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Diagnóstico Clínico e Histológico das DBD: doença periodontal Objetivo: conhecer os índices de higiene bucal e parâmetros clínicos periodontais necessários para realização de um correto diagnóstico. Anatomia Periodontal: O periodonto compõe os tecidos que revestem o elemento dentário. Está dividido em periodonto de proteção e periodonto de sustentação. -Periodonto de proteção: constituído pelo tecido gengival que recobre a porção coronária e parte da raiz do elemento dentário (gengiva, gengiva marginal livre e gengiva inserida) -Periodonto de Sustentação: Constituído por: Ligamento Periodontal, Cemento e Osso alveolar. Características de um tecido periodontal saudável: Gengiva marginal livre que circunda o terço cervical do elemento dentário, a qual tem, logo abaixo, a gengiva inserida com característica de pontilhado (casca de laranja) e, sob ela, a mucosa alveolar. MUCOSA ALVEOLAR – G.M.L – G.I Tecido rosa pálido, que, para pessoas com pigmentação melânica pode conter essa pigmentação. Características Histológicas • Epitélio oral externo (G.M e G.I) • Epitélio do sulco oral e, abaixo dele, o epitélio juncional aderido ao elemento dentário • O epitélio oral do sulco forma o sulco histológico • Inserção conjuntiva: fibras colágenas inserindo a estrutura dentária ao osso e tecido gengival • Osso alveolar • Ligamento periodontal EROS RUAN DE MEDEIROS – ODONTO 114 • Cemento inserido a superfície dentária • Presença de tecido conjuntivo denso (bem inserido, com presença de vasos sanguíneos e pequeno infiltrado inflamatório) • Cristas epiteliais se projetando para o tecido Índices de higiene bucal Para detectar , por meio de parâmetros, a presença ou não de doenças periodontais: IPV- Índice de Placa Visível ISG- Índice de sangramento gengival ISS- Índice de sangramento a sondagem Esses índices retratam se o paciente está com a higiene bucal adequada, direcionando o tratamento e orientação com relação à motivação de higiene bucal do paciente. Eles não são parâmetros periodontais, tem relação apenas a questão da higiene bucal do paciente. ÍNDICE DE PLACA VISÍVEL Superfície dentária rugosa, com biofilme visível, responsável pela vermelhidão do tecido gengival ao redor do dente – gengiva marginal, com áreas de irregularidade desse tecido. Má condição de higiene bucal. • Detecta a presença de biofilme ao longo da margem gengival • Ignora a extensão coroaria do biofilme na superfície dentária • Dentes secos com jato de ar, sem uso de evidenciadores. • Auxílio de sonda em caso de dúvidas • Faces: D, V. M. L. O • Dentro do prontuário do paciente, existe uma página específica para os índices orais Orientações para preenchimento de índices orais no prontuário. • Os quadradinhos são os elementos dentários em seus 4 quadrantes • Cada elemento dentário é dividido em suas faces (D, V, M, L, O) • Salientando que os dentes anteriores não possuem as faces oclusais, por isso o centro dos quadrados é preto. (de canino a canino) • Acima da numeração permanente, está a numeração dos dentes decíduos. • As faces vestibulares são “voltadas para fora” • As faces palatinas e linguais são sempre as faces internas • Nos dentes ausentes, marca-se um X no elemento dentário. • A face que estiver com a presença de biofilme, é preenchida, pintada. • Preencher inicialmente de grafite, por causa de alguma confusão de face. • Calcular percentual do IPV. • Anotar a data da realização do exame. AS FACES CALCULO DO PERCENTUAL DE IPV O IPV de até 10% é bom, entre 10 e 25% é intermediário, e acima de 25 é ELEVADO. ÍNDICE DE SANGRAMENTO GENGIVAL • Propõe-se a identificar a presença de sangramento gengival ao longo da margem gengival • Ignora a profundidade de sondagem real • É realizada com a sonda OMS, a qual tem uma esfera na extremidade de 0,5mm(tamanho do sulco gengival), penetrando no sulco gengival. Essa sonda é penetrada fazendo um movimento circular da face mesial para distal (esquerdo-direita) vestibular e palatina/lingual. • Aguardar até 10seg para ver se há presença de sangramento gengival • Há apenas 4 faces por dente, pois não se calcula ISG na face oclusal do dente. • Lembrar de passar jato de ar nos dentes nas faces D,V,M,L CÁLCULO DO ISG O número de dentes é multiplicado por 4, pois só há 4 faces presentes nesse índice. Nessa figura, observa-se a presença de biofilme na face DISTAL do dente 13, canino superior direito. v L/P M D ANOTAÇÕES Qualquer visualização de sangramento, já é sangramento. Acima de 25% o índice ISG é considerado alto, semelhante ao IPV INDICE DE SANGRAMENTO A SONDAGEM • Presença de sangramento à sondagem até 30 segundos • Isenção da sonda na base do sulco/bolsa periodontal • O ISS é um forte indicador da presença de doença periodontal. • A sonda periodontal milimetrada, inserida nas faces vestibulares e linguais, de forma paralela ao elemento dentário, em 3 sítios diferentes, até o fim do sulco gengival/histológico (encontra resistência do tecido). Não circunda o elemento dentário nessa prática. • Sítios periodontais: disto-vestibular, vestibular e mesio-vestibular. Disto- palatino, palatino, mesiopalatino. • São 6 sítios por dente como indica a imagem a seguir Cálculo ISS O índice de sangramento a sondagem é o índice que utilizamos para a detecção da presença de gengivite. Até 9% de ISS, ainda há presença de saúde gengival. A partir de 10% desse sangramento, estamos diante de um quadro de gengivite. Sítios periodontais parâmetros clínicos periodontais Todos esses parâmetros estão dentro de dentro de um exame periodontal: a sondagem periodontal. A sondagem periodontal é a tentativa de medir a distância dos tecidos periodontais, identificando se elas estão dentro dos parâmetros de normalidade. Usando a sonda milimetrada Williams ou Carolina do Norte. M.V V D.V M.P P D,P • A inserção da sonda deve ser com uma força adequada, que não traumatize o tecido. • Ela é inserida passando do sulco histológico e penetrando até o final do epitélio juncional. O sulco histológico na prática clínica o não é detectado sozinho, ele é detectado com o somatório dessa extensão do epitélio juncional, logo é denominado, na prática, de sulco clínico. A sonda pode parar antes, em nível de epitélio, ou ultrapassar a inserção conjuntiva dependendo do nível de inflamação. • Profundidade de sondagem normal: de até 02mm, com exceção das faces proximais (mesiais e distais) que podem ter profundidade maior devido a papila. DIFERENÇA DE SULCO HISTOLÓGICO E SULCO CLÍNICO O sulco histológico é à distância da margem gengival até a porção CORONAL do EPITÉLIO JUNCIONAL (0,5mm) O sulco clínico é a distância da margem gengival à PONTA DA SONDA. (em torno de 2mm) Recapitulando.. A medida do sulco clínico é denominada de profundidade de sondagem. Para um periodonto saudável, a profundidade de sondagem é considerada normal, para as faces livres, em uma medida de até 2mm. E nas faces proximais (mesial e distal) , em uma medida de até 3mm. A profundidade de sondagem dentro de um percentual de SS de até 9% estamos diante de um tecido periodontal saudável/ saúde periodontal. CUIDADOS COM A INSERÇÃO DA SONDA • Deve ser inserida de forma paralela ao longo eixo do elemento dentário • Deve ser inserida em 3 sítios diferentes, pois a doença periodontal é caracterizada como doença sítio- específica. Logo, são necessários 6 sítios por elementos dentários. • A força tem que ser exercida até encontrar resistência do tecidonão traumatizando-o. Também não pode ser muito leve ao ponto de não achar essa resistência. • Na região dos dentes posteriores, região interproximal, é necessário a inserção da sonda de forma inclinada, voltada para a face externa/interna do dente, para desviar o ponto de contato ,para identificar a área de COL que pode ter tamanho de profundidade diferentes. PARÃMETROS DETECTADOS Profundidade de sondagem: Distância entre a margem gengival a porção apical do epitélio juncional- ponta da sonda. Até onde a sonda entra. Bolsa periodontal: Aumento da Profundidade de sondagem maior do que 3mm, sangramento e perda óssea comprovada radiograficamente. Características Clínicas: • A parede gengival apresenta variação na coloração, flacidez, superfície lisa e brilhante (podendo ser rosa e firme) • Sangramento • Pode ser dolorida a sondagem • Pode ter pus SONDAGEM PERIODONTAL Bolsa gengival ou falsa bolsa: • Aumento de profundidade de sondagem sem perda óssea radiográfica. • Identificar a Junção cemento-esmalte com sonda. • Sem perda óssea Sempre associar o parâmetro clínico (das bolsas) com o exame radiográfico, os dois sempre serão usados em conjunto para a detecção clínica desses parâmetros. (recessão gengival) PERIOGRAMA: Identifica e anota todos os parâmetros já supracitados. • Os elementos dentários estão dispostos na coluna vertical Para essa sonda ter adentrado em um tamanho de 5mm, deve ter ocorrido uma reabsorção óssea e migração desse tecido, aumentando a profundidade de sondagem. Provavelmente, é uma periodontite. Quando a profundidade de sondagem for acima de 3mm, estamos diante de uma bolsa periodontal. • As 6 faces do exame periodontal, estão dispostas horizontalmente, relacionando o parâmetro de profundidade de sondagem • DV,V,MV. DL,L.ML. • Em cada quadrado em branco, anota- se o número da profundidade de sondagem (2mm, 3mm..) • Os sítios que tiverem a presença de sangramento a sondagem, acresce-se o símbolo de + em cima do número do elemento dentário que apresentou sangramento. RECESSÃO GENGIVAL: Migração apical da margem gengival em relação à junção cemento esmalte (JEC); está associada à perda de inserção e à exposição da superfície radicular ao meio bucal Identifica a distância entre a junção cemento-esmalte e a margem gengival Ela mede a migração do tecido gengival em direção em direção apical O tecido gengival estará sempre abaixo da junção amelocementária Fatores predisponentes para a recessão gengival: Fenótipo periodontal: Fenótipo gengival + Morfotipo ósseo A associação do fenótipo periodontal em associação de fatores ambientais e intervenções clínicas pode predispor a presença de recessão gengival. O fenótipo gengival fino aumenta o risco de recessão gengival, maior probabilidade de desenvolver a recessão. Escovação dentária: Não existe comprovações para que ela seja fator predisponente para retração gengival Margem restauradora intrassucular: A colocação de margem cervical protética/restauração intrassucular pode estar associada ao desenvolvimento de retração gengival particularmente em um fenótipo periodontal fino. (baixo nível de evidência) Tratamento ortodôntico: Possibilidade de início ou progressão da recessão gengival durante ou após o tratamento, dependendo da direção do movimento ortodôntico e da espessura vestíbulo-lingual da gengiva. (Aumento da prevalência em até 47%) Outras condições: Inflamação gengival persistente, posição do frênulo e/ou deformidades do tecido (baixo nível de evidência) CONSEQUÊNCIAS DA RETRAÇÃO GENGIVAL: • Comprometimento estético • Hiperssensibilidade dentinária • Condições dentárias (cárie/lesões cervicais não cariosas) CLASSIFICAÇÃO DA RECESSÃO GENGIVAL De acordo com a extensão vertical da lesão Elas podem ser: • Recessão tipo 1 (RT1) • Recessão tipo 2(RT2) • Recessão tipo 3 (RT3) RT1 – RECESSÃO GENGIVAL TIPO 1 Sem perda da inserção interproximal. Junção cemento-esmalte (JCE) interproximal não detectável clinicamente na mesial ou distal. Migração apical do tecido gengival apenas na face vestibular ou lingual sem comprometimento interproximal. RT2- RECESSÃO GENGIVAL TIPO 2 Perda da inserção interproximal, com distância da JCE ao fundo de sulco/bolsa menor ou igual à perda de inserção vestibular RT3- RECESSÃO GENGIVAL TIPO 3 Perda da inserção inerproximal, com distância da JCE ao fundo de sulco/bolsa maior que a perda da inserção vestibular. No periograma, medir a recessão da face vestibular e lingual, classificando-a em relação ao RT1; RT2 e RT3. nível clínico de inserção (NIC) Mede a distância entre a junção cemento- esmalte e a porção apical do epitélio juncional (base da bolsa)= PS+RG . À medida que se tem uma perda óssea, se tem uma perda de inserção conjuntiva, pois a inserção conjuntiva acompanha a reabsorção óssea, migrando ao longo da superfície dentária em direção a reabsorção óssea. Perda de inserção: A inserção que deveria estar próximo a junção cemento-esmalte, se inicia no fim da bolsa (onde o epitélio juncional acaba e começa a inserção conjuntiva e depois o tecido ósseo). Para medir a perda de inserção, soma-se, a recessão gengival (distância da junção cemnto-esmalte até a margem gengival, com a distância da profundidade de sondagem (da margem gengival até a base do epitélio juncional) . Comparações mais precisas com a junção cemento-esmalte. NIG= PS + RG (profundidade de sondagem + recessão gengival) Parâmetros detectados na sondagem A) Margem gengival acima da porção coronária: migração da inserção conjuntiva, com hiperplasia do tecido gengival. Na presença de hiperplasia, a medida da perda de inserção não é a medida real, pois ela é tudo que estiver abaixo da junção cemento- esmalte. Quando a junção cemento- esmalte não é visível, subtrai-se tudo aquilo que estiver acima dessa junção para se ter o nível de inserção calculado. Logo, ela não mede 6mm, mede apenas 3. B) Margem gengival igual a junção cemento-esmalte: O NIC será o mesmo valor da profundidade de sondagem. C) Margem gengival abaixo da junção cemento-esmalte: Soma-se a profundidade de sondagem + recessão gengival. ENVOLVIMENTO DE BIFURCAÇAÕ: Para detectar o novel de perda óssea entre as raízes, utiliza-se a SONDA PERIODONTAL DE NABERS, com curvatura que permite a penetração na região de forca. GRAU 1: penetração de apenas 1/3 da sonda GRAU 2: Penetração de mais da metade da sonda, porém, não atravessa região de forca GRAU 3: Quando a sonda atravessa, de vestibular para lingual, por exemplo, a região de forca, sem nenhuma tábua óssea nessa região. ASPECTOS CONSIDERÁVEIS EM RELAÇÃO A SONDAGEM PERIODONTAL. • Procedimento de fácil execução • Baixo custo e grande abrangência • Detecta a presença e a localização da Doença • Não detecta atividade da doença • Identifica os danos já causados pela doença (incapazes de detectar destruição em andamento) FATORES QUE INFLUÊNCIAM NA REALIZAÇÃO DA SONDAGEM • Força/pressão de introdução da sonda • Forma e tamanho da ponta da sonda • Sentido de inserção da sonda • Resistência dos tecidos – grau de inflamação • Convexidade da coroa • Presença de cálculo subgengival DEMAIS PARÂMETROS Avaliação da presença de Supuração (pus) Pressiona-se o dedo sob o tecido gengival contra a parede do elemento dentário, e se houver pus, ele é drenado via sulco. (pacientes diabéticos descompensados, com GUN ou PUN). • Rara em gengivite • Variante do FCG, rico em neutrófilos • Encontrada em 3 a 5% dos sítios com periodontite • Por si, não é um bom indicador.• Visível também na sondagem Presença de mobilidade dentaria: Posiciona-se dois instrumentos rombos na superfície coronária do elemento dentário , vestibular lingual, mesio distal (realizando movimentos nos sentidos dessas faces) e movimento de intrusão. E dependendo do grau dessa movimentação, ele pode ser de grau 1,2 ou 3. Grau I: mobilidade aumentada, apenas no sentido vestibular – lingual. Grau II: mobilidade aumentada no sentido Vestibular-lingual e Mesio-distal. Grau III: mobilidade intensa da coroa do dente nos sentidos vestíbulo-lingual, mesio- distal e movimento de intrusão. Calculo supragengival: acima da margem gengival • Coronal a margem gengival • Branco ou amarelo-esbranquiçado • Remoção dele do dente – mais fácil • Lingual dos incisivos inferiores e vestibular dos molares superiores. Cálculo subgengival • Identificado de forma tátil • Abaixo da margem gengival • Marrom ou preto-esverdeado • Sensibilidade tátil (introdução da sonda) • Rígido e denso Mucosa ceratinizada: Somatório da gengiva livre com gengiva inserida. Fenótipo periodontal • Espesso • Não espesso • Medição da espessura gengival através da visibilidade da sonda periodontal Junção cemento-esmalte • Presença de degrau detectável ou não • Detectável: < 0,5 mm (classe+) • Não detectável/ausência: >0,5mm (classe-) Diagnóstico Radiográfico das DBD: Doença Periodontal Radiologia em periodontia Diagnóstico da doença periodontal Determinação do prognóstico Planejamento do tratamento Avaliação do resultado do tratamento (Diagnóstico / prognóstico/ Tratamento e Reavaliação) A radiografia é um exame auxiliar e não substitui, em nenhuma hipótese, o exame clínico. É um exame complementar solicitado para uma boa conduta e diagnóstico no exame clínico. EXAME CLÍNICO – EXEMPLO Exame clínico sugere uma periodontite (inflamação que atinge não somente o periodonto de proteção, mas também, o periodonto de sustentação – cemento,osso, ligamento) , solicita-se a complementação do exame radiográfico. LIMITAÇÕES DO EXAME RADIOGRÁFICO: • Sobreposição de estruturas (ex: sobreposição de raízes dificulta a visualização das raízes em detalhe) • Lesões incipientes/inciais: alterações insuficientes na densidade, não visíveis nas radiografias. Por esse motivo, o que se vê na radiografia é bem mais intenso do que se observa, uma vez que para que uma perda óssea gere imagem para ser detectada no exame radiográfico, é necessário que já exista uma perda acentuada da estrutura óssea, interferindo na densidade da estrutura e gerando a imagem radiográfica. • Não mostram a relação entre tecido mole e tecido duro (isso é visto na tomografia e exames mais complexos) O exame radiográfico revela apenas materiais, estrutura e tecidos duros. Em periodontia, o exame radiográfico é utilizado para: • Avaliação do osso alveolar: interproximal e inter-radicular (septo interdental e inter-radicular) • Espaço do ligamento periodontal: (tecido com feixes de fibras, vasos sanguíneos, entre o osso e o cemento) • Relação coroa raiz: (planejamento de técnicas cirúrgicas/ aumento de coroa clínica) • Cálculos dentários bem calcificados • Iatrogenias: (restaurações com sobrecontorno, ausência de ponto de contato) Esse exame fornece informações das condições atuais do periodonto de sustentação suas modificações durante o curso da doença periodontal. Se tem ou não perda óssea, do espaço do ligamento periodontal, fatores irritante locais (cálculo dentário/ restaurações iatrogênicas) e avaliar aspectos dentátrios(dentes supranumerários) OBJETIVOS DO EXAME RADIOGRÁFICO NA PERIODONTIA • Avaliar a quantidade de osso presente e a condição das cristas alveolares • Verificar se há perda óssea na região de furca • Observar a espessura do espaço do ligamento periodontal e a continuidade da lâmina dura. Aspectos radiográficos – anatomia peridontal • Osso alveolarinterproximal e inter- radicular. (septos interdental e inter- radicular) • Espaço do ligamento periodontal Em relação ao osso alveolar interproximal: • Aspecto da lâmina dura (cortical interna do osso) • Altura do osso alveolar (altura do septo) • Configuração/contorno da crista ósseas (se está nítido ou não, em platô ou afilado) • Idenfificação de quadro de normalidade ou patológico SEPTOS INTERDENTAIS NORMAIS Aspecto da lâmina dura: Linha fina, branca,radiopaca, contínua e espessura uniforme (1mm)- contorno do osso alveolar adjacente lig.periodontal Altura do osso alveolar: 1-2mm abaixo JCE Configuração/ contorno das cristas ósseas: • Afilada (fina, delgada) nos dentes anteriores • Em platô (reto, horizontal achatado) nos dentes posteriores • Largura, espessura, formato e ângulo da crista Essas características variam de acordo com a convexidade das faces dentárias proximais e nível da JCE dos dentes vizinhos. Superfície dental interproximal mais convexas: resulta em mais espaço entre os septos, logo, septer dentais mais largos do que aqueles cujas superfícies proximais (entre os dentes) são planas ou côncavas. Superfície dental interproximal mais côncavas: Septos mais estreitos, menos largos, delgados. Fazer analogia com a superfície interproximal A espessura dos septos é determinada pela extensão das faces inerproximais. Faces menos alongadas: septos mais finos, menos espessos Faces interproximais mais alongadas: maior diâmetro vestíbulo-lingual do septo interdental, ou seja , septos mais largos. JCE de dentes vizinhos praticamente em mesmo nível, angulação da crista em platô. CONDIÇÃO FISIOLÓGICA- NORMAL Ápice da crista óssea, próximo ao periodonto de inserção. Na condição de normalidade, a lâmina dura circula todo septo interdental. CONDIÇÃO DE DOENÇA – PATOLÓGICA Por outro lado, na condição patológica, a lâmina dura ou não está presente, ou está pouco presente, apresentando-se em aspecto esfumaçado no exame radiográfico ANÁLISE DA DESTRUIÇÃO ÓSSEA NA DOENÇA PERIODONTAL Severidade da perda óssea, determinada por: Quantidade de perda óssea indireta: pois não se mede a quantidade de osso perdido, mas a quantidade de osso remanescente. Ocorre pela subtração entre nível ósseo fisiológico e altura do osso remanescente. Também pode- se utilizar as películas graduadas. Como isso é feito: Em uma condição de normalidade, o tamanho do nível ósseo fisiológico começa entre 1 e 2 mm abaixo da junção cemento- esmalte indo até o ápice radicular. A altura do osso remanescente é o tamanho de onde está a crista no momento indo até o ápice radicular. Logo, subtraindo o NOF pela AOR se tem o resultado da destruição óssea na doença periodontal. NÍVEL ÓSSEO FISIOLÓGICO ALTURA DO OSSO REMANESCENTE Distribuição da perda óessea: localização dentro da cavidade oral. Essas medições são importantes para pacientes que tem doença periodontal avançada e precisa-se fazer o controle dessa perda óssea ao longo dos anos. As alterações destrutivas podem ser em toda dentição ou localizada • A distribuição dessa perda pode envolver em toda dentição: perda óssea generalizada/ • Como também pode ocorrer em áreas localizadas em diferentes regiões da dentição e em diferentes superfícies de um mesmo dente. Padrão de destruição óssea: Padrão de perda óssea horizontal: Progride uniformemente, deixando os septos interdentais com altura óssea reduzida e crista óssea horizontal perpendicular ao longo eixo dos dentes adjacentes. • Septos interdentais reduzidos em altura • Crista óssea- horizontal e perpendicular ao longo eixo dosdentes adjacentes Padrão de destruição vertical ou angular: não progride de forma uniforme, existem vários níveis de perda ao redor do dente, formando os septos interdentais com defeitos ósseos angulares ou arqueados. (perda obliqua de crista, hemisseptos e crateras interproximais) LESÕES INTERDENTAIS Quando essas lesões interdentais se comunicam, envolvendo tábua óssea vestibular, lingual ou palatina,se tem um defeito semelhante a uma vala (efeito arqueado). Radiograficamente, esse defeito recebe o nome de cratera óssea interproximal. Lembrar que, para saber se essa tábua óssea é vestibular, lingual ou palatino, temos que associar ao aspecto clínico. Uma vez que, o exame radiográfico não permite, muitas vezes, a distinção desses. REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DAS PERDAS ÓSSEAS: PERDAS ÓSSEAS HORIZONTAIS E VERTICAIS: Não estão restritas apenas aos septos interdentários, podem estar nas áreas de bifurcações(septos innterradiculares) As perdas podem se estender até a altura do dente em nível apical, onde o dente pode ser perdido. EXAME RADIOGRÁFICO DO ESPAÇO DO LIGAMENTO PERIODONTAL Em condição fisiológica, normal, observa- se uma zona radiolúcida linear, discreta e contínua, com espessura média de 0,11 mm, circundando a raiz. Em uma condição patológica, ocorre o aumento ou diminuição dessa espessura, espaço do ligamento periodontal alterado e perda da continuidade, perda da espessura uniforme. ALTERAÇÕES RADIOGRÁFICAS INDICATIVAS DE PERIODONTITE • Ausência/indeterminação/perda de continuidade da lâmina dura (+ precoce) • Aumento do espaço do ligamento periodontal • Diminuição da altura do septo interdental • Aumento da radiolucidez na crista (perda da tábua óssea V, L ou P e de 1 ou mais paredes laterais, formando a cratera óssea interproximal. ENVOLVIMENTO DE FURCA: Diagnóstico definitivo – exame clínico com a utilização da sonda de Nabers As variações nas técnicas radiográficas podem mostrar imagens diferentes e ocultar a presença ou extensão dos envolvimentos de furca. Critérios diagnósticos para detecção radiográfica do envolvimento de furca. Presença de qualquer leve alteração radiográfica na área de furca (principalmente perda óssea nas raízes vizinhas) Presença de radiopacidade diminuída na área de furca (contorno de trabéculas ósseas visíveis) Perda óssea intensa envolvendo uma única raiz de molar NOVO PADRÃO DA PERIODONTITE Periodontite padrão MOLAR/INCISIVO Perda óssea vertical de incisivos ou 1° molares Padrões destrutivos verticais e angulares na forma de arco Perda óssea generalizada (progressão da doença) Se não for tratada, evolui para os outros dentes. ALTERAÇÕES RADIOGRÁFICAS SUGESTIVAS DE ABCESSO PERIODONTAL. O abscesso periodontal só gera imagem radiográfica quando é cronificado,ou seja, quando já deu tempo de gerar uma perda óssea que justifique a presença de imagem no exame radiográfico. O abscesso periodontal não é um diagnóstico radiográfico, mas sim clínico, onde o aspecto radiográfico auxilia no diagnpostico. É caracterizado pelo acúmulo de pus dentro de uma bolsa periodontal verdadeira (perda óssea) Na periodontite ocorre a perda óssea, a partir dela, tem o aprofundamento do epitélio juncional formando a bolsa periodontal. Quando dentro dessa bolsa se tem o acúmulo de secreção purulenta, se tem um abscesso periodontal. Radiograficamente apresenta-se como uma área radiolúcida discreta ao longo da superfície lateral da raiz. Esse exame deve ser associado aos aspectos clínicos. A imagem radiográfica varia com: • Estágio da lesão • Extensão de destruição óssea • Alteração morfológica • Localização da lesão Abscesso próximo a parede mole da bolsa: o diagnóstico radiográfico é mais difícil, pois a radiografia é o exame para diagnóstico de tecido duro. Se esse abscesso está localizado mais profundamente aos tecidos de suporte, sua identificação é facilitada. Abscesso próximo as faces vestibulares ou linguais: difícil diagnóstico. Já quando localizada entre os septos interproximais (lesões interproximais) sua identificação é facilitada na radiografia. Outros fatores... • Presença de corpos estranhos (área radiolúcida na região lateral da raiz) • Aumento do espaço do ligamento periodontal ALTERAÇÕES RADIOGRÁFICAS SUGESTIVAS DE TRAUMA DE OCLUSÃO. O trauma de oclusão é uma lesão do periodonto de sustentação associada a uma sobrecarga de fatores traumatogênicos. Espessamento do espaço do ligamento periodontal e da lâmina dura Perda óssea vertical Aumento em tamanho do número do trabeculado ósseo Associação aos aspectos clínicos: mobilidade, facetas de desgaste e resposta incomum à percussão (dor).. TECNICAS RADIOGRÁFICAS: Radiografia ideal: máxima nitidez, mínima distorção, grau médio de densidade e contraste. Técnicas mais utilizadas em periodontia: • Radiografias periapicais (paralelismo) • Radiografia interproximal • Radiografia panorâmiica • Ou, as mais avançadas como a radiografia digital e subtração radiográfica. Periapical por paralelismo / mais indicada na periodontia pois permite a visualização completa dos dentes e estruturas de suporte tendo, dessa forma, uma imagem mais realista do osso alveolar. • Utilização de posicionadores de filme • Cilindro longo ou extensor • Menor grau de deformação da imagem A técnica da bissetriz é contra-indicada em periodontia , pois: • Provoca angulação diferente para cada raiz • Pode gerar distorção da imagem real • Implica na repetição das tomadas radiográficas As películas graduadas podem auxiliar na radiografia periapical. Radiografia interproximal: Permite a avaliação das alterações morfológicas da crista óssea Identifica a relação entre as cristas ósseas e JCE A interproximal não é a primeira de escolha, só quando se quer ver com mais detalhe a crista óssea, de forma a complementar o exame. • Detecta cáries interproximais • Observa contornos proximais e próteses e restaurações • Mensura o tecido ósseo de inserção • Tecido Supracrestal • Controlar adaptação PPF (próteses parciais fixas) Radiografia panorâmica: Não é radiografia de escolha em periodontia, pois não permite a visualização detalhada das estruturas ósseas de suporte. • Imagem geral de gravidades e distribuição da destruição óssea da doença periodontal • Seleção de dentes afetados • Radiografia padronizada • Menor exposição do paciente • Visualização dos maxilares estruturas adjacentes • Não substitui a radiografia intra- oral. OUTRAS LIMITAÇÕES DAS RADIOGRAFIAS EM PERIODONTIA • Baixo grau de sensibilidade • Não demonstra proporção entre tecidos moles e duros • Não registra presença de bolsa periodontal e mobilidade dentária • Não mostra imagem real e destruição óssea • Não registra morfologia interna e profunda de crateras ósseas • Não revela amplitude da lesão nas superfícies vestibular, lingual ou palatina • Subjetividade da avaliação radiográfica • Limitações inerentes as técnicas radiográficas convencionais • Qualidade da imagem e falta de padronização RECURSOS PARA MINIMIZA ESSAS LIMITAÇÕES RADIOGRÁFICAS: Uso de película graduada, para comparar perdas de níveis ósseos em diferentes tomadas radiográficas sob as mesmas condições Padronização das técninas já existentes (posicionador e braço extensor) Utulização das técnicas avançadas (radiografia digital) tempo menor; exposição menor;possibilidade de análise radiográfica detalhada. Septo interradicular Septo interpoximal Reabsorção óssea vertical Casos clínicos Reabsorção ósseahorizontal Iatrogenia: perda óssea provocada por excesso de restauração interproximal. Lesão em forca no septo interradicular Cálculos dentários antigos/ mais mineralizaods Lâmina dura Espaçamento do espaço do ligamento periodontal.
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