Buscar

Prévia do material em texto

63
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
Unidade II
5 IMPORTÂNCIA DO SANEAMENTO
Desde os primórdios da humanidade, o homem aprendeu de forma intuitiva que a água suja e o lixo 
podem transmitir doenças. A descoberta dos microrganismos responsáveis pelo mal-estar do homem só 
ocorreu muitos séculos mais tarde, com pesquisas realizadas por grandes cientistas. A partir de então, 
verificou-se que as águas e os solos, mesmo aparentemente limpos, podiam conter seres microscópicos 
que foram contaminados pelas fezes de pessoas doentes e que teriam sido arrastados para os rios, lagos, 
nascentes e poços, contaminando as águas e, consequentemente, o homem.
O tratamento é uma das formas de restituir a qualidade da água, diminuir as doenças de veiculação 
hídrica e melhorar a qualidade de vida da população.
Todo o esgoto gerado por uma comunidade não deve ser lançado nos corpos d’água receptores sem 
tratamento, pois a maioria desses resíduos líquidos possuem uma grande quantidade de organismos 
patogênicos, que provocam muitas doenças.
Evitar a disseminação de doenças de veiculação hídrica é uma das principais tarefas do saneamento 
básico. Os profissionais que trabalham nessa área são responsáveis pela qualidade da água de 
abastecimento das pessoas.
A seguir, serão estudados o saneamento básico, o tratamento de água e de esgoto, processos vitais 
para diminuir os índices de doenças de veiculação hídrica e melhorar a saúde da população.
Segundo a OMS, saneamento é o controle de todos os fatores do meio físico que exercem ou 
podem exercer efeitos nocivos sobre o bem-estar físico, mental e social do homem. Assim, as condições 
ambientais são determinantes para a saúde da população (ONU, 2015a).
Hoje, além de ações relacionadas à prevenção e assistência às doenças, são considerados outros 
fatores para a promoção da saúde. O saneamento é a ferramenta essencial para atingir esse propósito, mas 
há entraves gerenciais e políticos para implantar sistemas nas zonas rurais e nos pequenos municípios.
 Observação
Os entraves gerenciais em questão representam aspectos como a falta 
de recursos públicos, a dificuldade de acesso e a falta de mão de obra, e 
estes impossibilitam a conclusão da medida.
64
Unidade II
Os problemas sanitários que afetam a população mundial estão relacionados com fatores ambientais, 
como pobreza, desnutrição, falta de condições de higiene pessoal. Por exemplo, a diarreia está em 
primeiro lugar entre as doenças que acometem as pessoas.
Atualmente, 83,5% da população urbana brasileira são atendidas com água potável e 52,4% com redes 
coletoras de esgotos. Essa diferença está localizada nas áreas pobres, favelas e municípios com pouco investimento 
nessa área. O investimento no saneamento é a única forma de reverter esse quadro (IERVOLINO, 2019).
 Saiba mais
Para saber mais sobre as porcentagens de saneamentos no Brasil, consulte:
BRASIL. Brasil tem 48% da população sem coleta de esgoto, diz Instituto 
Trata Brasil. Agência Senado, 25 set. 2019. Disponível em: https://www12.
senado.leg.br/noticias/materias/2019/09/25/brasil-tem-48-da-populacao-
sem-coleta-de-esgoto-diz-instituto-trata-brasil. Acesso em: 14 nov. 2019.
https://www.saneamentobasico.com.br/
http://www.tratabrasil.org.br
É importante salientar que o homem não pode usar os recursos da natureza como uma fonte 
inesgotável, devastando a fauna e a flora e usando a água sem restrição.
A OMS possui leis definem que o direito à saúde é o gozo de melhor estado de saúde; trata-se de 
um direito fundamental de todos, sejam quais forem sua raça, sua religião, suas opiniões políticas, sua 
condição econômica e social.
Os objetivos do saneamento do meio ambiente são:
• abastecimento de água;
• coleta e tratamento dos esgotos sanitários (inclusive do lodo);
• tratamento de efluentes industriais;
• coleta e tratamento de resíduos sólidos (inclusive o chorume e os gases eliminados);
• controle da poluição sonora e visual;
• controle da poluição atmosférica e do solo;
65
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
• controle de pragas;
• saneamento de habitação, locais de trabalho, educação, recreação e hospitais;
• saneamento e planejamento territorial;
• aspectos diversos de interesse no saneamento (cemitérios, aeroportos, ventilação, iluminação, 
insolação etc.).
 Lembrete
De acordo com a OMS, saneamento é o controle de todos os fatores 
do meio físico do homem que exercem ou podem exercer efeito deletério 
sobre seu bem-estar físico, mental ou social (ONU, 2015a).
6 ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Obviamente, a água é essencial para a sobrevivência do homem. Sabe-se que o abastecimento de 
água é feito desde a Antiguidade, e, com o passar do tempo, as necessidades dos homens e o crescimento 
das populações passaram a exigir quantidades maiores desse recurso. Para evitar sua falta, decidiu-se 
perfurar poços; no início, esses poços eram rasos, mas foram aumentando, e os chineses chegaram a 
extrair água a 450 m de profundidade. A manipulação de água em grande escala aconteceu por causa 
da necessidade de irrigação na antiga sociedade agrária. O primeiro projeto de irrigação foi realizado no 
Egito. Depois, foram construídos vários canais, represas, aquedutos e sistemas de esgoto.
Os primeiros engenheiros a demonstrar a capacidade de seus sistemas hidráulicos foram os romanos, 
visto que seus aquedutos ficaram entre as maravilhas do mundo por dois milênios.
Em meados do século XVIII, o aumento da população e sua grande concentração em centros urbanos, 
influenciada pelo avanço tecnológico e pelo aumento das indústrias, proporcionaram o surgimento de 
problemas ambientais relacionados à qualidade e à quantidade de água.
 Saiba mais
Para saber mais sobre a história do tratamento de água no Brasil, acesse:
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). A história do uso da água no 
Brasil: do descobrimento ao século XX. 2011. Disponível em: https://www.
tratamentodeagua.com.br/artigo/a-historia-do-uso-da-agua-no-brasil-
do-descobrimento-ao-seculo-xx/. Acesso em: 14 nov. 2019.
66
Unidade II
6.1 Distribuição da água na Terra
Cerca de 70% da área do planeta é coberta por água, e muitos ainda pensam que há uma fonte 
inesgotável desse recurso. No entanto, apenas 2,5% dessas águas são doces e são distribuídas por geleiras, 
águas subterrâneas, lagos e rios. Destas, apenas 0,01% é de fácil acesso para atender aos usos múltiplos do 
ser humano; assim, basicamente, é como ter apenas uma gota em cada copo d’água (ANA, 2011).
Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA, 2011), o homem consome 3,2 mil km3 de água doce 
anualmente para três fins: agrícola (70%), industrial (22%) e doméstico (8%).
É importante ressaltar que o estoque de água doce em rios é bastante desigual no planeta. Os 2 mil km3 
disponíveis em rios, segundo Telles e Costa (2010, p. 7), estão distribuídos da seguinte maneira:
• Europa: 76 km3;
• Ásia: 533 km3;
• África: 184 km3;
• América do Norte: 236 km3;
• América do Sul: 946 km3;
• Austrália: 24 km3.
Embora a oferta mundial per capita de água seja satisfatória, a distribuição é bastante desigual. 
O Canadá, por exemplo, detém 20% deste potencial hídrico, e o Brasil 12%. Estima-se que 20% da população 
mundial não tenha água potável e que 40% sofrem de algum tipo de racionamento (ANA, 2011).
No Brasil, 83,5% da população vivem com abastecimento público de água, e 80% do potencial hídrico 
estão na região Norte, onde se concentram apenas 8% da população. No Sudeste, 42% da população do 
país disputam apenas 4% do potencial hídrico, e o Nordeste, que agrega 29% da população, tem apenas 
2,3% desses recursos (ANA, 2011).
Nos últimos trinta anos, a oferta de água por habitante caiu em 37% e o custo da água tratada 
pode subir de US$ 1,8/m3 para $ 6 devido aos problemas do aumento de contaminantes. Esses valores 
ressaltam a grande importância de se preservar os recursos hídricos do planeta (ANA, 2011).
6.2 Ciclo hidrológico
A hidrologia como ciência estuda todos os processos de transporte de água dentrodo ciclo hidrológico 
e procura dar ferramentas para quantificar esse transporte. A quantificação depende da compreensão 
científica de todos os fenômenos envolvidos, mas infelizmente são fenômenos complexos e poucas são 
as equações baseadas apenas em fenômenos físicos.
67
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
O ciclo hidrológico se refere à movimentação da água pelos reservatórios oceânico, atmosférico e 
terrestre, como é apresentado na figura a seguir, por meio da qual é possível distinguir os mecanismos 
de transferência de água.
Na atmosfera, a água em forma de vapor é proveniente da evaporação de todas as superfícies líquidas 
(oceanos, mares, rios, lagos, lagoas) ou das superfícies umedecidas com água, como a superfície dos solos. 
Parte da água que se encontra na atmosfera resulta de fenômenos hidrológicos e também de fenômenos 
vitais, como a respiração e a transpiração. A precipitação média anual do planeta é de cerca de 860 mm e 
entre 70 e 75% dessa precipitação voltam à atmosfera como evapotranspiração.
É nesse processo que ocorre o fenômeno de autodepuração da água; nesse ciclo, apresentam-se os 
vários caminhos da água e a interação com os vários recursos. Tudo isso é possível em virtude da energia 
proveniente do Sol.
Escoamento
Lago Rio OceanoÁgua 
subterrânea
Água 
subterrânea
Nível da água 
subterrânea
Transpiração
Evaporação
Precipitação 
(chuva)
Neve
Degelo
EvaporaçãoEvaporação
Figura 47 – Ciclo hidrológico
Todos os homens têm necessidade de água com qualidade adequada e em quantidade suficiente para todas 
as suas necessidades, usam-na não só para proteção de sua saúde, como também para o seu desenvolvimento 
econômico. Com isso, o abastecimento de água deve ser visto como um aspecto econômico e sanitário.
Com relação ao aspecto sanitário e social, o abastecimento de água tem como objetivos fundamentais:
• executar limpeza pública;
• controlar e prevenir doenças;
• proporcionar práticas esportivas;
• proporcionar conforto, bem-estar e segurança.
68
Unidade II
Em 1958, o serviço de saúde pública de Pernambuco fez diversas pesquisas na cidade de Palmares 
e constatou que era possível reduzir pela metade a mortalidade infantil causada por diarreia com a 
implantação de um sistema de abastecimento de água.
Quanto ao aspecto econômico, o abastecimento de água tem como principais objetivos:
• diminuir a mortalidade em razão do aumento da vida média da população servida, em particular, 
a infantil;
• reduzir o tempo perdido com doenças e aumentar a vida produtiva do indivíduo, pois esses fatores 
provocam um aumento sensível de horas de trabalho dos membros de uma comunidade;
• implantar novas indústrias para aumentar o progresso das comunidades, e a grande influência da 
água sob o ponto de vista econômico está relacionada ao produto ser a matéria-prima principal 
em vários processos produtivos.
 Saiba mais
Para saber mais sobre o ciclo hidrológico, consulte:
ARAÚJO, P. Água. Brasília: MMA, [s.d.]. Disponível em: https://www.
mma.gov.br/agua/recursos-hidricos/aguas-subterraneas/ciclo-hidrologico.
html. Acesso em: 14 nov. 2019.
6.3 Água na transmissão de doenças
Quando se usa água na preparação de alimentos, para o asseio corporal ou quando se trabalha 
com água, a exemplo de operários agrícolas, lavadeiras e pessoas que trabalham em lagos e piscinas, 
existe contato direto entre a água e o homem. No entanto, quando a utilizamos para manter limpo 
o ambiente onde vivemos, executar a lavagem de utensílios, preparar alimentos, regar hortaliças, o 
contato é indireto.
Muitas pessoas com doenças causadas pela água de má qualidade e por falta de saneamento ocupam 
80% dos leitos hospitalares nos países em desenvolvimento (AZEVEDO NETTO; BOTELHO, 1991, p. 14).
Tanto a qualidade como a quantidade de água são fatores de grande importância na prevenção de 
algumas doenças. Sabe-se que a pouca quantidade de água provoca dificuldades da limpeza corporal e 
do ambiente, promovendo a disseminação de enfermidades. Tais fatores causam doenças e enfermidades, 
como diarreia e piolho.
As doenças provocadas pelo abastecimento de água podem ser classificadas em: doenças de 
transmissão hídrica; doenças de origem hídrica; doenças causadas pela falta de limpeza e higienização 
69
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
com a água; doenças provocadas por vetores que se relacionam com a água; doenças associadas à 
água contaminada.
As doenças de transmissão hídrica são aquelas que possuem a água como veículo de transporte de 
bactérias, vírus etc., como cólera, febre tifoide, leptospirose, giardíase, amebíase, hepatite infecciosa e 
diarreia aguda; tais enfermidades são provocadas pelos seguintes agentes patogênicos: Vibrio cholera; 
Salmonella typhi; Leptospira interrogans; Giardia lamblia; Entamoeba histolytica; hepatite vírus A; 
E. coli enterotoxogênica e enteropatogênica; Shigella; Yersinia enterocolítica; astrovírus.
Os microrganismos patogênicos responsáveis por essas doenças chegam até a água por meio dos 
excrementos de pessoas ou animais infectados. Em geral, os microrganismos presentes na água podem:
• ter seu habitat normal nas águas de superfície;
• ter sido provenientes de contaminação por esgoto sanitário;
• ter sido trazidos pelas chuvas.
É difícil identificar os microrganismos patogênicos em laboratório, assim, emprega-se o chamado 
índice de coli para determinar o grau de contaminação da água. Os coliformes fecais são microrganismos 
presentes em intestinos de animais superiores e outros de vida livre; sua presença indica existência de 
fezes e, por isso, há possibilidade de ocorrência de germes patogênicos de origem intestinal. A presença 
de coliformes em uma determinada amostra de água indica contaminação e/ou poluição fecal.
Já as doenças de origem hídrica são aquelas decorrentes de certas substâncias contidas na água 
em teor não adequado, como o saturnismo e a contaminação por mercúrio. Os contaminantes podem 
estar presentes na água ou serem introduzidos em virtude de certas obras hidráulicas com defeito, 
contaminação por ações humanas ou por certos despejos industriais.
Os elementos químicos incluem mercúrio, cobre, alumínio, chumbo, selênio etc. O flúor é o único 
que só acarreta prejuízos ao homem em concentrações superiores a 1 ppm, provocando uma doença 
chamada fluorose; em valores menores, beneficia a proteção dentária.
 Observação
A concentração em ppm indica quantas partes do soluto (flúor) existe 
em 1 milhão (ou 106) de partes da solução (água).
As doenças causadas pela falta de limpeza e higienização com a água são: Escabiose pediculose (piolho); 
tracoma (conjuntivite bacteriana aguda); salmonelose; tricuríase; enterobíase; ancilostomíase; ascaridíase. 
Os microrganismos responsáveis pelo aparecimento dessas doenças, que acarretam grandes prejuízos à 
população, são: Sarcoptes scabiei; Pediculus humanus; Clamydia trachoma; Haemophilus aegyptius; Salmonella 
typhimurium; Trichuris trichiura; Enterobius vermiculares; Ancylostoma duodenale; Ascaris lumbricoides.
70
Unidade II
 Saiba mais
Para saber mais sobre as doenças que podem ser transmitidas pela 
água, consulte:
CENTRO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA (CVE). Doenças relacionadas 
à água ou de transmissão hídrica: perguntas e respostas e dados 
estatísticos – informe técnico. São Paulo: CCD, 2009. Disponível em: http://
www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/
areas-de-vigilancia/doencas-transmitidas-por-agua-e-alimentos/
doc/2009/2009dta_pergunta_resposta.pdf. Acesso em: 14 nov. 2019.
Quanto às doenças provocadas por vetores que se relacionam com a água, podemos citar: malária, 
dengue, febre amarela, filariose, zika, chikungunya e dengue, que são provocadas pelos seguintes 
agentes patogênicos: Plasmodium vivax; P. malarie; P. falciparum; grupo B dos arbovírus; RNA vírus; 
Wuchereria bancrofti. Essas doenças são transmitidas por organismos que passam parte do seu ciclo de 
vida na água e são essenciais para a transmissãode algumas enfermidades. Todas são transmitidas por 
um mosquito que se desenvolve na água.
No tocante às doenças associadas à água contaminada, citam-se a leptospirose e a 
esquistossomose. Esta última é transmitida após a penetração de larvas (cercárias) pela nossa 
pele e mucosas, podendo ser uma doença aguda ou crônica. Na fase aguda, os sintomas são: 
diarreia, febre, dores de cabeça, emagrecimento, náusea e vômitos. Na fase crônica, podem ocorrer 
problemas como o aumento do fígado. Já a leptospirose é causada por urina de rato contaminada.
A seguir, destacam-se medidas de prevenção contra as doenças relacionadas com a água:
• implantar sistema de abastecimento e tratamento da água, com fornecimento em quantidade e 
qualidade para consumo, uso doméstico e coletivo;
• proteger mananciais e fontes naturais de contaminação;
• instalar sistema de coleta, esgotamento e tratamento de esgoto sanitário;
• criar projetos de drenagem e esgotamento de águas pluviais;
• instalar e promover reservatório de água adequado e com limpeza sistemática;
• fazer inspeção sistemática e adotar medidas de controle, com o objetivo de eliminar o aparecimento 
de criadouros;
• dar destinação final dos resíduos sólidos de forma adequada;
71
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
• controlar os vetores e hospedeiros intermediários;
• fazer o tratamento adequado da água, com operação continuamente satisfatória.
Além dos aspectos mencionados, é importante ter um controle completo sobre o acondicionamento, 
a coleta, o transporte, o tratamento e/ou a disposição final de lixo, pois nos resíduos encontram-se 
muitas moscas, baratas e ratos, que transmitem inúmeras doenças graves.
 Saiba mais
Para saber mais sobre saneamento, acesse:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL 
(ABES). Ranking Abes da universalização do saneamento. 2019. Disponível 
em: http://abes-dn.org.br/pdf/Ranking_2019.pdf. Acesso em: 14 nov. 2019.
6.4 Qualidade da água
Não é possível encontrar água pura na natureza, pois ela possui um grande poder de dissolver 
substâncias. Ao cair em forma de chuva, arrasta uma série de impurezas presentes no ar. Assim, a água 
possui uma série de elementos que vão determinar suas características físicas, químicas e biológicas. 
O grau de tratamento que deverá ser realizado baseia-se nessas características e no modo como a 
água será fornecida ao consumidor. Portanto, o conceito de impureza da água é relativo; se ela for 
colorida, poderá ser usada em uma caldeira para geração de calor, mas não para uso doméstico, pois 
seria impossível limpar roupas de uma família.
O conceito de impurezas da água tem significado relativo. O Decreto n. 50.877 (BRASIL, 1961) considera 
poluição qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente (ar, água 
e solo) causada por qualquer forma de energia ou qualquer substância sólida, líquida ou gasosa, ou 
combinação de elementos despejados no meio ambiente em níveis que, direta ou indiretamente, sejam 
capazes de:
• ser prejudicial à saúde, à segurança e ao bem-estar da população;
• criar condições inadequadas para fins domésticos, agropecuários e industriais, prejudicando as 
atividades sociais ou econômicas;
• ocasionar danos relevantes à fauna, à flora e a outros recursos naturais.
A contaminação é a denominação para as consequências da poluição, como os efeitos da introdução 
de substâncias ou organismos patogênicos no recurso hídrico, causando doenças no ser humano.
72
Unidade II
O lançamento em um curso d’água de elementos que sejam diretamente nocivos à saúde do homem 
ou de animais, bem como a vegetais que consomem essa água, independentemente do fato de viverem 
ou não no ambiente aquático, resulta em contaminação. Pode-se citar como exemplo a contaminação 
da água do rio Negro por mercúrio, decorrente das atividades de extração do ouro. Assim, pode-se 
afirmar que a água daquele local está contaminada.
 Saiba mais
Para saber mais sobre a qualidade da água e os seus indicadores, consulte:
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). Indicadores de qualidade. [s.d.]. 
Disponível em: https://www.ana.gov.br/panorama-das-aguas/qualidade-
da-agua/indicadores-de-qualidade. Acesso em: 14 nov. 2019.
A contaminação da água pode ocorrer por meio da poluição da água de mananciais ou por meio da 
água de consumo (incluindo as instalações hidráulico-sanitárias). No primeiro caso, os caminhos que 
envolvem o ciclo hidrológico são:
• Escoamento superficial: as águas das chuvas carregam microrganismos patogênicos, detritos de 
animais e vegetais, muitos agrotóxicos utilizados nas plantações etc.
• Precipitação atmosférica: as águas de chuvas arrastam impurezas existentes na atmosfera.
• Infiltração no solo: muitas substâncias de tamanhos pequenos se infiltram nos interstícios do 
solo, atingindo o lençol freático. Esse tipo de contaminação deve ser bem controlado, pois pode 
acarretar a propagação desse efeito em grandes regiões.
• Despejos: envolvem resíduos líquidos e sólidos despejados diretamente nos mananciais.
A contaminação que ocorre na água que consumimos não acontece se a estação de tratamento de 
água estiver bem projetada e controlada. Esse processo envolve desde captação, adução, tratamento, 
recalque, distribuição e reservação; é preciso que sejam tomados alguns cuidados no projeto das 
instalações hidráulicas sanitárias, que deverão receber manutenções periódicas. São relacionados a 
seguir alguns caminhos da poluição da água que é captada e fornecida para consumo:
• A captação de água não deve estar a jusante de um lançamento de esgotos.
• Não devemos aduzir água tratada em canais abertos.
• No tratamento, pode ocorrer impureza nos filtros proveniente de lavagens inadequadas, cloração 
da água, quando feita de forma incorreta, acarretando problemas de insegurança sanitária, mau 
cheiro etc.
73
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
• No recalque, as linhas de distribuição de água deverão estar a mais de 3 m das linhas de 
esgotos e a pressão deverá ser satisfatória para não haver rompimento de tubulações e possível 
contaminação da rede.
• Os reservatórios de água tratada devem ser cobertos.
Para que o homem utilize a água para consumo doméstico, ela deverá atender aos parâmetros de 
potabilidade estabelecidos por norma. Entende-se como água potável aquela destinada ao consumo 
humano cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de 
potabilidade e não ofereçam risco à saúde (BRASIL, 2004).
Além do consumo doméstico, a água é usada de várias formas, e cada uma delas possui suas 
características específicas:
• A água utilizada na agricultura com concentração elevada dos elementos químicos nitrogênio (N), 
fósforo (P) e potássio (K) possibilita o enriquecimento do solo e, se possuir excesso de boro, não 
poderá ser aplicada na agricultura.
• A água para a produção de injetáveis na indústria farmacêutica não deve conter impurezas. Em 
contrapartida, para a produção de água quente em uma caldeira, a água poderá ter qualidade 
inferior àquela usada na produção de medicamentos.
• A água para fim recreativo deve ter as mesmas características que da água potável.
• A água para fim pecuário deve possuir características satisfatórias.
Para o consumo doméstico, a água deverá atender aos parâmetros físicos, químicos e biológicos de 
potabilidade. Com relação à cronologia, primeiro foram analisados e estudados os parâmetros físicos da água. 
Desde o fim do século XIX e início do século XX, foram implantados os parâmetros microbiológicos; os químicos 
inorgânicos, na primeira metade do século XX; os químicos orgânicos, em meados da década de 1970.
As características físicas da água são: cor, turbidez, sabor, odor, temperatura e condutividade elétrica.
 Observação
A presença de cor na água corresponde a partículas no estado coloidal 
ou que estão dissolvidas, e o parâmetro de turbidez indica a quantidade de 
substâncias em suspensão na água.
Essas característicasenvolvem aspectos de ordem estética, exercendo certa influência no consumidor 
leigo, pois dentro de determinados limites não possuem relação com inconvenientes de ordem sanitária. 
Contudo, sendo perceptíveis pelo consumidor, independentemente de um exame, seu acentuado teor 
pode causar repugnância a consumidores mais exigentes.
74
Unidade II
As características químicas da água decorrem da presença de substâncias dissolvidas, e estas são 
designadas por métodos analíticos; são parâmetros importantes, pois acarretam muitas consequências 
sobre o organismo dos consumidores. A concentração de determinados elementos na água e a forma 
como se apresentam indicam o tempo que a poluição existe, permitindo saber se a poluição é recente, 
tolerável, maciça etc. Os parâmetros químicos exigidos pela norma para quantificação são:
• salinidade;
• dureza;
• alcalinidade;
• ferro e manganês;
• cloretos, sulfatos e sólidos totais;
• impurezas orgânicas e nitratos;
• fenóis e detergentes;
• substâncias tóxicas.
Entre as partículas em suspensão na água, inclui-se a “parte viva”, ou seja, os organismos presentes 
que também constituem impurezas e que, conforme sua natureza, têm grande significado para os 
sistemas de abastecimento de água.
Alguns desses organismos, como bactérias, vírus e protozoários, são patogênicos, podendo provocar 
doenças e causar epidemias. Os parâmetros biológicos da água são avaliados através dos exames 
bacteriológicos e hidrobiológicos; entre os primeiros, destaca-se a pesquisa do número de coliformes. 
Normalmente, examina-se o seguinte:
• contagem do número total de bactérias;
• pesquisa de coliformes;
• variáveis ecotoxicológicas.
6.4.1 Classificação da água
Embora os custos do tratamento de água muito contaminada sejam extremamente elevados, com 
as tecnologias de tratamento, pode-se afirmar que toda água pode ser tratada. Para ter um projeto 
de tratamento da água eficiente, deve-se conhecer a água bruta, realizar um levantamento sanitário 
periódico da bacia hidrográfica e avaliar a qualidade da água com frequência.
75
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
Assim, é vital proteger os mananciais, pois com o passar do tempo a tecnologia adotada para o 
tratamento de água será ineficaz. Conforme Di Bernardo et al. (2003), pode-se classificar a água como:
• Tipo A: água superficial ou subterrânea proveniente de bacias sanitariamente protegidas e que 
atende ao padrão de potabilidade, sendo requeridas apenas desinfecção e correção de pH.
• Tipo B: água superficial ou subterrânea proveniente de bacias não protegidas e que atende ao 
padrão de potabilidade por meio de tecnologia de tratamento que não exija coagulação química.
• Tipo C: água superficial proveniente de bacia não protegida e que exige tecnologias com 
coagulação para atender ao padrão de potabilidade.
• Tipo D: água superficial de bacias não protegidas, sujeita à poluição, e que requer tratamentos 
especiais para atender ao padrão de potabilidade.
As tecnologias de tratamento sugeridas na literatura atual são apenas um resumo para a devida orientação. 
A tecnologia a ser utilizada depende da realização de ensaios em laboratório ou em instalação piloto.
Além das questões tecnológicas, é preciso considerar fatores como a qualidade da água bruta, o padrão de 
potabilidade, as condições socioeconômicas da comunidade, a área, a energia, o acesso, os recursos técnicos 
da estação de tratamento de água (ETA), a simplicidade operacional e a disponibilidade de materiais de 
construção e de produtos químicos locais ou em regiões próximas. A escolha da tecnologia de tratamento 
deve conduzir ao menor custo, contudo, sem deixar de lado a segurança na produção de água potável.
 Saiba mais
Para saber mais detalhes sobre a estação de tratamento de água, consulte:
SABESP. Tratamento de água. [s.d.]. Disponível em: http://site.sabesp.
com.br/site/interna/Default.aspx?secaoId=47. Acesso em: 11 nov. 2019.
6.4.2 Padrões de qualidade
De acordo com Von Sperling em (1996), além dos requisitos de qualidade, que demonstram de forma 
generalizada e conceitual a qualidade desejada para a água, é preciso definir padrões de qualidade 
embasados por leis. Os padrões são função do uso previsto pela água. Em geral, são adotados três 
padrões de interesse:
• padrões de lançamento no corpo receptor;
• padrões de qualidade do corpo receptor;
• padrões de qualidade para determinado uso imediato (potabilidade).
76
Unidade II
Os padrões de lançamento e de qualidade do corpo receptor se baseiam na Resolução Conama n. 20, 
que dividiu as águas do território nacional em: “águas doces (salinidade <0,05%), salobras (salinidade 
entre 0,05% e 3%) e salinas (salinidade> 3%)” (CONAMA, 1986). Por conta dos usos previstos, foram 
criadas nove classes.
A cada uma dessas classes corresponde uma determinada qualidade a ser mantida no corpo d’água. 
O Conama fixa padrões da qualidade dos corpos receptores e de lançamento de efluentes em corpos 
receptores. No entanto, os padrões de lançamento existem apenas por uma questão prática, já que 
é difícil manter o controle efetivo das fontes poluidoras com base somente na qualidade do corpo 
receptor. Entende-se o seguinte: se os padrões da qualidade dos corpos forem atendidos, os padrões de 
lançamento de efluentes também serão.
A localização e os dispositivos regulamentares com relação às áreas destinadas à recreação permitirão 
evitar ou diminuir os efeitos sobre a poluição da água de mananciais. Preservar as florestas e indicar as 
áreas a serem convertidas em bosques ou reflorestamento de água ou a serem reservadas para este fim 
são medidas essenciais para os estudos de zoneamento.
7 TECNOLOGIAS EM SANEAMENTO AMBIENTAL
Algumas tecnologias para assegurar o saneamento são os sistemas de tratamento de água para 
abastecimento e os sistemas de tratamento de esgoto, itens que serão estudados a seguir.
7.1 Noções sobre sistemas de tratamento de água
Os sistemas de tratamento envolvem algumas etapas que serão descritas a seguir.
7.1.1 Captação de águas superficiais
Entende-se por obras de captação o conjunto de estrutura e dispositivos construídos junto a um 
manancial com a finalidade de condicionar a água para que ela não prejudique os equipamentos.
Figura 48 – Captação de água em rios
77
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
Captação de mananciais de superfície
A água superficial é muito usada como manancial, tanto para centros urbanos como para fins 
industriais. As condições para a escolha de um manancial dependem dos seguintes aspectos:
• localização;
• condições sanitárias (atuais e futuras) da bacia hidrográfica contribuinte;
• qualidade da água (bacteriológica e físico-química);
• vazão mínima do manancial;
• variação de nível (máximo e mínimo);
• facilidade para a captação.
Os mananciais de superfície podem ser: córregos, rios, lagos, cachoeiras etc., mas a captação dos rios 
é a forma mais usual de utilização de águas de superfície, e no Brasil a forma mais usual é o manancial. 
Na maioria dos casos, as obras são simples e estão sempre associadas a uma estação de bombeamento, 
visto que o manancial se encontra em cotas inferiores às da cidade.
Para executar um projeto de captação, é necessário conhecer os dados hidrológicos para o cálculo das 
vazões; caso isso não seja possível, deve-se fazer o estudo das oscilações do nível d’água, correlacionar 
as vazões com as precipitações, fazer um exame visual para verificar a possibilidade de implantação 
da obra, investigar possíveis focos de contaminação, bem como efetuar o levantamento topográfico, a 
batimetria do rio, as sondagens etc.
As obras de captação de um rio deverão ser implantadas em trechos retilíneos do rio ou, quando 
em curva, junto a sua curvatura externa, onde a velocidade da água é maior, conforme apresentado na 
figura seguinte:
Captação 
de água
Captação 
de água
Se
nt
id
o 
da
 
ág
ua
Se
nt
id
o 
da
 
ág
ua
Figura 49 – Exemplo de pontos de captação em rios
78
UnidadeII
As obras de captação têm como objetivo garantir a entrada permanente de água para o sistema, 
mesmo nas maiores estiagens; os equipamentos deverão ficar sempre ao abrigo das maiores 
enchentes previstas.
A distância entre a bomba e o nível de água mínimo previsto no rio não deverá ultrapassar a 
capacidade de sucção do equipamento para as condições locais.
O acesso ao local da captação em todo o período do ano deve ser considerado, mesmo ocorrendo 
fortes temporais e inundações, e é preciso examinar com cautela no projeto como levar energia elétrica 
até a captação e o custo para tal. As partes constitutivas de uma captação são: barragens, vertedores e 
entroncamentos para manutenção do nível ou para regulação da vazão.
Trata-se de obras executadas em rio ou córrego, ocupando toda a sua largura, com a finalidade 
de elevar o nível à montante e com isso permitir que seja assegurada submersão permanente de 
canalizações, fundos de canaletas e válvulas de pé de bombas.
Dispositivos retentores de materiais estranhos (grades e caixas de areia)
Os materiais estranhos presentes na água devem ser impedidos de entrar na estação de tratamento 
de água, compreendendo: sólidos decantáveis, materiais flutuantes e em suspensão, como folhas, 
galhos de árvores, sofás, garrafas plásticas. Os sólidos decantáveis (areias) que se mantêm em suspensão 
devido à agitação ou velocidade de escoamento da água são retirados por meio de dispositivos 
conhecidos por caixas de areia ou desarenadores. Esses dispositivos asseguram um escoamento com 
baixa velocidade; assim, as partículas de areia se decantam no fundo e são removidas. Comumente, 
eles têm formato retangular e são dispostos transversalmente aos cursos d’água.
É importante ressaltar que a areia causa desgaste na parte interna da bomba, por isso é necessário 
retirar esse material existente na água. Após a captação, a água bruta é encaminhada através de adutoras 
para a estação.
7.1.2 Tratamento de água
Na estação de tratamento de água, destacam-se os seguintes processos:
• remoção de substâncias grosseiras flutuantes ou em suspensão – grades e telas;
• remoção de substâncias finas em suspensão ou em solução e de gases dissolvidos através dos 
processos de aeração, sedimentação e filtração;
• remoção parcial ou total de bactérias e outros microrganismos com o processo de desinfecção;
• correção de odor e sabor em tratamentos químicos e leitos de contato com carvão ativado;
79
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
• correção de dureza e controle da corrosão por meio de tratamentos químicos;
• remoção ou redução de outras presenças químicas.
Aeração
Em água de superfície, a aeração é usada para a melhoria de sua qualidade biológica, é a parte 
inicial de tratamentos mais completos. Para as instalações de pequeno porte, a aeração pode ser feita no 
reservatório de água, desde que este seja bem ventilado e que essa entrada seja em queda livre.
Mistura rápida ou coagulação
Na literatura técnica de saneamento, o tratamento convencional compreende as seguintes unidades: 
mistura rápida, floculação, decantação, filtração e desinfecção.
Figura 50 – Mistura rápida
O emprego da coagulação química promove redução de turbidez, coloides, bactérias, cor, ferro, 
manganês oxidados e alguma dureza. Os coagulantes mais aplicados são sulfato de alumínio e sais de 
ferro. No Brasil, usa-se o sulfato de alumínio por ser o de menor custo.
A mistura rápida tem a finalidade de dispersar os coagulantes na água de forma rápida. Cada litro 
de água a tratar deve receber, aproximadamente, a mesma quantidade do coagulante no menor tempo 
possível, pois o coagulante se hidrolisa em segundos.
Mistura lenta ou floculação
A mistura lenta é também chamada de floculação. Nesta etapa, ocorre a formação de flocos 
sedimentáveis por meio do emprego de coagulantes. A floculação tem por objetivo aumentar as ligações 
80
Unidade II
entre as impurezas da água e os flocos que se formam pela reação do coagulante (sulfato de alumínio). 
Esse material formado está disperso, pois não possui peso suficiente para sedimentar. Os flocos têm 
aspecto gelatinoso, facilitando a aglutinação das partículas na superfície do floco original. Com essas 
ligações, ocorre o aumento do tamanho do material (acima de 1 mm de diâmetro) e ele se tornará mais 
sedimentável na fase seguinte, a decantação.
Figura 51 – Mistura lenta
Parâmetros como velocidade de escoamento, tempo de detenção e gradiente de velocidade 
influenciam diretamente no processo. A velocidade de escoamento deve ser maior que 0,10 m/s, para 
evitar a sedimentação de flocos no próprio floculador, mas não pode ser muito alta, não deve romper os 
flocos já formados. Essa agregação faz com que haja a diminuição da cor e da turbidez da água.
Decantação
Em decantadores, são depositados os flocos maiores e mais pesados, e a água já decantada (o 
sobrenadante) será coletada por calhas superficiais, separando-se do material sedimentado junto ao 
fundo das unidades de decantação, constituindo o lodo, onde predominam impurezas diversas e resíduos 
de hidróxido de alumínio.
As figuras a seguir apresentam o sistema de decantação para a estação de tratamento da água da 
cidade de Jundiaí. Pode-se perceber que a velocidade da água é muito baixa para que todas as impurezas 
sejam sedimentadas no fundo do tanque.
81
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
Figura 52 – Decantador 1 da ETA Jundiaí
Figura 53 – Decantador 2 da ETA Jundiaí
Filtração
A filtração é um processo físico em que a água atravessa um leito filtrante, em geral areia ou areia 
e carvão, de modo que partículas em suspensão sejam retidas, produzindo um efluente mais limpo. 
Tradicionalmente, existem dois processos distintos de filtração: filtração lenta e filtração rápida. A opção 
por um dos métodos depende sobretudo da qualidade da água bruta e do volume a ser tratado, o que 
implica profundas diferenças no projeto da estação.
82
Unidade II
O processo de filtração lenta é um pouco estático, mas possui uma grande eficiência. Já o processo 
de filtração rápida é bastante dinâmico em termos de alternativas de desenhos, podendo ser projetado 
com materiais diferentes no leito filtrante, dispositivos para aumento da capacidade de filtração, bem 
como fluxos por gravidade ou forcados, ascensionais ou descendentes.
Para executar a limpeza dos filtros, emprega-se água completamente tratada, de preferência com o 
mesmo pH da encaminhada aos filtros para filtração. O procedimento de lavagem dos filtros é repetido 
cerca de quatro vezes ou até a água de lavagem não parecer barrenta. Para a lavagem, a água entra em 
contrafluxo, revolvendo todo o material e tirando as impurezas que ficam aderidas ao leito filtrante. As 
figuras seguintes representam esse processo.
Figura 54 – Esvaziamento dos filtros para lavagem – ETA Jundiaí
Figura 55 – Processo 1 de lavagem dos filtros – ETA Jundiaí
83
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
Figura 56 – Processo 2 de lavagem dos filtros – ETA Jundiaí
A figura a seguir destaca a finalização do processo de lavagem dos filtros e pode-se perceber que a 
água está límpida após repetidas execuções.
Figura 57 – Finalização do processo de lavagem dos filtros – ETA Jundiaí
84
Unidade II
Desinfecção
Após a filtração, adiciona-se cal para corrigir o pH da água e depois é feita a desinfecção por 
cloro. Com a introdução de cloro nesse processo, ela estará própria para o consumo, garantindo a 
ausência de bactérias e partículas patogênicas à saúde humana que poderiam provocar epidemias. 
É importante o controle da qualidade da água durante todo o processo de produção e distribuição. 
A desinfecção é o processo do tratamento para eliminar os microrganismos patogênicos 
eventualmente presentes na água.
É essencial desinfetar a água para segurança sanitária. Além do cloro, pode-se usar permanganato 
de potássio, água oxigenada ou ozônio. A cloração é considerada um processo de desinfecção que é 
aplicável a todas as águas. Por razõeseconômicas e de operação, deve-se adotar em cada caso sempre 
os processos mais simples.
Figura 58 – Aplicação de cloro gasoso
Em médias e em grandes instalações, emprega-se o cloro gasoso, obtido em cilindros de aço contendo 
líquido e gás. Em pequenas instalações, é mais vantajoso aplicar soluções de hipoclorito. O cloro, quando 
aplicado na água, reage e produz vários compostos com diferentes capacidades de desinfecção. Os 
compostos que serão formados são:
• HOCI: excelente desinfetante, predomina em pH abaixo de 6.
• OCI: desinfetante menos ativo, predomina em pH acima de 7,5.
• Dicloroamina: bom desinfetante, predomina em pH abaixo de 6.
• Monocloroamina: desinfetante pouco ativo, predomina em pH acima de 7,5.
Pautando-se no conteúdo exposto, nota-se que é importante fazer a cloração na água em pHs 
baixos, pois haverá uma eficiência maior.
85
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
 Lembrete
Existem métodos de cloração da água, devendo-se adotar a solução 
mais vantajosa do ponto de vista técnico-econômico.
Deve-se assegurar a qualidade da água, considerando problemas de cheiro e gosto e o tempo 
disponível para contato com o desinfetante. Conforme a metodologia, utiliza-se mais ou menos cloro. 
Os métodos mais usuais, de acordo com a ordem crescente de quantidade e a segurança necessária, são:
• cloração simples (processo mais usual);
• pré e pós-cloração;
• cloração ao ponto de quebra;
• supercloração;
• amônio-cloração;
• cloração com bióxido de cloro.
A cloração simples é usada em água de qualidade relativamente boa e normalmente essa é a única 
etapa do tratamento. A pré-cloração é feita quando a água possui uma carga poluidora e deve ser 
realizada após a decantação. A chamada cloração ao ponto de quebra é um processo mais seguro, 
aplicável para água muito poluída e que necessita de altas doses de cloro.
Um método muito raro de ser aplicado é a supercloração, usada em água da pior qualidade. Aplica-se 
uma concentração muito alta de cloro, garantindo um residual de 3 ppm; depois, faz-se a remoção do 
excesso por meio da aplicação de bissulfito de sódio.
A amônio-cloração pode ser adotada para substituir outras formas de cloração que possam produzir 
mau cheiro e mau gosto devido à interferência com impurezas que reagem desfavoravelmente ao cloro, 
como os fenóis, que formam clorofenóis. É uma simples opção para substituir o cloro.
As concentrações residuais mínimas de cloro a serem mantidas na água são de 0,2 ppm livre por 
20 min e combinados (pH 6 a 7) de 1 ppm por 120 min.
A figura a seguir ilustra um esquema básico de uma estação de tratamento de água.
86
Unidade II
Represa
Reservatório
água final
(ETA)Cal
Cloro
Flúor
Sulfato de alumínio
Cal
Cloro
2
1
3 4 5
6
7
8
9
Reservatório 
dos bairros
Distribuição
Floculação Decantação Filtração
Bombeamento
Figura 59 – Estação de tratamento de água
Quando se possui água tratada para abastecimento de uma determinada população, é possível usar 
outros recursos, como a fervura. Quando a água não tem qualidade confiável, a população deverá criar 
o hábito de fervê-la, para assegurar confiança e evitar surtos epidêmicos.
É possível ocorrer o aparecimento de água com altas concentrações de cátions metálicos bivalentes. 
Estes são capazes de reagir com sabão, criando precipitados e com certos aníons presentes na água, 
formando crostas. Os principais íons causadores de dureza são cálcio e magnésio, sob forma de 
carbonatos, bicarbonatos e sulfatos. A dureza é chamada de temporária, quando desaparece com o 
calor, e permanente, quando não desaparece sob aquecimentos.
Domesticamente, reconhece-se que a água é mais dura ou menos dura pela maior ou menor 
facilidade que se tem de obter, com ela, espuma de sabão. A água dura tem uma série de inconvenientes:
• tem sabor ruim;
• consome muito sabão para formar espuma e dificulta atividades de higiene;
• dá lugar a depósitos perigosos em caldeiras e aquecedores;
• deposita sais em equipamentos que são usados no cozimento de alimentos ou no aquecimento 
de água;
• mancha louças.
Os processos de remoção de dureza da água são muito caros e difíceis de serem executados.
Quando a água possui sais de ferro, poderá manchar a roupa e as pias e corroer as tubulações. 
O processo aplicado para remover o ferro depende da forma como as impurezas de ferro se apresentam. 
87
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
Para água limpa e que possui alta concentração de ferro, como a água de poços e fontes, utiliza-se a 
simples aeração. Se o ferro estiver presente e junto da matéria orgânica, será necessário executar todo 
o tratamento.
Para água com acidez excessiva, a correção é obtida pelo aumento do pH, com a adição de cal 
ou carbonatos. Na zona rural, retira-se o excesso de acidez fazendo a água passar por um leito de 
pedra calcária.
Para águas com odor e sabor desagradável, usam-se carvão ativado, filtração lenta e tratamento 
completo. Em algumas águas subterrâneas, o odor de gás sulfídrico desaparece com a aeração.
Fluoretação da água
Constatou-se a importância dos sais de flúor na prevenção da cárie dental quando são usados em 
crianças com até 14 anos. Para os anos seguintes, o uso da fluoretação em água de abastecimento público 
se tornou um meio eficaz e econômico de controle da cárie dental. As aplicações no abastecimento de 
água são feitas com dosadores com fluoreto de sódio, o fluossilicato de sódio e o ácido fluossilícico. 
Os sistemas de abastecimento de água deverão obedecer aos seguintes requisitos mínimos:
• ter um abastecimento da água em caráter regular e sem interrupção;
• a água distribuída deve atender os padrões de potabilidade;
• sistemas de operação e manutenção adequados;
• controle regular da água distribuída.
A concentração de íon fluoreto varia conforme a média das temperaturas máximas do dia, observadas 
durante um período mínimo de um ano; recomenda-se acompanhá-las por cinco anos. A concentração 
ótima de flúor na água é em torno de 1 mg.L-1.
8 TRATAMENTO DE ESGOTOS
O Brasil, como muitos países em desenvolvimento, enfrenta acelerados processos de urbanização, 
com regiões carentes extremamente povoadas e com grande ausência de serviços públicos. Segundo 
o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), existe um déficit na área de esgotamento 
sanitário para cerca de 51% da população brasileira (que não possuem coleta de esgoto e tampouco 
tratamento) e 9,6% sem atendimento algum (BRASIL, 2013). Após um levantamento de dados a 
respeito de esgotamento sanitário, constatou-se que dos 5.564 municípios brasileiros, somente 
3.730 forneceram informações sobre o esgotamento sanitário referentes a 2013. Os estados de 
Minas Gerais e São Paulo apresentam a melhor situação para atender a população urbana com rede 
coletora de esgoto (SNIS, 2014).
88
Unidade II
Em São Paulo, a maioria dos municípios possui índice superior a 70% quanto ao atendimento de 
esgotamento sanitário. Na cidade de Campinas (a maior do interior paulista), 89% da população são 
atendidos por coleta e afastamento do esgoto.
O esgoto sanitário é constituído por águas residuárias de origem doméstica e industrial lançadas 
na rede coletora juntamente com a água de infiltração (água do subsolo que ali penetra através das 
tubulações e órgãos acessórios).
Se não houver adequada destinação para os esgotos, estes passam a escoar a céu aberto, poluindo o 
solo e contaminando as águas superficiais e subterrâneas, sendo um perigoso foco de disseminação de 
doenças. Assim, os resíduos gerados pelas atividades humanas, comerciais e industriais necessitam ser 
coletados, transportados, tratados e dispostos adequadamente, para não contaminar o meio ambiente.
Neste capítulo, serão elencadas algumas técnicas de tratamento dos esgotos sanitários. Define-se 
como sistemas de esgotamento sanitário como um conjunto de obras e instalações que tem como 
objetivo a coleta, o transporte, o tratamento e a disposição final da água residuária da comunidade.
A implantaçãode sistemas de esgotamento sanitário em uma determinada comunidade tem como 
principais objetivos:
• coletar esgoto de maneira individual ou coletiva;
• afastar o esgoto de forma rápida e segura;
• tratar todo o esgoto gerado.
Quando se investe em saneamento, sobretudo em obras de esgotamento e tratamento de águas 
residuárias, há melhoria das condições sanitárias locais, conservação dos recursos naturais, redução de 
focos de poluição e contaminação, redução de problemas estéticos e redução de doenças e epidemias.
Se os corpos receptores forem preservados, teremos um manancial com boa qualidade da água. 
Desse modo, os custos no tratamento de água para abastecimento serão subtraídos.
 Saiba mais
Para saber mais sobre as estações de tratamento de esgoto, consulte:
SABESP. Esgoto. [s.d.]. Disponível em: http://site.sabesp.com.br/site/
interna/subHome.aspx?secaoId=48. Acesso em: 18 nov. 2019.
A figura a seguir mostra um sistema coletivo de esgotamento sanitário convencional que é constituído 
de redes coletoras, interceptores, estações elevatórias e estação de tratamento de esgoto.
89
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
Estação de 
tratamento de 
esgoto (ETE)
Interceptor margem esquerda
Redes coletoras
Recalque
EEE (estação 
elevatória de 
esgoto)
PV (poço 
de visita)
Ramais 
prediais
Re
de
 
 T
ro
nc
o
Re
de
 
 T
ro
nc
o
Re
de
 
 T
ro
nc
o
Em
iss
ão
Interceptor margem direita
Córrego
Ri
o 
(c
or
po
 re
ce
pt
or
)
Figura 60 
O tratamento do esgoto tem a finalidade de remover os poluentes da água residual, melhorando a 
qualidade dos corpos d’água e minimizando a possibilidade de transmissão de doenças.
O esquema a seguir apresenta a remoção dos poluentes, e isso é possível em níveis diferentes 
de tratamento.
Por que se deve 
tratar os esgotos?
Remoção dos organismos 
patogênicos
Remoção dos sólidos em 
suspensão
Remoção da matéria 
orgânica
Remoção de nutrientes
Figura 61 – Representação esquemática do tratamento
90
Unidade II
O tratamento biológico do esgoto sanitário pode ser executado de forma aeróbia ou anaeróbia. Os 
tratamentos aeróbios utilizam microrganismos que necessitam de oxigênio para sobreviver e degradar 
a matéria orgânica. No processo anaeróbio, os organismos são capazes de promover a biodigestão de 
compostos orgânicos a partir de três etapas essenciais: hidrólise, acidogênese (incluindo acetogênese) e 
metanogênese. Essas etapas consomem pouca energia e transformam um resíduo orgânico em metano 
(CH4), dióxido de carbono (CO2) e água (H2O).
Com a alta do custo da energia no Brasil, em 1970 aumentaram as pesquisas com reatores anaeróbios, 
ganhando maior credibilidade após a década de 1980. Depois de muitas pesquisas a respeito, concluiu-se 
que os sistemas modernos de tratamento anaeróbio apresentaram desempenho superior aos clássicos e, 
em muitos aspectos, superaram os sistemas aeróbios.
De acordo com Von Sperling (1996), os sistemas de tratamento aeróbio possuem as seguintes vantagens:
• o efluente tratado é de boa qualidade (atendendo os padrões de lançamento);
• tempo de partida mais rápido;
• elevada remoção de matéria orgânica e nutrientes;
• menos sensível às mudanças climáticas.
Entre as desvantagens, o autor cita o seguinte:
• complexidade operacional;
• elevado nível de mecanização;
• consumo energético elevado para promoção da aeração mecanizada;
• produção de lodo pouco estabilizado.
Como vantagens do sistema anaeróbio, Von Sperling (1996) destaca:
• menor consumo energético;
• menor produção de lodo;
• menor exigência de nutrientes;
• produção de metano (potencial fonte de energia);
• redução do volume dos reatores e baixa demanda de área;
91
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
• resposta rápida à adição de substrato após longo período sem alimentação;
• tolerância a elevadas cargas orgânicas;
• simplicidade operacional;
• possibilidade de redução de custos.
Quanto às desvantagens do sistema anaeróbio, o autor acentua:
• tempo de partida mais longo para desenvolvimento de biomassa;
• pode requerer a adição de alcalinizante;
• pode não alcançar as exigências de padrões de lançamento, necessitando de tratamento 
complementar aeróbio;
• baixa ou nenhuma remoção de nitrogênio e fósforo;
• mais sensível a variações de temperatura;
• produz gases odoríferos e corrosivos.
Por meio desses estudos e sabendo qual a carga poluidora, o padrão de lançamento e a eficiência 
do tratamento dos esgotos que deve ser alcançado, é possível escolher os vários tipos de processo 
de tratamento. No Brasil, em quase todas as estações de tratamento o esgoto é tratado até o nível 
secundário. Em relação ao nível terciário, raras estações chegam até nesse nível.
O tratamento preliminar apresentado na figura a seguir destina-se principalmente à remoção de 
sólidos grosseiros e areia.
A remoção dos sólidos grosseiros é feita por meio de grades, que podem ser grossas, médias e finas, 
dependendo do espaçamento entre as barras; a limpeza das grades pode ser realizada de forma manual 
ou mecanizada.
A remoção da areia contida nos esgotos ocorre por sedimentação em tanques chamados de 
desarenadores (caixas de areia). Periodicamente, as areias do fundo dos tanques devem ser removidas e 
essa limpeza é manual ou mecanizada.
92
Unidade II
Grade
Entrada 
dos 
esgotos
Fase 
sólida
Fase 
sólida
Caixa de areia
Medidor de 
vazão
Saída do 
tratamento 
primário
Figura 62 – Esquema do tratamento preliminar de esgotos
Os esgotos, após passarem pelas unidades de tratamento preliminar, contêm ainda os sólidos em 
suspensão não grosseiros, os quais podem ser parcialmente removidos em unidades de sedimentação.
Nos decantadores primários, os esgotos fluem vagarosamente, permitindo que os sólidos em 
suspensão, por possuírem uma densidade maior que a do líquido, sedimentem-se gradualmente no 
fundo. Óleos e graxas, por possuírem uma densidade menor que do líquido, sobem para a superfície 
dos decantadores, onde são coletados e removidos para posterior tratamento. Esse processo é também 
chamado de tratamento primário.
O objetivo do tratamento secundário de esgotos domésticos é a inclusão de uma etapa biológica, em 
que a remoção (estabilização) da matéria orgânica é efetuada por reações bioquímicas, realizadas por 
microrganismos aeróbios ou anaeróbios.
A seguir, serão acentuados alguns sistemas de tratamento de esgotos.
8.1 Lagoas facultativas
O processo de lagoas facultativas é o mais simples, dependendo apenas de fenômenos naturais. 
A figura a seguir apresenta o fluxograma típico desse sistema.
Grade
Entrada 
dos 
esgotos
Fase sólida Fase sólida
Caixa de areia Medidor de 
vazão Lagoa facultativa
Corpo 
receptor
Sol
Figura 63 
93
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
O esgoto a ser tratado entra por uma extremidade da lagoa e sai pela extremidade oposta. Ao longo 
desse trecho, a matéria orgânica que está na água fica sedimentada, pois tem uma densidade superior 
à da água, formando o lodo. Esse lodo, por se encontrar em grandes profundidades, sofre o processo de 
decomposição por microrganismos anaeróbios.
A matéria orgânica que está dissolvida mais a matéria orgânica em suspensão, que possui pequenas 
dimensões, não sedimentam, ficando dispersas na massa líquida. A decomposição dessa matéria orgânica 
em suspensão ocorre por meio de bactérias facultativas.
Essas bactérias utilizam-se da matéria orgânica como fonte de energia, alcançada através 
da respiração. O oxigênio necessário para o processo é proveniente das reações de fotossíntese 
realizada pelas algas. Assim, ocorre um balanço entre a produção e o consumo do oxigênio e do 
gás carbônico.
Re
sp
ira
çã
o 
 
 
 
 Fotossíntese
Sol
EfluenteAfluente
Energia 
luminosa
Zona aeróbia
Zona facultativa
Camada de iodo
DBO
DBO
O2 CO2
CO2 CH4 H2S
Zona anaeróbia
Bactérias
Algas
O2
CO2
Figura 64 – Processo natural com decantação
Esse processo é natural e a estabilização damatéria orgânica ocorre mais lentamente, exigindo 
elevado tempo de detenção na lagoa.
Pela necessidade da fotossíntese, o sistema de tratamento por lagoas precisa de grandes áreas de 
exposição para o melhor aproveitamento da energia solar pelas algas, demandando grandes unidades.
94
Unidade II
8.2 Lodos ativados
O processo de lodos ativados é bastante usado quando o objetivo é obter uma elevada qualidade 
do efluente tratado com baixos requisitos de área. O processo de lodo ativado convencional consiste na 
decomposição da matéria orgânica por microrganismos aeróbios.
O princípio básico do processo de lodos ativados é o retorno das bactérias presentes no decantador 
para o tanque de aeração, o que aumenta a concentração de bactérias nessa unidade. Quanto maior 
a concentração de bactérias, maior será o consumo de alimento, ou seja, maior será a assimilação da 
matéria orgânica presente no esgoto bruto.
Como ocorre a recirculação dos sólidos, estes permanecem no sistema por muito tempo, garantindo 
a elevada eficiência do processo de lodos ativados, já que os microrganismos têm tempo suficiente para 
estabilizar praticamente toda a matéria orgânica dos esgotos.
A figura a seguir destaca o fluxograma típico do sistema de lodos ativados convencional.
Grade
Fase 
sólida Fase sólida
Lodo 
primário
Caixa de 
areia Medição 
de vazão
Decantador 
primário Reator Decantador secundário
Corpo 
receptor
Lodo de 
retorno
Lodo 
aeróbio
Digestor 
anaeróbio 
primário Digestor 
secundárioAdensador Desidratação 
(retorna ao 
início do 
processo)
Transporte
Disposição 
final
Drenado 
(retorna ao 
início do 
processo)
Sobrenadante 
(retorna ao 
início do 
processo)
Sobrenadante 
(retorna ao 
início do 
processo)
Figura 65 
95
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
No tanque de aeração, como ocorre a entrada contínua de esgotos, ou melhor, alimentos, as bactérias 
se reproduzem continuamente. Se fosse permitido que a população de bactérias crescesse sem parar, 
elas tenderiam a atingir concentrações muito altas no tanque de aeração; além disso, o decantador 
secundário ficaria sobrecarregado, e os sólidos poderiam sedimentar por falta de espaço, saindo com o 
efluente final. Para que isso não ocorra, é necessário descartar aproximadamente a mesma quantidade 
de lodo (biomassa) que é aumentada por reprodução. Esse é o lodo biológico excedente, que pode 
ser extraído diretamente do reator ou da linha de recirculação. O lodo excedente deve passar pelos 
processos de adensamento, digestão e desidratação.
Tabela 3 – Sistemas de tratamento de esgoto versus eficiência
Sistema
Eficiência média da remoção (%)
DBO DQO SS Ntotal Ptotal CF
Lagoa facultativa 75-85 65-80 70-80 <60 <35 90-99
Lagoa anaeróbica – lagoa facultativa 75-85 65-80 70-80 <60 <35 90-99
Lagoa aerada facultativa 75-85 65-80 70-80 <30 <35 90-99
Lagoa aerada mistura completa – lagoa sedimentação 75- 85 65-80 80-87 <30 <35 90-99
Lagoa anaeróbia + lagoa facultativa + lagoa de 
maturação 80-85 70-83 73-83 50-65 >50 99,9-99,999
Infiltração lenta 90-99 85-95 >93 >75 >85 99,9-99,999
Infiltração rápida 85-98 80-93 >93 >65 >50 99,99-99,999
Escoamento superficial 80-90 75-85 80-93 <65 <35 99-99,9
Wetlands* 80-90 75-85 87-93 <60 <35 99,9-99,99
Tanque séptico + filtro anaeróbio 80-85 70-80 80-90 <60 <35 90-99
Reator Uasb** 60-75 55-70 65-80 <60 <35 ≈90
Uasb + lodos ativos 83-93 75-88 87-93 <60 <35 90-99
Uasb + filtro anaeróbio 75-87 70-80 80-90 <60 <35 90-99
Uasb + filtro biológico percolador de alta carga 80-93 73-88 87-93 <60 <35 90-99
Uasb + biofiltro aerado submerso 83-93 75-88 87-93 <60 <35 90-99
Uasb + flotação por ar dissolvido 83-93 83-90 90-97 <30 75-80 90-99
Uasb + lagoa aerada facultativa 75-85 65-80 70-80 <30 <30 90-99
Uasb + escoamento superficial 77-90 70-85 80-93 <65 <35 99-99,9
Uasb + lagoa de polimento 77-87 70-83 73-83 50-65 >50 99,9-99,999
Lodos ativados convencionais 85-93 80-90 87-93 <60 <35 90-99
Lodos ativados – aeração prolongada 90-97 83-93 87-93 <60 <35 90-99
Filtro biológico percolador de baixa carga 85-93 80-90 87-93 <60 <35 90-99
Filtro biológico percolador de alta carga 80-90 70-87 87-93 <60 <35 90-99
Biodisco 88-95 83-90 87-93 <60 <35 90-99
* Wetlands são sistemas conhecidos por terras úmidas construídas, são sistemas projetados constituídos de lagoas ou canais 
artificiais rasos.
** Reator Uasb (upflow anaerobic sludge blanket) é conhecido no Brasil como Rafa (reator anaeróbico de fluxo ascendente).
Adaptada de: USP (s.d.).
96
Unidade II
 Resumo
Verificou-se a importância do saneamento básico e sua influência 
direta na qualidade de vida dos seres humanos. Infelizmente, boa parte 
da população no Brasil ainda não possui esse benefício, o que prejudica 
principalmente a saúde dos menos favorecidos.
Assim como o saneamento básico é necessário para a qualidade de vida, 
a distribuição e o tratamento de água têm a mesma prioridade. Existem 
diversas doenças que podem ser transmitidas pela falta de tratamento da 
água, acarretando problemas no ciclo hidrológico.
A água foi subdividida em quatro tipos, para facilitar a distribuição e 
aplicar o melhor tratamento para cada um, pois, dependendo da destinação 
do uso da água, o tratamento varia.
Foram estudadas as estações de tratamento de esgoto; seus 
processos variam conforme a quantidade de resíduos despejados na 
água e os microrganismos.
Concluiu-se que todos os processos que interferem direta e 
indiretamente na qualidade da água são vitais para a saúde dos homens 
e para o meio ambiente.
 Exercícios
Questão 1. (Enade 2013) As águas residuárias são aquelas que, após utilização, apresentam suas 
características naturais alteradas. Esses efluentes líquidos são produzidos por indústrias ou são resultantes 
dos esgotos domésticos urbanos. A devolução das águas residuárias de qualquer fonte poluidora ao meio 
ambiente deve prever seu tratamento, se necessário. Para verificar a conformidade legal desse tipo de 
efluente, antes de lançá-lo, são analisados parâmetros, como temperatura, pH, materiais sedimentáveis, 
DBO5,20 (demanda bioquímica de oxigênio), elementos químicos, entre outros.
Disponível em: www.cetesb.sp.gov.br. Acesso em: 20 jul. 2013.
O monitoramento do parâmetro DBO5,20 em corpos d’água é importante para:
A) Verificar a quantidade de matéria inorgânica consumida em 48 horas.
B) Observar a quantidade de matéria orgânica consumida em 48 horas.
C) Determinar a demanda de oxigênio dissolvido em 24 horas.
97
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
D) Aferir o grau de eutrofização de um corpo d’água.
E) Avaliar a matéria orgânica aerobicamente biodegradável.
Resposta correta: alternativa E.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: a DBO5,20 é a quantidade de oxigênio consumido durante um período de cinco dias 
numa temperatura de incubação de 20 °C.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: a DBO5,20 é a quantidade de oxigênio consumido durante um período de cinco dias 
numa temperatura de incubação de 20 °C.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: a DBO5,20 é a quantidade de oxigênio consumido durante um período de cinco dias, o 
que equivale a 120 horas, numa temperatura de incubação de 20 °C.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: de maneira geral, a DBO é a quantidade de oxigênio consumida para depuração de 
matéria orgânica existente num corpo d’água.
E) Alternativa correta.
Justificativa: a DBO5,20 é a quantidade de oxigênio consumido durante um período de cinco dias, 
o que equivale a 120 horas, numa temperatura de incubação de 20 °C. Assim, ela serve para indicar a 
quantidade de material aerobiamente biodegradável.
Questão 2. (Enade 2016, adaptada) O sistema de esgotamento sanitário (SES) é composto de um 
conjunto de obras, equipamentos e serviços com variadas funções, tais como a coleta, o transporte, o 
tratamento e a disposição final dos esgotos domésticos, de modo a proteger a saúde pública, atender os 
padrões legais existentes e proteger o meio ambiente.O tratamento de esgoto sanitário é realizado por meio de operações físicas unitárias e processos 
químicos e biológicos, agrupados de forma a compor o SES, cujo nível de tratamento dependerá do 
conjunto adotado.
A respeito do SES, avalie as afirmações a seguir.
98
Unidade II
I – As operações físicas unitárias são métodos de tratamento nos quais predomina a aplicação de 
processos físicos, como gradeamento, mistura, sedimentação, flotação e filtração.
II – Nos tratamentos de esgoto por processos químicos, a remoção ou conversão de poluentes se faz 
pela adição de produtos químicos ou por reações químicas, como desinfecção e precipitação.
III – Os processos biológicos de tratamento de esgoto dependem das condições em que se realiza a 
atividade biológica para a remoção de poluentes, como o processo de estabilização da matéria orgânica, 
no qual os microrganismos convertem a matéria orgânica em gases, água e outros compostos inertes.
É correto apenas o que se afirma em:
A) I.
B) III.
C) I e II.
D) II e III.
E) Todas as afirmativas estão corretas.
Resposta correta: alternativa E.
Análise das afirmativas
I) Afirmativa correta.
Justificativa: algumas operações físicas constituem a parte inicial do tratamento do esgoto. Nessa 
fase, procura-se separar a fase sólida da fase líquida. As operações executadas nas operações físicas são: 
o gradeamento (grade que retém os sólidos), a mistura, a sedimentação a flotação e a filtração.
II) Afirmativa correta.
Justificativa: os processos químicos são caracterizados pela adição de elementos químicos que 
provocam reações a fim de produzir um líquido com pH adequado. Nessa fase, é feita uma aspersão 
com a finalidade de aumentar a área de contato do líquido com o oxigênio do ar. Além disso, realiza-se 
a adição de soda cáustica para elevação do pH para 10. Após o ajuste do pH, o efluente vai para uma 
calha de floculação, onde ocorre a dosagem de floculante com o intuito de promover a floculação e a 
coagulação dos flocos formados.
III) Afirmativa correta.
Justificativa: o tratamento biológico destina-se à degradação biológica de compostos carbonáceos nos 
reatores biológicos. Nesse tratamento, é realizada a redução no nível de poluição pela adição de matéria orgânica.
99
ESTUDOS AMBIENTAIS E SANEAMENTO URBANO
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 3
CITY-1517923_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2016/07/14/23/07/city-
1517923_960_720.jpg. Acesso em: 29 nov. 2019.
Figura 6
BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO (BID). América Latina y el Caribe en 2025. BID, 
2014. Adaptada.
Figura 7
CROWDED-390840_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2014/07/11/23/15/
crowded-390840_960_720.jpg. Acesso em: 29 nov. 2019.
Figura 8
BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO (BID). América Latina y el Caribe en 2025. BID, 
2014. Adaptada.
Figura 10
TRAFFIC-JAM-1703575_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/
photo/2016/09/29/19/12/traffic-jam-1703575_960_720.jpg. Acesso em: 29 nov. 2019.
Figura 11
CONTAMINATION-4286704_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/
photo/2019/06/20/10/08/contamination-4286704_960_720.jpg. Acesso em: 29 nov. 2019.
Figura 14
OIL-3629119_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2018/08/24/23/33/oil-
3629119_960_720.jpg. Acesso em: 8 nov. 2019.
Figura 15
OS_VALES_DA_VALE_%285971263755%29.JPG. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/
wikipedia/commons/0/04/Os_vales_da_Vale_%285971263755%29.jpg. Acesso em: 8 nov. 2019.
100
Figura 17
WATER-2749526_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2017/09/14/16/21/
water-2749526_960_720.jpg. Acesso em: 8 nov. 2019.
Figura 19
CITY-3378773_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2018/05/06/15/48/city-
3378773_960_720.jpg. Acesso em: 8 nov. 2019.
Figura 20
AGRICULTURE-593087_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/
photo/2015/01/08/15/15/agriculture-593087_960_720.jpg. Acesso em: 8 nov. 2019.
Figura 21
800PX-ATERRO_SANIT%C3%A1RIO_DE_GOI%C3%A2NIA2.JPG. Disponível em: https://upload.
wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/34/Aterro_Sanit%C3%A1rio_de_Goi%C3%A2nia2.
JPG/800px-Aterro_Sanit%C3%A1rio_de_Goi%C3%A2nia2.JPG. Acesso em: 8 nov. 2019.
Figura 22
FORESTRY-960806_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2015/09/27/15/29/
forestry-960806_960_720.jpg. Acesso em: 8 nov. 2019.
Figura 23
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Plano estratégico de recursos hídricos dos afluentes da margem 
direita do rio Amazonas: relatório síntese. ANA, 2012. Adaptada.
Figura 24
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Plano estratégico de recursos hídricos dos afluentes da margem 
direita do rio Amazonas: relatório síntese. ANA, 2012. Adaptada.
Figura 25
CONTAMINATION-4286704_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/
photo/2019/06/20/10/08/contamination-4286704_960_720.jpg. Acesso em: 8 nov. 2019.
101
Figura 26
FISH-2076855_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2017/02/18/08/58/fish-
2076855_960_720.jpg. Acesso em: 29 nov. 2019.
Figura 27
RIO-DE-JANEIRO-3549794_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/
photo/2018/07/20/01/42/rio-de-janeiro-3549794_960_720.jpg. Acesso em: 8 nov. 2019.
Figura 28
800PX-DESLIZAMENTO.JPG. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/
b5/Deslizamento.JPG/800px-Deslizamento.JPG. Acesso em: 8 nov. 2019.
Figura 29
1024PX-EROS%C3%A3O_EM_SOLO_DE_PIRACICABA_SP.JPG. Disponível em: https://upload.
wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d1/Eros%C3%A3o_em_solo_de_Piracicaba_
SP.jpg/1024px-Eros%C3%A3o_em_solo_de_Piracicaba_SP.jpg. Acesso em: 8 nov. 2019.
Figura 30
XAPURI%2C_ENCHENTE_01.JPG. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/
commons/3/37/Xapuri%2C_enchente_01.jpg. Acesso em: 8 nov. 2019.
Figura 31
1024PX-ENCHENTE_EM_TRIZIDELA_DO_VALE_%28MA%29.JPG. Disponível em: https://upload.
wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/30/Enchente_em_Trizidela_do_Vale_%28MA%29.
jpg/1024px-Enchente_em_Trizidela_do_Vale_%28MA%29.jpg. Acesso em: 8 nov. 2019.
Figura 32
SÃO PAULO (PREFEITURA). Indicadores ambientais e gestão urbana: desafios para a construção 
da sustentabilidade na cidade de São Paulo. São Paulo: Centros de Estudos da Metrópole, 2008. 
Disponível em: http://centrodametropole.fflch.usp.br/sites/centrodametropole.fflch.usp.br/files/inline-
images/LivroMeioAmbiente.pdf. Acesso em: 11 nov. 2019. p. 68.
Figura 33
SÃO PAULO (PREFEITURA). Indicadores ambientais e gestão urbana: desafios para a construção 
da sustentabilidade na cidade de São Paulo. São Paulo: Centros de Estudos da Metrópole, 2008. 
Disponível em: http://centrodametropole.fflch.usp.br/sites/centrodametropole.fflch.usp.br/files/inline-
images/LivroMeioAmbiente.pdf. Acesso em: 11 nov. 2019. p. 60.
102
Figura 34
SÃO PAULO (PREFEITURA). Indicadores ambientais e gestão urbana: desafios para a construção 
da sustentabilidade na cidade de São Paulo. São Paulo: Centros de Estudos da Metrópole, 2008. 
Disponível em: http://centrodametropole.fflch.usp.br/sites/centrodametropole.fflch.usp.br/files/inline-
images/LivroMeioAmbiente.pdf. Acesso em: 11 nov. 2019. p. 84.
Figura 35
INTERA%C3%A7%C3%A3O_DA_RADIA%C3%A7%C3%A3O_SOLAR_COM_A_ATMOSFERA_
TERRESTRE_E_OS_GASES_DE_EFEITO_ESTUFA.PNG. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/
wikipedia/commons/5/53/Intera%C3%A7%C3%A3o_da_radia%C3%A7%C3%A3o_solar_com_a_
atmosfera_terrestre_e_os_gases_de_efeito_estufa.png. Acesso em: 8 nov. 2019.
Figura 36
MONOLITHIC-PART-OF-THE-WATERS-3137978_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/
photo/2018/02/07/20/50/monolithic-part-of-the-waters-3137978_960_720.jpg. Acesso em: 8 nov. 2019.
Figura 37
DRIFT-WOOD-123209_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2013/06/08/14/07/
drift-wood-123209_960_720.jpg. Acesso em: 8 nov. 2019.
Figura 38
SCRAPYARD-2441432_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2017/06/25/18/06/
scrapyard-2441432_960_720.jpg. Acesso em: 8 nov. 2019.
Figura39
NUCLEAR-POWER-PLANT-3987966_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/
photo/2019/02/10/18/51/nuclear-power-plant-3987966_960_720.jpg. Acesso em: 8 nov. 2019.
Figura 40
SMOKE-712471_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2015/04/08/10/59/
smoke-712471_960_720.jpg. Acesso em: 29 nov. 2019.
Figura 41
TIMES-SQUARE-2835995_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/
photo/2017/10/10/04/55/times-square-2835995_960_720.jpg. Acesso em: 8 nov. 2019.
103
Figura 42
LAS-VEGAS-283265_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2014/03/08/18/23/
las-vegas-283265_960_720.jpg. Acesso em: 8 nov. 2019.
Figura 43
1024PX-CONGESTIONAMENTO_NO_VALE_DO_ANHAGABA%C3%BA.JPG. Disponível em: https://
upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/ab/Congestionamento_no_Vale_do_
Anhagaba%C3%BA.JPG/1024px-Congestionamento_no_Vale_do_Anhagaba%C3%BA.JPG. Acesso em: 
8 nov. 2019.
Figura 48
1024PX-CAPTA%C3%A7%C3%A3O_DE_AGUA_EM_LAGO_BARRAGEM_REFLEXO.JPG. Disponível em: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/76/Capta%C3%A7%C3%A3o_de_agua_
em_lago_barragem_reflexo.jpg/1024px-Capta%C3%A7%C3%A3o_de_agua_em_lago_barragem_
reflexo.jpg. Acesso em: 29 nov. 2019.
Figura 50
%C3%81GUA_BRUTA_E_MEDI%C3%A7%C3%A3O_EM_CALHA_PARSHALL.JPG. Disponível 
em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d1/%C3%81gua_bruta_e_
medi%C3%A7%C3%A3o_em_Calha_Parshall.jpg. Acesso em: 29 nov. 2019.
REFERÊNCIAS
Textuais
ABIÓTICOS e bióticos. Só Biologia, [s.d.]. Disponível em: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/
Ecologia/abioticosebioticos. Acesso em: 2 out. 2019.
AGÊNCIA EUROPEIA DO AMBIENTE (AEA). Mitigação dos efeitos das alterações climáticas. AEA, 2018. 
Disponível em: https://www.eea.europa.eu/pt/themes/climate/intro. Acesso em: 13 nov. 2019.
AGÊNCIA EUROPEIA DO AMBIENTE (AEA). Sobre as alterações climáticas. AEA, 2016. Disponível em: 
https://www.eea.europa.eu/pt/themes/climate/about-climate-change. Acesso em: 13 nov. 2019.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL (ABES). Ranking Abes da 
universalização do saneamento. 2019. Disponível em: http://abes-dn.org.br/pdf/Ranking_2019.pdf. 
Acesso em: 14 nov. 2019.
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). A evolução da gestão dos recursos hídricos no Brasil. Brasília: 
ANA, 2002.
104
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). A história do uso da água no Brasil: do descobrimento ao 
século XX. 2011. Disponível em: https://www.tratamentodeagua.com.br/artigo/a-historia-do-uso-da-
agua-no-brasil-do-descobrimento-ao-seculo-xx/. Acesso em: 14 nov. 2019.
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). Catálogo de Publicações. 2019. Disponível em: https://www.
ana.gov.br/acesso-a-informacao/institucional/publicacoes#cadernos_de_recursos_hidricos. Acesso em: 
11 nov. 2019.
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). Indicadores de qualidade. [s.d.]. Disponível em: https://www.ana.
gov.br/panorama-das-aguas/qualidade-da-agua/indicadores-de-qualidade. Acesso em: 14 nov. 2019.
ARAÚJO, P. Água. Brasília: MMA, [s.d.]. Disponível em: https://www.mma.gov.br/agua/recursos-hidricos/
aguas-subterraneas/ciclo-hidrologico.html. Acesso em: 14 nov. 2019.
AZEVEDO NETTO, J. M. Manual de hidráulica. São paulo: Edgard Blucher, 2008.
AZEVEDO NETTO, J. M.; BOTELHO, M. H. C. Manual de saneamento de cidades e edificações. São Paulo: 
Pini, 1991.
BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO (BID). América Latina y el Caribe en 2025. BID, 2014.
BAPTISTA, M. B.; LARA, M. Fundamentos da engenharia hidráulica. Minas Gerais: UFMG, 2003.
BARRY, R. G.; CHORLEY, R. J. Atmosfera, tempo e clima. Porto Alegre: Artmed, 2013.
BRAILE, P. M.; CAVALCANTE, J. E. W. A. Manual de tratamento de águas residuárias industriais. São 
Paulo: Cetesb, 1993.
BRASIL. Brasil tem 48% da população sem coleta de esgoto, diz Instituto Trata Brasil. Agência Senado, 
25 set. 2019. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2019/09/25/brasil-tem-
48-da-populacao-sem-coleta-de-esgoto-diz-instituto-trata-brasil. Acesso em: 14 nov. 2019.
BRASIL. Câmara dos Deputados. Decreto n. 50.877, de 29 de junho de 1961. Dispõe sobre o 
lançamento de resíduos tóxicos ou oleosos nas águas interiores ou litorâneas do país, e dá outras 
providências. Brasília, 1961. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1960-1969/
decreto-50877-29-junho-1961-390520-publicacaooriginal-1-pe.html. Acesso em: 11 nov. 2019.
BRASIL. Instituto de Energia e Meio Ambiente. 1º Diagnóstico da rede de monitoramento da qualidade 
do ar no Brasil. Brasília, 2014. Disponível em: https://www.mma.gov.br/images/arquivo/80060/
Diagnostico_Rede_de_Monitoramento_da_Qualidade_do_Ar.pdf. Acesso em: 13 nov. 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria MS n. 518. Brasília, 2004. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.
br/bvs/publicacoes/portaria_518_2004.pdf. Acesso em: 8 nov. 2019.
105
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Efeito estufa e aquecimento global. Brasília, [s.d.]a. Disponível 
em: https://www.mma.gov.br/informma/item/195-efeito-estufa-e-aquecimento-global. Acesso em: 
19 nov. 2019.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Impactos sobre a biodiversidade. Brasília, [s.d.]b. Disponível em: 
https://www.mma.gov.br/biodiversidade/biodiversidade-global/impactos.html. Acesso em: 13 nov. 2019.
BRASIL. Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) 2013. Secretaria Nacional de Saneamento 
Ambiental. Brasília, 2013.
BRASIL. Presidência da República. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 
1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 
11 nov. 2019.
CENTRO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA (CVE). Doenças relacionadas à água ou de transmissão 
hídrica: perguntas e respostas e dados estatísticos – informe técnico. São Paulo: CCD, 2009. Disponível 
em: http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-
vigilancia/doencas-transmitidas-por-agua-e-alimentos/doc/2009/2009dta_pergunta_resposta.pdf. 
Acesso em: 14 nov. 2019.
CETESB. Técnica de abastecimento e tratamento de água. São Paulo: Cetesb, 1976.
COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DOS VALES DO SÃO FRANCISCO E DO PARNAÍBA (CODEVASF). 
Contaminação dos recursos hídricos. 2017. Disponível em: https://www.codevasf.gov.br/linhas-de-
negocio/irrigacao/impactos-ambientais/contaminacao-dos-recursos-hidricos. Acesso em: 11 nov. 2019.
CONAMA. Resolução n. 3, de 28 de junho de 1990. Dispõe sobre padrões de qualidade do ar, 
previstos no Pronar. Brasília, 1990. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.
cfm?codlegi=100. Acesso em: 11 nov. 2019.
CONAMA. Resolução n. 20, 18 de junho de 1986. Estabelece a classificação das águas doces, salobras e 
salinas do Território Nacional. Substituída pela Resolução n. 3/2005. Disponível em: http://www.icmbio.
gov.br/cepsul/images/stories/legislacao/Portaria/1986/res_conama_20_1986_revgd_classificacaoaguas_
altrd_res_conama_274_2000_revgd_357_2005.pdf. Acesso em: 11 nov. 2019.
CONAMA. Resolução n. 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água 
e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de 
lançamento de efluentes, e dá outras providências. Brasília, 2005. Disponível em: http://www.mma.gov.
br/port/conama/res/res05/res35705.pdf. Acesso em: 11 nov. 2019.
CONAMA. Resolução n. 393, de 8 de agosto de 2007. Dispõe sobre o descarte contínuo de água 
de processo ou de produção em plataformas marítimas de petróleo e gás natural, e dá outras 
providências. Brasília, 2007. Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.
cfm?codlegi=541. Acesso em: 11 nov. 2019.
106
CONAMA. Resolução n. 430, de 13 de maio de 2011. Dispõe sobre as condições e padrões de 
lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução n. 357, de 17 de março de 2005, do 
Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Brasília, 2011. Disponível em: http://www2.mma.gov.
br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=646. Acesso em: 11 nov. 2019.
CORDEIRO, L. A. M. Conceitos