia, impedindo o lançamento do crédito tributário e, sucessivamente, da obrigação de pagar.
1. EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
A exclusão do crédito tributário é o ato jurídico que impede o lançamento da obrigação tributária e a sua consequente exigibilidade pelo sujeito ativo tributário, o Estado.
Para Eduardo Sabbag[footnoteRef:1], a exclusão do crédito tributário consiste na inviabilidade da sua constituição, ou seja, são situações em que mesmo, ocorrido o fato gerador e a obrigação tributária, não haverá lançamento e, consequentemente, não haverá o crédito tributário. [1: SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. PDF. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.] 
De acordo com Ricardo Alexandre: Excluir o crédito tributário significa impedir a sua constituição. Trata-se de situações em que, não obstante a ocorrência do fato gerador e o consequente nascimento da obrigação tributária, não pode haver lançamento, de forma que não surgirá crédito tributário, não existindo, portanto, obrigação de pagamento. (Direito Tributário Esquematizado, p. 481).
Neste sentido, ensina Leandro Paulsen:
A isenção e a anistia, ao excluírem o crédito, dispensam o contribuinte de apurar e cumprir a obrigação tributária principal. De outro lado, impedem o Fisco de constituir o crédito pelo lançamento e exigi-lo, seja administrativa ou judicialmente. (PAULSEN, Leandro. Curso de Direito Tributário, 2017.)
Em síntese, exclusão do crédito é o impedimento de sua constituição, sendo, portanto, exceção à regra estabelecida no artigo. 142, § único, do CTN, pela qual o lançamento é uma atividade administrativa de natureza vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.
Na isenção e na anistia existe uma situação definida em lei como hipótese de incidência, o fato gerador ocorre, mas o crédito tributário não chega a se constituir pelo lançamento. Há uma interrupção no iter tributário.
Esta possibilidade está disciplinada no artigo 175, do Código Tributário Nacional, o qual prevê duas hipóteses de exclusão do crédito tributário, quais sejam a isenção e a anistia.
Diz o artigo 175, do CTN:
 Art. 175. Excluem o crédito tributário:
I - a isenção;
II - a anistia.
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente.
Importa ressaltar que, conforme previsto no parágrafo único do referido artigo, o sujeito ativo não fica dispensado das obrigações acessórias do tributo. A exclusão opera-se tão somente na esfera financeira, restando ao sujeito passivo o necessário cumprimento das obrigações acessórias na forma da lei.
Como visto, na literalidade do texto normativo, são duas as hipóteses de exclusão do crédito tributário: isenção e anistia.
2. ISENÇÃO
No conceito clássico, isenção significa a dispensa do pagamento do tributo devido, uma vez que o fato gerador ocorre, dá-se a incidência tributária, instaura-se a relação jurídica e existe obrigação tributária. Se há incidência, o tributo é devido, mas a lei dispensa o contribuinte do seu pagamento. Assim, o crédito tributário não se constitui, pois o lançamento não se efetiva por ser a isenção, causa de exclusão do crédito tributário.
Trata-se, ainda de acordo com a doutrina clássica, de uma causa de não incidência legalmente qualificada. A isenção, de maneira simples, impede a constituição de crédito tributário em face de determinadas pessoas, bens ou serviços que, como regra, deveriam ser tributados. O ente tributante, também por medidas de política tributária, pode decidir que determinadas situações em que, como regra, poderia tributar, não sejam objeto de incidência tributária. Diante disso, por lei, exclui tais situações da regra de tributação.
Sobre o conceito de isenção, existe alguma divergência. Pois para alguns doutrinadores, na isenção existe a hipótese de incidência e o fato gerador, ocorrendo, todavia a dispensa em sua cobrança. Para outros doutrinadores, a isenção retira uma parcela da hipótese de incidência ou do fato gerador, como exemplo podemos citar o imposto de renda (disponibilidade econômica) a lei, retira da hipótese de incidência o valor do salário-família, do aviso prévio, etc.
A isenção é a “dispensa legal do pagamento do tributo devido” conforme (ALEXANDRE, 2014, p. 482). Este instituto só exclui a exigibilidade do crédito, continuando a existir o tributo, visto que continua a existir o fato gerador que foi alcançado pela hipótese de incidência gerando a obrigação tributária.
Assim, o surgimento da isenção ocorre após o surgimento da obrigação tributária e antes do lançamento do crédito tributário, ou seja, não é lançado o valor devido do tributo a ser pago.
A isenção consiste em uma norma infraconstitucional que exclui o crédito tributário, impedindo a incidência da norma de tributação. Por isso se diz que a lei exclui da tributação hipótese que constitucionalmente poderia ser tributada.
Devemos analisar que, em regra, a isenção não é aplicada às taxas nem às contribuições de melhoria, pois nesses tributos consiste uma contraprestação, conforme comando do artigo 177, do CTN, o qual determina que, salvo disposição em contrário, a isenção não é extensiva às taxas, às contribuições de melhoria, bem como aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.
Contudo, devemos observar que o texto legal dispõe a possibilidade de tornar possível a extensão da isenção às taxas e às contribuições de melhoria. Assim, para haver essa extensão, deverá conter disposição expressa neste sentido.
2.1 Espécies de Isenção
2.1.1 Isenção pura e onerosa
Quanto à sua natureza, a isenção pode ser pura ou onerosa.
A isenção pura, ou simples, ou gratuita, ou unilateral, ou não contratual, ocorre quando é concedida sem que a lei exija contraprestação do contribuinte, ou seja, quando não lhe impõe qualquer condição para gozar do benefício fiscal, resultando, portanto, de mera liberalidade.
A isenção onerosa, condicionada, bilateral ou contratual, se dá quando a lei condiciona a sua concessão ao cumprimento pelo contribuinte de determinadas condições, ou seja, tem caráter contratual prestacional.A isenção condicionada corresponde a expediente comum de política fiscal utilizado pelo Estado visando a atrair a iniciativa privada para prestação de serviços que entende de natureza relevante, ou objetiva atrair indústrias a se localizarem em determinadas regiões.
2.1.2 Isenção instantânea, a prazo certo e a prazo indeterminado.
No que se refere ao prazo, a isenção pode ser instantânea, a prazo certo e a prazo indeterminado.
A isenção instantânea é aquela que o contribuinte fica dispensado de pagar o tributo incidente sobre fato gerador simples, que ocorre em um dado momento no tempo, que pode ser isolado, e, assim, cada vez que a situação prevista na lei é realizada dá lugar à ocorrência de novo fato gerador, como por exemplo, a entrada de mercadoria no território nacional. Desse modo, a isenção instantânea perde seu efeito tão logo ocorra fato específico que a ditou, sendo, portanto, desnecessária a sua revogação, pois as situações por ela amparadas já deixaram de existir.
A isenção a prazo certo caracteriza-se por vigorar por um dado prazo estabelecido em lei, pelo que seus efeitos cessam tão logo se esgote o prazo. O artigo 178 do CTN reza que a isenção a prazo certo e onerosa não pode ser revogada durante a sua vigência, verbis:
Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104. 
Por sua vez, a isenção por prazo indeterminado é aquela que não tem no texto legal que a instituiu qualquer referência à limitação do tempo de sua eficácia, não significando, no entanto, que possa ser perpétua e que não possa ser irrevogada.
2.1.3 Isenção ampla ou restrita
Levando-se em conta o campo de sua abrangência a isenção pode ser ampla ou restrita.
A isenção é ampla quando pretende alcançar todos os contribuintes de forma indiscriminada, prevalecendo, portanto, em todo o território da entidade tributante.
De outro lado, a isenção denomina-se restrita, ou regional, quando é limitada a determinada região da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares, conforme disciplina o parágrafo único, do Artigo 176 do CTN, visando a compensar desigualdades de condições geográficas entre as diversas regiões. Tendo esta finalidade a isenção restrita não contraria o princípio da uniformidade geográfica da tributação federal insculpido no inciso I, do Artigo 151, da Carta Magna.
2.1.4 Isenção geral e especial
No que tange à sua forma, a isenção pode ser de caráter geral ou especial. É o que disciplina o Artigo 179 do CTN. Vejamos:
Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para sua concessão.
§ 1º Tratando-se de tributo lançado por período certo de tempo, o despacho referido neste artigo será renovado antes da expiração de cada período, cessando automaticamente os seus efeitos a partir do primeiro dia do período para o qual o interessado deixar de promover a continuidade do reconhecimento da isenção.
§ 2º O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155.
Importante mencionar que somente tem direito adquirido aqueles que cumpriram as condições impostas na lei concessória, pois, aqueles que não estavam se beneficiando com a lei e esta vier a ser revogada, não terão direito adquirido.
A isenção de caráter geral quando concedida de forma indiscriminada a determinada categoria de contribuintes, pelo que a sua eficácia decorre simplesmente da lei, independendo, portanto, de ato ou de controle da administração. Se, no entanto, houver ato da administração deve ser entendido como tendo natureza meramente declaratória.
Por outro lado, a isenção de caráter especial, ou particular, ou específica, refere-se ao contribuinte de forma individual, levando em conta determinadas condições previstas na lei que a concedeu. A eficácia de tal modalidade de isenção depende de requerimento do interessado perante a autoridade administrativa, provando prevalecer as condições fixadas em lei com o objetivo de obter despacho da autoridade, efetivando a isenção.
O § 1° do artigo. 179 do CTN estatui que o despacho que efetiva a isenção concedida em caráter individual não gera direito adquirido, podendo, portanto, ser reformado, de ofício, se o beneficiado não atendia ou deixou de atender os requisitos da lei para sua concessão. Neste caso, aplica-se, quando cabível, o disposto no artigo. 155, ou seja, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora: a) Com a imposição de penalidade cabível, se a reforma do despacho decorrer de dolo, simulação ou fraude do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele ou b) Sem imposição de penalidade, se a reforma do despacho não decorreu de má-fé do beneficiado pela isenção.
2.1.5 Isenção objetiva, subjetiva ou mista.
Quanto à razão de ser de sua concessão, a isenção pode se objetiva, subjetiva ou mista.
Dá-se a isenção objetiva, ou real, quando o benefício é estipulado por lei em função exclusivamente da situação que constitua o fato gerador do tributo, pouco importando a pessoa do contribuinte.
A isenção é subjetiva, ou pessoal, quando concedida em função exclusivamente da pessoa do contribuinte fazendo-se, portanto, abstração da situação correspondente ao fato gerador.
2.2 A isenção só pode ser concedida por lei
O artigo. 176 do CTN prescreve que a isenção, ainda quando prevista em contrário, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica, e, sendo o caso, o prazo de sua duração. 
Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração.
 Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares.
Esta determinação legal é consoante o § 6º, do artigo 150, da CF que revigorou o princípio da legalidade no caso ao exigir lei específica para a concessão da isenção, sem prejuízo do disposto no artigo. 155, §2°, XII, g, visando a combater as renúncias indevidas, aleatórias ou mesmo – e principalmente – fraudulentas, às receitas do Estado.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
§ 6º - Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, §2°, XII, g.
Em resumo, trata-se também de capacidade tributária do sujeito ativo, afinal aquele que pode tributar e o faz somente mediante lei, também pode renunciar a receitas fiscais, de igual sorte norteado pelo princípio da legalidade estrita.
3. ANISTIA
O termo anistia é empregado no direito tributário com o mesmo significado da terminologia jurídico-penal, ou seja, perdão, esquecimento da infração punível, deixando, portanto, o anistiado de receber a penalidade.
Segundo Hugo de Brito Machado, “Anistia é a exclusão do credito tributário relativo a penalidades pecuniárias. O cometimento de infração a legislação tributária enseja a aplicação de penalidades pecuniárias, multas, e estas ensejam a constituição do credito tributário correspondente. Pela anistia o legislador extingue a punibilidade do sujeito passivo infrator da legislação tributária, impedindo a constituição do crédito.”
Assim, podemos conceituar anistia como sendo a causa de exclusão crédito tributário estabelecidaem lei específica que tem o condão de perdoar as infrações cometidas pelo contribuinte à legislação tributária, que ainda não foram conhecidas pelo Fisco, deixando autoridade administrativa de aplicar-lhe a penalidade cabível e impedindo o lançamento do crédito referente à multa.
A anistia só atinge as penalidades porque o artigo 180 do CTN reza que a mesma abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede. Assim, o temo "exclusivamente" tem o sentido de precisar que a anistia só diz respeito às infrações cometidas à legislação tributária, não alcançando a obrigação do contribuinte de pagar o tributo.
Existem dois marcos temporais que limitam a possibilidade da concessão da anistia: uma é que o benefício só pode ser concedido após o cometimento da infração e que deve ocorrer antes do lançamento da penalidade pecuniária.
Esse instituto do Direito Tributário encontra regramento nos arts. 180 a 182, do Código tributário Nacional.
O artigo 180, do CTN traz as disposições gerais sobre o tema:
Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede, não se aplicando:
I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele;
II - salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas.
Observamos que os incisos do art. 180 do Código Tributário Nacional trazem casos de proibições de anistia, disciplinando o primeiro inciso, a vedação desse instituto por “atos qualificados em lei como crimes ou contravenções penais e aos que, mesmo sem essa qualificação sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele”.
No inciso II, trata do segundo caso de proibição legal, que são “salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas”. Em regra, não se concede anistia as infrações praticadas em conluio. Mas o CTN abre brecha quando diz “salvo disposição em contrário”, permitindo, portanto, a concessão da anistia a pessoas que age em conluio.
A anistia pode ser concedida em caráter geral ou limitadamente, conforme o art. 181 do CTN:
 Art. 181. A anistia pode ser concedida:
I - em caráter geral;
II - limitadamente:
a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo;
b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza;
c) a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares;
d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa.
Por se tratar de benefício fiscal que pode ser concedido em caráter individual, aplicam-se a anistia as regras da isenção concernente à isenção concedida em caráter individual e sua revogabilidade, conforme art. 182 do CTN, in verbis:
Art. 182. A anistia, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com a qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua concessão.
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155.
Por fim, o beneficiário, no caso da concessão da anistia em caráter individual, deverá, sempre que julgar necessário, requerer o gozo do benefício, comprovando a satisfação dos pressupostos legais, visto que o despacho da autoridade administrativa não gera direito adquirido.
4. CONCLUSÃO
A exclusão do crédito tributário é operada em duas modalidades e ocorre exclusivamente em caso de promulgação de lei que determina a não-exigibilidade do crédito tributário por parte do sujeito ativo (Estado). As modalidades de exclusão previstas são: I) a isenção, que é a dispensa do tributo devido; e II) a anistia, que é exclusão das penalidades e não do crédito tributário.
Notadamente, apesar de várias similitudes procedimentais, são institutos diferentes no Direito Tributário, sendo a isenção uma forma de exclusão do crédito tributário relativa unicamente ao tributo, já a anistia é a forma de exclusão do crédito tributário referente à penalidade pecuniária, ou seja, multa.
A utilização ou aplicação dessas formas de exclusão do crédito tributário só se opera mediante lei, através da qual a administração pública pode beneficiar pessoas físicas e jurídicas de acordo com disposições legais, visto que se trata de ato vinculado.
Entende-se que os institutos podem ser revogados ou modificados a qualquer tempo com a vigência de nova lei alterando ou revogando a lei que a concedeu, dando continuidade dos atos administrativos para nascer o crédito tributário e a obrigatoriedade de seu pagamento.
Contudo, o legislador ordinário deve observar os princípios constitucionais da legalidade, da irretroatividade, da anterioridade e da capacidade contributiva, bem como, os limites estabelecidos no Código Tribunal Nacional.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 2018.
BRASIL, Código Tributário Nacional, Lei Nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Institui o Código Tributário Nacional.
ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8 ed., rev, atual e ampliada. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2014.
FONTES, Juliana Frederico. Curso de Direito Tributário. PDF. 1 ed. Belo Horizonte: Rede Preparatória, 2013.
JARDIM, Eduardo Marcial Ferreira. Manual de Direito Financeiro e Tributário. 10 ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
NAVARRO COELHO, Sacha Calmon. Curso de Direito Tributário Brasileiro. PDF. 12 ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
PAULSEN, Leandro. Curso de Direito Tributário: Completo. PDF. 8 ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. PDF. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
SEGUNDO, Hugo de Brito Machado. Código Tributário Nacional: anotações à Constituição, ao Código Tributário Nacional e às Leis Complementares 87/1996 e 116/2003 PDF. 6. ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Atlas, 2017.

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