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GEOGRAFIA AM (3)

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Aula 08
Geografia do Brasil e do Amazonas p/ CBM-AM (Soldado) - 2020
Professor: Sergio Henrique
00111075297 - Tatyanne Alves Da Silva
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
00. Bate Papo Inicial ....................................................................................................... 2 
1. A Bacia Hidrográfica do Rio Amazonas: Características e Potencialidades ..................... 3 
2. O Domínio Geomorfológico ........................................................................................ 6 
3. Transportes do Estado do Amazonas: Rodoviário, Aeroviário, Fluviais .........................10 
4. Ecologia: Impactos ambientais, Reservas e Parques Ecológicos ...................................16 
5. O Ecossistema e as Questões Ambientais na Amazônia Brasileira ................................19 
5.1. Solos..................................................................................................................................... 23 
6. Geopolítica da Amazônia e a Integração do Estado nos níveis Nacional e Internacional24 
6.1. A Sudam ............................................................................................................................... 25 
6.2. A Suframa ............................................................................................................................ 27 
6.3. A BR-364 .............................................................................................................................. 27 
6.4. Expansão da Fronteira Agrícola ............................................................................................ 28 
6.5. Urbanização ......................................................................................................................... 31 
6.6. Geopolítica Amazônica ......................................................................................................... 32 
6.7. A Amazônia e o Desenvolvimento Sustentável ..................................................................... 34 
6.8. A Economia Florestal ............................................................................................................ 36 
7. Atributos Socioculturais e a Identidade Amazônica.....................................................37 
8. Orientações de Estudo (Checklist) e Pontos a Destacar ...............................................40 
9. Questionário de Revisão ............................................................................................53 
Questionário - Somente Perguntas .............................................................................................. 53 
Questionário - Perguntas e Respostas ......................................................................................... 54 
10. Exercícios ................................................................................................................62 
11. Considerações Finais ...............................................................................................86 
 
 
 
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00. BATE PAPO INICIAL 
Olá amigo concurseiro. É com muito prazer que os recebo novamente para podermos discutir 
um pouco de geografia e desvelarmos de forma objetiva os principais tópicos para concursos. O 
curso passará por mudanças ao longo do tempo. Sempre estaremos em atualização. Este curso foi 
totalmente orientado pelo nosso mestre, professor Leandro Signori. Eu os acompanharei em todas 
as dúvidas no fórum e em alguns resumos e dicas de história, que ao longo do curso publicarei. 
Contem comigo a todo o momento. Vamos começar então o nosso trabalho, vamos lá. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO AMAZONAS: CARACTERÍSTICAS E 
POTENCIALIDADES 
 A hidrografia é uma das características mais marcantes da região, que apresenta a maior bacia 
hidrográfica do planeta: a Bacia Hidrográfica do Rio Amazonas, ou somente Bacia Amazônica. Essa 
imensa rede hidrográfica só é possível devido à intensa evapotranspiração da floresta amazônica e 
o clima equatorial, com chuvas em quase todos os dias do ano. 
 
 
 A Bacia Amazônica abrange terras do Brasil, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana e 
Bolívia. Seu principal rio é o Amazonas, cuja nascente localiza-se nos Andes peruanos. Recebe vários 
nomes em seu trajeto rumo ao Brasil: ao entrar em território brasileiro, é chamado de Solimões, e 
somente na confluência com o Rio Negro é que recebe o nome de Amazonas. Outros rios 
importantes dessa bacia são: Juruá, Tefé, Purus, Madeira, Negro e Branco. 
 O Amazonas é o rio mais extenso (6.992 km no total) e de maior volume de água do planeta. 
Sua vazão média é de cerca de 132 mil m3/s e representa cerca de 18% da água doce que todos os 
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rios do planeta lançam no oceano. Esse fato é explicado pela presença de afluentes nos dois 
hemisférios (norte e sul), o que permite dupla captação das cheias de verão. 
 A bacia hidrográfica drena 56% do território brasileiro (3,8 milhões de km²). Ao atingirem as 
terras baixas, os rios tornam-se navegáveis. O rio Amazonas, que corre no centro da planície, é 
inteiramente navegável. Em território brasileiro, da divisa com o Peru até a foz, o rio Amazonas 
percorre mais de 3 mil km e tem uma variação altimétrica de apenas 65 metros. Os afluentes do rio 
Amazonas nascem, em sua maioria, no planalto das Guianas e no planalto Central. 
 O Rio Amazonas é o segundo rio mais extenso do mundo (cerca de 7 mil km de extensão) e o 
maior em volume de água. É um rio de planície com baixo declividade que possui grande potencial 
de navegação. O local apresenta mais de 20 mil quilômetros de vias fluviais navegáveis e ainda, o 
maior potencial de geração de energia hidrelétrica do Brasil. 
 Uma das grandes polêmicas atuais sobre o uso do solo na Amazônia diz respeito à construção 
de usinas hidrelétricas, que pretendem aproveitar o potencial hídrico da bacia Amazônica. Na bacia, 
está o maior potencial hidrelétrico não instalado do país (o maior potencial hidrelétrico instalado 
está na Bacia do Paraná). 
 No Rio Madeira, em Rondônia, foram construídas as hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio. 
No rio Xingu, no Pará, está em construção Belo Monte. Quando totalmente concluída, terá 
capacidade instalada para gerar 11,2 mil megawatts, será a segunda maior do país. Entidades 
ambientalistas temem os prováveis impactos sobre os ecossistemas amazônicos, as comunidades 
ribeirinhas e locais e aos indígenas que vivem na região. 
 A região Amazônica apresenta um relevo relativamente plano e o clima equatorial (uma vez 
que está próximo da Linha Equador), com elevadas temperaturas e alto índice pluviométrico, de 
forma que apresenta chuvas em quase todos os meses do ano. 
De tal maneira, os rios possuem dois períodos: um de cheia e outro menor, de seca (estiagem). Com 
frequência, a mata do local é inundada sazonalmente pelos rios que a compõem, o qual passa a ser 
denominado deMata de Igapó. 
 O Rio Amazonas nasce na cordilheira dos Andes, no Peru. Possui 6.868 km, sendo que 3.165 
km estão em território brasileiro. Sua vazão média é da ordem de 109.000 m³/s e 290.000 m³/s na 
estação de chuvas. É um rio típico de planície, ele e muitos de seus afluentes são navegáveis, o que 
é muito importante para a população da Amazônia, que se serve do rio como meio de locomoção. 
O rio é divido em três partes: 
✓ ainda nos países andinos, é chamado de rio Marañón; 
✓ ao entrar no Brasil, é chamado de rio Solimões; 
✓ ao receber as águas do rio Negro passa a ser chamado de rio Amazonas. 
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A largura média do rio Amazonas é de aproximadamente 5 quilômetros. Em alguns lugares, 
de uma margem é impossível ver a margem oposta, por causa da curvatura da superfície terrestre. 
No ponto onde o rio mais se contrai – o chamado “Estreito de Óbidos” – a largura diminui para 1,5 
quilômetro e a profundidade chega a 100 metros. 
As terras amazônicas, como se disse, formam uma planície no sentido atual da palavra, ou 
seja, um território formado pela sedimentação. Ao norte e ao sul essa planície é limitada pelos 
escudos das Guianas e Brasileiro, respectivamente. 
Uma divisão elementar das terras da bacia amazônica permite classificá-las em: 
✓ Igapó: terras muito próximas aos rios onde está sempre alagado apresentando árvores 
não muito altas e rica em espécies vegetais; 
✓ Várzeas: terras próximas ao rio, que são inundadas pelas enchentes anuais, ou mesmo 
diariamente; 
✓ Terras firmes: nunca são alagadas pelas enchentes. 
Em razão dos rios serem caudalosos, a Bacia Amazônica é muito rica em volume de água, 
aspecto que resulta em um enorme potencial de produção de energia elétrica (é a maior do país 
com essa característica). Outro potencial extremamente importante da bacia é a navegação. A Bacia 
Amazônica encontra-se estabelecida na planície Amazônica, portanto o relevo é plano, condição 
essa que permite que quase todos os rios que integram a bacia, inclusive o Amazonas, sejam 
navegáveis. 
O transporte hidroviário é muito importante para a população nortista. Há muito tempo, toda 
hidrografia da região Norte foi usada como via de acesso a essa porção do espaço brasileiro, até 
porque em muitos casos outra forma de transporte não seria viável. Tal fato não ocorreu somente 
no passado, pois atualmente os rios ainda são os principais meios de deslocamento e comunicação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. O DOMÍNIO GEOMORFOLÓGICO 
 A geomorfologia é a área da geografia que estuda as formas do relevo da superfície terrestre, 
sua origem e seus processos de transformação. 
 O relevo da região possui uma grande diversidade de formas, com planícies, planaltos e 
depressões. Entretanto, ele é na sua maioria, de baixa altitude, predominam as planícies e as 
depressões. 
 
✓ Planaltos - superfícies mais ou menos planas, nas quais os processos de erosão predominam 
e superam os de sedimentação. Situam-se normalmente acima de 200 metros, podendo 
ultrapassar os 2 mil metros de altitude. Podem estar assentados em estruturas cristalinas ou 
em estruturas sedimentares. 
✓ Planícies - superfícies pouco acidentadas, mais ou menos planas, geralmente situadas a 
poucos metros do nível do mar, embora possam ocorrer em altitudes maiores. Nessas áreas, 
os processos de deposição de sedimentos superam os processos de erosão. Por serem 
formados pelo acumulo contínuo de sedimentos, as planícies são formas de relevo 
relativamente recentes. 
✓ Depressão - relevo aplainado, rebaixado em relação ao seu entorno; nele predominam 
processos erosivos. 
 
A classificação do relevo brasileiro mais sistematizada foi feita pelo geógrafo Jurandyr 
Ross. É nessa classificação que nos basearemos para compreender o relevo amazônico. A 
seguir, veja o mapa que classifica o relevo brasileiro. Mas não se desespere, vamos estudar 
apenas a região amazônica: 
 
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Repare que no mapa há uma linha vermelha A-B. Ela representa um perfil topográfico 
representado na figura abaixo: 
 
 
 
 No extremo norte estão presentes alguns pequenos planaltos, os Planaltos Residuais Norte-
Amazônicos (representados pelo número 5), também chamado de Planalto das Guianas. Pequenos 
somente em extensão, pois aqui, no ponto mais setentrional do país, encontram-se os picos mais 
altos do Brasil, como o Pico da Neblina (2.995 metros) e o Pico 31 de Março (2.974 metros). Esse 
compartimento do relevo tem origem muito antiga, relacionada a movimentos tectônicos que o 
soergueram. Desde então, vem sofrendo constante processo erosivo. 
 A Depressão Marginal Norte-Amazônica (representada pelo número 13) está localizada 
entre os Planaltos Residuais Norte-Amazônicos, ao norte, e a Depressão da Amazônia Ocidental e o 
Planalto da Amazônia Oriental, ao sul. Sua altitude oscila entre 200 e 300 metros. 
 Já a Depressão da Amazônia Ocidental (representada pelo número 12) limita-se com as 
depressões Norte-Amazônica e Sul-Amazônica, sendo cortada, assim como o Planalto da Amazônia 
Oriental, pela Planície do Rio Amazonas. Possui terrenos baixos, com altitudes inferiores a 200 
metros, com topos planos sustentados principalmente por rochas sedimentares. 
 No centro dessa grande região, está a grandiosa Planície do rio Amazonas, que com seu 
grande volume de água está constantemente erodindo o relevo da planície, formando as planícies 
fluviais, caracterizadas por uma grande deposição de sedimentos provenientes dos rios e das áreas 
mais altas. 
 O número 1 representa o Planalto da Amazônia Oriental, que é cortado ao meio pela Planície 
do rio Amazonas. Estende-se de Manaus até o oceano Atlântico e constitui os limites norte e sul da 
Bacia Amazônica. Esse planalto apresenta altitudes bem menores do que o Planalto da Amazônia 
Oriental, com uma altitude média de 400 metros, recoberto por mata densa, onde se desenvolvem 
árvores como a seringueira e o cacaueiro. Apresenta topos arredondados, onde se encontram alguns 
morros residuais de topo plano. 
 No sul da região, afloram mais alguns planaltos, os Planaltos Residuais Sul-Amazônicos. Parte 
dessa formação está no estado de Rondônia, junto com o os Planaltos e Chapada dos Parecis 
(representado pelo número 4). 
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 A Planície do rio Araguaia (representada pelo número 24) também faz parte da região, pois 
além de abranger o estado do Tocantins, o Araguaia é um afluente do Amazonas. É uma região plana, 
com altitudes de até 200 metros, constituída por sedimentos recentes. A vegetação predominante 
é de cerrados abertos e campos limpos. 
 É necessário dizer que 95% das terras amazônicas são terras baixas, ora semiplanas, ora semi-
onduladas, formando um vastíssimo conjunto de colinas.O Amazonas começa no encontro das 
águas e vai até o golfão Marajoara; o Solimões à montante, até a fronteira com outros países. A 
somatória de todas as planícies aluviais embutidas nas colinas abrange de 3 a 5% do espaço total 
amazônico. Isso quer dizer que 95% dos espaços regionais ou são colinas ou – no caso do planalto 
das Guianas e do planalto brasileiro setentrional (área designada pelo professor Keneth Kaster como 
Austro-Brasília) – são de baixos platôs, morros e cerranias interfluviais extensivamente recobertas 
por densas florestas biodiversas, onde ocorrem maciços bem individualizados, com florestas no 
entorno e cimeiras campestres localizadas (caso da Serra dos Carajás), áreas mais enrugadas, regiões 
de morros e pequenas serras interfluviais, em geral florestadas. 
Dentro desse conjunto de colinas, morros florestados em rochas cristalinas decompostas e 
de eventuais serras com topo plano, às vezes, como é o caso dos Carajás, representam uma 
velhíssima superfície de aplainamento, onde ocorrem redutos de campestres como: catassias, 
bromélias e vegetação campestre metalogênica. Por que metalogênica? Porque ali a crosta 
superficial de mineral de ferro é tão espessa que impediu a penetração das florestas tropicais. 
Quando um rio qualquer sai da serra e consegue escavar essas crostas, acontecem duas 
coisas: ou se formam pequenos lagos de cimeira, por causa da dificuldade de trânsito das águas, ou 
florestas de galerias que, lateralmente, parecem com as do Brasil central porque também têm 
veredas de campestres. As florestas de galerias caminham no meio dos campestres até chegar no 
bordo da serra, onde a floresta está presente em todas as encostas. 
Também queria dizer que a razão de ser dessa fertilidade excepcional da planície, apesar dos 
dédalos dos lagos, está relacionada com o trânsito dos sedimentos que vêm desde os Andes ou pré-
Andes, atravessando várias regiões de formações geológicas, sedimentares etc., e depois vão 
correndo e acrescentando os sedimentos de formação, retirados das pequenas barreiras, que, no 
caso, seriam falésias fluviais, de onde eram retiradas argilas e areias, que vão se misturando aos 
sedimentos que vêm de longe através de um complexo processo de comércio de sedimentação 
aluvial. Isso foi bem estudado e bem exposto pelo professor Wolfgang Junk, que é um dos grandes 
estudiosos da Amazônia. 
Existe uma grande diferença entre os solos das planícies de rios afluentes e o conjunto de 
solos da faixa aluvial Solimões-Amazonas. Na realidade, os mais ricos solos de toda a Amazônia, que 
se destacam em relação aos imensos setores de solos mais pobres, constituem uma grande exceção. 
Convém lembrar que, apesar dos mosaicos de lagos, furos, igarapés e paranás-mirins, foi essa 
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planície aluvial extensa o primeiro conjunto de solos úteis para as populações amazônicas 
tradicionais, por meio de cultivo tipo vazante, criação de gado bovino e pesca em todas as correntes 
e massas fluviais. Lembro que alguns técnicos mal preparados para entender a importância popular 
das chamadas várzeas amazônicas, em termos de sobrevivência de populações ribeirinhas, 
pressionavam empresários e governantes para fazer grandiosas plantações de arroz no espaço total 
das planícies. Uma proposta que demonstra uma lamentável falta de compromisso com o social 
regional. 
Embutido em vastas áreas de tabuleiros ondulados e baixos platôs, o curso d'água do 
Solimões-Amazonas, através de seus transbordes atuais e subatuais, conforma uma planície aluvial 
de 15 a 20 km de largura, em média, sendo que o grande rio apresenta, ele próprio, uma largura de 
4 a 5 km, de forma que entre a largura do rio e a extensão lateral das planícies existe uma relação 
de apenas um para quatro, ou, eventualmente, um para seis. Portanto, aquilo que o povo da 
Amazônia chama de várzea, não é tão largo e tampouco homogêneo devido ao dédalo de lagoas, 
furos, igarapés e paranás-mirins. 
Convém registrar que a cachoeira de Santo Antônio, entre o baixo e o médio Jarí, é um ponto 
de uma fall line menos visível em rios afluentes provindos do Planalto das Guianas. E, além disso, 
que São Gabriel da Cachoeira, no médio-alto vale do rio Negro, constituiu outro ponto de fall 
lines dos rios afluentes da margem esquerda do Solimões-Amazonas. 
No que concerne às terras firmes, a qualidade do solo para fins de atividades agrárias e 
agropecuárias é muito diferente. O solo foi formado por uma evolução integrada da floresta e de 
todos os seus componentes: os herbáceos, os subarbustivos e as grandes árvores etc. De tal maneira 
que o solo que a floresta engendrou não tem nada a ver com o solo que os agricultores pensam que 
vão encontrar quando devastam as florestas e queimam as toras para tentar fazer alguma 
agricultura. Nunca deu certo a agricultura extensiva, então os proprietários de terra entraram no 
domínio da agropecuária e, sobretudo, da pecuária mesmo. E isso é um problema muito sério 
porque os proprietários que compraram terras por preços aviltadíssimos na Amazônia dizem 
sempre: "agora a terra é minha e eu faço com ela o que quiser e quando quiser". Esse é o grande 
dilema da Amazônia em relação à destruição da cobertura vegetal para atividades ditas 
agropecuárias. (Ab’Sáber. 2005) 
 
 
 
 
 
 
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3. TRANSPORTES DO ESTADO DO AMAZONAS: RODOVIÁRIO, AEROVIÁRIO, 
FLUVIAIS 
 
“O fato de a densidade demográfica do estado do Amazonas ser baixa, aproximadamente 
2,21 habitantes por km² em 2010 (IBGE, 2010), e de muitos dos municípios e das suas 
localidades possuírem precárias ligações de infraestrutura de transporte – que vão desde as 
rodovias mal conservadas ou de sua inexistência, hidrovias intermitentes e sujeitas às 
sazonalidades dos rios e pistas de pouso ou aeroportos sem adequados instrumentos para 
voos –, representam obstáculos para o cumprimento das políticas públicas voltadas à 
promoção do desenvolvimento regional, para o incremento da divisão territorial do 
trabalho, e para a plena circulação da produção, mercadorias e das pessoas.” 
SILVA, Ronaldo Sérgio da; SILVEIRA, Rogério Leandro Lima da. Meios de transporte e desenvolvimento regional no estado do Amazonas: uma 
análise das microrregiões geográficas do Madeira e do Purus. Novos Cadernos Naea, v. 15, n. 2, p.1-44, 11 mar. 2013. 
http://dx.doi.org/10.5801/ncn.v15i2.655. 
 
Quando a construção de Brasília começou a se consolidar, no segundo semestre de 1958, o 
presidente Juscelino Kubitschek chamou o engenheiro agrônomo Bernardo Sayão, do Ministério da 
Agricultura, e lhe propôs comandar a construção de uma estrada que cortasse o Cerrado, “arrombar 
a selva e unir o país de norte a sul”, substituindo o longo caminho marítimo que sempre ligara as 
duas regiões do país. À frente de milhares de operários, Sayão venceu o Cerrado e selvas na frente 
sul da construção, que se iniciou em Brasília, enquanto Waldir Bouhid, médico sanitarista paraense, 
abriu florestas ao norte com outro batalhão de trabalhadores, vindo de Belém. Os dois se 
encontrariam no início de 1959, num ponto intermediário do caminho, fechando a ligação de Brasília 
(DF) a Belém (PA). De outro lado, a abertura da então BR-29, que hoje é a BR-364, foi um novo 
desafio que o país hoje deve a JK. Tanto isso é reconhecido que, através da Lei 8.733, de 25 de 
novembrode 1993, o então presidente Itamar Franco deu a denominação de “Presidente Juscelino 
Kubitschek de Oliveira” à rodovia BR-364. 
As microrregiões do Madeira e do Purus, como parte da história construída pelos homens e 
palco dos diversos arranjos institucionais, foram contempladas com a construção das rodovias BR-
319, BR-317, BR-230 (Transamazônica) que, em conjunto com algumas rodovias estaduais (AM-364 
e AM-356), interligam cerca de 60% das sedes municipais do estado do Amazonas com a capital, 
Manaus, e com o restante do país, constituindo-se na área amazônica mais bem servida por estradas 
de rodagem. Estes objetos (rodovias) surgiram no território com o advento de diversos planos 
governamentais, dentre eles, o de Integração Nacional (IBGE, 1991). 
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No Brasil, projetos oficiais e privados de colonização, ao longo das décadas de 1970 e 1980, 
principalmente, redefiniram o uso social do território, reorganizando-o, em especial na Amazônia. O 
assentamento de famílias é uma das variáveis que expressam essa redefinição. 
As primeiras penetrações pelo rio Madeira datam nos registros de 1637, quando da expedição 
de Pedro Teixeira, ligando Belém do Pará a Quito, no Equador. Habitavam na região, primitivamente, 
os índios: Toras, Barés, Muras, Urupás, Araras e outros. 
Em meados do século XIX, a Freguesia de Nossa Senhora do Bem de Humaitá foi fundada pelo 
comendador José Francisco Monteiro. Humaitá tornou-se o mais importante centro urbano da 
microrregião, em virtude de sua localização geográfica, em meio a um entroncamento rodo-fluvial 
formado pelas rodovias BR-319 (trecho Porto Velho-Manaus), BR-230 (Transamazônica) e pelo rio 
Madeira. A cidade dispõe dos principais serviços urbanos. 
A criação do município de Apuí, em 1988, que fica às margens da Transamazônica (BR-230), 
“representou uma tentativa de expansão da atividade agrícola, mas a possibilidade de transporte e 
a irregularidade de tráfego e as grandes distâncias para atingir os centros consumidores 
transformaram a agricultura em modesta expressão econômica”, embora seja a segunda área 
produtora do estado. 
O acesso aos municípios da microrregião do Madeira se faz por via fluvial, rodoviária e aérea. 
A distância em linha reta da sede dos municípios à capital, Manaus, é: Apuí, 460 km; Borba, 150 km; 
Humaitá, 580 km; Manicoré, 333 km; e Novo Aripuanã, 255 km. Por via fluvial, a distância é: Borba, 
215 km; Humaitá, 959 km; Manicoré, 421 km; e Novo Aripuanã, 300 km. O município de Apuí não 
possui ligação fluvial – e sim rodoviária, através do uso das BR-230 e 319. 
A microrregião do Madeira tem uma área de 221.036,6 km², ocupando 14,07 % do estado do 
Amazonas. Seus municípios são: Apuí, Borba, Humaitá, Manicoré e o município de Novo Aripuanã 
(SEPLAN-AM, 2009). 
Até a metade da década de 1980, conforme IBGE (1991), a coleta da borracha, da madeira e 
da castanha-do-pará ainda prevalecia; e só mais recentemente a economia local se modificou, 
apoiando-se não apenas no extrativismo vegetal, mas também na extração de ouro e de cassiterita, 
na regularização da pesca em colônia, no estabelecimento das fazendas de gado nos antigos 
seringais e no surgimento dos cultivos de café, arroz e soja. Estes são apenas alguns exemplos da 
nova dinâmica da região, que faz de Porto Velho um centro importante, com forte influência regional 
e com estreita relação com as microrregiões selecionadas. 
As articulações através das rodovias beneficiaram as microrregiões do Madeira e do Purus 
com a construção da BR-319. A articulação das microrregiões se completa com todos os modais 
possíveis para a região – as hidrovias, as rodovias e as aerovias. As aerovias, com as linhas aéreas 
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regionais, interligam as suas sedes municipais às cidades de Porto Velho e de Manaus e, através 
destas, com as demais regiões do país. 
Enquanto o Vale do rio Madeira dispõe da via rodoviária e da via fluvial para as suas 
comunicações com o estado e com o país, o Vale do rio Purus ainda tem na via fluvial o principal 
meio de comunicação, embora em ambas as microrregiões existam ligações por linhas aéreas 
regionais, mas tal transporte é restrito, devido ao alto custo de suas tarifas. 
A construção de rodovias no estado do Amazonas se realizou principalmente nas 
microrregiões geográficas do Madeira e do Purus, em maiores extensões; em outras microrregiões 
em menor extensão; e em algumas nem foram contempladas. 
A Rodovia Belém-Brasília é um vetor oriental de ocupação, que se estruturou a partir da 
década de 1960. Nas décadas seguintes, uma vasta mancha de povoamento, nucleada por áreas de 
intensa modificação das paisagens naturais, organizou-se em torno do vetor oriental. A Rodovia 
Belém-Brasília é um conjunto formado por onze rodovias federais do Brasil, que ligam a capital do 
país, Brasília, à capital do Pará, Belém. A chamada Rodovia Belém-Brasília passa pelos Estados de 
Goiás, Tocantins, Maranhão e Pará. Ela é uma área de fluxo que interliga diversas regiões do país. 
A Rodovia Brasília-Acre é um vetor ocidental de ocupação estruturou-se a partir da década de 
1970. A colonização agrícola impulsionada por imigrantes do Centro- Sul originou dezenas de 
núcleos urbanos, dando origem a uma rede urbana original, complexa e diferenciada. 
Já a Rodovia Cuiabá-Santarém liga a capital do Estado do Mato Grosso e a cidade portuária 
Santarém, no Pará. A Rodovia Cuiabá-Santarém atravessa uma das regiões mais ricas do país em 
recursos naturais e potencial econômico. 
A seguir, vamos listar algumas das principais rodovias do Estado do Amazonas: 
✓ A BR-230, também conhecida como Rodovia Transamazônica, é uma rodovia federal 
transversal do Brasil, com extensão de 5 662,60 quilômetros (incluindo os trechos não 
construídos), sendo a maior rodovia do país. Foi criada durante o governo do presidente 
Emílio Garrastazu Médici (1969 a 1974), sendo uma das obras inacabadas devido às suas 
proporções enormes, realizadas durante o período da ditadura militar. Ao extremo leste 
(na região Nordeste), se inicia na cidade de Cabedelo, no estado da Paraíba; enquanto 
que ao extremo oeste (na região Norte), se inicia na cidade de Lábrea, no estado do 
Amazonas. 
✓ A BR-319, oficialmente Rodovia Álvaro Maia, mais conhecida como Rodovia Manaus–
Porto Velho, é uma rodovia federal diagonal brasileira que inicia no município de Manaus, 
capital do Amazonas, e finaliza em Porto Velho, capital de Rondônia. Com 885 
quilômetros, é a única ligação rodoviária dos estados do Amazonas e de Roraima com o 
restante do Brasil. 
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✓ A BR-174, também conhecida por Manaus–Boa Vista, é uma rodovia longitudinal que 
interliga os estados brasileiros de Mato Grosso, Rondônia, Amazonas e Roraima à 
Venezuela. Planejada originalmente para facilitar a ligação da Fronteira Brasil–Venezuela 
com o restante do Brasil, estava previsto, no antigo Plano Nacional de Rodovias, que a 
BR-174 se estenderia por 3.319,90 quilômetros. Contudo, até hoje vários trechos da 
rodovia sequerexistem e os que chegaram a ser abertos estão sem pavimentação até os 
dias atuais ou correm concomitante com outras estradas federais e estaduais. 
Considerando apenas os trechos existentes oficialmente, a rodovia possui 1 902 
quilômetros. 
✓ A Rodovia Torquato Tapajós ou Deputado Vital de Mendonça (AM-010) é uma rodovia 
do estado do Amazonas. Ela liga os municípios de Manaus, Rio Preto da Eva e Itacoatiara, 
em um total de 250 quilômetros de extensão. 
✓ A Rodovia Manoel Urbano (AM-070) é uma rodovia do estado do Amazonas. Com 93 
quilômetros de extensão, possui 3 pontes, entre elas a Ponte Jornalista Phelippe Daou, 
ligando os municípios de Manaus, Iranduba e Manacapuru. A AM-070 é fundamental na 
integração da Região Metropolitana de Manaus. 
No Amazonas, o que se vê é que a utilização da hidrovia (rota por tráfego aquático) está cada 
vez mais incrementada, tanto na otimização das embarcações e sinalizações dos rios, quanto na 
tecnologia e melhoramento dos portos do interior do estado. Os rios também permitem o 
transporte rodoviário/fluvial, onde os semirreboques de cargas naveguem sobre balsas. As cargas 
também podem ser transportadas sobre o convés e nos porões das balsas – cargas sólidas e líquidas, 
respectivamente. Uma modalidade que persiste nos rios do Amazonas são os armazéns flutuantes, 
com capacidade de carga de 28.000 toneladas, em comboios de 12 balsas. Em Manaus pode-se 
observar a intermodalidade fluvial e marítima. 
As condições naturais, especialmente a grande extensão de vias navegáveis, fazem com que 
o transporte hidroviário seja tomado como ponto de referência básico para organização da rede de 
transportes da Amazônia. 
As velocidades dos transportes estão diretamente relacionadas ao sentir as agruras do espaço 
a ser percorrido e, também, quanto mais lento é o transporte, mais se percebe o sofrimento e as 
necessidades da população. Como os tomadores de decisões se deslocam em altas velocidades, via 
área ou em lanchas “voadoras”, supomos que não percebem as verdadeiras necessidades da 
população e as melhorias por elas exigidas não são tidas como reais, pois estes não são 
conhecedores do espaço vivido. 
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As enormes distâncias das áreas de produção aos centros consumidores provocam 
desperdício da produção, que chega a estragar; e também desmotivam os agricultores a ampliarem 
as suas roças. 
Outro fator atraente do modal hidroviário é o preço dos fretes e das passagens, o baixo valor 
de manutenção das embarcações e das vias, enquanto as rodovias, que sofrem com as intempéries 
e desgastes associados à circulação dos veículos, logicamente necessitam de uma maior 
manutenção, redundando, assim, em mais gastos. 
No Amazonas, o transporte aéreo é, em tese, complementar ao transporte fluvial, mas 
geralmente é o único modo de transporte permanentemente utilizável no território, por não sofrer 
as influências sazonais que sofrem alguns rios em sua perenidade. 
As construções dos aeroportos no estado do Amazonas foram influenciadas pelos rios, e 
eles estão sempre próximos dos mesmos. 
Assim, as demais modalidades de transporte são chamadas a integrar-se com o sistema 
hidroviário e a complementá-lo. Como exemplo, podemos citar o transporte de soja, que parte do 
Norte de Mato Grosso, entra no Amazonas e segue destinos internacionais. Além das opções 
exclusivas, existe a intermodalidade, mesclando-se o transporte terrestre com o fluvial e, em alguns 
casos, com o aéreo. Considerando que nenhum dos modais possui condições adequadas de trânsito, 
a escolha tende a levar em consideração todos os custos socioeconômicos ambientais envolvidos no 
processo de adequação das vias. 
O transporte aéreo demanda os maiores custos operacionais e apresenta elevado consumo 
de combustíveis, que varia conforme o porte da aeronave, depende das condições atmosféricas e 
causa poluição atmosférica e sonora. 
Em relação às aerovias (rota por tráfego aéreo), apesar de existirem várias cobrindo todo o 
estado, alguns municípios são atendidos sistematicamente pelas companhias aéreas; e os demais, 
por aviões da Força Aérea, com finalidades específicas e não regulares. 
No Amazonas, as grandes distâncias que separam os centros urbanos entre si e também da 
capital, aliadas à carência de infraestrutura adequada de transporte nos três modais que são 
possíveis no Estado: aeroviário, rodoviário e o fluvial, permitem aos agentes que disputam esse 
mercado tomarem decisões que impactam sobre a vida dos que deles se utilizam, sem se preocupar 
com suas consequências. Nos três modais, observamos que os interesses dos proprietários dos 
meios de transportes acabam por determinar a criação e extinção de linhas, a mudança de horários 
e de itinerários, e, na maioria das vezes, a priorização do transporte de cargas ao de pessoas. Esses 
agentes priorizam também o atendimento a certos centros urbanos em detrimentos de outros, 
como constatado durante a pesquisa sobre a utilização dos aeroportos do estado do Amazonas. 
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Os aeroportos dos municípios que integram as microrregiões selecionadas são raramente 
utilizados pela população em geral, pois praticam preços proibitivos, e quando são utilizados, 
atendem aos governos municipal, estadual e federal. 
Assim, podemos dizer que não existe uma rede de transporte que esteja efetivamente em 
uso nas microrregiões, e sim uma utilização maciça do modal hidroviário para o atendimento das 
infinitas necessidades da população. (Silva, 2012) 
 
 
 Rede Territorial: transportes e circulação de soja Amazônia Meridional (RO e MT). Fonte: SILVA (2013 e 2009) Disponível em: 
<https://journals.openedition.org/confins/9949?gathStatIcon=true&lang=pt> 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. ECOLOGIA: IMPACTOS AMBIENTAIS, RESERVAS E PARQUES ECOLÓGICOS 
Atualmente, uma das grandes discussões acerca da questão ambiental no Brasil é a 
modificação do Código Florestal. São grandes as controvérsias entre ambientalistas e ruralistas na 
construção de um modelo coerente de desenvolvimento sustentável. Um dos pontos mais discutidos 
é a questão das chamadas “reservas legais” nos diferentes ecossistemas brasileiros. 
Segundo o art. 3º do Código Florestal, uma reserva legal é uma área localizada no interior de 
uma propriedade ou posse rural, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável 
dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos 
ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna 
silvestre e da flora nativa. No caso de região amazônica, 80% da propriedade rural deve ser 
preservada. E a porcentagem de 35% diz respeito a propriedades situadas em áreas de Cerrado na 
Amazônia Legal, sendo no mínimo 20% na propriedade e 15% na forma de compensação ambiental 
em outra área, porém na mesma microbacia. 
Atualmente, a possibilidade de maior impacto no ecossistema amazônico ocorre pela a 
construção de novas usinas hidroelétricas. Isso porque as usinashidroelétricas não são 
consideradas uma fonte 100% limpa de produção de energia, pois as barragens construídas para o 
estoque de água a ser usado nas usinas destroem regiões inteiras, alagando a flora, a fauna e até 
submergindo cidades por completo. 
A biopirataria na Amazônia é um grande problema ecológico enfrentado. Os biopiratas 
coletam ilegalmente da floresta Amazônica mudas de plantas nativas, animais, micro-organismos e 
fungos que saem do país disfarçadamente pelos portos e por aeroportos. Os produtos da floresta 
são vendidos para laboratórios ou colecionadores que os patenteiam. Segundo a CPI da biopirataria, 
o tráfico de animais e de plantas movimenta anualmente US$ 1 bilhão, aproximadamente. O 
principal prejuízo é a possível extinção das espécies animais e vegetais traficadas, por falta de 
controle e reposição. 
Vale dizer ainda que a biopirataria não é apenas o contrabando de diversas formas de vida da 
flora e fauna, mas principalmente a apropriação e monopolização dos conhecimentos das 
populações tradicionais no que se refere ao uso dos recursos naturais. Ainda existe o fato de que 
estas populações estão perdendo o controle sobre esses recursos. Este conhecimento, portanto, é 
coletivo, e não simplesmente uma mercadoria que se pode comercializar como qualquer objeto no 
mercado. Porém, nos últimos anos, através do avanço da biotecnologia, da facilidade de se registrar 
marcas e patentes em âmbito internacional, bem como dos acordos internacionais sobre 
propriedade intelectual, tais como TRIPs, as possibilidades de tal exploração se multiplicaram. 
Na primeira década do século XXI, a geógrafa Bertha Becker, em um artigo intitulado 
Geopolítica da Amazônia (2005), afirmou que a “Amazônia não deveria mais ser vista apenas como 
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uma área de expansão da fronteira móvel, mas como uma região em si, em razão dos avanços 
econômicos, sociais e políticos observados nas últimas décadas.” A criação de unidades de 
conservação e a demarcação de terras indígenas ampliaram consideravelmente as áreas protegidas 
do território amazônico. A sociedade civil passou a ser um ator fundamental especialmente pelas 
suas reivindicações de cidadania, , como no caso das populações indígenas e quilombolas, influindo, 
inclusive, no desenvolvimento urbano, de modo pontual na região da Zona Franca de Manaus. 
A atuação da FUNAI com a demarcação de terras indígenas também, de modo que ampliaram 
consideravelmente as áreas protegidas do território amazônico. De outro lado, nas últimas décadas 
também se viu a expansão do plantio de soja e a melhoria das pastagens e dos rebanhos 
concorreram para a consolidação do povoamento no chamado Arco de Fogo. 
 Cabe ainda enfatizar que o maior patrimônio desta floresta tropical úmida é a sua 
biodiversidade. Cerca de 50% do patrimônio genético da humanidade encontra-se na Amazônia, 
abrigando cerca de 80 mil espécies de plantas e cerca de 30 milhões de espécies animais, talvez 0 
maior patrimônio biológico do planeta, segundo Paul A. Aolinvaux (in "The Past and Future Amazon", 
"Scientific American", maio 1989, p.102). 
 Todavia, há que se levar em consideração que nem todas as partes estão igualmente providas 
dos mesmos meios, e dessa forma todo o desafio esta em garantir direitos iguais entre desiguais. No 
caso da Amazônia, por exemplo, temos desde comunidades indígenas e extrativistas e grandes 
grupos monopolísticos nacionais e multinacionais com estratégias diferenciadas pela apropriação da 
sua enorme riqueza mineral e genética (biodiversidade). Tanto os povos indígenas, como os 
ribeirinhos e extrativistas, extraem da floresta uma serie de frutas traduzidas numa rica culinária e 
farmacologia num manejo florestal sustentado que precisa ser levado em consideração, sobretudo 
num momento onde e enorme o interesse sobre a área pelos grandes monopólios nacionais e 
internacionais da madeira face à devastação que se abate na floresta tropical da Ásia (Malásia, 
sobretudo) e da África (Zaire sobretudo). A pobreza genética dos principais países industrializados 
se deve a uma pratica que muito tem a ver com a logica capitalista de ao selecionar as sementes 
mais produtivas, simplificar os ecossistemas, homogeneizá-los, e, dessa forma, torna-los mais 
vulneráveis aos ataques de pragas. Os agros ecossistemas assim constituídos têm mantido o seu 
equilíbrio graças a agroquímica, através de agrotóxicos. Além disso, as praticas da manejo florestal 
sustentado, privilegiando espécies de alto valor comercial e, portanto, com simplificac6es e 
homogeneização dos sistemas, como é comum nos países nórdicos e no Canada, encontra ai alguma 
razão de ser, pois estas áreas apresentavam florestas relativamente homogêneas. Entretanto, a 
floresta tropical úmida não pede receber um transplante mecânico destas praticas, sob pena de a 
desequilibrarmos. importante ressaltar que mesmo com essas praticas nesses países a demanda de 
matéria-prima por parte das industrias de papel e celulose não é satisfeita e dai a pressão sobre as 
florestas tropicais. Enfim, o enorme patrimônio da floresta tropical está na sua heterogeneidade - a 
biodiversidade - e esta corre sérios riscos pela concepção estreita de manejo florestal sustentado 
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que vê a madeira como principal recurso, desconhecendo que manejo florestal sustentado precisa 
ser demonstrado empiricamente, sendo necessário para isso um largo tempo que leve em 
consideração a reprodução das varias espécies. Sobre isso, convenhamos, o verdadeiro manejo 
florestal sustentado é a posta em pratica pelos povos indígenas e demais extrativistas que, mesmo 
apos milênios vivendo na região conseguiram trazer ate nós essa floresta tão diversificada. Se 
quisermos ir às ultimas consequências com este conceito e necessário que incluamos esses próprios 
povos como parte constitutiva dessa floresta e que, por isso, precisam reproduzir-se pois suas 
historias, suas culturas fazem parte da vida da floresta. As consequências de uma logica mercantil-
capitalista sobre a floresta é, no mínimo, preocupante quando levamos em consideração a 
complexidade do ecossistema amazônico e da vida desses povos. A tendência homogeneizante e 
simplificadora do sistema industrial inerente a uma sociedade produtivista encontra na Amazônia 
fortes razoes para não ser implementada e devemos reconhecer que o complexo tecnologico-
ideologico industrial que o mundo conhece não se desenvolveu a partir de uma relação com 
ecossistemas tropicais cuja dinâmica de equilíbrio é muito diferente daquela existente nos parses 
que hoje detém a propriedade das tecnologias de ponta. (Gonçalvez. 1989). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. O ECOSSISTEMA E AS QUESTÕES AMBIENTAIS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA 
 A floresta amazônica, também conhecida como floresta equatorial, é o ecossistema 
dominante do bioma amazônico. Nele também são encontrados encraves de campos, cerrados e 
caatinga. 
 A formação florestal que predomina é a floresta ombrófila densa, seguidada floresta 
ombrófila aberta. As árvores são do tipo latifoliadas (folhas largas e grandes), o que facilita a 
evapotranspiração, e perenifólias (tem folhas durante o ano inteiro). 
 A floresta possui algumas características: 
✓ Mata de terra firme: área que nunca inunda, na qual se encontra vegetação de grande 
porte, com árvores chegando aos 60 metros de altura, como a castanheira-do-pará e o 
cedro. O entrelaçamento das copas das árvores forma um dossel que dificulta a 
penetração da luz, originando um ambiente sombrio e úmido no interior da floresta. 
✓ Mata de várzea: área sujeita a inundações periódicas, com a vegetação de médio porte 
raramente ultrapassando os 20 m de altura, como o pau-mulato e a seringueira. Como se 
situa entre as matas de igapó e de terra firme, possui características de ambas. 
✓ Mata de igapó: desenvolve-se ao longo dos rios, numa área permanentemente alagada. 
Em comparação com os outros estratos da floresta é a que possui menor quantidade de 
espécies e é constituída por árvores de menor porte, incluindo palmeiras, e plantas 
aquáticas, destacando-se a vitória- régia. 
✓ Igarapé (pequenos rios que cruzam as florestas de várzeas) - são cursos de água 
amazônicos de primeira ou segunda ordem, componentes primários de tributação de rios 
pequenos, médios e grandes, sendo que a sua boca serve de porta de acesso às matas. 
 
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 Vista de cima, a floresta Amazônica possui a aparência de uma camada contínua de copas 
largas, situadas a aproximadamente 30 metros acima do solo. A dificuldade para a entrada de luz 
pela abundância de copas faz com que a vegetação rasteira seja muito escassa na Amazônia. Pelo 
mesmo motivo, a maior parte da fauna amazônica é composta de animais que habitam as copas das 
árvores, entre 30 e 50 metros. 
 A bacia amazônica é considerada a maior bacia do mundo e compreende uma área de 
6.112.000 Km², ocupando cerca de 42 % da superfície do território brasileiro. É formada pelos rios 
Amazonas, Solimões, Negro, Xingu, Tapajós, Jurema, Madeira, Purus, Branco, Juruá, Trombetas e 
Uatumã e muitos outros. 
 Estudos sobre o clima têm mostrado que a Amazônia possui grande importância para a 
estabilidade ambiental do planeta pelas altíssimas quantidades de carbono fixadas na massa vegetal 
e pela altíssima quantidade de carbono sequestrada anualmente da atmosfera. Essa massa vegetal 
evapora algo em torno de sete trilhões de toneladas de água anualmente para a atmosfera. A 
floresta Amazônica é uma das principais reservas de biodiversidade do mundo. Estima-se que 
abrigue pelo menos a metade de todas as espécies vivas do planeta. 
 O desmatamento é o mais grave problema ambiental da Amazônia. Essa degradação se deve 
a vários fatores, sendo os mais importantes: 
✓ Expansão da pecuária bovina. 
✓ Atuação indiscriminada de madeireiras. 
✓ Aumento do número de garimpos. 
✓ Implantação de grandes projetos econômicos, voltados tanto para atividades 
agropecuárias como para mineração. 
 Outro grande problema da Amazônia, que contribui sobremaneira para o desmatamento, são 
as queimadas, que normalmente não são acidentais, mas provocadas por ação humana. Agricultores 
e pecuaristas usam o fogo para desmatar grandes áreas a fim de iniciar cultivos e outras atividades. 
 Os incêndios provocam grandes prejuízos à floresta. A fauna e a flora são imensamente 
afetadas. Além disso, o fogo causa emissões de gases estufa, que agravam o aquecimento global. 
 Entre as consequências atuais e futuras dessa degradação, podemos mencionar: 
✓ Menor umidade do ar. 
✓ Diminuição do volume de água dos rios da região. 
✓ Menor evapotranspiração. 
✓ Rebaixamento do nível do lençol freático, por causa da menor retenção de água na 
superfície e da maior velocidade de escoamento. 
 Estima-se que já tenham sido derrubados em torno de 18% da mata original da Floresta 
Amazônica. O desmate da Amazônia acontece tanto nas zonas de transição, nas bordas da floresta 
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com o Cerrado – região conhecida como Arco do Desmatamento –, quanto no interior da mata, 
principalmente no oeste paraense e no entorno da Rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém), na Terra do 
Meio. 
 O ritmo da destruição, entre 2008 e 2018, o desmatamento na Amazônia foi 170 vezes mais 
rápido do que aquele registrado na Mata Atlântica durante o Brasil Colônia. 
 Nos últimos anos, o desmatamento vem sofrendo uma queda continuada em função de um 
maior sucesso da política de combate ao desmatamento e de usos racional e sustentável do solo e 
da riqueza amazônica. Em 2004, chegou a 27.772 Km². Nos anos seguintes, caiu até o seu menor 
patamar em 2012. A partir daí, conheceu momentos de alta e de baixa. 
 Após uma alta nos períodos de 2014/2015 e 2015/2016, o desmatamento na Amazônia caiu 
16% entre agosto de 2016 e julho de 2017, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas 
Espaciais (Inpe). A maior parte do desmatamento ocorreu nos estados do Pará (2.413 km²) e no 
Mato Grosso (1.341 km²). 
 
 
 
 Sem controle, a taxa de desmatamento poderá atingir patamares anuais entre 9.391 km² e 
13.789 km² até 2027, se mantida a mesma relação histórica entre rebanho bovino e área total 
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desmatada – considerando que a pecuária é um dos principais vetores de desmatamento na 
Amazônia. Isso pode elevar o desmatamento a um estado irreversível. 
A preservação da Amazônia tem sido tema de preocupação internacional, pois a perda da 
vegetação pode modificar a temperatura, o regime de chuvas e o regime de rios de outras regiões, 
especialmente o Centro-Oeste e o Sudeste. A perda da biodiversidade também é importante, já que 
a variedade de animais e plantas está relacionada à conservação dos ecossistemas. 
 A maior preocupação diz respeito ao controle do aquecimento global. De um lado, porque 
funciona como uma espécie de “filtro” de carbono. Em condições normais, a floresta tem uma 
enorme capacidade de retirar pelo processo de fotossíntese, o CO2 da atmosfera, um dos grandes 
vilões do aumento da temperatura mundial, e estocá-lo na forma de biomassa. 
 Por outro lado, a queima e a degradação de biomassa resultante do desmatamento na 
Amazônia são fatores agravantes do efeito estufa. 
 Diminuir o desmatamento na Amazônia é um dos focos mais importantes da Política Nacional 
de Mudança do Clima (PNMC). O plano objetiva alcançar, até o ano 2020, uma taxa 80% menor que 
a média registrada entre 1996 e 2005. Por essa meta, o desmatamento anual não poderá ser 
superior a 3.925 quilômetros quadrados. Como se vê, considerando o desmatamento dos últimos 
anos, o Brasil está longe de alcançar esse objetivo. 
 As medidas implementadas entre 2005 e 2012 derrubaram as taxas de desmatamento na 
região em cerca de 70% e indicam quais são os elementos necessários para atingir o desmatamento 
zero. Entre eles estão os acordos pelo fim do desmatamento pela agropecuária, o aumento da 
eficiência da pecuária nas áreas já abertas, a criação de áreas protegidas (Unidades de Conservação 
e terras indígenas) e ocumprimento do Código Florestal. Tais políticas, se aplicadas não somente 
à Amazônia, mas também a outros biomas, seriam capazes de, antes de 
2030, zerar o desmatamento no país. 
 Para combater o desmatamento, o Poder Público executa programas de fiscalização, de 
licenciamento ambiental, de regularização ambiental, de exploração sustentável da floresta, de 
criação de unidades de conservação e de homologação de terras indígenas. 
 A redução do desmatamento associados às queimadas na Amazônia evitou de 400 até 1.700 
mortes precoces por doenças respiratórias por ano entre 2001 e 2012, na América Latina. A queda 
do desmatamento reduziu a taxa de nascimentos prematuros e de crianças com peso abaixo do 
normal. 
 O grande desafio é o desenvolvimento econômico e social com a manutenção da floresta em 
pé. Ou seja, a geração de trabalho, renda e riqueza para a população da Amazônia, por meio da 
exploração dos produtos florestais, com o menor desmatamento possível da floresta. 
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 Uma das grandes polêmicas atuais sobre o uso do solo na Amazônia diz respeito à construção 
de usinas hidrelétricas, que pretendem aproveitar o potencial hídrico da Bacia Amazônica. No rio 
Madeira, em Rondônia, foram construídas as hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio. No rio Xingu, no 
Pará, já inaugurada, mas ainda em construção, está Belo Monte. Há a previsão de construção de 
várias outras hidrelétricas em rios amazônicos. 
 Movimentos contrários à construção das hidrelétricas temem os impactos sobre os 
ecossistemas amazônicos, comunidades ribeirinhas e indígenas da região. 
 No âmbito governamental podem ser adotados algumas medidas para zerar o desmatamento 
da Amazônia, tais como: o fim de subsídio aos desmatadores; aumento da fiscalização ambiental; 
repressão da grilagem; criação de mais Unidades de Conservação; demarcação de Terras Indígenas; 
promoção da transparência total e ativa de dados que auxiliam no controle de cadeias produtivas; 
apoio de usos sustentáveis da floresta e melhores práticas agropecuárias; fortalecimento de planos 
que aumentem a renda associada à conservação florestal; criação de programas que remunerem o 
produtor que conserva áreas além do requerido pela legislação; aumento das transferências 
financeiras para municípios e Estados que reduzem desmatamento e mantêm maior estoque de 
floresta; priorização do crédito rural para municípios que reduziram desmatamento, entre outros. 
(Legnaioli. 2019) 
 
5.1. SOLOS 
 Apesar de sustentar uma rica flora e fauna devido ao estado de equilíbrio atingido pelo 
ecossistema, o solo amazônico apresenta, em geral, pouca espessura e baixa fertilidade (reduzida 
quantidade de nutrientes). A maior parte dos nutrientes é produzida pela própria floresta, 
estabelecendo-se assim uma perfeita interação entre os diversos componentes da paisagem. 
Qualquer perda do equilíbrio afeta todo o sistema. Vejamos como isso ocorre: 
 Por baixo da floresta, uma fina camada de húmus (solo fértil orgânico) é continuamente 
renovada pela decomposição de folhas, galhos e animais mortos, os quais são convertidos em 
nutrientes e reabsorvidos pelas raízes das plantas. Nas áreas muito úmidas, como as equatoriais, 
ocorre intenso processo de lixiviação, ou seja, os solos são lavados e têm seus minerais e nutrientes 
escoados pelas águas das chuvas. A retirada da vegetação, portanto, significa a alteração desse 
delicado equilíbrio e o empobrecimento dos solos em curto prazo. 
 Apesar da exuberância apresentada pela floresta, os solos nos quais está fixada não possuem 
grande riqueza em nutrientes. Porém, nas margens dos rios podemos encontrar solos mais férteis, 
conhecidos como várzea. Nelas são acumuladas grandes quantidades de nutrientes trazidos pelas 
águas em períodos de cheias, especialmente vindos de áreas próximas à Cordilheira dos Andes. 
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Ainda são encontrados solos férteis em restritas áreas da região da Amazônia, com destaque para 
os Estados de Rondônia e Acre. 
Os solos amazônicos possuem uma restrita camada de matéria-orgânica que se encontra na 
superfície, conhecida como húmus. Essa fina camada fértil é oriunda da própria floresta, nela os 
organismos (insetos, fungos, algas e bactérias) vivos reciclam os nutrientes dispostos no ambiente. 
Além disso, outros fatores contribuem para o processo, como a temperatura, que permanece alta o 
ano todo; a enorme umidade relativa do ar presente na região e a restrita variação do clima. Tudo 
isso garante a sustentação da floresta. 
Podemos afirmar que a serrapilheira sustenta a exuberância da floresta Amazônica, é uma 
fina camada de solo superficial formada a partir da decomposição de folhas, galhos, frutos, além de 
animais mortos, que formam uma rica matéria-orgânica. Isso acontece em um longo e complexo 
processo biológico, que então explica como, apesar de possuir um solo pobre, a floresta permanece 
sempre verde e exuberante. (Freitas. 2019) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. GEOPOLÍTICA DA AMAZÔNIA E A INTEGRAÇÃO DO ESTADO NOS NÍVEIS 
NACIONAL E INTERNACIONAL 
 Resignada à economia extrativista durante quase toda sua história, desde a colonização até 
tempos recentes, a Amazônia foi sempre a região brasileira que recebeu menos atenção por parte 
dos agentes públicos e privados. 
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 Somente nos anos 1950, com o processo de industrialização brasileiro é que se começou a 
pensar na integração dessa região com o resto do Brasil, sobretudo com o centro político-
econômico, o Sudeste. Para atrair indústrias, a industrialização dessa região contou com muitos 
incentivos fiscais. 
 Entre os projetos industriais mais relevantes, destacaram-se o processamento de minérios e 
outros recursos naturais de um lado; e a implantação da indústria eletroeletrônica na Zona Franca 
de Manaus, de outro. A construção da BR-364 veio para consolidar esses projetos, permitindo não 
somente o escoamento da produção como para a ligação da Amazônia com as outras regiões 
brasileiras. 
 
6.1. A SUDAM 
Em 1966, foi criada a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam); assim, 
surgiu a Amazônia Legal. Apoiada por outro órgão oficial, o Banco da Amazônia, a Sudam concedeu 
incentivos fiscais e créditos para as empresas interessadas em investir na região de planejamento. 
Os projetos de investimento aprovados foram beneficiados com isenção de impostos e com 
empréstimos a juros baixíssimos. Entre 1966 e 1985, a Sudam apoiou mais de 900 projetos, a maioria 
deles de exploração florestal e agropecuária. 
De acordo com o artigo 10 da Lei nº 5.173, a Sudam tinha as atribuições específicas de avaliar 
e rever anualmente o plano de valorização, e coordenar e supervisionar os programas e planos de 
outros órgãos atuantes na Amazônia, prestando assistência técnica aos projetos considerados 
prioritários para o desenvolvimento da região. Também era de sua competência a fiscalização sobre 
o emprego das verbas destinadas ao plano; a decisão sobre a distribuição de recursos entre os 
projetos privadospropostos para a região — era dada a preferência aos projetos de industrialização 
de matéria-prima regional —; a apresentação de sugestões relativas à criação, modificação ou 
extinção de entidades e, finalmente, a promoção e divulgação de estudos e pesquisas que 
permitissem um maior conhecimento das potencialidades regionais. 
Os recursos da Sudam consistiam basicamente em 2% da renda tributária da União e 3% da 
renda dos estados, territórios e municípios da Amazônia. Além disso, poderiam provir de sua própria 
renda patrimonial; de dotações orçamentárias e créditos adicionais; do produto de operações de 
crédito, juros de depósitos bancários e multas; dos lucros advindos de serviços prestados ou da 
participação em empresas; de auxílios, subvenções, contribuições e doações de entidades privadas 
ou públicas nacionais ou estrangeiras. A Sudam poderia ainda contrair empréstimos no país e no 
exterior, assim como obter recursos junto ao Fundo para Investimentos Privados no 
Desenvolvimento da Amazônia. 
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Do ponto de vista organizacional, era dirigida por um superintendente e possuía um conselho 
deliberativo e uma secretaria executiva. Órgão de cúpula, o conselho era integrado por um 
superintendente, pelos governadores das nove unidades federativas que compunham a Amazônia 
legal, por 12 representantes dos vários ministérios, por um representante do Estado-Maior das 
Forças Armadas, por três representantes de bancos oficiais (Banco do Brasil, Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico e Banco da Amazônia S.A.), pelo superintendente da Superintendência 
da Zona Franca de Manaus e por um representante do então Conselho Nacional para o 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 
 O mais famoso dos projetos desse tipo foi o Jari Florestal e Agropecuário. Localizado no Vale 
do Rio Jari, ocupa uma área de 1,6 milhão de hectares, ou seja, imensas porções do Pará e do Amapá, 
equivalentes à área da Bélgica. Esse projeto foi idealizado e iniciado pelo milionário estadunidense 
Daniel Ludwig (em 1967), cujo objetivo era desenvolver atividades integradas de silvicultura, 
agropecuária e indústria. 
 No início dos anos 1980, o empreendimento passou a ter dificuldades financeiras e acabou 
sendo vendido para um consórcio formado por mais de duas dezenas de grupos empresariais 
brasileiros – o qual também não suportou o ônus envolvido. Em 2000, um grupo empresarial 
brasileiro do ramo de papel e celulose o assumiu e, com a alta do preço da celulose, o negócio 
tornou-se bem-sucedido. 
 Outro projeto de grande destaque foi o Programa Grande Carajás (PGC). Descoberta em 1967, 
a província mineral da Serra dos Carajás, no sudeste do Pará, abriga a maior reserva de minério de 
ferro do mundo, além de grandes reservas de manganês, cobre e ouro. Foi implantado no final da 
década de 70 pela então estatal Companhia Vale do Rio Doce, hoje privatizada e rebatizada como 
Vale. 
 Atuando em vários setores, a autarquia tem dado especial atenção às áreas de educação e 
saúde. Foram preparados vários projetos visando a ampliação da rede escolar primária, a melhoria 
do nível do corpo docente e a formação de mão-de-obra qualificada para atender à demanda do 
mercado regional. No setor de saúde, em vista da alta incidência de doenças transmissíveis como 
a hanseníase, a malária e a tuberculose, e de problemas como a subnutrição e a mortalidade infantil, 
foram adotadas como diretrizes básicas a reestruturação das secretarias e divisões de saúde, a 
realização de pesquisas de interesse médico-sanitário e a manutenção de um processo de 
planejamento permanente. O objetivo básico desse processo seria racionalizar ao máximo a 
distribuição dos recursos disponíveis no setor e integrar a atuação dos órgãos locais e regionais. 
(Cardoso. 1988) 
 
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6.2. A SUFRAMA 
 Um ano depois da Sudam, foi criada a Superintendência para a Zona Franca de Manaus 
(Suframa), com a responsabilidade de planejar e coordenar um empreendimento ambicioso: a 
transformação de Manaus em um centro industrial de grande porte. Desse modo, a capital do estado 
teria de influenciar toda a parte ocidental da Amazônia, contribuindo para integrá-la ao restante do 
país. 
 A Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) é uma Autarquia vinculada ao 
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que administra a Zona Franca de 
Manaus - ZFM, com a responsabilidade de construir um modelo de desenvolvimento regional que 
utilize de forma sustentável os recursos naturais, assegurando viabilidade econômica e melhoria da 
qualidade de vida das populações locais. 
Com quatro decênios de existência, a Suframa viabilizou a implantação dos três pólos que 
compõem a ZFM - comercial, industrial e agropecuário - e promove a interiorização do 
desenvolvimento por todos os estados da área de abrangência do modelo, identificando 
oportunidades de negócios e atrai investimentos para a região tanto para o Pólo Industrial de 
Manaus quanto para os demais setores econômicos da sua área de atuação. 
Com recursos arrecadados com a prestação de serviço das empresas beneficiadas com os 
incentivos fiscais do modelo ZFM, a Suframa faz parcerias com governos estaduais e municipais, 
instituições de ensino e pesquisa e cooperativas, financia projetos de apoio à infraestrutura 
econômica, produção, turismo, pesquisa & desenvolvimento e de formação de capital intelectual. O 
objetivo é minimizar o custo amazônico, ampliar a produção de bens e serviços voltados à vocação 
regional e, ainda, capacitar, treinar e qualificar trabalhadores. 
 Para promover a instalação de indústrias, a Zona Franca foi definida como área isenta de 
impostos de importação. Assim, as empresas lá implantadas poderiam comprar peças e 
componentes do exterior, a custos baixos, a fim de montar eletrodomésticos e outros bens de 
consumo para serem vendidos no Centro-Sul do Brasil. 
 A meta de atração de empresas foi atingida. A capital do Amazonas tornou-se, em uma 
década, um polo industrial e comercial. Sua população cresceu espantosamente, o que provocou 
sérios problemas ligados à pobreza e ao saneamento básico. 
6.3. A BR-364 
 A BR 364 é a rodovia mais importante da Amazônia Ocidental, além de ser muito importante 
para toda a região Norte, pois faz a ligação da região com o Centro-Sul do país, permitindo o 
escoamento da produção das regiões Norte e Centro-Oeste do país. 
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 Possui cerca de 4.300 quilômetros de extensão, é uma rodovia diagonal que se inicia em 
Limeira (SP) — no km 153 da SP-330 — e vai até Rodrigues Alves (AC) — fronteira do Brasil com o 
Peru. Atravessa os estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre. 
 Além disso, foi muito importante no processo de ocupação e formação territorial de Rondônia 
e da Amazônia Ocidental. Antes da construção da BR- 364, só se chegava a Porto Velho de ferrovia 
pela Estrada de Ferro Madeira-Mamoré a partir de Guajará-Mirim, de balsa a partir de Manaus ou 
de avião. O transporterodoviário era inexistente. A sua construção facilitou muito a migração, que 
foi a base de boa parte da ocupação da região, posto que grande parte da população rondoniense 
não é originária do estado. 
 A BR-364 se tornou a principal rodovia no escoamento da safra de arroz, milho e soja. A 
estrada também serve para escoar a produção de alimentos de parte do Mato Grosso e do Acre. 
 Essa rodovia foi, inicialmente, planejada por Marechal Rondon, que durante a Comissão 
Rondon, traçou a sua base inicial. 
 Com o início da ditadura Vargas, em 1937, o estado brasileiro apresenta declaradamente sua 
opção pela modernização do país e pela indústria. Nesse contexto, foi dentro do Plano Rodoviário 
Nacional, em 1944, que foi planejada a rodovia Cuiabá-Porto Velho, a BR 364. Entretanto, sua 
construção só terminou por completo em 1960. Em 1981, o Programa de Desenvolvimento 
Integrado do Noroeste do Brasil (POLONOROESTE), financiando pelo Banco Mundial, pavimentou a 
BR-364. 
 
6.4. EXPANSÃO DA FRONTEIRA AGRÍCOLA 
 O termo fronteira agrícola representa uma área mais ou menos definida de expansão das 
atividades agropecuárias sobre o meio natural. Geralmente, é nessa zona que se registram casos de 
desmatamento ilegal e de conflitos envolvendo a posse e o uso da terra sobre as chamadas terras 
devolutas, espaços naturais pertencentes à união e que não são delimitados por propriedades legais, 
servindo de moradia para índios e comunidades tradicionais e familiares. 
 A localização dessa área de expansão foi se modificando ao longo da história. Durante o 
período colonial, após o descobrimento, quando a Coroa Portuguesa decidiu implementar uma 
produção agrícola no país, a zona litorânea composta predominantemente pela Mata Atlântica 
constituiu-se, então, como a primeira fronteira agrícola brasileira. 
 Posteriormente, sobretudo ao longo do século XX, as práticas agrícolas expandiram-se de 
forma mais intensa para o interior do território nacional, em função tanto da política de Marcha para 
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o Oeste, implementada por Getúlio Vargas, quanto da política de substituição de importações 
promovida por Juscelino Kubitschek. 
 Nesse ínterim, a região de expansão passou a ser a região Centro-Oeste, com frentes 
migratórias de produtores advindos principalmente das regiões Sul e Sudeste do Brasil. O resultado 
foi a transformação de estados como Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul em verdadeiros 
celeiros, produtores principalmente de grãos, com destaque para a soja voltada para a exportação. 
Além disso, houve também uma intensa devastação do Cerrado, que conta atualmente com menos 
da metade de suas reservas originais. 
 Na atualidade, as fronteiras agrícolas se expandem principalmente pelo Centro-Oeste e pela 
periferia da Amazônia, em regiões de relevo relativamente plano - o que facilita a mecanização - e 
de solos e climas favoráveis utilizando corretivos e, às vezes, irrigação. Uma área em destaque é o 
Matopiba (sul do Maranhão, noroeste de Tocantins, sul do Piauí e oeste da Bahia). 
 A pressão da busca por novas áreas de plantio está diretamente associada ao desmatamento 
do cerrado e da Amazônia nas últimas décadas. Os poderosos interesses econômicos envolvidos 
nesse processo estão na origem dos embates que opõem os grandes fazendeiros aos ambientalistas, 
na sociedade e no Congresso Nacional, em relação a temas como a preservação da natureza e o novo 
Código Florestal. 
 A expansão da área plantada tem se dado, sobretudo, no sentido norte a partir da região 
central brasileira, ou seja, atingindo diretamente o ecossistema frágil correspondente à Floresta 
Amazônica. Essa expansão tem gerado impactos sócio-ambientais que envolvem desde queimadas 
nas áreas da Floresta Amazônica para expansão da área plantada (que respondem a grandes 
percentuais de gases de efeito estufa emitidos na atmosfera), a mudanças no uso da terra e 
concentração latifundiária, entre outros. 
 Não obstante, o crescimento da produção das regiões Centro-Oeste e Norte do país vem 
sendo registrado desde o fim da década de 1980, superando áreas tradicionais de pecuária bovina, 
como as do Sul. A pecuária bovina brasileira vem passando, desde a década de 1980, por uma 
mudança estrutural, deixando de ser predominantemente extensiva. Tem se tornado cada vez mais 
frequente a seleção de raças e a vacinação do gado, que é alimentado em pastos cultivados, no 
período chuvoso, e com ração, nos períodos de estiagem. Essas características são típicas da 
pecuária semi-intensiva ou intensiva, cada vez mais dominada por grandes empresas agroindustriais. 
 A expansão da fronteira agrícola não atingiu Rondônia de forma tão agressiva como se verifica 
em outros estados da região amazônica, como o Pará. Entretanto, parte dos migrantes da década 
de 70 e 80, provenientes das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste veio em busca de terras, motivada 
pela política de governo que privilegiou essa atividade econômica. Não coincidentemente, grande 
parte da produção agropecuária do estado está monopolizado na Mesorregião Leste Rondoniense, 
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em municípios como Ji-Paraná, que por fazer parte da periferia amazônica, é por onde avança a 
fronteira. 
 Essa diferença se deu sobretudo por causa dos incentivos para a produção de soja, a 
disponibilidade e a oferta de terras para cultivo e a introdução de novas tecnologias e de sementes 
mais adaptadas ao clima tropical chuvoso da Amazônia. Ainda, a busca pelo aumento da 
produtividade, com a inserção de fertilizantes, a mecanização da produção, e o uso de sementes 
modificadas geneticamente causam impactos no solo. A soja vem, portanto, se expandindo sobre as 
áreas de floresta, e, apesar de muitos produtores agrícolas estarem utilizando antigas pastagens 
para plantar soja, grandes extensões de floresta não estão sendo poupadas. 
 O crescimento das áreas agrícolas se dá em meio a conflitos com o meio ambiente. A pressão 
da busca por novas áreas de plantio está diretamente associada ao desmatamento do cerrado e da 
Amazônia nas últimas décadas. 
 Outras causas apontadas são os crescimentos da população e da agricultura na região. Até 
2004, cerca de 1,2 milhões de hectares de florestas foram convertidas em plantação de soja só no 
Brasil. Isso porque desmatar áreas de florestas intactas custa bem mais barato para as empresas do 
que investir em novas estradas, silos e portos para utilizar áreas já desmatadas. 
 Estudos indicam que quase metade do desmatamento na Amazônia é provocado para abrir 
pastos e lavouras de soja. Os poderosos interesses econômicos envolvidos nesse processo estão na 
origem dos embates que opõem os grandes fazendeiros aos ambientalistas na sociedade e no 
Congresso Nacional, em relação a temas como a preservação da natureza e o novo Código Florestal. 
 Em 2004/05, foram plantados 1,2 milhões de hectares de soja na Floresta Amazônica 
brasileira, o que representou cerca de 5% da área plantada nacional (ISA, 2005). Ainda, de acordo 
com as informações do Greenpeace (2006), até 2005 mais de um milhão de hectares de florestas 
foram convertidos em campos de soja na Amazônia, mesmo com estudos que apontam que a 
fragilidade do solo da região não sustenta mais que três anos de produção de soja e alertam para 
uma possível contaminação de lençóis freáticos por agrotóxicos.

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