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Acidente Crotálico: Clínica e Tratamento Acidente ofídico ou ofidismo é o quadro de envenenamento decorrente da inoculação de uma peçonha através do aparelho inoculador (presas) de serpentes (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019) RELATO DE CASO CASO CLINICO: Dia 24/06/2020 as 17:51 – O paciente J. E. DE O. do gênero masculino, 14 anos, deu entrada no HETDLGF-CG, referindo estar em região rural onde reside, quando sofreu um acidente por picada de animal peçonhento há mais de 24 horas em face anterior do MIE. A família relata ter sido uma jararaca. Na admissão relatava um episódio de vômito após o acidente e visão turva pela manhã. No local da picada havia um ponto de inoculação sem edema. Resultado dos exames: Hemograma – Normal. TS=2’30minutos. TC=8,30 minutos. TP = 17.2 segundos. AP=63.2/ INR=1,35. TTPA=34,2 segundos. CK=3187 U/L. TGP= 103 U/L. DHL=276 U/L. SERPENTES: 3.000 espécies de serpentes (MELGAREJO, 2014; PINHO;VIDAL; BURDAMANN, 2000) OMS: 1.250.000 a 1.650.000 casos de acidentes por serpentes peçonhentas no mundo Famílias de Importância: Viperidae Elapidae Colubridae (semi-peçonhentas) Ofidismo: clínica e tratamento SERPENTES: 3.000 espécies de serpentes (MELGAREJO, 2014; PINHO;VIDAL; BURDAMANN, 2000) OMS: 1.250.000 a 1.650.000 Famílias representadas no Brasil Viperidae Bothrops (Bothriopsis, Bothrocophias, Bothropoides, Bothrops e Rhinocerophis) Crotalus Laquesis Elapidae Micrurus CROTALUS MECANISMO DE AÇÃO DO VENENO: Peçonha Crotálica e uma mistura complexa de proteínas e polipeptídios. No Brasil as principais subespécies de cascavéis estudadas são: Crotalus durissus terrificus: predominante no sul e sudeste Crotallus durissus marajoensis: ilha de Marajó Crotallus durissus collineatus: Sudeste e Centro-Oeste do Brasil e norte da Argentina Crotallus durissus ruruima: norte Crotallus durissus cascavella é nossa (nordestina) do bioma da caatinga. Peçonha: fosfolipase A2, convulsina, crotamina, girotoxina, crotapotina e crotoxina. Ação Neurotóxica: Crotoxina: neurotoxina pré-sináptica que atuam nas terminações nervosas motoras, tanto do SNC como SNP, inibindo a liberação de acetilcolina – bloqueio neuromuscular. Convulsina e Girotoxina: convulsões, perturbações circulatórias e respiratórias. Peçonha: fosfolipase A2, convulsina, crotamina, girotoxina, crotapotina e crotoxina. ● Ação Miotóxica: por analogia a estudos experimentais, tem sido ● atribuída a crotoxina e crotamina, a capacidade de produzir lesões ● das fibras musculares esqueléticas. ● ● Peçonha: fosfolipase A2, convulsina, crotamina, girotoxina, ● crotapotina e crotoxina. ● Ação Coagulante: possui atividade trombina símile, com capacidade de transformar o fibrinogênio em fibrina. ● Ação anticoagulante: atividade de induzir a agregação das plaquetas (convulsina e crotoxina). SINAIS E SINTOMAS DA AÇÃO NEUROTÓXICA/SISTÊMICA (CROTALUS) Turvação visual Ptose palpebral Anisocoria Oftalmoplegia Paralisia velopalatina, com dificuldade à deglutição e diminuição do reflexo do vômito, alteração da gustação e do olfato. Ação Miotóxica Produz lesões de fibras musculares esqueléticas (rabdomiólise) com liberação de enzimas e mioglobina para o soro e que são posteriormente excretadas pela urina. Não está identificada a fração do veneno que produz esse efeito miotóxico sistêmico. Há referências experimentais da ação miotóxica local da crotoxina e da crotamina. SINAIS E SINTOMAS DA AÇÃO MIOTÓXICA (Crotalus) Mialgias A fibra muscular esquelética lesada: mioglobina que é excretada pela urina (mioglobinúria), conferindo-lhe uma cor avermelhada ou de tonalidade mais escura, até o marrom A mioglobinúria: manifestação clínica mais evidente da necrose da musculatura esquelética (rabdomiólise). Oligúria/anúria (IRA). Ação Coagulante/sinais e sintomas - Crotalus Decorre de atividade do tipo trombina que converte o fibrinogênio diretamente em fibrina. O consumo do fibrinogênio pode levar à incoagulabilidade sanguínea. Geralmente não há redução do número de plaquetas. As manifestações hemorrágicas, quando presentes, são discretas. Diagnóstico laboratoriaL Crotalus ● Hemograma/Coagulograma TC/TTPA/TP ● ● Uréia e Creatinina ● ● Urina Rotina ● ● Transaminase Glutâmica Oxalacética - TGO ● ● Creatinoquinase – CK ● ● Desidrogenase Lática – DHL ● ● Gasometria O acidente crotálico é o único entre as serpentes peçonhentas em que, exames bioquímicos comuns podem sugerir ou confirmar o diagnóstico. DIAGNOSTICO LABORATORIAL ● O aumento da CK é precoce, com pico de máxima elevação dentro das primeiras 24 horas após o acidente. ● O aumento da LDH é mais lento e gradual, constituindo-se, pois, em exame laboratorial complementar para diagnóstico tardio do envenenamento crotálico. RELATO DE CASO Ofidismo: Clínica e Tratamento CASO CLINICO: Dia 24/06/2020 as 17:51 – O paciente J. E. DE O. do gênero masculino, 14 anos, deu entrada no HETDLGF-CG, referindo estar em região rural onde reside, quando sofreu um acidente por picada de animal peçonhento há mais de 24 horas em face anterior do MIE. A família relata ter sido uma jararaca. Na admissão relatava um episódio de vômito após o acidente e visão turva pela manhã. No local da picada havia um ponto de inoculação sem edema. Resultado dos exames: Hemograma – Normal. TS=2’30minutos. TC=8,30 minutos. TP = 17.2 segundos. AP=63.2/ INR=1,35. TTPA=34,2 segundos. CK=3187 U/L. TGP= 103 U/L. DHL=276 U/L. TRATAMENTO ESPECIFICO: 20 FA DO SORO ANTICROTÁLICO
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