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Princípios Éticos na Área da Saúde

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Núcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atua-
ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professoras: Profa. Dra. Emiliana Cristina Melo, 
Fernanda Prado Marinho e 
Profa. Dra. Maria José Quina Galdino
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profisisional.
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Esta unidade abordará os princípios éticos a serem aplicados 
na área da saúde. Existem várias teorias éticas e modelos de análises 
teóricas que podem orientar a forma de ser e agir profissionalmente. Es-
pecificamente, neste módulo, foram enfocadas: a) ética, moral e seus 
conceitos; b) direitos e deveres com relação à ética profissional e c) dire-
trizes e normas de pesquisas com seres humanos, discutindo e buscando 
a reflexão e o conhecimento mais profundo da ética para a prestação de 
cuidados à saúde no cotidiano. Para tanto, foram considerados concei-
tos, fundamentos dos valores e princípios éticos e dos direitos huma-
nos. Além disso, Legislações e Resoluções específicas para o exercício 
profissional, as quais são de grande relevância para provas e concursos 
públicos sem, no entanto, esgotar o assunto. Espera-se que o aluno, por 
meio do conhecimento e da reflexão em torno da disciplina, consiga atuar 
na tomada de decisão, com a mínima chance de erro possível, tanto nos 
processos avaliativos, quanto na prática do exercício da profissão em 
seu cotidiano. Estar atento aos princípios éticos e morais, aos direitos e 
deveres profissionais e ao contexto ético em pesquisa envolvendo seres 
humanos, facilitará o exercício profissional do Enfermeiro e de qualquer 
profissional inserido na área da saúde.
Ética. Bioética. Saúde. Saúde Coletiva. Trabalhador da Saúde.
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 CAPÍTULO 01
ÉTICA
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
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Ética e Moral __________________________________________________
Conceitos, Princípios e Fundamentos ___________________________
 CAPÍTULO 02
DIREITOS E DEVERES EM RELAÇÃO A ÉTICA PROFISSIONAL
Ética Profissional ______________________________________________
Sigilo Profissional ________________________________________________
Códigos de Ética________________________________________________
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18Princípios e Valores ____________________________________________
Bioética _______________________________________________________ 18
Ética Profissional e Relações Sociais _____________________________ 38
Regras Deontológicas ____________________________________________ 40
Equidade e Igualdade __________________________________________ 23
Justiça ________________________________________________________ 24
Imparcialidade ________________________________________________ 25
Negligência ___________________________________________________ 26
Imprudência __________________________________________________ 26
Imperícia ______________________________________________________ 26
Recapitulando _________________________________________________ 28
Dilemas Éticos _________________________________________________ 22
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Deveres Profissionais __________________________________________
Competências Éticas ___________________________________________
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Legislação e Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem _
50LEI 5.905/73 ____________________________________________________
Características dos Conselhos de Enfermagem ___________________
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 CAPÍTULO 03
DIRETRIZES E NORMAS DE PESQUISA COM SERES HUMANOS
Princípios Básicos: a Beneficência, o Respeito à Pessoa e a Justi-
ça______________________________________________________________
Projeto de Pesquisa _____________________________________________
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Qualificação dos Pesquisadores _________________________________ 81
55LEI N 7.498/86, DE 25 DE JUNHO DE 1986 _______________________
Resolução Cofen nº 0564/2017 __________________________________ 58
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Principais Documentos que Amparam e Estipulam Garantias aos 
Seres Humanos ________________________________________________
Recapitulando __________________________________________________ 73
Avaliação do Risco-Benefício ___________________________________
Consentimento Informado ______________________________________
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84
Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos ______________
89
Principais Pendências que Ocasionam Devolução ou Pendência 
de Projetos de Pesquisa pelo CEP-CONEP ______________________
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Recapitulando _________________________________________________Fechando a Unidade ____________________________________________
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Referências _____________________________________________________ 104
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Todas as pessoas são confrontadas em sua vida social, com dile-
mas de ordem ética, de maior ou menos complexidade. A escolha entre o 
“certo” e o “errado” é uma constante na vida das pessoas. Todo comporta-
mento é determinado por uma “ideia ética” subjacente. A ética é de grande 
importância para a vida das pessoas e das sociedades, sendo um traço ca-
racterístico daquelas sociedades que são mais fortes, coesas e solidárias. 
Nesta disciplina vamos discutir as relações humanas, de pres-
tação de cuidados à saúde aplicadas à profissionais de saúde no seu 
cotidiano, considerando conceitos, fundamentos dos valores e princí-
pios éticos e dos direitos humanos. 
Com o passar do tempo, observamos inúmeras mudanças de 
comportamento que suscitam preocupação em relação aos valores vol-
tados, principalmente, para a resolução de problemas objetivos, como 
o respeito ao ser humano e aos seus direitos. Em decorrência dessas 
mudanças, observa-se o mal-estar moral e ético entre as pessoas, em 
cujas relações predominam a desconfiança e a insensibilidade.
Nesse contexto, despontaram problemas relacionados à conduta, 
o que determina a diminuição da capacidade de vida coletiva, afetando 
diretamente a saúde das pessoas, ou, a saúde coletiva. Quando lembra-
mos que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde é um 
estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente, 
a ausência de doenças ou enfermidades, já temos uma ideia do quanto a 
diminuição da capacidade de convivência social advinda da “desconfiança” 
pode implicar na saúde. Não obstante, esta desconfiança também é dire-
cionada à ética, no contexto da prestação de cuidados à saúde.
A intenção da disciplina é contribuir para a reflexão e o desen-
volvimento de atitudes pautadas na ética e no olhar para a pessoa e 
para sociedade, com objetivo de exercer princípios e valores que favo-
reçam a convivência e a garantia dos direitos de todos: profissionais, 
pacientes, cidadãos e comunidade. 
Há várias teorias éticas e modelos de análise teórica que podem 
orientar a nossa forma de ser e agir profissionalmente. Mesmo levando 
em consideração que referências filosóficas e teóricas nos ajudam a pen-
sar criticamente, é sempre bom ter em mente que a aplicação rotineira 
de métodos nunca é um substituto satisfatório para a inteligência crítica. 
Porém, não é nada simples responder as questões: como de-
vem ser os profissionais da saúde em sua prática profissional? Como 
devem agir em relação aos outros e a si mesmo? Neste sentido, o pro-
pósito desta unidade é contribuir com fundamentos éticos que possi-
bilitem a reflexão sobre a forma como temos agido e como temos sido 
enquanto profissionais de saúde. O objetivo é problematizar a relação 
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cliente-profissional de saúde, uma vez que é nessa prática cotidiana 
que se integram os elementos próprios da conduta moral profissional.
O capítulo 1, aborda conceitos, princípios e fundamentos éticos 
e morais importantes, que irão fundamentar e dar entendimento aos pró-
ximos capítulos. O capitulo 2, que contempla os direitos e deveres com 
relação à ética profissional, além de conteúdo explicativo, traz leis e reso-
luções, estas últimas com seus capítulos e artigos na íntegra, devido a sua 
necessária compreensão para a resolução de questões de provas e con-
cursos. Já o capítulo 3, que aborda as diretrizes e normas em pesquisas 
com seres humanos, além do conteúdo apresentado neste material, exige 
o acesso às resoluções disponíveis na Comissão Nacional de Ética em 
Pesquisa (CONEP), já que são inúmeros os documentos pertinentes ao 
assunto, os quais, são primordiais tanto para a pesquisa quanto para a con-
dução e assertivo aceite de pesquisas no âmbito dos serviços de saúde.
Temos o privilégio e a responsabilidade de cuidar e conviver 
com pessoas e nossas atitudes devem ser pautadas em princípios e 
valores que orientem nossas condutas profissionais e pessoais. A disci-
plina de Ética Aplicada à Saúde, é uma semente que depende de terra 
fértil humana e de cuidados para crescer junto à humanidade. Todo o 
conteúdo aqui estudado é coletivo. Lembrem-se:
 “A tolerância é a consequência necessária do reconhecimento de que somos 
falíveis; errar é humano, e todos nós cometemos erros permanentemente. 
Então, perdoemo-nos uns aos outros as nossas loucuras. Este é o funda-
mento do direito natural” (Voltaire)
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ÉTICA E MORAL
São várias as concepções apresentadas para “Ética”. No en-
tanto, podemos perceber que os vários filósofos e autores, chegam ao 
mesmo consenso: a ética se refere ao comportamento humano, orienta-
do por regras de boa conduta na convivência em sociedade. “Ética” vem 
do Grego “ethos” que significa “modo de ser” ou “caráter”. É um ramo, 
uma parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que 
motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento huma-
no, refletindo a respeito da essência das normas, valores, prescrições 
e exortações presentes em qualquer realidade social. É o conjunto de 
regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um 
grupo social ou de uma sociedade.
ÉTICA
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Para Dubrin (2003), a ética refere-se às escolhas morais que 
uma pessoa faz e o que essa pessoa deveria fazer. É o que ela consi-
dera como certo e errado ou como bom ou mau e transforma valores 
em ação. Já Ferreira (2005, p.78), a define como: “O estudo dos juízos 
de apreciação referentes à conduta humana, do ponto de vista do bem 
e do mal”. Ou ainda, um “Conjunto de normas e princípios que norteiam 
a boa conduta do ser humano”.
Em termos mais práticos, a ética é a área da filosofia que es-
tuda as condutas do ser humano em sociedade. Pode parecer seme-
lhante à lei, no entanto, a ética, em si, tem a ver com a conduta de um 
cidadão frente a seus semelhantes. É uma questão de respeito pela 
vida, patrimônio e bem-estar próprio e alheio. Ética é questão de hones-
tidade e de retidão de caráter. A lei não cobre todos os princípios éticos 
e nem toda atitude antiética é criminosa. Por exemplo, a mentira é algo 
antiético, mas mentir em si não é considerado crime.
Trasferetti (2006) traz em seus escritos, a ideia de autores que 
acreditam que o termo ética foi adquirindo contornos distintos com o 
passar dos tempos, mas que em geral, as pessoas associam o termo 
como um fardo pesado que torna a vida diminuída, sem gosto, sem 
qualidade. Para Transferetti (2006, p.44), “a distração e o gosto pessoal 
para as normas perderem o sentido e a ética cai em desuso”. “A lei, 
encarregada de disciplinar o comportamento humano, e os instrumen-
tos de orientação para a cidadania perdem sua razão de ser. Somente 
valem o sucesso, o brilho pessoal, a vantagem em tudo”.
Os termos ética e moral, ainda que empregados como sinôni-
mos, não apresentam total equivalência. Embora estejam relacionados 
entre si, são dois conceitos distintos. No contexto filosófico, ética e mo-
ral são dois termos que se complementam, mas que possuem a origem 
etimológica e significados diferentes.
Agora que já nos apropriamos do conceito de ética, podemos dis-
tinguir melhor tais diferenças. O termo “moral” é originário do termo latino 
“Morales”, que significa “relativo aos costumes”, isto é, aquilo que se conso-
lidou como sendo verdadeiro do ponto de vista da ação. A moral refere-se 
a um conjunto de regras aplicado no cotidiano e utilizado constantemente 
por cada cidadão. Estas regras orientam os indivíduos que vivem em dada 
sociedade, norteando seus julgamentos sobre o que é certo ou errado, mo-
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ral ou imoral, e as suas ações. É, portanto, fruto do padrão cultural vigente 
e engloba as regras tidas como necessárias para o bom convívio entre os 
membros que fazem parte de determinada sociedade.
É o conceito que impõe limites às condutas humanas. Sem a 
moral seria impossível viver em sociedade. Ela define o que posso ou 
não fazer, até onde vão meus direitos, quais os meios que posso utilizar 
para conquistar meus objetivos. Se isso é certo ou errado.
A lei é oriunda da moral, mas nem tudo que legal é moral. Ve-
jamos, por exemplo, o caso das eleições de 2014. A então candidata, 
Dilma, prometeu uma série de coisas com o objetivo de ganhar as elei-
ções, e de fato ganhou. No entanto, o fato da então candidata prometer 
coisas que ela sabia que não seria possível cumprir, foi uma conduta 
ilegal? Com certeza não, mas foi imoral.
Moral tem a ver com sociedade, são conceitos coletivos, defini-
ções comuns para se viver em sociedade. O que vale para um vale para 
todos os pertencentes àquele grupo. Pode-se afirmar que, ao falarmos 
de moral, os julgamentos de certo ou errado dependerão do lugar onde 
se está.
Por fim, pode-se considerar que a ética engloba determinados 
tipos de comportamentos, sejam eles considerados corretos ou incor-
retos; já a moral estabelece as regras que permitem determinar se o 
comportamento é correto ou não.
Se considerarmos o sentido prático, a finalidade da ética e da 
moral é bastante semelhante, pois ambas são responsáveis por cons-
truir as bases que guiarão a conduta do homem, determinando o seu 
caráter e a sua forma de se comportar em determinada sociedade. Des-
ta maneira, pode-se afirmar que a ética é a parte da filosofia que estuda 
a moral, pois reflete e questiona sobre as regras morais.
Observe que Ética é o julgamento de uma conduta, ação, hu-
mana, com base em princípios morais de um determinado grupo ou 
sociedade. Vejamos como exemplo a verdade e mentira. Este é um 
padrão estabelecido na cultura brasileira e você sabe o que é certo e 
errado com relação a este padrão.
Faça o seguinte: imagine que você está em uma sala com mais 
duas pessoas e uma delas pergunta se você acha a outra pessoa boni-
ta. Sem preconceitos ou qualquer coisa do gênero você iria responder 
que sim, a outra pessoa é bonita ou, no mínimo, você diria que ela é 
simpática. Muito bem, suponhamos que, na verdade, você achou que 
aquela pessoa é muito feia, horrível, parecia uma batida de trem, mas, 
mesmo assim você, por educação, diria que ela não é feia.
Nesta situação você mentiu. Mentir é moralmente errado, por-
tanto neste exemplo, você teve uma conduta antiética devido ao fato de 
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você ter ferido um princípio moral de um determinado grupo, no caso a 
sociedade brasileira. Observe que houve uma ação, uma conduta huma-
na, um julgamento ético. Você poderia simplesmente dizer a verdade, 
mas optou por mentir. Ética, portanto, estuda o comportamento do indiví-
duo com relação aos conceitos morais do grupo em que ele está inserido.
Este quadro vai facilitar o entendimento e deixar mais evidente 
as diferenças entre ética e moral.
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Observa-se ainda, subdivisões do termo ética. Alguns estudos 
teóricos da Filosofia Moral subdivide a Ética em diversas categorias, as 
principais são três: Ética Descritiva, Ética Metaética e Ética Normativa 
(WIIG et al, 2016). 
• Ética Descritiva: Descreve o que é o Bem e o que é o Mal, 
através da apreensão empírica dos fenômenos morais. Não há posicio-
namento normativo. 
• Metaética: É abstrata e epistemológica, seu objetivo é investi-
gar a natureza dos valores, dos juízos morais (bem/Mal); e os significados 
da linguagem avaliativa (das estruturas do discurso), métodos e lógica.
• Ética Normativa: Procura racionalmente configurar o campo 
prático da moral num estudo “histórico-filosófico ou conceitual” sobre 
normas morais das sociedades, desenvolvendo critérios. O foco das 
problemáticas é a ação-moral.
Já a ética social, refere-se a um conjunto de regras ou dire-
trizes as quais a sociedade adere. Muitas dessas regras geralmente 
não são ditas, mas são seguidas por dada sociedade. Servem de guia, 
estabelecendo as regras básicas para o que a sociedade julgar aceitá-
vel. O bem-estar da sociedade como um todo é colocado à frente dos 
interesses de qualquer indivíduo, ajudando a garantir que todos sejam 
responsabilizados uns pelos outros.
Assuntos como economia, imigração, pobreza e fome muitas 
vezes criam algumas discussões dentro do campo da ética social. Preo-
cupações com o meio ambiente, a homossexualidade e a tolerância 
religiosa também tendem a figurar no topo da lista, juntamente com a 
pena de morte, o aborto e a clonagem humana. Esses e outros proble-
mas semelhantes costumam suscitar grandes preocupações quando se 
trata de como as comunidades julgam “certo” e “errado”.
A ética individual, se apresenta na concepção elaborada por M. 
Foucalt como cuidado de si. Coloca a reflexão sobre as condutas e o 
agir humano em termos de estilo, se distanciando da dicotomia permitido/
proibido. Reforça a noção de responsabilidade sobre os nossos atos. As-
sim, a ética individual se conjuga com a responsabilidade social. O indi-
víduo, cuidando de si, cuida também dos outros adequadamente. A ética 
individual, refere-se à ética pura, que revela a ética pessoal a qual cada 
indivíduo aplica no seu dia a dia, em uma organização ou na sociedade.
De forma geral, a ética discute os valores que se traduzem em 
existências humanas mais felizes, mais realizadas, com mais bem-es-
tar e qualidade de vida. Busca os valores que signifiquem dignidade, 
liberdade, autonomia e cidadania. Na medida em que entendemos a 
importância da ética para a sobrevivência humana com qualidade e in-
tegridade, compreendemos também a complexidade envolvida em suas 
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relações com outros campos do saber e da prática, fundamentais à vida 
humana em sociedade.
CONCEITOS, PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS
Para entendermos alguns princípios éticos aplicados à saúde, 
faz-se necessário ter conhecimento de vários conceitos. Alguns mais 
recentes, outros nem tanto. O termo "conceito" tem origem a partir do 
latim “conceptus” (do verbo concipere) que significa "coisa concebida" 
ou "formada na mente". Envolve o entendimento, julgamento, juízo, opi-
nião, ponto de vista. Assim, precisamos ter algumas concepções em 
mente, as quais envolvem princípios gerais da ética e específicos da 
ética aplicada à saúde. Neste módulo, descrevemos os principais con-
ceitos acerca desta temática.
PRINCÍPIOS E VALORES
Princípios, são pressupostos universais que definem regras 
essenciais que beneficiam um sistema maior que é a humanidade. Va-
lores, são regras individuais que orientam, como bússolas internas as 
relações, as decisões e as ações.
SANTOS (2017), faz uma excelente analogia: os princípios são 
como o diamante, além de mais preciosos, se assemelham também 
por serem rígidos, constantes e inquebráveis. Princípios são, portanto, 
preceitos universais rígidos, regras incontestáveis e direcionamentos de 
conduta universal e atemporal. Ele por si só, não se quebra, mas sim a 
pessoa que não os seguem. Exemplos de princípios: amor, equilíbrio, 
pertinência, ordem. 
Os valores, por sua vez, são como o carvão, mais maleáveis, 
individuais, subjetivos e influenciados pelo externo, assim como o con-
texto, a época, a cultura, o objetivo, o tempo e o interesse. São, portan-
to, frágeis se não forem pressionados de forma adequada e se não tive-
rem princípios como sua base. Além disso, por serem padrões sociais 
eles são subjetivos e contestáveis, por isso podem ser éticos ou não, 
dependendo de quem, ou qual cultura, o adota.
BIOÉTICA
No termo bioética, bio representa o conhecimento biológico, a 
ciência dos sistemas viventes, enquanto ética, representa o conhecimen-
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to dos sistemas dos valores humanos. O nascimento da bioética como 
disciplina coincide, com um retorno do interesse da parte da ética filosófi-
ca pela ética prática; um interesse motivado pela urgência de fornecer um 
adequado fundamento ao debate público e as legislações e de conduzir o 
diálogo no contexto das sociedades pluralistas e democráticas.
O nascimento da Bioética tem suas raízes ideológicas nos 
principais acontecimentos da 2ª Guerra Mundial, quando se observou 
maus tratos e abusos com os sujeitos das pesquisas. Os fatos ocorridos 
na guerra, geraram indignação e estimularam consciência e reflexão, 
capaz de estabelecer uma fronteira entre a ética e o comportamento 
humano. A partir destes acontecimentos, tem início a exigência de uma 
ética no campo biomédico, fundamentada na razão e nos valores objeti-
vos da vida e da pessoa. Van Rensselaer Potter formulou sua definição 
que trazia o sentido de ética da terra:
Nós temos uma grande necessidade de uma ética da terra, uma ética para a 
vida selvagem, uma ética de populações, uma ética do consumo, uma ética 
urbana, uma ética internacional, uma ética geriátrica e assim por diante (...) 
Todas elas envolvem a bioética... (POTTER, 1970, p, 53).
Pouco depois, Potter traz a visão original do compromisso hu-
mano frente ao equilíbrio e preservação da relação dos seres humanos 
com o ecossistema e com a vida do planeta: “Eu proponho o termo Bioé-
tica como forma de enfatizar os dois componentes mais importantes para 
se atingir uma nova sabedoria, que é tão desesperadamente necessária: 
conhecimento biológico e valores humanos”. (Potter, 1971, p.2).
A bioética é uma área da ética geral. Não tem por objetivo ela-
borar novos princípios éticos, mas aplicar princípios existentes nas ciên-
cias da vida e do cuidado da saúde, especialmente aos novos questio-
namentos que estão surgindo.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu, em 2001, a 
bioética como sendo o uso criativo do diálogo para formular, articular e, 
sempre que possível, solucionar dilemas propostos pela investigação e 
pela intervenção sobre a vida, a saúde e o meio ambiente.
Em 2005, a Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Hu-
manos (DUBDH), homologada unanimemente pelos 191 Estados-Mem-
bros da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência 
e a Cultura, reconheceu os direitos humanos como referencial mínimo 
universal para a bioética. A Declaração parte do reconhecimento de que 
a saúde é resultante de uma multiplicidade de aspectos que abrangem 
não só o progresso científico e tecnológico, mas também fatores sociais 
e culturais (UNESCO, 2005).
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As transformações observadas na economia mundial a partir 
do recente processo de globalização promoveram profundas mudan-
ças comportamentais, estreitando os contatos entre pessoas e grupos 
sociais como consequência do aumento dos deslocamentos humanos 
e das migrações, determinando novas formas de convivência entre di-
ferentes pessoas e culturas. Nesse contexto, passaram a ocorrer com 
maior amplitude e visibilidade fenômenos como etnocentrismo, racismo, 
xenofobia, sexismo e homofobia, como consequência da intolerância 
diante das diferenças, fato que acabou originando violações aos direitos 
humanos de pessoas e grupos não integrados à sociedade circundante.
Para Gogoi e Garrafa (2014), o campo da saúde não ficou imu-
ne a esse fenômeno. Conflitos éticos relacionados a diferenças étnicas, 
sexuais ou de gênero ainda são frequentes. A área das políticas públi-
cas, principalmente em relação à definição de prioridades em saúde, 
passando a lidar com processos de escolha permeados por conflitos 
éticos, os quais envolvem as diferenças presentes na sociedade e, ape-
sar dos avanços importantes relativos ao reconhecimento dos direitos 
sociais, entre os quais o direito à saúde, existe ainda um déficit de con-
cretização desses direitos em especial, para os grupos minoritários e 
socialmente excluídos, problema que deve ser enfrentado não só no 
plano jurídico, mas principalmente no plano social e ético. 
Em uma abordagem clássica, também conhecida como corrente 
canônica, a bioética centra-se em alguns princípios, cuja aplicação supos-
tamente leva à solução dos dilemas éticos na saúde: autonomia, benefi-
cência e não-maleficência, justiça, confidencialidade. Essa abordagem, tal 
como feita pelos americanos, ganham, atualmente, força de lei no plano 
internacional. “Os quatro princípios da bioética americana simplesmente se 
tornaram os princípios da bioética” (GODOI, GARRAFA, 2014, p.98).
A principal crítica a tal abordagem é de que os princípios são 
tomados como enunciados, sem preocupação na sua legitimação. Não 
há uma teoria bioética, embora haja uma prática que apele a tais princí-
pios. Ou seja, há um pragmatismo ético, sendo os princípios aplicados de 
forma mecânica, automática. Além disso, vem de pontos de partida e ma-
trizes de pensamento diversas, não havendo uma unidade sistemática.
A Bioética discute ainda, alguns temas polêmicos, como eu-
tanásia, distanásia, autonomia. Como dar más notícias, alocação de 
recursos, ordens de não ressuscitação, suspensão ou não instalação de 
alimentação e/ou hidratação artificial, sedação paliativa (sedação con-
trolada) e finitude da vida.
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Eutanásia: prática para abreviar a vida, a fim de aliviar ou evitar 
sofrimento para os pacientes (JUNGES et al., 2010). O termo supracita-
do é ilegal no Brasil, porém é aceito em alguns países, como a Holanda 
e a Bélgica.
Distanásia: Procedimento muitas vezes praticada no campo da 
saúde. É conceituada como uma morte difícil ou penosa, usada para 
indicar o prolongamento do processo da morte, por meio de tratamento 
que apenas prolonga a vida biológica do paciente, sem qualidade de 
vida e sem dignidade. Também pode ser chamada de obstinação tera-
pêutica (SELLI; ALVES, 2009). Enquanto na eutanásia, a preocupação 
principal é com a qualidade de vida remanescente, na distanásia, a in-
tenção é de se fixar na quantidade de tempo dessa vida e de instalar 
todos os recursos possíveis para prolongá-la ao máximo.
Ortotanásia: Boa morte ou morte digna tem sido associada ao 
conceito de ortotanásia. Etimologicamente, significa morte correta - orto: 
certo; thanatos: morte. Traduz a morte desejável, na qual não ocorre o 
prolongamento da vida artificialmente, através de procedimentos que 
acarretam aumento do sofrimento, o que altera o processo natural do 
morrer. Na ortotanásia, o indivíduo em estágio terminal é direcionado pe-
los profissionais envolvidos em seu cuidado para uma morte sem sofri-
mento, que dispensa a utilização de métodos desproporcionais de prolon-
gamento da vida, tais como ventilação artificial ou outros procedimentos 
invasivos. A finalidade primordial é não promover o adiamento da morte, 
sem, entretanto, provocá-la; é evitar a utilização de procedimentos que 
aviltem a dignidade humana na finitude da vida (VILLAS-BÔAS, 2008).
As questões de bioética dizem respeito a vida dos membros da 
sociedade, por isso, devem abordadas e discutidas dentro da socieda-
de. Condições como reprodução assistida, aborto, engenharia genéti-
ca, planejamento familiar, doação de órgãos, suicídio assistido e outros 
assuntos que interessam a pessoa, ou ao cidadão, devem ser regula-
mentados democraticamente. Não por colegiados de médicos ou juízes, 
mas por cada cidadão.
Apesar da grande importância dada mundialmente a bioética, 
não há muito publicado sobre o assunto na língua portuguesa ou por 
autores brasileiros.
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A Bioética propõe que o posicionamento de cada pessoa quan-
to as mais diversas questões éticas, seja individual e independente, e 
que a harmonização do convívio social com relação a assuntos éticos, 
resulte de uma discussão ampla dentro da sociedade.
Uma ótima leitura sobreBioética é possível por meio do livro: 
O que é Bioética, das autoras Débora Diniz e Dirce Guilhem. Editora 
brasiliense. Primeira versão e-book, 2017.
Outra leitura importante:Os princípios da Bioética, por Lorena 
Duarte Lopes Maia. Disponível em: http://www.ambito-juridico.com.br/
site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=18566&revista_caderno=6
DILEMAS ÉTICOS
Diante das constantes transformações que ocorrem na socie-
dade, os profissionais da saúde estão envolvidos em dilemas de cunho 
ético em seu cotidiano, participando tanto de forma passiva como ativa 
de ações nas quais o desrespeito ao ser humano é evidente. É comum 
nos deparar com situações delicadas, tanto na vida pessoal, quanto 
na vida profissional. Nestas situações, é necessário pensar nas con-
sequências, considerando os valores éticos e morais para agir. Dentre 
estas situações, ou “dilemas éticos”, podemos citar: conviver com atitu-
des ou atos antiéticos como furto, suborno, imparcialidade nas ações, 
utilização de informações confidenciais em próprio benefício ou em be-
nefício de outros, eutanásia, distanásia, ortotanásia, dentre outros.
No Brasil, especificamente com relação a Enfermagem, 80% 
das denúncias surgem a partir de questões de enfrentamento, desacor-
dos e desentendimentos e são tipificadas, principalmente, como impru-
dência ou negligência, como as condutas avaliadas como impróprias 
na realização procedimentos, desrespeito nas relações interpessoais, 
divulgação inapropriada ou inverídica nas mídias sociais, maus tratos a 
pacientes, exercício ilegal da profissão, assédio moral, abuso de poder 
e confronto de competências (COREN, 2018).
Na área da saúde, as modificações terapêuticas e de cuidado 
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ocorrem rapidamente e de uma forma significativa. Esta rapidez, faz 
com que os dilemas éticos sejam preocupação constante!
Tomar uma decisão nem sempre é fácil. E se existem ques-
tões que são simples de resolver, também existem outras que, tendo 
prós e contras importantes, se assumem como verdadeiros dilemas, 
onde o certo e o errado podem ser difíceis de determinar. Para tanto, os 
aspectos morais e éticos, devem ser pautados e analisados com base 
nas leis, normas e resoluções vigentes, garantindo a certeza de que irá 
tomar a melhor decisão e agir de forma ética, sem passar por cima dos 
seus valores morais, profissionais e pessoais.
Muitas vezes, os conflitos éticos passam desapercebidos. Nem 
sempre é possível enxergar os problemas e dúvidas diante de situações 
peculiares e, outras vezes, se fica indiferente aos mesmos. É necessá-
rio problematizar o cotidiano, perceber as dificuldades, contradições, e 
questionar. Reconhecer uma situação dilemática é o primeiro passo na 
constituição de sujeitos éticos (LUNARDI et al., 2004).
 EQUIDADE E IGUALDADE
Equidade e igualdade possuem sutis diferenças de entendi-
mento, no entanto, são princípios fundamentais para sociedades que 
se querem justas. Contemporaneamente, equidade e igualdade cons-
tituem valores essenciais para a construção de políticas públicas volta-
das para a promoção da justiça social e da solidariedade. 
Quando grupos e indivíduos têm seus destinos entregues ao 
livre jogo do mercado, a tendência é o crescimento das diferenças so-
ciais, do egoísmo possessivo das características da sociedade capita-
lista. Pergunta-se: como se pode renegar a equidade como princípio de 
políticas sociais se o seu contrário se chama iniquidade? Como relegar 
a igualdade à história se o seu antônimo é a contínua e persistente de-
sigualdade? (AZEVEDO, 2013).
Esse raciocínio pode ser compreendido exemplificando o prin-
cípio de igualdade baseado no trabalho, onde cada qual segundo sua 
capacidade, a cada qual segundo o trabalho realizado, permite o exer-
cício do princípio de tratar desigualmente os desiguais para se alcançar 
a igualdade. Com este entendimento, o direito não teria que ser igual, 
mas desigual. A título de ilustração de um “direito desigual”, podemos 
citar por exemplo, o princípio da progressividade no direito tributário. 
Segundo este princípio, a alíquota de taxação deve ser maior 
para quem ganha mais, ou seja, quem ganha mais, contribui mais para 
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o fundo público. Aplicando-se a progressividade tributária, o direito de-
sigual arrecada mais para a promoção equitativa do bem comum. Neste 
sentido, o Estado, por intermédio do direito tributário, grava os mais 
aquinhoados para promover maior igualdade entre os membros da so-
ciedade e para diminuir a diferença de renda entre as classes sociais. 
Assim, aqueles que têm mais e ganham mais pagam mais impostos e 
taxas para a redistribuição da renda social e a oferta de bens públicos. 
Aquele que ganha menos paga menos ou não paga e ainda recebe os 
benefícios da redistribuição. 
O mesmo raciocínio é válido para as políticas educacionais. Se 
todos são tratados igualmente pelo Estado (direito igual), a desigual-
dade permanece. Caso o “direito igual” prevaleça, os que, por contin-
gências sociais, culturais e econômicas, tiverem menos oportunidades 
de estudos e de aquisição de conhecimento, continuarão a receber de-
sigualmente conteúdos e capital cultural relacionados à ciência e ao 
saber. Em outras palavras, tratando a todos os educandos, por mais 
desiguais que eles sejam de fato, como iguais em direitos e deveres, 
o sistema escolar é levado a dar sua sanção às desigualdades iniciais 
diante da cultura (BOURDIEU, 1999, p. 53).
De uma forma bem simplista: Equidade não é sinônimo de igual-
dade. A equidade cobra mais de quem tem mais (a igualdade, cobra igual-
mente de todos) e dá mais a quem tem menos. Mas vale lembrar que, o ob-
jetivo da equidade é aproximar os sujeitos da igualdade social ou da justiça.
JUSTIÇA
São muitas as perspectivas de justiça. O conceito de Justiça, 
historicamente, tem a sua origem no termo latino iustitĭa e refere-se a 
uma das quatro virtudes cardinais (ou cardeais), e significa aquela cons-
tante e firme vontade de dar aos outros o que lhes é devido. A Justiça é 
aquilo que se deve fazer de acordo com o direito, a razão e a equidade. 
Historicamente e ainda com o sentido dado biblicamente (que podem 
ser encontrados em (Gênesis, capítulo 2, versículo15; Levíticos, capí-
tulo 26, versículos de 5-6; Isaías capítulo1, versículo 5; dentre outros), 
Justiça é um conceito que se refere a um estado ideal de interação 
social em que há um equilíbrio, que por si só, deve ser razoável e im-
parcial entre os interesses, riquezas e oportunidades entre as pessoas 
envolvidas em determinado grupo social. 
Este conceito está presente nos estudos de direito, filosofia, 
ética, moral e religião. Suas concepções e aplicações práticas variam 
de acordo com o contexto social e sua perspectiva interpretativa, o que 
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origina controvérsias entre pensadores e estudiosos. Na bíblia católica 
a Justiça percorre todas as páginas e é alvo de todos os escritos sa-
grados, pois Deus é um Deus de Justiça que leva a sua Justiça a cada 
ser humano em particular resgatando sua dignidade e o colocando em 
harmonia com toda a sua obra criadora.
Consiste na particularidade do que é justo e correto, é a virtu-
de que consiste em oferecer ou deixar a cada um o que por direito lhe 
pertence. A justiça deve buscar a igualdade entre todos cidadãos que 
convivam em um mesmo grupo, com respeito ver a todos da mesma 
forma perante as suas leis e oferecer a todos iguais garantias, mas 
enfim a Justiça é um conceito abstrato, que se refere a um estado ideal 
de interação social, em que há um equilíbrio razoável e imparcial entre 
os interesses, riquezas e oportunidades, entre as pessoas envolvidas 
dentro de um determinado grupo social.
Segundo um dicionário da Língua Portuguesa (MICHAELIS, 
2019), o termo ou palavra justiça, possui inúmeras determinações, no 
entanto uma apenas complementa a outra, mantendosempre seu signi-
ficado original: Qualidade ou caráter do que é justo e direito; Conformi-
dade dos fatos com o direito; faculdade de julgar segundo o que é justo 
e direito; Princípio moral e de valor que se invoca para dirimir a disputa 
entre as partes litigantes; Aplicação do direito e das leis; poder de fazer 
justiça, poder de decidir sobre os direitos de cada um; O exercício desse 
poder; O sistema pelo qual as pessoas são julgadas em cortes; Tribu-
nais, magistrados e todas as pessoas encarregadas no exercício da 
justiça; Cada uma das jurisdições que têm a seu cargo a administração 
da justiça; O reconhecimento do mérito e do valor de algo ou alguém.
IMPARCIALIDADE 
O termo imparcialidade pode ser entendido como um critério 
de justiça e equidade que se baseia em decisões tomadas com objetivi-
dade, ou seja, significa que a pessoa a quem compete julgar ou decidir 
uma questão deve manter a imparcialidade e não se deixar influenciar 
por prejuízos ou interesses que o levem a tentar beneficiar uma das 
partes. É um termo praticado na imprensa e na justiça, e se refere a não 
privilegiar ninguém e nenhuma parte.
Para exemplificar, podemos pensar em uma dada situação: 
Suponhamos que um balão parte a janela de uma casa. Uma mulher 
sai da casa e encontra dois meninos que ela acha suspeitos. Entretan-
to, outro menino chega e ela pergunta-lhe se viu quem partiu a janela. 
Como este menino é amigo de um dos acusados, não hesita em apontar 
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o dedo a outra criança, mesmo não fazendo ideia daquilo que aconte-
ceu na realidade. Essa decisão não é imparcial, uma vez que o suposto 
testemunho, por solidariedade ao seu amigo, quis salvá-lo do problema 
e não foi justo com o outro.
Imparcial é um adjetivo de dois gêneros que descreve uma 
pessoa ou entidade que não é parcial, significa alguém justo, reto, equi-
tativo, equânime, apartidário ou neutro. 
Se um juiz de futebol beneficia a equipe para o qual ele torce, 
ele está sendo parcial. O contrário da imparcialidade é a parcialidade.
 NEGLIGÊNCIA
Na negligência, alguém deixa de tomar uma atitude ou apre-
sentar conduta que era esperada para a situação. Age com descuido, 
indiferença ou desatenção, não tomando as devidas precauções. Pode 
ser resumido como: desleixo, descuido, desatenção, menosprezo, in-
dolência, omissão ou inobservância do dever, em realizar determinado 
procedimento, com as precauções necessárias. Exemplo: médico que, 
ao realizar uma cirurgia, esquece um bisturi dentro do paciente.
IMPRUDÊNCIA 
A imprudência, por sua vez, pressupõe uma ação precipitada 
e sem cautela. A pessoa não deixa de fazer algo, não é uma conduta 
omissiva como a negligência. Na imprudência, ela age, mas toma uma 
atitude diversa da esperada. Pode ser resumido como: falta de técnica 
necessária para realização de certa atividade, falta de cuidado, falta 
de precaução. Exemplo: motorista dirigindo em velocidade acima da 
permitida.
IMPERÍCIA
Para que seja configurada a imperícia é necessário constatar 
a inaptidão, ignorância, falta de qualificação técnica, teórica ou prática, 
ou ausência de conhecimentos elementares e básicos da profissão. Um 
médico sem habilitação em cirurgia plástica que realize uma operação 
e cause deformidade em alguém pode ser acusado de imperícia. Pode 
ser resumido como: falta de cautela, de cuidado, é mais que falta de 
atenção, é a imprevidência acerca do mal, que se deveria prever, po-
rém, não previu. Exemplo: engenheiro elétrico que assina um projeto 
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de construção de um grande edifício. Tal profissional não tem conheci-
mento técnico para o fazer; o profissional habilitado é o engenheiro civil.
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TREINOS INÉDITOS
QUESTÃO 01
Ano: 2011 Banca: FCC Órgão: TRT – Tribunal Regional do Trabalho 
da 24ª Região - Mato Grosso do Sul) Prova: Técnico Judiciário-En-
fermagem: Médio.
No exercício da enfermagem, situações podem acontecer por dis-
plicência, atitude precipitada e falta de conhecimento técnico do 
profissional ao executar um determinado procedimento. Previstas 
no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, tais falhas 
caracterizam-se, respectivamente, por:
a) imperícia, imperícia, negligência
b) negligência, imprudência, imperícia
c) imperícia, negligência, imprudência
d) imprudência, imperícia, negligência
e) negligência, negligência, imprudência.
QUESTÃO 2
Ano: 2015 Banca: IOBV Órgão: Prefeitura de Apiúna- SC. Prova - 
Auxiliar de Administrativo: Médio 
Quanto às regras de hierarquia no trabalho, é correto afirmar que:
a) Não há hierarquia no âmbito
b) Todo profissional deve respeitar apenas sua chefia direta;
c) O profissional pode se recusar a fazer o seu trabalho.
d) O profissional deve realizar as atividades para as quais foi contratado 
com perícia e prudência. 
QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: SEFAZ-RS Prova: Técnico Tribu-
tário da Receita Estadual – SEFAZ_RS: Médio
Os conceitos de ética e moral estão relacionados a noções de 
certo e errado, bem e mal. Embora, às vezes, os conceitos sejam 
usados de forma intercambiável, representam preceitos filosóficos 
diferentes, porque a ética: 
a) Consiste em princípios gerais definidos pelo grupo;
b) É governada por normas sociais e culturais; 
c) É regida por normas legais ou profissionais aplicadas aos indivíduos;
d) Tende a variar de uma sociedade para outra e depende de fatores 
como religião e cultura; 
e) É estruturada pelo grupo, não deixando margem de escolha individual.
QUESTÃO 4
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Ano: 2017 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: EBSERH Prova: Téc-
nico em Análises Clínicas (HUJB – UFCG): Fácil
A bioética é apoiada por quatro princípios e um deles assegura o 
bem-estar das pessoas, evitando danos, e garante que sejam aten-
didos seus interesses. Busca-se a maximização do benefício e a 
minimização dos agravos. Esse é o princípio da
a) autonomia.
b) não maleficência. 
c) beneficência. 
d) justiça. 
e) igualdade.
QUESTÃO 5
Ano: 2017 Banca: CS-UFG Órgão: UFG Prova: Enfermeiro UFG: 
Médio 
A sondagem nasoentérica é uma atividade privativa do enfermeiro. 
Mesmo sabendo do grau de risco envolvido na atividade, o técni-
co em enfermagem acredita que é possível realizar a técnica sem 
prejuízo para o paciente. Ao executá-la, o técnico em enfermagem 
pratica a ocorrência ética de:
a) imperícia.
b) iatrogenia.
c) imprudência.
d) negligência
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Alguns princípios e conceitos, são muito importantes para conhecer e 
diferenciar ética de moral. Diferencie ética de moral e descreva uma 
situação (uma pequena história) que exemplifique esta diferença.
TREINO INÉDITO
A Bioética discute alguns temas polêmicos, como dar más notí-
cias, alocação de recursos, ordens de não ressuscitação, suspen-
são ou não instalação de alimentação e/ou hidratação artificial, se-
dação paliativa (sedação controlada) e finitude da vida. Com base 
na bioética, assinale a alternativa INCORRETA:
a) O termo eutanásia é aplicado a prática de abreviar a vida para aliviar 
o sofrimento do paciente.
b) As questões de bioética dizem respeito a vida dos membros da so-
ciedade, por isso, devem abordadas e discutidas dentro da sociedade.
c) O termo distanásia consiste na prática de tratamentos que prolongam a 
vida sem a preocupação da qualidade da vida e da dignidade do paciente.
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d) Condições como reprodução assistida, aborto, engenharia genética, 
planejamento familiar, doação de órgãos, suicídio assistido e outros 
assuntos que interessam a pessoa, ou ao cidadão, devem ser regula-
mentados democraticamente. Não por colegiados de médicos ou juízes, 
mas por cada cidadão.
e) Na ortotanásia, o indivíduo em estágio terminal é direcionado pelos 
profissionais envolvidos em seu cuidado para uma morte sem sofrimen-
to, que dispensa a utilização de métodosdesproporcionais de prolon-
gamento da vida. É uma prática legalizada no Brasil, e só deve ser 
utilizada pelos profissionais da saúde após avaliação da equipe médica 
e confirmação de morte eminente.
NA MÍDIA
ENFERMEIRO QUE APLICOU SUPERDOSE PRESTA DEPOIMENTO 
EM CONSELHO
Em 2013, um enfermeiro aplicou uma superdose de adrenalina em uma 
criança de 1 ano e sete meses. A criança, foi a óbito dias depois de rece-
ber a substância. Em depoimento, o enfermeiro alegou ter “estranhado” 
a alta dosagem, mas cumpriu determinação da pediatra.
Este caso clássico de imperícia, noticiado nas principais redes nacio-
nais de comunicação, culminou com processo sobre o profissional de 
enfermagem e sobre a médica.
O Coren-DF teve um prazo de seis meses para entregar o relatório final 
sobre a investigação e foi em defesa do enfermeiro: “Ele se apresentou 
por livre e espontânea vontade e informou que questionou a médica 
duas vezes sobre a quantidade de adrenalina. Como a aplicação foi 
intramuscular, que tem absorção mais lenta, e não intravenosa, como 
é de costume, ele aplicou a medicação. Se fosse aplicada de forma in-
travenosa, ele não faria”, afirmou o presidente do Coren-DF na época, 
Wellington Antônio da Silva. No depoimento, o profissional afirmou que 
temeu que algo pudesse acontecer com a menina, caso não aplicasse 
a adrenalina.
De acordo com o promotor de Justiça Thiago Gomide Alves, a médica 
agiu “com imperícia, descumprindo as regras técnicas de sua profissão”, 
o que provocou a morte da criança. A decisão do promotor foi baseada 
em investigações realizadas pelo MPDFT e no laudo de necropsia rea-
lizado pelo Instituto de Medicina Legal (IML).
Este caso fatal de imperícia, leva a uma extensa reflexão ética. Para 
o presidente do Coren-DF, o momento é importante para se debater o 
papel dos profissionais que compõem as equipes que prestam atendi-
mento nas unidades de saúde.
Fonte: Globo .com/G1
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Data: 23 maio 2013 21h58
Leia a notícia na íntegra: http://g1.globo.com/distrito-federal/noti-
cia/2013/01/enfermeiro-que-aplicou-superdose-presta-depoimento-
-conselho.html 
NA PRÁTICA
São muitas as reflexões que emergem das condutas do ser humano. 
Essas condutas evidenciam seus valores éticos e morais.
Existem inúmeras formas para evidenciar tais valores, e os filmes, cer-
tamente expressam esses valores em determinadas culturas.
Apresentamos aqui, uma lista de sugestões de cinco filmes. Nem todos 
são filmes de sucesso, mas são enfáticos nos valores éticos e morais 
que norteiam suas estórias. A sugestão, é que sejam assistidos em pe-
quenos grupos e, discutidas as questões tratadas dentro dos conceitos 
éticos e morais e cada um.
Vamos lá?
1- The Purge (2013). Uma noite de crime. São 12 horas liberadas para 
que qualquer cidadão possa cometer qualquer tipo de crime.
2- Ex-Machina (2015). Instinto artificial. O filme conta como é a relação 
humana com a inteligência artificial e, como a inteligência artificial pode 
influenciar nossas ações.
3- Mary and Max (2019). Uma amizade diferente. Conta a estória de 
uma garotinha de oito anos, que sofre com seu peso e com a solidão e, 
de uma adulta que também sofre com a obesidade e com uma doença 
chamada síndrome de asperger, que influencia em suas relações sociais.
4- 21 Gramas (2013). Envolve três personagens, cada um com problemas 
diferentes, relacionados a vida e a morte (transplante de coração, consumo 
abusivo de drogas, ex-presidiário que encontra na religião, seu alento).
5- Detachment (2011). O substituto. Conta a história de um professor 
que decide ser professor substituto. Sua vida cruza com três pessoas: 
Uma aluna que sofre de depressão, uma professora e uma adolescente 
e garota de programa. Essas pessoas influenciam a vida e a saúde mental 
deste professor, levantando inúmeros questionamentos éticos e morais.
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Toda a humanidade tem poder e responsabilidade em relação 
à ética. A humanidade é o elemento de ligação para realizá-los. A res-
ponsabilidade ética, se pudesse ser medida, teria o tamanho e o peso 
dos direitos humanos reunidos de todo o mundo.
A moral disciplina o comportamento do homem ele e com o 
meio social em que vive. Envolve os costumes, deveres e modo de pro-
ceder dos homens com outros homens, segundo a justiça e a equidade. 
Os princípios éticos e morais são pilares na construção da identidade 
profissional e sua moral contribui para a formação da consciência profis-
sional que, quando aplicada as atividades profissionais, é indispensável 
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porque na ação humana “o fazer” e “o agir” estão interligados. 
O fazer diz respeito à competência, à eficiência que todo pro-
fissional deve possuir para exercer sua profissão com responsabilidade. 
O agir, refere-se à conduta, a um conjunto de atitudes que devem ser 
assumidas no desempenho das atividades profissionais.
A deontologia, é a ciência dos deveres profissionais. Estuda os 
direitos, juízos de valores e busca compreender a ética como condição 
essencial para o exercício profissional.
Apesar de basearem-se em regras que visam estabelecer de-
terminada previsibilidade para as ações humanas, a moral e o direito, 
se diferenciam. A moral estabelece regras que são assumidas pela pes-
soa, como forma de garantir o seu bem-viver Independe das fronteiras 
geográficas, e garante ações semelhantes entre pessoas que sequer se 
conhecem, mas utilizam um mesmo referencial comum.
O direito, por meio das leis, tem uma base territorial, que valem 
apenas para a área geográfica onde uma determinada população vive. 
Diferencia-se da ética e da moral por não estabelecer regras.
A ética estuda o que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo 
ou injusto, adequado ou inadequado, em busca de justificativas para as 
regras propostas pela Moral e pelo Direito.
A reflexão ética sobre o exercício profissional deve ser iniciada 
muito antes do início das práticas profissionais, em geral, no início da 
adolescência, quando se tem início o processo de escolha da profissão. 
Esta escolha, deve ser optativa, mas ao escolhê-la, devem ser observa-
dos o conjunto de deveres profissionais que serão obrigatórios durante 
o seu exercício. Quando se escolhe uma carreira e os deveres que irá 
assumir, tornando-se parte desta categoria. 
A formação profissional, o aprendizado das competências e ha-
bilidades, referentes à prática específica numa determinada área, inclui 
muita reflexão antes do início do exercício da mesma. Ao completar a 
formação em nível superior, o profissional faz um juramento, no qual se 
compromete a exercer a profissão comprometido com os deveres nela 
contido, caracterizando o aspecto moral da chamada Ética Profissional. 
A ética profissional é o conjunto de valores, normas e condutas 
que conduzem e conscientizam as atitudes e o comportamento de um 
profissional. O indivíduo que tem ética profissional cumpre com todas as 
atividades de sua profissão, seguindo os princípios determinados pela 
sociedade e pelo seu grupo de trabalho. Desta forma, a ética profissio-
nal é de interesse e importância da empresa ou instituição e também do 
profissional que busca o desenvolvimento de sua carreira. Cada profis-
são tem o seu próprio código de ética, que pode variar ligeiramente, de 
acordo com as diferentes áreas de atuação.
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É comum nos referirmos a este termo quando nos referimos 
por exemplo, ao comportamento de alguns profissionais como médi-
cos, jornalistas, advogados, empresários e políticos. Para estes casos, 
é bastante comum ouvir expressões como: ética médica, ética jornalís-
tica, ética empresarial e ética pública. 
Na prática profissional, fazer e agir estão interligados. A com-
petência e a eficiência o profissional deve possuir paraexercer bem a 
sua profissão, consiste no FAZER. Já as atitudes que deve assumir no 
desempenho de sua profissão, caracteriza-se no AGIR.
Tanto a saúde quanto a doença são experiências de reflexão 
e escolhas morais. A saúde como experiência humana reflexiva, tende 
a servir como base para as decisões acerca da alocação dos escassos 
recursos disponíveis para assistência à saúde ou para as situações ex-
tremas, como o início e término da vida, nascimentos artificiais, destino 
dos embriões, aborto, transplantes de órgãos, condições de sobrevi-
vência terminal, entre tantos outros. Ao invés de pensar em alternativas 
para melhorar e estender a assistência à saúde das pessoas e focalizar 
a relação entre cliente e profissional, nós somos conduzidos a justificar 
escolhas de políticas restritivas (BERLINGUER, 1996).
A prática reflexiva implica em problematizar situações cotidianas 
com as quais nos deparamos quando assistimos pessoas, seja promoven-
do, prevenindo ou, cuidando de pessoas. Significa tomar em consideração 
as dúvidas do nosso cotidiano, que forçam a refletir sobre qual a melhor 
forma de aplicar uma injeção, contar a uma pessoa que a cirurgia não teve 
êxito, banhar alguém mesmo sem ter o material necessário, a melhor ma-
neira de desenvolver ações educativas em saúde, e assim por diante. Ne-
nhum modelo esgota a problemática da ética da saúde (BUB, 2005).
Apesar da abordagem dos problemas de saúde implicarem em 
intervenções em fatores sociais e políticos, comportamento humano e ins-
titucional, tradições e tecnologias, é no cotidiano da prática em saúde que 
exercemos nossa moralidade e nos deparamos com a finalidade e o sen-
tido da vida humana, obrigações e deveres, e nos posicionamos acerca 
do bem e do mal. É na prática que, cotidianamente, nos é imposto decidir 
como devemos viver nossa vida, em relação a nós e em relação aos outros 
e, como devemos ser enquanto profissionais de saúde (BUB, 2005).
A deontologia (do grego deontos = dever e logos = tratado), 
consiste no estudo, na ciência dos deveres envolvidos em cada profis-
são. Estuda os direitos e a emissão de juízos de valores, essencial para 
o exercício de qualquer profissão.
Para todas as áreas da saúde, existe um Código de Ética (uma 
deontologia específica): Exemplos: Código de Ética Médica, Código de Éti-
ca da Fisioterapia, Código de Ética da Enfermagem, dentre tantos outros.
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Estes códigos de ética, baseados na ética pura, orientam e dire-
cionam os profissionais para as especificidades de cada profissão. Um có-
digo de ética tem início por meio da definição dos seus princípios, os quais 
fundamentam e se articulam em torno de dois eixos de normas: direitos 
e deveres. Quando define os direitos de cada categoria profissional, um 
código de ética delimitar o perfil do seu grupo, abrindo-o à universalidade. 
Ao cumprir os deveres definidos no código de ética de sua profissão, cada 
membro daquele grupo social cumpre seu ideal de ser humano. 
A formulação de um código de ética é, por si só, um exercício 
de ética. Se não houver este exercício em sua produção, será somente 
um código moral defensivo de uma corporação. Para tanto, é neces-
sário que estejam envolvidos todos os membros do grupo social que 
ele abrangerá e representará. Este processo exige que sua elaboração 
ocorra verticalmente, de baixo para cima, do todo para o uno, construin-
do os consensos de forma progressiva para que o resultado final seja 
aceito e represente as disposições morais e éticas do grupo.
Elaborar um código de ética, exige um processo que seja edu-
cativo para o grupo, resultando em um produto que cumpra uma a fun-
ção educativa e de cidadania para o grupo profissional e para os demais 
grupos sociais. 
É importante destacar que um código de ética não tem força ju-
rídica de lei universal, mas força simbólica. Códigos de ética podem pre-
ver sanções para os descumprimentos de seus dispositivos, no entanto, 
estes sansões dependem da existência de uma legislação, que lhe é 
juridicamente superior, e por ela limitado. Devido a esta característica, 
um código de ética pode ser frágil na regulação dos comportamentos de 
determinada categoria ou grupo profissional
Um código de ética só será realmente regulamentador quando 
fizer parte do íntimo das pessoas, ou seja, precisa realmente as carac-
terísticas éticas e morais do grupo. Para tanto, deve-se lembrar que 
quanto mais democrático for o processo de elaboração, mais força e 
legitimidade será a este agregado, e consequentemente, maiores as 
chances de adesão dos seus membros e sua eficácia.
Os códigos de ética de cada profissão são elaborados com o 
objetivo de proteger os profissionais, a categoria como um todo e as 
pessoas que dependem daquele profissional, mas há muitos aspectos 
não previstos especificamente e que fazem parte do comprometimento 
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do profissional em ser eticamente correto, aquele que, independente de 
receber elogios, faz A COISA CERTA.
Estar bem informado é imprescindível! Acompanhe as mudan-
ças nos conhecimentos técnicos da sua profissão, assim como, as mu-
danças em seus aspectos legais e normativos. Busque conhecimento! 
Pesquise! Leia! Muitos dos processos ético-disciplinares nos conselhos 
profissionais acontecem por desconhecimento, por negligência do pro-
fissional que o responde. 
SIGILO PROFISSIONAL
Os diferentes profissionais da área da saúde possuem diver-
sas obrigações de natureza ética. A ética profissional é instituída pelos 
órgãos que dirigem e fiscalizam cada profissão. Há uma questão ética 
na atenção à saúde bastante presente na prática dos profissionais: a 
confidencialidade, ou seja, aquilo que é secreto ou segredo.
Na prática da assistência à saúde, muitas vezes é necessário 
que pacientes e seus familiares revelarem informações pessoais duran-
te algum atendimento. Assim, fazem parte do sigilo profissional todos os 
dados revelados, bem como aqueles adquiridos por meio de outros pro-
fissionais, de exames e de prontuários físicos ou eletrônicos. O segredo 
profissional baseia-se na ciência de fatos que chegam ao conhecimento 
da pessoa em razão da profissão que exerce e cuja revelação possa 
ocasionar danos àquele a quem o segredo pertence.
Historicamente tem-se considerado que os profissionais de 
saúde têm a obrigação ética de sigilo profissional de todas as informa-
ções no exercício da sua profissão, sendo que as bases morais que 
sustentam esse dever se apoiam em três argumentos: o respeito pela 
autonomia da pessoa, a existência de uma relação terapêutica e a con-
fiança social nos profissionais de saúde.
O atual Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem no 
Brasil (RESOLUÇÃO 564/2017), Resolução Cofen (Conselho Federal 
de Enfermagem), possui cinco artigos que tratam do sigilo profissional. 
No CAPÍTULO I- DOS DIREITOS, Art. 12: Abster-se de revelar 
informações confidenciais de que tenha conhecimento em razão de seu 
exercício profissional (BRASIL, 2017). 
No CAPÍTULO II – DOS DEVERES, seu Art. 52 traz: 
Manter sigilo sobre fato de que tenha conhecimento em razão da atividade 
profissional, exceto nos casos previstos na legislação ou por determinação 
judicial, ou com o consentimento escrito da pessoa envolvida ou de seu re-
presentante ou responsável legal. No parágrafo 2º: O fato sigiloso deverá ser 
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revelado em situações de ameaça à vida e à dignidade, na defesa própria ou 
em atividade multiprofissional, quando necessário à prestação da assistên-
cia. No parágrafo 3º: O profissional de Enfermagem intimado como testemu-
nha deverá comparecer perante a autoridade e, se for o caso, declarar suas 
razões éticas para manutenção do sigilo profissional (BRASIL, 2017).
Outras disposições previstas na legislação brasileira, a exem-
plo: o Código Penal Brasileiro, define no art. 154 o crime de violação do 
segredo profissional quandorevelar a alguém, sem justa causa, segre-
do de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profis-
são e cuja revelação possa produzir dano a outrem. A pena, nesse caso, 
é de detenção de três meses a um ano ou multa; o Código Civil Brasi-
leiro, por sua vez, informa, no art. 229, que ninguém pode ser obrigado 
a depor sobre fato cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar 
segredo; o Código de Processo Penal, igualmente, dispõe, em seu art. 
207, que são proibidas de depor as pessoas que, em razão da função, 
ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, deso-
brigadas pela parte interessada, quiserem dar seu testemunho. 
No entanto, a regra geral de não revelar segredo possui exceções, 
como vista no Art. 52, parágrafo 2 da Resolução 564/2017, parágrafo 2: 
“O fato sigiloso deverá ser revelado em situações de ameaça à vida e à digni-
dade, na defesa própria ou em atividade multiprofissional, quando necessário 
à prestação da assistência”. A primeira delas diz respeito aos casos previstos 
em lei, como é exemplo quando ocorre um crime (BRASIL, 2017). 
Outra exceção contida na lei, e que permite a revelação, é o 
art. 269 do Código Penal, que dispõe como omissão de notificação de 
doença, deixar de denunciar à autoridade pública doença cuja notifica-
ção é compulsória.
Mais uma exceção está compreendida na lei 8069/90, Estatuto 
da Criança e do Adolescente, que exige a revelação de casos de sus-
peita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente ao 
Conselho Tutelar, o mesmo ocorre em casos de abuso de cônjuge ou 
de familiar contra o idoso.
Como visto, o Código de Ética dos Profissionais de Enferma-
gem, admite a revelação de segredo por ordem judicial. No entanto, 
essa permissão vai de encontro aos ARTs. 229 do Código Civil e 207 do 
Código de Processo Penal, que devem ser cumpridos. Portanto, a regra 
é não revelar segredo profissional nem por ordem judicial.
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Acesse os sites: (http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-
-no-5642017_59145.html/print/ ) e tenha acesso a íntegra da RESO-
LUÇÃO COFEN Nº 564/2017 - Cofen – Conselho Federal de Enferma-
gem e (https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/9251/1/Revista%20
Percursos%20n23_Sigilo%20Profissional.pdf), com acesso ao trabalho, 
Sigilo Profissional (PEREIRA et al, 2012).
 ÉTICA PROFISSIONAL E RELAÇÕES SOCIAIS
O varredor de rua que se preocupa em limpar o canal de escoa-
mento de água da chuva; o auxiliar de almoxarifado que verifica se não há 
umidade no local destinado para colocar caixas de alimentos; o médico 
cirurgião que confere as suturas nos tecidos internos antes de completar 
a cirurgia; a atendente do asilo que se preocupa com a limpeza de uma 
senhora idosa após ir ao banheiro; o contador que impede uma fraude ou 
desfalque, ou que não maquia o balanço de uma empresa; o engenheiro 
que utiliza o material mais indicado para a construção de uma ponte, todos 
estão agindo de forma eticamente correta em suas profissões, ao fazerem 
o que não é visto, ou aquilo que, alguém vendo, não saberá quem fez.
A principal função das leis profissionais, é proteger os profissio-
nais a ela inseridos e as pessoas, os grupos sociais que estão expostos 
as consequências do exercício daquela profissão. No entanto, existem 
muitos aspectos não previstos, mas que fazem parte do compromisso 
do profissional com a ética, como aquele que profissional que, indepen-
dente de receber um aumento salarial, um elogio um uma promoção, 
sempre faz o que é correto (OLIVEIRA, 2012).
Outra situação interessante de ser observada, é o trabalho vo-
luntário, sem remuneração. O voluntário é aquele que se dispõe, por op-
ção, a exercer a prática profissional sem remuneração, por um período 
determinado ou livremente. Esta prática pode ser exercida por diversos 
fins, como os assistenciais ou por beneficência.
Assim como o profissional remunerado, o voluntário deve estar 
sempre bem informado, acompanhando também, mudanças nos conhe-
cimentos técnicos desta área de atuação e seus aspectos normativos. 
Deve buscar conhecimento constante. 
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ÉTICA PROFISSIONAL é a adesão voluntária a um conjunto 
de regras estabelecidas como sendo as mais adequadas para o exercí-
cio da sua profissão.
O profissional deve corroborar e exercer seu trabalho, respeitando 
cada uma das normas estabelecidas pelo código de ética da sua profissão.
As obrigações éticas da convivência humana devem pautar-se 
não apenas por aquilo que já temos, realizamos, somos, mas também 
por tudo aquilo que poderemos vir a ter, a realizar, a ser. As nossas pos-
sibilidades de ser são parte de nossos direitos e de nossos deveres. É 
parte da ética da convivência. 
A atitude ética é uma atitude de amor pela humanidade. A moral 
tradicional do liberalismo econômico e político acostumaram-nos a pen-
sar que o campo da ética é o campo exclusivo das vontades e do livre 
arbítrio de cada indivíduo. Nessa tradição, também, a organização do 
sistema econômico político-jurídico seria uma coisa “neutra”, “natural”, e 
não uma construção consciente e deliberada dos homens na sociedade.
O pensamento pós-moderno rejeita o conceito defendido pela 
modernidade de que existem verdades absolutas e fixas. Toda verdade 
é relativa e depende do contexto social e cultural em que as pessoas 
vivem. Cada um percebe a verdade de sua própria forma. Não há “ver-
dade”, mas sim “verdades” que não se contradizem, mas se comple-
mentam. Isso inclui verdades religiosas.
Ao considerar a ética profissional, existem ainda quatro eixos 
de conteúdo: respeito mútuo, justiça, diálogo e solidariedade. Quando 
nos referimos ao espectro ético em uma determinada prática social/pro-
fissional, de maneira que possamos reconhecer a existência de expec-
tativas e de avaliações, cabe-nos sempre uma profunda indagação: o 
que se tem feito e dito a respeito de nós, profissionais da área saúde?
Qual a nossa imagem de ética vivenciada? Essa imagem de 
um educador se considerada como ética revela a essência de minha 
função profissional e obscurece uma prática contrária aos princípios 
que acredito existirem?
A transgressão da ética surge pela inconformidade e pela falta 
do conhecimento e não necessariamente pela má-fé, se não estiverem 
atreladas ao não moral. No entanto, não podemos esquecer que no 
campo da ética, não devemos estabelecer configurações apriorísticas.
As regras dificilmente serão as mesmas, porém, mesmo quan-
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do o conhecimento e as competências são diferentes, a funcionalidade 
processual formal deve ser explicitada. Caso haja rompimentos de re-
gras, é preciso rever o contrato e refletir a prática no campo da dialética, 
nascendo à semente ética do sucesso de qualquer profissão.
O espírito humano é superador e busca, na essência, ações 
éticas para contrapor-se como remédio saneador dos males gerados, 
pois como já nos dizia a 2.500 a.C., Buda: “O bem se paga com o bem 
e o mal com a justiça”.
É preciso que todo profissional conheça seus direitos de ima-
gem, no alcance dos direitos penais, uma vez que a presença de um 
patrimônio moral profissional, associado a um patrimônio social de clas-
se, deve ter seus símbolos representativos preservados e respeitados. 
Mais que o indivíduo, existe a imaterialidade de seu conceito, sendo 
ético respeitar o nome profissional.
Quando decidimos falar sobre ética, estamos nos referindo à 
necessidade imperiosa de contextualizar no tempo e no espaço históri-
co todos os elementos filosóficos de maneira a podermos perceber, sob 
fragmentos, as condições dos problemas humanos.
Já existem autores que discordam da nomenclatura da ética, já 
que nenhuma profissão necessita de códigos de ética, mas de deveres 
e de direitos, ou seja, de um estatuto, com força de lei, com sanções 
para as profissões já devidamente reconhecidas. Qualquer forma de 
outorgar umcódigo de ética, criando diferenças de classes, merece pro-
fundas reflexões.
O artigo Ética e prática profissional em saúde, de Maria Bettina 
Camargo Bub, dimensiona a reflexão da ética profissional. Acesse o link: 
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010407072005000100009&scrip-
t=sci_abstract&tlng=pt
 REGRAS DEONTOLÓGICAS
Segundo Oliveira (2012), na formação profissional existem 
dois princípios fundamentais: o da eficácia e o da eficiência. O primeiro 
exige que a formação seja feita tendo em vista um objetivo mensurável. 
O segundo que este seja atingido ao menor custo. Podemos ter um, 
uma formação eficaz, mas pouco eficiente, e vice-versa.
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Segundo Edgar Morin: “A ética se manifesta em nós de ma-
neira imperativa, como exigência moral”. Esse imperativo origina-se de 
três fontes interligadas entre si: uma fonte interior ao indivíduo que se 
manifesta como um dever; outra externa, constituída pela cultura, e que 
tem a ver com a regulação das regras coletivas; e, por fim, uma fonte 
anterior, originária da organização viva e transmitida geneticamente.
Edgar Morin diz que no mundo da globalização onde as relações 
desiguais sedimentam a natureza humana a existência de uma “ética da 
solidariedade” que rejeite todas as misérias, as desigualdades, a intole-
rância, as barbáries e fundamentalismo de toda ordem, daí a necessidade 
de um princípio holístico que seja baseado numa totalidade simplificante.
Nossa preocupação encontra os filósofos modernos, defenso-
res da filosofia analítica que afirmam que toda e qualquer manifestação 
moral é fundamentalmente forma de expressão emocional, sem nenhu-
ma base racional. Sob essa reflexão, o mundo está cheio de pseudo-
filosofias que separam o “deve” do “ser”, distanciando qualquer funda-
mentação filosófica.
Sob esta ótica, como é possível que seres humanos consigam 
concordar até de cultura para cultura quanto à variedade de princípios 
morais e legais? E, mais importante, como é possível que sistemas le-
gais e morais evoluam, ao longo dos séculos, na ausência do próprio 
fundamento racional ou teológico que os filósofos modernos tão eficien-
temente estão destruindo.
É preciso refletir sobre a deontologia da ética profissional como 
uma ciência que estabelece normas diretoras das atividades profissio-
nais sob o signo de retidão moral ou honestidade estabelecendo o bem 
a fazer e o mal a evitar no exercício da profissão.
Partindo do pressuposto de que toda atividade profissional é 
sujeita à norma moral, a deontologia profissional elabora sistematica-
mente os ideais e as normas que devem orientar a atividade profissio-
nal, devendo ter o seguinte esquema básico de conduta profissional:
a) Na área da profissão, a deontologia inter profissional terá 
como norma fundamental – zelar, com sua competência profissional e 
honestidade, pelo bom nome ou reputação da profissão exercida. Subli-
nhamos competência e honestidade, pois a reputação da profissão não 
deve ser procurada por si mesma ou a qualquer preço, mas deve ser a 
consequência natural dos valores e princípios éticos dos membros de 
uma organização, no exercício das ações à luz do Direito Constitucio-
nal, comprometidos com o bem comum social segundo as atividades 
laborais que a profissão proporciona.
b) Na área da ordem profissional, ou seja, na relação com seus 
pares e colegas de profissão, a norma fundamental será – culto de leal-
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dade e solidariedade profissionais evitando críticas levianas, competi-
ção e concorrência desleal, sem descambar, naturalmente para o aco-
bertamento de qualquer ação dos colegas, sem nunca ferir a verdade, 
a justiça ou a moral, fugindo de toda “máfia, de pactos de silêncio e de 
sociedades secretas”, pois não são necessárias.
c) Na área da clientela profissional, composta por usuários dos 
serviços profissionais (verdadeiro coração da deontologia profissional), 
deverá haver três normas fundamentais – execução íntegra do serviço 
conforme o combinado com o usuário. Sempre que o pedido seja mo-
ralmente lícito no plano objetivo, não vá contra o bem comum, contra 
terceiros ou contra o próprio solicitante.
Se, do ponto de vista técnico, o pedido é menos seguro, bom 
ou tem consequências não previstas pelo solicitante, deve o profissional 
esclarecer o cliente, mostrando-lhe as inconveniências existentes e os 
procedimentos para melhor execução. Após, pode deixar o cliente deci-
dir e assumir toda a responsabilidade pelas consequências, exceto se 
houver prejuízos ao bem comum ou a terceiros. 
A remuneração justa – nunca por motivo algum, deve ser ex-
cessiva. Nada impede que se prestem serviços a menor preço ou mes-
mo gratuitamente, em casos de necessidade financeira do usuário. 
CÓDIGOS DE ÉTICA
São símbolos ou signos de atitudes que preservam valores 
pessoais, coletivos e institucionais. Partindo-se do pressuposto maior 
de que profissão é o exercício habitual de uma tarefa a serviço de ou-
tras pessoas, segundo o caráter de especificidade nas distintas tarefas 
estabelecidas nos níveis de competências profissionais.
Como a prática busca relações e ambiências, é preciso conduta 
condizente com princípios éticos específicos. Faz-se necessário formar 
grupamentos de profissionais em atividades hegemônicas específicas. É 
preciso que haja um código de linguagem ética, que reflita os mesmos va-
lores para cada realidade processante, seja perante o conhecimento seja 
no convívio com colegas, classe, sociedade, pátria e como fim universal, 
perante a própria humanidade como conceito de mundo.
Não há formação de conceitos profissionais com plena evidên-
cia a terceiros, das capacidades e virtudes de um ser humano no exer-
cício habitual de suas tarefas, no nível da qualidade superior, se ele não 
percorrer o caminho das práticas de conduta também qualificadas e 
mensuradas em valores éticos.
Considerar a ética nas dimensões relativas significa caracteri-
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zar uma permanente reflexão e revisão, de maneira que cada vez mais 
possamos caminhar para um processo de generalizações, na medida 
em que caem fronteiras e são suprimidos as tradições e os costumes 
culturais. Sabemos que ser ético é ser natural, estando as profissões 
a serviço do social, das células que as compõem, e do conjunto social 
indiscriminadamente. Ora, esse ideal de cooperação orgânica e social 
precisa de uma atmosfera moral competente. No entanto, nem sempre 
é observável em nossa época, pois o Estado como organização promo-
vida pela sociedade oferece-nos exemplos contrários e contraditórios 
pelo exercício ineficaz do que são normas legais ao bem comum.
Assim, o código de ética é um documento que busca expor os 
princípios e a missão de uma determinada profissão ou empresa. Seu 
conteúdo deve ser pensado para atender às necessidades que aquela 
categoria serve e representa.
Eles são feitos para enfatizar os valores que devem ser praticados 
pelos profissionais e instituições. Pode-se falar também em código deon-
tológico. A deontologia é a ciência que estuda os deveres e obrigações a 
partir da ótica moral e ética. Em geral é baseado na legislação vigente do 
país, na Declaração dos Direitos Humanos, nas Leis Trabalhistas e outras. 
Dessa forma, cada profissional tem um conjunto de regras estabelecidas 
por suas confederações profissionais, que detalham as responsabilidades, 
direitos e formas de punição caso haja irregularidades.
O conselho de ética é o responsável por definir o conteúdo dos 
códigos de ética. Formado por profissionais conceituados, geralmente 
escolhidos pela classe profissional a qual representam, seus cargos são 
honoríficos e tem a responsabilidade ética legal sobre os assuntos dessa 
categoria. Esses conselhos são como tribunais, possuem funções legais 
sobre registros e julgamentos baseados nas regulamentações dos códigos.
Os principais Objetivos de um Código de Ética

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