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Estudaremos: -- os princípios da modelagem matemática; -- métodos analíticos de solução (cálculo diferencial e integral). Modelagem Matemática aplicada à Engenharia Química I Transposição Modelo Solução Fenômeno Aplicação Realidade Absoluta/Virtual Realidade Física/Real 01 Olá! Eu sou Sócrates, um dos ícones da filosofia, mãe da ciência; me consideram mais inteligente que bonito, é intriga da oposição (acho que isso ainda vai acabar mal...). Nesse curso, vamos juntos nos questionar sobre a importância de entender a natureza e como fazê-lo. Portanto, vamos pensar! Modelagem matemática é a transposição do fenômeno da realidade física para a realidade virtual, na forma de um modelo matemático (ou de um conjunto de equações). DEFINIÇÃO TRANSPOSIÇÃO --Apreensão sensível (medidas ou observações experimentais) --Razão (pensamento lógico matemático) --Intuição (emoções) --Revelação (entendimento final, quando “cai a ficha”) Ponto de partida para a construção de modelos capazes de representar os fenômenos da natureza. Por exemplo: --Conservação da massa total --Conservação da massa das espécies químicas --Conservação da quantidade de movimento --Conservação de energia: • Energia total (mecânica + interna) • Energia mecânica (cinética + potencial) • Energia interna PRINCÍPIOS ORDENADORES Massa total: m [kg] Massa de Espécie Química: m [kg de A]A Quantidade de Movimento: mv [kg.m/s] Energia: E (térmica, interna...) [J] • Princípio Geral da Conservação: Propriedades conserváveis são aquelas que seguem o princípio geral de conservação. São elas: Vizinhança Superfície Volume Sistema Entrada de Saída de Acúmulo de Transformação de + CONTABILIDADE DA NATUREZA Taxa de Entrada de por S Taxa de Saída de por S Taxa de Acúmulo de em V Taxa de Transformação de em V Fenômenos de Superfície Fenômenos de Volume Para expressar a conservação em linguagem matemática é necessário escolher uma escala de observação do fenômeno. Modelagem Matemática aplicada à Engenharia Química I 02 Propriedade Conservável Onde ocorre o transporte de por mecanismo convectivo. Escala Macroscópica Escala microscópica Escala macroscópica Escala do contínuo è(nm) è(mm) è(m) Escala espacial Escala molecular (não há continuidade) Mecânica Quântica Mecânica Newtoniana MecânicaRelativística Modelagem Matemática aplicada à Engenharia Química I 03 Vejam que trabalharemos apenas com a Física Newtoniana, onde o princípio da conservação se aplica. Por que não usamos a Quântica e Relativística? Nelas, a matéria é discreta (não contínua) ou o tempo e espaço são relativos (não absolutos). Coisas do Planck, Heisenberg, Einstein e essa galera do século XIX e XX. Função contínua de uma única variável(t) Variável independente Variável dependente Onde ocorre o transporte de ö por mecanismo convectivo e difusivo. Escala Microscópica Função contínua de várias variáveis (até 4!) (espaço,t) Variáveis independentes Variável dependente 1-D (uma dimensão) 2-D (duas dimensões) 3-D (três dimensões) Transporte convectivo: está relacionado com o movimento global da matéria (força externa). Transporte difusivo: está relacionado com uma diferença de concentração de . Modelagem Matemática aplicada à Engenharia Química I 04 Taxas de Entrada e Saída por mecanismo convectivo Massa total > Vazão mássica: m [kg/s] ñvS Massa de Espécie Química > Vazão mássica da Esp. A: m =x m [kg de A/s]A 2Quantidade de Movimento Linear: m [kg.m/s =N] ñv Energia Térmica: mCp(T-T ) [J/s=W]ref A Sendo: Fluxo = Taxa Área Perpendicular ao movimento global da matéria Taxa de Entrada de por S Taxa de Saída de por S m Entradas m Saídas m Entradas m Saídas Taxas líquidas de transporte de por todas as superfícies do sistema. Onde: = 1, para massa total = x , para massa de A = Cp(T-T ), para energia térmicaref = v, para quantidade de movimento A ~ Para t=0, m=0 (tanque vazio); em t>0, a bomba é ligada e inicia-se o fenômeno. Sistema Volume t 0 t1 t2 ... t m 0 m1 m2 ... mfinal Portanto, a taxa de acúmulo no intervalo de tempo Ät e Äm >> [kg/s]. Ät Definição de Derivada: Se diminuírmos o Ät ate que ele se aproxime de 0, a taxa de acumulo será no instante t e não no Ät. Assim: Ät ÄmLim Ät 0 dt dm= >> Fisicamente representa uma taxa de acúmulo de massa no volume. ABORDAGEM MACROSCÓPICA (t) Taxa de Acúmulo Exemplo: Lembrando que o transporte convectivo de está relacionado ao movimento global da matéria, provocado por uma ação externa. Modelagem Matemática aplicada à Engenharia Química I 05 á m t m3 m2 m1 t1 t2 t3 (t -t ) = Ät (intervalo)3 2 p/ t = t > m|qualquer t p/ t = t + Ät > m|t+Ät tg á = Äm + m - m = Ämt t t t + Ät - t Ät m| - m| = Acréscimo de massa no volume do sistemat+Ät t Observações: >> No limite de quando Ät tender a 0, a reta secante se transforma em reta tangente à curva; >> A inclinação da reta tangente representa geometricamente a derivada ou: >> Na situação física, apresenta a conservação da massa total fica: Ät ÄmLim Ä 0t dt dm==t ág Taxa de entrada Acúmulo= Modelo Macroscópico para o exemplo dm = m; m(t); t>0 p/ t=0, m(0) = 0 dt Conservação da propriedade Condição Inicial Esta é uma Equação Diferencial Ordinária de 1ª Ordem - EDO Relaciona 1 variável dependente (m) com 1 variável independente (t), em função de sua derivada. Quando existe apenas 1 variável independente. A solução analítica do problema (modelo), fornece uma expressão contínua para m(t) quando t>0. Se generalizarmos para qualquer propriedade , a equação de conservação macroscópica passa a ser: m Entradas m Saídas d(m ) dt Transformação de no volume Transformação de no volume A transformação pode ser generalizada por: Ö .V Taxa de transformação de por unidade de volume devido a fenômenos que ocorrem em escalas espaciais inferiores. Interpretação geométrica, Modelagem Matemática aplicada à Engenharia Química I 06 Então, a conservação generalizada fica: m Entradas m Saídas d(ñV ) dt Ö .V Fenômeno de Superfície: m = ñvS [kg/s] EQUAÇÃO GERAL DA CONSERVAÇÃO Escala Macroscópica : (t) CASO 1: ENCHIMENTO DE UM TANQUE m=ñvS t = 0 m(0) = m0 m t > 0 m(t) = m0 Entradas 0 Saídas d(ñV) dt ñvS 0 Diz aí! O que acontece? O que se conserva? Há entrada, saída, acúmulo ou transformação? Qual é a condição inicial? Use a equação geral da conservação! CASO 2: AQUECIMENTO/RESFRIAMENTO DE UMA ESFERA SÓLIDA Sistema Desf S Banho Termostatizado T = cte = T0 Para t = 0, T (0) = Tesf 0 Para t>0, T (t)esf ñ Cp : Propriedades físicas da matéria Situação Física Entradas ñvS Saídas d(ñV ) dt Ö VñvS ; (t); t>0 Para t = 0, (0) = .0 Entrada Saída Acúmulo Transformação onde (t), t>0; para t=0, (0) = .0 dm dt m ; m(t), t>0 Para t = 0, m(0) = m0 Modelo Matemático m(t) t m m0 Função contínua Solução analítica Modelagem Matemática aplicada à Engenharia Química I 07 Modelagem matemática para o caso: Escala macroscópica: -- a esfera é o sistema; -- ocorre conservação da energia térmica: ET = mCp(T - )esf = mCp Usando a equação geral: Tref Tesf ? Incoerência física! 0Acúmulo Taxa de transferência de calor entre a superfície sólida e o fluido, que pode ser representada por ±q. Assim, se considerarmos mCp ~ cte, o modelo fica: dTesf dt ; (t), t>0Tesf Para t = 0, (0) = 0T Tesf±1 mCp q Para que este modelo tenha solução matemática é necessária uma equação constitutiva para a taxa de calor trocada pela superfície da esfera com o fluido. A relação para esse fenômeno provém de observações experimentais, é empírica, portanto, e foi determinada por Newton que a chamou de Lei da Película: q á S (T -T )esf A taxa de transferência de calor entre sólido e fluido é proporcional à diferença de temperatura entre eles e à superfície onde ocorre esta troca. q = h S (T -T )conv esfconv LEI DA PELÍCULA Coeficiente de transferência de calor por convecção -- constante de proporcionalidade. Sólido TS Película de fluido Fluido T Peso Empuxo E>PP>E T > TS Corrente de convecção Equilíbrio: Peso = Empuxo mg = ñ Vgfluido Se Peso>Empuxo, a porção de matéria desce. Se Empuxo>Peso, a porção de matéria sobe. Entradas ñvS Saídas d(ñV ) dt Ö .VñvS 000 d(ñV ) dt 0 0 ~ Modelagem Matemática aplicada à Engenharia Química I 08 dTesf dt ; (t), t>0Tesf Para t = 0, (0) = 0T Tesf dTesf dt ±h S (conv T -T )esf esf ñ VCpesf 24ðR esfSesf 4 3 Vesf 3ðR esf ±h 6 (conv T -T )esf ñ D Cpesf esf T t T0 T0 Taquec Tresf Obs.: Da mesma forma que a convecção de calor numa película na interface entre um fluido e um sólido, pode existir uma convecção mássica na interface. Por exemplo: Uma partícula de catalisador sólido imersa em meio reacional fluido: mA Partícula de Catalisador Película de fluido a CAS Situação Física CA Observação experimental: m á S (C -C )A A AS Da mesma forma que com a transferência de calor, a transferência de massa ocorre proporcionalmente à diferença de concentração de A no meio e na partícula. m = kg S (A C -C )A AS Coeficiente de transferência convectiva de massa. CASO 3: TRANSFERÊNCIA DE OXIGÊNIO PARA ÁGUA EM UMA BOLHA DE AR Vbolhas [m/s] Vbolha C(O2)S Líquido C(O2) Difusor de ar Superfície do líquido Bolhas de ar ascendendo no líquido Meio Reacional (fluido) + q - q S Modelagem Matemática aplicada à Engenharia Química I 09 Quando a bolha de ar sai do difusor, a concentração de O nela é C . Durante a trajetória 2 (O2)0 da bolha - quando 0<t<t , ocorre transferência de O para o líquido.final 2 Modelagem matemática para o caso: Escala macroscópica: -- cada bolha é um sistema; -- ocorre conservação da massa de O na bolha de ar: (t) = x2 A Entrada de O2 Saída de O2 Acúmulo de O2 Transformação de O2 00 ; (t), 0<t<tfinalCO2 Para t = 0, (0) = 0C CO2 (O2) d(ñVx )O2 dt -mO2 d(m )O2 dt -m ; m (t); 0<t<tO2 finalO2 Se o volume (V) da bolha for constante, pode-se dividir toda a equação por ele: d(C )O2 dt [ ]C -CO2 (O2) d(m )O2 dt -mO21 V V -kg S V Assim: d(C )O2 dt ef-kg [ ]C -CO2 (O2) efOnde: kg -kg S V Coeficiente efetivo de transferência de massa na película GENERALIZAÇÃO MACROSCÓPICA DA CONSERVAÇÃO Conservação Massa Total Espécie Química Energia Térmica Quant. Movimento 1 xA Cp(T-T )ref v Ö 0 (r )A (r ) H +gA RÄ ÓF A conservação de QM é uma grandeza vetorial - gera 3 equações em domínio espacial de 3 dimensões. As conservações de massa, espécie química e energia, são escalares - geram 1 única equação. Agora ficou fácil! Ao observar a situação física e reconhecer os fenômenos, pode-se escrever o modelo matemático macroscó- pico através da equação geral. Entradas ñvS Saídas d(ñV ) dt Ö VñvS Para t = 0, (0) = .0 ; (t); t>0Fluxos convectivos de Modelagem Matemática aplicada à Engenharia Química I 10 A esfera sólida se movimenta no fluido segundo a força gravitacional que atua sobre ela. No sistema, não há entradas ou saídas de matéria ou energia. Modelagem matemática para o caso: Escala macroscópica: -- a esfera é o sistema; -- ocorre conservação da quantidade de movimento: (t) = v Ö = ÓF S CASO 4: MOVIMENTO DE UMA PARTÍCULA SÓLIDA EM UM FLUIDO v Sistema Fluido, ñf ~ g ~ z y x Força resistiva Partícula esférica sólida Situação Física ~ ^ ; (t), t>0vS Para t = 0, (0) = 0v vS S d(ñ V v )SS S dt ÓF S V~ d(m v )SS dt ~ ÓF ~ ~ Este modelo matemático é composto por uma equação vetorial, que se subdivide em outras, uma para cada direção do espaço. d(v )Sx dt ÓFxmS ; v (t); t<0Sx d(v )Sy dt ÓFymS ; v (t); t<0Sy d(v )Sz dt ÓFzmS ; v (t); t<0Sz > Componente da direção x ~ 0 > Componente da direção y ~ 0 > Componente da direção z Não há variação significativa de quantidade de movimento nas direções x e y (nesta situação, não existem forças externas atuando nestas direções); a ação gravitacional predomina e resulta em movimento somente na direção z. Assim: d(v )Sz dt ÓFzmS ou d(v )Sz dt -ñ V g + ñ V g + (F )S S z f S z res zmS Para t = 0, (0) = 0v vSz Sz d(v )Sz dt (ñ -ñ ) V g + (F )f S S z res zmS ; v (t); t>0Sz ~ ~ Força peso Força de empuxo Força resistiva Modelagem Matemática aplicada à Engenharia Química I 11 O modelo ainda não pode ser solucionado, pois não se conhece o termo , que representa a resistência conferida pelo fluido ao movimento. (F )res z Para t = 0, z(0) = z0 v (0) =Sz 2d z 2dt (ñ -ñ ) V g + â -vf S S z fzmS ; z(t); t>0 (F )res z â(v -v )Sz fz EQUAÇÃO CONSTITUTIVA Coeficiente de interface Como: vSz dz dt( ( dz dt dz dt t=0 ABORDAGEM MICROSCÓPICA Vimos na abordagem macroscópica, que a forma matemática dos modelos é de equações diferenciais ordinárias (EDOs) de 1ª Ordem - Casos 1, 2 e 3 - e de 2ª Ordem - Caso 4. Lembrando: Equações Diferenciais Ordinárias são aquelas que dependem (variam em função) de uma única variável independente - como o tempo na abordagem macroscópica. A sua Ordem (1ª ou 2ª ) indica o maior grau da derivada da variável dependente. dt f( ,t) ; (t), t>0 Para t = 0, (0) = 0 1ª Ordem Para t = 0, ç(0) = 0ç = vç0 2d ç 2dt P (t)0 dç dt t=0 2ª Ordem dç dt + P (t)1 + P (t) ç2 Q(t) ; (t), t>0çED O s Agora na abordagem microscópica, e uma funcao de diversas variáveis. Nestes casos, a conservação é expressa na forma de Equações Diferenciais Parciais (EDPs). Por exemplo: T(t,x) - nesta relação, a temperatura depende do tempo e da direção x no espaço simultaneamente. (t,espaço) d A solução matemática adequada deste modelo, fornece o perfil do movimento (trajetória) da partícula sólida no fluido, na direção z para t>o. (Conservação) (Posição inicial) (Velocidade inicial) Modelagem Matemática aplicada à Engenharia Química I 12 Pode-se alterar as características do tempo e espaço para facilitar a modelagem: EXEMPLO: MODELO DE TRANSFORMAÇÃO TRANSIENTE NUMA PLACA PLANA: x x0 T0 xL TL k, Cp Situação Física E agora, como resolver? Em alguns momentos, dependendo de como faremos a análise (mais ou menos detalhada), podemos tornar o modelo mais fácil de solucionar. Para isso, adotamos considerações que relevam algum fenômeno menos significante frente a outros que são predominantes. Essas considerações chamamos de hipóteses simplificadoras. • Hipóteses simplificadoras: -- REGIME PERMANENTE: (posição) -- VARIAÇÃO UNIDIMENSIONAL: (x) 1-D - Função de uma variável Tais alterações podem definir a EDO como de 1ª Ordem (sem difusão da propriedade conservável) ou 2ª Ordem (com difusão). CASO 1: AQUECIMENTO/RESFRIAMENTO DE UM FLUIDO ESCOANDO EM UM TUBO CILÍNDRICO COM TEMPERATURA SUPERFICIAL CONSTANTE Dr Äz L0 z T cte = TS 0 ñ0 Cp T0 0 ñL CpL TL Simplificações: -- Regime permanente -- Direção 1-D (direçãoz) t, x = x , T(t, ) = T (t)0 0 x = x , T(t,x ) = T (t)L L L Para t = 0: x = qualquer, T(0,x) = T1 x0 T t ; T(t,x), x <x<x0 L k ñCp 2T 2tModelo Matemático Microscópico Condições de contorno Condição inicial Modelagem Matemática aplicada à Engenharia Química I 13 Ocorre conservação da energia térmica sem um elemento diferencial de volume: Äzz z+Äz qconv Asup E = m Cp(T-0)T z E = m Cp(T-0)T z+Äz Entrada ET no ÄV Acúmulo de ET Transformação de ET Saída ET do ÄV Aplicando Limite: Se ñvCp ~ constante, CASO 2: AQUECIMENTO/RESFRIAMENTO DE UM FLUIDO ESCOANDO EM UM TUBO CILÍNDRICO COM TEMPERATURA SUPERFICIAL CONSTANTE E COM DIFUSÃO AXIAL z z+Äz qconv m Cp T|z m Cp T|z+Äz -k A dTST dz z -k A dTST dz z+Äz LEI DE FOURIER m Cp T| -m Cp T| q 0z z+Äz conv ñvA Cp T| -ñvA Cp T| h A (T -T) 0ST z ST z+Äz conv sup S ñvA Cp T| -ñvA Cp T| h ðDÄz(T -T)ST z+Äz ST z conv S A ÄzST 2ðD Äz 4 ñvA Cp T| -ñvA Cp T| h 4(T -T)ST z+Äz ST z conv S Äz D ñvA Cp T| -ñvA Cp T| h 4(T -T)ST z+Äz ST z conv S Äz D( ( LimÄt 0LimÄt 0 d (ñvCpT) h 4(T -T)conv S dz Para z = 0, T(0) = T0 dT dz ; T(z); 0<z<Lh 4 (T -T)conv S ñvCp D m Cp T| -k A dT - m Cp T| -k A dT q 0z ST z+Äz ST conv( (dz dzz z+Äz onde, T T| +T|z z+Äz 2 ~ Modelagem Matemática aplicada à Engenharia Química I 14 (ñvCpA T| -ñvCpA T| )+ -k A dT - -k A dT h ðDÄz(T -T)ST z+Äz ST z ST ST conv 0( (dz z+Äz dz z Dividindo por ÄV = Äz A ,ST (ñvCpA T| -ñvCpA T| )+ -k A dT - -k A dT h ðDÄz(T -T)ST z+Äz ST z ST ST conv S( (dz z+Äz dz zA ÄzST A ÄzST 2ðD Äz 4 (ñvCpT| -ñvCpT| ) -k dT - -k dT h 4(T -T)z+Äz z conv S( (dz z+Äz dz zÄz Äz D ( ( Lim Ät 0 Lim Ät 0 Lim Ät 0 d (ñvCpT) + d -k dT = h 4(T -T)conv S dz Ddz dz Se , , e k forem constantes,ñ v Cp Para z = 0, T(0) = T0 = 0dT dz z=L ; T(z), 0<z<L 2-k d T + ñvCp dT h 4(T -T) = 0conv S 2dz Ddz Para z = L, EDO de 2ª Ordem EXERCÍCIO: FAZER O MESMO PROCEDIMENTO (BALANÇO DIFERENCIAL) DO CASO ANTERIOR, DESTA VEZ PARA A TRANSFERÊNCIA DE MASSA EM UM DUTO POROSO O tubo poroso permite a passagem de massa através de suas paredes, que estão em contato com o fluido. Portanto: --se C < C , a espécie química A está saindo do tubo;AS A0 --se C > C , a espécie química A está entrando no tubo.AS A0 Assim, desenvolva: a) Modelo Microscópico, RP, 1-D, sem difusão e sem reação; b) Modelo Microscópico, RP, 1-D, sem difusão e com reação; c) Modelo Microscópico, RP, 1-D, com difusão e sem reação; d) Modelo Microscópico, RP, 1-D, com difusão e com reação. Dr L0 z C cte = CA A0 C A0 mA Reação: A > B (r ) = K C Reação de 1ª OrdemA A m ou Q C AL m ou Q Situação Física Situação Física Modelagem Matemática aplicada à Engenharia Química I 15 Os modelos a) e b) são formados por EDOs de 1ª Ordem e necessitam de pelo menos uma condição de contorno ou inicial para sua resolução. Já os modelos c) e d), EDOs de 2ª Ordem que requerem pelo menos duas condições de contorno. Equações Constitutivas: (-r ) = K CA A J = -D A dCA AB ST A dz m = kg A (C -C )A SUP AS A Taxa difusiva Taxa convectiva na película LEI DE FICK Para resolver este exercício, observe atentamente a situação física, busque entender o fenômeno. O que acontece? O que entra, sai, acumula e/ou se transforma? De que maneira isso se dá? Use as taxas e relações empíricas, organize a equação e lembre-se que tudo segue a contabilidade da natureza! • Miscelânea de Equações Constitutivas: Taxa de reação/desaparecimento de A Equações constitutivas são aquelas de natureza empírica (ou experimental) obtidas por ajuste de dados experimentais, usadas para quantificar fenômenos que geralmente têm sua causa fora do domínio do contínuo (como o domínio molecular). Algumas relações importantes para a Engenharia Química são: A) Equações da difusão (massa, calor, quantidade de movimento) e convecção na película; B) Equações para predição de propriedades físicas (ì, Cp, k, ñ, ...); C) Equações de estado ou relações PVT; D) Equações para predição de propriedades de transporte (f , kg, h , D , ...);atrito conv AB E) Equações constitutivas para a transformação. A) Equações da Difusão 1- Difusão de Calor (Lei de Fourier) T =100ºC1 T =0ºC2 z (q )cond z (q )cond z (q ) á -A dTcond z SUP dz (q ) = -k A dTcond z SUP dz Condutividade térmica: parâmetro empírico, propriedade física da matéria, constante de p ropo r c i ona l i d ade [W/mºC]. Se ñ e Cp forem constantes, pode-se escrever: (q ) = -k A d (ñCpT)cond z SUP dzñCp (q ) = -á A d (Ê )cond z SUP T dz onde, á = k ñCp 2Difusividade térmica [m /s] Ê = ñCp(T-T )T ref 3En. térmica/Volume [J/m ] Modelagem Matemática aplicada à Engenharia Química I 17 B) Equações para predição de propriedades físicas As constantes A, B, C e D são emp í r i ca s pa ra cada substância. Devem ser buscadas na literatura Sherwood, Prauznitz e Reid, por exemplo). ì = A ln B C+T( ( 2 3Cp = A+B T+C T +D T k = A* ln B* C*+T( ( 2 3ñ = A*+B* T+C* T +4D* T Viscosidade Capacidade Calorífica Condutividade térmica Massa específica C) Equações de estado: relações PVT 1- Gás Ideal p V = n R T ou p V = m R T ou ñ = PM p PM R T 2- Gás Não-Ideal Virial: 1 parâmetro Van der Waals: 2 parâmetros Peng-Robson: 3 parâmetros Redlick-Kwong: 3 parâmetros A partir de uma equação de estado é possível predizer várias propriedades dos gases (Termodinâmica Química). O desenvolvimento da Engenharia Química contribuiu enormemente para se estabelecer estas relações; por exemplo, o equilíbrio líquido-vapor, é um fenômeno/modelo empregado em vários processos e onde se necessita utilizar das equações de estado. L Vf = fi i Fugacidade do componente i na fase vapor Fugacidade do componente i na fase líquida D) Equações para predição de propriedades de transporte Para estes coeficientes , existem inúmeras correlações que podem ser encontradas na literatura, principalmente nas obras relacionadas aos fenômenos de transporte e livros base da Engenharia Química. Exemplo: para a convecção forçada em dutos: (f , kg, h , D , ...)atrito conv AB b cNu = a Re PrD onde, Re = ñ v D/ìD Número de NusseltNu = h D/kD conv Número de Reynolds Pr = Cp ì/k Número de Prandtl b = 0,8 a = 0,023 c = 1/3 Modelagem Matemática aplicada à Engenharia Química I 18 E) Equações constitutivas para a transformação 1- Transformação de espécies químicas: Cinética química Para reações homogêneas: (r ) = f(T) g(composição) = 1 dnA A V dt -Ea/RT âi(r ) = (K e ) (Ð C )A 0 i Para reações heterogêneas: (r ’) = f(T,composição) = 1 dnA A W dt 2- Transformação da energia química em calorífica Esta transformação é proveniente de reações químicas que liberam ou absorvem energia, mensurada pelo ÄH .reacao Estas reações podem ser: --endotérmicas --exotérmicas ±ÄH [J/kg]reacao 3Ö = (r ) [J/s m ]A ÄHreacao Taxa volumétrica de transformação de energia química em calorífica ou vice-versa. 3- Transformação da energia mecânica em calorífica Equação da transformação de energia mecânica (macro) em regime permanente: 21 v + h + P = 1 1 1 1 2v + h + P + h2 2 2 L 2( (g entrada ( (2 g ñg saída Equação de Bernoulli 2h = 2 f L vL AT g D Equação de Fanning f = f(nº de Reynolds, rugosidade relativa)AT Para tubo liso e escoamento laminar (Re<2000): Para tubo rugoso e escoamento turbulento: f = 16/ReAT 1 = -1,7372 ln å/D + 1,2561 1/2fAT Re 1/2fAT3,7 ( ( Equação de Colebrook ñg Modelagem Matemática aplicada à Engenharia Química I 19 LEITURAS RECOMENDADAS Alegoria da Caverna. Platão. A ciência e a hipótese. Poincaré, Henri. Física em seis lições. Feynman, Richard P. A dança do universo: dos mitos de criação ao Big-Bang. Gleiser, Marcelo. O fim da Terra e do céu: o apocalipse na ciência e na religião. Gleiser, Marcelo. O romance da ciência. Sagan, Carl. EXERCÍCIOS Modelagem Matemática Modelo Solução Fenômeno Aplicação Realidade Absoluta/Virtual Realidade Física/Real Transposição dos Mundos 1) Faça uma breve dissertação sobre modelagem matemática tendo em vista a divisão platônica entre o mundo físico e o mundo das idéias, esquematizada pela figura: 2) Para a modelagem matemática dos fenômenos da natureza, é necessária a utilização de princípios ordenadores, equações constitutivas e escalas de tempo e espaço. Explique o que é isso e generalize as equações de conservação para o domínio do contínuo. 3) A modelagem matemática amparada nos princípios de conservação da massa, energia e quantidade de movimento no domínio do contínuo, como princípios ordenadores dos fenômenos da natureza, depende fundamentalmente da escala espacial adotada para se “observar” o fenômeno, podendo ser macro ou microscópica. Considere neste sentido o exemplo do aquecimento de um fluido pelo seu escoamento em um tubo à temperatura de parede constante. Desenvolva um modelo macroscópico e um microscópico, encontrando uma relação entre a temperatura de saída obtida pelo modelo macro e a temperatura de saído fornecida pelo modelo microscópico (T(z=L) /T(z=L) =?)macro micro Dr Äz L0 z T cte = TS 0 m ñ Cp T0 m ñ Cp TL qconv Modelagem Matemática aplicada à Engenharia Química I 20 4) Desenvolva uma modelagem matemática para a situação física do resfriamento de uma esfera de alumínio em um meio fluido cuja temperatura depende do tempo conforme a expressão: Encontre a solução analítica considerando-se que no instante inicial a temperatura da esfera seja T(0) = 100ºC. T (t) = 10 + 10 cos( (ðt12 D = 5 cmesf T (t) 3ñ = 2710 kg/mAl Cp = 896 J/kg KAl qconv T(t) 2h = 100 W/m ºCconv T(0) 5) Encontre o perfil de concentração de uma espécie química genérica A como função do tempo em um sistema de diluição esquematizado na figura. 3Considere que no instante inicial o tanque esteja cheio (V = 1 m ) e que esteja a uma concentração 3 3 3C = 10 moles/m , e repentinamente as correntes Q = 1 m /h e Q = 0,5 m /h, entram no tanque 0 1 2 estabelecendo imediatamente um estado estacionário para a massa total (Q = Q + Q ).3 2 1 Mistura Perfeita 3Q [m /h]1 C = 0A1 3Q [m /h]2 C = C /2A2 0 3Q [m /h]3 C (t)A 3V [m ] C0 6) Sobre o sistema de bombeamento não-isotérmico da figura: a) Desenvolva uma modelagem matemática para o sistema admitindo-se que os dois tanques estão em condição de mistura perfeita; o tanque 1 (a 90 ºC) é isolado e o tanque 2 troca calor com o ambiente externo e está inicialmente a 20 ºC. b) Encontre uma expressão matemática para a variação do nível do tanque 1 com o tempo. c) Encontre uma expressão para a variação da temperatura do tanque 2 com o tempo. Considere os dois tanques iguais, cilíndricos com diâmetro de 0,5 m e que o fluido seja água 3(ñ = 1000 kg/m , Cp = 4186 J/kg ºC). Modelagem Matemática aplicada à Engenharia Química I 21 Tanque 2 Q = 2 l/s Tanque 1 Q = 2 l/s V = 100 l1 T = 90 ºC1 V = 50 l2 T = 20 ºC2 2h = 20 W/m sconv T = 20 ºC = constante 7) Desenvolver um modelo capaz de predizer o tempo de esvaziamento gravitacional de um tanque e a variação do seu nível. Dorif h(t) H Dv Para t = 0, h(0) = H 1/2v = C (2gh) [m/s]D h(t) = ? v(t) = ? m(t) = ? Page 1 Page 2 Page 3 Page 4 Page 5 Page 6 Page 7 Page 8 Page 9 Page 10 Page 11 Page 12 Page 13 Page 14 Page 15 Page 16 Page 17 Page 18 Page 19 Page 20 Page 21
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