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PROCESSOS DE TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL

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1. O profissional do Serviço Social enquanto trabalhador assalariado
Partindo do princípio de que o sistema capitalista é detentor do controle total da vida
profissional da classe trabalhadora, este se torna também responsável por atender
as demandas sociais presentes do coletivo. Compreender o meio pelo qual ocorre o
processo dialético entre Estado e sociedade recai na busca de uma amenização ou
solução para as expressões da questão social.
A profissão do assistente social surge então como primeiro passo para uma
construção de uma resposta à pressão ao Estado pelos dos trabalhadores, num viés
inicialmente conservador e conforme a modernização da humanidade e
complexificação do seu objeto de trabalho, esse processo de diálogo torna-se uma
profissão regulamentada enquanto trabalho assalariado. Traduzir o ofício do
assistente social dessa forma - enquanto trabalhador assalariado - é reconhecer o
profissional enquanto sujeito que detém e vende uma força de trabalho - aqui
entendida enquanto trabalho, matéria prima e instrumento - especializada no campo
público ou privado, pautado numa produção intelectual necessária. Além disso, a
atuação no campo material dessa profissão implica também em reconhecer a
construção da forte base sindicalista produzida pela classe operária através de
congressos, reuniões, debates e cobranças de salubridade tanto no meio do ofício
quanto no campo cotidiano.
Diante da multiplicidade das demandas atreladas a uma cobrança necessária para
perpetuação do sistema de produção, verifica-se a necessidade de um exercício
mais aperfeiçoado, dotado de estudo e aplicabilidade que permita a execução de
políticas públicas amparadas pela divisão sócio técnica do Serviço Social. Daí,
emerge a necessidade de profissionais capacitados de uma instrumentalidade
profissional, permitindo não só a atuação do Serviço Social como também a
produção de relações sociais através do amadurecimento da profissão. Assim, ao
reconhecer o assistente social como trabalhador assalariado também parte da
verificação, segundo Iamamoto, da criticidade, intelectualidade e, acima de tudo, da
capacidade de enfrentamento das múltiplas expressões da questão social.
2. Trabalho e processos de trabalho do assistente social
O serviço social trata-se de uma profissão que lida com diferentes análises e
construções mutáveis mediante espaço de atuação, expressão da questão social e
principalmente com o público designado pelo poder público ou privado, em resumo,
se insere e produz relações sociais.
Sendo assim, o trabalho do assistente social vai de encontro ao dinamismo natural
onde o contexto social, psicológico e educacional do favorecido é levado em conta
visto que de acordo com com a demanda apresentada as soluções também se
alternam.
Sendo assim, o serviço social para além de um trabalho trás em sua conjuntura e
responsabilidade processos de trabalho onde, segundo Iamamoto (2005, p. 28) “é
preciso evitar uma superestimação artificial da profissão, pois este é um profissional
chamado desempenhar suas atribuições em um processo coletivo de trabalho”
Assim, trata-se de um trabalho fragmentado baseado em dois segmentos
indispensáveis; o primeiro deles trata-se da política social e contexto presente na
sociedade capitalista atrelada a pressões externas e, o segundo, a unidade de
serviço aqui verificando uma racionalidade exigida do profissional.
3. A inserção do(a) Assistente Social nos espaços sócio-ocupacionais
Os processos sócio históricos presentes no contexto global, assim como renda,
emprego, demanda e relações sociais são determinados pelo sistema capitalista,
gerando nesse sentido um dinamismo na imagem da sociedade. Assim, os espaços
sócio-ocupacionais são impactados pelo modo de produção e ainda produzem
ambientes de trabalho cada vez mais particulares constituídos de demandas sociais
novas que provocam o requisito de um novo estudo, habilidades e competências
profissionais.
Apesar de se tratar de uma profissão de base teórica marxiana, o serviço social não
está impune a decisão e o campo de atuação do empresariado pois, mesmo nestes
espaços ainda sim é necessário ser debatida a existência da classe trabalhadora
diante das contradições presentes no seio do sistema capitalista. Trata-se de um
ofício que permeia tanto o campo público - através do Estado, seja em prefeituras,
universidades, produção científica - ou no campo privado em instituições
empresariais que respondem a uma demanda verificada.
Ocupar os espaços coletivos sob a ótica do serviço social, seja ele estatal ou não, é
necessário um conhecimento acerca da realidade populacional pois o objeto de
estudo em todos os campos encontra-se explicitado e direcionado ao público da
classe trabalhadora: as expressões da questão social.
4. Processo de trabalho e do modo de produção capitalista
De acordo com Marx, a atividade do trabalho está diretamente relacionada à
produção das relações sociais e a transformação do homem com a natureza e virse
versa. Ao trabalhar, segundo Marx, o homem estaria conhecendo o mundo e a si
mesmo, resultando na perpetuação física e intelectual na natureza e na sociedade.
O processo de trabalho na sociedade capitalista carrega consigo a responsabilidade
de reprodução do contexto de uma sociedade visto que este é amparado por
determinantes econômicas, políticas e sociais compreendidas através de um perfil
de desigualdade resultante das expressões da questão social. Assim, a contradição
existente entre capital e trabalho é mediada pela contradição cumulativa mediante a
pauperização da classe trabalhadora e o acúmulo de capital de uma pequena
parcela da sociedade.
O capitalismo amparou e continua perpetuando a industrialização desorganizada,
não só no âmbito empresarial mas também na atuação do trabalhador enquanto ser
social impulsionando inevitavelmente a cobrança contraditória perante ao Estado
burguês, o que segundo Marx, se o mesmo agisse em prol da erradicação da
questão social estaria findando a si e ao próprio modo de produção ferindo o
conceito de classe, a divisão social do trabalho, a privatização e acima de tudo o giro
de capital.
REFERÊNCIAS
SANTOS, M. E.; LOPES, M. L. O Assistente Social enquanto trabalhador
assalariado: desafios presentes no cotidiano. RELACULT Revista
Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade - V. 04, nº 02, mai-ago., 2018,
artigo nº 939
IAMAMOTO, M.. Os espaços sócio ocupacionais do Assistente Social. Serviço
Social: Direitos e Competências Profissionais.
NETTO, J. P. O processo de produção/reprodução social: Trabalho e Sociabilidade.
Capacitação em Serviço Social e Política Social. Capitalismo Monopolista e
Serviço Social. 8ª Ed. São Paulo, Cortez, 2011.

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