Grátis
15 pág.

ANEMIAS - DIAGNOSTICO DIFERENCIAL DAS ANEMIAS
FMC
Denunciar
Pré-visualização | Página 1 de 3
Nicolas Martins 2025.1 - CM2 Prof. João Tadeu ANEMIAS - DIAGNOSTICO DIFERENCIAL DAS ANEMIAS A importância da anemia é a sua prevalência no mundo, a anemia é muito prevalente no sexo feminio e na idade pré-escolar. É importante entender que a anemia para o médico é diferente da anemia para a população leiga. É muito comum que ao ouvir o termo anemia uma pessoa leiga pensar que a solução é comer mais couve, espinafre, brócolis, beterraba e tomar vitamina C, ou seja, associam a anemia a um problema alimentar quando na realidade anemia possui uma certa variabilidade em sua definição Antes de iniciar qualquer terapêutica ou orientação de tratamento, devemos chegar a um diagnóstico e é esse raciocínio diagnóstico que é extremamente importante na nossa prática diária DEFINIÇÃO Do mesmo modo que o leigo define anemia de um modo diferente, dentro da prática médica a anemia pode ser definida de diferentes maneira, como por exemplo: ● Anemia - Sinal clínico ( Manifestações clínicas de palidez palmar, cutâneo mucosa ) - Parâmetro laboratorial ( Paciente com hemoglobina e hematócrito abaixo do normal não tendo necessariamente manifestação clínica ) ● Síndrome anêmica: Conjunto de manifestações clínicas como palidez cutâneo-mucosa, dispneia aos esforços, taquicardia, taquidispneia, sonolência, ou seja, sintomas associados à má oxigenação tecidual. Cada tipo de anemia pode possuir um sintoma específico associado a síndrome anêmica Independente de uma apresentação laboratorial é uma síndrome anêmica, o mais importante é definir o diagnóstico etiológico dessa anemia ANAMNESE ● Início dos sintomas = Agudo X Crônico ● Episódios anteriores? Qual foi a duração, recorrente ou se passou por tratamento ● História familiar, raça e etnia = Existem anemias que possuem uma prevalência étnica aumentada é importante avaliar Icterícia, esplenomegalia, cálculos biliares. ● Histórico de nascimento = Prematuridade, intercorrências do parto, DHRN ● Alimentação = Aleitamento materno, Vegano, Vegetariano, perversão do apetite ● Hemólise? = Icterícia: cor da esclera e urina ● Perda sanguínea? Cor das fezes? Sangue vivo? Verminoses? Perda menstrual? ● Outras doenças? Anemia de doença crônica, por exemplo, a anemia do paciente lúpico ou a anemia associada a neoplasias Os exames laboratoriais devemos considerar: A definição pela OMS é definida pelo níveis séricos de hemoglobina, sendo o valor de hematócrito e outros parâmetros de glóbulos vermelhos considerados um valor secundário. Os valores normais da Hb são: ● Mulheres: 12 g/Dl ● Homens: 13 g/Dl É importante saber que cada laboratório pode definir seu valor de referência mas devemos seguir o valor definido pela OMS e pelas guidelines O valor pode ser variável em certas situações. Mulheres em gestação possuem anemia dilucional devido ao aumento da retenção de líquido e diluição das hemácias ( anemia dilucional ) e por isso é definido que para mulheres grávidas o VR: 11 g/Dl. Crianças também apresentam valores de referência distintos. REGULAÇÃO DA ERITROPOIESE ( FISIOLOGIA) As anemias apresentam inúmeras etiologias e para ajudar na construção do raciocínio clínico é importante entender o mecanismo da eritropoiese A deficiência da produção de glóbulos vermelhos, a anemia, é dependente de diversos fatores. Os glóbulos vermelhos produzidos na medula óssea dependem de substrato como ferro, B12 e ácido fólico mas além dessas substâncias precisamos de um metabolismo normal e um estímulo para a produção que é feito pela eritropoetina, produzida pelos rins, de acordo com a “percepção” desse órgão em relação aos níveis de O2 sanguíneo. Então o ciclo é regulado basicamente por um ciclo biológico onde o rim interpreta os baixos níveis de O2 como uma hipoxemia local produzindo mais eritropoetina para que a medula seja estimulada e produza mais células vermelhas a partir dos substratos, B12 Cobre, ferro e ácido fólico. Portanto doenças dos rins, da medula óssea, baixos níveis de substratos e outras causas podem interferir nesse ciclo gerando um quadro de anemia. Outra coisa importante é entender que uma hemácia possui um tempo de vida de 120 dias sendo eliminadas pelo baço ao fim do seu ciclo de vida, ou seja, na circulação possuímos um conjunto de glóbulos vermelhos mais jovens ou mais velhos. Portanto deve existir um equilíbrio entre a eritropoiese e a destruição ou perda das hemoglobinas, nosso raciocínio deve ser que quando um paciente está com anemia ou está tendo problema na produção/eritropoiese ou está ocorrendo uma grande perda ou destruição das hemácias ambos levando a anemia. ● Problemas na eritropoese = Anemias carenciais, deficiência da medula, falta de eritropoetina como é o caso de pacientes com insuficiência renal ● Problemas de perda ou destruição = Sangramentos ou hemólise AVALIAÇÃO LABORATORIAL ● Diagnóstico - O DIAGNÓSTICO É SEMPRE POR DEFINIÇÃO LABORATORIAL - Hemograma = < 12 g/Dl ( Mulher ) < 13 g/Dl ( Homem ) ● Investigação inicial - Hemograma vai apresentar padrões característicos de cada anemia - Avaliação morfológica do sangue periférico onde observamos a morfologia das hemácias para tentar definir a etiologia - Contagem de reticulócitos que são hemácias recém-lançada na medula óssea para o sangue periférico, ou seja, quantifica o quanto a medula óssea liberou de hemácias para o sangue periférico nas últimas 24-48 horas CLASSIFICAÇÃO DAS ANEMIAS Podemos classificar a partir de: ● CRITÉRIO MORFOLÓGICO ( Hemograma ) = Avalia o tamanho e concentração de hemoglobina que o paciente tem: - Normocítica / Normocrômica = Volume normal / cor normal - Microcítica / Hipocrômica = Volume diminuido / cor diminuida ( palida ) - Macrocítica = Volume aumentado ● CRITÉRIO FISIOLÓGICO ( Reticulócitos ) = Se a medula está produzindo muitas hemácias ou não - Hipoproliferativa ( Reticulócitos baixo ) = Poucas hemácias jovens nos dizem que a medula não está produzindo de forma adequada. Normalmente acontecem em anemias carenciais ou anemias por doença da medula ( leucemia, aplasia da medula, fibrose…. ) - Hiperproliferativa ( Reticulócitos elevados ) = Acontece em anemias por perda, como por exemplo, o paciente possui um sangramento e com isso a medula produz mais para compensar a perda. Anemia associada à hemólise ou a perda temos uma anemia hiperproliferativa. HEMOGRAMA Os índices hematimétricos ajudam muito na avaliação da etiologia da anemia Série vermelha: ⇒ Quantidade de hemácias ⇒ Padrão de Hb ( Quantidade de proteína no sangue ) ⇒ Valor de hematócrito em % ( Hematócrito é o percentual de glóbulos vermelhos em todo o volume sanguíneo sofrendo interferências em caso de desidratação e em outras condições. Por isso a OMS define a anemia como a diminuição dos níveis de hemoglobina. Por exemplo, paciente desidratado é hemoconcentrado disfarçando a anemia, ao hidrata-lo acaba se percebendo a anemia ) ● VCM ( Volume corpuscular médio ) - Alto = Macrocíticas - Baixo = Microcítico - Normal = normocítica ● HCM ( Hemoglobina corpuscular médio ● CHCM ( Concentração de hemoglobina corpuscular médio ) - Normocrômica - Hipocrômica - Hipercromica Ambos HCM e CHCM avaliam a densidade média, a cromia ● RDW ( Red cell distribution width ) - Índice de anisocitose - Variabilidade do tamanho das hemácias Critério fisiológico ● Contagem de reticulócitos ( Vem separado do Hemograma ) - Células vermelhas jovens - Presença residual de RNA - Indicador de atividade de MO - Elevado: eritropoese ativa - Diminuído: Redução da eritropoiese - Valor normal: 0,5 a 1,5% ( Em torno de 1%) ATENÇÃO!!!!! Podemos agrupar todas as classificações para definir o tipo de anemia. Esse quadro abaixo é IMPORTANTÍSSIMO! OBS.: Anemia falciforme é normocítica/normocrômica porque apesar de ter uma forma diferente essa hemácia mantém mesma cor e tamanho ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS ● Anisocitose - Variação do tamanho ● Anisocromia - Variação da cor ● Poiquilocitose - Variação da forma O sangue