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Unidade 1 Noções de economia e finanças Rosilda do Rocio do Vale Mercado Financeiro e de Capitais Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial ANDRÉA CÉSAR PEDROSA Projeto Gráfico MANUELA CÉSAR ARRUDA Autora ROSILDA DO ROCIO DO VALE Desenvolvedor CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS Rosilda do Rocio do Vale Olá. Meu nome é Rosilda do Rocio do Vale. Sou mestre em Administração com ênfase em finanças pela PUCPR, especialista em finanças corporativas e gestão organizacional e graduada em administração. Possuo experiência na área financeira, adquiridas ao longo dos anos realizando operações financeiras em empresa de comércio exterior. Faz sete anos que atuo no ensino superior, em disciplinas nas áreas de finanças e comércio exterior. Sou apaixonada pelo que faço. É muito gratificante poder transmitir meu conhecimento e minha experiência com quem está buscando aprendizado para atingir os seus objetivos pessoais e/ou profissionais. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Seja bem vindo e conte comigo! A AUTORA Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: ICONOGRÁFICOS INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimento de uma nova com- petência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Noções de economia ................................................................................11 Conceitos de economia ......................................................................................................... 11 Fatores de produção ................................................................................................................ 14 Definição de bens de capital, bens de consumo e bens intermediários ............................................................................................................. 15 Conceito de microeconomia ............................................................................................... 15 Conceito de macroeconomia .............................................................................................. 16 Conceito de economia internacional ............................................................................. 17 Políticas econômicas ................................................................................20 Definições e objetivos das políticas econômicas ................................................. 20 Política monetária ....................................................................................................................... 21 Política fiscal ................................................................................................................................... 22 Política cambial .............................................................................................................................. 23 Política macroeconômica ..................................................................................................... 24 Indicadores econômicos ....................................................................................................... 25 Produto Interno Bruto (PIB) ................................................................................ 25 Produto Nacional Bruto (PNB) ......................................................................... 25 Índices de inflação ................................................................................................... 26 Taxa de câmbio .......................................................................................................... 27 Taxa Selic ....................................................................................................................... 28 Taxa de juros de longo prazo (TJLP) ........................................................... 28 Noções de finanças ...................................................................................30 Objetivo das empresas ........................................................................................................... 30 Objetivos de finanças ............................................................................................................... 32 Funções de finanças .................................................................................................................. 33 Decisão de investimento ..................................................................................... 33 Decisão de financiamento .................................................................................. 35 Decisão de dividendos ......................................................................................... 38 Tomada de decisão financeira e custo de capital............................. 38 Intermediação financeira ....................................................................................................... 39 Riscos financeiros e o ambiente econômico ..................................41 Riscos em finanças ...................................................................................................................... 41 Riscos versus incerteza ............................................................................................................ 42 Riscos na atividade econômica, em empresas em mercados financeiros 44 Risco de mercado ................................................................................................... 45 Risco de crédito ........................................................................................................ 45 Risco operacional .................................................................................................... 46 Risco legal ..................................................................................................................... 46 Gestão dos riscos ......................................................................................................................... 47 Risco e retorno esperados .................................................................................................... 47 Relação risco, retorno e investimento ......................................................................... 48 Risco e rentabilidade ................................................................................................................ 48 Mercado Financeiro e de Capitais8 UNIDADE 01 NOÇÕES DE ECONOMIA E FINANÇAS Mercado Financeiro e de Capitais 9 Você sabia que a área de mercado financeiro e de capitais está mais presente no seu dia a dia do que você possa imaginar? Quando você assiste nos telejornais ou lê na internet, etc, uma reportagem que diz, por exemplo: que o índice de inflação aumentou, que a bolsa de valores fechou em alta, que as taxas de juros aumentaram,que a cesta básica está mais cara. Você já parou para analisar qual o impacto que esta notícia tem nas suas rendas mensais, no mercado de trabalho, etc.? Por isso esta unidade foi elaborada visando lhe ajudar a melhor entender a relação da economia e finanças com seu dia, e sendo assim serão lhe proporcionados conhecimentos a respeito. E esta unidade apresenta noções de economia e finanças, em que se apresentam os conceitos de politica econômica e os seus desdobramentos na forma de politica monetária, fiscal, cambial e a politica macroeconômica, bem como os principais indicadores econômicos adotados no Brasil e assim poderá verificar os impactos da economia nos objetivos das empresas, nos objetivos financeiros e na tomada de decisão e quais os riscos que afetam o meio empresarial e também quais os reflexos que tudo isso tem no seu dia a dia. Isso mesmo. A economia faz parte sim do mercado financeiro e de capitais. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! INTRODUÇÃO Mercado Financeiro e de Capitais10 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1. Entender os principais conceitos de economia e os impactos deles no dia a dia das empresas; 2. Conhecer os principais conceitos da política econômica e suas principais aplicações; 3. Compreender os principais conceitos de finanças e o seu funcionamento no cotidiano das empresas; 4. Identificar os principais riscos financeiros e a sua relação com o ambiente econômico. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! OBJETIVOS Mercado Financeiro e de Capitais 11 Noções de economia INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender o que é economia, os principais conceitos e qual o impacto da economia no dia a dia de cada pessoa e nas empresas. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão e para seu dia a dia, pois seja em nosso cotidiano, seja nos jornais, no rádio, na televisão e na internet, nos deparamos com inúmeras questões econômicas, tais como: aumento de preços, desemprego, setores que crescem mais que outros, diferenças salariais, valorização e desvalorização da taxa de câmbio, diferenças de rendas entre as várias regiões do país, ociosidade em alguns setores de atividades, comportamento das taxas de juros, elevação de impostos e tarifas públicas, etc. Será que alguma vez você já parou para analisar como essas e outras questões estão presentes em sua vida e qual o impacto financeiro no seu salário? E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá aprender. Bom estudo! Conceitos de economia Lagioia (2011) diz que a economia está presente no cotidiano de todas as pessoas e nos acompanha em todos os momentos de nossas vidas, e por isso é necessário que tenhamos conhecimento de alguns conceitos fundamentais para que possamos compreendê-la. De acordo com Assaf Neto (2014) é essencial o conhecimento de economia para um melhor entendimento do funcionamento e funções dos mercados financeiros, formando assim uma visão mais ampla e critica de todo o mercado financeiro, como as que envolvem poupança, investimento, etc., pois a compreensão da economia permite que relações sejam estabelecidas entre resultados agregados e o desempenho dos vários agentes econômicos, entende-se por agentes econômicos todas as pessoas e formas de organizações, que possuem capacidade de tomar decisões. Mercado Financeiro e de Capitais12 No mês de novembro de 2019 a inflação registrou o pior índice em 4 anos, e isso deve ao aumento de mais de 8% no preço da carne. Quer entender mais leia a notícia a seguir: O preço da carne disparou 8,09% em novembro e puxou a inflação para cima. A carne teve o maior impacto individual na inflação oficial medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que acelerou a 0,51% em novembro, após ter fechado a 0,51% em outubro. Esse foi o maior valor da inflação desde 2015 (1,01%). Em novembro do ano passado, a taxa havia sido negativa (-0,21%). Essa alta registrada no preço da carne é um valor médio para o país. Os preços variam por região e de acordo com o corte. Assim, o consumidor pode encontrar altas maiores nos açougues e supermercados. As informações foram divulgadas no dia 06/12/19 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, a alta da carne decore do aumento de compras pela China bem como da alta do dólar em relação ao real. “Isso incentiva a exportação, restringindo a oferta interna e elevando o preço dos produtos. Que tal você analisar esta noticia e verificar quais os impactos positivos ou negativos causados para o: pecuarista, açougue e supermercado, consumidor, etc. E você consome carne? Se sim. Sentiu este impacto no seu bolso? Segundo Assaf Neto (2014) a economia estuda a riqueza, transações de troca realizadas entre pessoas e procura compreender a decisão de utilização de recursos produtivos escassos que são (terra, trabalho e capital), os quais carregam um custo de oportunidade no processo de transformação e produção de diversos bens e serviços, e sua distribuição para consumo. De acordo com Vasconcelos (2013) o custo de oportunidade é o sacrifício de deixar de produzir parte do bem X para produzir mais do bem Y. Obstfeld (2013) diz que como toda a economia possui recursos limitados, portanto para produzir mais de determinado bem, deve sacrificar um pouco da produção do outro. De acordo com Vasconcelos (2013) economia é a ciência que estuda de que maneira a sociedade decide empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços a fim de satisfazer ao máximo as necessidades humanas, ou seja, é a ciência que estuda como a sociedade administra Mercado Financeiro e de Capitais 13 recursos produtivos (fatores de produção) escassos. Vasconcelos (2013) diz que em qualquer sociedade os fatores de produção são limitados. Porém por outro lado, as necessidades humanas são ilimitadas e sempre se renovam, por força do crescimento populacional e pela contínua elevação do padrão de vida, sendo assim nenhum país, independente do seu grau de desenvolvimento, consegue dispor de todos os recursos dos quais necessita. Por isso, toda a sociedade tem que escolher entre alternativas de produção e de distribuição dos resultados da atividade produtiva para atender os vários grupos da sociedade. Portanto, diante da escassez dos recursos de produção, associada às necessidades ilimitadas do ser humano, os empresários precisam tomar decisões que atendam a demanda. E então terão que decidir: o que e quanto produzir? Como produzir? Para quem produzir? Vasconcelos (2013) diz que diante da escassez de recursos de produção, a sociedade terá que escolher dentro de um leque de possibilidades de produção, o que e quanto produzir, ou seja, quais produtos serão produzidos e as respectivas quantidades a serem fabricadas. Bem como, terá que decidir como vai produzir, ou seja, quais recursos de produção serão utilizados para a produção de bens e serviços, escolhendo os métodos mais eficientes, aquele que tiver o menor custo de produção possível. E também para quem produzir, pois dependerá da oferta e da demanda nos mercados. Segundo Maia (2014) o ser humano para sobreviver necessita satisfazer suas necessidades básicas, sem o que morreria. Sendo que as três necessidades primárias são: alimentos, vestuário e habitação. Portanto à medida que o ser humano foi progredindo, outras necessidades começou a surgir, tais como educação, lazer, conforto, etc., as quais são conhecidas como necessidades progressivas. Para satisfazer a todas essas necessidades, o homem precisa consumir bens, porém os alimentos encontrados na natureza não são suficientes,por isso é necessária a produção, sendo assim se tem dois grandes fatores econômicos que é o consumo e a produção. Como já vimos, a habitação é uma das três necessidades básicas do ser humano, então para você saber mais. Mercado Financeiro e de Capitais14 ACESSE: o link: https://bit.ly/2OrEC6g Fatores de produção De acordo com Assaf Neto (2014) os fatores de produção representam todos os bens e serviços utilizados no processo de produção de outros bens, utilizando tecnologias adequadas. Pinheiro (2012) diz que são os fatores de produção (trabalho, terra, e capital) que definem o potencial produtivo do sistema econômico, que consiste na produção de uma infinidade de bens e serviços. De acordo com Pinheiro (2012) o trabalho constitui-se de todas as pessoas disponíveis para trabalhar, ou seja, é a disponibilidade de mão de obra (trabalhadores) no sistema econômico. Em terra incluem-se os recursos naturais disponíveis, os quais são incorporados às atividades econômicas, porém depende de outros fatores, tais como: evolução tecnológica, avanço da ocupação territorial, das facilidades de transportes, etc. O capital compreende o conjunto das riquezas acumuladas pela sociedade, dentre elas: fábricas, edifícios, máquinas, escolas, hospitais, etc., é com o emprego delas que a população ativa se equipa para o exercício das atividades de produção. REFLITA: Recentemente muito tem se falado em indústria 4.0, Inteligência Artificial (IA), Internet das coisas (IOT). E você, já parou para pensar como você está se preparando para atender às exigências deste novo mercado de trabalho que está aí batendo à sua porta? Mercado Financeiro e de Capitais 15 Definição de bens de capital, bens de consumo e bens intermediários De acordo com Vasconcelos (2013) os bens de capital são aqueles que são utilizados na fabricação de outros bens, mas não se desgastam totalmente no processo produtivo. É o caso (por exemplo, de máquinas, equipamentos e instalações). Os quais são usualmente classificados no ativo das empresas, e uma das suas características é contribuir para a melhoria da produtividade da mão de obra. No que se refere os bens de consumo Vasconcelos (2013) diz que são aqueles que se destinam diretamente ao atendimento das necessidades humanas. Os quais de acordo com sua durabilidade podem ser classificados como duráveis (geladeiras, fogões, etc.) ou como não duráveis (alimentos, produtos de higiene e limpeza). Você já tinha pensado isso? Que de todos os produtos que você compra alguns são duráveis e outros não duráveis? Vasconcelos (2013) diz que bens intermediários são transformados ou agregados na produção de outros bens, os quais são consumidos totalmente no processo produtivo (insumos, matéria prima e componentes). Observe que a figura a seguir mostra a máquina colhedora de algodão que é um bem de capital, ou seja, é utilizada no processo produtivo para melhoria da produtividade da mão de obra, e o algodão em rolos que é um bem intermediário, ou seja, matéria prima o qual é utilizado para produção de bens de consumo dentre eles vestuário, etc. Que tal depois de ler este conteúdo, você pensar que matéria prima foi utilizada na produção dos produtos que estão próximos de você agora! Os bens intermediários são transformados em outro bem, por isso diferenciam-se dos bens de consumo que são vendidos para consumo ou utilização final, e os bens de capital que não são consumidos e sim utilizados no processo produtivo e são bens finais. Conceito de microeconomia De acordo com Vasconcelos (2013) a microeconomia, ou teoria dos preços, analisa a formação de preços no mercado, ou seja, como a Mercado Financeiro e de Capitais16 empresa e consumidor interagem e decidem qual o preço e a quantidade de determinado bem ou serviço em mercados específicos. Portanto a microeconomia estuda o funcionamento da oferta e demanda na formação do preço no mercado, isto é, o preço obtido pela interação do conjunto de consumidores com o conjunto de empresa que fabricam um determinado bem ou serviço. Vasconcelos (2013) diz que a análise microeconômica ou teoria dos preços, preocupa-se em explicar como se determina o preço dos bens e serviços como (por exemplo, soja e automóveis) e os fatores de produção (salários, aluguéis, lucros) em mercados específicos, bem como procura responder questões aparentemente triviais, quando o preço de um bem se eleva a quantidade demandada desse bem deve cair, ou quando a oferta de determinado bem reduz o preço aumenta. Algo comum no inverno é o aumento no preço do tomate e do leite. Você já pensou por que isso ocorre? Ficou curioso? Que tal refletir um pouco mais! De acordo com Vasconcelos (2013) a teoria microeconômica representa uma ferramenta útil para estabelecer políticas estratégicas, dentro de um horizonte de planejamento, tanto para empresas como para políticas econômicas. Para empresas a análise microeconômica pode subsidiar as seguintes decisões: política de preços das empresas, previsões de demanda e de faturamento, previsões de custos de produção, decisão da melhor alternativa de produção, avaliação e elaboração de projetos de investimentos, diferenciação de mercado, etc. Conceito de macroeconomia Segundo Vasconcelos (2013) a macroeconomia enfoca o comportamento da economia como um todo, estuda o comportamento dos grandes agregados nacionais, como o produto interno bruto (PIB), o investimento agregado, o nível geral de preços, entre outros. A teoria macroeconômica preocupa-se mais com aspectos no curto prazo e, trata de questões como o desemprego e inflação. A abordagem global da macroeconomia tem a vantagem de estabelecer relações entre grandes agregados permitindo uma maior compreensão de algumas das interações mais relevantes da economia, entre os mercados de bens e Mercado Financeiro e de Capitais 17 serviços, o “mercado” monetário, financeiro e cambial, e o mercado de trabalho. Os objetivos da política macroeconômica são: alto nível de emprego, estabilidade de preços, distribuição de renda social justa e crescimento econômico. SAIBA MAIS: Taxa de desemprego no Brasil cai para 11,8% revela IBGE, https://bit.ly/3euen9W. A partir dos seus conhecimentos de economia, leia atentamente a informação disponível no link e reflita qual o impacto que o conteúdo desta notícia apresentou para a economia. Conceito de economia internacional De acordo com Vasconcelos (2013) a economia internacional analisa as relações econômicas entre residentes e não residentes do país, os quais envolvem transações com bens e serviços e transações financeiras. Vasconcelos (2013) diz que atualmente do ponto de vista econômico, o mundo se apresenta crescentemente interligado, seja por fluxos comerciais, seja por fluxos financeiros, o que é fundamental para a maioria dos países, inclusive para o Brasil. Você sabe o que é Brexit e como ele impacta na economia Internacional? Que tal saber um pouco mais! Então acesse o link a seguir. https://bbc.in/2On7tZD Você já parou para pensar o que leva os países a comercializarem entre si? Então, muitas explicações podem ser levantadas. Vasconcelos (2013) diz que pode ser a diversidade de condições de produção, ou a possibilidade de redução de custo na produção de determinado bem vendido para um mercado global, etc. Obstfeld (2013) diz que provavelmente a percepção isolada mais importante de toda a economia internacional é que existem ganhos do comércio, ou seja, quando os países vendem bens e serviços uns com os outros, essa troca quase sempre acarreta benefício para ambos. Embora as nações geralmente ganhem com o comércio internacional, Mercado Financeiro e de Capitais18 é bem possível que determinados grupos sejam prejudicados. E você já comprou algum produto importado? Se sua resposta é não porque nunca comprou nada nos sites de importados. Pense mais um pouco elembre quando você vai ao supermercado quantos produtos importados você encontra lá. Sem falar no diversos produtos que você compra e que talvez nem sabe que na sua fabricação vou utilizada matéria prima importada. Lembrou de algo? Tenho certeza que sim. Figura 1 – Os continentes Fonte: Wikimedia VOCÊ SABIA? Que a China é o país que mais exporta produtos para o Brasil e que também é o país que mais importa produtos e matéria prima do Brasil, bem como é um dos países que possui a melhor estrutura logística no que se refere a portos e aeroportos? Importação é tudo o que um determinado país compra de outro, ou seja, pegando o Brasil como referência, é tudo o que o Brasil compra de outros países. Exportação, é tudo o que vendido para outros países, citando o Brasil com exemplo, é tudo o que O Brasil vende para outros países. Quando o país importa mais que exporta temos um déficit na Mercado Financeiro e de Capitais 19 Balança Comercial, e quando exporta mais que importa tem-se um superávit. Para a economia do país é melhor que se exporte mais, pois se exportamos mais temos que produzir mais e produzindo mais se gera mais emprego, as pessoas empregadas vão movimentar outros setores da economia. E podemos relacionar este exemplo com o que foi abordado no tópico 1.1 nos conceitos de economia. Viu como é importante entender sobre economia? RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido o que é economia, os principais conceitos e qual o impacto da economia no dia a dia de cada pessoa e nas empresas. Mercado Financeiro e de Capitais20 Políticas econômicas INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você será capaz de conhecer os principais conceitos da política econômica, suas principais aplicações e a relação com o mercado financeiro. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão, pois as políticas econômicas possuem relação direta com finanças e com o mercado financeiro, estão sempre presentes na vida das pessoas e das empresas e merecem atenção especial. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Definições e objetivos das políticas econômicas Segundo Lagioia (2011) o estado exerce suas atividades por meio da política econômicas e tem como objetivo promover o desenvolvimento econômico, buscar o pleno emprego e sua estabilidade, equilibrar o volume financeiro das transações econômicas com o exterior, buscar a estabilidade de preços e o controle da inflação e promover a distribuição das riquezas e das rendas. Você sabe como esta teoria se aplica na realidade? Ainda não. Então acesse o link a seguir e veja um exemplo. https://bit.ly/2CD53mQ De acordo com Assaf Neto (2014) a gestão da economia visa atender às necessidades de bens e serviços da sociedade e atingir determinados objetivos sociais e macroeconômicos, como emprego, estabilidade de preços, crescimento econômico, etc. Para que isso ocorra o governo atua por meio de políticas econômicas, que são identificadas principalmente por meio das políticas monetária, fiscal e cambial. Assaf Neto (2014) diz que as políticas econômicas são mais eficientes quando são aplicados em mercados financeiros mais desenvolvidos, pois em mercados menos evoluídos o governo costuma promover maior intervenção no mercado, Mercado Financeiro e de Capitais 21 que pode ser, por exemplo, por meio da fixação das taxas de juros, controle direto do crédito e subsídios ao setor produtivo. Quanto à política econômica, Souza e Clemente (2012) dizem que é desnecessário enfatizar a importância das políticas monetárias, creditícia, fiscal e de comércio exterior, visto que as decisões governamentais nessas áreas afetam tanto direta quanto indiretamente os resultados econômicos das empresas. EXEMPLO: Em um cenário de grande instabilidade em que a taxa de inflação for elevada, os preços tendem a variar e não será possível fazer estimativas satisfatórias sobre os preços dos insumos, etc. com isso reduz o nível de investimento, pois a incerteza se apresenta como um freio para sobre os investimentos. Por outro lado, se os preços e as regras que afetam os lucros das empresas estiverem estáveis, os empresários estarão dispostos a realizar investimentos, pois criam fortes expectativas. Cavalcante, Misumi e Rudege (2009) dizem que a taxa de juros, impostos e câmbio, dependendo da maneira como são utilizados caracterizam um conjunto de ações com objetivos bem definidos que são conhecidos como políticas. A seguir estudaremos algumas políticas. Vamos lá! Política monetária Segundo Vasconcelos (2013) a política monetária refere-se à atuação do governo sobre a quantidade de títulos públicos disponíveis na economia. De acordo com Kerr (2011) a política monetária é a parte da política econômica global do governo que controla a oferta de moeda e as taxas de juros, com o objetivo de manter a estabilidade da moeda, manter o equilíbrio do balanço de pagamentos e buscar pleno emprego. O principal órgão do governo executor da política monetária é o Banco Central. Você sabe quais são as outras funções que o Banco Central exerce? Ainda não? Que tal acessar o site e ver o que mais o BACEN tem para lhe ensinar! www.bcb.gov.br Mercado Financeiro e de Capitais22 Cavalcante, Misumi e Rudege (2009) dizem que para a administração das políticas visando a área econômica e financeira, o governo brasileiro adotou procedimentos para a efetiva concentração da autoridade monetária no Banco Central. Lagioia (2011) diz que a política monetária pode ser definida como o controle da oferta da moeda e das taxas de juros que garantam a liquidez ideal de cada momento econômico, ou seja, é como o estado controla a quantidade de dinheiro que circula na economia, que quando bem utilizadas contribui para alcançar os seguintes objetivos: a expandir a econômica e o pleno emprego, minimizar a inflação e equilibrar a balança de pagamentos. De acordo com Cavalcante, Misumi e Rudege (2009) a autoridade monetária não consegue interferir diretamente no cotidiano dos agentes econômicos para aumentar ou reduzir o nível de consumo, portanto para assegurar a liquidez da economia e assim elevar o nível de emprego, manter a estabilidade de preços e sustentar uma taxa de crescimento econômico adequada, a autoridade monetária precisa induzir os agentes econômicos a alterar o perfil dos seus gastos. Política fiscal De acordo com Vasconcelos (2013) a política fiscal são todos os instrumentos que o governo dispõe para arrecadar tributos e controlar suas despesas. Segundo Lagioia (2011) o responsável pela política fiscal é o Congresso Nacional, o qual aprova os orçamentos do Governo Federal. Assaf Neto (2014) diz que quando o governo modifica a carga tributária, isso impacta na renda do consumidor, pois ao aumentar a carga tributária dos consumidores, o governo está diminuindo a renda disponível deles e em consequência o reduz o consumo agregado, pois se o consumidor tem que pagar mais impostos ele tem que reduzir seus níveis de poupança, a quantidade de bens e serviços que costuma adquirir, ou seja, um aumento de impostos tem por contrapartida uma redução no consumo por parte da população (demanda agregada). Você quer saber quanto o Brasil, seu Mercado Financeiro e de Capitais 23 estado, a capital de seu estado, sua cidade, etc, já arrecadou de tributos este ano até o momento? Então acesse o link a seguir. https://bit.ly/306hCiY No que refere-se ao governo elevar os impostos das empresas Lagioia (2011) diz que as duas grandes repercussões previstas são a redução dos resultados, o que torna o capital investido menos atraente, e a menor capacidade de investimentos, pois por acumular menores fluxos de caixa asempresas tornam-se mais dependentes de empréstimo para financiar suas atividades. Kerr (2011) diz que ao aumentar a carga tributária das empresas o governo causa a redução da atratividade do investimento de capital e reduz a capacidade de investir das empresas. Portanto, a alteração na cobrança de impostos causa modificações na economia no que se refere consumo e investimento. Política cambial De acordo com Kerr (2011) a política cambial diz respeito à gestão das taxas de câmbio e ao controle das operações cambiais, a política cambial influencia diretamente nas transações internacionais de um país, tais como: remessas de capitais, empréstimos estrangeiros e saldo da balança comercial. No que se refere à taxa de cambio Assaf Neto (2014) diz que ela representa o valor com que a autoridade monetária de um país aceita negociar sua moeda, ou seja, vender a moeda de sua emissão ou adquirir. Assaf Neto (2014) diz também que um câmbio encontra-se valorizado quando se necessita de menor volume de moeda nacional para comprar um mesmo volume de moeda estrangeira, nesta situação o ambiente econômico encontra-se favorável aos importadores, pois se pode adquirir produtos por um valor mais baixo. Por outro lado, quando é necessária mais moeda nacional para se comprar o mesmo volume de moeda estrangeira o câmbio está desvalorizado e torna-se atraente para os exportadores, pois podem receber um valor maior de moeda por seus produtos vendidos para o exterior. Mercado Financeiro e de Capitais24 Cavalcante, Misumi e Rudege (2009) dizem que a administração da política cambial é uma das atividades fundamentais dos governos de países bem sucedidos, pois intervenções desastrosas no mercado de câmbio podem arruinar o crédito de um país. Provavelmente você muitas vezes já ouviu nos telejornais que o dólar fechou em alta ou em baixa. Como vimos a política cambial tem grande impacto na economia. Que tal aprender um pouco mais. https://bit.ly/2Zwuvnr Política macroeconômica De acordo com Vasconcelos (2013) a macroeconômica estuda a economia como um todo e, que essa abordagem da macroeconomia possibilita uma compreensão maior das interações da economia com os mercados de bens e serviços, o “mercado” monetário, financeiro, cambial, e o mercado de trabalho, e dessa forma representa um importante instrumento para a política e a programação econômica. Conforme Pinheiro (2012) o desempenho da economia reflete na Bolsa de valores, pois se a economia vai bem, as empresas têm a possibilidade de obter bom desempenho e consequentemente suas ações subirão, provocando uma alta da bolsa. Com isso possibilitando que sejam realizadas previsões que resultarão em grandes oportunidades de ganhos nos investimentos em ações. Pinheiro (2012) diz que as variáveis macroeconômicas que mais impactam na bolsa de valores são: nível de preços “inflação”, PIB, população, investimento direto estrangeiro, exportações globais, importações globais, desemprego, taxa de juros Selic, reservas internacionais, taxa de câmbio. VOCÊ SABIA? Que em março de 2017 a BMF&BOVESPA fez uma fusão com a Cetip, criando a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) se tornando a 5ª maior Bolsa de Valores do Mundo. Mercado Financeiro e de Capitais 25 Pinheiro (2012) diz também, que com a globalização as economias estão cada vez mais relacionadas e as bolsas seguem o mesmo caminho. Indicadores econômicos Segundo Lagioia (2011) os reflexos da política econômica de um país são expressos por indicadores, que são um conjunto de dados que dão ideia da situação da economia de um país, estado ou município, em determinado período de tempo, os indicadores econômicos podem ser utilizados em analises isoladamente ou de forma combinada, os principais são: Produto Interno Bruto (PIB), Produto Nacional Bruto (PNB), Índice de Inflação, Taxa de Cambio, Taxa Selic e Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Produto Interno Bruto (PIB) De acordo com Lagioia (2011) o Produto Interno Bruto (PIB) corresponde à soma de tudo o que é produzido dentro de um esperado espaço geográfico em um determinado período de tempo o qual geralmente é utilizado é de um ano, mas podem ser realizadas divulgações trimestrais e semestrais. https://bit.ly/3fwbMhk Produto Nacional Bruto (PNB) Lagioia (2011) diz que o Produto Nacional Bruto (PNB) é o resultado de tudo o que foi produzido pelos agentes econômicos de determinado país, em qualquer parte do mundo, enquanto que o PIB considera somente o que foi feito dentro de um país. EXEMPLO: Se uma empresa brasileira constrói uma estrada na Inglaterra, o faturamento referente a essa estrada entra no PNB, mas não entra no PIB, já se a grife italiana Gucci vende uma bolsa no Brasil, o valor da venda entra no PIB brasileiro, mas não entra no PNB do nosso país. De acordo com Lagioia (2011) o comportamento do PIB ou PNB é um dos indicativos da saúde econômica de um país, pois determina o risco país e a cotação de papéis no mercado financeiro internacional. Mercado Financeiro e de Capitais26 Índices de inflação Os índices de inflação conforme Lagioia (2011) correspondem à média das variações dos preços dos produtos consumidos pelas famílias das diferentes faixas de renda e em diversas regiões brasileiras. EXEMPLO: Imagine uma família em que cada pessoa tem hábitos de consumo diferente e, portanto consomem produtos diversos. Sendo que o pai compra seus ternos e gravatas, a mãe compra os vestidos, e a filha a maquiagem. Todos esses produtos variam de preços, e dessa forma, cada pessoa “observa” sua própria inflação. Da mesma forma, as cidades e as regiões do país consomem artigos diferentes e quantidades diferentes dos mesmos artigos e para apurar a inflação os órgãos responsáveis fazem médias de consumo, por extensão das cidades, regiões, etc. De acordo com Lagioia (2011) no Brasil, existem vários índices que registram a inflação e estão divididos em três grandes grupos, que são: o índice de preços ao consumidor (IPC); índice geral de preços (IGP) e índices de preço ao consumidor de São Paulo (IPC / FIPE) Lagioia (2011) diz que os índices de preços ao consumidor, possuem cobertura nacional, é apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e dividem em duas categorias, sendo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atualmente é o índice oficial do Brasil, por ser considerado um indicador mais relevante do ponto de vista da política monetária, ele verifica a variação dos preços dos produtos consumidos pelas famílias que possuem renda entre 1 e 40 salários- mínimos, e foi escolhido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) como referência para o sistema de metas da inflação, o qual é utilizado desde 1999. E o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) muito utilizado nos dissídios salariais, pois representa a variação de preços dos artigos consumidos por famílias que ganham até oito salários mínimos e residem nas áreas urbanas. De acordo com Lagioia (2011) os índices gerais de preços, são apurados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e se dividem em três categorias, sendo o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) e o Índice Geral de Mercado Financeiro e de Capitais 27 Preços – Versão 10 (IGP-10), os indicadores da “família IGP) são muito utilizados no mercado financeiro, como para balizar as correções de alguns títulos emitidos pelo Tesouro Nacional e Depósitos Bancários com renda pós- fixada acima de um ano, também são utilizados para correção dos contratos de aluguel e como indexador de algumas tarifas como energia elétrica. Os IGPs são compostos pelo Índice de Preços por Atacado (IPA), Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice Nacional de Custos da Construção Cívil (INCC). O que diferencia entre cada um dos índices da família IGP é somente o período de coleta dos preços, sendoque para o IGP-M são feitas três apurações mensais, enquanto que para o IGP-DI e IGP-10 são realizadas apenas uma apuração mensal. E agora que você já sabe os conceitos sobre índices de preços. Conseguiu associar o conteúdo a algum fato da realidade? De acordo com Lagioia (2011) os índices de preços ao consumidor de São Paulo é apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), da Universidade de São Paulo (USP), ele mede a variação de preços para consumidores na cidade de São Paulo com base nos gastos de quem ganha de um a vinte salários mínimos, o período de pesquisas ocorre a partir do primeiro ao último dia útil de cada mês. É o mais tradicional indicador da evolução do custo de vida das famílias paulistanas e um dos mais antigos do Brasil, o qual teve início em 1939. Taxa de câmbio De acordo com Lagioia (2011) a taxa de câmbio é o valor que a moeda de um país possui em relação a outra moeda, apesar no nome “taxa” é um valor e não um “percentual”. Pra entender melhor como funciona, vejam os exemplos a seguir, quando se fala em “câmbio de compra” estamos nos referindo ao valor pelo qual o agente financeiro que pode ser o banco ou casa de câmbio, etc., está comprando a moeda, por outro lado, quando se fala em “câmbio de venda” estamos falando do valor pelo qual o agente financeiro está vendendo a moeda. Segundo Ferreira (2012) a taxa de câmbio é o preço em moeda nacional de uma moeda estrangeira, o qual permite calcular a relação de troca, ela influência diretamente no desempenho das bolsas de valores, Mercado Financeiro e de Capitais28 uma vez que afeta toda a economia. Quer saber como isso acontece? Vou lhe dar um exemplo. EXEMPLO: Uma queda na taxa de câmbio induz um aumento nas exportações e para atender a essa demanda as empresas tendem a produzir mais e a contratar mais mão de obra, como consequência as empresas crescem e a economia também e a bolsa de valores que reflete o desempenho da economia apresentará uma alta, em função da queda na taxa de câmbio. Taxa Selic Lagioia (2011) diz que o Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Taxa Selic) é a taxa média ponderada e ajustada das operações de financiamento por um dia, lastreadas em títulos públicos, é a partir dessa taxa que o governo vai oferecer ao mercado os seus títulos. Assaf Neto (2012) diz que os títulos negociados no SELIC normalmente apresentam elevada liquidez e risco reduzido, visto que são títulos públicos emitidos pelo poder público, sendo que as taxa desses títulos negociados constituem-se na principal referência no mercado para a formação das taxas de juros. A taxa SELIC é normalmente expressa em taxa anual. • Títulos públicos: Podem ser emitidos pela União, Estados e Munícipios, é uma importante alternativa de captação de recursos para o governo, bem como, apresentam-se como uma interessante oportunidade de investimentos para os aplicadores de mercado em geral, que podem ser pessoas físicas e jurídicas. Taxa de juros de longo prazo (TJLP) De acordo com Lagioia (2011) a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) é utilizada para remunerar empréstimos de longo prazo, possui um período de vigência de um trimestre-calendário, é fixada pelo Conselho Monetário Nacional e divulgada até o último dia útil do trimestre. Mercado Financeiro e de Capitais 29 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido os principais conceitos da política econômica, suas principais aplicações e a relação com o mercado financeiro. Mercado Financeiro e de Capitais30 Noções de finanças INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você será capaz de compreender os principais conceitos de finanças e como as finanças funcionam no cotidiano, quais os objetivos e funções de finanças. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão, pois a gestão financeira é indispensável para o sucesso da empresa e a satisfação dos acionistas. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Objetivo das empresas De acordo com Hoji (2012) as empresas brasileiras com fins lucrativos, possuem como objetivo financeiro a maximização de seu valor de mercado, pois com a empresa consegue contribuir para o desenvolvimento da sociedade e de seus colaboradores. Ainda segundo Hoji (2012) a empresa, seja ela industrial, comercial, de prestação de serviços, etc., contribui para o desenvolvimento da sociedade produzindo bens e serviços, pois ela processa recursos e fornece produtos, bens e serviços, dessa forma interagindo com o ambiente ao seu redor e assim cumprindo com seu papel na sociedade. Observe a Figura 2 e procure analisar onde você consegue se incluir e contribuir com o desenvolvimento da sociedade. Que tal? Tenho certeza que você faz parte. De acordo com Hoji (2012) a empresa deve ser vista como um sistema de geração de lucro, em que os proprietários, ou acionistas, injetam recursos com a finalidade de obter o retorno proporcional ao risco assumido, e para que a empresa produza o retorno adequado para os acionistas, os administradores e empregados que representam a empresa perante terceiros, devem interagir com os agentes externos para obter os resultados desejados em suas transações, conforme mostra a Figura 3. Mercado Financeiro e de Capitais 31 Figura 2 – A empresa como um sistema aberto. Figura 3 – Visão da empresa como um sistema de geração de lucro. Fonte: Adaptado pelo autor Fonte: Adaptado pelo autor Mercado Financeiro e de Capitais32 Objetivos de finanças Segundo Padoveze (2016) o objetivo de finanças é a maximização do lucro, maximização da riqueza e criação de valor, e que a maximização do lucro é o principal objetivo de finanças, sendo considerado o propósito mais importante da atividade financeira. Porém, é possível fazer uma distinção entre os conceitos de maximização do lucro e maximização da riqueza. Padoveze (2016) diz que o conceito de maximização do lucro parte da equação contábil de que o lucro é resultante das receitas menos as despesas. Porém, apesar de lógico este conceito pode não conduzir as empresas a uma melhor situação, pois a obtenção de um bom lucro não quer dizer que o futuro da empresa será beneficiado, visto que o conceito de maximização do lucro tem a visão no curto prazo e não permitindo uma visão no longo prazo. Sendo que, os acionistas investem pensando em dividendos recorrentes e contínuos ao longo prazo, razão porque gestões de aumento do lucro no curto prazo podem estar em desacordo com os interesses dos acionistas. Ainda de acordo com Padoveze (2016) administradores das empresas com interesses dissociados dos acionistas podem tomar decisões que levem a obter um excelente lucro, mas comprometer o futuro da empresa. Alguns exemplos de possibilidades que podem levar a tais resultados são: redução ou suspensão dos gastos com treinamentos e capacitação de funcionários; redução dos gastos com desenvolvimento de novos produtos; redução ou suspensão dos investimentos em modernização do parque operacional; aumento do volume de vendas por meio de descontos de preços, aumentando o valor do lucro, mas diminuindo a lucratividade dos produtos. Portanto, esses tipos de decisão estão associados ao objetivo de obtenção de maior lucro em determinado período e não remete a geração de lucro futuro. Conforme Padoveze (2016) a maximização da riqueza é o mesmo que criação de valor, pois a criação de valor representa o aumento da riqueza e maximizando-se a riqueza, maximiza-se o valor. Sendo que, a riqueza compreende o valor patrimonial de alguém ou de uma empresa, Mercado Financeiro e de Capitais 33 o qual é mensurado economicamente e, inclui todos os investimentos líquidos de suas dividas e os lucros gerados poresses investimentos até o momento da mensuração da riqueza. O valor da riqueza dos acionistas é representado nas demonstrações financeiras pelo valor do capital próprio ou patrimônio liquido. Para que você possa melhor entender o que são demonstrações financeiras, estou lhe disponibilizando o acesso aos demonstrativos financeiros da empresa AMBEV, acessando o link a seguir você poderá pesquisar as informações financeiras que desejar, da empresa AMBEV. https://bit.ly/3gWzd3n Funções de finanças Para Padoveze (2016) as principais funções de finanças decorrem das decisões de investimento, de financiamento e de dividendos, as quais os administradores são levados a tomar no cotidiano, com o objetivo de criar valor para a empresa e para os acionistas. Decisão de investimento Padoveze (2016) diz que a decisão de investimento é a mais importante das três, pois é a própria razão de ser de um empreendimento, ou seja, um investimento para gerar produtos e serviços e, consequentemente, por meio destes, gerar resultados. A decisão de investir é a mais complexa das decisões financeiras, pois envolve incerteza em todo o seu processo, visto que trabalha com um intervalo de tempo no presente para uma recuperação no futuro. De acordo com Hoji (2012) um investimento pode ser representado por aquisição de uma empresa, expansão de operação, implantação de software, etc., os quais irão gerar resultados econômicos durante sua vida útil, porém, as decisões de investimentos devem ser tomadas com base em informações cuidadosamente analisadas, pois comprometem a riqueza de uma empresa por longo tempo e seu retorno efetivo pode ser estimado somente no presente, e por isso acaba gerando incerteza. Hoji (2012) diz que para a tomada de decisão, um investimento deve ser comparável com outro investimento. Mercado Financeiro e de Capitais34 EXEMPLO: Deve-se fazer a comparação entre a compra de um equipamento novo ou a manutenção do equipamento antigo; a instalação de uma fábrica nova ou o aumento da capacidade de produção da fábrica existente; investir em gastos em pesquisas e desenvolvimento ou comprar tecnologia existente no mercado. Ainda de acordo com Hoji (2012) a engenharia econômica tem a finalidade de possibilitar a escolha da melhor alternativa de investimento, utilizando métodos de análise específicos, que demonstrem com clareza os retornos sobre os investimentos, considerando os níveis de riscos assumidos, e assim proporcionem a otimização dos recursos. Pense, em alguma decisão de investimento que você teve que fazer em sua vida pessoal. Você teve que analisar uma série de questões antes de tomar a decisão. Porém nas empresas existem ferramentas que dão suporte para tomar as decisões de forma a reduzir os riscos. Conforme Souza e Clemente (2012) um investimento, para a empresa, é um desembolso feito visando gerar um fluxo de benefícios futuros, usualmente superior a um ano, porém a decisão de investir é de natureza complexa, pois depende do retorno esperado e, quanto maiores forem os ganhos futuros, mais atraentes esse investimento parecerá para qualquer investidor, porém os ganhos futuros não são certos, e temos dois fatores que devem ser analisados, que são os retornos esperados que atraem os investidores e o risco que o afasta. Portanto, para a decisão de investimento é necessário realizar a estimativa do retorno esperado e do grau de risco associado a esse retorno. Padoveze (2016) diz que as propostas de investimentos envolvem riscos, visto que os benefícios futuros não são conhecidos e que o capital investido tem um custo financeiro ou de capital, e que o mesmo deve ser recuperado para justificar o investimento e o risco e, portanto, algumas variáveis devem ser analisadas para a tomada de decisão, citando-se como exemplo algumas: o valor do investimento; o período previsto de operacionalização do investimento; os fluxos futuros de lucros e caixa previstos pelo investimento durante o período previsto; o risco envolvido no investimento; o custo de capital. No que se refere ao balanço patrimonial, a decisão de investimento está no ativo. Mercado Financeiro e de Capitais 35 Hoji (2012) diz que é importante realizar a avaliação econômico- financeira de investimento para avaliar o fluxo de caixa futuro gerado pelo investimento realizado, visto que, existe o desembolso inicial e espera-se que o fluxo de caixa líquido seja positivo em períodos futuros. Decisão de financiamento De acordo com Padoveze (2016) a decisão de financiamento é a segunda decisão mais importante, pois o administrador financeiro é responsável por determinar o melhor mix de financiamento para o projeto ou estrutura de capital da empresa, seja, capital próprio e capital de terceiros. A decisão de financiamento envolve algumas variáveis, tais como: o montante do investimento; a disponibilidade de fundos de capital próprio e / ou de terceiros; o risco do investimento; o custo de capital das fontes de financiamento. No que se refere ao balanço patrimonial, a decisão de financiamento está ligada ao passivo. NOTA: Capital próprio: é obtido por meio de integralização de ações preferenciais e ordinárias e com os lucros retidos; Capital de terceiros: pode ser obtido por meio de empréstimos, financiamentos e emissão de títulos de dívida. Padoveze (2016) diz que a integralização de capital social é a principal fonte de recursos próprios, se a empresa for limitada, o dinheiro injetado na empresa a título de capital social é registrado sob o nome de cotas e, se a empresa for uma sociedade anônima, seja de capital aberto ou fechado, é registrada sob o nome de ações. A outra fonte de recursos próprios é a reinversão de lucros, na qual a parcela de lucros obtidos em cada período que não é distribuída entre os acionistas, é automaticamente reinvertida. Porém, a reinversão de lucros só se justifica se os investimentos na própria empresa apresentarem rentabilidade superior ao custo de oportunidade de capital do acionista. Mercado Financeiro e de Capitais36 NOTA: As empresas de sociedade anônima de capital aberto têm registro nas bolsas de valores transações com suas ações são feitas num mercado aberto e organizado, com cotações a todo instante e garantias que um mercado organizado, monitorado pela CVM, pode dar. Enquanto que as ações das empresas de sociedade anônima de capital fechado não têm um mercado organizado e são transacionadas no mercado de balcão, que não oferece possibilidade usual de oferta ao público, tendo assim um grau maior de dificuldade, pois não há demandante e ofertantes conhecidos no mercado aberto. Hoji (2012) diz que são inúmeras as modalidades de financiamento existentes no mercado financeiro, sendo que as fontes de capital de terceiros podem ser tanto financiamentos quanto empréstimos e, portanto, os empréstimos e financiamentos podem ser em moeda nacional ou estrangeira. Os principais empréstimos e financiamentos de capital de terceiros realizados em moeda nacional são: capital de giro, desconta de títulos, Hot Money, conta garantida, factoring, debêntures e recursos do BNDES. Enquanto os principais empréstimos e financiamentos em moeda estrangeira são: adiantamento sobre contratos de câmbio, financiamento de importação, arrendamento mercantil, etc. Segundo Hoji (2012) os empréstimos para capital de giro são fornecidos por meio de contrato no qual são estabelecidas as condições gerais e específicas da operação como valor, vencimento e a taxa de juros. Podem ser exigidas garantias, tais como: duplicatas, hipotecas, etc. Com relação ao desconto de títulos Hoji (2014) diz que o cedente da duplicata ou nota promissória transfere ao banco o direito de recebê-los nos respectivos vencimentos, recebendo antecipadamente o valor líquido dos títulos após descontados os juros. No vencimento, o devedor paga o valor do título ao banco, quebaixa da responsabilidade do cedente. Mercado Financeiro e de Capitais 37 Hot Money de acordo com Hoji (2012) é um empréstimo de curtíssimo prazo, geralmente de um dia a uma semana, a taxa de juros é baseada no CDI, acrescida de spread do banco e impostos, devido a cobrança de IOF e CPMF, etc., o custo efetivo pode tornar-se excessivamente alto. Conforme Hoji (2012) a conta garantida é para pessoa jurídica, na qual o banco abre uma conta de crédito para a empresa, a qual saca o valor de acordo com a necessidade e até o limite estabelecido, pode cobrir o saldo a qualquer tempo, sendo os encargos financeiros pagos periodicamente. Factoring de acordo com Hoji (2012) é uma operação de fomento comercial, na qual os direitos creditórios sobre a duplicatas são cedidos para a empresa de factoring, está operação não é regulamentada pelo Banco Central. Por seu custo final ser mais alto que os praticados pelos bancos são normalmente utilizados por empresas de pequeno e médio porte que têm dificuldades em obter linhas de crédito em bancos. Hoji (2012) diz que debêntures é um título emitido por sociedades anônimas de capital aberto, para captar recursos de médio e longo prazo no mercado financeiro. Segundo Hoji(2012) o BNDES fornece linhas de financiamento de máquinas e equipamentos de fabricação (FINAME); financiamento à exportação de máquinas e equipamentos, entre outras. Para Hoji (2012) o adiantamento sobre contratos de câmbio é um incentivo à exportação, devido a isso seu custo é mais baixo do que a taxa de mercado, o exportador de posse do contrato de fornecimento ou pedido de compra e recebe o valor equivalente em moeda local, convertido pela taxa de câmbio da data da operação. A operação pode ser realizada antes do embarque e recebe o nome de ACC ou após o embarque que passa a chamar-se ACE. E aí, ficou interessado no assunto e quer saber mais? https://bit.ly/2CC7beY Em relação ao financiamento da importação, Hoji (2012) diz que os bens adquiridos no exterior podem ser financiados, e que em vez de o importador pagar as compras à vista, o banco paga a vista o exportador e Mercado Financeiro e de Capitais38 importador fica devendo para o banco e pagará de acordo com o vencimento definido. É uma modalidade de crédito muito utilizada por empresas de importação, disponíveis em diversos bancos comerciais, porém para que você possa aprofundar um pouco mais seus conhecimentos disponibilizo o link do banco do Brasil, o qual também apresenta outras modalidades de crédito para empresas. Ficou interessado? https://bit.ly/32ttEWv Arrendamento mercantil de acordo com Hoji (2012) é uma forma de financiamento de bens do Ativo Imobilizado, na qual por meio do Leasing uma empresa arrenda um bem do fabricante, o bem pode ser móvel ou imóvel, de fabricação nacional ou estrangeira, mediante pagamentos mensais, trimestrais, etc. durante a vigência do contrato. Decisão de dividendos De acordo com Padoveze (2016) a decisão de dividendos é a terceira, e ela complementa as outras duas já citadas anteriormente, uma vez que trata do retorno do capital aos investidores após a geração de lucros e criação de valor, pois implica na decisão de distribuir ou reter os lucros obtidos. Sendo que, a distribuição de dividendos determina a parcela de lucros que fica retido na empresa, a qual deve ser analisada em relação ao custo de oportunidade de autofinanciamento, a decisão de dividendos deve ser analisada sempre em relação à decisão de financiamento. No que refere ao balanço patrimonial à decisão de dividendos está ligada ao passivo. Tomada de decisão financeira e custo de capital De acordo com Padoveze (2016) no que se refere às decisões financeiras e o custo de capital, a administração financeira se embasa na solução dessas três decisões (investimento, financiamento e dividendos), pois elas estão inter-relacionadas e juntas elas determinam o valor da empresa para os acionistas. Sendo que, o custo de capital das fontes de financiamento determina a avaliação do projeto de investimento e sua aceitação ou não, enquanto que, os lucros gerados pelo investimento devem cobrir o custo de capital, remunerando as fontes próprias e de terceiros e gerando o valor adicionado para a empresa e os acionistas, e Mercado Financeiro e de Capitais 39 após a remuneração das fontes de financiamento de terceiros, a distribuição de dividendos justifica o investimento de capital dos acionistas. Portanto, o custo de capital é o elemento que integra as decisões de investimentos, financiamentos e dividendos. Intermediação financeira Pinheiro (2012) define intermediação financeira como uma atividade que tem por finalidade viabilizar o atendimento das necessidades financeiras de curto, médio e longo prazo dos agentes econômicos deficitário. Ou seja, os que necessitam de recursos, ao mesmo tempo aplicando o excedente monetário dos agentes econômicos superavitários, os poupadores que estão dispostos a realizar transações financeiras no mercado financeiro, para melhor entender observe a Figura 3. Figura 4: Intermediação financeira Fonte: Adaptado pela autora De acordo com Pinheiro (2012), o processo de intermediação financeira funciona por meio da transferência de recursos entre ofertadores de recursos que podem ser pessoas físicas, pessoas jurídicas e governo federal, estadual e municipal, que possuem recursos excedentes, por outro lado os tomadores de recursos também podem ser pessoas físicas, pessoas jurídicas e governo federal, estadual e municipal, que necessitem de recursos, e a intermediação de compra dos recursos dos ofertadores e os vende aos tomadores é realizada por (bancos; caixas econômicas; sociedade de crédito imobiliário; factoring; sociedades de crédito, financiamento e investimento; sociedade de crédito mercantil, etc.), sendo as transferências viabilizadas por meio de mercados financeiros. Você certamente em algum momento já foi poupador ou tomador. Você sabia como são realizadas essas operações financeiras? Mercado Financeiro e de Capitais40 Segundo Kerr (2011) a intermediação financeira pode ser direta ou indireta, é direta quando o poupador deposita seus recursos excedentes em uma instituição financeira (ex. banco comercial) que recebe do poupador e repassa ao tomador; é direta quando a instituição financeira coloca poupadores e tomadores em contato direto. Se os recursos poupados forem aplicados para ampliar a capacidade produtiva podem aumentar ainda mais a renda dos poupadores, e desta forma representam um investimento. Portanto, poupança e investimento constituem a base do mercado financeiro. Cavalcante, Misumi e Rudege (2009) dizem que a intermediação financeira é importante, pois funciona como forma de aproximar de forma organizada, a oferta e a procura, nas negociações com valores mobiliários, ativos financeiros e derivativos em geral. Sem a presença do intermediário financeiro, as pessoas que possuem recursos ociosos e aquelas que necessitam de recursos para o desenvolvimento das atividades econômicas teriam pouca oportunidade de se encontrarem, e quando estivessem frente a frente teriam dificuldades e obstáculos na forma de negociar a oferta e a demanda dos recursos financeiros. Imagine como seria sem os intermediadores. Será que seria mais difícil conseguir crédito? Qual o impacto que que isso teria na economia? RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido os conceitos de finanças e como elas funcionam no cotidiano, quais os objetivos e funções de finanças. Mercado Financeiro e de Capitais 41 Riscos financeiros e o ambiente econômico INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender a relação da economia com o mercadofinanceiro, bem como a importância do mercado financeiro para a sociedade. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão e para seu dia a dia, pois pessoas que ocupam ou pretendem ocupar um cargo de responsabilidade em empresa privada ou pública, ou ter seu próprio negócio, necessitarão de conhecimentos de economia e finanças para que possam analisar os problemas e tomar decisões com as soluções mais viáveis para casa situação e assim podendo minimizar os impactos dos riscos. Vamos adiante? Motivado para desenvolver esta competência? Bom estudo. Riscos em finanças De acordo com Oliveira et.al. (2018) devido ao ambiente econômico ter sofrido grandes mudanças ao longo dos anos 2000, como consequência foram trazidos novos níveis de risco à realidade das empresas, e como as empresas estão inseridas neste ambiente, estão submetidas a uma série de riscos devido à falta de certeza sobre o futuro. Portanto, o risco é inerente à atividade empresarial. Conhecer os riscos, tomar decisões ou ações que possam reduzi-los ou eliminá-los, é algumas questões que devem ser consideradas antes de empreender ou conduzir qualquer atividade. Segundo Hoji (2012) o risco existe em todas as operações empresariais, tudo que é decidido hoje, visando um resultado futuro, está sujeito a algum grau de risco. Porém, com base em condições e fatos conhecidos, podem-se projetar os fatos que acontecerão no futuro, sendo que os mesmos podem acontecer, mas não exatamente como foi projetado. Oliveira et.al. (2018) diz que em finanças o termo risco representa a probabilidade de perda, que de acordo com a definição financeira, é Mercado Financeiro e de Capitais42 a dispersão de resultados inesperados, decorrentes do movimento das variações financeiras, ou seja, risco financeiro significa estar exposto à volatilidade. Se ocorrer um movimento adverso no preço ou na taxa de juros pode afetar os fluxos de caixa da empresa e, portanto, prejudicar sua rentabilidade ou valor de mercado. Você deve estar se perguntando, como isso acontece na realidade no meio empresarial. Aí vai um exemplo. Tenho que certeza que a partir deste exemplo você vai conseguir pensar em muitos outros. E você, já passou por alguma situação de risco? Que tal tentar lembrar. EXEMPLO: Uma empresa que se financia com uma taxa de juros variável estará exposta ao risco, pois se a taxa de juros subir os custos financeiros se elevaram também; ao contrário, se um investimento financeiro for realizado com taxa de juros variável, estará exposta ao risco, pois se as taxas de juros baixarem, ela poderá obter rendimentos menores se comparados com outras opções. Riscos versus incerteza De acordo com Assaf Neto (2014) as decisões não são tomadas em ambiente de total certeza com relação a seus resultados, como essas decisões estão voltadas para o futuro existe, portanto a variável incerteza nas operações do mercado financeiro. Sendo que se a incerteza estiver associado a verificação de determinado evento que possa ser quantificada por meio de probabilidades dos diversos resultados previstos, diz-se que a decisão está sendo tomada sob uma situação de risco. Oliveira et.al. (2018) diz que os riscos e as incertezas refletem rapidamente no sistema financeiro global em razão da grande interconexão dos mercados, sabe- se também que muitos negócios e empresas deixarão de existir num futuro não muito distante, que traz apreensão, e diante disso o tema risco ficou mais complexo e nenhuma organização está imune aos seus efeitos. De acordo com Oliveira et.al. (2018) o risco pode ser entendido como a incerteza a respeito dos resultados esperados e, tanto o risco como a incerteza, está associado à existência de um conhecimento incompleto, Mercado Financeiro e de Capitais 43 porém, a uma diferença conceitual entre eles. Oliveira et.al. (2018) dizem que o risco se refere aos casos em que se conhecem os eventos futuros, se conhece a dimensão deles em termos do investimento analisado e, antecipadamente, também se conhece a probabilidade de ocorrência desses eventos. Já a incerteza é a falta de certeza, ou seja, existe dúvida, pois são situações nas quais se tem conhecimento antecipado dos eventos futuros, podendo ou não saber a dimensão deles, mas não se sabe com antecedência a probabilidade de acontecerem. Souza e Clemente (2012) dizem que o termo incerteza é geralmente utilizado quando a informação é tão escassa que não se sabe quais os eventos possíveis ou se sabe os eventos possíveis, mas não se consegue atribuir probabilidade a eles. Como por exemplo: o comportamento da economia, as vendas futuras de certo produto, o desgaste e custo de manutenção de equipamentos, etc., pois neste exemplo, pode se fazer previsão, mas não se pode determinar quando e com que intensidade eles irão ocorrer. Enquanto que, o termo risco é utilizado quando a informação disponível é suficiente para determinar os possíveis eventos e atribuir-lhes probabilidade. Oliveira et. al. (2018) dizem que em uma situação de risco, sabe-se a exata distribuição de probabilidade de cada um dos eventos possíveis relacionados à decisão tomada. De acordo com Oliveira et. al. (2018) a medição do risco é fundamental para o conhecimento do nível de probabilidade aceitável de perda de valores em determinados momentos e, a análise e o controle de riscos proporcionam informações sobre a realidade econômica empresarial. Portanto, é importante que o tema “risco” esteja no radar das empresas para que possam minimizar os efeitos e tomar as decisões mais adequadas. Você já deve ter assistido nos telejornais reportagens sobre o cadastro positivo. Você sabe o que é, e como ele impacta no mercado financeiro e quais os benefícios que você enquanto consumidor terá? Como já visto que todas as operações financeiras apresentam riscos, pois as decisões são tomadas no presente para acontecer no futuro. Diante disso, o cadastro positivo tem como objetivo reduzir o índice de Mercado Financeiro e de Capitais44 risco e incerteza no mercado financeiro. Ficou interessado? Estou lhe disponibilizando o link da Serasa, o qual apresenta todas as informações necessárias sobre o cadastro positivo, tenho certeza que será útil e que esclarecerá as eventuais dúvidas que você possa ter. http://bit.ly/2r7HI74. Riscos na atividade econômica, em empresas em mercados financeiros De acordo com Oliveira et.al. (2018) são diversos os tipos de riscos que estão envolvidos na atividade econômica, e elas começam antes mesmo das operações serem fechadas e continuam após seu fechamento. Sendo que, os riscos econômicos são os que derivam de outros fatores e que podem implicar a ocorrência de um maior nível de gastos ou de um menor nível de receitas, como por exemplo: avanços tecnológicos podem implicar que determinados equipamentos produtivos fiquem obsoletos antes do prazo inicialmente previsto. Segundo Hoji (2012) os riscos de natureza financeira podem exercer impacto sobre os ativos e passivos financeiros, bem como sobre os preços futuros e podem causar grandes prejuízos financeiros, como por exemplo, aumento inesperado e considerável do preço da matéria prima; redução forçada do preço de venda; aumento ou redução inesperada e considerável da taxa de câmbio; aumento ou redução inesperada e considerável da taxa de juros, etc. Dos exemplos citados que proporcionam riscos de natureza financeira, vamos pegar “o aumento ou redução inesperada e considerável da taxa do Dólar”. A notícia disponibilizada a seguir mostra que o Dólar teve uma alta. E aí, vamos ver o que aconteceu com o dólar? REFLITA: E agora! Que tal refletir sobre quais são as causas da alta do dólar? Quais os impactos para a economia quer seja para os investidores, empresários sejam importadores ou exportadores e para você enquanto consumidor? Observe na figura a seguir a variação do Dólar em 2020, no que serefere às negociações comerciais empresariais é o Dólar comercial que é utilizado, o dólar turismo é utilizado para conversão em operações para turistas. Mercado Financeiro e de Capitais 45 Oliveira et.al. (2018) dizem que adotando uma visão estratégica sobre a empresa, os riscos que elas estão expostas são: riscos de negócios, que são os riscos que a empresa está disposta a assumir para criar vantagens competitivas e agregar valor aos acionistas; riscos estratégicos, que são os riscos resultantes de mudanças fundamentais na economia ou no ambiente político; e os riscos financeiros, que são os riscos relacionados com as possíveis perdas nos mercados financeiros, sendo que a exposição ao risco financeiro implica um ganho ou uma perda financeira, dependendo do comportamento dos preços em questão. De acordo com Oliveira et.al. (2018) atualmente as operações financeiras estão expostas a riscos que podem produzir grandes impactos nos resultados e na continuidade das empresas e dentre os diversos riscos aos quais as empresas estão expostas, os riscos financeiros são considerados os mais importantes. Os riscos financeiros podem ser classificados em quatro categorias, que são: risco de mercado, risco de crédito, risco operacional e, risco legal. Risco de mercado Segundo Oliveira et. al. (2018) os riscos de mercado se referem à possibilidade de perda em determinado período, os quais podem ser causados por fatores como, movimentos inesperados e adversos nas taxas de juros, taxas de câmbio ou preço dos ativos. Que tal pensar no que ocorre com o dólar! O qual talvez seja o mais comum no nosso dia a dia, pois sempre que tem uma alteração na taxa cambial ouvimos nos noticiários. Risco de crédito Oliveira et. al. (2018) dizem que o risco de crédito é a probabilidade de que um cliente o valor principal que foi tomado como empréstimo e / ou crédito e nem pague os juros conforme negociados, e está relacionado com a capacidade da outra parte de cumprir as obrigações negociadas. Sendo que quanto maior o montante da dívida e a taxa de juros que uma empresa pública ou privada deve pagar, maior a probabilidade de a soma da amortização e dos juros se tornarem um problema. Você já Mercado Financeiro e de Capitais46 deve ter ouvido nos noticiários que a taxa de inadimplência aumentou ou diminuiu em determinado período. E aí, conseguiu entender melhor como o risco de crédito impacta em nossas vidas e na situação financeira das empresas? Risco operacional Conforme Oliveira et. al. (2018) o risco operacional pode ser entendido pelo conjunto de incidentes possíveis na cadeia de operações e manipulações necessárias para materializar o posicionamento no mercado. Os riscos operacionais são oriundos da falta de segurança na guarda e no transporte de ativos, da insuficiência de controles e informações, de processamento e controles inadequados, de quebra de sigilo, da possibilidade de fraudes. Os podem ocasionar riscos de crédito, liquidez, etc. Hoji (2012) diz que os riscos de natureza operacional podem ser causados por catástrofes, fraudes, falha humana, produtos e serviços. Como por exemplo: perda material que podem ser causadas por incêndio, naufrágio. Inundação, terremoto, guerra, colisão de veículos, roubo, etc.; lucro cessante que podem ser causados por perda de lucro em função da paralisação das operações pelo incêndio, falta de matéria prima no mercado, etc.. E você conseguiu lembrar alguma situação? Que tal pensar nos casos das operações realizadas pela Lava Jato. Risco legal Oliveira et. al. (2018) dizem que o risco legal traduz a possibilidade de ocorrência de perdas pelo fato de um contrato não ter aplicabilidade legal e inclui riscos resultantes de documentação insuficiente e de poderes reduzidos da contraparte. Portanto, esse risco ocorre com a possibilidade de uma perda em função da não execução de uma operação provocada pela incapacidade de uma das partes não cumprir os compromissos, ou quando uma contraparte não tem autoridade legal para realizar uma transação. Mercado Financeiro e de Capitais 47 Gestão dos riscos De acordo com Hoji (2012) a gestão dos riscos é muito importante em qualquer empresa, pois com o mercado globalizado, um fato econômico ocorrido na Ásia, provoca reflexo imediato na economia brasileira. Sendo que, principalmente os riscos de natureza financeira devem ser bem administrados, pois exercem impactos também sobre as operações, como por exemplo, o aumento dos custos de produção ou financiamento é repassado aos preços e esse fator pode prejudicar as vendas. Muito se ouviu falar em praticamente todos os telejornais e também lemos na internet, referente a morte do general iraniano Qasem Soleimani. E então? Você sabe que este fato pode ter impacto no Brasil. Quer saber mais. Acesse o link a seguir e leia a notícia. https://bit.ly/2Wh8F5h Risco e retorno esperados Para Assaf Neto (2014) o conceito de risco pode ser entendido de diferentes maneiras, dependendo da pessoa que está avaliando, alguns tipos de risco podem ser: risco aéreo, para uma companhia seguradora; risco de contrair uma doença para uma pessoa qualquer; risco de insucesso de um negócio, para o empresário; e assim por diante. Sendo o risco interpretado pelo nível de incerteza associado a um acontecimento. No caso de empresas, os riscos se referem ao seu risco total, que é o risco econômico e o financeiro. Segundo Assaf Neto (2014) as principais causas determinantes do risco econômico são de natureza conjuntural (alterações na economia, tecnologia, etc.), de mercado (crescimento da concorrência) e do próprio planejamento e gestão da empresa (vendas, custos, preços, investimentos, etc.). Enquanto que o risco financeiro está mais diretamente relacionado com o endividamento (passivo) da empresa, sua capacidade de pagamento, e não com as decisões de ativos, conforme definidas para o risco econômico. Sendo, portanto, que o risco total de qualquer ativo é definido pela parte sistemática que é o (risco sistemático ou conjuntural) e não sistemática que é o ( risco específico ou próprio do ativo). Mercado Financeiro e de Capitais48 De acordo com Assaf Neto (2014) o risco sistemático é inerente a todos os ativos negociados na carteira e, são determinados por eventos de natureza política, econômica e social, enquanto que o risco não sistemático é identificado nas características do próprio ativo, não se alastrando aos demais ativos da carteira. E você já realizou algum tipo de investimento em ações? No que se refere ao retorno, Assaf Neto (2014) diz que pode ser entendido como um ganho ou perda, de um investimento em um determinado período de tempo. Relação risco, retorno e investimento Para Assaf Neto (2014) a postura de um investidor em relação ao risco é pessoal, sendo que alguns podem ter um perfil avesso ao risco e prefere investimentos que possibilitem retorno com menor risco, porém tem o que se mantém neutro sendo indiferente ao risco e também é indiferente ao risco de retorno do investimento, e tem o investidor que é propenso ao risco e prefere os investimentos com maior risco. E você? Qual é seu perfil de investidor? Se você é avesso ao risco vou lhe deixar o link de acesso ao site do Tesouro Nacional. Ficou interessado? Então acesse o link e saiba tudo o que você precisa para começar investir. https://bit.ly/30auh4o Risco e rentabilidade De acordo com Oliveira et. al. (2018) a liquidez pode ser entendida como a capacidade de uma instituição honrar seus compromissos financeiros no vencimento, é um indicador bastante importante para as empresas, visto que reflete a capacidade de pagamento delas, porém, a liquidez de uma empresa é motivo de preocupação para acionistas, credores, administradores e investidores, visto que pode impactar na rentabilidade dos acionistas e também na capacidade de pagamento em
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