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Auditoria Contábil

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Curso de Pós-graduação a Distância 
 
 
 
 
 
 
Auditoria 
Contábil 
 
 
 
 
 
Autores: 
Fortunato Lopes Bennett 
Lucélia da Costa Nogueira Tashima 
 
 
 
 
Universidade Católica Dom Bosco Virtual 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
 
 
 
 
 
 
2 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
Objetivo Geral 
Conhecer os campos de atuação da Auditoria e da Auditoria contábil e 
tributária, suas normas e procedimentos, assim como suas aplicações, os objetivos 
dos exames auditoriais e o resultado do trabalho. 
SUMÁRIO 
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA AUDITORIA .................................. 05 
1.1 Origem da Auditoria ............................................................................................ 05 
1.2 Conceito de Auditoria .......................................................................................... 07 
1.3 Auditoria Interna .................................................................................................. 15 
1.4 Auditoria Externa ................................................................................................ 22 
 
UNIDADE 2 – MODALIDADES, TIPOS E INDEPENDÊNCIA DO AUDITOR .......... 26 
2.1 Modalidades de Auditoria ................................................................................... 26 
2.2 Auditoria Governamental .................................................................................... 30 
2.3 Independência da Auditoria ................................................................................ 32 
 
UNIDADE 3 – CONTROLE INTERNO ..................................................................... 36 
 
UNIDADE 4 - PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA ................................................. 44 
4.1 As afirmações nos Procedimentos de Auditoria.................................................. 46 
 
UNIDADE 5 – PLANEJAMENTO ............................................................................. 51 
5.1 Conceito de Planejamento .................................................................................. 51 
5.2 Definição de Campo, Âmbito e Subáreas para a Auditoria e Subáreas para a 
Auditoria .................................................................................................................... 56 
 
UNIDADE 6 – PAPÉIS DE TRABALHO .................................................................. 59 
6.1 Conceitos ........................................................................................................... 59 
6.2 Forma e conteúdo dos Papéis de Trabalho ........................................................ 60 
6.3 Classificação dos Papéis de Trabalho ................................................................ 61 
6.4 Tipos de Papéis de Trabalho .............................................................................. 63 
6.5 Codificação dos Papéis de Trabalho .................................................................. 64 
 
UNIDADE 7 – AUDITORIA TRIBUTÁRIA ................................................................ 70 
 
3 
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7.1 Prestadores de Serviços ..................................................................................... 70 
7.2 Comércio de Mercadorias ................................................................................... 84 
7.3 Indústria .............................................................................................................. 97 
 
REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 109 
 
4 
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INTRODUÇÃO 
 
 Algumas entidades, por determinação legal, têm o dever de prestar contas 
de sua gestão administrativa e financeira à sociedade. A forma pela qual essas 
organizações se comunicam com o público, em geral, ocorre por meio das 
Demonstrações Financeiras ou Contábeis. 
O reflexo do trabalho desenvolvido pelo administrador será evidenciado 
nesses demonstrativos, que serão postos à disposição dos usuários envolvidos ou 
não, no processo decisório. 
É evidente que cada usuário possui interesse direto na regular aplicação do 
capital, e esses interesses podem coincidir ou divergir em relação às decisões 
tomadas e aos consequentes dados apresentados. 
Valendo-se de normas e padrões de natureza técnica e ética, claramente 
determinados, a auditoria independente torna-se elemento fundamental no sistema 
de informações, medição de desempenho e prestação de contas da administração. 
Nesse contexto, o auditor desenvolve o seu trabalho por meio do estudo e 
da avaliação sistemática de transações, procedimentos, operações e das 
demonstrações financeiras resultantes, tendo por finalidade determinar o grau de 
observância dos critérios estabelecidos e emitir um parecer sobre o assunto. 
 
 
5 
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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA AUDITORIA 
 
1.1 Origem da Auditoria 
 
O surgimento da Auditoria está ligado à Contabilidade. Essa surgiu para 
controlar o patrimônio das empresas mediante os registros, interpretando os fatos 
ocorridos, com a finalidade de fornecer informações sobre a gestão patrimonial. 
A Auditoria surgiu como consequência da necessidade de confirmação dos 
registros contábeis devido ao aparecimento das grandes empresas e da taxação do 
imposto de renda, em resultados apurados em balanços (CREPALDI, 2019) 
Na antiguidade, exatamente, na Civilização Suméria, já existiam relatos da 
atividade auditorial (MOTTA, 2010 p. 17). Em 1285, na Inglaterra, no reinado de 
Eduardo I, evidenciou-se esta prática como também o uso, pela primeira vez, do 
termo auditor para designar aquele que realiza o exame de contas públicas e servia 
como testemunha para levar a punição aos possíveis infratores. 
A evolução da auditoria se deu com o desenvolvimento econômico dos 
países, devido ao crescimento das empresas e da expansão das atividades 
produtoras, ocasionando crescente complexidade na administração dos negócios e 
de práticas financeiras. 
A aplicação do capital investido de forma correta e o retorno do 
investimento foram uma das preocupações que exigiram a opinião de alguém para 
confirmar de forma independente a qualidade e necessidade das informações 
prestadas, dando ensejo ao aparecimento do auditor. 
A auditoria chegou ao Brasil quando empresas multinacionais aqui se 
instalaram (ATTIE, 2018, p.29). Várias empresas decidiram investir capitais no país, 
expandindo os negócios, consequentemente, as empresas de auditoria foram 
abrindo escritórios no Brasil, divulgando técnicas e a cultura da Auditoria. 
O poder público foi de fundamental participação na difusão da Auditoria no 
Brasil através das diversas leis que obrigaram a existência da Auditoria e da figura 
do Auditor Independente, conforme trata a NBC TA 200, cujo texto legal trata e 
torna obrigatória esta prática. 
Foi de grande importância para a profissão de auditor o poder público, pois, 
foi este quem criou normas que regulamentam o termo Auditor. Dispõe sobre o 
registro e exercícios da atividade de Auditoria Independente, definindo os deveres e 
 
6 
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as responsabilidades dos administradores das entidades auditadas no 
relacionamento com os auditores independentes. 
O Conselho Federal de Contabilidade em regime aberto com o Instituto 
Brasileiro de Contadores, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Banco 
Central do Brasil e a Superintendência de Seguros Privados aprovaram várias 
normas que aprimoram a evolução e a crescente importância da auditoria, tais 
como: a NBC Independência, Sigilo Auditor Independente; NBC TA 200 - Objetivos 
Gerais do Auditor Independente. 
No Brasil, a legislação é muito presente no desenvolvimento de todas as 
áreas de atividade, não sendo diferente com a Auditoria. A Lei 4.728/65 em seu 
artigo 20, constitui a primeira norma legal dotermo Auditoria e a pessoa do auditor. 
A nossa história é rica em exemplos, citamos alguns (Jornal do CRC-MS Edição 
37): 
• Banco Central do Brasil, Resolução 39/1966, estabelece a 
obrigatoriedade da Auditoria nas Bolsas de Valores e do uso de 
serviços de Auditoria pelos Bancos de Investimentos e 
Desenvolvimento; 
• Decreto nº 199/1967, estabelece a obrigatoriedade da Auditoria 
Externa nas contas das entidades de administração indireta; 
• Decreto nº 67.090/1970 estabelece normas e fixa procedimentos de 
Auditoria a serem aplicados na administração Direta Federal; 
• Resolução 220/1972 cria a obrigatoriedade de Auditoria Externa para 
as empresas obrigadas ao Registro no BACEN; 
• Lei 6.385/1976 cria a Comissão de Valores Mobiliários e determina 
que esta proceda ao registro, à fiscalização e à responsabilidade 
Civil dos Auditores, que irão atuar em companhias abertas e demais 
sociedades do mercado acionário; 
• Lei 6.404/76 estabelece a obrigatoriedade da Auditoria Independente 
para as Companhias Abertas e para os grupos de sociedades 
compostas por uma ou mais companhias abertas; 
• Decreto Lei 2536/1998 que traz exigência legal visando Auditoria 
Externa do Terceiro Setor, as entidades sem fins lucrativos, visando 
normas de desenvolvimentos das políticas sociais. 
 
7 
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1.2 Conceito de Auditoria 
 
De acordo com Longo (2014), a separação entre a propriedade e a gestão 
levou a exigências de prestação de contas por parte dos gestores. Os acionistas 
pretendem informação sobre o desempenho do seu investimento, mas a informação 
financeira disponível e básica apresenta-se insuficiente na sua preparação. 
Brealey (2013) e Damodaran (2012), embora reconheçam que a separação 
da propriedade da gestão traz vantagens claras, dizem também que gera conflitos 
entre o principal (acionistas) e o agente (gestor) quando os objetivos são diferentes 
e, como consequência, cria custos para a governança. Estes conflitos seriam fáceis 
de resolver se todos tivessem a mesma informação, mas consideram que isso é 
raro pois gestores, acionistas e credores podem ter informação diferente sobre o 
valor real dos ativos e essa sensação de custo x investimento pode perdurar por 
anos. 
Damodaran (2012), argumenta que os administradores frequentemente 
falham no seu papel, que é proteger os interesses dos acionistas, pois se apropriam 
de direitos dos investidores externos em troca de ativos para direcionar a empresa 
por caminhos que nem sempre a prática da governança isenta a empresa de 
grandes riscos operacionais. 
Para Brealey (2013), o gestor financeiro precisa reconhecer as assimetrias 
de informação e encontrar caminhos para que os investidores entendam que não 
existem surpresas desagradáveis pela frente, ou melhor, que o risco seja razoável 
para as condições contratadas inicialmente. Neste quadro (risco x investimento), o 
auditor externo desempenha um papel preponderante na credibilização e 
viabilização dessa informação, agindo de modo independente aos interesses das 
partes, sem influências de qualquer que seja o tipo e natureza. 
Segundo Gramling (2012), o mercado de capitais depende da precisão, 
confiança e realidade dos dados que retratam a natureza econômica dos negócios 
da empresa que, por sua vez, fornecem uma base para avaliar o progresso atual 
numa perspectiva de longo prazo. Se o mercado não receber dados corretos, os 
investidores perdem a confiança do sistema, tomam decisões erradas e podem 
perder dinheiro. A governança entende que os auditores são chamados a fazer 
julgamentos profissionais que melhor refletem a situação real das operações e dos 
resultados das sociedades. Além disso, referem que as empresas de auditoria 
 
8 
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precisam cada vez mais de profissionais que fazem julgamentos profissionais 
consistentes sobre uma larga variedade de empresas, países e tipo de negócios. 
Segundo a ISA 200 a finalidade do trabalho do auditor é aumentar o grau de 
confiança dos destinatários das DF, conseguida pela expressão de uma opinião do 
auditor sobre se as DF´s estão preparadas, em todos os aspectos materiais, de 
acordo com um referencial de relato financeiro aplicável. Contudo, vários 
escândalos financeiros confrontaram algumas empresas dos membros da IFAC, 
incluindo os EUA e alguns países da UE, com destaque para os casos da Enron, 
WorldCom, Parmalat e Petrobrás, abrindo questionamentos pela literatura diversa 
sobre a independência e o papel do auditor à luz das normas internacionais sobre a 
profissão, embora com menor profundidade relativamente às especificidades de 
cada país. 
Estes escândalos, nos EUA, em 2002, e aqui no Brasíl em 2009 por meio 
da Investigação “Lava-Jato1”, deram origem à revisão profunda e importante das 
normas sobre a profissão, designadas por Sarbanes-Oxley Act, IBRACON, 
Conselhos Federais e órgãos Reguladores. 
O silêncio dos auditores quanto aos eventos anteriores à recente crise 
financeira também deu origem a questionamentos sobre o valor real das empresas 
de auditoria, a qualidade do trabalho de auditoria, os incentivos econômicos para 
uma boa auditoria e conhecimentos básicos dos auditores (SIKKA, 2012). A 
preocupação de que a gestão de resultados está corroendo a qualidade da 
informação financeira levou também a AFAC e outros a questionarem o papel do 
auditor externo (HENINGER, 2012). 
No exercício das suas funções, “o auditor está sujeito a requisitos éticos 
relevantes, incluindo os que dizem respeito à independência, em relação aos 
trabalhos de auditoria às DF” (IFAC, 2010, p. 95). Boynton e Johnson (2006) 
referem-se à existência de 10 General Accepted Auditing Standard (GAAS) que 
devem orientar o auditor no exercício da sua profissão, que incluem a 
independência da mente. Referem-se, ainda, a seis princípios éticos mantidos nos 
códigos de conduta, nomeadamente responsabilidade, interesse público, 
integridade, objetividade e independência, zelo e âmbito e natureza do serviço. 
 
1 Operação que iniciou em 2009 com a investigação de crimes de lavagem de recursos relacionados 
ao ex-deputado federal José Janene, Alberto Youssef e Carlos Habib. Disponível em: 
<http://lavajato.mpf.mp.br/atuacao-na-1a-instancia/investigacao/historico/por-onde-comecou>. 
Acesso em: 05 out. 2021. 
http://lavajato.mpf.mp.br/atuacao-na-1a-instancia/investigacao/historico/por-onde-comecou
 
9 
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A independência dos auditores está associada à liberdade no julgamento 
sobre os fatos em análise e na sua capacidade de formular uma opinião justa e 
isenta. A opinião emitida resulta de decisões do auditor sobre a adequação e 
suficiência da prova e das interpretações dos resultados obtidos dos seus 
procedimentos. Essas decisões podem ser influenciadas negativamente por fatores 
que estão relacionados com ameaças à sua independência. 
Gramling (2012) considera que a independência é o estado da mente que 
pode ser afetado por potenciais ameaças relacionadas com: (1) regime de 
compensações, (2) quem é o cliente; (3) laços familiares com o cliente, (4) pressão 
do tempo para acabar os trabalhos de forma lucrativa; (5) racionalização do 
comportamento em termos de tempo de resposta e avaliação de erros materiais e 
(6) prestação de serviços extra-auditoria. 
Já o autor Corless (2012), apresenta nove potenciais fatores que podem 
influenciar a independência de fato, tais como: quem paga os honorários da 
auditoria; regime de progressão; filosofia do serviço ao cliente; a relutância em 
transmitir más notícias aos outros; laços especiais e/ou de amizade com o cliente; 
expectativas criadas por experiências passadas com o cliente; relação de 
dependência com o cliente no exercício da auditoria; partilha de aspectos pessoais 
com o pessoal do cliente e; contratação do auditor pelo cliente para algum cargo ou 
vaga. 
A últimadécada foi marcada pela reformulação do Código de Ética do IFAC 
(IFAC, 2006) e a criação de sistemas de salvaguardas que atenuem ou eliminem as 
ameaças à independência dos auditores com consequência na legislação de 
diversos países, incluindo em muitos membros da União Europeia. 
Em 2003, a Comissão Europeia reconhecia a divergência das normas dos 
países sobre o conceito e alcance da independência, fato que tem repercussões no 
nível da confiança transmitida aos investidores e restantes stakeholders. A revisão 
da Diretiva 84/253/CEE pela Diretiva 2006/43/CE (conhecida como Oitava Diretiva) 
permitiu estabelecer alguns princípios comuns aos países da União Europeia sobre 
os requisitos da revisão legal de contas, nomeadamente, em matérias de 
independência. Devido à ausência de um órgão de supervisão da profissão em 
Moçambique, estas obrigações surgem por remissão geral às normas internacionais 
e de outros países com associações de revisores já estabelecidos, embora o país 
não seja membro das organizações internacionais de regulamentação da profissão. 
 
10 
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As normas de ética e conduta profissional, inseridas no quadro da 
independência de aparência, fornecem aconselhamento abrangente que promove 
uma maior integridade no mundo das respectivas profissões e, ao fazê-las, 
melhoram a reputação dos seus membros. Apesar da tendência para a 
uniformização de metodologias e procedimentos de auditoria fruto da importância 
crescente das Normais Internacionais de Auditoria do IFAC e do crescimento das 
redes internacionais de empresas de auditoria, as auditorias são executadas por 
pessoas que vivem num determinado país ou organização, com contextos culturais 
variados ou específicos daquele país. Para Cohen (2013), as diferenças culturais 
são importantes para a compreensão das diferenças dos valores éticos, pois 
identificam, de maneira geral, as crenças e normas de comportamento mantidas 
num país. 
 
1.2.1 Aplicações da Auditoria nas Demonstrações Financeiras 
A auditoria das demonstrações financeiras destina-se ao exame e à 
avaliação dos componentes patrimoniais descritos nos relatórios, no que concerne à 
adequação dos registros e procedimentos contábeis, sistemática dos controles 
internos, observância de normas, regulamentos e padrões aplicáveis, bem como à 
aplicação dos princípios fundamentais de contabilidade fundamentados nas 
Resoluções Estrutura Conceitual e Objetivos Gerais do Auditor. 
Os usuários das demonstrações contábeis esperam que o auditor forme sua 
opinião em um período de tempo razoável e a um custo razoável. 
Consequentemente, é impraticável abordar todas as informações eventualmente 
existentes, ou investigar todos os assuntos exaustivamente partindo do pressuposto 
de que as informações são erradas ou fraudulentas até prova em contrário. 
O alcance do trabalho do auditor e a opinião fornecida restringem-se a se 
as demonstrações contábeis são elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de 
acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. Dessa forma, um relatório 
do auditor não modificado não fornece nenhuma segurança sobre a viabilidade 
futura da entidade, nem sobre a eficiência ou eficácia com a qual a administração 
conduziu os negócios da entidade. 
Qualquer extensão dessa responsabilidade de auditoria básica, como a 
exigida por leis locais ou regulamentos do mercado de capitais, exigiria que o 
 
11 
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auditor executasse trabalho adicional, consequentemente modificando ou 
expandindo o seu relatório 
Segundo Dias (2015), a auditoria oferece proteção ao patrimônio dando 
mais segurança e garantia aos administradores, proprietários, fisco e financiadores 
do patrimônio, abrangendo os seguintes aspectos: 
• Sob o aspecto administrativo: contribui para a redução de ineficiência, 
negligência, incapacidade de empregados e administradores; 
• Sob o aspecto patrimonial: possibilita melhor controle dos bens, direitos 
que constituem o patrimônio; 
• Sob o aspecto fiscal: é fator de maior cumprimento das obrigações 
fiscais, resguardando: o patrimônio, contra multas; o proprietário, contra 
penalidades decorrentes da lei de sonegação fiscal; e o fisco, contra 
sonegação de impostos; 
• Sob o aspecto técnico: contribui a adequada utilização das contas, mais 
eficiência dos serviços contábeis, maior precisão das informações e a 
garantia de que a escrituração e as demonstrações contábeis foram 
elaboradas de acordo com os princípios e normas da Contabilidade; 
• Sob o aspecto financeiro: resguarda créditos de terceiros – 
fornecedores e financiadores – contra possíveis fraudes e dilapidações do 
patrimônio, permitindo maior controle dos recursos para fazer face a esses 
compromissos; 
• Sob aspecto econômico: assegura maior exatidão dos custos e 
veracidade dos resultados, na defesa do interesse dos investidores e titulares 
do patrimônio; 
• Sob o aspecto ético: examina a moralidade do ato praticado, pois o 
registro poderá estar tecnicamente elaborado e o fato legalmente 
comprovado, porém o ato da administração poderá ser moralmente 
indefensável, cabendo à auditoria apontá-lo para julgamento dos titulares do 
patrimônio ou de seus credores. 
Os exames de auditoria obedecem às normas de auditoria e incluem 
procedimentos de comprovação dos dados em estudo, caracterizados por uma 
atitude de reflexão competente e independente dentro dos padrões éticos da 
legislação: 
 
 
12 
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Figura 1 – Atitude do Auditor 
 
Fonte: CFC (2012) 
 
O principal objetivo da auditoria das demonstrações financeiras “é aumentar 
o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários” (NBC TA 
200). Ainda conforme a mesma norma, tal objetivo é alcançado mediante a 
expressão de uma opinião pelo auditor sobre tais demonstrações e como foram 
elaboradas, em todos os aspectos relevantes. 
Segundo a NBC TA 200, item 11, ao conduzir seus trabalhos de auditoria 
das demonstrações contábeis, os objetivos gerais de tal auditor são: 
 
[…] obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis 
como um todo estão livres de distorção relevante, 
independentemente se causadas por fraude ou erro, possibilitando, 
assim, que o auditor expresse sua opinião sobre se as 
demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos 
relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro 
aplicável; e (b) apresentar relatório sobre as demonstrações 
contábeis e comunicar-se como exigido pelas NBC TAs, em 
conformidade com as constatações do auditor. 
 
De modo geral, as demonstrações financeiras devem ser preparadas de 
forma clara e precisa aos fatos decorrentes de sua operação. Os termos em que 
foram adquiridos seus direitos, obrigações e resultados das operações realizadas 
no período exato, incluindo ainda os critérios e procedimentos contábeis adotados 
em sua elaboração e segundo os princípios de contabilidade. 
Os procedimentos aplicados no exame das demonstrações financeiras são 
descritos por Longo (2014, p. 66): 
 
A juízo do auditor, permite uma conclusão quanto à razoabilidade 
das operações e aos seus reflexos nas demonstrações financeiras. 
 
13 
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Os procedimentos aplicados em uma auditoria e a extensão de sua 
aplicação são determinados pelo julgamento do auditor que deve 
considerar a natureza e os problemas da empresa e observar a 
qualidade e eficiência de seus procedimentos contábeis e seus 
controles internos. 
 
Todos esses assuntos tratados no sistema de controle de qualidade dos 
trabalhos do auditor refletem nas DFs com o objetivo de assegurar o cumprimento 
das exigências éticas e as NBC TAs: 
 
NBC PA 01.11 NBC PA 220.6 
O objetivo da firma é estabelecer e 
manter um sistema de controle de 
qualidade para obter segurança razoável 
que: 
(a) a firmae seu pessoal cumprem as 
normas técnicas e as exigências 
regulatórias e legais aplicáveis; e 
(b) os relatórios sobre demonstrações 
contábeis e demais relatórios emitidos 
pela firma e pelos sócios encarregados 
do trabalho são apropriados nas 
circunstâncias. 
O objetivo do auditor é implementar 
procedimentos de controle de qualidade 
no nível do trabalho que forneçam ao 
auditor segurança razoável de que: 
(a) a auditoria está de acordo com as 
normas profissionais e técnicas e 
exigências legais e regulatórias 
aplicáveis; e 
(b) os relatórios emitidos pelo auditor 
são apropriados nas circunstâncias. 
 
Portanto, a análise do trabalho de auditoria é objetiva e técnica, visto que a 
própria norma emite os parâmetros de mensuração e julgamento necessários para 
realização do trabalho final dos profissionais. 
NBC TAs exigem que o auditor obtenha segurança razoável de que as 
demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorção relevante, 
independentemente se causadas por fraude ou erro. É importante destacar que a 
profissão exige, além das normas de auditoria, a obediência aos princípios 
profissionais que fundamentalmente se apoiam em: 
• Independência: condição primordial ao trabalho do auditor para o 
julgamento necessário e emissão de sua opinião, inclusive os descritos 
segundo os Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da 
Auditoria em Conformidade com as Normas de Auditoria NBC TA 200 item 
51. 
 
14 
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• Integridade em todos os compromissos que envolvam a empresa 
auditada, o público em geral, a entidade de classe à qual pertença, 
respeitando a ética e a moral que coloque em risco os objetivos do trabalho. 
• Eficiência na emissão de seu parecer sendo redigido com objetividade e 
clareza, em qualquer circunstância, em condições favoráveis ou não, 
apresentando as razões que motivaram a sua conclusão. 
• Confidencialidade é indispensável à atividade da auditoria em razão das 
informações fornecidas pela entidade em decorrência do trabalho realizado. 
As informações decorrentes do trabalho realizado pelo auditor somente 
poderão ser dadas a terceiros em razão de determinação legal ou 
autorização judicial, ou ainda, por determinação formalmente expressa pela 
entidade auditada. 
Além dos pressupostos acima apresentados, a elaboração das D.F envolve 
o julgamento da administração na aplicação da estrutura de relatório financeiro 
aplicável, e decisões ou avaliações subjetivas (tais como estimativas) da 
administração envolvendo uma gama de interpretações ou julgamentos aceitáveis. 
O auditor tem a descrição de suas responsabilidades bem pontuadas na 
NBC TA 240 – “Responsabilidade do Auditor em Relação à Fraude, no Contexto da 
Auditoria de Demonstrações Contábeis”, elaborada de acordo com a sua 
equivalente internacional ISA 240. 
Quanto ao nível de dependência do profissional que atua como Auditor e a 
empresa na qual ele irá desenvolver tais serviços, existem duas classes 
fundamentais de auditoria que descreveremos a seguir: Auditoria Interna e Auditoria 
Externa. 
 
Exercício 1 
 
1. Analise os enunciados a seguir. 
I. A auditoria chegou ao Brasil quando empresas multinacionais aqui se instalaram 
decidiram investir capitais no país, expandindo os negócios. 
II. O poder público foi de fundamental participação na difusão da Auditoria no Brasil 
através das diversas leis que obrigaram a existência da Auditoria e da figura do 
Auditor Independente. 
a) Apenas o enunciado I está correto. 
b) Apenas o enunciado II está correto. 
 
15 
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c) Os dois enunciados estão corretos. 
d) Nenhum enunciado está correto. 
 
2. Auditoria é conceituada em: 
a) Separação entre a propriedade e a gestão levou a exigências de prestação de 
contas por parte dos gestores. 
b) Conflito de informação entre acionistas e gestores. 
c) Grau de confiabilidade por meio de relato financeiro. 
 
3. A independência do auditor está associada à: 
a) pressão do tempo para acabar os trabalhos de forma lucrativa. 
b) racionalização do comportamento em termos de tempo de resposta e avaliação 
de erros materiais. 
c) imparcialidade nas análises e interpretações dos resultados obtidos. 
 
4. Os exames de auditoria obedecem às normas de auditoria e incluem 
procedimentos de comprovação dos dados em estudo, caracterizados por 
uma atitude de reflexão competente e independente dentro dos padrões éticos 
da legislação, entre eles: 
a) Ética e dependência. 
b) Documentação e monitoramento contínuo. 
c) Execução do trabalho de acordo com o pedido do cliente. 
 
 
1.3 Auditoria Interna 
Auditoria interna pode ser conceituada como um controle gerencial ou 
ainda, vinculada ao controle interno, que funciona por meio de medição e avaliação 
da eficiência de outros controles. Sendo entendida como uma atividade de 
assessoramento à administração quanto ao desempenho das atribuições definidas 
para a área da empresa, mediante as diretrizes políticas e objetivos por aquela 
determinada. 
As atividades de controle são planejadas para assegurar o cumprimento 
das políticas e dos procedimentos da firma. Uma maneira possível de desenhar, 
implementar e monitorar o controle de qualidade é seguir o processo PIVA 
(Planejar-Implementar-Verificar-Agir), conforme orientação do IFAC (2010). Cada 
um dos elementos está descrito a seguir: 
 
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Quadro 1 - Processo de Controle e Monitoramento 
 
Etapas Descrição 
PLANEJAR 
Estabelecer os objetivos e os processos de controle de 
qualidade necessários para obter os resultados 
requeridos. 
IMPLEMENTAR 
Implementar os novos processos, frequentemente em 
pequena escala, se possível. 
VERIFICAR 
Mensurar os efeitos dos novos processos, e comparar os 
resultados com os resultados esperados para apurar 
quaisquer diferenças. 
AGIR 
Analisar as diferenças para determinar sua causa. Cada 
uma será parte de uma ou mais etapas do PIVA. 
Determinar onde aplicar mudanças que incluem melhoria. 
Fonte: Adaptado de IFAC (2010) 
 
 
Por exemplo, um objetivo da firma pode ser não liberar o relatório de 
auditoria até que todas as indagações e todos os itens pendentes tenham sido 
esclarecidos. A política requerida é que o relatório do trabalho final não pode ser 
liberado, arquivado ou de outra forma distribuído até que certas aprovações 
especificadas tenham sido obtidas. 
A implementação da política pode ser controlada por meio de um processo 
de liberação final em que uma pessoa verifica que todas as aprovações foram 
realmente obtidas e documentadas. A eficácia da política pode ser verificada por 
inspeções periódicas das ratificações das aprovações. No caso de serem 
identificados desvios, seriam investigadas as razões e consideradas as medidas 
apropriadas, como medida disciplinar, treinamento ou mudanças na política. 
Atividades de controle para tratar todas as políticas e todos os 
procedimentos não seriam possíveis ou eficazes em termos de custo. As firmas 
devem usar julgamento profissional e sua avaliação de riscos para determinar que 
controles precisam ser implementados. 
Segundo IFAC (2010), as atividades de controle podem ser consideradas 
para: 
• todas as políticas e todos os procedimentos documentados no guia de 
controle de qualidade da firma; 
• políticas de fluxo de trabalho do escritório; 
• políticas e procedimentos operacionais; e 
 
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• outras políticas e procedimentos relacionados com pessoal. 
O alcance do planejamento de atividades de controle abordaria todos os 
requisitos de controle de qualidade, éticos e de independência e o cumprimento das 
NBC TAs de auditoria relevantes para a auditoria. 
 
Figura 2 - Alcance das possíveis atividades de Controle 
 
Fonte: IFAC (2010, p. 57) 
 
 
Um elemento importante do sistema de controle é o monitoramentode sua 
adequação e efetividade operacional. Isso pode ser feito por meio de uma revisão 
independente da efetividade operacional das políticas/dos procedimentos em nível 
de firma e em nível de trabalho e da inspeção de arquivos de trabalho concluídos. 
Um processo de monitoramento eficaz ajuda a desenvolver uma cultura de 
aperfeiçoamento contínuo, em que sócios e equipe estão comprometidos com 
trabalho de qualidade e são recompensados por melhorar o desempenho. 
O processo de monitoramento de uma firma pode ser dividido em duas 
partes, como segue: 
 
• Monitoramento contínuo (que não as inspeções de arquivo cíclicas). A 
contínua (sugerir anual) consideração e avaliação do sistema de controle de 
qualidade da firma ajudam a assegurar que as políticas e os procedimentos 
existentes sejam relevantes, adequados e operem de maneira eficaz. Quando 
realizado e documentado anualmente, esse monitoramento suportará o requisito de 
 
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comunicação com a equipe a cada ano sobre os planos da firma para melhorar a 
qualidade do trabalho. Esse alcance de monitoramento contínuo trata cada um dos 
elementos do controle de qualidade, e inclui uma avaliação de: 
– se o guia de controle de qualidade da firma foi atualizado em 
decorrência de novos requisitos e acontecimentos; 
– se aqueles aos quais foram atribuídas responsabilidades de controle 
de qualidade na firma (se houver) realmente desempenharam seus 
papéis; 
– se foram obtidas confirmações por escrito (por sócios e pela equipe) 
para assegurar o cumprimento de cada pessoa das políticas e dos 
procedimentos da firma relacionados com independência e ética; 
– se existe desenvolvimento profissional contínuo para sócios e 
equipe; 
– se as decisões relacionadas com aceitação e continuação de 
clientes e trabalhos específicos estão em conformidade com as 
políticas e os procedimentos da firma; 
– se o código de ética foi seguido; 
– se pessoas adequadamente qualificadas foram designadas como 
revisores do controle de qualidade dos trabalhos e essas revisões 
foram concluídas antes de o relatório de auditoria ser datado; 
– se as deficiências identificadas foram comunicadas ao pessoal 
adequado; e 
– se foi feito acompanhamento apropriado para assegurar que as 
deficiências de qualidade identificadas foram tratadas 
tempestivamente. 
• Inspeções cíclicas de arquivos concluídos. A contínua consideração e 
avaliação do sistema de controle de qualidade da firma inclui uma inspeção cíclica 
de, pelo menos, um arquivo de trabalho concluído para cada sócio. Isso é 
necessário para assegurar o cumprimento dos requisitos profissionais/legais e que 
os relatórios de asseguração que estão sendo emitidos são apropriados nas 
circunstâncias. Inspeções cíclicas ajudam a identificar deficiências e necessidades 
de treinamento e permitem à firma fazer as mudanças necessárias 
tempestivamente. 
 
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Depois de concluir a revisão, o monitor prepararia um relatório que, após 
discussão com os sócios, seria comunicado a todos os gerentes e integrantes da 
equipe em conjunto com as medidas a serem tomadas. 
Os auditores internos são responsáveis por fornecer à administração da 
empresa dados sobre a adequação e efetividade do sistema de controle interno e a 
qualidade do desempenho da organização. Através de suas atividades de trabalho, 
a auditoria interna serve à administração como meio de verificação de que todos os 
processos internos definidos pela companhia, como os sistemas contábeis e de 
controle interno, estão sendo efetivamente seguidos e se as transações estão 
contabilmente em concordância com os critérios previamente definidos. 
A causa do surgimento da auditoria interna se deu devido à expansão dos 
negócios da empresa, sentindo necessidade de dar mais vida às normas internas, 
devido ao fato de que o administrador ou proprietário da empresa não poderia 
supervisionar todas as atividades. Entretanto de nada valeria a implantação de 
procedimentos internos sem que houvesse um acompanhamento, no sentido de 
verificar se esses estavam sendo seguidos pelos empregados. Portanto, o auditor 
interno surgiu como uma extensão profissional da auditoria externa. O auditor 
interno é um empregado da empresa e, dentro de uma organização, ele não deve 
estar subordinado àqueles cujo trabalho examina. 
A figura a seguir mostra exatamente a posição do auditor interno dentro da 
organização. 
 
Figura 3 - Posição do Auditor na Organização 
 
 
Fonte: Adaptado de Almeida, 2003. 
 
 
Vale ressaltar que o Controle Interno é algo que pode ser confundido com a 
Auditoria Interna. O Comitê de Procedimentos de Auditoria do Instituto Americano 
de Contadores Públicos Certificados - AICPA afirma: 
Presidência 
Diretoria Técnica Diretoria Financeira Diretoria Administrativa 
Assessoria de Auditoria 
Interna 
 
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O controle interno compreende o plano de organização e o conjunto 
coordenado dos métodos e medidas, adotadas pela empresa, para 
proteger seu patrimônio, verificar a exatidão e a fidedignidade de 
seus dados contábeis, promover a eficiência operacional e 
encorajar a adesão à política traçada pela administração (2009). 
 
 
O controle tem relevância somente quando é concedido para garantir o 
cumprimento de um objetivo definido. Podendo ser observada a existência de vários 
fatores que necessitam ser claros e objetivamente expostos, segundo (ATTIE, 2018, 
p.111), é necessário que se tenha: 
 
Figura 4 – Auditoria Interna 
 
Fonte: Elaboração própria 
 
A avaliação do sistema de Controle Interno é realizada através das normas 
de auditoria geralmente aceitas, referentes ao trabalho no campo, que estabelecem 
que o auditor deve avaliar o sistema de controle interno da empresa auditada, a fim 
de determinar a natureza, época e extensão dos procedimentos de auditoria, o 
próprio IFAC (2010) faz a indicação das normas relevantes para o desenvolvimento 
do trabalho profissional: 
 
 
 
 
 
 
Eficiência 
Operacional 
 
 
Exatidão e 
Fidedignidade 
 
 
Proteção do 
Patrimônio 
 
 
Métodos e 
Medidas 
 
Plano de 
Organização 
 
 
CONTROLE 
INTERNO 
 
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Quadro 2 - Cumprimento das NBC TAs Relevantes 
 
Item Trechos Relevantes das NBC TAs 
NBC TA 200.18 
O auditor deve observar todas as NBC TAs relevantes para a 
auditoria. Uma NBC TA é relevante para a auditoria quando ela 
está em vigor e as circunstâncias tratadas nela existem na 
situação específica (ver itens A53 a A57). 
NBC TA 200.22 
Observado o disposto no item 23, o auditor deve cumprir com 
cada exigência de uma NBC TA, a menos que, nas circunstâncias 
da auditoria: (a) a NBC TA inteira não seja relevante; ou (b) a 
exigência não seja relevante por ser condicional e a condição não 
existir (ver itens A74 e A75). 
NBA TA 200.23 
Em circunstâncias excepcionais, o auditor pode julgar necessário 
não considerar uma exigência relevante em uma NBC TA. Em 
tais circunstâncias, o auditor deve executar procedimentos de 
auditoria alternativos para cumprir o objetivo dessa exigência. 
Espera-se que a necessidade de o auditor não considerar uma 
exigência relevante surja apenas quando a exigência for a 
execução de um procedimento específico, e, nas circunstâncias 
específicas da auditoria, esse procedimento seria ineficaz no 
cumprimento do objetivo da exigência (ver item A74). 
NBC TA 230.12 
Se, em circunstâncias excepcionais, o auditor julgar necessário 
não atender a um requisito relevante de uma norma, ele deve 
documentar como os procedimentos alternativos de auditoria 
executados cumprem com a finalidade desse requisito e as 
razões para o não atendimento (ver itens A18 e A19). 
Fonte: NBC TAs 200 e 230. 
 
A NBC TA 315, item 12 observa que o auditor deve obter entendimento do 
controle interno relevantepara a auditoria, embora, seja mais provável que a 
maioria dos controles relevantes para a auditoria esteja relacionada com 
demonstrações contábeis, nem todos os controles que se relacionam com as 
demonstrações contábeis são relevantes para a auditoria. É uma questão de 
julgamento profissional do auditor determinar se um controle, individualmente ou em 
combinação com outros, é relevante para a auditoria. 
 
 
Exercício 2 
 
1. Marque a alternativa correta: 
a) Planejar é realizar os novos processos, frequentemente em pequena escala, se 
possível. 
b) Implementar é estabelecer os objetivos e os processos de controle de qualidade 
 
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necessários para obter os resultados requeridos. 
c) Agir é analisar as diferenças para determinar sua causa. Cada uma será parte 
de uma ou mais etapas do PIVA. Determinar onde aplicar mudanças que incluem 
melhoria. 
 
2. São exemplos de atividades de controle, segundo IFAC 2010, EXCETO: 
a) Ausência de procedimentos específicos. 
b) Políticas de fluxo de trabalho do escritório. 
c) Políticas e procedimentos operacionais. 
 
3. São procedimentos relevantes para a auditoria, EXCETO: 
a) Aceitação do cliente. 
b) Implantação do controle interno. 
c) Consulta de uso de especialistas. 
 
 
1.4 Auditoria Externa 
O Conselho Federal de Contabilidade, através da resolução CFC nº 
1.203/2009, que aprovou a NBC TA 200, trata dos procedimentos necessários para 
a realização desse trabalho, que serão tratados com mais detalhe na Unidade 2. 
A auditoria externa é feita por um profissional totalmente independente da 
empresa auditada. O objetivo do auditor externo é emitir uma opinião (chamada 
parecer) sobre as demonstrações financeiras. Conclui-se que a auditoria externa 
não é realizada para detectar fraudes, erros ou para interferir na administração da 
empresa, ou ainda, reorganizar o processo produtivo ou demitir pessoas 
ineficientes. Naturalmente, no decorrer do processo de auditoria, o auditor pode 
encontrar fraudes ou erros, mas o seu objetivo não é este. 
Os principais motivos que levam uma empresa a contratar o auditor externo 
ou independente são, conforme as normas de contabilidade e a IN CVM 12/09: 
• Obrigação legal: As companhias abertas são obrigadas por lei (Lei 
6.404/76); 
• Imposição de bancos para ceder empréstimo (IN CVM 12/09); 
• Imposição estatutária; 
• Imposição dos acionistas minoritários; 
 
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• Para efeito de fusão, incorporação, cisão ou consolidação, conforme 
regulamentação das Leis 6.404/76 e Lei 6.385/76. 
Observe-se que o parecer deve ser emitido por um profissional, o mais 
independente possível, pontos importantes que são ressaltados na NBC PA 2. Um 
banco, por exemplo, para conceder um empréstimo a uma sociedade, quer ter 
segurança de que as demonstrações financeiras apresentadas são confiáveis. O 
banco teria dúvidas caso a opinião fosse emitida por um profissional que tivesse 
vínculos com a empresa. 
 
Quadro 3 – Diferenças entre a Auditoria Externa e a Interna 
 AUDITORIA EXTERNA* AUDITORIA INTERNA 
OBJETIVO 
Opinar sobre as 
demonstrações Financeiras. 
Assessorar a Administração da 
Empresa no efetivo 
desempenho de sua função. 
PROFISSIONAL 
Independente, com 
responsabilidade civil, e 
contratação por período pré-
determinado. 
Relação de dependência com 
responsabilidade Trabalhista. 
EXISTÊNCIA 
Obrigatória em determinadas 
empresas. 
Facultativa. 
A QUEM 
INTERESSA 
Empresas, órgãos 
governamentais, credores e 
investidores em geral. 
Empresas. 
PRODUTO 
FINAL 
Parecer sobre demonstrações 
Financeiras. 
Relatório de recomendações e 
sugestões à administração. 
(*) Obrigatória para entidades reguladas pelo decreto nº 93216/86 
Fonte: Adaptação de Florentino (1998, p. 242/3). 
 
 
Exercício 3 
 
1. Marque a alternativa INCORRETA: 
a) A Auditoria Interna em nível gestão desempenha atividades participando de 
reuniões de diretoria, comitês operacionais-financeiros, grupos envolvidos com 
projetos de qualidade total. 
b) O objetivo da auditoria contábil é identificar a adequação dos registros e 
procedimentos feitos na empresa, a qualidade dos controles internos existentes, a 
observação das normas pertinentes. 
c) A Auditoria da Qualidade é uma avaliação planejada, programada e 
documentada, executada por pessoas independentes da empresa auditada, visando 
a verificar a eficácia de um sistema implantado. 
d) Auditoria Ambiental que examina e analisa os prováveis impactos que as 
 
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empresas possam causar ao meio ambiente. 
 
2. Escolha a alternativa correta segundo os enunciados façam referência à 
auditoria interna ou externa: 
 
2.1 Subordinado apenas à administração da empresa. 
a) Auditoria Interna 
b) Auditoria Externa 
 
2.2 Não tem vínculo empregatício com a entidade. 
a) Auditoria Interna 
b) Auditoria Externa 
 
2.3 Executa auditoria contábil e operacional. 
a) Auditoria Interna 
b) Auditoria Externa 
 
2.4 Verifica a necessidade de novas normas internas. 
a) Auditoria Interna 
b) Auditoria Externa 
 
2.5 Executa apenas a auditoria contábil. 
a) Auditoria Interna 
b) Auditoria Externa 
 
2.6 Maior grau de Independência. 
a) Auditoria Interna 
b) Auditoria Externa 
 
2.7 Seu objetivo é apenas emitir parecer sobre as demonstrações, a 
uniformidade dos dados e posição financeira e patrimonial. 
a) Auditoria Interna 
b) Auditoria Externa 
 
2.8 Verificar se as normas internas estão sendo seguidas. 
a) Auditoria Interna 
 
25 
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b) Auditoria Externa 
 
2.9 Verificar a necessidade de novas normas internas. 
a) Auditoria Interna 
b) Auditoria Externa 
 
 
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UNIDADE 2 – MODALIDADES, TIPOS E INDEPENDÊNCIA DO 
AUDITOR 
 
2.1 Modalidades de Auditoria 
 
Partindo do ponto de vista da capacitação do auditor, seu perfil profissional 
e o treinamento necessário, deverá realizar um trabalho sobre todas as áreas de 
atuação da empresa e dentre elas, as seguintes modalidades de auditoria: 
 
2.1.1 Auditoria Contábil 
 
A administração autoriza a realização da auditoria junto à área contábil com 
o objetivo de identificar a adequação dos registros e procedimentos feitos na 
empresa, a qualidade dos controles internos existentes, a observação das normas e 
regulamentos traçados pela administração, bem como a avaliação da correta 
aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de 
Contabilidade 750/93. Dentro desta área, cabem as seguintes avaliações e exames: 
• Exatidão, fidedignidade, justeza, completabilidade, tempestividade da 
apresentação e da publicação das Demonstrações Contábeis, de qualquer 
relatório formal ou institucional, de natureza orçamentária, financeira, 
contábil ou tributária, conforme a IN 01/2001 da Secretaria de Receita e 
Controle; 
• Fidedignidade, integridade, adequação, confiabilidade e utilidade dos 
registros orçamentários, financeiros, econômicos e contábeis; 
• Correção, eficácia e adequação dos controles da guarda, da divulgação, 
do arquivo, dos meios de consulta e da informatização da documentação 
pertinente à área contábil, bem como das formas de identificação, 
classificação, comunicação e divulgação das respectivas informações; 
• Adequação e eficácia dos controles, registros e meios de proteção dos 
ativos e da comprovação de sua existência real, utilidade, ociosidade e 
economicidade, bem como a comprovação da autenticidade e 
completabilidade dos passivos; 
• Eficiência, eficácia e economicidade na utilização de recursos e na 
administração contábil-financeira e tributária de fundos e programas, 
conforme NBC TA 200; 
 
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• Cumprimento das políticas, procedimentos, normas legais e 
regulamentos, metas e objetivos compreendidos na área auditada,de 
acordo com os procedimentos internos; 
• Exame e avaliação das aplicações de recursos, observando o 
cumprimento de normas legais, institucionais e aspectos contratuais 
pertinentes; 
• Avaliação do alcance dos objetivos das operações financeiras, 
investimentos, imobilizações, obrigações, despesas, receitas, fundos e 
programas, etc.; 
• Exame e avaliação das fontes de recursos, observando os aspectos 
econômicos acerca da tempestividade de sua aplicação; 
• Exame e avaliação da rentabilidade das aplicações e sua contribuição 
na formação do resultado da empresa; 
• Transparência, adequação e tempestividade das informações, 
particularmente em relação aos Princípios Fundamentais de Contabilidade 
(750/93); 
• Emissão de opinião sobre as Demonstrações Contábeis, fundos e 
programas e planos de natureza financeira, instituídos ou administrados 
pela empresa; 
• Assessoramento ao Conselho Fiscal, em matéria compreendida no 
âmbito de sua competência específica e; 
• Acompanhamento dos trabalhos de auditoria independente. 
 
2.1.2 Auditoria Fiscal 
Objetiva o exame e a avaliação de planejamento tributário e a eficiência dos 
procedimentos e controles adotados para a operação, pagamento e recuperação de 
impostos, taxas, e quaisquer outros ônus de natureza fisco-tributária que incidam 
nas operações, e documentos da empresa (SILVA, 2009). 
 
2.1.3 Auditoria Operacional 
O objetivo é assessorar a administração no desempenho efetivo de suas 
funções e responsabilidades, avaliando se a organização, departamento, sistemas, 
funções, operações e programas auditados estão atingindo os objetivos propostos 
com identificação de falhas e irregularidades no sistema operacional. Em 
 
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decorrência desses objetivos, um dos procedimentos utilizados é a elaboração de 
fluxogramas e organogramas para facilitar rápida visualização da distribuição de 
funções e circularização de documentos que possam afetar o controle da 
organização. 
 
2.1.4 Auditoria de Gestão 
É a Auditoria Interna em nível de gestão que desempenha atividades 
participando de reuniões de diretoria, comitês operacionais e financeiros, grupos 
envolvidos com projetos de qualidade total, controles internos, reestruturação de 
funções, etc. Trabalho em nível de planejamento estratégico, tático e no processo 
decisório decorrente da aplicação de sistemas, políticas, critérios e procedimentos. 
 
2.1.5 Auditoria de Sistemas Informatizados 
Sua aplicação está sendo ampliada com o passar dos anos, hoje é quase 
impossível imaginarmos uma entidade sem um banco com sistema de informações. 
Instituições financeiras, indústrias, comércio, serviços, pequenas e médias 
empresas, estatais, órgãos públicos, tudo está estruturado em nível de controles 
sobre os sistemas informatizados. 
Dessa forma, o auditor interno não pode furtar-se à possibilidade de 
examinar, avaliar e ter conhecimento sobre esses sistemas. O auditor interno 
envolve-se no processo de planejamento, desenvolvimento, testes e aplicação dos 
sistemas propostos, preocupando-se com a estrutura lógica, física, ambiental, 
organizacional de controle interno, segurança e proteção de dados. Cabe-lhe 
informar a administração sobre: adequação, eficácia, eficiência e desempenho dos 
sistemas e respectivos procedimentos de segurança em processamento de dados. 
 
2.1.6 Auditoria de Qualidade 
Em decorrência do aumento da competitividade, em função da globalização 
da economia e das exigências de novos mercados, passou-se a conviver 
diariamente com novo conceito em produtos e serviços, chamado de qualidade. As 
normas ISO 9000 definem claramente as exigências que devem ser perseguidas a 
fim de obter a qualidade. O auditor interno, mais uma vez, é chamado a dar sua 
contribuição, assessorando a alta administração. 
 
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A Auditoria da Qualidade é uma avaliação planejada, programada e 
documentada, executada por pessoas independentes da área auditada, visando a 
verificar a eficácia de um sistema implantado, que aliás, são ações que sempre 
foram cobradas pela Administração Pública e que somente agora, seu foco também 
está voltado ao setor privado. 
Os objetivos e padrões preestabelecidos desta atividade servem como 
mecanismos de retroalimentação e aperfeiçoamento do próprio sistema e podem 
ser classificadas em internas e externas. Por exemplo: 
• Auditoria Interna da Qualidade: quando ocorre avaliação do plano 
de desenvolvimento do produto, bastante aplicada nas indústrias, para 
verificar o atendimento dos requisitos do cliente. 
• Auditoria Externa da Qualidade: avaliação de fornecedores de 
matérias-primas. Um exemplo bem claro disso é a aplicação de pedido 
de amostras de produtos nos processos de licitação em órgãos públicos. 
Quanto ao objeto tratado na NBC T 11, a Auditoria de Qualidade classifica-
se em: Auditoria de Sistemas, Auditoria de Processos e Auditoria de Produtos. 
 
2.1.7 Auditoria Ambiental 
Talvez o ramo mais recente da Auditoria Interna seja a Auditoria Ambiental 
– NBC T 15: 
É o ramo da Auditoria Interna que examina e analisa os prováveis 
impactos que as empresas possam causar ao meio ambiente, com 
reflexo direto sobre a imagem delas no mercado e, 
consequentemente, sobre a captação de recursos, sob a forma de 
financiamentos ou lançamento de ações no mercado financeiro. 
 
O trabalho da Auditoria Interna é encaminhar opiniões consistentes, não 
apenas em relação aos custos dos empreendimentos, como também aos riscos 
ambientais previstos com sua implantação e às medidas compensatórias e 
reparadoras a serem tomadas. Um exame de auditoria em atividades que podem 
afetar o meio ambiente deverá considerar a existência de relatório de impacto 
ambiental realizado por profissional competente. É preciso saber como e em que 
medida a utilização predatória dos recursos naturais degrada a qualidade do meio 
ambiente, afeta a vida de uma população ou mesmo o valor de uma propriedade 
próxima às instalações da empresa. 
 
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Os procedimentos da auditoria interna são os exames, incluindo testes de 
observância e testes substantivos - NBC TA 520 – “que permitem ao auditor interno 
obter provas suficientes para fundamentar suas conclusões e recomendações”. 
Os testes de observância visam a obtenção de uma razoável segurança de 
que os controles internos estabelecidos pela administração estão em efetivo 
funcionamento, inclusive quanto ao seu cumprimento pelos funcionários da 
entidade. E os testes substantivos, conforme a referida norma2, “visam a obtenção 
de evidência quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelos 
sistemas de informações da entidade”. 
As informações que fundamentam os resultados da auditoria interna são 
denominadas de “evidências – NBC T 12”, que devem ser suficientes, fidedignas, 
relevantes e úteis, de modo a fornecerem base sólida para as conclusões e as 
recomendações. 
 
2.2 Auditoria Governamental 
 
2.2.1 Conceito 
 
De acordo com a Instrução Normativa n° 1/2001, da Secretaria Federal de 
Controle, a auditoria governamental consiste: 
 
No conjunto de técnicas que visa avaliar a gestão pública, pelos 
processos e resultados gerenciais, e a aplicação de recursos por 
entidade de direito público e privado, mediante a confrontação entre 
uma situação encontrada com um determinado critério técnico, 
operacional ou legal. 
 
A técnica utilizada é uma importante ferramenta de controle do Estado na 
busca da melhor alocação de seus recursos – princípios da economicidade e 
eficiência, não só atuando para corrigir os desperdícios, a “improbidade”, a 
negligência e a omissão, mas também e, “principalmente, antecipando-se a essas 
ocorrências, buscando garantir os resultados pretendidos, além de destacar os 
impactos e benefícios sociais advindos” (ARAÚJO, 2001). 
A auditoria tem porobjetivo garantir resultados operacionais na gerência da 
coisa pública que será exercida por servidores do quadro administrativo dos 
servidores públicos em todas as unidades e entidades públicas federais, 
 
2 NBCTA 520 – Procedimentos Analíticos. 
 
31 
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observando os aspectos relacionados à avaliação dos programas de governo e da 
gestão pública, segundo Carvalho (2007). 
No território brasileiro, a auditoria governamental encontra seu amparo legal 
na Lei n° 4.728 de julho de 1965, que veio “normatizar o funcionamento do mercado 
financeiro e criou a obrigatoriedade” da prática da Auditoria Governamental no 
Brasil, estabelecendo a “comprovação da legalidade das ações pelos órgãos e 
entidades que compõem a administração pública direta e indireta, abrangendo tanto 
a esfera Federal, quanto a Estadual e Municipal”. 
Considera a auditoria governamental uma especialização dentro do campo 
da auditoria, pois apesar de seguir princípios e normas técnicas, apresenta 
peculiaridades na aplicação e sistemática específica (SÁ, 2009, p.44). 
Para Jund (2006, p.648), a finalidade básica da auditoria na gestão pública 
é: 
Comprovar a legalidade e legitimidade dos atos e fatos 
administrativos e avaliar os resultados alcançados, quanto aos 
aspectos de eficiência, eficácia e economicamente da gestão 
orçamentária, financeira, patrimonial, operacional, contábil e finalista 
das unidades e das entidades da administração pública, em todas 
as esferas de governo e níveis de poder, bem como a aplicação de 
recursos públicos por entidades de direito privado, quando 
legalmente autorizadas nesse sentido. 
 
2.2.2 Formas de Execução da Auditoria Governamental 
De acordo com o previsto na IN nº 01/2001, da Secretaria Federal de 
Controle, as auditorias na área governamental são executadas das seguintes 
formas: 
• Direta: para as atividades de auditoria executadas diretamente por 
servidores em exercício nos órgãos e unidades que fazem parte do Sistema 
de Controle Interno do Poder Executivo Federal, sendo subdivididas em: 
➢ Centralizada: desempenhada exclusivamente por servidores em 
exercício nos órgãos centrais ou setoriais do Sistema de Controle 
Interno do Poder Executivo Federal. 
➢ Descentralizada: desempenhada exclusivamente por servidores em 
exercício nas unidades regionais ou setoriais de Controle Interno do 
Poder Executivo Federal. 
➢ Integrada: realizada em conjunto por servidores do quadro ou 
temporários, e/ou empregados públicos em exercício não lotados nos 
órgãos, mas que direta ou indiretamente estão ligados às unidades do 
 
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Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, no 
desempenho das atividades de auditoria em quaisquer instituições da 
Administração Pública Federal ou entidades privadas. 
• Indireta: se relaciona às atividades de auditoria executadas com a 
participação de servidores não lotados nos órgãos e unidades do Sistema de 
Controle Interno do Poder Executivo Federal, no desempenho de atividades 
de auditoria em quaisquer instituições da Administração. Compartilhada, é 
quando é coordenada pelo Sistema de Controle Interno do Poder Executivo 
Federal com o auxílio de órgãos/instituições públicas ou privadas. 
Terceirizada, quando executada por instituições privadas, ou seja, pelas 
denominadas empresas de auditoria externa. 
A administração pública tem sua estrutura político-administrativa em 
qualquer das esferas, ou seja, União, estados, municípios e Distrito Federal, e é 
composta de órgãos como: “administração direta ou centralizada e administração 
indireta ou descentralizada. Orienta-se pelos princípios constitucionais da 
moralidade, publicidade, legalidade, impessoalidade e eficiência”, conforme Artigo 
37 da CF/88. 
Conforme previsto na IN nº 1/2001, a auditoria governamental, classifica-se 
em: 
• Auditoria de Avaliação da Gestão 
• Auditoria de Acompanhamento da Gestão 
• Auditoria Contábil 
• Auditoria Operacional 
• Auditoria Especial 
 
2.3 Independência da Auditoria 
2.3.1 Interna 
Ibraim Lisb (2006), em conceitos e práticas de auditoria, discute que o 
objetivo geral da Auditoria Interna é avaliar e prestar ajuda à alta Administração e 
desenvolver adequadamente suas atribuições, proporcionando-lhes análises, 
recomendações e comentários objetivos, acerca das atividades examinadas. 
Segundo o autor, o auditor interno deve, portanto, preocupar-se com 
qualquer fase das atividades da empresa na qual possa ser de utilidade à 
 
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Administração. Para conseguir o cumprimento deste objetivo geral de serviços à 
administração, é necessário desempenhar atividades, tais como: 
• Revisar e avaliar suficiência dos fatos e aplicabilidade dos controles 
contábeis, financeiros e operacionais. 
• Determinar a extensão do cumprimento das normas e princípios 
geralmente aceitos, dos planos e procedimentos vigentes. 
• Determinar a extensão dos controles internos sobre a existência dos 
ativos da entidade e sua proteção contra todo tipo de perda, 
desgaste desnecessário. 
• Determinar o grau de confiança das informações e dados contábeis 
realizados e publicados e de outra natureza, preparados dentro da 
empresa. 
• Avaliar o desempenho da qualidade na execução de tarefas 
determinantes ao processo de controle interno. 
• Avaliar os riscos estratégicos e operacionais do negócio. 
 
Independência é condição essencial e absoluta para se obter resultados 
positivos nos trabalhos desenvolvidos pela Auditoria Interna, exigindo do 
profissional grande preparo cultural bem como sólida formação moral. 
Esta independência tem dois aspectos principais: 
• A categoria de Auditor Interno é aquela exercida por funcionário da 
empresa em caráter permanente, entretanto esse vínculo não deve limitar a 
independência profissional, pois sua subordinação à administração da 
empresa deve ser apenas sob o aspecto funcional. Por conseguinte, o 
Gerente da área de Auditoria Interna deverá atuar sob as ordens de um 
administrador de grau suficiente dentro da empresa que lhe assegure um 
amplo campo de ação para cumprimento das normas legais e atenção 
adequada aos resultados de suas investigações com julgamento imparcial 
sem tendenciosidade, que é essencial à realização de uma adequada 
auditoria. 
• Nessa função, os Auditores têm por obrigação a avaliação dos controles 
e normas internas, não devem planejar nem implantar e nem revisar e 
avaliar conforme NBC P 3 – Normas Profissionais do Auditor Interno. 
 
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2.3.2 Externa 
Realizada por profissional liberal, auditor independente, sem vínculo de 
emprego com a entidade auditada, que poderá ser contratado a qualquer tempo 
para auditoria permanente ou eventual. 
Para Attie (2018), a independência é condição primordial do trabalho de 
auditoria, para a obtenção dos elementos de prova e exercício de seu julgamento e 
o condicionamento de seus atos. Para o exercício de sua função constitui-se 
elemento restritivo e, portanto, impeditivo de executar o que de fato é necessário. 
Attie (2018), menciona que o auditor deve ser absolutamente independente 
e imparcial na interpretação de tudo que lhe for apresentado, atestando a cada 
dado um pronunciamento conclusivo. A independência necessita orientar o trabalho 
do auditor no sentido da verdade evitando interesses conflitos, vantagens, sendo 
factual em suas afirmações. Attie (2018), afirma que o trabalho do auditor externo 
precisa ser encaminhado com observância às normas de auditoria e aos padrões e 
técnicas aplicáveis ao exercício de sua função, valendo-se, se for o caso, de 
opiniões de outras profissões técnicas quando o momento assim o exigir. 
 
Exercício 4 
 
1. Qual a alternativa que contém formas de Auditoria Governamental, 
conforme previsto na IN 1/2001 da Secretaria Federal de Controle?a) Diretas, Indiretas e simplificada. 
b) Integradas, fiscais e indiretas. 
c) Diretas, descentralizadas e indiretas. 
d) Integrais, parciais e específicas. 
 
2. Indique se a afirmação a seguir é correta ou incorreta: 
“A auditoria de gestão tem por objetivo primordial o de garantir resultados 
operacionais na gerência da coisa pública que será exercida por servidor do quadro 
administrativo em todas as unidades e entidades públicas federais, observando os 
aspectos relacionados à avaliação dos programas de governo e da gestão pública.” 
a) Correta 
b) Incorreta 
 
3. Indique se a afirmação a seguir é correta ou incorreta: “Cabe à auditoria 
Contábil identificar a adequação dos registros e procedimentos, a qualidade dos 
controles internos, a observância das Normas Contábeis e seus regulamentos”. 
 
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a) Correta 
b) Incorreta 
 
4. Cabe ao Auditor desempenhar as seguintes atividades, EXCETO: 
a) Revisar e avaliar a aplicação dos controles contábeis. 
b) Determinar a extensão dos procedimentos vigentes. 
c) Executar os controles sobre a existência dos ativos da empresa e da sua 
proteção contra todo tipo de perda. 
d) Determinar o grau de confiança das informações e dados contábeis. 
 
5. Analise os enunciados a seguir: 
I. Conceitua-se auditoria como uma ciência que controla e administra o patrimônio 
das empresas, por meio de profissionais especializados, salvaguardando o 
patrimônio da empresa ou entidade pública, por meio de exames realizados. 
II. A auditoria tem como objetivo colaborar na elaboração das demonstrações 
contábeis da empresa auditada, emitindo opinião sobre a adequação das 
demonstrações contábeis em relação aos princípios fundamentais de contabilidade. 
III. A finalidade da auditoria governamental é comprovar a legalidade e legitimidade 
dos atos e fatos administrativos quanto aos aspectos referentes à eficácia, 
eficiência e economicidade das unidades e das entidades da administração pública, 
mas exclui as entidades de direito privado, ainda que elas tenham se beneficiado de 
repasse de recursos públicos. 
a) Apenas o enunciado I está correto. 
b) Apenas os enunciados I e II corretos. 
c) Todos os enunciados estão corretos. 
d) Nenhum enunciado está correto. 
 
 
 
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UNIDADE 3 - CONTROLE INTERNO 
 
Em termos técnicos, controle é a função administrativa destinada à 
fiscalização e verificação administrativa que mede e avalia o desempenho, a 
adoção imediata de ação corretiva quando é identificada alguma falha no processo 
controlado. 
As atividades de controle são políticas e procedimentos que direcionam as 
ações individuais, no âmbito organizacional, implementando políticas de gestão de 
riscos, diretamente ou mediante a aplicação de tecnologia, a fim de assegurar que 
as respostas aos riscos sejam executadas. Essas atividades podem ser 
classificadas com base na natureza dos objetivos da administração: riscos de 
estratégia, operação, comunicação e cumprimento de diretrizes. 
Observem na figura abaixo como todas essas atividades de gestão estão 
interligadas e ainda, como é importante o conhecimento da estrutura da empresa 
para a implementação das ações de controle no ambiente organizacional. 
 
Figura 5 – Ambiente Organizacional 
 
Fonte: Price Water House Coopers (2007, p. 7) 
 
Os sistemas de controle são órgãos que fiscalizam as ações da 
administração e o seu funcionamento, sendo classificados em Controle Interno e 
Controle Externo em qualquer ambiente organizacional. 
A NBC TA 315.4 (C) Controle interno é o processo planejado, implementado 
e mantido pelos responsáveis da governança, administração e outros empregados 
para fornecer segurança razoável quanto à realização dos objetivos da entidade no 
que se refere à confiabilidade dos relatórios financeiros, efetividade e eficiência das 
operações e conformidade com leis e regulamentos aplicáveis. O termo “controles” 
 
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refere-se a quaisquer aspectos de um ou mais dos componentes do controle 
interno. 
O controle interno é planejado, implementado e mantido pelos responsáveis 
da governança, administração e outros empregados para tratar os riscos 
identificados de negócio e de fraude que ameaçam a concretização de objetivos 
especificados, como a confiabilidade dos relatórios financeiros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Attie (2018), identifica que o primeiro passo na avaliação do desempenho 
do controle é identificar os riscos que devem ser reduzidos por meio do controle, e o 
segundo passo é identificar quais controles estão sendo utilizados para tratar esses 
riscos. 
O mesmo autor descreve que o controle interno é uma resposta da 
administração que tem a finalidade de reduzir um fator de risco identificado ou 
atingir um objetivo do controle. Existe uma relação direta entre os objetivos de uma 
entidade e o controle interno que ela implementa para assegurar sua concretização. 
Uma vez estabelecidos os objetivos, é possível identificar e avaliar os eventos 
(riscos) em potencial que impediriam a concretização dos objetivos. Com base 
nessas informações, a administração pode desenvolver respostas apropriadas, que 
incluirão o desempenho do controle interno. 
Portanto, os objetivos do controle interno podem ser agrupados em quatro 
categorias amplas, pensamento unânime entre os Autores Attie (2011) e Batista 
(2011): 
• Metas estratégicas de alto nível que sustentam a missão da entidade. 
• Relatórios financeiros (controle interno sobre relatórios financeiros). 
• Operações (controles operacionais). 
• Conformidade com leis e regulamentos. 
 
Ainda segundo os autores acima citados, controles operacionais, como 
programação de produção e de pessoal, controle de qualidade e cumprimento pelos 
ATENÇÃO 
Um controle sempre é planejado para responder a (reduzir) um risco 
possível. Um controle que não trata um risco é obviamente redundante. 
 
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empregados de requisitos de saúde e segurança, normalmente não seriam 
relevantes para a auditoria, exceto quando: 
• as informações produzidas são usadas para desenvolver um procedimento 
analítico; ou 
• as informações são requeridas para divulgação nas demonstrações 
contábeis. 
Por exemplo, se fossem usadas estatísticas de produção como base para 
um procedimento analítico, os controles para assegurar a precisão desses dados 
seriam relevantes. Se a não conformidade com certas leis e regulamentos tem 
efeito direto e relevante sobre as demonstrações contábeis, os controles para 
detectar e comunicar essa não conformidade seriam relevantes. 
O termo “controle interno”, conforme usado na NBC TA 315, abrange mais 
do que atividades de controle, como segregação de funções, autorizações e 
conciliações contábeis, etc. Segundo a norma, o controle interno compreende cinco 
componentes-chave: 
• O ambiente de controle. 
• O processo de avaliação de riscos da entidade. 
• O sistema de informações, incluindo as relativas aos processos de 
negócio, relevantes para relatórios financeiros e comunicação. 
• Atividades de controle relevantes para a auditoria. 
• Monitoramento do controle interno. 
Esses componentes, na extensão que se refiram aos objetivos da entidade 
com relação a relatório financeiro, estão apresentados a seguir: 
 
Figura 6 - Cinco componentes do controle interno 
 
Fonte: Adaptado de Attie (2018) e Batista (2011) 
 
Objetivos da 
entidade em 
relação ao relatório 
financeiro 
 
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A divisão do controle interno nesses cinco componentes fornece uma 
estrutura útil para os auditores entenderem os diferentes aspectos do sistema de 
controle interno de uma entidade. Entretanto, cabe ressaltar que o desenho e a 
implementação do sistema de controle interno irão variar com base no porte e na 
complexidade daentidade. 
As entidades de pequeno porte frequentemente usam meios menos formais 
e processos mais simples para atingirem seus objetivos. Os cinco componentes do 
controle interno podem não ser tão claramente distintos; entretanto, seus objetivos 
subjacentes são igualmente válidos. Por exemplo, um gerente-proprietário pode (e, 
na ausência de pessoal adicional, deve) desempenhar funções que pertencem a 
vários dos componentes do controle interno. 
A terminologia ou as estruturas diferentes das usadas na NBC TA 315 
podem ser usadas para descrever os diversos aspectos do controle interno e seu 
efeito sobre a auditoria, mas todos os cinco componentes devem ser considerados 
na auditoria. A consideração básica do auditor é se, e como, um controle específico 
evita, ou detecta e corrige, distorções relevantes em classes de transações, saldos 
contábeis ou divulgações, e suas afirmações relacionadas. 
Vejamos o que diz a NBC TA 315, item 14 sobre essas questões: 
 
O auditor deve obter entendimento do ambiente de controle. Como 
parte da obtenção desse entendimento, o auditor deve avaliar se: 
(a) a administração, com a supervisão geral dos responsáveis da 
governança, criou e manteve uma cultura de honestidade e conduta 
ética; e 
(b) os pontos fortes no ambiente de controle fornecem coletivamente 
fundamento apropriado para os outros componentes do controle 
interno, e se os outros componentes não são prejudicados por 
deficiências no ambiente de controle. 
 
Segundo Batista (2011, p. 59), “o ambiente de controle é o fundamento para 
o controle interno eficaz, que proporciona disciplina e estrutura para a entidade”. Ele 
determina o tom da organização, influenciando a consciência e o conhecimento do 
seu pessoal sobre controle. O ambiente de controle objetiva abordar as funções de 
governança e administração, além disso, ele descreve as atitudes, a consciência e 
as ações dos responsáveis pela governança e da administração em relação ao 
controle interno da entidade e sua importância na entidade. 
 
 
 
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 Os controles do ambiente interno influenciarão a avaliação pelo auditor da 
eficácia de outras atividades de controle que podem abordar áreas específicas, 
como transações de compra e venda. Por exemplo, se a administração tem uma 
atitude negativa em relação a controle em geral, isso prejudicará a eficácia de 
outros controles (como vendas, por exemplo) independentemente de terem sido 
bem desenhados. 
Os pontos fortes do ambiente de controle podem compensar ou até mesmo 
substituir controles de transações fracos em algumas situações. Entretanto, as 
deficiências do ambiente de controle podem prejudicar e até anular o bom desenho 
de outros componentes do controle interno. Por exemplo, se não existe uma cultura 
de honestidade e conduta ética, o auditor teria de considerar cuidadosamente que 
tipos de procedimentos de auditoria (adicionais) seriam eficazes para descobrir 
distorções relevantes nas demonstrações contábeis. Em alguns casos, o auditor 
pode concluir que o controle interno está tão enfraquecido que a única opção é 
renunciar ao trabalho. 
Objetivos do Controle Interno: 
• Garantir informações adequadas e confiáveis, visando a tomada de 
decisões, NBC TA 720; 
• Estimular o respeito e a obediência às políticas de gestão que é parte 
integrante de cada segmento da organização; 
• Proteger os ativos de possíveis falhas na interpretação dos dados e 
perdas indesejáveis; 
• Promover a eficiência e eficácia operacional nos procedimentos de 
controle. 
ATENÇÃO 
• Os controles do ambiente interno são geralmente de natureza abrangente. 
• Eles não evitam, nem detectam e corrigem, diretamente uma distorção 
relevante. Em vez disso, eles formam um pilar importante sobre o qual todos 
os outros controles serão desenvolvidos. 
 
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Finalidades: estabelecer os padrões, medindo o desempenho e agindo 
preventivamente, assegurando que não ocorram erros potenciais, através do 
controle de suas causas. 
Segundo Cruz (2014), os princípios básicos de Controles Internos são: 
• Relação de Custos versus Benefícios: minimização da 
probabilidade de falhas e desvios quanto ao atendimento dos objetivos e 
metas. 
• Qualidade adequada, treinamento e rodízio de funcionários: 
adotar procedimentos que garantam a contratação de pessoal qualificado, 
capacitação e treinamento constante para manter a motivação e avaliação 
de desempenho, rodízio periódico e adequada política de remuneração. 
• Delegação de poderes e Determinação de Responsabilidades: 
existência de regimento interno, manuais de rotinas claramente definidos e 
que considerem as funções de todos os setores do órgão/entidade. 
• Segregação de Funções: estrutura interna entre funções de 
autorização/aprovação, de operações, execução, controle e contabilização 
das mesmas, de tal forma que nenhuma pessoa detenha competências e 
atribuições em desacordo com este princípio, minimizando assim as falhas 
e desvios quanto ao atendimento dos objetivos e metas em função do gasto 
para sua implantação. 
• Instruções Devidamente Formalizadas. 
• Controle sobre Transações: acompanhamento dos fatos contábeis 
mediante atos legítimos e autorizados por quem de direito. 
• Aderência às Diretrizes e Normas Legais: observância às Leis, 
diretrizes, regulamentos e procedimentos administrativos internos. 
• Limites de Alçadas: principais decisões canalizadas nas 
administrações e órgão de planejamento estratégico. 
• Auditoria Interna: favorecimento no sistema de controle interno. 
A figura a seguir mostra os objetivos do controle contábil e administrativo ou 
operacional: 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 7 – Controle Interno 
 
 
Fonte: Adaptado de Cruz (2009). 
 
 
Portanto, podemos concluir que a finalidade do controle interno é assegurar 
que os resultados estratégicos, táticos e operacionais de uma organização sejam 
alcançados, salvaguardando os bens, direitos e obrigações e a fidedignidade dos 
registros contábeis. 
 
 
Exercício 5 
 
1. Controle interno é: 
a) Processo planejado, implementado pela auditoria e mantido pelos responsáveis 
da governança, administração e outros empregados. 
CONTROLE INTERNO 
 Controle Contábil Controle Administrativo 
Compreende: 
- Salvaguarda dos ativos 
- Idoneidade dos registros 
 
Compreende 
Plano Organizacional 
Procedimentos e métodos 
Objetiva: 
Auxilia o processo decisório 
A eficiência operacional 
O exame da conveniência e da 
oportunidade dos programas e projetos 
Composição do Sistema Administrativo 
Pontos de Controle: 
- Estatuto/contrato social 
- Regimento Interno 
- Manual da organização (atribuições e 
competências) 
- Controle de qualidade 
- Treinamento pessoal 
- Análise de lucratividade 
- Análise das variações entre valores 
orçados e incorridos 
- Estudos dos tempos e movimentos 
- Controle dos compromissos 
assumidos 
 
Objetiva: 
Veracidade dos registros 
A legalidade dos atos 
A fidelidade funciona 
 
Composição do Sistema Contábil 
Pontos de Controle: 
- Plano de Contas; 
- Plano de livros/registros; 
- Plano de formulários; 
Plano de rotinas de trabalho: 
- Controle físico dos ativos; 
- Sistema de conferencia aprovação e 
autorização de gastos; 
- Segregação de funções; 
- Auditoria Interna. 
 
 
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b) É planejado, implementado e mantido pelos responsáveis da governança, 
administração e outros empregados para tratar os riscos identificados de negócio. 
 
2. Analise os enunciados a seguir: 
I. Na avaliação do desempenho do controle são identificados os riscos que devem 
ser reduzidos por meio do controle. 
II. Controle interno é uma resposta da administração que tem a finalidade de 
reduzir um fator de risco identificado ou atingir um objetivo do controle. 
a) Apenas o enunciado

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