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Ou pós-estreptocócica. Principal causa de hematúria na pediatria. Definição: Síndrome caracterizada por: edema, hematúria glomerular, hipertensão arterial; Gravidade relacionada ao grau de comprometimento glomerular; Pode comprometer função renal. Causas: Formação de imunocomplexos – antígenos estreptocócicos fazendo com haja formação do complexo antígeno-anticorpo; Ocorre ativação do complemento, recrutamento de leucócitos e liberação de citocinas; Agentes exógenos: vírus, bactérias, protozoários; Agentes endógenos: LES, Síndrome de Good Pasture; Causa mais comum: GNDA pós estreptocócica. GNDA pós-estreptocócica - definição: Sequela tardia não supurativa de uma estreptococcia; Segunda causa mais comum de hematúria macroscópica na infância (primeiro lugar é a nefropatia por IgA). Epidemiologia: Condições econômicas e de higiene precária influenciam (maiores quadros de infecções); Incomum antes dos 2 anos; Pico de incidência aos 7 anos. Etiologia e patologia: Após infecções pelo Estreptococo B hemolítico; Fatores do hospedeiro podem estar relacionados; Queda da filtração glomerular supressão do sistema renina- angiotensina-aldosterona, gerando edema, hipervolemia e HAS. Anatomia patológica: Microscopia óptica: proliferação de células endoteliais e mesangiais, colapso do lúmen vascular com redução dos espaços de Bowman (pode levar à glomerulonefrite); Na imunofluorescência é possível observar depósitos de complemento e imunoglobulina G em alguns casos. Quadro clínico: Sintomas aparecem após período de latência de 14-21 dias após a infecção; Edema discreto; Hematúria macroscópica; Hipertensão moderada; Alguns casos de oligúria (perda de proteínas, redução de pressão coloidosmótica levando a quadros semelhantes de uma síndrome nefrótica). Complicações mais frequentes: ICC; Edema agudo de pulmão; Encefalopatia hipertensiva (convulsões); Lesão renal aguda. Indicações para internação: Hipertensão sintomática; ICC; Hipercalemia; Convulsões. Achados laboratoriais: Urina I: hematúria micro/macroscópica, com dismorfismo eritrocitário positivo (quer dizer que é hematúria de origem glomerular); Proteinúria de 24 horas < 50 mg/kg/dia; C3 e CH50 diminuídos em 90% dos casos; Sorologias: aumento de anticorpos contra estreptococo. Biópsia renal: Não é realizada na maioria dos casos (maioria dos casos tem bom prognóstico); Útil para identificar lesão renal: necrose tubular aguda; nefrite túbulo intersticial; glomerulonefrite rapidamente progressiva. Indicações para biópsia renal: - Alteração da função renal com evolução para lesão renal aguda; - Hematúria macroscópica por 4 a 6 semanas; - Complemento baixo por mais de 8 semanas; - Associação com proteinúria nefrótica por mais de 4 semanas. Tratamento: Repouso relativo; Restrição hídrica – 400 mL/m2; Dieta pobre em sódio enquanto durar o edema, a oligúria e hipertensão; Se suspeita de infecção estreptocócica prescrever Penicilina Benzatina – 50.000 UI/kg IM. Tratamento das complicações: - Congestão circulatória: Diurético de alça: Furosemida; Diálise peritoneal (bebês menores) ou hemodiálise em casos graves. - Encefalopatia hipertensiva: Vasodilatador: Nitroprussiato de sódio 0,5 a 8 mcg/kg/min; Hipertensão arterial menos grave: bloqueadores do canal de sódio. - Lesão renal aguda. K > 6,5 (hipercalemia): restrição da ingesta de potássio/resina troca (sorcal); K > 6,5 com alteração de ECG: estabilizador de membrana (Cálcio), glicose + insulina, NAHCO3 e beta-2-agonista. Caso, apesar de todas as medidas realizadas, o paciente continue a apresentar congestão circulatória, oligúria e hipercalemia, deve-se fazer diálise. Prognóstico: A maioria dos pacientes apresenta bom prognóstico; Alguns casos cronificam, levando a hipertensão arterial, proteinúria recorrente e Doença Renal Crônica.
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