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31
UNIVERSIDADE PAULISTA
ANA FLÁVIA DE CAMPOS FACINA - D215ED-5
ELIZAMA CAVALCANTI FOGAÇA N2243G0
JULIANO CALEGARI - D07FDH-8
LORENA MARTINS DA CRUZ D1606B-0
NATHALIA CAROLINE VAZ D1706J-1
PRISCILA SILVA COSTA B6244G-6
PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS: DIÁLOGOS COM OS FUNDAMENTOS TEÓRICOS, O DESENVOLVIMENTO E A AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS PROFISSIONAIS.
MAL DO SÉCULO: UM OLHAR PSICOSSOCIAL DOS TRANSTORNOS DE DEPRESSÃO E ANSIEDADE
SOROCABA, SP
2020
ANA FLÁVIA DE CAMPOS FACINA - D215ED-5
ELIZAMA CAVALCANTI FOGAÇA N2243G0
JULIANO CALEGARI - D07FDH-8
LORENA MARTINS DA CRUZ D1606B-0
NATHALIA CAROLINE VAZ D1706J-1
PRISCILA SILVA COSTA B6244G-6
PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS: DIÁLOGOS COM OS FUNDAMENTOS TEÓRICOS, O DESENVOLVIMENTO E A AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS PROFISSIONAIS.
MAL DO SÉCULO: UM OLHAR PSICOSSOCIAL DOS TRANTORNOS DE DEPRESSÃO E ANSIEDADE
Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de graduação em psicologia apresentado à Universidade Paulista – UNIP.
Orientadora: Profa. Dra. Cybele Carolina Moretto.
SOROCABA, SP
2020
ANA FLÁVIA DE CAMPOS FACINA - D215ED-5
ELIZAMA CAVALCANTI FOGAÇA N2243G0
JULIANO CALEGARI - D07FDH-8
LORENA MARTINS DA CRUZ D1606B-0
NATHALIA CAROLINE VAZ D1706J-1
PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS: DIÁLOGOS COM OS FUNDAMENTOS TEÓRICOS, O DESENVOLVIMENTO E A AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS PROFISSIONAIS.
MAL DO SÉCULO: UM OLHAR PSICOSSOCIAL DOS TRANTORNOS DE DEPRESSÃO E ANSIEDADE
Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de graduação em psicologia apresentado à Universidade Paulista – UNIP.
Orientadora: Profa. Dra. Cybele Carolina Moretto.
Aprovado em:BANCA EXAMINADORA _______________________/__/___ Prof. Nome do Professor Universidade Paulista – UNIP _______________________/__/___ Prof. Nome do Professor Universidade Paulista – UNIP _______________________/__/___ Prof. Nome do Professor Universidade Paulista UNIP
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente aos nossos professores, que contribuíram com a nossa formação e nos auxiliaram a chegar até aqui, e que se tornaram inspirações de profissionais para nós. Agradecemos especialmente a nossa orientadora, Cybele, por ter nos incentivado e apoiado com essa pesquisa, nos auxiliando a ser melhores, pelas correções e ensinamentos, que nos proporcionaram um melhor desempenho no processo de formação, e por ter acreditado que somos capazes de ir mais longe. 
Agradecemos aos nossos colegas de sala, e, em breve, de profissão, que nos apoiaram e incentivaram ao longo de toda a trajetória acadêmica, que compartilharam conosco dos mesmos desafios e alegrias que a Psicologia nos trouxe.
Agradecemos a nossa família e amigos, que desde o início, nos apoiaram a ir atrás dos nossos sonhos, e de alguma maneira, nos fortaleceram para chegar até aqui, para que realizássemos esse sonho. 
Agradecemos as pessoas com quem convivemos ao longo desses anos de curso, que nos incentivaram e que certamente tiveram impacto na nossa formação acadêmica. E agradecemos a todos que, de alguma forma, participaram da nossa pesquisa, seja pela contribuição na obtenção de dados, ou pelo interesse no nosso protejo. 
“Nenhuma sociedade que esquece a arte de’ questionar pode esperar encontrar respostas para os problemas que a afligem”.
(Zigmunt Bauman)
RESUMO
A depressão e a ansiedade vêm se apresentando cada vez mais na vida do indivíduo, modificando seus comportamentos, alterando sua funcionalidade, produzindo tristeza profunda. Muito se especula sobre a saúde mental, mas a prática cientifica da psicologia existe com o objetivo de promover a qualidade de vida, tendo um grande leque de abordagens disponíveis, os profissionais analisam a demanda, e constroem com o paciente um plano de ação para chegar a um objetivo. O objetivo deste trabalho visa (re) conhecer aspectos sociais dos transtornos de depressão e ansiedade, suas causas, influencias. Foi realizada uma pesquisa quantitativa, com questionários distribuídos pela plataforma Google Forms, além de uma pesquisa bibliográfica de autores como Zigmunt Bauman, Sigmund Freud, Vargas, Hoffmeinster e outros. A conclusão do presente trabalho enquadra diversos aspectos como causadores dos transtornos de depressão e ansiedade, dentre eles, podemos citar aspectos individuais como possível hereditariedade, concepções de vida ou ideologias, mas também aspectos sociais, como dignidade de vida, empregabilidade e outros aspectos que permeiam a existência do individuo para si e em sociedade.
Palavras-chave: Depressão; Ansiedade; Comportamento; Atuação.
ABSTRACT
Depression and anxiety are increasingly present in the individual's life, changing their behavior, altering their functionality, producing deep sadness. So speculated about mental health, but the scientific practice of psychology exists with the goal of promoting quality of life, with a wide range of approaches available, professionals analyze the demand, and build with the patient an action plan to get there to a goal. The goal of this work is to learning social aspects of depression and anxiety disorders, their causes, influences. A quantitative research fulfilled, with questionnaires distributed by the Google Forms platform, in addition to a bibliographical research of authors such as Zigmunt Bauman, Sigmund Freud, Vargas, Hoffmeinster and others. The conclusion of the present work includes several aspects that cause depression and anxiety disorders, among them, we can mention individual aspects such as possible heredity, conceptions of life or ideologies, but also social aspects, such as dignity of life, employability and other aspects that permeate the individual's existence for himself and in society.
Keywords: Depression; Anxiety; Behavior; Acting.
Sumário
1.	INTRODUÇÃO.................................................................................................................11
1.1.	APRESENTAÇÃO........................................................................................................11
1.2.	MAL ESTAR DO SÉCULO – DEFINIÇÃO E BREVE HISTÓRICO	12
1.3.	ABORDAGEM: PSICOLOGIA SOCIAL E O MAL ESTAR DO SÉCULO	13
1.4.	ATUAÇÃO E PRÁTICAS DO PSICÓLOGO NO CAMPO SOCIAL	15
2.	OBJETIVOS......................................................................................................................18
2.1.	OBJETIVO GERAL......................................................................................................18
2.2.	OBJETIVOS ESPECÍFICOS.........................................................................................18
3.	JUSTIFICATIVA..............................................................................................................18
4.	MÉTODOS........................................................................................................................19
4.1.	PARTICIPANTES.........................................................................................................20
4.2.	INSTRUMENTOS.........................................................................................................20
4.3.	PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS............................................................20
4.4.	PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DE DADOS...........................................................20
4.5.	RESSALVAS ÉTICAS..................................................................................................21
5.	RESULTADOS.................................................................................................................22
5.1.	Transtornos de depressão e ansiedade: O agravo do quadro dos transtornos diante da questão social e dos direitos básicos.....................................................................................22
5.2.	Transtorno de ansiedade e depressão: questões sobre o ambiente de trabalho e oportunidades de emprego. ...................................................................................................22
5.3.	Questões sobre a Saúde Mental em meio a Pandemia do COVID-19.	23
5.4.	Atuaçãoe importância da psicologia.............................................................................23
6.	DISCUSSÃO.....................................................................................................................23
6.1.	Transtornos de depressão e ansiedade: O agravo do quadro dos transtornos diante da questão social e dos direitos básicos. ...................................................................................23
6.2.	Transtorno de ansiedade e depressão: questões sobre o ambiente de trabalho e oportunidades de emprego. ...................................................................................................27
6.3.	Questões sobre a Saúde Mental em meio a Pandemia do COVID-19.	31
6.4.	Atuação e importância da psicologia.........................................................	34
7.	CONCLUSÃO...................................................................................................................37
8.	REFERÊNCIAS................................................................................................................40
9.	ANEXOS...........................................................................................................................45
9.1.	QUESTIONÁRIO..........................................................................................................	45
1. INTRODUÇÃO
1.1. APRESENTAÇÃO
Este trabalho tem como objetivo apresentar o mal do século causado pelas questões atuais em nosso país com um grande enfoque nos transtornos de depressão e ansiedade.
Com base no tema comum, “Psicologia e políticas públicas: diálogos com os fundamentos teóricos, o desenvolvimento e a avaliação das práticas profissionais" conseguimos destacar possíveis causadores destes transtornos, além de, por meio deste, conseguir elucidar de forma clara a promoção da saúde mental com a ajuda dos profissionais da área da saúde mental, dando ênfase a grande importância da atuação dos mesmos para uma intervenção concreta na vida em sociedade.
O presente também tem por objetivo apresentar como os transtornos de depressão e ansiedade podem atrapalhar a vida cotidiana dos indivíduos, principalmente na adolescência e vida adulta, levando em consideração alguns dos aspectos que tem participação ativa na interferência na vida do sujeito, que podem ser prejudiciais a ele e ao grupo que se insere, seja o grupo de cunho familiar, escolar, profissional ou outros possíveis.
Um aspecto importante para essa compreensão sobre a ansiedade é a possibilidade de duas vertentes no transtorno, que seriam a ansiedade traço (AT) e ansiedade estado (AE). A primeira se refere a ansiedade como um traço da personalidade do sujeito, se colocando ativamente nas decisões e reações do mesmo, quando se sente ameaçado; já a segunda diz respeito a picos de ansiedade, que aparecem pontualmente, e podem ser descritas com inquietação e nervosismo.
Podemos dizer, brevemente, que a sociedade atual está submissa perante uma pequena parcela dela que possui poder e sucesso, muitas vezes alcançado pela crença da meritocracia herdada. Essa passividade frente ao atual modelo (muito criticado) meritocrático, se firma quando a maior parcela da sociedade (os não poderosos e considerados sem sucesso) se vê na impossibilidade de criar algo novo, se rendendo a venda da mão de obra que pode produzir, que atualmente é desvalorizada em diversos setores. Dito isso, e relacionando com a saúde mental, podemos associar as más condições de trabalho no país ao declínio da saúde mental social e individual, o que abre possibilidade para uma análise crítica acerca das necessidades dos indivíduos em vulnerabilidade em determinados aspectos de sua vivência enquanto indivíduo na sociedade.
Para melhor compreensão e base para conteúdo científico, citamos autores clássicos como ZygmuntBauman e Sigmund Freud, e outros artigos sobre o tema escolhido para facilitar e ter uma melhor escrita sobre.
1.2. MAL ESTAR DO SÉCULO – DEFINIÇÃO E BREVE HISTÓRICO 
Segundo Beck e Alford (2010), a depressão é uma síndrome clínica que foi reconhecida há mais de dois mil anos atrás, e que era descrita como melancolia, primeiramente por Hipócrates, e caracterizada por Aretaeus como tristeza, medo, agitação, insônia, falta de ânimo, irritabilidade, desejo de morte em casos mais graves. Até agora, essa síndrome tem questões mal resolvidas, lacunas a serem preenchidas para o seu total entendimento, como por exemplo a sua natureza, causas e classificações. Essas características não resolvidas causam diversas opiniões, há quem acredite que a depressão é um transtorno com origens psíquicas, outros orgânicos, e outros ainda que acreditam ser ambos. Essa doença é uma das que mais causam sofrimento humano nos últimos tempos, e segundo o Manual Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV), a probabilidade desse transtorno se desenvolver é de 12 a 15% nos homens, e 10 a 25% nas mulheres.
A ansiedade é um estado de humor, e se caracteriza por representar o novo, o desconhecido no indivíduo, o medo de não saber o que está por vir, o que esperar, e por não ter o controle disso. Além disso, pode ser também a reativação de situações já vividas, onde as fantasias vêm à tona ou aspectos sociais, inseguranças que o indivíduo traz aprendidos na sociedade. 
Segundo Vargas, Hoffmeister, Prates e Vasconcellos (2015), as alterações de humor citadas acima são comuns em todas as pessoas, o alerta vai para aquelas que tem essas alterações com mais frequência, intensidade, e que afetam a vida, causando sofrimento e prejuízos sociais, pessoais e de funcionamento. 
O mal-estar vem se mostrando a muito tempo. Bauman (1998), em seu livro “O Mal-Estar da Pós-Modernidade”, diz que as pessoas são obrigadas a respeitar e apreciar certas coisas que a própria sociedade implica, a liberdade de agir é preparada, moldada desde cedo, para que se cumpra com o que a sociedade espera. Ele compartilha do mesmo pensamento de Freud, dizendo que a sociedade impõem sacrifícios, e as estruturas de uma civilização que escolheu limitar a liberdade significa mais mal-estar. O autor diz que “os homens e as mulheres pós-modernos trocaram um quinhão de suas possibilidades de segurança por um quinhão de felicidade”, e é o que se deve fazer agora. 
Vargas, Hoffmeister, Prates e Vasconcellos (2015), dizem que a privação do convívio social, de liberdade, o controle sobre o sujeito, mudanças de ambiente e estruturas rígidas são umas das principais contribuições para o desenvolvimento dos transtornos depressivos e de ansiedade, pois privam o sujeito do prazer, seja ele qual for. 
Em 2017, a OMS (Organização Mundial da Saúde) lançou uma campanha chamada “vamos conversar”, com o intuito de que as pessoas com os transtornos depressivos e de ansiedade de todo o mundo busquem e obtenham ajuda, pois esses transtornos foram marcados como o primeiro da lista de causas de problemas de saúde pela Organização Pan-Americana da Saúde. 
Em um estudo realizado por Cantarelli, Soares e Volpi (2019), médicos e psicólogos dizem que a maior causa de depressão hoje em dia são os problemas sociais, a cobrança da sociedade de ser bem sucedido e feliz, o estresse, problemas financeiros, perdas, conflitos familiares, doenças, alterações hormonais e muitas outras, e que destroem o indivíduo, suas famílias, suas carreiras, debilita, fazendo com que a pessoa envelheça precocemente. 
1.3. ABORDAGEM: PSICOLOGIA SOCIAL E O MAL ESTAR DO SÉCULO
Acreditamos que em relação entre sociedade e o próprio individuo, nosso papel seja essencial para auxiliar pessoas a conviverem entre si, conseguindo também tratar dores internas que podem prejudicar essa vivência em grupo. A psicologia por sua vez ajuda indivíduos que sofrem de ansiedade a reconhecer o que os levou a ter esse sentimento e prevenir- se disso; quando se nota que o caso está mais grave, auxilia-se essa pessoa para que ela possa se sentir bem novamente, contribuindo com as medidas necessárias para que essas pessoas se encontrem novamente com o seu espaço no mundoe que consiga se adaptar com suas emoções e dores, conseguindo assim, se encaixar em seu campo social, estabelecendo melhor convívio em sociedade.
Para ter uma conexão entre o tema e autores clássicos, pode-se citar Zygmunt Bauman (1925-2017), um grande sociólogo e filósofo polonês, que escreveu diversos livros acerca da depressão, ansiedade, mal estar do século, entre outros muitos temas da modernidade. Em seu livro “Medo Líquido” (2006), o autor relata sobre como o ser humano vive em constante medo apenas por viver em sociedade, o que acaba fazendo com que surja diversas barreiras em seu caminho, que são influenciadas pelo meio em que o indivíduo está inserido. O contato interpessoal também tem papel ativo no que se refere a interferência nos mais diversos aspectos da vida do sujeito.
Zygmunt Bauman, como bem definiu a sociedade contemporânea como sendo "sociedade líquida", expressa o momento que se vive, momento de transição histórica, onde o que era imóvel, estático e hierárquico, se transforma em móvel, imprevisível e veloz. Uma das questões que nós, enquanto participantes ativos de uma sociedade, enfrentamos diariamente é a dificuldade em definir valores, criando uma dificuldade imensa para definir quais caminhos adotar e seguir (BAUMAN, 1999, p. 20 a 22).
De acordo com Coutinho, Laura. T. M. (et al. 2017, p. 29), a ansiedade é presente em todo ser social, ou seja, qualquer sujeito ativo socialmente, participante de um grupo, seja ele familiar, de trabalho, escolar, ou qualquer outro tipo, está exposto às possibilidades que a ansiedade pode proporcionar, podemos salientar que a ansiedade é um mecanismo de defesa associado à auto preservação, que pode ser ativado em situações com alta carga emocional positiva ou negativa.
A psicologia social compreende esses processos psíquicos, e visa aborda-los de forma a alcançar não apenas o indivíduo, como geralmente acontece na clinica, com um atendimento individualizado e focado numa demanda específica que pode afetar apenas o sujeito ou alguns outros indivíduos, mas nunca a sociedade em geral. Pensando no compromisso social desta abordagem, e citando uma pesquisa realizada por Coutinho (et al. 2017) em seu artigo intitulado “Existe relação entre transtorno de ansiedade e trabalho em estudantes de psicologia?”, podemos usar como exemplo de atividade profissional na abordagem social quando uma observação referente a saúde mental dos alunos de uma instituição de ensino superior foi feita, possibilitando a pesquisa em questão, que tende a avaliar as causas e consequências da ansiedade nos indivíduos que se enquadram no perfil a ser observado.
A pesquisa de Laura Coutinho tinha por objetivo avaliar possíveis ligações entre trabalho e transtornos de ansiedade, num grupo de estudantes de psicologia de duas instituições de ensino em Minas Gerais. Foram aplicados questionários a fim de obter o perfil geral dos participantes, e também formulários referentes ao tema de pesquisa. Os resultados da pesquisa não mostraram ligação direta entre os transtornos de ansiedade e trabalho (Coutinho, Laura T. M. et al. 2017, p. 38), mas revelam aspectos que deveriam ser levados em consideração emergencialmente, como os recentes decretos do presidente da república em relação ao trabalho, na realidade imposta pelo COVID-19 no país e no mundo, que retiram do trabalhador os poucos direitos conquistados com relação a sua mão de obra. As decisões que vêm sendo tomadas acerca dos direitos dos trabalhadores podem desencadear os transtornos de ansiedade, pois o sujeito continua dando a mão de obra com a mesma qualidade e frequência mas passa a receber menos, passa também a ficar a mercê do empregador, que tem por direito aplicar a rescisão do contrato de trabalho. Essa é uma das possibilidades da psicologia social, avaliar criticamente as condições de vida da população, e analisar se elas correspondem ao direitos mínimos de dignidade presentes na constituição, uma vez que, na psicologia em geral, nosso foco é a promoção à qualidade de vida. 
1.4. ATUAÇÃO E PRÁTICAS DO PSICÓLOGO NO CAMPO SOCIAL
A realidade brasileira na qual nos encontramos e vivemos é possível notarmos inúmeros problemas sociais. Tal imagem torna-se marginalizada em um sistema de capitalismo selvagem, fazendo assim que algumas visões fiquem distantes de uma possibilidade de mudança de vida. E a psicologia social vem para auxiliar neste processo de transformação.
Álvaro & Garrido (2003) defendem que a Psicologia Social, antes que uma teoria ou um campo de conhecimento é uma perspectiva, um olhar, que se caracteriza por um modo próprio de compreender os fenômenos. A Psicologia Social se caracterizaria, então, como um saber que busca compreender o insuperável hiato teórico e epistemológico que separa indivíduo e sociedade, no enquadramento dos fenômenos. As próprias raízes do pensamento psicossociológico são múltiplas, definindo a Psicologia Social como um campo de fronteira e interdisciplinar per se (ALVARO & GARRIDO, 2003; FARR, 2004).
O psicólogo por sua vez vem desenvolvendo suas habilidades em diversos campos de trabalho, mas o social é com maior relevância nos últimos tempo, contribuindo em um âmbito social, o psicólogo hoje é um profissional de extrema importância no que enfoca e auxilia o ser humano atingir o equilíbrio de sua saúde mental e se adequar com a diversidade que a sociedade nos traz. O mesmo, faz o uso de seus conhecimentos para poder intervir nas comunidades, ouvindo e participando juntamente com os moradores, contribuindo assim para uma busca de melhores condições às comunidades e seus membros que buscam uma qualidade de vida melhor, em ponderando essas pessoas, fazendo com que tenham uma visão e perspectiva crítica das suas realidades na qual vivem.
Sobre a Psicologia Social, o autor Ferreira (2010), traz consigo a seguinte reflexão:
“No decorrer de sua breve história, a Psicologia Social tem se caracterizado pela pluralidade e multiplicidade de abordagens teóricas adotadas como referenciais legítimos à produção de conhecimentos sociopsicológicos. Tal contexto tem dificultado sobremaneira a delimitação do objeto de estudo ou mesmo dos vários objetos de estudo dessa disciplina. Contudo, o binômio indivíduo-sociedade, isto é, o estudo das relações que os indivíduos mantêm entre si e com a sua sociedade ou cultura, sempre esteve no centro das preocupações dos psicólogos sociais, com o pêndulo oscilando ora para um lado, ora para o outro.” (p.51).
Em relação entre sociedade e o próprio indivíduo, o papel do psicólogo é essencial para auxiliar pessoas a conviverem entre si, conseguindo também tratar dores internas que podem prejudicar essa vivência em grupo. A psicologia por sua vez ajuda indivíduos que sofrer de ansiedade a reconhecer o que os levou a ter esse sentimento e prevenir- se disso, quando se nota que o caso está mais grave, o psicólogo auxilia essa pessoa para que ela possa se sentir bem novamente, contribuindo com as medidas necessárias para que essas pessoas encontrem novamente seu espaço no mundo e que consigam se adaptar com suas emoções e dores, conseguindo assim se encaixar em seu campo social, estabelecendo melhor convívio em sociedade.
O intuito do psicólogo no trabalho, juntamente com as comunidades, numa maneira crítica acerca de sua atuação, mostrando que para atuar na saúde, direcionando-a a comunidade, é preciso assumir um novo compromisso com esta, procurando primeiramente conhecer a realidade dos moradores do bairro, as suas necessidades, melhorando assim a qualidade de vida das pessoas, reassumindo o pacto com os direitos humanos e utilizando da autonomia para defender, criar e fiscalizar as políticas públicas para as mesmas. 
No campo, o psicólogo depara-se com diversas situações que na maioria das vezes chocam, mas que é necessário abrir novos espaços para uma reflexão e resolução desses problemas sociais, buscando melhores condições de vida para os membros do local, assim trabalhando muitas vezes com a prevenção e com o fortalecimento de vínculos familiares.
Segundo osautores, Ferreira Neto e Kind (2010), “o atendimento individualizado possibilita atenção personalizada e direcionada, mas ao mesmo tempo foca no processo patológico. Já o atendimento em grupo configura estratégia terapêutica priorizada nas ações em saúde mental”. E uma prática interessante que o psicólogo pode atuar em sociedade é as UBS e CRAS, essas são instituições de apoio para auxiliar a sociedade a ter atendimento adequado para algumas situações, incluindo apoio a saúde mental (ABP; 2011).
E além do mais, é de extrema importância se atentar com a Assistência social enquanto políticas públicas para o Brasil, pois é relativamente recente sendo que, como nos diz Yazbek (2012, p.304-305) “Assistência social como campo de efetivação de direitos emerge como política estratégica, não contributiva, voltada para o enfrentamento da pobreza e para a construção e o provimento de mínimos sociais de inclusão e para a universalização de direitos, buscando romper com a tradição clientelista e distribuição de auxílios financeiros”.
A partir desse ponto, pode-se perceber que a psicanálise pode ser um caminho para a intervenção de questões que envolvem o indivíduo no contexto social, e também descontruir a ideia de que as práticas psicanalistas podem ser feitas somente com um indivíduo e focando somente na sua causa. 
O indivíduo social possui deveres e direitos que são mantidos desde a Constituição Federal de 1988, trazendo talvez uma visão de que ele é dependente do estado. A prática psicanalítica não se integra dessa demanda em primeiro momento, mais olha sim o sujeito, através das investigações inconscientes e de sua subjetividade. Como Freud diz (1917/1996, p.295) “o Eu não é o Senhor de sua própria casa”, ou seja, não é apenas pensar em seus deveres e direitos, mas de forma onde cada sujeito se relaciona com o restante da sociedade.
Desse modo, o objetivo é integrar essa prática no campo social e conseguir analisar como ela poderá ser usada para na contribuição de suas reflexões, atribuindo ideias a outras abordagens psicológicas e envolvendo os demais profissionais que atuam nos campos de assistência social e saúde mental para auxiliar a sociedade como um todo no tratamento de enfermidades que causam algum tipo de mal estar. 
Sendo assim, portanto o papel e o compromisso do psicólogo com as transformações sociais são de extrema importância nesse trabalho, apontando ações e práticas que fortaleçam a população, tornando esses moradores, pessoas com autonomia para enfrentarem a situação de vulnerabilidade social, que tanto as afligem nas suas rotinas e formas de ver e viverem a vida. 
2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
O objetivo dessa pesquisa é analisar aspectos da sociedade, apontando quais poderiam ser geradores de transtornos de depressão e de ansiedade. Em seu artigo “Existe relação entre transtorno de ansiedade e trabalho em estudantes de psicologia?”, Laura T. M. Coutinho et al (2017) diz que a ansiedade é presente em todo ser social, e que ela é muito útil, pois faz parte dos mecanismos de defesa e autopreservação inerentes ao ser humano, mas quando desequilibrada, pode prejudicar aspectos de desenvolvimento de aprendizagem, desempenho e adaptação. A partir disso, foram feitas pesquisas teóricas com foco no que poderia desencadear esse desequilíbrio da ansiedade, relacionando-a aos aspectos sociais que se apresentam em nosso país na atualidade, para que então se faça possível uma proposta de intervenção para os casos relacionados ao tema pesquisado.
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Conhecer aspectos sociais das doenças do mal do século, como a depressão e ansiedade, suas causas e influências a partir da psicologia social.
Reconhecer a importância da atuação do psicólogo social e da saúde mental.
Discutir aspectos que levam jovens, adultos e idosos a desenvolverem os transtornos do mal do século.
Situar o lugar e a função do psicólogo na perspectiva social. 
3. JUSTIFICATIVA
Neste tópico, iremos especificar o tema escolhido: “Mal do Século: Um olhar psicossocial dos transtornos de Depressão e Ansiedade”. O tema foi escolhido com foco nestes dois transtornos por conta dos recentes acontecimentos a nível nacional e mundial, e acentuado pela pandemia da Corona Vírus. Um dos aspectos que contribuem para o desenvolvimento de um ou ambos os transtornos parte de uma visão social, como as decisões tomadas acerca das medidas de proteção, o acesso aos direitos básicos relacionados à saúde, alimentação, emprego, o próprio auxílio emergencial tão criticado por não atender às necessidades básicas de milhares desempregados durante a pandemia. 
As discussões a respeito dos transtornos psicológicos tiveram um importante reconhecimento científico, mas ainda há quem trate o assunto de forma trivial, e com a pandemia do corona vírus, diversas outras pessoas de diversas faixas etárias têm desenvolvido os transtornos de depressão e/ou ansiedade, daí vêm a necessidade de uma análise e discussão acerca dos possíveis causadores desses transtornos.
O trabalho do psicólogo social tem sido questionado por muitos, e esta pesquisa elucida de forma breve e clara o papel desses profissionais em âmbito social. Contribui para uma compreensão melhorada e embasada cientificamente sobre as possibilidades de atuação do psicólogo na sociedade, que pode se mostrar através de pesquisa de campo, desenvolvimento e elaboração de políticas públicas entre outros.
4. MÉTODOS
Este capítulo apresentará os procedimentos metodológicos utilizados na presente pesquisa, afim de relacionar possíveis causas de depressão e ansiedade a nível social e individual, na sociedade.
Esta será uma pesquisa quantitativa, com entrevista semiestruturada realizada pelo aplicativo Google Forms. Serão utilizadas, também, breves reflexões críticas bibliográficas, tomando como base algumas obras de Bauman (1998), (1999), (2006), Freud (1917/1987), além de alguns outros pensadores contemporâneos como Vargas, Hoffmeister, Prestes e Vasconcellos (2015). 
A pesquisa bibliográfica foi realizada através da base de dados Scielo (Scientific Eletronic Library Online) e PePSIC (Periódicos Eletrônicos de Psicologia), com as palavras-chave: psicologia, depressão, ansiedade, mal do século e OMS. Com exceção aos autores clássicos, o período dos artigos selecionados corresponde a 2015-2021.
A análise dos dados bibliográficos será realizada de maneira vertical, que consistirá em um estudo minucioso sobre cada obra abordada no presente projeto, e também de forma horizontal, afim de analisar de maneira análoga as obras presentes neste projeto.
4.1. PARTICIPANTES
O grupo de participantes que fará parte desse projeto será composto por pessoas a partir de 16 até 61 anos, tendo em vista a necessidade de investigação acerca de possíveis ligações destes, aos transtornos citados nesta pesquisa, para analisar se tiveram ou tem, vivenciaram ou vivenciam ou tem alguma afinidade, de alguma forma, com os transtornos da Depressão e da Ansiedade.
4.2. INSTRUMENTOS
Como instrumentos, será utilizado um questionário, através da plataforma digital Google Forms, onde não teremos campos obrigatórios de identificação pessoal, para manter sigilo dos que se dispuserem a contribuir com a pesquisa que pretende coletar dados para a análise. As perguntas serão objetivas, com o propósito de compreender a percepção dos participantes sobre esses transtornos tão comuns nos dias atuais.
4.3. PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS
Para os questionários, serão utilizadas as plataformas digitais de redes sociais, tais como Facebook, Instagram e WhatsApp, afim de que os participantes possam ter acesso ao questionário, para que seja feita a coleta de dados. Os participantes serão orientados sobre o propósito da pesquisa realizada e que todos os resultados e dados obtidos serão sigilosos, respeitando o código de ética profissional da Psicologia. 
4.4. PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DE DADOS
Os dados obtidos pelos formulários respondidos na plataforma online serão analisados e apresentados, os quais irão servir como base para as discussõesfuturas e para a análise junto à teoria. 
O questionário dará um gráfico das respostas que serão obtidas, concretizando o método quantitativo.
4.5. RESSALVAS ÉTICAS
Todos os participantes desta pesquisa serão informados, antes mesmo de darem início aos questionários, sobre o objetivo da pesquisa e sobre o completo anonimato, tudo sigiloso, seguindo as recomendações éticas do código de conduta profissional da psicologia. De acordo com o Art. 9º do código de ética profissional do psicólogo, que diz que “é dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional”.
5. RESULTADOS
5.1. Transtornos de depressão e ansiedade: O agravo do quadro dos transtornos diante da questão social e dos direitos básicos
Este tópico pretende elaborar uma compreensão em relação as classes sociais e a projetos que participam/participaram, além de levar em consideração se a falta aos direitos básicos pode fazer com que ocorra um agravamento nos transtornos de depressão e ansiedade.
Com respostas obtidas pelo questionário, 93,9% dos participantes acreditam que a depressão e ansiedade podem se agravar se não houver acesso aos direitos básicos, um dado bastante significativo durante a pesquisa.
Segundo os referenciais bibliográficos, as classes sociais por faixas de “A” a “E”, sendo “A” a classe mais alta, e “E” a classe mais baixa. De acordo com os participantes da pesquisa, 57% se encaixam na classe baixa.
5.2. Transtorno de ansiedade e depressão: questões sobre o ambiente de trabalho e oportunidades de emprego.
De acordo com o levantamento realizado dos seguintes dados da pesquisa, 93,5% dos participantes acreditam que os transtornos de ansiedade e depressão estão ligados as relações com o trabalho e o restante, de 6,5%, acreditam que não. 
Analisando os dados da pesquisa, 100% dos participantes, totalizando 277 respostas no geral, concordaram que esses transtornos podem sim modificar/prejudicar o desenvolvimento pessoal ou profissional do indivíduo.
Ao analisar a relação dos participantes com os transtornos de depressão e ansiedade frente as oportunidades de trabalho, é possível identificar a existência estatisticamente significativa de 72,8% daqueles que já perderam oportunidades por causa do sofrimento psíquico e ou presenciaram conhecidos que o levaram ao ocorrido. Em 27,2% disseram que não conheceram ninguém com os transtornos de ansiedade e depressão que sofreram alguma perda de oportunidade de emprego.
A pesquisa nos mostra a média de 98,2% de uma noção coletiva de que existe consciência sobre a dificuldade causadas pelos transtornos de depressão e ansiedade, que refletem negativamente no processo de aprendizagem, e essa adaptação ao meio escolar é parte importante nesse processo. Sendo 1,8% acreditam não influenciar negativamente.
5.3. Questões sobre a Saúde Mental em meio a Pandemia do COVID-19.
Este tópico pretende investigar como os participantes têm lidado com a pandemia do COVID-19 num contexto psicológico.
Houve um significativo aumento de casos dos transtornos durante a pandemia, que também possibilita uma relação com os dados obtidos na pesquisa, que revelam que 84,8% dos participantes sentiram-se afetados psicologicamente pela pandemia.
Além disso, a pesquisa mostra que 85,2% dos entrevistados disseram que a pandemia fez com que eles se preocupassem mais com a saúde mental, porém, 58% dessas pessoas disseram não ter buscado ajuda para lidar com a Ansiedade e a Depressão, e todos os outros problemas que são derivados da pandemia. 
5.4. Atuação e importância da psicologia
Este tópico pretende elaborar uma análise da compreensão social sobre a importância do psicólogo no acompanhamento dos transtornos de depressão e ansiedade.
De acordo com as respostas obtidas pelo questionário, 84,7% (232) dos participantes acreditam que os transtornos de depressão e ansiedade derivam de demandas subjetivas e sociais, contrariando o senso comum de que eles seriam derivados de hereditariedade. 
Também pode-se observar que 99,6% dos participante acreditam que o psicólogo é importante no acompanhamento dos transtornos de depressão e ansiedade perante todas as situações vivenciadas por cada indivíduo.
6. DISCUSSÃO
6.1. Transtornos de depressão e ansiedade: O agravo do quadro dos transtornos diante da questão social e dos direitos básicos.
Para o desenvolvimento desta pesquisa quantitativa, foi elaborado um questionário com 22 perguntas, o qual foi respondido por 277 pessoas. 
O questionário foi respondido por pessoas de diversas idades e gêneros, que conforme os gráficos abaixo, 51,6% dessas pessoas tem de 16 a 30 anos, 34,7% de 31 a 50 anos e 13,7% maiores de 51 anos, e 79,4% dessas pessoas são do sexo feminino, 18,8% são do sexo masculino e 1,8% disseram não se encaixar em nenhum dos dois sexos citados. 
Em relação a ocupação dos participantes, 20,6% são estudantes, 20,2% são autônomos, 18,4% são do setor privado, e a mesma quantidade, de 18,4%, disseram ser do setor público, 15,9% disseram fazer parte de outras ocupações e 6,5% são donas de casa.
Segundo pesquisas do IBGE (2020), as classes sociais por faixas de salário-mínimo vão de “A” a “E”, sendo “A” a classe mais alta, e “E” a classe mais baixa. De acordo com os participantes da pesquisa, 57% se encaixam na classe baixa, sendo que a renda é de até 2 salários mínimos, 24,1% são os de classe alta, sendo que a renda é acima de 3 salários mínimos e 19% são considerados de classe média, sendo que o salário varia de 2 a 3 salários mínimos.
Foi realizada uma pesquisa sobre o estigma das periferias, do qual o pobre não pode se dar ao luxo de ficar doente e não sair da cama. Ela mostra dados de uma pesquisa realizada do Ibope (2018), realizada sob encomenda da Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (Abrata), que mostrou que as classes mais baixas são as mais vulneráveis à depressão. Vale lembrar que existem poucas pesquisas relacionando a Depressão com a Classe Social. O Psiquiatra Teng Chei Tung, que é membro do Conselho Científico da Abrata, e que ajudou na realização da pesquisa, diz que as pessoas de Classes Sociais mais baixas sofrem mais com a Depressão, por conta da falta de acesso aos tratamentos necessários e adequados. O professor do Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da UFRGS, Giovanni Abrahão Salum Júnior, diz que desigualdade social, pobreza e traumas na infância são apontados como fatores de risco para transtornos de ansiedade, assim como o estresse, ainda que não necessariamente uma pessoa estressada ou que tenha sido exposta a uma situação estressante vá desenvolver algum transtorno desse tipo.
A grande maioria dessas pessoas dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Segundo a Fiocruz (2018), os CAPS são unidades especializadas em saúde mental para pessoas com transtorno mental grave ou persistente, eles têm como enfoque tratamentos e reinserção social dessas pessoas que são atendidas. O CAPS conta com uma equipe multidisciplinar que reúnem médicos, assistentes sociais, psiquiatras, psicólogos, etc. De acordo com Viacava, et al (2018), nos 30 anos em que o SUS foi instalado, pode-se perceber mudanças importantes na atenção à saúde da população, ampliando serviços e profissionais vinculados ao SUS e suas possibilidades de acesso, porém, existem muitos desafios ligados a este sistema, como as desigualdades regionais e o subfinanciamento. Ao buscar ajuda SUS, dependendo do caso, os profissionais fazem um encaminhamento para o CAPS. Pode-se entender que, pelas desigualdades regionais e o subfinanciamento, e pela alta procura da população, fica difícil o atendimento imediato para todos, o que pode agravar os sintomas das doenças, incluindo a Depressão e a Ansiedade. 
Foi questionado sobre a participação de programas/projetos sociais do governo, dos quais 63% dos participantes disseram não fazer uso de nenhum deles e 37% disseramque fazem uso. Entre os participantes que disseram fazer parte, foi questionado quais programas/projetos sociais eles utilizam, dos quais 57,4% são os que não fazem uso, 38,1% fazem uso de programas de benefícios voltados para a educação, 37,7% fazem uso de benefícios para auxílios de descontos para necessidades básicas, 10,3% fazem uso de programas/projetos para obter descontos, 6,7% disseram fazer uso de benefícios de ajuda salarial, e 0,8% responderam que fazem parte de outros programas/projetos sociais.
Os benefícios voltados para a educação seriam o Brasil Alfabetizado E O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). O Programa Brasil Alfabetizado é voltado para a alfabetização de jovens, adultos e idosos, priorizando municípios com alta taxa de analfabetismo. O ENEM é uma avaliação de desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica, que ajuda no acesso à educação superior, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), Programa Universidade para Todos (ProUni) e do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), dependendo sempre do desempenho do estudante na avaliação. 
Os benefícios para auxílios de descontos para necessidades básicas seriam Tarifa Social de Energia Elétrica, Programa Minha Casa Minha Vida, Programa Cisternas, Telefone Popular e o Programa Mais Água Para Todos. A Tarifa Social de Energia Elétrica garante descontos para consumidores da Classe Baixa. O Programa Minha Casa Minha Vida oferece condições de financiamento de moradia para famílias que tenham renda de até R$7.000,00 por mês. O Programa Cisternas garante acesso à água para famílias rurais de baixa renda, atingidas pela seca ou falta de água, através da captação de água da chuva. O Telefone Popular garante acesso ao serviço de telefonia fixa com descontos. O Programa Mais Água Para Todos objetiva fortalecer a Agricultura Familiar, implementando tecnologias sociais de captação e armazenamento de água. 
Os programas/projetos sociais para obter descontos são a Carteira do Idoso, Isenção de Pagamento de Inscrição em Concursos Públicos e ID Jovem. A Carteira do Idoso comprova a renda para que o idoso tenha descontos de 50% ou isenção em passagens de transportes interestaduais. A Isenção de Pagamento de Inscrição em Concursos Públicos é voltada para pessoas com renda familiar mensal per capita igual ou abaixo de meio salário mínimo e doadores de medula óssea, onde os mesmo não precisam pagar pelos concursos. O ID Jovem é voltado para pessoas de 15 a 29 anos, que garante acesso aos benefícios de meia-entrada em eventos artísticos-culturais e esportivos, e em transportes coletivos interestaduais podem até ter isenção das passagens. 
Os benefícios de ajuda salarial seriam o Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada (BPC) e Aposentadoria para pessoas de baixa renda. O Bolsa Família é um programa de ajuda de renda, direcionado as famílias que se encontram em situação de pobreza no País, garantindo a elas o direito as necessidades básicas, como alimentação, educação e saúde. O Benefício de Prestação Continuada (BPC) garante um salário mínimo para idosos a partir de 65 anos ou pessoas com deficiência, podendo ser de qualquer idade. 
Sobre a questão de que os transtornos de depressão e/ou ansiedade se agravam pela falta de acesso aos direitos básicos, 93,9% dos participantes responderam que sim, isso afeta nos transtornos, e 6,1% disseram que não afetam. De acordo com Molinaro (2020), os direitos básicos podem envolver ordens religiosas, sociológicas, políticas, econômicas, psicológicas, biológicas, entre outras. Pensando assim, um dos direitos básicos da população é o acesso a saúde, e como já citado acima, pode-se perceber que esse acesso é desigual no país, e por isso, as Classes Sociais mais baixas são os que mais possuem o Transtorno de Depressão e Ansiedade.
No que diz respeito ao conhecimento dos transtornos, os participantes responderam se já tiverem ou conheceram alguém que teve alguns dos transtornos citados. 61,6% dos participantes disserem que tem ou já tiveram um ou os dois transtornos, 36,3% disseram conhecer alguém que teve ou tem um ou os dois transtornos e 2,2% disseram não conhecer os transtornos.
De acordo com o OPAS Brasil (Organização Pan-Americana da Saúde), o número de pessoas que tem o Transtorno da Depressão é de 322 milhões no mundo, sendo que, a maior parte delas é de mulheres. O relatório global indica que a depressão atinge 5,8% da população brasileira, que em números exatos, seriam 11.548.577 e 9,3% de pessoas com o transtorno de ansiedade, que em números, seriam 18.657.943, isso em 2017. Dados divulgados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, do IBGE, apontam que 16,3 milhões de pessoas com mais de 18 anos sofrem com o transtorno da depressão, o que mostra um aumento de 34,2%, de 2013 para 2019.
6.2. Transtorno de ansiedade e depressão: questões sobre o ambiente de trabalho e oportunidades de emprego.
Levando em consideração os dados estatísticos no geral, dados apontam que no Brasil, os transtornos mentais já são a terceira causa de longos afastamentos do trabalho por doença. E por essa razão, os problemas relacionados a saúde mental já ocupam cinco posições no ranking das dez principais causas de incapacidade para o trabalho, representando assim um fenômeno mundial, apresentando um dado alarmante.
Se pegarmos lá no início, o mundo do trabalho sofreu profundas mudanças decorrentes da transição da economia que antes, era baseada na comercialização de produtos manufaturados, migrando após para a industrialização; E como nós sabemos, o trabalho é uma parte fundamental na vida dos seres humanos, mas existe atualmente uma onda de transtornos mentais desencadeados muitas vezes por uma cobrança excessiva por produtividade, pela alta concorrência entre os próprios colegas de trabalho, pela  insegurança diante da instabilidade econômica vivida pelo nosso país e claro, também levando ao medo do desemprego, induzindo assim, o trabalhador a não ter outra opção, a não ser a submeterem-se muitas vezes a essas péssimas condições, como baixos salários, assédio moral e sexual, discriminação, carga horária excessiva e acúmulo de funções para conseguir atingir metas propostas pelas empresas, levando cada vez mais trabalhadores ao adoecimento mental. 
E diante dessas devidas situações, todavia, se torna insustentável, pois a pressão no trabalho aumenta a ansiedade, que acaba acarretando uma piora no desempenho profissional e faz com que a pressão aumente, se tornando assim, uma bola de neve devastadora para o funcionário que está vivenciando nesse ambiente, contribuindo para o surgimento de sintomas ansiosos e depressivos nesses trabalhadores.
A ansiedade e a depressão podem atingir níveis prejudiciais e muitas vezes, paralisantes e passam a ser um grande e desafiador obstáculo no cotidiano dos que sofrem com os transtornos, pois através deles, acabam surgindo pensamentos de incapacidade e de impossibilidade de cumprir ou concluir tarefas.
A ansiedade e a depressão acabam trazendo consigo o sentimento de tristeza ou a perda de interesse em atividades que em momentos anteriores traziam prazer para essa pessoa. Podendo levar a uma variedade de problemas emocionais e físicos, pode diminuir a capacidade da mesma, manter suas atividades normais no trabalho e em casa.
Esses transtornos podem influenciar e gerar muitos prejuízos para o desenvolvimento e rendimento pessoal e profissional desse indivíduo, uma vez que são comuns os pensamentos negativos, pois têm uma forma distorcida de ver as coisas e muitas vezes exagerando a probabilidade de que eventos negativos venham a acontecer, despertando assim sentimentos exagerados, desproporcionais às situações reais e interferindo na qualidade de vida, conforto e saúde emocional e também, no desempenho de atividades diárias do indivíduo. A ansiedade acaba colocando o indivíduo em um modo de defesa constante e em alerta, como se estivesse sempre em perigo.
As consequências mentais e psicológicas desses transtornos são as que mais prejudicam o rendimento no trabalho;pois esse determinado estado pode atrapalhar e assim, gerar algumas dificuldades, tais como a interação entre os próprios profissionais, a queda de auto estima ou até mesmo aumentar o índice de absenteísmo do funcionário. E, assim, acabar prejudicando não só sua carreira profissional, mas também a sua saúde e a sua vida, como um todo.
Denota-se como sociedade a estigmatização deste sofrimento que envolve o sujeito e o mercado de trabalho, revelando uma resposta que se apresenta de forma ainda preocupante. O trabalho proporciona a sociedade um vínculo da integração social, garantia financeira e cultural, tal vínculo que interfere positivamente ou negativamente na saúde mental do sujeito.
Importante destacar aqueles indivíduos que na estabilidade do seu trabalho se encontra em um quadro de depressão ou ansiedade, pondo em risco a sua produtividade e empenho esperado pela função que a qual foi designado. A OMS (2010) explica que o ambiente psicossocial do trabalho inclui a cultura organizacional, bem como atitudes, valores, crenças e práticas cotidianas da empresa que afetam o bem-estar mental e físico dos trabalhadores. Fatores que podem causar estresse emocional ou mental são muitas vezes chamados de “estressores” do local de trabalho. Apesar deste alerta da OMS para os trabalhadores, ainda encontramos deficiência de compreensão dos empregados com os transtornos que está afetando cada vez mais a nossa população, de acordo com a pesquisa realizada acima.
A psicóloga Marcia Hespanhol Bernardo, escreveu no livro Psicologia Social do Trabalho (2017) A criação do PST, que constituiu em decorrência do cruzamento de múltiplas forças, em um contexto de redemocratização no país e de buscar por leituras da psicologia social voltados para iluminar os problemas da nossa sociedade. A construção do PST foi motivada pelo sentimento de indignação com a percepção da injustiça em nossa sociedade, que é bastante desigual e em especial, como se dá a exploração do trabalho em nosso pais. O centro deste estudo está primeiramente voltado em melhorar a vida das pessoas na busca pela cidadania, mesmo reconhecendo seus limites em nossa sociedade, pontuando a dimensão psicológica dos trabalhadores, a intersubjetividade e as relações interpessoais no trabalho situando-as concretamente nos contextos micro e macrossocial. Bernardo (2017) pontua que o PST tem a intenção de questionar e apontar as condições e relações de trabalho que restringem as ações das pessoas, constrangem seu modo de ser e limitam suas condições de vida.
A depressão, uma forma mais moderada da antiga melancolia mencionada nos estudos de Freud (1915), fala desse sentimento que domina a subjetividade do sujeito, revelando características sentimentais que o leva a negação de suas atividades normais e corriqueiras do dia-a-dia, perdendo o interesse de compromissos importantes, como ir ao trabalho, buscar novas oportunidades no mercado e a conquista da tão sonhada carreira profissional. Para Freud, as características da melancolia consistem em um desânimo profundamente penoso, a perda da capacidade de amar, a perda de interesse pelo mundo externo, diminuição de toda e qualquer atividade e a diminuição dos sentimentos de autoestima, de modo que o melancólico apelará para a auto recriminação e a autodepreciarão.
As considerações que Freud nos revela sobre a subjetividade e as suas características individuais daquele que sofre, traz uma vivência singular e nos faz refletir a necessidades das empresas e do meio corporativo, a adequação, o acolhimento e a oportunidade de inclusão daqueles que sofre psiquicamente.
Transtornos de ansiedade e depressão, interferem na relação emocional que existe entre o indivíduo e seu meio. Em um quadro de ansiedade neurótica pode se criar uma barreira entre professor e aluno fundada em uma representação opressora da figura do professor, que gera um conflito nervoso durante uma aula, limitando a capacidade de aprender, pela tenção gerada da neurose. Freud (1987) classificou a ansiedade em ansiedade normal e ansiedade neurótica. A primeira relaciona-se com a consciência de um perigo externo e real, uma situação factual, um problema que de fato está acontecendo, como por exemplo a morte. A ansiedade neurótica por sua vez ocorreria em situações com ausência de ameaça de perigo real, ela se apresenta no imaginário do indivíduo como perigo, algo inalcançável. 
Freud (1926) ressalta ainda que a angústia vinculada “(...) a expectativa pertence à situação de perigo, ao passo que sua indefinição e falta de objeto, pertencem à situação traumática de desamparo”). Essas considerações nos traz a compreensão de que, diante do indicio, essa ansiedade gerada, causa o desprazer, incômodo diante do perigo iminente do desamparo, o que leva o sujeito à evitação de algumas situações, que desencadeiam a dificuldade na aprendizagem, causando sentimento de angustia associado ao dever de aprender alguma coisa absolutamente necessário para o momento, porém essa expectativa gera traz consigo sentimentos de desemparo e abandono, fazendo com que o indivíduo desperte crises de ansiedade.
É de extrema importância a função da psicoterapia para esses transtornos, tem um papel crucial no tratamento, pois a mesma ajuda a corrigir uma percepção prejudicada, tornando os pensamentos do indivíduo mais condizentes com a realidade, buscando amenizar alguns desses sintomas intensos que acabam impedindo o indivíduo de realizar as suas tarefas de forma rotineira. Ressaltando, que ao falarmos sobre os próprios sentimentos ajuda e muito no tratamento da depressão.
Também podemos ressaltar que o primeiro passo neste processo de tratamento seria importante além de tudo, o estabelecimento de uma aliança terapêutica, transmitindo, assim, uma segurança de que compreendemos o que está se passando e que existe uma razão para tais sentimentos que o paciente está sentindo. O terapeuta deve utilizar os sentimentos do paciente de forma construtiva na relação, escutando seu paciente para depois tirar conclusões.
E além do mais, consultas semanais com o profissional, também podem auxiliar muito na contribuição para identificar pensamentos, conflitos e distorções na interpretação dos fatos na vida do indivíduo, que compõem a chamada distorção cognitiva. Ou seja, a psicoterapia contribui para a melhora dele como um todo.
Pesquisas comprovam que os transtornos atingiram cerca de 23 milhões de brasileiros no ano de 2013, sendo ao menos 5 milhões em níveis moderado a grave, de acordo com o órgão da Organização das Nações Unidas (ONU), entre 75% e 85% das pessoas que tem esse sofrimento não têm acesso a tratamento adequado (WALBERT, 2013). E em pesquisas mais recentes de 2019, apontam que 9,3% da população sofrem de transtorno de ansiedade, sendo o Brasil o país com maior número de casos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e, não para por aí, novos dados mostram que 86% dos brasileiros sofrem com algum transtorno mental, como ansiedade e depressão (PASSOS, 2019).
Lima (2018), relata que a psiquiatria tradicional ainda é, em muitos contextos, apoio organizador e abarcador dos cuidados da saúde mental, e em alguns casos os próprios serviços supridores e que assumem esse papel realizam o controle e a normatização destes. A crítica percorre em função destes dispositivos de cuidados da saúde mental daqueles que à procura, com o objetivo de causar uma certa interrupção de uma ideologia que apoie o discurso psiquiátrico tradicional. Lima defende a necessidade de ampliação do olhar para o funcionamento social de constante produção e reprodução da desigualdade instituída, além do imperativo de incorporação dos grupos e sujeitos à lógica de consumo neoliberal.
6.3. Questões sobre a Saúde Mental em meio a Pandemia do COVID-19.
Segundo Duarte, Santo, Lima, Giordani e Trentini (2020), Pandemias significam epidemias que se espelham rapidamente pelos países, e que afetam um grande número de pessoas, fazendo com que as mesmas adotem novas regras e hábitos sociais, além de diversas mobilizações para contera doença, pelo tempo em que ela durar. 
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a pandemia do COVID-19 teve início em dezembro de 2019, na China, e vem se espalhando até os dias atuais (2021) por todo o mundo, atingindo toda a população. 
Para tentar conter, ou amenizar a pandemia, o Ministério da Saúde lançou para a população diversas recomendações em relação a transmissão, prevenção e como prosseguir em casos de infecção. Como medida de prevenção, foi necessário ser feito o distanciamento social, onde a população deveria sair de casa apenas para fazer compras em mercados, farmácias, ou para atendimento médico necessário e urgente.
Bridi (2020) conta que a pandemia provocou principalmente transformações no mundo do trabalho, de formas positivas para alguns, e negativas para outros. Uma grande parcela da população ficou desempregada durante a pandemia, principalmente para a classe que precisa da presença física do trabalhador e de seus clientes/usuários. Além disso, atingiu também os trabalhadores na área do turismo, cultura, pequenos empreendedores, professores, que tiveram que mudar suas rotinas e aprender a lidar com as aulas remotas, etc. Já para aqueles que trabalham com plataformas digitais de delivery, como ifood, uber eats, entre outros, foi bom, pois a demanda aumentou. Além disso, existem aqueles trabalhadores das atividades essenciais, que são de supermercados, farmácias, e principalmente, hospitais, expostos ao risco de contaminação. 
Foi realizada uma pesquisa por Duarte, Santo, Lima, Giordani e Trentini (2020), no Rio Grande do Sul, que faz parte de uma pesquisa maior, intitulada “A pandemia da COVID-19 e seus impactos na saúde mental do brasileiro”, que está sendo realizada por todo o Brasil, porém, ainda não está concluída. Um dos principais pontos investigados na pesquisa foi sobre a renda mensal familiar antes e depois da pandemia, transtorno mental prévio, integração ao grupo de risco da COVID-19 e distanciamento social. 8,4% dessas pessoas disseram estar passando pelo distanciamento social sozinhos, 25% já receberam um diagnóstico de transtorno mental, 23,8% fazem parte do grupo de risco e 44,6% tiveram perdas econômicas durante esse período. Os resultados obtidos por eles foi de que, já ter tido um diagnóstico de transtornos mentais, ser trabalhador da área da saúde, fazer parte do grupo de risco, ter o salário diminuído e receber informações sobre o número de infecções e mortes por conta da pandemia, são os fatores que mais indicaram prejuízos na Saúde Mental dessa população, o que pode ser comparado a pesquisa realizada pelos alunos-pesquisadores, da qual 85,2% dos entrevistados disseram que a pandemia fez com que eles se preocupassem mais com a saúde mental. 
Diante da situação que a humanidade está enfrentando pela devastação da COVID 19, é possível identificar os danos não somente físico, mas também psicológico e emocional, seja de forma direta ou indiretamente dos males que o vírus carrega consigo. Podemos observar que além do medo de contrair a doença, tem provocado sensação de insegurança em vários aspectos da vida, como as novas mudanças do funcionamento diário da sociedade, novas formas de relacionamento interpessoal por conta do distanciamento, o sistema de saúde entra em crise, os profissionais da linha de frente dobram os seus horários de trabalho provocando exaustão, gerando um problema de saúde pública. 
De acordo com os dados do instituto IPSOS, sendo a terceira maior empresa de pesquisa e de inteligência de mercado do mundo, apontou em 2020 que, quatro em cada dez brasileiros (41%) têm sofrido as consequências da pandemia, causando ansiedade, sendo as mulheres as mais afetadas com 49%. Os homens com 33% estão lidando com os sintomas da ansiedade no momento. O Brasil com o índice de 41% alavanca para a primeira posição entre os países que a população mais sofre de ansiedade (CALLIARI, 2020).
Os transtornos depressivos também estão entre os sintomas recorrentes as mudanças sociais causadas pela COVID 19, pelos fatores estressores que acometem o funcionamento habitual de suas funcionalidades corriqueiras, gerando pensamento negativos sobre o futuro, humor depressivo, profunda tristeza, pouco animo para a vida. De acordo com a pesquisa realizada também pelo instituto IPSOS, 11 em casa 10 entrevistados no Brasil, 11% relatou que estão lidando com a depressão por consequência da pandemia da COVID 19, sendo a porcentagem mais elevada para as mulheres com 14% e homens com 7% (CALLIARI, 2020). E um estudo realizado pela (UERJ) do estado do Rio de Janeiro em 2020, apontou que os transtornos de depressão e ansiedade tiveram grande aumento na pandemia, chegando a 90% de casos de depressão. Com os dados que acabamos de ver, podemos nos conscientizar que o trabalho que envolve a saúde mental, não será uma trajetória simples, pois os efeitos da pandemia trarão grandes consequência do período difícil que a população está vivendo e lidando nos aspectos também emocionais.
A pandemia da Covid-19 mudou rapidamente e radicalmente e, muitas vezes, inesperada a vida de toda a população no geral. E nesses últimos meses, devido ao distanciamento social, algumas restrições para sair de casa, participar de atividades sociais que anteriormente na qual já estávamos a praticar ou mesmo parar de trabalhar, impactaram milhões de pessoas ao redor de todo o mundo.
Diante do atual cenário no qual nos encontramos, a pandemia trouxe consigo algumas incertezas para a maior parte da população provocadas pelo Covid-19, gerando e agravando assim alguns problemas, tais como pressões psicológicas, riscos de contaminação e a obrigação de isolamento social.
Atualmente, o Brasil apresenta a maior prevalência de depressão da América Latina, segundo a OMS e é o país mais ansioso do mundo, segundo o autor Machado de Souza. E diante deste cenário e do contexto das muitas incertezas trazidas por esse novo vírus, a conscientização, a informação e o diálogo se tornaram ainda mais relevantes no que diz respeito à saúde mental. 
Segundo o Ministério da Saúde do Brasil (2020), um evento como esse, pode gerar perturbações psicológicas e sociais que afetam a capacidade de enfrentamento de toda a sociedade, em variados níveis de intensidade e propagação. Esforços emergenciais de diversas áreas do conhecimento, dentre elas a Psicologia, são demandados a propor formas de lidar com o contexto que permeia essa crise, na qual estamos vivenciando.
Além do mais, o pânico e o medo de contrair a doença, a COVID-19 tem provocado uma sensação de insegurança em todos aspectos da vida de milhares de pessoas, da perspectiva coletiva à individual, do funcionamento diário da sociedade às modificações nas relações interpessoais, segundo os autores Faro, André et al. 
Também podemos considerar que o convívio prolongado dentro de casa também aumentou o risco de desajustes da dinâmica familiar. Somam-se a isso as reduções econômicas e o desemprego, que pioram ainda mais a tensão sobre as famílias. Por último, as mortes de entes queridos em um curto espaço de tempo, juntamente à dificuldade para realizar os rituais de despedida, podem dificultar a experiência de luto, impedindo a adequada ressignificação das perdas e aumentando assim, consequentemente o estresse. 
E esse estresse também pode influenciar os processos de tomada de decisão, alterando a avaliação das opções, o processamento das consequências e a sensibilidade aos retornos e riscos. Por isso, as respostas a eventos estressantes e traumáticos, podem incluir também um aumento nos comportamentos de risco, como maior uso de álcool, tabaco e outras drogas.
Em situações atípicas, como essa na qual estamos vivenciando, muitas vezes, as respostas ao estresse podem incluir aumento dos sintomas de ansiedade e humor, tais como o desamparo, preocupações contínuas acerca da sua própria saúde e com a saúde dos seus entes queridos, alterações no sono, nos padrões alimentares, dificuldade de concentração, agitação, culpa, irritabilidade, apatia ou desânimo. E assim, muitas dasconsequências previstas dessa quarentena e as medidas de distanciamento social e físico juntamente, são fatores de risco essenciais para problemas do agravamento de saúde mental. Isso inclui suicídio e autoagressão, abuso de álcool e substâncias, jogos de azar, e abuso doméstico e infantil.
Concluindo nesse contexto de saúde mental, é importante dizer que as sequelas de uma pandemia são maiores do que o número de mortes. Os sistemas de saúde dos países entram em colapso, os profissionais de saúde ficam exaustos com as longas horas de trabalho e, além do mais, o método de controle mais efetivo da doença, que é o distanciamento social, impacta consideravelmente, acarretando a saúde mental de toda a população, como um todo.
6.4. Atuação e importância da psicologia
A atuação do psicólogo é de extrema importância no acompanhamento dos transtornos de depressão e ansiedade, considerando que cada individuo tem suas demandas de acordo com sua vivência e experiência cotidiana, o que pode acarretar o desenvolvimento dos transtornos. O indivíduo que experiencia sua vivência com um olhar mais negativista está mais propenso a desenvolver depressão e/ou ansiedade, principalmente considerando que nos dias atuais da era técnica com as cobranças de produção de conhecimento e de mão de obra de trabalho, tendo em mente que se é exigido que se produza incessantemente afim de acumular mais capital. Um exemplo de causa fatorial dos transtornos relacionado a sobrecarga de produção de conhecimento e mão de obra, como citado anteriormente, seria o excesso de trabalho em industrias e empresas em diversos ramos de atuação, como descrito por T. M. S. C. e Carneiro et al (2016), os setores de serviços, vendas e atividades administrativas correspondem a aproximadamente 40% das notificações de afastamento de trabalho por depressão e ansiedade, corroborando para uma compreensão de que aspectos sociais influenciam altamente no desenvolvimento dos transtornos.
Com base no questionário realizado, 84,7% dos participantes acreditam que os transtornos de depressão e ansiedade derivam de demandas subjetivas e sociais, o que nos diz que a compreensão social sobre as origens dos transtornos não é algo genético ou biológico, mas sim sobre uma estruturação social ou individual, ou seja, vivencias experienciadas individual ou socialmente podem colaborar com o desenvolvimento de um ou ambos os transtornos. De acordo com S. M. Barroso et al:
“A depressão é uma patologia com causas multifatoriais, que incluem aspectos de personalidade, sociais e de relacionamentos interpessoais, não podendo ser atribuída a uma causa única. Entre os aspectos de personalidade, o neuroticismo tem sido o fator mais relacionado com o surgimento de problemas emocionais, como ansiedade e depressão. Neuroticismo é um traço de personalidade que envolve preocupação, mau humor e nervosismo e índices mais elevados de neuroticismo já se mostraram relacionados à depressão em estudos com diferentes populações e também com ruminação e ansiedade em outros”.
Logo, se tais transtornos derivam de aspectos sociais e de relações interpessoais, podemos identificar padrões que representem a problemática nas possíveis causas para depressão, abrindo a possibilidade de construção de políticas públicas que visem amenizar o tanto quanto possível os aspectos que colaboram para o desenvolvimento dos transtornos citados.
Por outro lado, 99,6% dos participantes afirmam acreditar que o psicólogo se faz necessário no acompanhamento dos transtornos citados. Como podemos observar no artigo de C. C. L. de Motta et al (2017), o papel do psicólogo na atenção básica da saúde baseia-se como norteador nas atuações de clinica ampliada e compartilhada com referencias fortíssimas advindas da reforma psiquiátrica, que visam a humanização no tratamento de transtornos psicológicos e psiquiátricos, que antes eram realizados em clínicas psiquiátricas onde as condições de vida não eram dignas, os pacientes eram amarrados às camas, eram privados de alimentação e visitas (principalmente na época, que ter um transtorno mental independente de qual fosse era entendido como delirante/louco e indigno de afeto e atenção), e também recebiam tentativas de cura por meio de tratamentos desumanos como o eletrochoque. O eletrochoque era usado como método com objetivo de cessar as patologias na época identificadas como surtos esquizofrênicos, onde os resultados obtidos correspondem à, por exemplo, causar convulsões afim de cessar os surtos (Gabrielle Biondo, 2019).
A saúde mental é compreendida pela constituição da OMS como um estado de bem-estar que corresponde com a capacidade de lidar com estresses cotidianos, podendo trabalhar com produtividade e sendo capaz de contribuir com a sociedade (OMS. 1946). Relacionado aos serviços de cuidados à saúde mental, segundo o questionário, 91% dos participantes acreditam que nem toda a população tem o mesmo ao acesso aos serviços. Ainda segundo a OMS, em países de alta renda, o acesso adequado aos serviços de saúde mental corresponde a 50% e 65% da população, enquanto em países de baixa e média renda esse número chega a apenas a 15% e 24% dos cidadãos que precisariam dos serviços. Além disso, dados mostram que o Brasil é o país com maior numero de pessoas ansiosas no mundo contemplando 9,3% de toda a população, sobre depressão, esse número corresponde a 5,8%.
7. CONCLUSÃO
A ansiedade sempre esteve presente em nosso cotidiano, porém atualmente, a sociedade na qual estamos inseridos, está por muitas vezes sendo considerada a sociedade da ansiedade. É uma patologia que vem se expandido nos últimos tempos, causando grande sofrimento à população. Devido a uma sobrecarga de prazos, competitividade ou deveres; e este fardo grande emocional de agitação acaba gerando, muitas vezes, transtornos inesperados associados à ansiedade, acarretando um sofrimento físico e psíquico considerável ao indivíduo e como toda patologia, ela precisa ser compreendida e tratada em sua totalidade e de forma singular a cada indivíduo que a carrega e sofre.
Conforme foi constatado durante o processo de pesquisa e desenvolvimento textual do presente trabalho, podemos atribuir diversos aspectos que contribuem para o desenvolvimento dos transtornos de depressão e ansiedade, dentre eles, aspectos que permeiam a sociedade como todo, e não apenas o indivíduo, como a falta de dignidade de vida, quando falta emprego, ou quando existe retirada de direitos fundamentais para a existência do ser no mundo. Atualmente existem diversos programas sociais para os mais diversos fins e necessidades, mas poucos sabem de sua existência, tendo em vista que os programas não são devidamente divulgados; podemos pensar em possibilidades de divulgação para melhorar o acesso a informação e aderência aos programas como por exemplo a divulgação televisiva, que seria um investimento por parte da união para que todos possam ter acesso aos programas que podem melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. Outro aspecto observado durante a pesquisa diz respeito a ligação existente entre a maior incidência dos transtornos de depressão e ansiedade na porcentagem da população que menos tem acesso a saúde, abrindo uma porta para se pensar sobre o trabalho do psicólogo dentro do Sistema Único de Saúde, além de suas condições de trabalho.
Além dos aspectos sociais geradores dos transtornos, ainda existem os aspectos individuais, hereditários, de ambiente e etc. Dentre eles, podemos citar os aspectos ambientais, que propiciam ao indivíduo uma análise de suas condições e experiências de vida, percebendo situações que enfrentam sem apoio de sua rede de apoio, ou do estado, como no caso da fome, ou da possibilidade de hereditariedade dos transtornos, que podem aparecer mais ou menos em famílias com transtornos diagnosticados anteriormente.
Poucos estudos foram feitos ligando a incidência de transtornos de depressão e ansiedade e a classe social dos afetados, mas esse link tem muito sentido quando pensamos que a maior parte da população não tem condições de pagarpor acompanhamento terapêutico em sua integralidade, e aí entram as possibilidades de cada profissional, na qual alguns oferecem o tratamento por valor social, integrando quão antes não tinha acesso; um único problema é visto nesse caso em especifico, os profissionais não podem divulgar os serviços a valor social, pois muitos o utilizariam sem necessidade, logo, cabe ao profissional investigar durante uma ou duas sessões se o paciente terá condições ou se precisará de valor social.
A ansiedade é um estado de humor, caracterizada por representar o novo, o desconhecido, o medo de não saber o que está por vir, o que esperar, e por não ter o controle disso, ou até mesmo a reativação de situações já vividas, onde as fantasias vêm à tona ou aspectos sociais, inseguranças que o indivíduo traz. Essas alterações são comuns em todas as pessoas, porém, algumas delas tem essas alterações com mais frequência, intensidade, e que afetam a vida, causando sofrimento e prejuízos sociais, pessoais e de funcionamento. 
Esses transtornos modificam e prejudicam o desenvolvimento pessoal ou profissional do indivíduo, como perder oportunidades de emprego por causa do sofrimento psíquico, dificuldades que refletem negativamente no processo de aprendizagem, incapacidade e impossibilidade de cumprir ou concluir tarefas, perder o interesse em atividades que, em momentos anteriores, traziam prazer, diminuição da capacidade, rendimento profissional e pessoal, interferência na relação emocional que existe entre o indivíduo e seu meio, causando o isolamento social, além de doenças físicas, e até mesmo o suicídio. 
A privação do convívio social, de liberdade, o controle sobre o sujeito, mudanças de ambiente e estruturas rígidas são umas das principais contribuições para o desenvolvimento dos transtornos depressivos e de ansiedade, pois privam o sujeito do prazer, seja ele qual for. 
Muitos se apontam a constituição sócio política como causador de transtornos em grande escala, devido ao seu poder de engajamento e interferência na vida do indivíduo, segundo o seu regime cultural. A intensificação de trabalhos de auxilio psicológico é de suma importância. A instituição trabalhista de cunho público ou privado não oferece um suporte de atendimento psicológico eficaz, por sua vez ter sido essa mesma instituição a responsável de tal interferência a conduzir o indivíduo ao sofrimento emocional.
Ao se observar o desenvolvimento social, vemos o papel importante que grandes empregadoras fazem na história de um pais, sabendo que precisamos de um mecanismo de trabalho para converter a mão de obra em capital, deveria se ter a consciência de que, maior jornada de trabalho, maior exigência cognitiva e com a restrita política de imagem viriam também os efeitos colaterais, provenientes do excessivo estilo de vida do trabalhador.
Do mesmo modo, tem-se apelado à manutenção de estilos de vida saudáveis, à manutenção de redes sociais de apoio através das tecnologias de informação e comunicação, e também a uma postura mais criativa ou de mobilização de recursos ou estratégias anteriores para lidar com situações adversas. 
Em um momento posterior, certamente será necessário aprofundar a discussão e implementar programas de promoção de competências sociais e emocionais junto de populações mais jovens, bem como estratégias de remediação para episódios traumáticos decorrentes também da pandemia.
Da perspectiva de um indivíduo para o outro as experiências têm valores muito distintos, levando pessoas a doarem toda sua energia vital, em prol dos interesses de seus empregadores. Esse perfil de funcionário cria uma distinção no que seria bom ou mal para a empresa em questão. 
A depressão e a ansiedade podem ser oriundas de um estilo de vida todo voltado a uma questão financeira gerando um grande deslocamento do indivíduo com a sua vida pessoal. No geral, a ansiedade e a depressão são condições que exigem tratamento a longo prazo e merecem uma atenção adequada para cada indivíduo.
E portanto, perante a importância da temática, evidencia-se como necessária uma maior divulgação das medidas e práticas de preservação da saúde mental. E além do mais, é de extrema importância e urgência, a disponibilização de serviços on-line para atenção, prevenção e intervenção a saúde mental, para uma melhor qualidade de vida e métodos efetivos que proporcionem meios de prevenção e tratamento para toda a população.
8. REFERÊNCIAS
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