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Anne Karolyne Morato – P4 Tutoria Compreender a classificação, manejo e tratamento do resíduo hospitalar de acordo com as normas sanitárias: Classificação: → Grupo A: resíduos com a possível presença de agente biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de infecção. → Grupo B: resíduos contendo produtos químicos que apresentam risco a saúde publica ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade, mutagenicidade e quantidade. → Grupo C: qualquer material que contenha radionuclídeo em quantidade superior aos níveis de dispensa especificados em norma da CNEM e para os quais a reutilização é impropria ou não prevista. → Grupo D: resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico a saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. → Grupo E: materiais perfurocortantes. → Substancias que devem ser segregadas, acondicionadas e identificadas separadamente: Ácidos; asfixiantes; bases; brometo de etídio; carcinogênicas, mutagênicas e teratogênicas; compostos orgânicos halogenados e não halogenados; corrosivas; criogênicas; de combustão espontânea; ecotóxicas; explosivas; formalina ou formaldeído; gases comprimidos; líquidos inflamáveis; materiais reativos com a agua; materiais reativos ao ar; mercúrio e compostos de mercúrio; metais pesados; mistura sulfocrômica; óleos; oxidantes; resíduo fotográfico; sensíveis ao choque; soluções aquosas; venenos. Manejo: → Atividade de manuseio dos resíduos de serviços de saúde, cujas etapas são a segregação, acondicionamento, identificação, transporte interno, armazenamento temporário, armazenamento externo, coleta interna, transporte externo, destinação e disposição final ambientalmente adequada, etapas: Segregação: consiste na separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos. Anne Karolyne Morato – P4 Acondicionamento: consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e resistam as ações de punctura e ruptura. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo. Identificação: consiste no conjunto de medidas que permite o recolhimento dos resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações ao correto manejo dos resíduos. Transporte interno: consiste no traslado dos resíduos dos pontos de geração ate o local destinado ao armazenamento temporário ou armazenamento externo com a finalidade de apresentação para a coleta. Armazenamento temporário: consiste na guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados, em local próximo aos pontos de geração visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto destinado a apresentação para coleta externa. Não poderá ser feito armazenamento temporário com disposição direta dos sacos sobre o piso, sendo obrigatória a conservação dos sacos em recipientes de acondicionamento. Tratamento: consiste na aplicação de método, técnica ou processo que modifique as características dos riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de contaminação, de acidentes ocupacionais ou de danos ao meio ambiente. O tratamento pode ser aplicado no próprio estabelecimento gerador ou em outro estabelecimento, observadas nestes casos, as condições de segurança para transporte entre o estabelecimento gerador e o local do tratamento. Anne Karolyne Morato – P4 Armazenamento externo: consiste na guarda dos recipientes de resíduos ate a realização da etapa de coleta externa, em ambiente exclusivo com acesso facilitado para veículos coletores. Coleta e transporte externos: consiste na remoção dos resíduos do abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de tratamento ou disposição final, utilizando-se técnicas que garantam a preservação das condições de acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da população e do meio ambiente, devendo estar de acordo com as orientações dos órgãos de limpeza urbana. Disposição final: consiste na disposição de resíduos no solo, previamente preparado para recebe- los, obedecendo a critérios técnicos de construção e operação, e com licenciamento ambiental de acordo com a resolução CONAMA nº 237/97. As formas atualmente atualizadas são: aterro sanitário, aterro de resíduos perigosos de classe I (industriais), aterro controlado, lixão ou vazadouro e valas. Tratamento: → Entende-se por tratamento dos resíduos, quaisquer processos manuais, mecânicos, físicos, químicos ou biológicos que alterem as características dos resíduos, visando a minimização do risco a saúde, a preservação da qualidade do meio ambiente, a segurança e a saúde do trabalhador. → Pela resolução ANVISA nº 306/04, o tratamento consiste na aplicação de método, técnica ou processo que modifique as características dos riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de contaminação, de acidentes ocupacionais ou de danos ao meio ambiente. → O tratamento pode ser feito no estabelecimento gerador ou em outro local, observadas, nestes casos, as condições de segurança para o transporte entre o estabelecimento gerador e o local do tratamento. Os sistemas para tratamento de RSS devem ser objeto de licenciamento ambiental, de acordo com a Resolução CONAMA no 237/97 e são passíveis de fiscalização e de controle pelos órgãos de vigilância sanitária e de meio ambiente. → Há várias formas de se proceder ao tratamento: desinfecção química ou térmica (autoclavagem, microondas, incineração): Desinfecção para tratamento dos resíduos do grupo A; Descontaminação com utilização de vapor em altas temperaturas (autoclavagem); Tratamento com utilização de micro- ondas de baixa ou alta frequência; Tratamento térmico por incineração. Anne Karolyne Morato – P4 Explicar a conduta em casos de acidentes com resíduo hospitalar contaminado: → Os acidentes de trabalho com sangue e outros fluidos potencialmente contaminados devem ser tratados como casos de emergência medica, uma vez que, para se obter maior eficácia, as intervenções para profilaxia da infecção por HIV e hepatite B necessitam ser iniciadas logo após a ocorrência do acidente. → É importante ressaltar que as profilaxias pós-exposição não são totalmente eficazes. Assim, a prevenção da exposição ao sangue ou a outros materiais biológicos é a principal e mais eficaz medida para evitar a transmissão do HIV e dos vírus da hepatite B e C. → Recomenda-se como primeira conduta, após a exposição a material biológico, os cuidados imediatos com a área atingida. Essas medidas incluem a lavagem exaustiva do local exposto om água e sabão nos casos de exposições cutâneas ou percutâneas. → Nas exposições de mucosas, deve-se lavar exaustivamente com água ou solução salina fisiológica. Quimioprofilaxia para o HIV: → É complexo, por englobar tanto a falta de dados mais precisos sobre o risco relativo de diferentes tipos de exposição, quanto o risco de toxicidade dos medicamentos antirretrovirais → A indicação ou não de PEP requer a avaliação do risco da exposição, inclui: Definição do tipo de material biológico envolvido; Gravidade e o tipo da exposição; Identificação ou não do paciente- fonte e de sua condição sorológica anti-HIV; Condições clinicas, imunológicas e laboratoriais do paciente-fonte identificado comoinfectado pelo HIV/aids. → Os critérios de gravidade na avaliação do risco do acidente são dependentes do volume de sangue e da quantidade de vírus presente. Os acidentes mais graves são aqueles que envolvem: Maior volume de sangue, cujos marcadores são: lesões profundas provocadas por material perfurocortante, presença de sangue visível no instrumento, acidentes com agulhas previamente utilizadas na veia ou artéria do paciente-fonte e acidentes com agulhas de grosso calibre; Maior inóculo viral, representado por pacientes-fonte com infecção pelo HIV/aids em estágios avançados da doença ou infecção aguda pelo HIV. → Quando indicada, a PEP deverá ser iniciada o mais rápido possível, idealmente, nas primeiras horas após o acidente. A duração da quimioprofilaxia é de 28 dias. → Quando a sorologia do paciente-fonte é desconhecida, o uso de PEP deve ser Anne Karolyne Morato – P4 decidido caso-a-caso. Mais uma vez, é preciso considerar o tipo de exposição e a probabilidade clínica e epidemiológica de infecção do paciente-fonte pelo HIV/aids. Se estas considerações indicarem a possibilidade de infecção pelo HIV/aids, recomenda-se o início da PEP com o esquema básico de 2 antirretrovirais, até que os resultados dos exames laboratoriais sejam conhecidos. → Conduta em exposições envolvendo pacientes-fonte com sorologia anti-HIV desconhecida: Realizar o teste anti-HIV após aconselhamento e autorização; Avaliar o tipo de exposição; Avaliar probabilidade clínica e epidemiológica do paciente-fonte ter infecção pelo HIV/aids; Se indicado, iniciar a PEP mais precoce possível; Reavaliar o profissional acidentado dentro de 72 horas após a exposição, principalmente se existe informação adicional sobrea a exposição ou do paciente-fonte; Em caso do teste anti-HIV positivo, manter a PEP por 4 semanas; Interromper a PEP caso o resultado do anti-HIV seja negativo. → Na escolha da PEP, informações sobre condições subjacentes (como p.ex. hepatopatias, nefropatias, gestação, amamentação) devem ser investigadas na anamnese do profissional acidentado. A possibilidade de interações medicamentosas da profilaxia com outras drogas, que o profissional faça uso regular, também deve ser sempre avaliada (p.ex. anticonvulsivantes). → Em profissionais de saúde do sexo feminino em idade fértil, o risco de gravidez deve ser indagado, sendo recomendável a realização de testes de gravidez sempre que houver dúvida. Nos casos excepcionais de uso do EFV, o uso de testes de gravidez é obrigatório se houver possibilidade de gravidez. → O início de PEP em profissionais de saúde grávidas deverá ser decidido em conjunto com a profissional acidentada e com o médico assistente do pré-natal após avaliação dos riscos, benefícios e informações sobre a segurança para o feto. A gravidez, entretanto, não deve ser motivo isolado para deixar de se oferecer a melhor profilaxia relacionada à sua exposição. Quimioprofilaxia para o HBV: → A vacinação pré-exposição contra a hepatite B é a principal medida de prevenção de hepatite B ocupacional entre profissionais de saúde. Idealmente a vacinação deverá ser feita antes da admissão do profissional (ou estudante, estagiário) nos serviços de saúde. → Está indicada para todos aqueles que podem estar expostos aos materiais biológicos durante suas atividades, inclusive os que não trabalham diretamente na assistência ao paciente como, por exemplo, as equipes de Anne Karolyne Morato – P4 higienização e de apoio. Para todos estes profissionais, a vacina está disponível nas unidades básicas de saúde. → Não é recomendada a sorologia pré- vacinal para definir a vacinação exclusiva de profissionais não-imunes. Excepcionalmente, em algumas situações pode-se considerar que a realização da sorologia pré-vacinal tem uma relação custo-efetividade aceitável. Profissionais que relatam história prévia de hepatite, mas que não sabem informar qual o tipo viral, devem ser vacinados contra hepatite B. Provavelmente, esses casos se referem à hepatite A e, portanto, esses profissionais são susceptíveis à infecção por HBV. → Caso ocorra uma exposição a materiais biológicos com risco conhecido, ou provável, de infecção pelo HBV, o não respondedor deve utilizar a imunoglobulina hiperimune contra hepatite B. → A imunoglobulina hiperimune contra hepatite B (IGHAHB) também deve ser aplicada por via IM. Ela fornece imunidade provisória por um período de 3 a 6 meses após a administração. É constituída por mais de 100.000 UI de anti-HBs; sendo produzida a partir de plasma de indivíduos que desenvolvem altos títulos de anti-HBs quando são submetidos à imunização ativa contra a hepatite B. A gravidez e a lactação não são contra-indicações para a utilização da IGHAHB. → Existe maior eficácia na profilaxia pós- exposição quando a imunoglobulina é utilizada dentro das primeiras 24 a 48 horas após o acidente. Não existe benefício comprovado após uma semana da exposição. Medidas relacionadas ao HCV: → Não existe nenhuma medida especifica eficaz para a redução do risco de transmissão do vírus da hepatite C após a exposição ocupacional. → Os estudos não comprovaram benefício profilático com o uso de imunoglobulinas. → Dados atualmente disponíveis sugerem que o interferon só atua efetivamente quando a infecção pelo HCV está estabelecida, parecendo indicar que não atuariam como profilaxia pós-exposição. Acompanhamento clinico- laboratorial após exposição: → O acompanhamento clínico-laboratorial deverá ser realizado para todos os profissionais de saúde acidentados que tenham sido expostos a pacientes-fonte desconhecidos ou pacientes-fonte com infecção pelo HIV e/ou hepatites B e C, independente do uso de quimioprofilaxias ou imunizações. → Reconhecer, diagnosticar e orientar: O surgimento de sintomas e sinais clínicos relacionados a possíveis soroconversões e as complicações relacionadas as contaminações; Anne Karolyne Morato – P4 As toxicidades medicamentosas ou efeitos adversos associados as imunizações, que podem exigir o uso de medicamentos sintomáticos com a finalidade de manter a profilaxia durante a duração prevista; A adesão as profilaxias indicadas, adequando-se, sempre que possível, os medicamentos aos horários compatíveis com as atividades diárias do profissional; Os aspectos psicossociais relacionados ao acidente de trabalho, como a síndrome da desordem pós- traumática com reações de medo, angustia, ansiedade, depressão, e reações somáticas como fadiga, cefaleia, insônia, pesadelos, anorexia e náuseas; A prevenção secundaria das infecções durante o período de acompanhamento através do uso de preservativos durante as relações sexuais. Descrever os cuidados com o meio ambiente para prevenir as doenças infectocontagiosas: → A saúde ambiental está relacionada com as interações entre a saúde humana e as condições do meio ambiente natural e antrópico que determinam, influenciam, condicionam a qualidade de vida individual e coletiva. → A contaminação ambiental por agentes infecciosos constitui um sério problema de saúde pública, sendo necessária investigação epidemiológica para que possam ser tomadas medidas no sentido de reduzir a contaminação ambiental, tendo em vista a melhoria da saúde das pessoas. Estes dados também são importantes para profissionais da área da saúde e principalmente para conscientização quanto à importância da higienização correta das mãos. → As doenças infecciosas são consequências das várias mudanças ambientais, mas possuem associação íntima com o comportamento humano, podendo este atuar como preventivo ou transmissor.
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