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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO E SÓCIO-ECONÔMICAS – ESAG CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Disciplina: Relações Intergovernamentais Professor: Jorge Braun Neto Dupla: Estefani Silva e Lizia Lessa Leitura Dirigida A proposta de uma leitura dirigida é proporcionar ao leitor uma análise mais direcionada do texto. Para tanto, as perguntas que seguem foram colocadas na mesma ordem em que aparecem no texto. 1 – O que é o capitalismo de laços? De acordo com o autor e professor Sérgio Lazzarini, Capitalismo de laços são os laços entre empresas brasileiras e os laços entre elas (donos das empresas envolvidos em mais de uma), da década de 90 até a década de 2000 tiveram as privatizações e o governo sairia teoricamente das empresas. Mas na verdade isso não aconteceu, permaneceria presente em várias empresas como acionista e prestando crédito por exemplo. Na vida das pessoas o impacto é indireto, o governo por contribuir para com essas empresas usando o dinheiro do imposto, ficou mais endividado, impactando dessa forma em juros. Além de privilegiar algumas empresas e não outras, deixando evidenciado interesses políticos. 2 – Quais as diferentes visões sobre o conceito de “laços”? Inicialmente o conceito de “laços” é tido como algo mais íntimo e duradouro entre relações sociais próximas, tendo em vista um contato pessoal com algum tipo de benefício ou apoio. Para Lazzarini (2011) esses “laços” têm significado para fins econômicos a partir de uma relação entre atores sociais. 3 – Qual a visão dos economistas tradicionais sobre a ideia de capitalismo de laços? Para alguns economistas o capitalismo de laços é uma espécie de distorção do mercado. De modo que alguns projetos e investimentos são influenciados por contatos sociais e critérios políticos em vez de considerações mais isentas sobre o seu mérito econômico. O economista Claudio Haddad, por exemplo, comenta sobre o repasse de verba do governo ao BNDES, no sentido de que quem garante que realmente foi benéfico esse repasse, se falta verba para melhora na educação e estradas no Brasil. Em suma, a visão geral dos economistas é que o cenário de mercado precisa ser estudado, ainda mais com a entrada de empresas estrangeiras nesses laços. Em busca de equilíbrio entre poder da empresa nacional, estatal e estrangeira. 4 – Quais as visões negativas sobre o capitalismo de laços? Pode ser citado como lado negativo pequenos grupos serem prejudicados, dado que o governo escolhe as empresas que irá ajudar. Como a verba fornecida pelo governo sai dos impostos, como dito na primeira questão, isso afeta indiretamente o cidadão. Como cita o texto também “grandes grupos tendem a permitir maior expropriação dos direitos dos acionistas minoritários pelos majoritários, maior captura de benefícios públicos e maior concentração de poder monopolista, com reflexos em maiores preços para o consumidor, menores para seus fornecedores e possíveis desincentivos à inovação”. Os laços por interesses pessoais ou políticos seria o grande ponto negativo. UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO E SÓCIO-ECONÔMICAS – ESAG CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 5 – Quais as visões positivas sobre o CL? Como lado positivo, o texto cita a aglomeração de proprietários (e suas empresas) em grupos e consórcios, que por vezes tem parceria com atores governamentais, permitindo dessa forma uma junção de forças para tocar projetos de larga escala e com prazo mais longos. 6 – O que significa dizer que as transações econômicas estão embutidas no tecido das relações sociais? Ilustre com um exemplo de fora do texto. Quer dizer que as trocas de mercado influenciam a forma como a sociedade se organiza, e também como as relações sociais ajudam nas transações econômicas. Por exemplo, quando quero colocar aparelho odontológicos nos meus dentes e quero alguém de confiança, posso recorrer a pessoas confiáveis que já usaram do serviço como família ou amigos e chegar no meu objetivo (colocar o aparelho) por indicação, por exemplo. Nesse caso utilizei de canais de informação para chegar até lá, o resultado dos laços vai fazer com que a clínica odontológica faça um bom trabalho para que eu me torne de fato paciente reforçando a confiança dos envolvidos (eu, família/amigos e clínica). 7 – Qual o papel da confiança nas relações econômicas? De acordo com o texto, a confiança é necessária em uma rede de laços sociais para diminuir diversos impeditivos e proporcionar trocas econômicas. Um exemplo citado é a indicação de profissionais, se são aprovados e há uma continuidade com o serviço é sinal de que a indicação foi boa e assim, sustenta a iniciação como algo de confiança. 8 – Como se estabelece essa visão positiva do CL quando o governo é um dos atores inseridos no contexto social? Canais cooperativos entre governo e empresas podem auxiliar no desenvolvimento de políticas públicas e favorecer o entendimento de algumas dificuldades do setor privado, então se torna mais comum para empresas e empreendedores terem essa relação. Essas relações com o governo podem ser vistas também como uma forma mais segura devido ao cenário instável e muitas vezes desfavorável, já que muitos países possuem condições institucionais mais instáveis, com custos para a criação de novos comércios e muita burocracia estatal. 9 – O que é política industrial? Com a finalidade de promover uma avaliação maior das consequências causadas pelos atos de empresários e governantes, Lazzarini (2011) enfatiza os possíveis efeitos colaterais do capitalismo de laços e traz como exemplo um debate sobre a real necessidade de ações governamentais de estimulação de setores via subsídios ou diversas proteções. 10 – O que são aglomerações e atores de ligação? Qual a relação entre eles? Aglomerações se referem aos proprietários que participam das mesmas empresas, e atores de ligação é quando há uma conexão de aglomerações diferentes. De acordo com Lazzarini (2011) esses atores de interligação garantem conectividade à rede, por juntarem indiretamente diversas aglomerações distintas. UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO E SÓCIO-ECONÔMICAS – ESAG CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 11 – O que são mundos pequenos? O autor traz o conceito de mundo pequeno, a partir do conceito de laços, aglomerações e atores de conexão entre diversos acionistas, como a medida de evolução do grau de aglomeração. Lazzarini (2011) traz que o mundo pequeno se estabelece justamente devido à presença desses atores de ligação. Sem eles, a rede seria apenas um conjunto de guetos mais ou menos isolados. Com eles, pessoas de locais ou grupos diferentes conseguem conectar-se, ainda que indiretamente. 12 – O autor nos coloca que, surpreendentemente, com a abertura do mercado brasileiro, o capitalismo de laços no Brasil tornou-se ainda mais forte. O que isso significa? Os novos papéis na bolsa preservaram estruturas tradicionais do capitalismo de laços, as aglomerações se intensificaram com mais proprietários participando paralelamente do capital acionário de firmas e mais firmas vinculadas a grupos controladores comuns. E também pela emersão de atores de ligação com elevada centralidade, atuando como um tipo de ligação entre diversas aglomerações. 13 – Quais são as raízes do capitalismo de laços? Vem a partir da matriz cultural da sociedade brasileira, com padrões de agrupamentos conectados, uma organização social. Olhando por um lado mais histórico, o autor traz que há uma relação com o livro “Raízes do Brasil” de Sérgio Buarque de Holanda, que descreve um indivíduo guiado por relações que vão além da definição por leis e formalidades. A partir de fatos históricos percebe-se a necessidade de cultivar bons laços com o governo para garantir vantagens e muitas vezes até a sobrevivência dos negócios privados. 14 – Por que se diz que os laços possuem uma natureza local? Pelas análises trazidas no livro, os atores locais, públicos e privadostêm um poder maior de influência na atividade econômica brasileira e indica, pela posição dos atores na rede, que as multinacionais que ocupam papéis centrais de conexão são mais raras e normalmente ficam restritas a setores mais ou menos especializados. O capitalismo de laços tende a se disseminar em um jogo de influências que se estabelece e se desenrola na arena doméstica, Lazzarini (2011).
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