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Resumo memoriais Júri

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PEÇA PROCESSUAL/ÁREA: Penal/Processual Penal - 
 
 Alegações finais por memoriais - Júri 
MEMORIAIS no Júri 
PROCEDIMENTO DOS MEMORIAIS 
Como já dissemos, é exceção o cabimento das alegações finais por escrito, também 
chamada de memoriais, tendo em vista que ela somente poderá ser apresentada de forma escrita 
quando o juiz entender que o caso é complexo ou possui um grande número de acusados ou há 
pedido de diligência de uma das partes. 
Nas hipóteses de concessão juiz a apresentação será feita, sucessivamente (acusação e depois 
defesa) no prazo de cinco dias (prazo processual). 
A apresentação dos memoriais será SEMPRE ao final da instrução probatória, sendo a 
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Normalmente o pedido dos memoriais é a absolvição, com fundamento no art. 386 do Código 
de Processo Penal sendo, porém, diferente no rito do Tribunal do Júri. 
O endereçamento dos memoriais, também no júri, é para o juiz que determina o feito. 
Embora não haja previsão na Lei, por analogia, o fulcro a ser apontado é o 411, 84º c/c 403 
83º (ou 404, Par. Único) c/c 394 $ 5º do CPP. 
Deve-se fazer a fundamentação de mérito mais completa possível nos memoriais, pois esta será 
a última oportunidade de convencer o magistrado sobre seu pleito. Se o prazo para os memoriais 
for para a Defensoria Pública os prazos são contados em dobro. Em relação ao defensor nomeado 
(dativo) a jurisprudência entende que ele será intimado pessoalmente, mas que o prazo 
permanecerá de o5 dias, não sendo contado em dobro. 
 
Do ponto de vista prático existe a seguinte diferenciação de pedidos nos memorais escritos a 
depender do rito: 
A) MEMORIAIS NO RITO COMUM ORDINÁRIO E SUMÁRIO 
Será pedida a absolvição com base no art. 386 do Código de Processo Penal. 
No caso do júri, em que ocorre o procedimento destinado a processar e julgar os crimes dolosos 
contra a vida a situação é diversa. Além do fulcro da peça ser diverso o rito procedimental comporta 
duas fases!: a primeira com oferecimento da denúncia que se encerra com a decisão de pronúncia 
Gudicium accusationis) e a segunda tem início com o recebimento dos autos (art. 422 do CPP) pelo 
Juiz Presidente do Tribunal do Júri e termina com o julgamento pelo Tribunal do Júri (judicium 
causae). 
As alegações finais são imediatamente anteriores à decisão sobre a pronúncia, ou não, e 
imediatamente posteriores às alegações finais da acusação. Nesta é possível fazer os seguintes 
pedidos: 
 
1 Acessar a cartilha do Júri no sítio http://www? .tidft.jus.br/imp/imp juris.asp (como funciona, antes do julgamento e o dia do 
julgamento). 
 
 
 
 
 
1º) Absolvição Sumária - art. 415 do Código de Processo Penal. 
As hipóteses de absolvição sumária no rito do tribunal do júri estão previstas no art. 415 Código 
de Processo Penal e esta absolvição sumária é ao final da instrução probatória e vai ser pedida em 
MEMORIAIS. A absolvição sumária do art. 415 do Código de Processo Penal difere da absolvição 
sumária aplicada no rito do tribunal do júri de forma analógica para a resposta à acusação 
(artigo 397). 
Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando: 
1 - provada a inexistência do fato; 
Neste caso fica provado que o fato NÃO existiu. 
Ex. Sujeito é acusado de homicídio, mas no decorrer do processo a suposta vítima aparece viva. 
IH - provado não ser ele autor ou partícipe do fato; 
Apesar da prova da materialidade não há dúvidas de que o réu NÃO foi nem autor nem 
partícipe do fato. 
Ex. O réu foi acusado de ter matado o sujeito, sobre o que não se tem dúvida, entretanto, 
provou-se no curso da instrução criminal que o réu estava em outro estado na hora do crime. 
Hl- o fato não constituir infração penal; 
Demonstra-se que o fato NÃO é crime, não possuindo tipificação legal respectiva. 
Ex. Acusação de cometimento do crime de suicídio. 
IV - demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. 
Causa de exclusão de ilicitude ou de culpabilidade será alegado este inciso. 
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo ao caso de 
inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 
- Código Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva. 
Na hipótese excepcional da inimputabilidade o juízo profere sentença absolutória imprópria, 
sendo o agente, logo, inocentado, mas submetido a uma medida de segurança. Contudo, no 
caso de se configurar tese única de defesa, pode haver a absolvição sumária mesmo se 
tratando de inimputabilidade, como nos casos de obediência hierárquica ou embriaguez 
involuntária proveniente de caso fortuito ou forca maior, pois estas causas isentam de pena 
do acusado e conduzem à exclusão da culpabilidade. 
29) 1 ância - art lo Código de P Penal 
Impronúncia decorre de incerteza quanto a prova da materialidade e os indícios suficientes 
de autoria. Todavia diante de fato novo pode haver o prosseguimento do processo enquanto o 
crime ainda não estiver prescrito. A decisão aqui é mista terminativa, pois encerra a primeira 
fase e não inaugura a segunda. Para alguns autores tem força de decisão definitiva, encerra 
uma etapa do procedimento processual, porém sem julgamento do mérito da causa (se culpado 
ou “inocente”). Sendo decisão interlocutória mista terminativa não há coisa julgada material. 
O teor do art. 414 do Código de Processo Penal: 
Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios 
suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado. 
Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova 
denúncia ou queixa se houver prova nova. 
 
 
 
 
E a Pronúncia ocorre quando o juiz, ao analisar o caso concreto, verificar que existem 
prova da materialidade do fato e de indícios suficientes de autoria (413 CPP). Pronúncia 
é decisão interlocutória mista não terminativa? que julga admissível a acusação e remete 
o caso à apreciação do plenário do júri. 
3º) Desclassificação - art. 419 do Código de Processo Penal. 
Nesta hipótese o magistrado entende que houve o crime, com os indícios suficientes de autoria 
e materialidade, mas o crime NÃO é da competência do Tribunal do Júri (há exceção - 
desclassificação imprópria). Assim o juiz desclassifica o crime e remete para o juiz competente. 
Ex. Latrocínio e não homicídio. 
Ocorre desclassificação imprópria quando o juiz entende que houve o crime, o acusado é o 
autor do delito, mas o problema é que o crime NÃO é o que foi imputado ao agente, embora 
continue sendo de competência do tribunal do júri. Neste caso deve o juiz adotar o 
procedimento do art. 384 do Código de Processo Penal. Este artigo traz o instituto da mutatio 
libelli, esta ocorre quando o juiz entender que o crime que efetivamente ocorreu é diferente 
do narrado na peça acusatória. Como o réu defende-se dos FATOS apresentados, deve o juiz 
mandar que o Ministério Público proceda ao aditamento da denúncia, da peça acusatória. 
Caso não haja esse aditamento o juiz irá adotar o procedimento previsto ao art. 28 do Código 
de Processo Penal, remetendo o processo ao Procurador Geral de Justiça. 
Ex. Acusação contra mulher do crime de infanticídio que não se confirma após prova que a 
mulher não estava em estado puerperal, desclassificando-se para crime de homicídio 
(desclassificação imprópria). 
bDesclassificação própria - o processo SAI da competência do Júri 
bDesclassificação imprópria - o processo NÃO sai da competência do Tribunal do Júri, mas 
deverá adotar o procedimento da mutatio libelli do art. 384 do Código de Processo Penal. 
 
Deve-se pedir, portanto 
1º) Absolvição Sumária 
22) Subsidiariamente se for o caso - Impronúncia 
32) Subsidiariamente se for o caso - Desclassificação. 
As teses subsidiárias consistem, basicamente, no afastamento de qualificadoras, sendo 
cabível, porém, a alegação das teses preliminares. 
CASO PRÁTICO 
A 
(OAB- Adaptado) No dia 15 de janeiro de 2017, uma criança recém-nascida é vista 
boiando em um córrego e, ao ser resgatada, não possuía mais vida. Helena, a mãe da criança, foi 
localizada e negou que houvesse jogado a vítima no córrego. Sua filha teria sido, segundo ela, 
sequestrada por um desconhecido. 
A portaria de abertura do inquérito foi expedida conforme o artigo 5º, I, do CPP em 1º 
de fevereiro de 2017. Durante a fase de inquérito, testemunhas afirmaram que a mãe apresentava 
quadro de profunda depressão no momento e logo após o parto. Além disso, foi realizado exame médico 
legal, o qual constatou que Helena, quando do fato, estava sob influência de estado puerperal. 
 
2 Em síntese: a atividade judicante pode proferir decisões interlocutórias simples (três características: não encerram o processo, 
não encerram qualquer fase procedimental e não decidem qualquer pedido incidental, como o recebimento da denúncia) ou mistas. 
A decisão mista pode ser terminativa ou não terminativa. A decisão mista terminativa é aquela que julga um pedido incidental; 
logo, "termina" um incidente, sem encerrar o processo principal. A decisão mista não terminativa, por sua vez, é a decisão que 
encerra uma fase do procedimento, sem julgar o mérito da causa. Se for definitiva, significa que ela resolveu o mérito 
 
 
 
 
À míngua de provas que confirmassem a autoria, podendo realizar outras diligências, 
mas desconfiado de que a mãe da criança pudesse estar envolvida no fato, a autoridade policial logo 
representou pela decretação de interceptação telefônica da linha de telefone móvel usado pela mãe, 
medida que foi decretada pelo juiz competente. A prova constatou que a mãe efetivamente praticara 
o fato, pois, em conversa telefônica com uma conhecida, de nome Lia, ela afirmara ter atirado a criança 
ao córrego, por desespero, mas que estava arrependida. 
O delegado intimou Lia para ser ouvida, tendo ela confirmado, em sede policial, que 
Helena de fato havia atirado a criança, logo após o parto, no córrego. Em razão das aludidas provas, 
realizado o relatório policial pelo delegado na forma do $ 1º do artigo 10 do CPP, e enviou ao Ministério 
Público Estadual em 03 de março de 2017. A mãe da criança foi então denunciada, na forma do artigo 
46 do CPP, em pela prática do crime descrito no art. 123 do Código Penal perante a 12 Vara Criminal 
(Tribunal do Júri) na data de 20 de março de 2017. 
Após analisar a presença dos requisitos do artigo 395 do CPP o juízo competente recebeu 
a inicial, em 21 de março e ordenou a citação da acusada que, imediatamente, por intermédio de 
advogado devidamente constituído apresentou, na forma do artigo 406 do CPP a resposta à acusação 
sem, porém, adentrar no mérito, reservando-se no direito de fazê-lo após a instrução. Arrolou as 
mesmas testemunhas que a acusação. Diante da ausência das causas do artigo 397 do CPP o juízo 
determinou a realização de audiência para 23 de março de 2017 e as intimações respectivas. 
Durante a ação penal foi juntado aos autos e laudo de necropsia realizada no corpo da 
criança e a prova técnica concluiu que a criança já nascera morta. 
Na audiência de instrução, realizada no dia 24 de março de 2017, Lia é novamente 
inguirida, ocasião em que confirmou ter a denunciada, em conversa telefônica, admitido ter jogado o 
corpo da criança no córrego. 
Interrogada, a denunciada negou todos os fatos. Finda a instrução, na mesma data, o 
Ministério Público manifestou-se oralmente pela pronúncia, nos termos da denúncia. 
Diante da situação hipotética apresentada, partindo do pressuposto que lhe foi 
concedido prazo legal para a manifestação escrita redija, na qualidade de advogado Helena a medida 
judicial que seja adequada aos seus interesses, abordando todos os aspectos de direito material e 
processual pertinentes. Date a peça no último dia do prazo legal.

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