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@study.sarahs | MEDICINA – FITS | P4 MT3 Pr1 | 2022.1 RESIDUO HOSPITALAR Objetivos: 1. Entender a classificação, manejo e tratamento do lixo hospitalar, conforme as normas sanitárias; 2. Citas as principais doenças resultantes do contato com resíduos hospitalares; 3. Compreender a hepatite C (epidemiologia, fisiopatologia, etiologia, transmissão e quadro clínico); 4. Elucidar a conduta clínica para hepatite C. Entender a classificação, manejo e tratamento do lixo hospitalar, conforme as normas sanitárias: São considerados resíduos hospitalares os materiais descartados por farmácias, hospitais, clínicas, postos de saúde, estúdios de tatuagem, laboratórios de análises clínicas e demais organizações que produzem quaisquer tipos de resíduos contendo secreções ou contaminações com restos cirúrgicos de humanos ou animais. Qualquer que seja a tecnologia de tratamento de resíduos hospitalares a ser adotada, ela terá que atender aos seguintes requisitos: → promover a redução da carga biológica dos resíduos, de acordo com os padrões exigidos. Ou seja, eliminação do bacillus stearothermophilus no caso de esterilização, e do bacillus subtyllis, no caso de desinfecção; → atender aos padrões estabelecidos pelo órgão de controle ambiental do estado para emissões dos efluentes líquidos e gasosos; → descaracterizar os resíduos, no mínimo impedindo o seu reconhecimento como lixo hospitalar; → processar volumes significativos em relação aos custos de capital e de operação do sistema. Com isso, passa a ser economicamente viável em termos da economia local. GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE - RESOLUÇÃO RDC Nº 306, DE 7 DE DEZEMBRO DE 2004 O gerenciamento dos RSS constitui-se em um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases científicas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente. O gerenciamento deve abranger todas as etapas de planejamento dos recursos físicos, dos recursos materiais e da capacitação dos recursos humanos envolvidos no manejo dos RSS. Todo gerador deve elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - PGRSS, baseado nas características dos resíduos gerados e na classificação constante do Apêndice I, estabelecendo as diretrizes de manejo dos RSS. O PGRSS a ser elaborado deve ser compatível com as normas locais relativas à coleta, transporte e disposição final dos resíduos gerados nos serviços de saúde, estabelecidas pelos órgãos locais responsáveis por estas etapas. 1 - MANEJO: O manejo dos RSS é entendido como a ação de gerenciar os resíduos em seus aspectos intra e extra estabelecimento, desde a geração até a disposição final, incluindo as seguintes etapas: 1.1 - SEGREGAÇÃO - Consiste na separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos. 1.2 - ACONDICIONAMENTO - Consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo. @study.sarahs | MEDICINA – FITS | P4 MT3 Pr1 | 2022.1 1.2.1 - Os resíduos sólidos devem ser acondicionados em saco constituído de material resistente a ruptura e vazamento, impermeável, baseado na NBR 9191/2000 da ABNT, respeitados os limites de peso de cada saco, sendo proibido o seu esvaziamento ou reaproveitamento. 1.2.2 - Os sacos devem estar contidos em recipientes de material lavável, resistente à punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredondados e ser resistente ao tombamento. 1.2.3 - Os recipientes de acondicionamento existentes nas salas de cirurgia e nas salas de parto não necessitam de tampa para vedação. 1.2.4 - Os resíduos líquidos devem ser acondicionados em recipientes constituídos de material compatível com o líquido armazenado, resistentes, rígidos e estanques, com tampa rosqueada e vedante. 1.3 - IDENTIFICAÇÃO - Consiste no conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações ao correto manejo dos RSS. 1.3.1 - A identificação deve estar aposta nos sacos de acondicionamento, nos recipientes de coleta interna e externa, nos recipientes de transporte interno e externo, e nos locais de armazenamento, em local de fácil visualização, de forma indelével, utilizando- se símbolos, cores e frases, atendendo aos parâmetros referenciados na norma NBR 7.500 da ABNT, além de outras exigências relacionadas à identificação de conteúdo e ao risco específico de cada grupo de resíduos. 1.3.2 - A identificação dos sacos de armazenamento e dos recipientes de transporte poderá ser feita por adesivos, desde que seja garantida a resistência destes aos processos normais de manuseio dos sacos e recipientes. 1.3.3 - O Grupo A é identificado pelo símbolo de substância infectante constante na NBR-7500 da ABNT, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos. É subdivido em Subgrupos (A1, A2, A3, A4 e A5) Grupo A1: Resíduos provenientes de manipulação de microrganismos, inoculação, manipulação genética, ampolas e frascos e todo material envolvido em vacinação, materiais envolvidos em manipulação laboratorial, material contendo sangue, bolsas de sangue ou contendo hemocomponentes. Este resíduo deve ser acondicionado pelo gerador em saco branco leitoso com símbolo de risco infectante. Grupo A2: Corresponde a carcaças, peças anatômicas, vísceras animais e até mesmo animais que foram submetidos a processo de experimentação com microrganismos que possam causar epidemia. Como estes resíduos possuem um alto grau de risco, devem ser acondicionados em sacos vermelhos contendo símbolo de risco infectante. Grupo A3: Peças anatômicas (membros humanos), produtos de fecundação sem sinais vitais, com peso inferior a 500 gramas e estatura menor que 25 cm, devem ser acondicionados pelo gerador em saco vermelho com símbolo de risco infectante. Grupo A4: Kits de linha arteriais, filtros de ar e de gases aspirados de áreas contaminadas, sobras de laboratório contendo fezes, urina e secreções, tecidos e materiais utilizados em serviços de assistência á saúde humana ou animal, órgãos e tecidos humanos, carcaças, peças anatômicas de animais, cadáveres de animais e outros resíduos que não tenham contaminação ou mesmo suspeita de contaminação com doença ou microrganismos de importância epidemiológica. Estes resíduos devem ser acondicionados pelo gerador em sacos branco leitoso com símbolo de risco infectante. Grupo A5: Órgãos, tecidos, fluidos e todos os materiais envolvidos na atenção à saúde de indivíduos ou animais com suspeita ou certeza de contaminação por príons (agentes infecciosos compostos por proteínas modificadas). Estes materiais @study.sarahs | MEDICINA – FITS | P4 MT3 Pr1 | 2022.1 devem ser acondicionados pelo gerador em 2 sacos vermelhos (um dentro de outro) contendo símbolo de risco infectante. 1.3.4 - O Grupo B é identificado através do símbolo de risco associado, de acordo com a NBR 7500 da ABNT e com discriminação de substância química e frases de risco. 1.3.5 - O Grupo C é representado pelo símbolo internacional de presença de radiação ionizante (trifólio de cor magenta) em rótulos de fundo amarelo e contornos pretos, acrescido da expressão REJEITO RADIOATIVO.1.3.6 - O Grupo E é identificado pelo símbolo de substância infectante constante na NBR-7500 da ABNT, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos, acrescido da inscrição de RESÍDUO PERFUROCORTANTE, indicando o risco que apresenta o resíduo 1.4 - TRANSPORTE INTERNO - Consiste no traslado dos resíduos dos pontos de geração até local destinado ao armazenamento temporário ou armazenamento externo com a finalidade de apresentação para a coleta. 1.4.1 - O transporte interno de resíduos deve ser realizado atendendo roteiro previamente definido e em horários não coincidentes com a distribuição de roupas, alimentos e medicamentos, períodos de visita ou de maior fluxo de pessoas ou de atividades. Deve ser feito separadamente de acordo com o grupo de resíduos e em recipientes específicos a cada grupo de resíduos. 1.4.2 - Os recipientes para transporte interno devem ser constituídos de material rígido, lavável, impermeável, provido de tampa articulada ao próprio corpo do equipamento, cantos e bordas arredondados, e serem identificados com o símbolo correspondente ao risco do resíduo neles contidos, de acordo com este Regulamento Técnico. Devem ser providos de rodas revestidas de material que reduza o ruído. Os recipientes com mais de 400 L de capacidade devem possuir válvula de dreno no fundo. O uso de recipientes desprovidos de rodas deve observar os limites de carga permitidos para o transporte pelos trabalhadores, conforme normas reguladoras do Ministério do Trabalho e Emprego. 1.5 - ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO - Consiste na guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados, em local próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto destinado à apresentação para coleta externa. Não poderá ser feito armazenamento temporário com disposição direta dos sacos sobre o piso, sendo obrigatória a conservação dos sacos em recipientes de acondicionamento. 1.5.1- O armazenamento temporário poderá ser dispensado nos casos em que a distância entre o ponto de geração e o armazenamento externo justifiquem. 1.5.2 - A sala para guarda de recipientes de transporte interno de resíduos deve ter pisos e paredes lisas e laváveis, sendo o piso ainda resistente ao tráfego dos recipientes coletores. Deve possuir ponto de iluminação artificial e área suficiente para armazenar, no mínimo, dois recipientes coletores, para o posterior traslado até a área de armazenamento externo. Quando a sala for exclusiva para o armazenamento de resíduos, deve estar identificada como “SALA DE RESÍDUOS”. 1.5.3 - A sala para o armazenamento temporário pode ser compartilhada com a sala de utilidades. Neste caso, a sala deverá dispor de área exclusiva de no mínimo 2 m2, para armazenar, dois recipientes coletores para posterior traslado até a área de armazenamento externo. 1.5.4 - No armazenamento temporário não é permitida a retirada dos sacos de resíduos de dentro dos recipientes ali estacionados. 1.5.5 - Os resíduos de fácil putrefação que venham a ser coletados por período superior a 24 horas de seu armazenamento, devem ser conservados sob refrigeração, e quando não for possível, @study.sarahs | MEDICINA – FITS | P4 MT3 Pr1 | 2022.1 serem submetidos a outro método de conservação. 1.5.6 - O armazenamento de resíduos químicos deve atender à NBR 12235 da ABNT. NBR 12235 define que armazenamento de resíduos é a contenção temporária em área autorizada pelo órgão de controle ambiental, até a reciclagem, recuperação, tratamento ou disposição final, com o objetivo de atender a uma série de condições de segurança. 1.6 TRATAMENTO - Consiste na aplicação de método, técnica ou processo que modifique as características dos riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de contaminação, de acidentes ocupacionais ou de dano ao meio ambiente. O tratamento pode ser aplicado no próprio estabelecimento gerador ou em outro estabelecimento, observadas nestes casos, as condições de segurança para o transporte entre o estabelecimento gerador e o local do tratamento. Os sistemas para tratamento de resíduos de serviços de saúde devem ser objeto de licenciamento ambiental, de acordo com a Resolução CONAMA nº. 237/1997 e são passíveis de fiscalização e de controle pelos órgãos de vigilância sanitária e de meio ambiente. 1.6.1 - O processo de autoclavação aplicado em laboratórios para redução de carga microbiana de culturas e estoques de microrganismos está dispensado de licenciamento ambiental, ficando sob a responsabilidade dos serviços que as possuírem, a garantia da eficácia dos equipamentos mediante controles químicos e biológicos periódicos devidamente registrados. 1.6.2 - Os sistemas de tratamento térmico por incineração devem obedecer ao estabelecido na Resolução CONAMA nº. 316/2002. CONAMA: Art. 16. Os resíduos de serviços de saúde, quando suscetíveis ao tratamento térmico, devem obedecer, segundo a sua classificação, ao que se segue: I - GRUPO A: resíduos que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente, devido à presença de agentes biológicos (vacina vencida ou inutilizada; sangue e hemoderivados e resíduos que tenham entrado em contato com estes; objetos perfurantes ou cortantes, provenientes de estabelecimentos prestadores de serviços de saúde;), devem ser destinados a sistemas especialmente licenciados para este fim, pelo órgão ambiental competente; II - GRUPO B: resíduos que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente devido as suas características físicas, químicas e físico-químicas (drogas quimioterápicas e outros produtos que possam causar mutagenicidade e genotoxicidade e os materiais por elas contaminados; medicamentos vencidos, parcialmente interditados, não utilizados, alterados e medicamentos impróprios para o consumo, antimicrobianos e hormônios sintéticos;), devem ser submetidos às condições específicas de tratamento térmico para resíduos de origem industrial; III - GRUPO D: resíduos comuns devem ser enquadrados nas condições específicas de tratamento térmico para resíduos sólidos urbanos. OBS.: GRUPO C: resíduos radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia. 1.7 - ARMAZENAMENTO EXTERNO - Consiste na guarda dos recipientes de resíduos até a realização da etapa de coleta externa, em ambiente exclusivo com acesso facilitado para os veículos coletores. 1.7.1 - No armazenamento externo não é permitida a manutenção dos sacos de resíduos fora dos recipientes ali estacionados. 1.8 COLETA E TRANSPORTE EXTERNOS - Consistem na remoção dos RSS do abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de tratamento ou disposição final, utilizando-se @study.sarahs | MEDICINA – FITS | P4 MT3 Pr1 | 2022.1 técnicas que garantam a preservação das condições de acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da população e do meio ambiente, devendo estar de acordo com as orientações dos órgãos de limpeza urbana. 1.8.1 - A coleta e transporte externos dos resíduos de serviços de saúde devem ser realizados de acordo com as normas NBR 12.810 e NBR 14652 da ABNT. NBR 12.810: 4 Condições gerais 4.1 A coleta de resíduos de serviços de saúde deve ser exclusiva e a intervalos não superiores a 24 h. Esta coleta pode ser realizada em dias alternados, desde que os recipientes contendo resíduo do tipo A e restos de preparo de alimento sejam armazenados à temperatura máxima de 4°C. 4.2 A guarnição deve receber treinamento adequado e ser submetida a exames médicos pré-admissionais e periódicos, de acordo com o estabelecido na Portaria3.214/78 do Ministério do Trabalho. 4.3 A empresa e/ou municipalidade responsável pela coleta externa dos resíduos de serviços de saúde devem possuir um serviço de apoio que proporcione aos seus funcionários as seguintes condições: a) higienização e manutenção dos veículos; b) lavagem e desinfecção dos EPI (equipamentos de proteção individual); c) higienização corporal. NBR 14.652: estabelece os requisitos mínimos de construção e de inspeção dos coletores transportadores de resíduos de serviço de saúde. 1.9 - DISPOSIÇÃO FINAL - Consiste na disposição de resíduos no solo, previamente preparado para recebê-los, obedecendo a critérios técnicos de construção e operação, e com licenciamento ambiental de acordo com a Resolução CONAMA nº.237/97. TIPOS DE TRATAMENTO de resíduos de serviços de saúde: Incineração, Pirólise, Autoclavagem, Microondas, Radiação Ionizante, Desativação Eletrotérmica e Tratamento Químico. → Incineração: processo de queima, na presença de excesso de oxigênio. Temperatura varia entre 800 e 1000ºC na primeira câmara e na segunda câmara são queimados em temperaturas de 1200 a 1400ºC. Tipos de fornos: grelha fixa, de leito móvel e o rotativo. Grelha fixa: Além disso o ar é introduzido sobre a grelha de modo a minimizar o arraste das cinzas. Então as cinzas caem através dos orifícios da grelha num cinzeiro, de onde são removidas mecanicamente ou por via úmida. Leito móvel: São formados por peças de ferro fundido posicionadas em degraus e ligadas a um sistema hidráulico. Dessa maneira proporciona ao leito o movimento de vaivém. Conduzindo assim o lixo desde a porta de acesso até o fosso de remoção de cinzas e escórias. Fornos rotativos: são mais utilizados para resíduos industriais Classe I. @study.sarahs | MEDICINA – FITS | P4 MT3 Pr1 | 2022.1 → Pirolise: diferente da incineração, pois absorve calor e se processa na ausência de oxigênio. Nesse processo, os materiais à base de carbono são decompostos em combustíveis gasosos ou líquidos e carvão. Suas grandes vantagens são: • garantia da eficiência de tratamento, quando em perfeitas condições de funcionamento; • redução substancial do volume de resíduos a ser disposto (cerca de 95%). Suas principais desvantagens são: • custo operacional e de manutenção elevado; • manutenção difícil, exigindo trabalho constante de limpeza no sistema de alimentação de combustível auxiliar, exceto se for utilizado gás natural; • elevado risco de contaminação do ar, com geração de dioxinas decorrentes da queima de materiais clorados existentes nos sacos de PVC e desinfetantes; • risco de contaminação do ar pela emissão de materiais particulados; • elevado custo de tratamento dos efluentes gasosos e líquidos. → Autoclavagem: este processo foi adaptado e desenvolvido para a esterilização de resíduos. No qual é feito vácuo e injetado vapor d’água (entre 105 e 150°C) sob determinadas condições de pressão. Os resíduos permanecem nesta câmara durante um determinado tempo até se tornarem estéreis. Ao fim do processo ocorre o descarte da água por um lado e dos resíduos pelo outro. Certamente esse processo apresenta as seguintes vantagens: • custo operacional relativamente baixo; • não emite efluentes gasosos e o efluente líquido é estéril; • manutenção relativamente fácil e barata. Em contrapartida, apresenta as seguintes desvantagens: • não há garantia de que o vapor d’água atinja todos os pontos da massa de resíduos, salvo se houver uma adequada trituração prévia à fase de desinfecção; • não reduz o volume dos resíduos, a não ser que haja trituração prévia; • processo em batelada, não permitindo um serviço continuado de tratamento. → Microondas: os resíduos são triturados, umedecidos com vapor a 150ºC e colocados continuamente num forno de microondas. No qual há um dispositivo para revolver e transportar a massa, assegurando assim que todo o material receba uniformemente a radiação de microondas. Radiação ionizante: os RSS são expostos à ação de raios gama gerados por uma fonte enriquecida de cobalto 60 que torna inativo os microorganismos. → Desativação eletrotérmica: Este processo consiste numa dupla trituração prévia ao tratamento, seguida pela exposição da @study.sarahs | MEDICINA – FITS | P4 MT3 Pr1 | 2022.1 massa triturada a um campo elétrico de alta potência. Sendo gerado por ondas eletromagnéticas de baixa frequência, atingindo uma temperatura final entre 95 e 98°C. → Tratamento químico: Neste processo os resíduos são triturados e mergulhados numa solução desinfetante de hipoclorito de sódio, dióxido de cloro ou gás formaldeído. Dessa maneira a massa de resíduos permanece nesta solução por alguns minutos e o tratamento ocorre por contato direto. No fim do processo os resíduos passam por um sistema de secagem gerando um efluente líquido. Então por apresentar propriedades nocivas ao meio ambiente o mesmo necessita ser neutralizado. Já as vantagens deste processo são a economia operacional e de manutenção, assim como a eficiência do tratamento dos resíduos. Em contrapartida as desvantagens são a necessidade de neutralizar os efluentes líquidos e a não- redução do volume do lixo. Citas as principais doenças resultantes do contato com resíduos hospitalares: → HIV; → Hepatite C e B; → Dengue: também relacionada ao acumulo de lixo, mosquito Aedes Aegypti; → Tétano: Causada pelo bacilo Clostridium tetani, a contaminação pode se dar de duas maneiras: ferindo-se com objetos cortantes contaminados ou andando descalço em solo contaminado. Os sintomas se manifestam após 5-10 dias após a infecção, a doença é caracterizada pelos seguintes sintomas: irritabilidade, cefaleia, febre e dificuldade de deglutição, além de provocar deformações fisionômicas no rosto (riso sardônico), rigidez muscular projetando a cabeça para trás, no abdômen causa o chamado abdome-tábua, na língua e na faringe deixa quase impossível a ação de engolir; → Leptospirose: Causada pela bactéria Leptospira presente na urina de ratos, geralmente a contaminação se dá no período de enchentes onde a urina se mistura na água, o contágio se dá pelo contato, principalmente se a pessoa tiver algum arranhão ou corte; → Febre tifoide: Causada pela bactéria Salmonella typhi que se desenvolve no lixo; Compreender a hepatite C (epidemiologia, fisiopatologia, etiologia, transmissão e quadro clínico): O vírus da hepatite C (HCV) pode causar lesão hepática aguda e crônica. A hepatite aguda é um quadro com poucas repercussões clínicas, geralmente autolimitado, que raramente cursa com insuficiência hepática fulminante. Já a infecção crônica pelo HCV tem evolução progressiva por muitos anos e pode resultar em carcinoma hepatocelular (CHC), cirrose hepática e morte. Epidemiologia: Existem aproximadamente 71 milhões de pessoas infectadas com o HCV no mundo, com uma taxa de mortalidade próxima de 400 mil todo ano, principalmente por cirrose hepática e CHC. O principal meio de transmissão é por via parenteral, a partir do compartilhamento ou acidentes com objetos perfurocortantes contaminados. A transmissão sexual é possível, mas é responsável apenas por casos esporádicos de hepatite C. O Ministério da Saúde estima que a prevalência de pessoas sororreagentes (anti- HCV positivos) seja de aproximadamente 0,7%, o que corresponde a cerca de 700 mil casos que necessitam de tratamento no Brasil. No entanto, dados mais apurados são necessários para subsidiar o planejamento de ações preventivas, a fim de controlar a doença na população. Fisiopatologia: O HCV é um vírus RNA pertence a família Flaviviridae, e é um representante do gênero Hepacivirus. Existem, pelo menos, 7 genótipos e 67 subtipos do vírus. Osgenótipos chegam a apresentar 30 a 50% de diferença no seu RNA. O tratamento varia de acordo com os diferentes genótipos. @study.sarahs | MEDICINA – FITS | P4 MT3 Pr1 | 2022.1 O genótipo 1 é o mais prevalente em todo o mundo e é responsável por 46% de todas as infecções pelo HCV, seguido pelo genótipo 3 (30%). O mesmo se observa no Brasil, com pequenas variações na proporção de prevalência desses genótipos. Por exemplo, o genótipo 2 é mais frequente na região Centro-Oeste, enquanto o genótipo 3 é mais comumente detectado na região Sul. Acredita-se que o principal mecanismo de lesão as células hepáticas seja mediada pelo sistema imunológico do próprio hospedeiro em resposta a presença do vírus. Na análise histopatológica de portadores de hepatite C, observou-se esteatose micro ou macrovesicular, dano nos ductos biliares e agrupamentos de células linfocitárias. Quadro clínico: A maioria dos pacientes com infecção aguda pelo HCV apresenta evolução subclínica, que é assintomática e anictérica. Os poucos pacientes sintomáticos podem apresentar icterícia, náusea, colúria e dor no quadrante superior direito. A doença aguda geralmente dura de 2 a 12 semanas. Os pacientes com infecção aguda pelo VHC geralmente apresentam elevações moderadas a altas das aminotransferases séricas. A insuficiência hepática fulminante devido à infecção aguda pelo HCV é muito rara, mas pode ser mais comum em pacientes com infecção crônica pelo vírus da hepatite B. Habitualmente, a hepatite C é descoberta em sua fase crônica e, como os sintomas são muitas vezes escassos e inespecíficos, a doença pode evoluir durante décadas sem diagnóstico. Comumente, o diagnóstico é feito a partir de teste sorológico de rotina. Esse fato reitera a importância no aumento da oferta de testes sorológicos, especialmente para as populações vulneráveis ao HCV. A hepatite crônica pelo HCV é uma doença de caráter insidioso e se caracteriza por um processo inflamatório persistente. Na ausência de tratamento, cerca de 20% evolui para cirrose ao longo do tempo. Se o paciente evoluir com cirrose, o risco de CHC também aumenta de 1 a 5% ao cada ano. Existe o risco descompensação da cirrose de 3% a 6% a cada ano. Além disso, após um primeiro episódio de descompensação hepática, o risco de óbito é de 15% a 20% a cada ano. A progressão da cirrose pode ser acelerada em pacientes alcoolistas ou coinfectados pelo HIV. A evolução para óbito no paciente com hepatite C, geralmente, decorre de complicações da hepatopatia crônica, como insuficiência hepatocelular, hipertensão portal (varizes gastroesofágicas, hemorragia digestiva alta e ascite), encefalopatia hepática, distúrbios de coagulação e desenvolvimento de CHC. Elucidar a conduta clínica para hepatite C: Diagnostico: O diagnóstico laboratorial se torna essencial. Um RNA de HCV por reação em cadeia da polimerase (PCR) pode ser detectável no soro ou plasma antes da presença do anti-HCV. A presença dos anticorpos anti-HCV ocorre mais tardiamente, cerca de 30 a 60 dias após a exposição ao vírus. Os níveis séricos do RNA viral aumentam rapidamente durante as primeiras semanas, atingindo os valores máximos imediatamente antes do pico dos níveis séricos de aminotransferases, podendo coincidir com o início dos sintomas. Na infecção crônica, o anti-HCV indica apenas que o paciente teve contato com o vírus previamente e não permite diferenciar uma infecção resolvida naturalmente de uma infecção ativa. Por este motivo, um resultado anti-HCV reagente precisa ser complementado por meio de um teste para detecção direta do vírus. Os testes moleculares devem ser utilizados para detectar o HCV-RNA circulante no paciente e, portanto, confirmar a presença de infecção ativa. @study.sarahs | MEDICINA – FITS | P4 MT3 Pr1 | 2022.1 Eles são chamados também de teste de carga viral, pois são capazes de quantificar o número de cópias de genomas virais circulantes em um paciente. Estadiamento da lesão hepática: Recomenda-se que o estadiamento da doença hepática seja realizado para todos os pacientes infectados pelo HCV para avaliar ausência ou presença de doença hepática avançada e, assim, definir o melhor esquema terapêutico. As características clínicas ou ultrassonográficas que definem doença hepática avançada são: presença de circulação colateral, fígado e bordas irregulares, esplenomegalia, aumento do calibre da veia porta, redução do fluxo portal, ascite e varizes esofágicas. Além da clínica, o estadiamento poderá ser realizado por qualquer um dos métodos disponíveis: APRI (Índice de relação aspartato aminotransferase sobre plaquetas) ou FIB4 (Fibrosis-4), biópsia hepática ou elastografia hepática. Os métodos de APRI e FIB4 são mais indicados devido sua praticidade e disponibilidade. Tratamento: O objetivo da terapia antiviral em pacientes com o vírus da hepatite C crônica (HCV) é erradicar o RNA do HCV, que é previsto pela obtenção de uma resposta virológica sustentada (RVS), definida como um nível de RNA indetectável 12 semanas após a conclusão de terapia. Atualmente existe um arsenal amplo de antivirais disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS) que possuem alta efetividade terapêutica no tratamento da hepatite C. Todos os pacientes com diagnóstico de infecção pelo HCV devem ser tratados, exceto: • Crianças com idade inferior a 3 anos; • Pacientes oncológicos com cirrose Child- Pugh B ou C, ou cuja expectativa de vida seja inferior a 12 meses; • Pacientes adultos com cirrose descompensada e indicação de transplante hepático com MELD score ≥20, ainda não submetidos a transplante hepático e que a expectativa de transplante seja inferior a 6 meses; • Pacientes com hipersensibilidade ou intolerâncias que impossibilitem o uso de todas as alternativas terapêuticas. De forma geral, a efetividade terapêutica, mensurada pela RVS, é absolutamente comparável entre todos os esquemas propostos nas diretrizes nacionais: Referências: https://portalresiduossolidos.com/tratamento-de-residuos-de- servicos-de-saude/ https://www.vgresiduos.com.br/blog/residuo-hospitalar-como- classificar-e-qual-legislacao-a-respeito/ https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=97496 https://www.saude.mg.gov.br/images/documentos/res_316.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/res0306_07 _12_2004.html http://www.resol.com.br/curiosidades/curiosidades2.php?id=3934#:~ :text=Os%20Res%C3%ADduos%20de%20Servi%C3%A7o%20de,a trav%C3%A9s%20do%20ac%C3%BAmulo%20de%20lixo https://www.sanarmed.com/resumo-de-hepatite-c-completo-sanarflix https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_clinico_diretri zes_hepatite_co_coinfeccoes.pdf https://portalresiduossolidos.com/tratamento-de-residuos-de-servicos-de-saude/ https://portalresiduossolidos.com/tratamento-de-residuos-de-servicos-de-saude/ https://www.vgresiduos.com.br/blog/residuo-hospitalar-como-classificar-e-qual-legislacao-a-respeito/ https://www.vgresiduos.com.br/blog/residuo-hospitalar-como-classificar-e-qual-legislacao-a-respeito/ https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=97496 https://www.saude.mg.gov.br/images/documentos/res_316.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/res0306_07_12_2004.html https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/res0306_07_12_2004.html http://www.resol.com.br/curiosidades/curiosidades2.php?id=3934#:~:text=Os%20Res%C3%ADduos%20de%20Servi%C3%A7o%20de,atrav%C3%A9s%20do%20ac%C3%BAmulo%20de%20lixo http://www.resol.com.br/curiosidades/curiosidades2.php?id=3934#:~:text=Os%20Res%C3%ADduos%20de%20Servi%C3%A7o%20de,atrav%C3%A9s%20do%20ac%C3%BAmulo%20de%20lixo http://www.resol.com.br/curiosidades/curiosidades2.php?id=3934#:~:text=Os%20Res%C3%ADduos%20de%20Servi%C3%A7o%20de,atrav%C3%A9s%20do%20ac%C3%BAmulo%20de%20lixo https://www.sanarmed.com/resumo-de-hepatite-c-completo-sanarflixhttps://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_clinico_diretrizes_hepatite_co_coinfeccoes.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_clinico_diretrizes_hepatite_co_coinfeccoes.pdf
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