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ATIVIDADE INDIVIDUAL Matriz de atividade individual Disciplina: Consumo e Processo Decisório de Compra Módulo: Aluno: Raquel Zuccheratto Picasso Turma: 2 Tarefa: Atividade Individual Fatores de compra Sendo uma marca conhecida nacionalmente por sua tradição e qualidade, a Aymoré, pertencendo à Arcor desde 2000, se tornou uma das maiores empresas de biscoitos da América do Sul, segundo a análise do case realizada pelo portal “Mundo do Marketing”. Justamente por prezar em manter um sabor tradicional já muito conhecido dentro dos lares brasileiros, principalmente nas regiões Centro Oeste e Sudeste do Brasil, ainda de acordo com o mesmo artigo, a Aymoré vem investindo cada vez mais em seus valores que resgatam a memória afetiva em seu consumidor. Em entrevista fornecida ao Mundo do Marketing, o Gerente de Marketing de Biscoitos da Arcor, Anderson Freire, conta que a fórmula é justamente manter a essência do produto e da marca, gerando um compromisso com o consumidor de que não abrirão mão de suas receitas originais, o que produz uma fidelidade entre consumidor e a empresa. Em um mercado extremamente amplo como o do setor de biscoitos, atualmente no consumo per capita, o Brasil consome cerca de 7,211 kg por habitante ao ano conforme dados da Nielsen & IBGE – Elaborados e divulgados pela ABIMAPI em 2020, o que gera uma enorme competitividade entre as marcas e faz com que os profissionais de marketing trabalhem cada vez mais na criação de estratégias de persuasão em busca da fidelização com os consumidores. 1 E levando em conta este consumidor final, existem diversos fatores que podem influenciar sua decisão de compra e, a partir do case apresentado, podemos evidenciar predominantemente o fator psicológico de memória, já que a marca investe em manter seus sabores originais. Por exemplo, ao comer um biscoito recheado da Aymoré, uma mulher adulta pode relembrar momentos em que passou na infância, em que comia os mesmos biscoitos na casa de sua avó, gerando uma memória afetiva de longo prazo, que além de levar à consolidação de hábitos de consumo, pode criar uma ferramenta poderosa para estabelecer fidelidade a marca. (Girão e Paula, 2021) Ainda dentro dos fatores psicológicos, outro ponto a ser ressaltado é sobre a decisão estratégia da marca em manter a utilização do logotipo do índio, que já está atrelado à imagem da marca a mais de 90 anos, pois ela gera um reconhecimento de marca através da percepção, que “ocorre quando estímulos são registrados por um de nossos cinco sentidos: visão, audição, paladar, olfato e tato”, como afirma Hoyer e MacInnis (2011, p. 70 apud Girão e Paula, 2021). Além disso, é possível notar também que o estímulo da logomarca já familiar ao consumidor gera uma motivação de memória, na qual, segundo Myers (2002) é entendida como um processo de armazenamento e recuperação de informações que acontece em nosso cérebro, ativando uma memória de longo prazo. Ou seja, o estímulo engaja a memória já existente do consumidor – experiências passadas e sentimentos – e as associa a novas informações, levando a marca a se tornar parte da memória de longo prazo. Sendo assim, manter o índio estampado nas embalagens é de suma importância para que tal associação de fato ocorra e para que se construa uma relação de fidelidade com a marca. A mesma analogia pode ser feita com a maçã prateada da Apple, por exemplo, que é utilizada desde sua criação. 2 Assim como estudamos na disciplina, é analisando o consumidor que podemos direcionar campanhas de marketing específicas e, portanto, mais acertivas, e um dos fatores determinantes para influenciar a decisão de compra seria o fator sociocultural ou cultural, onde é analisado o comportamento cultural de um público em questão. (Girão e Paula, 2021) Sendo assim, é possível identificar um forte apelo sociocultural atribuído ao sucesso da marca Aymoré, já que 90% do faturamento da marca é presente no estado mineiro. Isso explica tudo o que foi investido para direcionar um apelo cultural da marca em suas campanhas em Minas Gerais. Categorias de produto e comportamento de compra De acordo com Solomon (2011, p.332), “a compra realizada pelo consumidor é uma resposta a um problema”, e, ao perceber que existe um problema a ser solucionado ou uma necessidade a ser atendida, o consumidor pode dar alguns dos passos dentro do processo de compra definidos por Kotler e Keller (2012, p.179), mas nem todos os consumidores passarão obrigatoriamente pelas cinco etapas, pois tudo dependerá de um nível de envolvimento. Uma compra denominada de alto envolvimento normalmente se refere a um item caro, algo que possa afetar a vida do consumidor de forma considerável ou ainda quando o produto pode influenciar como o indivíduo será visto na sociedade (Girão e Paula, 2021), o que o leva a passar mais tempo pesquisando sobre o produto, procurando indicações e avaliações e analisando a compra propriamente dita, ou seja, ele se envolve mais no processo de decisão. Podemos considerar de alto envolvimento os bens duráveis e que não se tratam de compras rotineiras e comuns, um carro, uma geladeira ou um computador, por exemplo. No caso de um processo de compra de uma geladeira, o consumidor se dispõe de um tempo muito maior para verificar se o produto atende às suas necessidades, seja por questão de espaço a ocupar, design externo, espaço interno, quantidade de portas, se ela possui o filtro de água e dispensers de gelo, entre outras características. O que faz com que o consumidor leve dias ou até semanas para realmente efetuar a compra. Tomando como exemplo, um ano atrás, com a necessidade de trabalhar em modelo home office por conta da pandemia do COVID -19, senti a necessidade de adquirir um notebook, já que eu precisaria trabalhar de minha casa e a empresa em que eu trabalhava não me forneceria o equipamento. Inicialmente verifiquei qual era o valor que eu tinha disponível para realizar a compra, depois passei a pesquisar qual seria o melhor notebook que atenderia às minhas necessidades de memória de armazenamento, processador e que cabia no orçamento estabelecido. Mesmo após encontrar um preferido, antes de comprar, realizei pesquisas nas redes socias e verifiquei as avaliações do produto para averiguar a qualidade do mesmo, e só depois efetuei a compra. O que pode explicar claramente como se dá o alto envolvimento emu ma compra de maior valor, ou ainda, uma compra complexa, como definido por Kotler e Keller (2012). Já uma compra de alto envolvimento com dissonância reduzida pode acontecer quando temos produtos igualmente caros e de compra pouco habitual, porém com mínimas diferenças entre as marcas, como acontece com mateirais de construção como revestimentos, pisos e azulejos, por exemplo. há pouca diferença entre as marcas, por exemplo, móveis ou pisos. Com isso, o tempo e esforço utilizados nesse alto envolvimento é utilizado pelo consumidor para procurer fatores deiferenciais como preço e valor de frete e também avaliando e comparando design ou facilidades de pagamento. (Girão e Paula, 2021) Já no caso das compras de baixo envolvimento, podemos identificar dois tipos: as compras habituais ou de rotina e as compras que buscam variedade. A compra habitual pode ser exemplificada por algum produto da própria Aymoré, um pacote de biscoitos, por exemplo. O consumidor já reconhece que necessita do produto e já conhece suas próprias preferências, então gasta pouquíssimo tempo e esforço para buscar informações 4 sobre ele, levando apenas alguns minutos para compra-lo. Produtos de baixo envolvimento nas compras habituais normalmente possuem baixo valor e impactam muito pouco a vida do consumidor, assim como determina Solomon (2011, p. 335), se trata de uma “tomada de decisão habitual – escolhas feitas com pouco ou nenhum esforço consciente”. No caso de uma compra que visa variedade, o consumidor procura experimentar novidades, buscando por variedades de produtos igualmentede baixo valor, e muitas vezes bem parecidos, novamente como um pacote de biscoitos de sabor específico, porém de diferentes marcas. Etapas da compra organizacional Assim como os consumidores finais, as empresas também passam por um processo de compra, porém elas se caracterizam como compras mais demoradas e complexas, pois envolvem processos diferenciados para se chegar à conclusão de uma compra, como cartas de propostas, tabelas de análises qualitativas e quantitativas, por exemplo. Podemos dizer que a principal diferença, além de etapas deiferenciadas do processo de compra, está justamente em quem vai consumer o que será comprador, isto é, os consumidores finais são pessoas que compram para o seu consume próprio e a partir de suas próprias preferências, já o consumidor organizacional, como denominado por Girão e Paula (2021), os itens serão comprados dentro da cadeia produtiva da empresa, como as matérias primas e maquinários para a produção propriamente dita, ou ainda produtos que serão utilizados em atividades que servem de suporte para o funciona,mento da organização em si, como material de escritório. Segundo Pinheiro (2011, p. 90, 91 apud Girão e Paula, 2021), a compra organizacional é obrigatoriamente mais técnica e racional, já que os insumos e matérias primas precisam atender requisitos técnicos para fazer parte da fabricação do produto e ainda impacta fortemente a empresa e os consumidores. No caso da Aymoré é possível identificar um processo de decisão de compra de insumos para o lançamento dos novos produtos descritos no artigo, como o Express, que se trata de um novo tipo de biscoito produzido em pequenas porções para fins de consume rápido, e o Grão da Terra, que é uma linha mais saudável composto por grãos inteiros. Dentro do processo de decisão da compra organizacional estabelecido por Kotler e Keller (2012), é possível identificar e relacionar com o case as seguintes etapas: ● Identificação do problema – o problema, ou melhor, a necessidade, seria a de lançar novos produtos que atendam as atuais exigências de consumo identificadas no público, isto é, os biscoitos porcionados produzidos justamente para atender aqueles que precisam se alimentar mais rapidamente, e uma linha que atenda à demanda de alimentação mais suadável; ● Descrição da necessidade - necessária para uma boa comunicação dentro do processo de compra organizacional em qualquer empresa, é preciso que o departamento saiba detalhadamente as especificações e quantidades dos insumos e matérias primas que precisarão ser comprados, assim como a definição do prazo estimado dessa necessidade; ● Especificação do produto – podemos exemplificar como a compra de novas embalagens, que podem ser demandadas para o mesmo fornecedor ou de um novo, também pode vir da necessidade de um novo maquinário com novos formatos para os biscoitos, novos tipos de farinhas e grãos que serão utilizados na fabricação; ● Busca de fornecedores – se encaixa na busca propriamente dita quanto na cogitação de se comprar com o fornecedor habitual. No caso de se permanecer com o mesmo fornecedor, seria poupado o trabalho de gastar algum tempo para a cotação de novos fornecedores, envio de cartas de propostas, análises de custo e etc, além de ter a possibilidade de proporcionar algumas vantagens como o faturamento parcelado, descontos em pedidos mínimos, entre outros; ● Solicitação de propostas – emitidas para os fornecedores em questão, contendo as especificações da compra, como o tamanho da forma para o novo biscoito e os novos tipos de insumos orgânicos, fermentos saudáveis e outras 6 matérias primas necessárias, também contendo as formas de pagamento e faturamento. ● Seleção de fornecedores – após o recebimento das solicitações de propostas, geralmente o comprador utiliza uma tabela de decisão de compra contendo pontuações quantitativas e qualitativas, e assim, o fornecedor que obtiver a maior pontuação poderá ser o escolhido; ● Especificação da rotina de pedidos - definido o fornecedor, é estabelecida a rotina de abastecimentos dos insumos, para não haver o risco de ocorrerem problemas que atrasem a produção; ● Análise de desempenho – por fim, após o recebimento do primeiro lote, o setor de compra e produção analisa todo o desempenho do fornecedor e a qualidade dos insumos recebidos. Produto de venda Na análise a seguir, serão abordadas três imagens colhidas na internet de diferentes gondolas de supermercados do Brasil com grande variedade de produtos do setor de biscoitos e snacks. Imagem 1 Na Imagem 1, podemos observar que os produtos estão em uma disposição padrão de supermercado, com os biscoitos sendo divididos por marcas porém sem muita diferenciação entre doces e salgados, sendo exibidos igualmente, mas com algumas placas indicadoras de promoção. Imagem 2 Já na Imagem 2 já é possível notar uma abordagem bem diferente, onde os biscoitos e snacks estão muito bem divididos em mini setores de diferentes categorias: bolachas Wafer, biscoitos Amanteigados, Bem-estar e Cookies. O que facilita a visão na hora do consumidor realmente fazer a escolha do que irá comprar, tornando o processo mais rápido e prático. 8 Imagem 3 Na Imagem 3 vemos uma abordagem ainda mais diferenciada, com um stand artístico posicionado em um lugar diferente dos outros biscoitos e snacks. Este, por sua vez, tem foco apenas nas bolachas doces e biscoitos recheados, todos com embalagens bem coloridas e ainda montadas com uma abordagem mais infantil e divertida que chama mais a atenção do shopper. Imagem 4 Já na situação da Imagem 4, está representado um stand da Pepsi, o qual é um claro exemplo da técnica de marketing conhecida como cross shopping, onde são oferecidos produtos que se combinem no mesmo espaço de venda. A foto explica tudo: pacotes de salgadinhos da marca Lays e garrafas de refrigerante Pepsi, o “time perfeito”. 10 Imagem 5 Por fim, na imagem 5 é possível perceber outro recurso de marketing muito utilizado, que é a degustação ou oferecimento de amostras grátis, o qual ensina o consumidor o valor da oferta, orientações de consumo, valor nutricional e principalmente o sabor, o que estimula os sentidos do shopper. Na foto é demonstrado um pequeno stand de degustação de uma linha de pães funcionais da marca Tenri. Estímulos Dentro da Teoria Comportamental da análise do comportamento de compra do consumidor, os estudos de Skinner tiveram grandes impactos com a Teoria do Condicionamento. Segundo Giglio (2010, p. 67 apud Girão e Paula, 2021), tal teoria sustenta o pensamento de que a frequência de um comportamento pode ser aumentada através de estímulos específicos. São eles: ● Estímulos Eliciadores – os quais são apresentados antes da compra. Como por exemplo uma propaganda ou anúncio, por meio do estímulo dos cinco sentidos. Tal estímulo pode ser exemplificado tanto com uma propaganda na televisão ou anúncio nas redes sociais que mostre, por exemplo, um copo de refrigerante com bastante gelo e aquele leve suor que mostra que a bebida está perfeitamente gelada. Ou ainda, em uma padaria em que é utilizado um forte aroma de pão francês recém saído do forno. Ambos provocam os sentidos e são considerados estímulos que realmente impulsionam o comportamento do consumidor, levando-o muitas vezes a adquirir os produtos em questão. Outro tipo de estímulo que pode ser notado com frequência em shoppings, são as lojas de roupas que possuem um ambiente agradável, músicas que condizem com o estilo das roupas vendidas na loja e também os aromas, que pode ser tanto o cheiro de roupas novas quanto os perfumes de ambiente que pode ser um padrão em algumas lojas, assim como nas lojas da Melissa, que possui um cheiro característico de tutti-frutti. ● Estímulos Condicionantes - são estímulos que são apresentados após a compra. Como por exemplo, o cashback e os clubes de fidelidade. Muitas lojas conseguem atingir uma relação de fidelidade com seus consumidoresdesta forma. Usando um exemplo pessoal, eu e minha mãe preferimos ir em apenas uma rede de postos de gasolina pois eles oferecem o cashback, ou seja, uma parcela do valor total pago de volta para o nosso bolso. Com isso, não abastecemos em outro posto. Referências bibliográficas 12 GIGLIO, E. M. O comportamento do consumidor. 4. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010. GIRÃO, M.; PAULA, F.C. Consumo e Processo decisório de compra. Rio de Janeiro: FGV, 2021. HOYER, W. D.; MACINNIS, D. J. Comportamento do consumidor. São Paulo: Cengage Learning, 2011. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. MYERS, D. Introdução à psicologia geral. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002. NIELSEN & IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, ABIMAPI - Per Capita. São Paulo: IBGE, 2020. Disponível em: <https://www.abimapi.com.br/estatisticas-biscoitos.php>. Acesso em 25 out. 2021. OLIVEIRA, Priscilla. Case Aymoré: respeito à tradição é a receita para chegar aos 90 anos, São Paulo, 13 nov. 2014. Disponível em: <https://www.mundodomarketing.com.br/cases/32190/case-aymore-respeito-a-tradica o-e-a-receita-para-chegar-aos-90-anos.html>. Acesso em 25 out. 2021. https://www.abimapi.com.br/estatisticas-biscoitos.php https://www.mundodomarketing.com.br/cases/32190/case-aymore-respeito-a-tradicao-e-a-receita-para-chegar-aos-90-anos.html https://www.mundodomarketing.com.br/cases/32190/case-aymore-respeito-a-tradicao-e-a-receita-para-chegar-aos-90-anos.html
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