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Fundamentos das Finanças 
Empresariais
Finanças 
Corporativas
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
AUTORIA
André de Faria Thomáz
Sou bacharel em Ciências Contábeis pela Faculdade de Minas 
(2006); e mestre (2011) e doutor (2018) em Administração pela Pontifícia 
Universidade Católica do Paraná. Atuo como contabilista e como professor, 
nas modalidades presencial e a distância, nas áreas de auditoria contábil 
de departamentos, de finanças e de pessoal.
Durante minha atuação como contabilista, tenho vasta experiência 
na área de Obrigações Acessórias e Obrigatórias. Por outro lado, ao longo 
de minha experiência como docente, além de ter sido coordenador de 
curso, lecionei, principalmente, as seguintes disciplinas: Contabilidade 
Básica; Economia; Planejamento e Contabilidade Tributária; Contabilidade 
de Custos e Análise de Custos; Gestão por Processos; Estrutura das 
Demonstrações Contábeis; Análise das Demonstrações; Contabilidade 
Gerencial; Teoria da Contabilidade; Contabilidade Intermediária; 
Contabilidade Internacional; Auditoria; Contabilidade Empresarial; Controle 
Interno; Matemática; Logística; Recursos Humanos; e Gestão de Risco.
Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha experiência 
de vida àqueles que se iniciam em suas profissões. Por isso, fui convidado 
a integrar o elenco de autores independentes da editora TeleSapiens. 
Estou muito feliz por poder ajudá-lo, aluno, nesta fase da vida de muito 
estudo e de muito trabalho.
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Evolução e Aspectos das Finanças Empresariais .......................... 14
Sistemas de Avaliação de Investimentos e Financiamentos 
Empresariais ..................................................................................................24
Breve Introdução à Administração Financeira ...........................................................24
Capital de Giro ...................................................................................................................................28
Recursos Financeiros Empresariais ..................................................... 32
Métodos de Avaliação de Investimentos .......................................... 41
Viabilidade do Aporte de Financiamento de Terceiros ....................................... 41
Financiamentos de Curto Prazo: Fontes ........................................................................44
9
UNIDADE
01
Finanças Corporativas
10
INTRODUÇÃO
Você, alguma vez, pensou em qual área foca as necessidades do 
comércio e da indústria? Respondendo a esse possível questionamento, 
trata da área de finanças. Atualmente, convivemos com a expectativa que, 
em um período de dez anos, a área gere um número bastante relevante 
de postos de trabalho.
Dentre as mencionadas necessidades do comércio e da indústria, 
está um maior apoio da área conhecida como Finanças Corporativas, 
que mantém estreita relação com as atividades financeiras e contábeis 
das organizações. Lembra-se da criação, durante a próxima década de 
um número bastante relevante de postos de trabalho? A responsável 
por esse crescimento será a área Finanças Corporativas, cuja principal 
incumbência é a compreensão de quais de seus processos influenciam a 
administração financeira de determinada organização.
Nesse sentido, concordará conosco, aluno, se afirmarmos que 
dominar os princípios das Finanças Corporativas é uma das habilidades mais 
prementes de um gestor financeiro? Na medida em que tenha entendido 
com o que, na prática, a área lida, certamente entraremos em concordância. 
Devemos, juntos, ao longo deste material, verificar que, conforme as 
tecnologias e o processo de globalização evoluíram, os diversos tipos de 
transações financeiras existentes abandonaram as suas antigas posições 
e ultrapassaram as barreiras das organizações. Sendo assim, atualmente, 
defrontamos um mercado de proporções globais cujas empresas 
experimentam, ao mesmo tempo, uma integração com a economia local, 
com a economia nacional e com a economia mundial.
Considerando, portanto, que vige uma realidade em os atores 
econômicos se relacionam de uma maneira muito próxima, influenciando-
se mutuamente, podemos definir, com uma clareza impressionante, o 
objetivo que a área Finanças Corporativas pretende cumprir: estimular, 
providenciando os meios adequados para que isso aconteça, que tanto os 
profissionais quanto as organizações conheçam as informações estratégicas 
do universo das transações econômicas.
Finanças Corporativas
11
Se esse objetivo não o convenceu, leitor, de que a área é crucial 
para as organizações contemporâneas, encaremos a questão por outro 
prisma. Não é verdadeiro que, como afirmei anteriormente, vivemos 
em uma realidade globalizada e tecnológica? Por outro lado, não é 
verdadeira, igualmente, a interação das organizações com os mercados 
nacional e global? Aceitando que ambas as proposições são verdadeiras, 
chegaremos à conclusão de que, para sobreviver em meio à acelerada 
e acirrada competição dos diversos mercados, as empresas devem 
conhecer seus procedimentos internos muito bem; e, a partir dessa 
consciência, buscar estratégias para aprimorar os seus resultados. 
Consegui, agora, convencê-lo, leitor?
Como as transformações que as transações financeiras sofreram as 
tornaram mais complexas e, também, mais fluidas, as decisões tomadas 
pelos gestores financeiros devem basear-se em dados fidedignos sobre 
a situação das empresas e dos mercados. Com conhecimentos da área 
de Finanças Corporativas, será possível, então, que os gestos financeiros 
controlem melhor a forma como os recursos institucionais são aplicados, 
agregando, como resultado, um maior valor às operações de seu negócio. 
Explorar como isso se viabiliza é a meta desta disciplina.
Bons estudos!
Finanças Corporativas
12 Finanças Corporativas
13
OBJETIVOS
Olá, aluno! Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Quando finalizar esta 
etapa de nossa disciplina, você terá desenvolvido, com o meu auxílio, as 
seguintes competências:
1. Compreender a evolução e os principais fundamentos das finanças 
empresariais.
2. Interpretar o funcionamento dos sistemas de avaliação de 
investimentos e financiamentos das empresas.
3. Avaliar as necessidades de recursos financeiros para empresas.
4. Aplicar os métodos de avaliação de investimentos e o de valor 
presente líquido.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho!
Finanças Corporativas
14
Evolução e Aspectos das Finanças 
Empresariais
OBJETIVO:
Quando finalizar este capítulo, você terá compreendido 
como devem ser desenvolvidas rotinas empresariais 
consideradas boas.Dentre esse conjunto de rotinas 
empresariais, você focará como a área de Finanças 
Corporativas é aplicada, de maneira orgânica, às atividades 
das organizações.
Não são raros os casos de profissionais de finanças que se lançam 
ao mercado de trabalho sem dominar os conhecimentos necessário 
para o exercício da sua função. Você conhece algum casso desse tipo, 
certamente. Portanto, para evitar problemas futuros, preste atenção às 
dicas e às explicações que darei ao longo desta unidade. Motive-se e 
acompanhe meus passos bem de perto!
Aludindo à breve discussão que tivemos na “Introdução” deste 
material, podemos, desde já, apontar com quais campos de conhecimento 
a área Finanças Corporativas interage diretamente. Farei, a seguir, uma 
listagem não exaustiva de tais campos de conhecimento:
 • Contabilidade.
 • Estatística.
 • Psicologia.
 • Economia.
 • Planejamento Estratégico.
 • Administração Financeira.
Finanças Corporativas
15
Apenas com base no que vimos até aqui e nas áreas de conhecimento 
mencionadas, apontarei a seguinte definição (preliminar) de Finanças 
Corporativas: área que, com base em uma relação harmônica com 
campos de conhecimento, apropriando-se de saberes interdisciplinares, 
visa a uma utilização eficaz e eficiente dos recursos financeiros das 
organizações. Soou-lhe clara, aluno, essa primeira definição? 
No decorrer deste capítulo, leitor, você terá outras oportunidades 
de dominar o conceito de Finanças Corporativas, caso o do parágrafo 
anterior não tenha sido, de todo, relevante para a sua aprendizagem. Além 
disso, estudará o que é capital de giro e o que isso tem que ver com a área 
Finanças Corporativas e com a administração financeira.
NOTA:
Embora já tenha apresentado essa ideia, não é demais 
destacar que a área Finanças Corporativas se torna 
relevante por viabilizar meios pelos quais as organizações 
e os profissionais se tornam capazes de aprimorar os seus 
processos, como é o caso das organizações; e as suas 
habilidades, como é o caso dos profissionais. Obviamente, 
tais processos e habilidades estão relacionados à gestão 
de recursos financeiros.
Para que prossigamos com nossas reflexões, recorreremos a Kato 
(2012), segundo quem, “em sentido amplo, Finanças busca estudar os 
processos e os instrumentos envolvidos na transferência de recursos 
financeiros entre pessoas, organizações e governo” (KATO, 2012, p. 26). 
Aluno, adote essa citação como o contexto necessário para que revelemos 
a interdependência dos agentes do universo das finanças, os quais são 
subjacentes, por um lado, à operacionalidade das organizações; e, por 
outro, à sua manutenção e aos posicionamentos futuros no competitivo 
mercado econômico. Guarde essas informações na memória por um 
momento e observe, a seguir, a Figura 1.
Finanças Corporativas
16
Figura 1– Agentes presentes no universo das finanças
PESSOAS
GOVERNO ORGANIZAÇÕES
$ $
Fonte: Kato (2012, p. 26.)
Você conseguiria citar o elemento mais importante para o 
funcionamento de uma empresa, aluno? Se você pensou que essa 
responsabilidade cabe ao fator humano – aos colaboradores da 
organização –, saiba que está alinhado com o que estamos estudando. 
Portanto, não é à toa que, na figura 1, “Pessoas” ocupa a posição superior 
da tríade de agentes presentes no universo das finanças. Sem pessoas, 
nem há clientes, de cujo consumo surge o lucro das empresas; nem 
há colaboradores, de cujo trabalho provém os produtos ou serviços 
fornecidos aos consumidores pelas empresas. 
Retomando as informações que pedi que guardasse na memória, 
poderemos, de fato, entender a dimensão da interdependência existente 
entre os agentes presentes no universo das finanças. A operacionalidade 
das empresas – a dinâmica dos seus processos e das suas relações 
internas e externas – se deve ao fator humano. É possível que uma 
Finanças Corporativas
17
empresa sobreviva a um longo período de crise financeira, mas é viável, 
aluno, que progrida sem colaboradores para conduzir os seus processos? 
Não, isso não é viável.
Na parte inferior direita da figura 1, as “Organizações” são indicadas 
como agentes presentes no universo das finanças. Esse é, talvez, dos três, 
o agente mais óbvio, visto que, quando se trata de operações financeiros, 
identificamos, com facilidade, o papel que as empresas desempenham. 
Na relação de interdependência com os demais agentes, as 
organizações estão mais associadas à própria manutenção no mercado. 
Para isso, devem-se garantir boas relações internas – com e entre 
colaboradores – e externas – com clientes, com fornecedores, com 
concorrentes e com intuições financeiras de porte variável. Nesse sentido, 
a maior colaboração da área de Finanças Corporativas para as empresas 
virá na forma de estratégias comerciais que possibilitem que se destaque 
de seus concorrentes frente à resposta às demandas do mercado.
Se analisamos o que são e o que representam pessoas e 
organizações no universo das finanças, você, aluno, é capaz de adivinhar 
que a terceira relação que exploraremos será a que existe entre o governo 
e os posicionamentos futuros das empresas no mercado. Não é novidade 
que um governo, independentemente do nível em que opere (municipal, 
estadual e federal), tem a prerrogativa de influenciar as decisões 
econômicas que estão sob seu escopo. Por exemplo, no caso do governo 
federal, sob cujo escopo está o país inteiro, existirá a prerrogativa de 
modificar, de maneiras positivas e negativas, o posicionamento de suas 
empresas e, em consequência, o de sua economia no cenário mundial.
Como acontecem as intervenções do governo nas empresas e nos 
mercados interno e externo? Você saberia dizer, aluno? Há várias maneiras 
de isso acontecer, mas as principais dizem respeito aos seguintes fatores: 
taxas de juros; flutuação cambial; quantidade e aplicação de tributos; e 
investimentos em áreas estratégicas.
Com o que estudamos até o momento, podemos atualizar a 
nossa primeira definição de Finanças Corporativas. Recorde-se que a 
consideramos, em um momento inicial, a área que, com base em uma 
Finanças Corporativas
18
relação harmônica com campos de conhecimento, apropriando-se de 
saberes interdisciplinares, visa a uma utilização eficaz e eficiente dos 
recursos das organizações. Agora, somos capazes de especificar que, 
em contrapartida à aplicação dos recursos financeiros, a área deve 
determinar como funcionam as interações entre os agentes presentes 
no universo das finanças. Se não o fizer, de nada adiantarão os saberes 
interdisciplinares que mobiliza em função da aplicação eficiente e eficaz 
dos recursos financeiros.
A mobilização dos saberes interdisciplinares, quando é associada 
ao correto reconhecimento dos papéis e das decisões dos agentes 
presentes no universo das finanças, é o que sustenta a atuação dos 
gestores financeiros. Dessa forma, a correta utilização da área Finanças 
Corporativas permite que os gestores financeiros tenham maior segurança 
quanto a como as suas atitudes e as suas destinações de recursos 
impactará o desenvolvimento da empresa no mercado. A esse respeito, 
Assaf Neto e Lima (2010) afirmam que
Esse processo decisorial básico ao sucesso de toda 
empresa vem assumindo complexidades e riscos cada 
vez maiores na economia brasileira. Altas taxas de juros, 
carga tributária elevada, baixo volume de crédito de longo 
prazo, intervenções nas regras de mercado da economia, 
comportamento nas taxas de inflação, desafios para o 
crescimento de nossa economia, entre outros aspectos, 
vêm exigindo uma capacidade mais questionadora e 
analítica das unidades decisórias. (ASSEF NETO; LIMA, 
2010, p. 2)
Portanto, conclui-se, com base em nossas reflexões e na dos 
autores acionados, que a área propicia, ao mesmo tempo, a análise 
situacional e a análise gerencial dos recursos financeiros. Como resultado 
desse processo, oferece o suporte de que os gestores necessitampara 
manter os seus negócios em uma rota positiva.
Como, em tal contexto, os gestores são capazes de aprimorar os 
resultados institucionais e de, como consequência direta disso, aumentar 
o patrimônio da sua organização? A resposta que buscamos está na 
Administração Financeira, área que apontamos, no início desta unidade, 
Finanças Corporativas
19
como umas das que se arrolam no conjunto de campos de conhecimentos 
incorporados pela área Finanças Corporativas.
SAIBA MAIS:
A Administração Financeira é a ferramenta que decifra 
as finanças corporativas e que regula a sua aplicação à 
estrutura organizacional. Basicamente, a sua função é a de 
apontar, adequadamente, em quais processos os recursos 
financeiros devem ser investidos, com o intuito de garantir, 
minimamente, a continuidade da saúde financeira das 
empresas; e, idealmente, uma expansão exponencial dos 
seus patrimônios e das suas influências sobre o mercado. 
Como esse será o assunto de nossa próxima seção, 
ficaremos, por enquanto, com as informações apresentadas 
neste parágrafo.
Vimos, há pouco, que o fator recurso movimenta as organizações, 
representando, na prática, a sua força física. Assumindo essa comparação, 
enquanto as pessoas são o corpo de uma empresa, o capital é a sua 
alma e centraliza em si as suas vontades. Não é exagero admitir que o 
capital é a razão de as empresas existirem. Por ter essa condição, deve 
ser administrado exemplarmente, com vistas a ser multiplicado, segundo 
as demandas dos nichos mercadológicos em que as organizações estão 
inseridas.
VOCÊ SABIA?
Todo gestor deve decidir, em momento, quais processos 
financiar, seja para multiplicar o capital da sua organização, 
seja para estancar sangrias internas. A isso, damos o nome 
de decisão de financiamento, sobre a qual pesa a avaliação 
dos benefícios e dos malefícios da destinação do capital.
Da atuação do gestor ou administrador financeiro, dependem o êxito 
das aplicações financeiros e retornos, em forma de lucro, condizentes 
Finanças Corporativas
20
com os investimentos. Em decorrência das habilidades que são inerentes 
à sua função, habilidades essas que são transversais a múltiplos campos 
de conhecimento, esse profissional tem recebido destaque no mundo 
dos negócios. Observando as altas taxas de mortalidade empresarial 
do Brasil, podemos supor o quanto o nosso mercado está carente de 
planejamento financeiro.
De acordo com Bedê (2005), que analisa dados coletados pelo 
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo 
(Sebrae-SP), cerca de 56% das micro e pequenas empresas encerram 
as suas atividades antes de completarem cinco anos de existência, ao 
passo que 29% sequer resistem ao primeiro ano de atividades. Portanto, a 
realidade respalda a tendência que se verifica no mercado: a posição de 
gestor financeiro tem sido mais demandada, com o objetivo de prolongar 
a vida útil das empresas.
Exemplo: Atualmente, a oferta de profissionais capacitados no 
mercado é menor do que a demanda das organizações. Por esse motivo, 
é comum que as atividades relacionadas às finanças (dentre outras, 
decisões de financiamentos, fiscalização da aplicação de recursos e 
conhecimento das potencialidades de mercado) sejam centralizadas em 
um único gestor financeiro. A responsabilidade de um gestor financeiro 
sobre o qual tantos processos recaem é imensa; em compensação, a 
remuneração pelo acúmulo de tantas funções, cada uma das quais com 
a dependência de experiência e de saberes específicos, é proporcional à 
carga de responsabilidades. Normalmente, gestores financeiros com perfil 
centralizações recém altos salários e são valorizados por suas organizações.
Até aqui, tangenciamos as atividades dos gestores financeiros, sem, 
no entanto, preocuparmo-nos com identificá-las de modo rígido. Então, a 
seguir, prestaremos mais atenção a essas atividades. Em primeiro lugar, 
é necessário destacar que gestor ou administrador financeiro não é uma 
nomenclatura vigente em todas as organizações. A escolha do nome 
associado ao cargo costuma variar de acordo com o porte da organização 
e com as funções atribuídas aos profissionais. Em empresas de grande 
porte, com indica o quadro 1, não é incomum que encontremos três 
diferentes nomenclaturas: além do gestor financeiro, há o tesoureiro e 
Finanças Corporativas
21
o controller. Cada designação, dentre as três, indica um perfil de gestor 
financeiro específico.
Quadro 1 – Funções específicas dos cargos controller, gestor financeiro e tesoureiro
Controller Gestor financeiro Tesoureiro
Atua, mais 
especificamente, com 
custos e com preços.
Dentre as suas 
atribuições, as 
principais são as 
seguintes: 
1. Análise de 
demonstrativos 
contáveis e 
organização de 
auditorias;
2. Supervisão do 
patrimônio da 
organização, 
em termos de 
crescimento e de 
retração;
3. Controle de 
orçamentos;
4. Produção 
de relatórios 
gerenciais;
5. Realização de 
avaliações de 
desempenho; e
6. Definição de 
planejamento 
tributário.
Atua, mais 
especificamente, 
com o controle de 
riscos.
Dentre as suas 
atribuições, as 
principais são as 
seguintes: 
1. Tomada de 
decisões de 
investimento 
e de 
financiamento;
2. Análise dos 
retornos de 
investimentos 
e de 
financiamentos;
3. Realização de 
planejamento 
financeiro, com 
consequente 
controle das 
operações;
4. Administração 
de câmbio;
5. Contato com 
acionistas e com 
investidores.
Atua, mais 
especificamente, 
com o controle 
de caixa (controle 
de recursos 
financeiros). 
Dentre as suas 
atribuições, as 
principais são as 
seguintes: 
1. Manutenção 
de um bom 
relacionamento 
com bancos 
e com outras 
instituições 
financeiras;
2. Execução de 
cobranças;
3. Cessão de 
créditos;
4. Realização de 
pagamentos a 
credores.
Fonte: Elaborada pelo autor (2021).
Finanças Corporativas
22
REFLITA:
Aluno, você notou as diferenças entre os três cargos? 
Pense, rapidamente, sobre esse questionamento. A seguir, 
detalharemos essas diferenças, a fim de que nossas 
conclusões se alinhem. Por fim, descobriremos o porquê 
de o gestor financeiro ter sido retratado, no Quadro 1, 
entre o controller e o tesoureiro. Antes de verificar o que 
elaboramos, é importante que, de fato, você tente identificar 
as características de cada cargo.
Em português, uma boa tradução para controller seria “controlador”. 
O nome do cargo advém de sua responsabilidade pelo planejamento 
de operações e pela supervisão dos resultados. Entre essas etapas, há 
duas outras: o gerenciamento das operações, que foram planejadas 
anteriormente; e a projeção dos resultados, que se concretizarão ou não 
futuramente. Sendo assim, podemos, de uma maneira resumida, afirmar 
que as funções do controller são inerentes à proposição e ao cumprimento 
das metas das organizações, seja de maneira setorizada (metas de cada 
setor), seja de maneira institucional (metas da organização como um todo).
Por lidar com a execução de dívidas, com o pagamento de credores 
e com a manutenção dos vínculos com bancos e com outras instituições 
financeiras, o caráter do tesoureiro envolve as tarefas mais práticas da 
gestão financeiras das organizações. Com a caracterização “mais prática”, 
destacamos que o profissional que ocupa o cargo de tesoureiro lida, 
diretamente, com a movimentação do capital da empresa, no sentido de 
que recebe e repassa todas as quantias que envolvem o caixa da empresa 
(ROSS; WESTERFIELD; JORDAN, 2008).
Entre o controller, que planeja ações e prospecta resultados, e o 
tesoureiro, que conduz o fluxo de caixa, há o gestor financeiro. Se você, 
aluno, não notou que a sua posição está entre a um cargo com caráter mais 
subjetivo (controller) e a um cargo com caráter mais prático, perceberá isso 
neste momento. Com o planejamento financeiro em mãos, o qual receberá 
do controller; e com o conhecimento do fluxo de caixa da empresa, que 
Finanças Corporativas
23
obterá do tesoureiro,o gestor ou administrador sobrepesará, de acordo 
com as suas análises de risco, as suas alternativas de financiamentos 
e de investimentos. Quando as suas decisões de financiamento e de 
investimento se concretizarem na forma de resultados – que chegarão, via 
tesoureiro, nas formas de lucro e de prejuízo –, será sua a atribuição de 
dividir os resultados, proporcionalmente, entre os acionistas.
A decisão de financiamento define qual é a estrutura ideal 
de passivos (fontes de recursos), dada uma determinada 
composição de investimentos (estrutura de ativos). A 
decisão de investimento consiste num conjunto de 
decisões visando dar à empresa a estrutura ideal em 
termos de ativos – circulantes e permanentes – para que 
os objetivos do negócio sejam atingidos. Já na decisão 
operacional, as estratégias e as principais decisões devem 
ter como foco a utilização efetiva dos capitais investidos 
e seus respectivos custos e despesas. Lembrando que 
todas as decisões tomadas pelo gestor financeiro devem 
levar em conta a análise custo/benefício da operação. 
(VITAL, 2010, p. 28)
RESUMINDO:
As decisões de financiamento e de investimento serão 
tratadas, com maior grau de detalhamento, no segundo 
capítulo desta disciplina e aparecerão, de algumas 
maneiras, em nossos capítulos terceiro e quarto. Por sua 
vez, a decisão organizacional, por intervir no uso de capital, 
é assunto, em alguma medida, de todos os capítulos.
Com os conhecimentos que obtivemos no decorrer 
desta seção, estamos preparamos para avançar para a 
próxima, que focará na Administração Financeira, pela qual 
passamos rapidamente.
Finanças Corporativas
24
Sistemas de Avaliação de Investimentos e 
Financiamentos Empresariais
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de compreender 
a evolução e os principais fundamentos das finanças 
empresariais. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
Breve Introdução à Administração 
Financeira
A Administração Financeira, de maneira semelhante às demais áreas 
de conhecimento, apresenta diferentes e diversas teorias para explicar o 
seu objeto de estudo, que é o controle eficiente e eficaz das operações 
financeiras de determinada organização, visando ao lucro. 
IMPORTANTE:
Se você estiver atento à leitura deste material, aluno, deve 
ter percebido que existem semelhanças muito claras entre 
as áreas Administração Financeira e Finanças Corporativas. 
Separamos uma subseção desta unidade apenas para 
comparar essas áreas. Então, guarde a sua curiosidade até 
que cheguemos a essa parte do texto.
Na seção 1 desta unidade, igualamos o capital à alma de uma 
empresa. Você se lembra disso, leitor? Para que o capital seja multiplicado, 
é necessário que as operações institucionais sejam positivas – ou seja, 
que resultem em lucro. No entanto, é necessário que o gestor financeiro, 
ao realizar a divisão de lucros entre acionistas e investidores, reserve parte 
desse capital para aumentar o patrimônio da organização. 
Finanças Corporativas
25
Se não lhe pareceu lógico, leitor, que o gestor financeiro tenha esse 
cuidado, preste atenção ao seguinte: como qualquer elemento que tem a 
potencialidade de crescer, uma empresa deve ser alimentada com essa 
finalidade. Nesse sentido, o alimento que nutrirá a empresa é o lucro, que 
poderá ser convertido
 • Por um lado, em uma série de bens (dentre outros, imóveis, 
veículos de carga, maquinário).
 • Por outro lado, em investimentos, dos mais rentáveis e arriscados 
(compra de ações e incorporação de outras empresas) aos menos 
rentáveis e mais seguros (a depender do tamanho da organização, 
fundos bancários mais simples, como a poupança e outros 
pequenos fundos de rendimento semelhante.
Portanto, caso o lucro da empresa seja revertido, totalmente, aos 
seus acionistas e aos seus investidores, o seu patrimônio não crescerá, e 
a sua riqueza permanecerá a mesma, o que, em tempos da globalização 
dos mercados, não é desejável.
Nesse sentido, a visão integrada da Administração Financeira, que 
considera os interesses da empresa e as demandas e os interesses do 
mercado, é, podemos afirmar, recente. Segundo Vital (2010) relata, até 
as primeiras décadas do século XX – de certo modo, até a Revolução 
Industrial ter atingido certa maturação – a Administração Financeira não era 
encarada, tanto pelos gestos quanto, principalmente, pelos acadêmicos 
como uma área autônoma. Foi considerada um dos ramos da Economia, 
até que, no início do século XX, nos Estados Unidos, percebeu-se que a 
consolidação das empresas no mercado e que as fusões de empresas 
de porte considerável eram fenômenos que se refletiam, de uma maneira 
mais concreta, nas suas gestões financeiras.
Com o decorrer do tempo, na década de 1920, uma reforma na 
legislação estadunidense determinou que o balanço financeiro das 
empresas fosse tornado público, o que provocou mudanças na relação 
do mercado com as empresas e exigiu que a relação dos empresários 
com a gestão financeira se tornasse mais transparente e mais preocupada 
com a composição ideal de seus passivos totais. 
Finanças Corporativas
26
Nas décadas seguintes, outros marcos importantes vieram (VITAL, 2010):
 • 1930 – as preocupações, durante esse período, foram com a 
liquidez das empresas em curto prazo e com investigações a 
respeito de como as suas estruturas de capital podiam influenciar 
o ambiente externo.
 • 1940 – mantiveram-se as preocupações com o curto prazo das 
atividades de administração financeira, com um destaque maior 
para o planejamento e para o financiamento de produtos, devido 
às demandas estadunidenses durante a Segunda Guerra Mundial 
(1939-1945).
 • 1950 – o contexto da Guerra Fria, de incerteza global, preencheu 
o mercado de capitais com apreensão, mas, por outro lado, houve 
um exponencial crescimento das empresas. Os assuntos da época 
foram orçamento de capital, desenvolvimento de métodos de 
avaliação de rendimentos e políticas de dividendos.
 • 1960 – a década é marcada pela redução das oportunidades de 
lucro, por trabalhos sobre o custo de capital e pelo aperfeiçoamento 
das técnicas de planejamento e de controle de custos. Nesse 
período, surge o controller.
 • 1970 e 1980 – são as décadas em que diferentes abordagens 
da Administração Financeira se desenvolvem (Abordagem 
Tradicional, Abordagem Administrativa e Abordagem Mista).
 • 1990 – atualmente – mais do que consolidada, a Administração 
Financeira têm investigado o financiamento, o investimento 
e as operações, com uma grande aposta de que ética e 
responsabilidade, preocupação ambiental e participação do 
empresário no cotidiano da empresa são caminhos que renderão 
frutos futuros.
Na economia globalizada que experimentamos, os investidores 
externos buscam, mediante análise patrimonial, identificar se a empresa é 
geradora de riqueza antes de formalizar as suas decisões de investimento. 
As ações das companhias de capital aberto são negociadas no mercado 
Finanças Corporativas
27
e estão disponíveis para todos os que tenham capital para adquiri-las, 
incluindo nós, as pessoas comuns. Para os investidores, a integração 
contínua de valor ao patrimônio é um fator de atratividade para a compra 
de ações e contribui para que a organização se destaque no cenário 
mundial.
A globalização aproximou economias de perfis muito diferentes, 
com os objetivos de ampliar a comercialização de produtos e de serviços 
e de criar oportunidades de investimentos, como são os casos da 
parceria comercial entre Brasil e China. Com essas medidas, a evolução 
das empresas no mercado internacional acontece naturalmente, embora 
os problemas quanto ao processamento de informações e quanto à 
gestão financeira tenham se agravado. A razão para isso é, justamente, 
a complexidade inerente à conquista de muitos e vastos mercados, 
exigindo, do gestor financeiro, conhecimentos bastante específicos.
IMPORTANTE:Quando as empresas ampliam as suas operações para o 
mercado internacional, devem esperar problemas. Você já 
pensou, aluno, que algum funcionário das empresas deve 
conhecer as legislações de nosso país e as dos países 
com os quais realizam transações? Isso parece exagerado, 
mas, na verdade, conhecer as legislações é importante 
para que verifiquemos se as atividades de importação e 
de exportação são viáveis mediante os diferentes tributos 
cobrados pelos países. Esse é um exemplo simples; outras 
situações, como a dos processos de controle financeiro em 
um contexto em que as fronteiras dos países em que as 
empresas estão sediadas, podem dar muito mais dor de 
cabeça ao gestor financeiro.
Finanças Corporativas
28
Como mencionamos anteriormente, a Administração Financeira 
tem, mais recentemente, direcionado o seu foco para o meio ambiente. 
Vários países exigem que as empresas que negociem em seu território se 
adequem às suas leis de sustentabilidade. Há casos em que países inteiros 
são ameaçados de embargo econômico por despeitarem essas leis. Para 
sobreviver na terceira década do século XXI, não basta que as organizações 
invistam em projetos que não provoquem impactos ambientais; mais do 
que isso, é necessário que se posicionem, de uma maneira positiva, em 
relação às importantes demandas sociais de nosso tempo.
Capital de Giro
Vimos, anteriormente, que o capital é o alimento que garante o 
crescimento das empresas, uma vez que quaisquer tipos de operações 
gerarão custos e tributos, para citar um mínimo de gastos. É natural, 
portanto, que exista uma preocupação com a apuração do lucro, mas não 
é nada natural, por outro lado, que os gestores financeiros se esqueçam 
de que resultados positivos despendem recursos financeiros, que devem 
ser aplicados na administração dos processos organizacionais.
Neste momento, à luz do parágrafo anterior, entra, em nossa 
discussão, o capital de giro. Você sabe do que se trata, aluno? Uma boa 
dica que podemos dar-lhe é a sua relação com a liquidez necessária para 
as operações cotidianas das organizações. O capital de giro é, então, o 
recurso financeiro de rápida renovação que as empresas devem ter em 
caixa para suprir as suas despesas diárias e as possíveis emergências. 
Nesse sentido, capital de giro é a ferramenta que possibilita a liquidez, 
ao passo que a liquidez é a garantia de que a empresa se manterá em 
funcionamento.
Considerando a importância que o capital de giro tem para as 
empresas, é essencial que exista uma gestão eficiente e eficaz desse 
recurso. Para que lidemos com um exemplo prático, pensemos no que 
poderia acontecer se as obrigações de capital de determina empresa não 
fosse adequada à sua capacidade de pagamento. Tornar-se inadimplente 
será o menor de seus problemas; a depender do porte que tenha, a 
empresa pode desencadear uma crise econômica.
Finanças Corporativas
29
Sendo assim, para que se conheça a situação do capital de giro 
corretamente, sem correr riscos como o que mencionamos acima, os 
gestores financeiros devem atentar-se a dois instrumentos: o balanço 
patrimonial (BP) e a demonstração de fluxo de caixa (DFC). Caso criemos 
o hábito de avaliar o balanço patrimonial, teremos ciência de todas as 
obrigações de curto prazo que baterão à porta da empresa, porque, 
nesse documento, encontramos a consolidação do ativo e do passivo 
circulantes. Por sua vez, se nos acostumarmos à leitura da demonstração 
do fluxo de caixa, conheceremos a movimentação diária da empresa. 
Combinando a análise de ambos os documentos, saberemos o que entra 
e o que sai do caixa e seremos capazes de averiguar se empresa será 
capaz de arcar com as obrigações vincendas mais próximas.
Aluno, os valores que entram e o que saem são as únicas grandezas 
que afetam o capital de giro? Se você pensou que não são, deve ter se 
lembrado, também, que há outros elementos que compõem a riqueza da 
empresa e que podem ser utilizados em situação de carência de liquidez. 
Referimo-nos, por exemplo, aos produtos estocados e a bens com valor 
agregado de que a instituição possa se desfazer, como imóveis. Porém, 
a lista do que pode interferir no cálculo do capital de giro disponível não 
terminou. Existem padrões que a empresa deve definir e respeitar, sempre 
para que o seu capital de giro esteja à mão:
 • Controle e formação de estoques – nenhum produto sem previsão 
de venda deve ser produzido, e a composição do estoque deve 
ser conhecida.
 • Condições de créditos a receber – pagamentos a prazo não têm 
o mesmo valor de pagamentos à vista, uma vez que podem não 
chegar a tempo de resolver a emergência da empresa.
 • Definição de valores mínimos de caixa – deve-se ter a consciência 
de quanto a empresa precisa ter no seu caixa para não precisar 
paralisar as suas operações por falta de recursos financeiros.
 • Limitação de créditos a pagar – de acordo com a sua capacidade 
de pagamento, a empresa pode contrair determinada quantidade 
de créditos a pagar.
Finanças Corporativas
30
Quando delimitamos, com todos os detalhes, os ciclos operacional 
e financeiro das empresas, tornaremos mais fácil a visualização das suas 
necessidades de financiamento e de aumento do capital de giro. Isso 
deve começar com um bom planejamento, atribuindo prazos adequados 
tanto para fornecedores quanto para clientes. Em geral, não podemos 
oferecer aos clientes prazos de pagamento maiores do que os que nos 
são concedidos por fornecedores, a fim de evitar desencontros que 
comprometam a liquidez da empresa.
Normalmente, investimentos em capital de giro significam que 
a empresa passa por um momento ruim, mas há outras situações que 
podem provocar esse acontecimento. Nos casos em que o aporte ao 
capital de giro parte de terceiros, não será necessária a relação entre o 
investimento e uma crise: existem várias razões pelas quais um terceiro 
pode desejar investir em uma empresa, e crises são uma dessas razões, 
mas não são, de forma alguma, a única. Outro bom exemplo é que, 
em vários momentos de sua história, a empresa pode ampliar as suas 
operações; sendo assim, o investimento no capital de giro será necessário, 
mas deverá ser tomado como um indicador positivo, até que algo prove 
o contrário.
É muito natural que, ao buscar aumentar o volume de suas 
operações, a empresa planeje como expandirá o seu capital de giro. As 
despesas com fornecedores e, possivelmente, com funcionários, que são 
aquilo que tendemos a considerar, crescerão; por outro lado, podemos 
esquecer que o fluxo das operações se expandirá em igual proporção, 
exigindo projetos para novos produtos, prazos maiores para os clientes e 
investimentos em áreas estratégicas, como o Marketing.
Até o momento, destacamos os processos de planejamento e de 
supervisão do capital de giro. Existe, porém, outra condição essencial para 
a saúde do capital de giro: a aplicação adequada. Para conferir se tem 
sido bem aplicado, o gestor financeiro deve tomar, como ponto inicial de 
sua análise, um período estável de produção e de venda. Se o capital de 
giro for administrado de forma correta, a análise demonstrará que, após o 
aporte de capital de giro, a receita das operações suprirá o financiamento 
das atividades do ciclo financeiro seguinte.
Finanças Corporativas
31
Quando as empresas estão sediadas em países cujas economias 
são inflacionárias, a frequência com que verificam a eficiência da aplicação 
do seu capital deve maior. Nesse caso, o principal mercado da empresa é 
oscilante, aspecto que, somado à inflação, pode fazer com que a receita 
de um ciclo financeiro não cubra a despesa do ciclo posterior. Essas 
empresas, constantemente, veem-se na posição de incrementar o seu 
capital de giro para manter a sua capacidade produtiva.
IMPORTANTE:
Em um cenário como o anterior, em que a inflação vai às 
alturas, podendo afetar a liquidez das organizações, as 
propostas de financiamento de curtoe de longo prazos 
podem ter projeções bastante diferentes. Por isso, aluno, 
em uma situação assim, devemos ter grande cuidado 
com a relação risco-retorno associada ao investimento no 
capital de giro. Se a nossa competência for suplantada pelo 
cenário econômico, é nossa obrigação buscar o conselho 
de outros profissionais. Informação também é uma moeda 
valiosa no universo das Finanças Corporativas: guarde esse 
conselho com você!
RESUMINDO:
Neste capítulo, estudamos que o retorno do capital de giro 
pode ser ter prazos mais curtos e mais longos. Porém, o 
nosso diálogo foi um pouco superficial, você não acha, 
aluno? Tenha um pouco de calma! Guardamos toda uma 
seção desta unidade para abordarmos o assunto com mais 
detalhes.
Finanças Corporativas
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Recursos Financeiros Empresariais
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de avaliar as 
necessidades de recursos financeiros para empresas. E 
então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então vamos lá. Avante!
Vimos, por mais de uma vez ao longo das seções anteriores, que 
a globalização impeliu velocidade às relações como um todo; e, até 
certo ponto, comentamos que isso pode afetar o funcionamento das 
organizações. Interessará a nós, a partir de agora, compreender como 
as mudanças internas e externas às empresas podem influenciar em seu 
funcionamento.
Para começar, focaremos as políticas empresariais, que consistem 
na base que cada instituição terá para si. Como acontece conosco, 
que temos impressões digitais únicas, mesmo no caso de gêmeos 
univitelinos, as políticas empresariais têm a medida da organização para 
a qual foram criadas. Visto que consistem em um conjunto de normas e 
de procedimentos que regulam, internamente, as operações da empresa, 
tais podem devem dimensionar os objetivos, a visão e a imagem que 
pretende impostar ao seu público-alvo. Nesse sentido, conforme o 
contexto econômico se transformar, a opção mais acertada é moldar 
as políticas empresariais aos novos ares. Roupa antiga não costuma nos 
servir bem, concorda conosco?
O gestor financeiro – e os empresários, de um modo geral –, portanto, 
não podem permitir que as suas organizações atravessem momentos de 
crise e de fartura sem modificações em suas políticas. Encaixa-se bem, 
aí, a lição que temos introjetado quanto à gestão de capital de giro: caso 
não se verifiquem as situações de risco e as oportunidades que rondam 
a empresa, tanto se pode perder um investimento que triplicaria as suas 
operações e a sua influência no mercado; quanto se pode não notar 
o momento exato em que o capital de giro ameaça escoar-se pelos 
profundos ralos dos prazos concedidos aos clientes.
Finanças Corporativas
33
EXPLICANDO MELHOR:
Aluno, pareceu-lhe claro o que acabamos de dizer? 
Tentaremos de outra forma. Sempre que tratarmos de 
capital de giro, falaremos – ou deveríamos falar – dos riscos 
que se apresentam às operações de nossas empresas. 
Riscos são inerentes às atividades empresariais; então, se 
não notarmos os que assombram a nossa organização, não 
podemos pensar, jamais, que esses riscos não existem. 
Na verdade, estão todos ao nosso redor, apesar de não os 
percebermos. Logo, se os riscos operacionais relacionados 
às nossas atividades se tornaram mais agudos devido a 
qualquer oscilação do mercado, será nossa função reunir 
os demais membros da equipe gestora e repensar as 
políticas empresariais. No mundo dos negócios, fica parado 
apenas aquelas cujas empresas faliram!
O reajuste das políticas e, a reboque, o das estratégias visa a 
atingir uma meta transparente: minimizar o risco financeiro que espreita 
o nosso capital de giro e o nosso patrimônio como um todo. Quando os 
reajustes começam a ser positivos, perceberemos o fato imediatamente: 
o capital de giro completará o seu ciclo e renderá o suficiente para custear 
o próximo. Do contrário, caso os reajustes tendam a ser negativos, isso 
será notado com maior velocidade, e mais ágeis do que a possível crise 
deveremos ser.
É possível que o retorno do capital de giro de uma empresa seja 
máximo, considerando a volatidade dos mercados? Isso é possível, 
obviamente, mas depende, por um lado, de uma gestão financeira 
competente e, por outro, de uma gestão de riscos eficiente. Esta é outra 
valiosa lição que todo gestor financeiro deve aprender: se o capital de 
giro é o elemento que determinará a distribuição de todos os demais 
componentes organizacionais; e se os riscos são os atores que tentarão 
fazer essa tarefa fracassar, os gestores, nesse tabuleiro, serão os vigias: 
estarão atentos ao tempo entre a ingestão e o retorno do capital de giro, 
para evitar um mal planejamento afunde as finanças das organizações; 
e buscarão investir e supor a que riscos o processo de distribuição de 
capital de giro pelos processos está sujeito.
Finanças Corporativas
34
Contra os riscos, a gestão financeira e a gestão de riscos têm 
uma aliada poderosa: a gestão de caixa. Retomando a seção anterior, 
um controle rígido dos balanços patrimoniais e das demonstrações de 
fluxo de caixa é capaz de nos orientar, ao mesmo tempo, em relação às 
obrigações pecuniárias que se aproximam no tempo e a como quitá-las 
sem prejudicar a liquidez da organização. Acreditamos que você, aluno, 
lembra bem disso. Proceder desse modo é, na realidade, gerir o caixa da 
empresa, conduzindo-o em uma direção favorável ao seu crescimento.
Para que a gestão de caixa subsidie as funções da gestão financeira 
e da gestão de riscos, o controle dos recursos financeiros, além de 
ser rígido, deve ser sistemático. A definição de processos de controle 
explícitos e bem delineados é um passo importante em direção à 
sistematização da gestão financeira. Normalmente, o fluxo de caixa é o 
método mais empregado pelas organizações, seja por sua eficiência, seja 
por seu (relativo) baixo custo, seja por ambos os motivos.
SAIBA MAIS:
“O objetivo dessa ferramenta fluxo de caixa é apurar e 
projetar o saldo disponível para que exista sempre capital 
de giro acessível tanto para o custeio da operação da 
empresa (folha de pagamento, impostos, fornecedores, 
entre outros) quanto para o investimento em melhorias 
(reforma da fachada, por exemplo)” (SEBRAE, 2013).
Para a Administração Financeira, o controle rígido e sistemático 
do fluxo de caixa não pode dissociar-se de duas variáveis: o tempo 
entre a detecção de uma demanda – como um risco, por exemplo– e a 
tomada de decisão que a solucione; e as informações que descrevem a 
atividade da empresa, em todos os seus níveis. A depender dos perfis do 
gestor e da organização, diferentes possibilidades de controle podem 
ser adotadas, desde a diária, que exigirá, provavelmente, cuidado com 
essa tarefa em tempo integral; até a mensal, que dará maior liberdade ao 
gestor e à sua equipe. Obviamente, a duração de cada ciclo de controle 
é proporcional à incidência de riscos: se a execução do controle for muito 
longa, pode não chegar a tempo de precaver o gestor da tempestade 
que o mercado preparou para a empresa – portanto, prazos maiores 
costumam ser sinônimos de decisões prematuras e falhas.
Finanças Corporativas
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VOCÊ SABIA?
É possível que você não tenha se dado conta disso, aluno, 
mas o controle do fluxo de caixa pode garantir a sobrevida 
das empresas durante longos períodos de prejuízos. Sim, 
prejuízos – por longos períodos! Como isso é possível? 
Com o intermédio de uma gestão de fluxo de caixa eficaz 
e eficiente, o gestor financeiro é acionado ao menor sinal 
de comprometimento do capital de giro e pode, então, 
sopesar as diversas medidas que se lhe apresentam e 
adotar a mais apropriada. 
Contudo, se o capital de giro, no fim das contas, não é comprometido, 
por que dissemos que as empresas operam com prejuízo? Na verdade, 
embora pareçam intrínsecos, os fatores capital de giro e lucro apresentam 
fronteiras bastante nítidas. Por um lado, o do capital de giro, é possível que, 
a partir de um retorno sistemático do investimento,financiem-se os ciclos 
subsequentes de operações, sem que isso implique sobra de capital que 
possa ser incorporada ao patrimônio da empresa – logo, nesse caso, não 
há lucro. 
Por outro lado, o do lucro, é comum que as empresas consigam 
margens maiores de lucratividade se cederem aos prazos desejados 
pelos clientes. Então, na hipótese de que as obrigações com fornecedores 
e com as despesas fixas vençam durante o prazo cedido ao cliente, o 
capital de giro será requisitado para quitá-las e pode não ser suficiente 
para manter o processo produtivo em funcionamento pleno. Ao fim, 
quando a empresar receber o seu pagamento, virá o almejado lucro, à 
custa de ter tomado o capital de giro como combustível e prejudicando 
a sustentabilidade do negócio, o que está longe de ser saudável. Sendo 
assim, no segundo caso, se as despesas foram subtraídas das receitas, 
haverá lucro; e haverá, igualmente, inúmeros problemas internos a serem 
solucionados,
Finanças Corporativas
36
O que ambas as situações anteriores compartilham é a premência 
do elemento tempo: na hipótese de se operar, constantemente, com o 
capital de giro sem obter lucro, falta tempo, antes do reinício do ciclo, 
para que a empresa negocie os seus produtos sob condições melhores; 
no segundo caso, em que opera à vista do lucro e à custa do capital 
de giro, sobra tempo entre o término do ciclo produtivo e o retorno do 
investimento. Da comparação entre as duas, podemos aduzir que tempo 
e capital de giro são intercambiáveis, a depender do contexto em que a 
instituição se encontra.
Sendo assim, retomamos um ponto ao qual demos importância em 
diferentes partes deste texto: a saúde do capital de giro e, extensivamente, 
a da empresa dependem do equilíbrio entre o calendário de pagamentos 
e o de recebimentos. Nesse ponto, emparelham-se as gestões financeira 
e de fluxo de caixa, visto que, se tal equilíbrio fiscal for atingido, as 
decisões financeiras de médio e de longo prazos serão mais assertivas. 
Isso significa que todos os momentos de uma curva de fluxo de caixa 
definem como a empresa se comportará durante longos e, às vezes, 
longuíssimos períodos.
No conjunto de procedimentos capazes de tornar a gestão de fluxo 
de caixa mais sistemática, estão, também, os métodos e as políticas de 
cobrança. Agendar as diferentes receitas e programar-se para reivindicá-
las por meios menos gentis são passos fundamentais para equilibrar 
os investimentos e as receitas. Nem todos os clientes lidarão conosco 
honestamente, mas, não raramente, lidaremos com clientes que estão 
preparados para saldar a sua vida e que não o fazem porque a empresa 
não lhe dá as condições devidas. Em geral, questões como essa 
envolvem prazos e parcelamentos; no entanto, sem imaginar, provocamos 
o adiamento de uma receita, por não oferecermos um atendimento 
adequado ao cliente, sonegando-lhe, por exemplo, os meios de saldar 
a dívida – como acontece se houver atraso na emissão de notas fiscais e 
de boletos.
Finanças Corporativas
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A fim de que aprendamos a realizar um planejamento de fluxo de 
caixa adequado, respeitando os prazos e atentando-nos às cobranças, 
temos de dominar, pelo menos, o cálculo do ciclo de caixa.
O cálculo do ciclo de caixa (que se renova quando o investimento 
aportado na cadeia produtiva retorna) considera o prazo médio de 
renovação de estoques (PMRE), o prazo médio de recebimento de vendas 
(PMRV) e o prazo médio de pagamentos de fornecedores (PMRF), que 
estão relacionados pela seguinte fórmula.
PMRE e PMRV, somados, indicam o prazo que a receita demora 
para entrar no caixa da empresa, enquanto PMPF aponta o tempo que se 
leva para sanar as pendências com fornecedores.
O que devemos fazer, porém, para obter PMRE, PMRV e PMRF? Isso 
é o que veremos a partir de agora, começando pelo PMRE. Para encontrá-
-lo, dependeremos de outra fórmula.
Como modo de compreender a dinâmica do cálculo, suponhamos 
que sejamos donos de uma fábrica de automóveis e que focamos o nosso 
produtivo em apenas um modelo, considerado a sensação do momento 
pela imprensa especializada. Como margem de segurança, adotamos, 
como saldo médio de nosso estoque, o valor de R$ 15.000,00, que nos 
foi apontado, por nosso gestor financeiro, como suficiente para cobrir os 
custos produtivos e manter o capital de giro sadio. Entretanto, surfando 
na popularidade de nosso modelo de carro, pusemos R$ 90.000,00 
como o seu valor de venda. Substituindo as variáveis pelos números que 
determinamos, teremos o seguinte:
PMRE = 15.000,00 X 360 
90.000,00
PMRE = 60 dias
Finanças Corporativas
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Por sua vez, o cálculo do PMRV depende do valor total a ser 
recebido de um cliente, cuja notação será VTC; do prazo concedido para o 
pagamento, cuja notação será PP; e do valor da receita bruta da empresa, 
cuja notação será VRB. A seguinte fórmula indica como as variáveis devem 
ser relacionadas.
Retomando o nosso exemplo da fábrica de carros, imaginaremos, 
desta vez, que um único cliente, que deseja montar uma frota de carros de 
aluguel arrojada, adquiriu 120 de nossos carros da moda a R$ 90.000,00 
por unidade, solicitando, em troca, um prazo de 180 dias para quitar a 
dívida. Assim, consultamos nosso gestor financeiro e descobrimos que a 
nossa renda bruta, no período de 180 dias, seria de R$ 10.800.000,00, que 
equivale à venda de 120 carros. Substituindo as notações pelos números 
que adotamos, teremos o seguinte.
PMRV = 10.800.000,00X 180
9.000.000
PMRV = 216
Se um prazo menor para pagamento é o que as empresas desejam 
disponibilizar para os seus clientes, o que esperam receber dos sus 
fornecedores é o oposto completo: prazos bastante longos. Portanto, 
aprendendo a calcular o valor de PMPF, você, aluno, terá uma ferramenta 
com a qual se munir nas suas futuras negociações. PMPF demandará que 
conheçamos o valor a ser pago aos fornecedores, cuja notação será VPF; 
o período compreendido pela análise (PA), que será igual ao concedido 
ao cliente que comprou dez de nossos carros (180 dias); e o montante 
de compras, cuja notação será MC. Resulta, da organização dessas 
informações, a seguinte fórmula.
Finanças Corporativas
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Começaremos a esmiuçar a fórmula por MC. Para isso, teremos de 
descobrir o custo das mercadorias vendidas (CMV), o estoque inicial (EI) 
e o estoque final (EF), visto que o cálculo de MC corresponde à fórmula 
seguinte.
No início dos 180 dias, tínhamos um EI de 60 carros, gastando, 
para produzir cada carro, R$ 12.000,00 com fornecedores. Sendo assim, 
o nosso EI era estimado em 60 X 12.000, que equivale a R$ 720.000,00. 
Porém, como acompanhávamos a demanda crescente por nosso 
modelo de carro, compramos (C) R$ 960.000,00 em insumos, prevendo 
que precisaríamos desses materiais à mão. Sendo assim, ao fim dos 180 
dias, havíamos produzido – na verdade, convertemos R$ 960.000,00 
em insumos em R$ 960.000,00 em carros – 80 carros, ao passo que 
totalizamos 120 carros vendidos (R$ 1.440.000,00): tínhamos 60 em 
estoque, produzimos 80 e vendemos 120, restando-nos 20 carros em 
estoque (R$ 240.000,00). Organizando essas informações, conseguimos 
construir a seguinte fórmula.
Substituindo as notações pelos números que adotamos, teremos 
o seguinte:
CMV = (720.000 + 960.000) – 240.000
CMV = 1.440.000,00
Como o valor de CMV em mãos, podemos substitui-lo na fórmula de MC.
MC = (1.440.000,00 + 720.000) – 240.000
MC = 1.920.000
Agora, sabemos que MC equivale a R$ 1.920.000,00 e podemos 
passar à fórmula de PMPF. Retomando o que vimos há pouco, PMPF 
observará o valor a ser pago aos fornecedores (VPF = 960.000); o período 
compreendido pela análise (PA = 180 dias); e o montante de compras (MC 
= 1.920.000).
Finanças Corporativas
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PMPF = 960.000 X 180
1.920.000
PMPF = 90
Aluno, você se lembra, ainda, de por que começamos a fazer todos 
esses cálculos? Queríamos aprender a calcular o ciclo de caixa! Uma vez 
que temos todas as informaçõesnecessárias em mãos (os valores de 
PMRE, de PMVC e de PMPF), podemos calcular o fluxo de caixa de nossa 
empresa fictícia.
CF = PMRE + PMRV – PMPF
CF = 60 +216 – 90
CF = 186
Como o prazo para o cliente quitar a sua dívida é mais de três o 
tempo que temos de pagar nossos fornecedores, das duas, uma: ou 
devemos cultivar um capital de giro enorme, como garantia de nossa 
liquidez; ou devemos repensar se vender tantos em troca de um prazo 
tão longo de pagamento é, de fato, o que nossa empresa precisa.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo deste 
capítulo, vamos resumir algo do que vimos. Você deve ter 
compreendido como avaliar as necessidades de recursos 
financeiros para empresas.
Finanças Corporativas
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Métodos de Avaliação de Investimentos
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como aplicar os métodos de avaliação de investimentos 
e o de valor presente líquido. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!.
Viabilidade do Aporte de Financiamento 
de Terceiros
Uma de nossas preocupações, ao longo desta unidade inicial, tem 
sido a de demonstrar porque o gestor financeiro deve estará atualizado 
quanto às oscilações do mercado. Acreditamos ter esclarecido que isso se 
deve à necessidade de fazer frente aos riscos que operar em um mercado 
globalizado enseja, multiplicando o capital de giro e o patrimônio da sua 
empresa.
Na área Finanças Corporativas, existe uma teoria que defende o 
uso combinado de fontes de financiamento, para que se desenvolva uma 
estrutura ótima de capital. Por detrás desse modo de pensar e de agir, no 
entanto, está a preocupação de todas as organizações do mundo: reduzir 
o custo das próprias operações e multiplicar os dividendos dos acionistas.
Em resumo, a teoria convencional compreende que os capitais de 
terceiros podem produzir uma estrutura ótima, desde que sejam utilizados 
até determinado ponto, resultando em um nível de endividamento 
aceitável. Não se pode perder de vista, contudo, que aumentar o 
endividamento gera o crescimento dos demais custos da empresa, 
reduzindo, proporcionalmente, a rentabilidade e a geração de riqueza. 
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NOTA:
Parece que a teoria enfrenta um impasse, não é? Na verdade, 
isso não acontecerá se houver ponderação e planejamento 
no momento de contrair os capitais de terceiros. Até certo 
ponto, um capital extra pode representar a diferença entre 
manter a dimensão do último ciclo operação e dobrá-la. 
Caso o endividamento seja feito com parcimônia e com as 
estratégias mais adequadas para empresa, não há razão 
para que, em pouco tempo, a sua dívida seja paga, e o seu 
patrimônio frutifique.
Nesse sentido, é recomendável que nós, enquanto gestores 
financeiros, estudemos as possibilidades de captação de recursos de 
terceiros disponíveis no mercado. Durante esse exercício de reflexão, 
precisamos determinar se as possibilidades existentes são compatíveis 
com o porte da nossa organização; se os benefícios oferecidos 
representam, para nós, de fato, benefícios; e se o capital a ser tomado 
emprestado está sob algum regime tributário específico.
Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010) nos auxiliam a ter uma 
compreensão mais ampla da importância de se julgar a compatibilidade 
do aporte de terceiros com o tamanho da nossa organização:
No caso de micro e pequenas empresas, as vantagens do 
endividamento diminuem, em função do regime tributário 
adotado, que permite recolher Imposto de Renda com 
base no faturamento (lucro presumido, simples), e não no 
lucro real. O resultado é que as despesas de juros, nesse 
caso, não são dedutíveis para o pagamento do Imposto 
de Renda, tornando o uso de capital de terceiros menos 
atraente. (LEMES JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2010, p. 222)
Outra situação que podemos encontrar no Brasil é a diversificação 
dos custos nas ofertas de capitais feitas por terceiros. Trata-se de uma 
modalidade capciosa, visto que não há equilíbrio entre as partes. Em 
certos casos, as taxas de juros do contrato serão reguladas pelo mercado 
e, por isso, tenderão a ser elevadas. Em outros, por sua vez, existe subsídio 
de políticas governamentais de incentivo setorial, como acontece com o 
apoio à agricultura e à exportação realizada por microempreendedores e 
por pequenas empresas.
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Como resultado das diferentes políticas setoriais, cada ramo de 
atividade apresentará empresas com uma estrutura de capital particular, 
a qual visará, à sua maneira, os melhores resultados que forem possíveis a 
respeito do retorno financeiro de suas operações mínimo e das aplicações 
dos seus recursos. Dessa maneira, fugimos, de um modo bastante sadio, 
de um patamar preestabelecido de índices de lucratividade e de retorno.
IMPORTANTE:
No mercado brasileiro, para que as empresas delimitem 
projeções favoráveis das suas estruturas de capital, uma 
boa opção é adotar prazos menores. Sendo assim, se 
lançarmos mão de passivos onerosos via um incremento 
de capital, teríamos a conveniência de lidar com um 
período pequeno.
Para desenvolver a estrutura de capital mais compatível com o perfil 
de nossas empresas, nós, na condição de gestores financeiros, temos o 
dever de conhecer a operacionalidade da instituição de todas as suas 
perspectivas, das quais destacamos a viabilidade da sua saúde financeira, 
a visão sobre os seus futuros posicionamentos no mercado e os riscos 
imanentes às atividades empresariais.
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Financiamentos de Curto Prazo: Fontes
A busca por recursos de terceiros é constante no ambiente 
empresarial. Espera-se que, ao mesmo tempo, as taxas de juros 
contratuais sejam atrativas; e que o financiamento atenda, plenamente, às 
necessidades de investimento da empresa.
A evolução dos métodos da Administração de Estoques exigiu que as 
empresas se adequassem às demandas do mercado. Como as inovações 
na qualidade e na função dos produtos são constantes, dependem de 
estratégias de gerenciamento de estoques bastante eficientes, no intuito 
de evitar desperdícios, acúmulo de unidades e obsoletismo. Assim, com 
uma melhor aplicação dos recursos financeiros despendidos para a 
estocagem, evitaram-se o risco da falta de capital e o risco de perda de 
mercadorias e de matérias-primas.
Por ser muito reduzida, a oferta de créditos de longo prazo inibe o 
crescimento e desestimula a competitividade das empresas brasileiras. 
Disso, costuma resultar o financiamento das atividades empresariais com 
recursos próprios, impedindo uma alavancagem financeira. Nesse caso, 
o uso de recursos próprios é subsidiado pela reaplicação de parte dos 
lucros do período nas atividades empresariais, fenômeno conhecido 
como reaplicação de dividendos.
Por mais esquisito que soe, o custo da reaplicação de capital próprio 
é maior do que o custo do capital de terceiros. Essa é mais uma razão – 
talvez, a principal – que impele os gestores e os empresários a buscar, em 
investimentos externos, a fonte de financiamento da expansão dos seus 
negócios. 
Groppelli e Nikbakht (2009, p. 300-301) listam as principais razões 
para as empresas buscarem recursos na forma de financiamento em longo 
prazo. Além de as ler aqui, consulte a obra original, se isso for possível, 
para que você compreenda o contexto mercadológico que sustentou as 
observações dos autores.
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1. Os aumentos esperados nas vendas futuras requerem fundos para 
a área de marketing e demais funções de apoio para manterem-se 
competitivas.
2. Com o crescimento da empresa, suas capacidades operacionais 
precisam aumentar.
3. Uma empresa deve continuar a se modernizar e a introduzir 
equipamentos mais eficientes.
4. Mudanças na demanda forçam a empresa a abandonar suas 
instalações obsoletas e a investir em uma nova capacidadede 
produção.
5. O financiamento de longo prazo de projetos de pesquisa e 
desenvolvimento promove um ciclo de vida saudável.
6. No longo prazo, grande parte do capital circulante torna-se 
permanente e deve ser financiado como tal.
Os repasses de verbas públicas e a isenção de tributos são 
caracterizados por atenderem aos interesses econômicos nacionais. 
Portanto, a liberação de recursos públicos para a concessão de créditos 
costumar visar ao atendimento das demandas de setores específicos: 
agricultura, construção civil e atividades industriais e comerciais cujo foco 
seja a exportação. 
Em geral, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e 
Social (BNDES), a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco do Brasil (BB) 
estão por detrás de tais repasses de verbas. Ao passo que o BB e a CF 
privilegiam os financiamentos às áreas imobiliária e rural, respectivamente, 
o BNDES engloba um universo maior de interesses e de favorecidos.
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Atualmente, o BNDES conta com diversas linhas de financiamento, 
das quais selecionamos as seguintes (BNDES, 2021):
a. Finem, cujo objetivo é investir em projetos de implantação, de 
modernização e de expansão de empresas – com a aquisição de 
máquinas de origem nacional –, sendo viável para os que buscam 
valores superiores a R$ 10.000.000,00;
b. BNDES automático, cujo objetivo é compartilhado com o Finem, 
limitando, porém, o repasse a R$ 10.000.000,00 por cliente a cada 
período de 12 meses.
c. Cartão BNDES, cujo foco são as micro, as pequenas e as médias 
empresas, oferecendo-lhes crédito pré-aprovado e limites de até 
R$ 500.000,00;
d. Finame máquinas e equipamentos e Finame agrícola, cujo foco é 
a aquisição de máquinas e de equipamentos de origem nacional 
que sirvam como ferramentas para as áreas rural, industrial e 
comercial;
e. Finame leasing, cujo objetivo é a compra de máquinas de 
fabricação nacional para empresas arrendadoras, bens esses que 
serão disponibilizados, mediante pagamento, para os interessados 
(arrendatários); 
f. Empréstimo-ponte, cujo objetivo é financiar projetos que tenham 
sido selecionados de acordo com critérios próprios do BNDES, 
oferecendo-lhes recursos no período de estruturação da atividade;
g. Project Finance, cujo objetivo é financiar Sociedade por Ações, 
exigindo que os fluxos de caixa tenham condições de saldar 
o financiamento e que as receitas futuras do projeto estejam 
vinculadas aos financiadores.
A segunda modalidade de financiamentos de longo prazo 
é composta pelos repasses de recursos que, por intermédio de 
instituições financeiras nacionais, vêm de poupanças do exterior. A 
principal condição para que o repasse se concretize é a participação 
de três atores: o banco liberador do recurso, radicado no exterior; o 
banco nacional receptor, por cujo sistema o recurso será integrado ao 
país; e o banco nacional distribuidor, que delegará o recurso a quem 
o contratou. 
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Nessa modalidade, o financiamento é fixado em dólares americanos 
(US$), e as parcelas de pagamento são trimestrais. As taxas de juros que 
recaem sobre o capital são anuais e se fixam de acordo com a taxa London 
Interbank Offered Rate (Libor) e com título de risco (spread).
Aos interessados nessa modalidade, cabe estudar todas as 
despesas cobradas antes de se decidir pelo financiamento, como são os 
casos da comissão de repasse, da comissão de abertura de crédito e do 
Imposto de Renda:
 • As comissões de repasse são devidas ao banco nacional 
distribuidor.
 • As comissões de abertura de crédito são devidas ao banco.
 • O Imposto de Renda incide sobre os juros enviados ao exterior e é 
de responsabilidade da empresa que contratou o recurso. 
Outras despesas existentes estão relacionadas ao registro do 
contrato de financiamento e às garantias hipotecárias.
Os empréstimos e os financiamentos diretos, que correspondem 
à terceira modalidade de financiamento de longo prazo, advêm de 
organizações que compõem o mercado de capitais. Os juros cobrados 
tendem a ser altos, se forem comparados, por exemplo, com os das 
linhas de crédito do BNDES, mas a sua contratação, por outro, é menos 
burocrática.
A quarta modalidade é chamada de subscrição de debêntures, que 
são títulos emitidos por uma sociedade anônima, mediante autorização da 
Comissão de Valores Mobiliários, com o fito de angariar recursos externos. 
Em geral, alguns dos maiores atrativos para a empresa que recorre às 
debêntures são os valores mais baixos dos juros remuneratórios. Porém, 
parece-nos que a principal vantagem associada à modalidade é o fato 
de a empresa manter a autonomia de seu patrimônio, uma vez que as 
debêntures não geram, para quem as comprar, direitos sobre o seu capital 
social – embora seja esse o elemento que limita a emissão dos títulos.
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Ademais, as garantias de pagamento que a empresa dá ao mercado 
estão ligadas aos seus ativos, existindo a chance de que participações 
nos lucros e outros prêmios sejam pagos aos investidores pela emissora 
das debêntures.
As principais classificações de factoring, outra modalidade de 
financiamento, adotadas no Brasil são as seguintes:
a. Adiantamento sobre títulos comprados pelo agente fator. 
b. Adiantamento sobre títulos a serem emitidos. 
c. Operações líquidas no vencimento.
d. Factoring contra a entrega de mercadorias e administração de 
caixa. 
No caso de ser contratado factoring contra a entrega de 
mercadorias e administração de caixa, a casa factoring assume a gestão 
do caixa da empresa, o implica, também, o reconhecimento de todos os 
riscos associados às operações realizadas. Por isso, costuma consistir 
em uma contratação bastante cara – mais cara, por exemplo, do que os 
empréstimos tomados de instituições financeiras. 
Por outro lado, existem certos benefícios:
a. Flexibilidade de financiamento, visto que a casa factoring pode 
recusar títulos utilizados na operação, incentivando as empresas 
a buscar de títulos de clientes com qualidades creditícias 
reconhecidas para serem trocados pelo financiamento, o que 
reduz as surpresas que a fiduciária pode ter.
b. Diminuição sensível dos custos financeiros disfarçados, tendo em 
vista que as instituições financeiras tradicionais utilizam médias 
e outras taxas para justificar os próprios serviços, mascarando o 
custo real – na negociação com as factorings, os valores das taxas 
são os determinados na negociação, sem adicionais e reajustes 
posteriores.
c. Eliminação de riscos, que, como dissemos, são incorporados pela 
casa (factoring).
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Por último, abordaremos o financiamento de curto prazo por 
microcréditos, que é uma linha que visa às demandas dos pequenos 
empreendimentos, demonstrando a sua relevância para o país. Nesse 
sentido, reconhece-se que os pequenos negócios são geradores de 
emprego e de melhoria na qualidade de vida para as populações. Em 
geral, complementa as etapas do ciclo operacional, desenvolvendo 
estratégias capazes de tornar a empresa competitiva no seu nicho de 
mercado.
SAIBA MAIS:
A indicação do microcrédito acontece quando as empresas 
dependem da liberação de recursos em, no máximo, 
cinco dias. Nesses casos, uma negociação direta com 
a agência bancária costumará não ser viável, devido à 
emergência com que o dinheiro é requisitado. Para aderir ao 
microcrédito, a empresa deve ter uma situação financeira 
sólida o suficiente para arcar com índices de juros, que 
tendem a ser altos; e a, mesmo assim, não prejudicar o seu 
fluxo financeiro de maneira substancial.
Chegando ao fim desta seção, podemos concluir, então, que a 
cessão de recursos financeiros estará condicionada aos prazos, que 
podem ser curtos e longos. Normalmente, a opção por uma operação de 
crédito está ligada à manutenção do funcionamento e da competitividade 
das empresas.
Como vimos, as oscilações das políticas monetárias podem 
incapacitar as empresas de arcar,financeiramente, com algum 
procedimento operacional. Por isso, diferentes agentes de crédito se 
transformam em parceiros empresariais, visando a recuperar o prejuízo da 
empresa que os contrata e a perseguir o lucro presumido anteriormente.
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Pudemos notar, também, que os financiamentos de curto prazo 
garantem mais operacionalidade às atividades empresariais do que 
os de longo prazo, apesar de, por outro lado, engendrarem grandes 
cuidados, para que os índices de endividamento empresarial não sejam 
aumentados sem uma estrita necessidade. Idealmente, esses recursos 
devem fomentar a liberação, em maior escala, de produtos e de serviços 
no mercado; e, durante a vigência do financiamento, serem lucrativos e 
terem os seus riscos reduzidos.
RESUMINDO:
A relação financeira entre empresas, governos e mercados 
dever harmônica e incluir procedimentos benéficos para 
todos os envolvidos. Se assim for, o resultado positivo de 
uma parte beneficiará desencadeará o sucesso das demais. 
Em um contexto como esse, cabe às empresas, na figura dos seus 
gestores financeiros, conhecer as demandas do mercado e as exigências 
e as facilidades governamentais. Com vistas a tornar esse propósito uma 
prática nas instituições, a área Finanças Corporativas tem se demonstrado 
uma importante aliada dos empresários, indicando-lhes alternativas em 
caminhos que, em décadas passadas, parecem obrigatórios.
Ao longo desta unidade, tivemos diversas demonstrações de 
como a área pode impulsionar o desenvolvimento de uma empresa, 
mas aquela a que mais demos destaque é a gestão bem planejada dos 
recursos financeiros, que, em conjunto com a gestão de riscos e com a 
gestão de fluxo de caixa, pode garantir longevidade para todos os tipos 
de empreendimentos. 
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