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1 FACULDADES DE ENGENHARIA KENNEDY ENGENHARIA CIVIL NOTAS DE AULA SUPERESTRUTURA DE VIAS URBANAS, ESTRADAS E AEROPORTOS Materiais para pavimentação ( PARTE III) Elaboração: Prof.a Silvana Trigueiro Cunha Sasdelli Perez BELO HORIZONTE 2018 2 5. Materiais Betuminosos - Ligantes: - Ligantes de Agregação ou de Coesão: argilas, siltes, filler, pó de pedra e areias; - Ligantes Plásticos: São produtos betuminosos tais como alcatrões ( material obtido na destilação dos carvões durante a fabricação de gás ou coque) e asfaltos naturais ou de petróleo; - Ligantes rígidos: cimentos • Betume: Comumente é definido como uma mistura de hidrocarbonetos solúvel no bissulfeto de carbono, com propriedades ligantes, que ocorrem na natureza ou produzidos a partir da destilação de petróleo; • Asfalto: mistura de hidrocarbonetos derivados do petróleo de forma natural ou por destilação, cujo principal componente é o betume, podendo conter ainda outros materiais, como oxigênio, nitrogênio e enxofre, em pequena proporção; • Alcatrão: é uma designação genérica de um produto que contém hidrocarbonetos, que se obtém da queima ou destilação destrutiva do carvão, madeira etc. 5.1.1. Betume: Capacidade de aglutinar agregados Material adesivo Grande sensibilidade à temperatura Resistente à penetração 5.1.2. Alcatrões Substância betuminosa, espessa, escura e de forte odor, que se obtém da destilação destrutiva De carvão, madeira, açúcar, constituindo um subproduto da fabricação de gás e coque metalúrgico . Os alcatrões são muito resistentes à ação destrutiva da água, o que os torna recomendáveis para as camadas inferiores do pavimento e para a estabilização de solos. Não são mais utilizados na pavimentação rodoviária brasileira por apresentar danos à saúde humana quando de sua manipulação. o Pouca homogeneidade; o Baixa qualidade em termos de ligante para pavimentação, derivada da própria forma de obtenção do mesmo. o Em temperatura ambiente, são líquidos/oleosos de grande viscosidade; o Odor parecido com a creolina; o Maior sensibilidade à temperatura; o Mais sensíveis ao envelhecimento; o Menor resistência às intempéries, ao diesel, gasolina, querosene; o Maior adesividade aos agregados. 5.1.3. Piche Resíduos finais da destilação de alcatrões; o Qualidade inferior; - Composição: 11-17% de betume, resíduo de argila, pedrisco e filler - Sólido nas temperaturas normais 5.1.4. Breu Maior destilação (refino) do piche; Perda de quase todo o betume; Elevada dureza; Sólido à temperatura ambiente. 3 5.1.5. Asfaltos Material aglutinante de consistência variável, cor pardo-escura ou negra constituído predominantemente de betume. • Asfalto Natural: Ocorrem na natureza e são produzidos por rochas asfálticas ou pode ser extraído de lagos e depósitos. Podem ser encontrados na ilha de Trinidad ao sul do Caribe, Orinoco na Venezuela, La Presta em Val de Travers na Suiça, Irã , na província de Alberta nas areias do Athabasca no Canadá e no Mar Morto ⚫ Rochas Asfálticas – sedimentares ou calcáreas com 10 a 30% de betume impregnado; ⚫ Asfaltos naturais – Extraídos de lagos e depósitos – mais consistentes; Ex: Cimento Asfaltico Natural (CAN) • Propriedades físicas semelhantes aos asfaltos derivados de petróleo, • Composição química diferenciada dos asfaltos derivados de petróleo. • Altamente viscoso • Alto ponto de amolecimento, • Excelente estabilidade térmica, • Capacidade de resistência a oxidação, óleos, ácidos e álcalis. Asfalto modificado por TLA (Trinidad Lake Asphalt) (Fonte : Betunel ) É resultado da modificação do ligante asfáltico nacional com asfalto natural oriundo da jazida (lago) da ilha de TRINIDAD. • Quando utilizado em misturas asfálticas, as torna resistentes à deformação permanente, fadiga e ações de combustíveis. • Excelente desempenho, • Excelente relação custo-benefício. • Redução da suscetibilidade térmica • Melhoria da resistência à formação de trilhas de roda • Dosagem, usinagem e compactação similares a de um asfalto convencional Composição do TLA 64% Betume ; Filer mineral 36% ; Quartzo 40 %; Ilita 15 %; Caulinita 20 % ;Montmorilonita 25 % • Asfalto de Petróleo: Produto obtido através da destilação do petróleo 5.1.5.1. Tipos de Asfaltos de petróleo: • Asfaltos Industriais ou para outras finalidades: Asfaltos oxidados: São obtidos a um aquecimento e à ação de corrente de ar, com o intuito de mudar suas características para fins específicos. Em relação ao CAP comum, são mais sólidos e duros, menos sensíveis às variações de temperatura e às intempéries, porém são menos adesivos e menos aglutinantes. Aplicação: impermeabilizações, vedantes, anticorrosivos, etc. • Asfaltos para pavimentação: a) Cimentos Asfálticos de Petróleo – CAP; b) Asfaltos Diluídos – ADP; c) Emulsões Asfálticas – EAP; d) Asfaltos Modificados ( por polímero – AMP ; por borracha de pneus – AMB); 4 5.1.5.2. Asfaltos para pavimentação a) Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP) Resíduo da indústria petroquímica, obtido da destilação do petróleo na qual as frações leves ( gasolina, diesel e querosene ) são retiradas. O CAP não deverá ser aquecido acima de 177o C, sob risco de oxidação e craqueamento térmico do ligante A temperatura do ligante não deve ser inferior a 107°C nem exceder a 177°C. DNIT Conforme a NORMA DNIT 095/2006 – EM: • Cimento asfáltico de petróleo é o asfalto obtido especialmente para apresentar as qualidades e consistências próprias para o uso direto na construção de pavimentos. • Devem ser homogêneos, • Não conter água nem espumar quando aquecidos a 175 ºC Propriedades para a pavimentação: o Boa aderência com os agregados; o Impermeabilização; o Flexibilidade; o Durabilidade; o Resistente á maior parte dos ácidos e sais; o Insolúvel à água. Avaliação para classificação: a) Penetração a 25ºC b) Viscosidade a 60°C A viscosidade é uma medida da consistência do cimento asfáltico, por resistência ao escoamento. ➢ No Brasil os tipos produzidos são ( EB – 78 ): Os números indicam, respectivamente, a penetração (em 1/10 mm) e o valor mínimo para a viscosidade a 60oC (em 102 Poise). Classifica-se de acordo com a sua consistência medida pela penetração (de agulha) à 25ºC, em décimos de milímetro. ▪ Classificação dos CAPs segundo sua Viscosidade Absoluta a 60ºC (em poises): • CAP 7: = 700 a 1500 poises • CAP20: = 2000 a 3500 poises • CAP40: = 4000 a 8000 poises 5 De acordo com a resolução da ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis n °19 de 11/06/2005, contendo regulamento técnico n°3 de 2005, os asfaltos para pavimentação voltaram a ser classificados por penetração: CAP 30/45, CAP 50/70, CAP 85/100, CAP 150/200. Métodos de Ensaios (A) Penetração Normal ABNT NBR 6576/98 Avalia a consistência do asfalto ( resistência a fluir dependente da temperatura -estado de fluidez). Um betuminoso muito duro, provavelmente terá pouca ductilidade e pode trincar sob baixas temperaturas. Se for de baixa dureza, provavelmente, escorrerá em clima quente. - É a penetração medida em décimos de milímetros, de uma agulha padronizada ( 100 g ) numa amostra de CAP a 25oC de temperatura durante um tempo de 5 segundos. (B) Viscosidade Avalia a consistência do asfalto de maneira mais precisa (várias temperaturas). Viscosidade Saybolt - Furol - Ensaio: medida em segundos para asfalto fluir em um determinado orifício (Furol) a uma determinada temperatura (1770C, 1350C, 600C) e preencher um frasco de 60cm3 (Viscosímetro) Viscosidade Absoluta Ensaio: Tempo para determinado volume de asfalto fluir numa certa altura em um tubo capilar pela ação devácuo (60C). 1 poise = 1 g/cm.s CAP 7 ( viscosidade mínima de 700 poises) CAP 20 (viscosidade mínima 2000 poises) CAP 55 (viscosidade mínima 5500 poises) 6 (C) Ductibilidade Propriedade do CAP de se alongar sem romper ( propriedade relacionada à capacidade de deformação sem fissuras). Forma de medir a plasticidade - Ensaio: 1cm2 / imerso / alongado até rompimento. Consiste em medir o alongamento do material em cm antes do rompimento. Medidas em cm; temperatura a 25º C e a uma Velocidade de 5 cm/min. - Ductibilidade alta → suscetibilidade à temperatura, ondulações no pavimento devido ao tráfego; - Ductibilidade baixa → asfaltos deteriorados ou oxidados, fissuras quando sofre baixas variações de temperatura. ⚫ Baixa ductibilidade – rompe à tração. ⚫ Pouco ductil – baixa plasticidade. (D) Ponto de amolecimento Temperatura de referência para preparo ou utilização dos betuminosos. Indica a que níveis de dureza os asfaltos têm certa consistência. Importancia: - Evitar aceitação de asfaltos muito moles; - Na execução da mistura asfáltica; 7 - Verificação da sensibilidade do material à temperatura. - Conseqüências → Desagregação / Exsudação → Deformações permanentes Método de ensaio: Anel e Bola . Esse ensaio é normalizado pela AASHO e IBP/ABNT, nas designações T- 53 e MB-164/1972 (DNER-ME 247,1994), e visa a medir a evolução da consistência do material asfáltico, na medida em que a temperatura é alterada. (E) Ponto de fulgor Máxima temperatura de manejo sem perigo de fogo (segurança). É importante para o manuseio dos betuminosos, porque logo acima do ponto de fulgor há o ponto de combustão e, portanto, o perigo do material inflamar. Normalmente um CAP tem temperatura de fulgor acima de 230º C. Ensaio: Aquecimento do CAP e exposição à chama até quando vapores provocam o lampejo chama (temperatura de ponto de fulgor) (F) Solubilidade Determina o teor de betume no asfalto (% material insolúvel) → grau de pureza (G) Efeito do calor e do ar Avalia a perda das características asfálticas pela ação conjunta do calor e do ar Ensaio: Estufa a 1630C / 5 horas→ Mudança das características, fundamentalmente devido à estocagem e durante o período de transporte. Exemplos de características pesquisadas: • Perda de penetração; • Acréscimo da viscosidade; • Perda de ductilidade; • O envelhecimento do material durante a mistura e durante sua vida útil. (H) Índice de suscetibilidade térmica Relaciona o ponto de amolecimento e a penetração, sendo uma propriedade importante na mistura e no desempenho do pavimento. IP = Índice de Penetração ( Pfeiffer e Van Doomall) IP = f (penetração, temperatura de amolecimento) - Influência da temperatura na consistência dos ligantes. - Referencias ( podem variar conforme bibliografias ) : IP > 0,7 → Asfaltos oxidados , poucos sensíveis à temperaturas e quebradiços em temperaturas baixas; I P < - 1,5 → Asfaltos muito sensíveis à ação da temperatura. ( I ) Espuma: O cimento asfáltico não deve conter água porque espumam com o aquecimento. 8 O CAP é aquecido até determinada temperatura e a seguir verifica-se se há ou não a presença de espuma no material, decorrente da presença de água. A presença de água pode ser perigosa durante o aquecimento, podendo causar acidentes ( J ) Ensaio de Oliensis (Teste da mancha ou spot test) Através deste ensaio, pode-se verificar se o asfalto foi superaquecido durante a fabricação ou o transporte, provocando o craqueamento. Temperaturas superiores a 180º podem alterar sensivelmente a estrutura molecular do asfalto, principalmente se o aquecimento ocorreu durante a mistura do asfalto com o agregado. Consiste em verificar se uma gota de CAP dissolvido em nafta, em banho-maria, tem aspecto homogêneo em coloração. Se o aspecto for homogêneo representa que o teste é negativo, caso contrário (centro da mancha for negro) houve superaquecimento e o resultado do teste é positivo. ( K ) Densidade Estabelece a relação entre o peso de um dado volume de CAP e o mesmo peso de volume de água. Esta relação ( densidade relativa ) é importante pois é utilizada no cálculo do volume de vazios das misturas betuminosas . ⚫ Dureza ⚫ Resistência que o material se opõe ao risco e à penetração; ⚫ Materiais Betuminosos – pouca dureza; ⚫ Aumenta a dureza diminui a plasticidade. Temperatura de Aquecimento dos CAPs Relacionada com os resultados de ensaios de Viscosidade Saybolt- Furol, que indica as melhores temperaturas para o aquecimento do cimento asfáltico nos processos de mistura e compactação. • A temperatura de aplicação do CAP deve ser determinada para cada tipo de ligante, em função da relação temperatura-viscosidade. • A temperatura indicada é aquela na qual o asfalto apresenta uma viscosidade situada na faixa de 85 ± 10 segundos Saybolt-Furol. • A temperatura recomendável para a compressão da mistura é aquela na qual o ligante apresenta uma viscosidade Saybolt-Furol de 140 ± 15 segundos. Conforme o Manual de Pavimentação do DNER: Restrições ➢ Não devem ser aquecidos a temperaturas superiores a 177ºC. (possível queima do ligante – craqueamento térmico ); ➢ Não deverão ser aplicados em dias de chuva; ➢ Não deverão ser aplicados em temperaturas inferiores a 10º C; ➢ As misturas só deverão ocorrer entre temperaturas de 107 a 177º C. b) Asfaltos Diluídos ( AD ) Os asfaltos diluídos, também são conhecidos como asfaltos recortados ou “cut backs”, resultam da diluição do cimento asfáltico por destilados de petróleo ( solventes ). 9 Os solventes proporcionam produtos menos viscosos que podem ser aplicados a temperaturas mais baixas e devem evaporar totalmente, deixando como resíduo o CAP que desenvolve, então, as propriedades cimentícias necessárias. A essa evaporação dá-se o nome de cura do asfalto diluído. • Com a redução da viscosidade, é um produto de aplicação mais fácil. • Pode ser utilizado quando há necessidade de eliminar o aquecimento ou utilizar uma temperatura mais moderada. • Sua consistência após a evaporação do solvente é próxima ao do cimento asfáltico originalmente empregado na fabricação do asfalto diluído. • Não devem conter água, embora as especificações admitam um valor máximo de até 0,2% em volume. • No serviço de imprimação o tempo de cura mínimo é de 24 horas. • O tempo de cura poderá ser de 48 horas dependendo das condições climáticas locais. • Aplicação com pequeno aquecimento Classificação ( em função da natureza do solvente - de acordo com o tempo de cura – tempo de evaporação do solvente ) • CR: cura rápida - diluente: nafta ( gasolina) • CM: cura média - diluente: querosene; • CL: cura lenta - diluente: óleos combustíveis ( óleo Diesel). (não há no Brasil) Tipos de asfaltos diluídos de cura rápida: CR – 70, CR - 250, CR - 800 e CR – 3000 Tipos de asfaltos diluídos de cura média: CM - 30, CM - 70, CR - 250, CM - 800 e CR – 3000 O número que compõe a designação do asfalto diluído se refere ao início da faixa de viscosidade cinemática atingida em cada caso. O asfalto diluído CM-30 tem, por exemplo, viscosidade cinemática entre 30 a 60 cSt, na temperatura de 60°C. Na tabela abaixo são representados os percentuais de CAP e diluentes por classificação: 10 Os asfaltos CR 70 e CM 70 têm a mesma viscosidade na mesma temperatura, mas tempos de curas diferentes. Aplicações: • Imprimação de base granular (solos ou britas); • Pinturas de Ligação ( CM-30 e CM-70 ); • São utilizados em pavimentação por penetração: Tratamentos Superficiais; • Na preparação de Pré-misturados à frio; • Na preparação de areia-asfalto à frio. Restrições: ➢ Não podem ser aplicados em dias de chuva (arraste do ligante sobre a pista imprimada pela água de chuva); ➢ Não podemser aplicados em temperaturas inferiores a 10ºC (dificuldade de evaporação do diluente tipo querosene e de longa do tempo de cura). ➢ É vedado o aquecimento deste material betuminoso devido ao baixo ponto de fulgor com risco de incêndio A escolha : ➢ Depende do tempo de cura; ➢ Despende da susceptibilidade à temperatura; ➢ Em função do tipo de serviço. c) Emulsões Asfálticas São dispersões de uma fase asfáltica em uma fase aquosa através da adição de emulsificantes. São obtidas combinando com água o asfalto aquecido, em um meio intensamente agitado, e na presença dos emulsificantes, que tem o objetivo de dar certa estabilidade ao conjunto, de favorecer a dispersão e de revestir os glóbulos de betume de uma película protetora, mantendo-os em suspensão. Algumas características e vantagens: • Utilização de equipamentos simples ( não necessitam de sistemas de aquecimento e secador de agregados ); • Fáceis de manipular e distribuir; • Aplicação a frio na temperatura ambiente; • Evitam gastos de combustível para aquecimento; • Reduzem o tempo de construção das obras (em condições climáticas adversas); • Permitem o emprego de equipamentos para estocagem e de produção de menor custo; • Sua utilização é compatível com praticamente todos os tipos de agregados, obtendo ótimos resultados. • Podem também ser aplicadas com agregados úmidos, sem necessidades de aditivos melhoradores de adesividade. • Menor susceptibilidade térmica; • Grande poder de penetrar e envolver os agregados; • Não emitem vapores ou gases, como nos CAP’s, que prejudicam a saúde; • Na aplicação não há perigo de superaquecimento, com o conseqüente envelhecimento precoce do ligante; Aplicações: • Todo o tipo de pintura de ligação, 11 • Tratamentos superficiais simples, duplos ou triplos (Ruptura Rápida), • Pré-misturados a frio abertos e semidensos (Ruptura Média) ou densos (Ruptura Lenta). Tipos de emulsificantes: • Emulsificantes aniônicos: É solúvel no betume, conferindo aos glóbulos de betume na emulsão uma carga elétrica negativa, mantendo-os separados. As emulsões obtidas com esses emulsificantes são denominadas Emulsões Aniônicas. • Emulsificantes catiônicos: Conferem aos glóbulos de betume uma carga elétrica positiva, dando origem as Emulsões Catiônicas. Os asfaltos diluídos e os cimentos asfálticos mais moles são normalmente os mais utilizados na fabricação das emulsões, embora os procedimentos mais modernos contemplem também os asfaltos mais duros. Classificação: ➢ Quanto á carga elétrica das partículas: • Catiônicas: cimento asfáltico de petróleo (CAP), água, agente emulsificante e energia de dispersão da fase asfáltica na fase aquosa. • Aniônicas • Bi-iônicas • Não iônicas ➢ Quanto ao tempo de ruptura: • Ruptura Rápida • Ruptura Média • Ruptura Lenta ➢ Atualmente no Brasil, só são especificadas e usadas as emulsões catiônicas, pois apresentam boa adesividade para todos os tipos de agregados. Ruptura de Emulsão Na ocasião da aplicação das emulsões aos agregados, o ligante asfáltico tende a coagular sobre as partículas do agregado e a água se perde por evaporação. Ao fenômeno de separação entre o ligante asfáltico e a água, dá-se o nome de ruptura ou quebra da emulsão. O tempo de ruptura depende, dentre outros fatores, da quantidade e do tipo do agente emulsificante e a viscosidade depende principalmente da qualidade do ligante residual. A ruptura é menos sensível às condições climáticas e esta propriedade é importante por permitir o trabalho em tempo úmido. A velocidade de ruptura depende da: • Composição do emulsificante e teor de emulsificante na emulsão; • Natureza mineralógica do agregado (mais ou menos reativo); • Superfície específica do agregado (área para recobrimento). Toda emulsão deve ter um tempo mínimo de estabilidade à ruptura para permitir o seu transporte e armazenagem, o que é conseguido com o uso de emulsificantes. 12 A cor destas emulsões normalmente é marrom. Esta característica se transforma em elemento auxiliar para inspeção visual e constatação rápida das boas condições do produto. Após a ruptura prevalece a cor preta do CAP. A maioria dos serviços compreendem a faixa de temperatura ambiente (20/50ºC) e no caso do emprego de emulsões de alta viscosidade, aquecimento do produto à temperatura de no máximo 70ºC(RR2C / Tratamentos superficiais e macadame betuminoso). Classificação As emulsões asfálticas convencionais são classificadas nos seguintes grupos, de acordo com Regulamento Técnico da ANP: • RR – Ruptura Rápida • RM – Ruptura Média • RL – Ruptura lenta • EAI – Emulsão asfáltica para imprimação • LA e LAN – Emulsões asfálticas de ruptura lenta catiônica e de carga neutra, respectivamente, para serviço de lama asfáltica. A lama asfáltica é uma mistura de agregado mineral, material de enchimento (fíler), emulsão asfáltica e água, usada para reparos superficiais nos pavimentos. Os agregados podem ser areia, agregado miúdo, pó de pedra ou mistura de ambos, desde que suas partículas sejam resistentes e com moderada angularidade, livre de torrões de argila e de substâncias nocivas. O fíler (cimento Portland, cal extinta, pós calcários etc.) deve estar seco e sem grânulo. • LARC – Emulsão asfáltica catiônica de ruptura controlada para serviço de lama asfáltica. De acordo com a sua ruptura, viscosidade Saybolt Furol, teor de solvente, desmulsibilidade, resíduo de destilação e quanto à utilização: Emulsões Asfálticas Catiônicas de - Ruptura Rápida - (RR1C e RR2C) : São utilizadas na Pintura de Ligação, Tratamentos Superficiais Simples, Duplo e Triplos e Macadame Betuminoso. • RR – 1C: Emulsão asfáltica de ruptura rápida, que tem em sua composição, 62 a 63% de CAP. Apresenta baixa consistência • RR – 2C: Emulsão asfáltica de ruptura rápida, que tem em sua composição, 67 a 69% de CAP. Apresenta alta consistência 13 A RR – 1C é utilizada quando se necessita de um produto mais fluído e a RR - 2C, quando se deseja um produto mais viscoso e com maior teor de resíduo asfáltico. Emulsões Asfálticas Catiônicas de Ruptura Média - (RM1C e RM2C) : São empregadas na Pintura de Ligação, Areia Asfalto a Frio e, principalmente, nos Pré-Misturados a Frio (abertos e semi-densos). Pode ser utilizada no recapeamento sobre paralelepípedos. Para sua utilização recomenda-se não aquecê-la. • RM – 1C: Emulsão asfáltica de ruptura média, que tem em sua composição, 62 a 63% de CAP. Apresenta baixa consistência • RM – 2C: Emulsão asfáltica de ruptura média, que tem em sua composição, 65 a 66% de CAP. Apresenta alta consistência As RM – 1C e RM – 2C são empregadas em vários tipos de serviços de pavimentação, principalmente nos de pré – misturados a frio abertos. Embora não sejam os produtos mais recomendáveis economicamente, podem ser utilizados também para pintura de Ligação. Emulsão Asfáltica Catiônica de Ruptura Lenta - (RL1C) : RL – 1C: Emulsão asfáltica catiônica lenta, que tem em sua composição, 60 a 62% de CAP. Apresenta baixa consistência. • É empregada em vários tipos de serviços asfálticos, principalmente nos pré - misturados a frio densos, lama asfáltica e solo-betume. • Para sua utilização recomenda-se não aquecê-la. Emulsões especiais utilizadas na fabricação de lama asfáltica : LA–1,LA–2 – emulsões aniônicas de lama asfáltica LA –1C, LA –2C – emulsões catiônicas de lama asfáltica LA –E – emulsão especial de lama asfáltica 14 Restrição e observações quanto ao emprego das emulsões: - Não é recomenda a execução de serviços de pavimentação com o emprego de emulsão asfáltica, em condições ambientais com temperatura inferior à 10°C. - No caso do emprego de emulsões de alta viscosidade, aquecimento do produto à temperatura de no máximo 70ºC - Deverá ser sempreobservada a temperatura ideal fornecida pela relação viscosidade/ temperatura para o tipo de serviço a executar, sendo que a maioria dos serviços compreendem a faixa de temperatura ambiente (20/50ºC - Não estocar a emulsão diluída com água (pinturas diluídas) por período prolongado, podendo ocorrer ruptura prematura, dentro do tanque de estocagem. - Emulsões asfálticas estocadas, em depósito em período superior a 5 dias, deverão ser recirculadas para homogeneização, antes de serem utilizadas. - O produto poderá ser mantido ao ar livre (entamborado) ou depósitos (granel), devidamente vedados. - Não se recomenda a estocagem do produto em prazo superior a 30dias. - Não aquecer emulsão asfalticas nas carretas transportadora de grande volume, podendo ocorrer modificações das características das mesmas ( ruptura parcial ou total, viscosidade modificada) - Tomar-se-á o cuidado de não misturar emulsões de tipo e/ou fabricantes diferentes, ou descarregar o produto em tanques com "lastro" de outro produto, principalmente de asfalto diluído. - Para a utilização das emulsões asfálticas em serviços de banho-diluído e pintura de ligação, deverá ser avaliada previamente a compatibilidade da água e a não contaminação com agentes reativos (sais, sólidos em suspensão) BIBLIOGRAFIA: Tese : ESTUDO DO EFEITO DA ADIÇÃO DE POLÍMERO NO COMPORTAMENTO MECÂNICO DE MISTURAS BETUMINOSAS A FRIO: ERISVALDO DE LIMA JUVÊNCIO, Apostila Transportes: UFBA NORMA DNIT 095/2006 – EM Manual de Pavimentação do DNIT, Construção de Estradas e Vias Urbana Profa. Jisela Aparecida S. Greco . Pavimentação asfáltica: formação básica para engenheiros Departamento de Transporte s e Geotecnia Notas Pavimentação – Prof. Geraldo Luciano de Oliveira Marques. PAVIMENTO ECOLÓGICO: UMA OPÇÃO PARA A PAVIMENTAÇÃO DE VIAS DAS GRANDES CIDADES Moisés Ribeiro Abdou. Liedi Légi Bariani Bernucci – UFSM: TRP1002-Material para infraestrutura de transporte Petrobrás Distribuidora Especificações Técnicas DER/ SP Material de Pesquisa do IME: Instituto Militar d Engenharia BALBO,J.T, Pavimentação Asfáltica –materiais , projetos e restauração. IME –Instituto Militar de Engenharia BRASQUIMICA: www.brasquimica.com.br
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