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Índice 
Introdução	2
Objectivos	3
Objectivo Geral:	3
Objectivos Específicos:	3
Metodologia	3
Educação	4
Educação em Moçambique em Diferentes Momentos Históricos.	4
Educação no Período colonial (1845 – 1974)	4
Tipos de ensino no período colonial em Moçambique…………………….…………………..6
Ensino Primário………………………………………………………………………..………7
Ensino Primário Rudimentar …………………………………………………………………..7
Ensino Normal ………………………………………………………………………...………7
Característica do ensino para “indígenas………………………………………..……………..8
Ensino de adaptação…………………………………………………………………………...9
Evolução do Ensino Rudimentar ou de Adaptação……………………………………………9
O Ensino para “Civilizados……………………………………………………………………9
Alguns elementos da pedagogia colonial……………………………………………………10
Caracterização do sistema de Educação no período colonial em Moçambique…….………..11
A educação nas Zonas Libertadas	13
Objectivos da educação nas zonas libertadas	13
Educação no período Pós-Colonial ou Pós-Independência…………………………………..14
Educação Básica em Moçambique…………………………………………………………...15
Conclusão	18
Bibliografia	19
1. Introdução
O presente trabalho tem como o tema central, A educação no período colonial e pós-independência em Moçambique. De referir que a educação, passou por várias transformações de acordo com os períodos que ela atravessou, visto que com a chegada dos portugueses deixou de ser o que era, isto é, tomou uma nova visão. Neste período Moçambique consegui libertar outras zonas, onde conseguiu também impor um outro modelo de educação e em fim depois a educação conheceu já uma grande evolução, pois muitos moçambicanos que não tinham acendido a educação passaram a ter, e o número de analfabetos se reduziu.
2. Objectivos
2.1. Objectivo Geral:
· Compreender os objectivos e as características da educação no período colonial e pós-colonial em Moçambique.
2.2. Objectivos Específicos:
· Descrever as características da educação no período colonial e pós-colonial em Moçambique.
· Identificar os sistemas de educação implementados em Moçambique no período colonial e pós-independência.
· Conhecer o processo de Sistema Nacional de Educação.
3. Metodologia
A metodologia e técnicas de pesquisa usadas consistiram em selecção, leituras, análises de várias obras bibliográficas, em seguida que culminará com a compilação de dados em trabalho final.
4. Educação
Educação é o ato de educar, de instruir, é polidez disciplinamento.
De acordo com o filósofo da aérea da pedagogia René Hubert, a educação é um conjunto de acções e influencias exercidas voluntariamente por um ser humano em outro, normalmente de um adulto em um jovem.
No sentido técnico, a educação é o processo contínuo de desenvolvimento das faculdades físicas, intelectuais e morais do ser humano, a fim de melhor se integrar na sociedade ou no seu próprio grupo.
5. Educação em Moçambique em Diferentes Momentos Históricos.
O processo de educação tem em vista a preparação do homem para sua melhor inserção na sociedade. Esta preparação é guiada no sentido de alcançar determinados objectivos que variam com o tempo, de acordo com as suas exigências da sociedade, tendo em conta que os objectivos da educação são dinâmicos.
6. Educação no Período colonial (1845 – 1974)
Em 1846 foi publicada a primeira providência legal para a organização da instrução primária no ultramar português; depois de 1854 foram criadas, por decreto, as primeiras escolas primárias na Ilha de Moçambique, no Ibo, Quelimane, Sena, Tete, Inhambane e Lourenço Marques.
Em 1846 foi publicada a primeira providência legal para a organização da instrução primária no ultramar português; depois de 1854 foram criadas, por decreto, as primeiras escolas primárias na Ilha de Moçambique, no Ibo, Quelimane, Sena, Tete, Inhambane e Lourenço Marques.
A 30 de Novembro de 1869, foi reformado o Ensino Ultramar, onde se decretava o ensino primário obrigatório, dividido em dois graus, com duas classes cada, em que as escolas estavam sob tutela das missões católicas.
Educação na era colonial e pós-independência
Em 1912 foi criada, em Lourenço Marques, a primeira escola secundária em Moçambique
Elaborado pelo 4ᵒgrupo	Página 11
Um dos maiores marcos da educação colonial em Moçambique é a vigência de dois subsistemas de ensino, nomeadamente:
· Ensino Oficial – para os filhos dos colonos ou assimilados;
· Ensino rudimentar – para os chamados “indígenas”- os nativos.
Neste sentido, o sistema de ensino em Moçambique era de dois tipos, correspondendo a duas concepções de educação - para indígenas e educação da elite, para o colonizador e assimilado.
O ensino oficial destinava-se à transmissão de e padrões aristocráticos. O ensino para indígenas era para o povo colonizado que praticamente estava reduzido apenas a aprender a ler, escrever e a domesticação.
Foi a partir de 1930, com a assinatura dos acordos missionários (A concordata em 1940 e o Estatuto missionário em 1941) que o governo impôs uma política rigorosa de educação e assimilação em Moçambique. Com a assinatura da e do Estatuto Missionário, o Estado transferiu para a igreja a sua responsabilidade sobre o ensino rudimentar, comprometendo-se a dar um apoio financeiro às missões e às escolas católicas. Enquanto nas zonas rurais os moçambicanos dispunham de escolas das missões, os centros administrativos dispunham de escolas oficiais e particulares para os brancos e assimilados. Era um ensino relativamente evoluído em comparação com o ensino para indígenas.
A educação neste período foi caracterizada pela dominação, alienação e cristianização. Foi o período em que surgiu a primeira regulamentação do ensino nas colónias, período da monarquia em Portugal, a 2 de Abril de 1845 a 14 de Agosto do mesmo ano, foi estabelecido um novo decreto que diferenciava o ensino nas colónias e na Metrópole e criava as escolas públicas nas colónias.
A educação nesta fase, transmitia conhecimentos e técnicas acumuladas na prática produtiva, indultava o seu código de valores políticos, morais culturais e sociais e dava uma visão idealista do mundo e dos fenómenos da natureza, isto é, pela iniciação e rito, pelo dogma e superstição, pela religião e magia, pela tradição, o indivíduo era preparado para aceitar a exploração como uma lei natural e assim reproduzi-la no seu grupo etário, na sua família, na sua tribo, etnia e raça (Boletim da República, 1983).
Na antiguidade, a educação do africano, particularmente do moçambicano, era feita de acordo com o sistema tribal, do clã e familiar para que o indivíduo pudesse dotar-se de uma identidade que lhe permitisse não apenas conviver no meio mas também contribuir para o seu próprio meio.
O currículo tradicional, era composto de elementos falatórios como o caso de cantos, anedotas, adivinhas, histórias e mitos e por outro lado por elementos práticos que dependiam do tipo de trabalho com a tribo e o clã se identificavam (ex. pesca, caça, tapeçaria,).
Moçambique passou por momentos críticos na era colonial em todos aspectos, particularmente na educação dos indígenas. Na era colonial muitos moçambicanos tiveram dificuldades de ter acesso a educação, visto que, a educação de qualidade estava reservada para os colonos e seus filhos.
O sistema de educação colonial em Moçambique, era coerente com os objectivos económicos, políticos e culturais do sistema, onde impôs uma condução que visava a reprodução de exploração e de opressão e a continuidade das estruturas colonial capitalistas de dominação.
A educação tinha por função modelar o homem servil, despersonalizando alienado das realidades do seu povo; ela devia favorecer a formação de um homem tão estranho ao seu próprio povo que pudesse vir a ser, mais tarde, instrumento do poder colonial para a dominação dos seus irmãos; também estava confiada a formação de mão-de-obra barata (GOMEZ, 1999:59).
O sistema de ensino colonial foi sofrendo reformas, mas adequadas as circunstâncias histórico económicas e a conjuntura política internacional. A formação do indígena e a criação da figura jurídico-político ”assimilado” impunham-se comonecessidade de força de trabalho qualificada para a maior exploração capitalista.
Aqui desenvolveu-se o sistema de educação paralela, para filhos da classe dominante e para indignas (boletim da República, 1983), isto é, a educação dividia-se em dois grupos ou seja em dois ensinos: «Ensino oficial, destinado aos filhos dos colonos ou dos assimilados e o rudimentar destinado às indignas» (MAZULA, 1995:80)
7. Tipos de ensino no período colonial em Moçambique 
 Em 1963 segundo Golias (1993), existiam em Moçambique os seguintes tipos de ensino: Primário, Secundário, Médio e Técnico e ainda Agrícola.
O Ensino Liceal compreendia sete classes divididas em três ciclos: Preparatório, Liceal e Complementar de dois, três e dois anos respectivamente. Os dois primeiros ciclos tinham programas comuns de cultura geral, enquanto o 30 ciclo era diversificado.
O ensino técnico dividia-se em dois sectores: Comercial e Industrial, e era antecedido dum ciclo preparatório de dois anos.
O ensino Agrícola estava dependente dos serviços de agricultura e floresta e compreendia três graus: Ensino elementar, Agrícola e Ensino médio. A supervisão pedagógica desse ensino estava a cargo dos Serviços de Instrução da Província.
8. Ensino Primário
O ensino primário estava estruturado diferencial mente dividido em regime jurídico de “indígenas” e “civilizados”.
O ensino destinado aos “indígenas”, chamou-se rudimentar e, depois, de adaptação, destinados aos moçambicanos. Criado em 1930 por Diploma Legislativo no 238 de 16/1930 e dirigido pela igreja católica baseando-se na descriminação racial e na unidade entre o ensino e a religião, tinha como finalidade conduzir gradualmente o indígena da vida de selvagem para a vida civilizada formar-lhe a consciência de cidadão português e prepará-lo para a luta da vida, tornando-o mais útil à sociedade e a si próprio. Este tipo de ensino compreendia tês ramos:
8.1. Ensino Primário Rudimentar 
Destinava-se a civilizar e nacionalizar os indígenas da colónia difundindo entre eles a língua e os costumes portugueses compreendendo as seguintes disciplinas:
· Língua Portuguesa;
· Aritmética e sistema métrico;
· Geografia e História portuguesa;
· Desenho e trabalhos manuais;
· Educação Física e Higiene;
· Educação Moral e Canto Coral.
· Ensino Profissional;
8.2. Ensino Normal 
Tinha por finalidade habilitar professores “indígenas” para as escolas rudimentares cujo curso era ministrado em regime de internato compreendendo as disciplinas seguintes:
· Língua portuguesa;
· Aritmética e Sistema Métrico;
· Geografia e História;
· Elementos de Ciências Físico-químicas e Naturais;
· Desenho e trabalhos Manuais;
· Pedagogia, Moral e Cívica;
· Educação Física e;
· Música.
Além do ensino regular destas disciplinas, era dada ao futuro professor uma preparação complementar, em sessões especiais de prática agrícola, Canto Coral, Educação física e Higiene e ainda de Educação Moral e Cristã.
8.2.1. Característica do ensino para “indígenas”
· Ser estritamente delimitado no que respeitava às matérias. O catecismo era considerado como a disciplina nuclear;
· Estar inteiramente nas mãos das missões católicas;
· A intervenção do Estado limitava-se ao estabelecimento de programas e à concessão de certificados de exames.
· Mais tarde e através de documentos legislativos as escolas normais foram transformadas em escolas de habilitação de professores.
O Decreto-Lei nᵒ 42994, definia as escolas de posto escolar, isto é, os actuais centros de formação de professores “ não ” apenas como focos de titulação de indivíduos para acumularem lugares para a restrita alteração dos povos, mas sim e outrossim habilitar agentes de civilização e de nacionalização, capazes de contribuir para a melhoria corrente da vida em seus povos e para transmitir sentimentos a consciência de pertencerem a uma pátria que todos englobam.
As escolas de habilitação de professores de posto escolar foram de imediato confiadas aos eclesiásticos os quais tão proponentes se empenharam em formar “verdadeiros” religiosos menos habilitados mas devotados.
O ensino dos “civilizados” era ensino primário ou ensino primário comum. Destinado especialmente para os brancos difundia-se nas escolas oficiais e particulares situadas em centros administrativos.
Os dois tipos de ensino primário eram diferentes quanto aos objectivos, à estrutura, à complexidade e aos condicionalismos da sua actividade.
8.3. Ensino de adaptação
Em 1966 o Ensino Rudimentar passou a designar-se de adaptação mantendo-se no entanto,
· O ensino primário funcionará como ensino de adaptação;
· A obrigatoriedade escolar compreende o ensino da adaptação;
· As matérias ministradas até 2a classe do ensino comum inclusive, serão distribuídas no ensino de adaptação por três classes, segundo programas adaptados pelos governadores, em cada província;
· A adaptação é verificada mediante provas correspondentes às de passagem da 2a para a 3ᵃ classe.
Os programas do ensino de adaptação foram aprovados pela portaria no 14837 de 04/03/1961 e as matérias ministradas até à 2ᵃ classe do ensino primário comum eram distribuídas por três classes do ensino de adaptação.
8.3.1. Evolução do Ensino Rudimentar ou de Adaptação.
Como se referiu anteriormente, o ensino rudimentar ou de adaptação estava confiado aos missionários.
E na década de 1951 a 1961 esse ensino evoluiu bastante. Com efeito, o número de estabelecimentos subiu de mil para mais de 3 mil, a população escolar atingiu cerca de 400 mil alunos e o número de professores e monitores escolares aumentou, n mesmo período, de 1119 para 3311.
9. O Ensino para “Civilizados”
Os centros administrativos dispunham de escolas oficiais e particulares destinadas aos brancos e assimilados.
A educação colonial para Europeus e assimilados reflectia o estádio do subdesenvolvimento da própria potência colonizadora (Portugal).
Com efeito, o desenvolvimento do ensino era lento tanto em Portugal como nas suas ex-colónias.
Em 1909, por exemplo, havia em Moçambique apenas 48 escolas primárias para rapazes e 8 para raparigas e algumas escolas comerciais e agrícolas (Cf. Ferreira, E 1974 apud Golias).
10. Alguns elementos da pedagogia colonial
O sistema educativo vigente em Moçambique na era colonial constituiu sempre em dois tipos diferentes de ensino, correspondentes a duas concepções de educação bastante diversas, educação para “indígena” e educação de elite para o colonizador e assimilado.
O ensino oficial, organizado para atender os valores e padrões aristocráticos, representou basicamente a educação da elite colonial.
Altamente discriminatório e alienatório o sistema colonial de ensino caracterizava-se conforme o seguinte:
a) Carácter discriminatório
· Estabelecimento de dois diferentes tipos de educação, um destinado à população negra e dirigido pelas missões, outro reservado as crianças brancas e aos assimilados, confiado ao estado e instituições privadas;
· Limitação de ingressos na escola primária oficial e nos níveis superiores de escolarização sendo a idade, um dos factores a ter em consideração.
b) Unidade entre a religião e o ensino
· A organização, direcção e controlo do “ensino para indígena” estavam confiadas aos missionários;
· O processo da assimilação e acumulação dos moçambicanos era sobretudo feito através da educação moral cristã/católica;
· O ensino da religião e moral católica era obrigatório em quase todas as escolas e níveis de ensino;
· A religião católica era a religião oficial do Estado.
c) Carácter fictício da escolarização obrigatória
· A limitação dos ingressos na escola na base da idade, a existência de uma rede escolar insuficiente e inadequada nas áreas de ocupação colonial foram, entre outros, os factores inibidores da implementação da política colonial de escolaridade obrigatória para todos;
· A existência de carências familiares e individuais de natureza económica, psicológica e social são outros factores que tornaram fictícia a escolarização obrigatória decretada pelo Governo Colonial;
· Outro factor inibitório as elevada taxas de escolarização,as normas discriminatórias no recenseamento escolar e as proibição de inscrição e matrícula nas escolas oficiais de crianças não recenseadas.
d) Carácter urbano da rede escolar
 As escolas oficiais localizavam-se nos centros urbanos e eram melhor equipadas, enquanto os postos escolares eram construídos nas zonas rurais para a maioria da população moçambicana. Estas últimas eram escolas muito mal equipadas.
e) Carácter paternalista
O complexo de superioridade do branco em relação ao preto era bem patente em alguns livros de leitura em uso nas escolas primárias para indígenas. Em 1908, no livro de leitura em uso nessas escolas lia-se:
“Pensa, meu menino, que, d’esta enorme porção de território, nem a centésima parte esta cultivada, só porque os seus naturais preferem a ociosidade ao trabalho, e veras que enormes riquezas a terra poderiam dar e que não produz por falta de ser trabalhada”
11. Caracterização do sistema de Educação no período colonial em Moçambique
 A semelhança de muitos outros países africanos durante o período colonial o seu povo permaneceu a margem de um sistema educativo com uma visão de formação de um Homem do amanhã comprometido com as sua geração.
Durante muito tempo, os colonizadores não se preocuparam com educação dos nativos pois os seus interesses estavam mais virados com pilhagem dos recursos existentes.
Assim, a educação dos «negros» era segundo algumas figuras do governo português: 
Para Oliveira Martins a educação era: 
a) «Absurda, não só perante a história, como também perante a capacidade mental dessas raças inferiores»;
b) Uma «ilusão» pensar «em civilizar os negros com a bíblia», pois, «toda a História provava, (...) que só pela força se educam povos bárbaros»
Para Mouzinho de Albuquerque, a educação era uma «ficção»: «As escolas são uma ficção... Quanto a mim, o que nós devemos fazer para educar e civilizar o indígena é desenvolver-lhe de forma prática as habilidades para uma profissão manual e aproveitar o seu trabalho na exploração da província»;
Para António Enes, a educação não era prioritária; era «mais uma exigência formal que necessidade real». Apesar do decreto referendado por ele em 1891, que obrigava as Companhias a criar escolas «em localidades com mais de 500 habitantes», na prática essas Companhias não cumpriam tal obrigação, como se comprova pela crítica da Câmara dos Deputados à Companhia de Moçambique, em 1877.
Freire de Andrade, Governador-geral de Moçambique (1906/1910), afirmava que «o objectivo cultural da educação dos nativos deve se fazer deles trabalhadores, não encorajá-los 
Na realidade, eram esses interesses económicos que nortearam a concepção, a organização e a evolução do sistema de ensino na colónia. O discurso de «civilizar o negro» (António Enes) e de «educá-lo» (Oliveira Martins) ocultava a vocação expansionista do capitalismo e da dominação colonial. Os argumentos da condição de «selvagem» visavam, assim, em última instância, assegurar objectivos económicos de exploração das riquezas das colónias.
12. A educação nas Zonas Libertadas
O I Congresso da FRELIMO (Setembro de 1962) determinou a criação de escolas em zonas onde fosse possível. Foram definidas funções específicas para a educação: a escola devia satisfazer o conhecimento verdadeiro que se adquire através da descoberta da natureza, da sociedade e das leis que as regem; e fornecer soluções para os problemas que surgem na vida quotidiana da comunidade, aprendendo da comunidade.
No entanto, por outro lado, marcava o início de novos desafios, uma etapa de contradições de outro tipo. Não se tratava apenas, de conduzir militarmente e luta pela liquidação total e completa do colonialismo, mas de iniciar ao mesmo tempo o processo de construção e consolidação de unidade nacional, numa dimensão político cultural mais abrangente para a edificação de uma Nação.
Satisfazer as necessidades da sociedade fornecendo (...) soluções para problemas que surgem na vida quotidiana da comunidade. [Com base no conhecimento científico], a escola deve saber extrair todas as experiências da comunidade a fim de estudá-las e interpretá-las para mais tarde voltar a devolvê-las à comunidade já mais desenvolvidas na forma de conteúdo (FRELIMO, 1970:21).
Da citação acima exposto, conclui-se que a aprendizagem da língua correspondia à aquisição do domínio do “código” como sistema formal, como um conjunto de regras que possibilitam combinar as categorias abstractas da língua. A língua era, desse ponto de vista, um sistema de comunicação sempre obediente ao sistema de significação então circulante nos meios administrativos ligados ao poder. Rama (1985:79) expressa melhor a ideia: “A letra apareceu como a alavanca de ascensão social, da responsabilidade política e da incorporação aos centros do poder”.
13. Objectivos da educação nas zonas libertadas
Nas zonas libertadas um slogan da FRELIMO era educar ao homem para ganhar a Guerra, criar nova sociedade e desenvolver o país; A novidade foi de ''criação de novas escolas com centro de Aprendizagem, um espaço onde o conhecimento era sistematizado, elaborado e transmitido'', a educação Colonial era um processo de alienação ou moralização dos indígenas, isto é, preparação de futuros trabalhadores rurais e artífices» (MAZULA, 1995:79).
Preparação da criança para vida social, isto para os não indígenas, «Formar indígenas a consciência de cidadão português e prepará-lo para a luta da vida, tornando-se mais útil à sociedade e a si próprio. Nacionalizar o indígena das colónias, difundindo entre eles a língua e os costumes portugueses» (Idem).
Colonizar as culturas ditas tradicionais e substituí-las com as modernas, formar os moçambicanos em verdadeiros portugueses, formar bons trabalhadores agrícolas e artífices que viriam garantir rendibilidade da economia colonial.
14. Educação no período Pós-Colonial ou Pós-Independência.
 Em Moçambique, a herança colonial na Educação consistiu em um “sistema” discriminatório, com programas e materiais escolares histórica e geograficamente distorcidos, alienantes e impregnados de uma carga ideológica colonial. Este facto levou a que, logo após a independência nacional, as novas autoridades do país, especificamente o Ministério da Educação e Cultura (MEC) procedesse à introdução de reformas pontuais urgentes, mormente em algumas disciplinas escolares; como Língua Portuguesa, História e Geografia. Contudo, o marco fundamental da ruptura com o esquema da educação colonial foi a concepção e adopção do Sistema Nacional de Educação (SNE), cuja introdução gradual teve início no ano de 1983. Pela sua importância, importa aqui caracterizar, ainda que de forma breve, o Sistema Nacional de Educação. O SNE moçambicano consiste de cinco (5) subsistemas, designadamente: o Subsistema do Ensino Geral, o Subsistema de Alfabetização e Educação de Adultos, o Subsistema de Ensino Técnico – profissional, o Subsistema de Formação de Professores e o Subsistema do Ensino Superior.
A erradicação do analfabetismo, o ensino básico para todos, a formação profissional, a formação de professores, o domínio da ciência e da técnica, bem como o reforço da unidade nacional, constituíam os objectivos do então SNE e da Política Nacional de Educação (PNE), em geral (MINEDH, 1995: Em consonância com a orientação política e ideológica de então, o Sistema tinha como lema, a formação do Homem Novo, de orientação socialista, capaz de tomar parte activa nas transformações necessárias para o desenvolvimento do país.
Teoricamente, esta ideologia baseia-se em ideias do clássico Carl Marx sobre a educação que lutou para que as ideias passadas pela escola burguesa à classe operária despertassem uma consciência de classe pois, segundo ele, tal com estão concebidas, criam uma falsa consciência de classe. Para superar essa tensão, Marx apresenta várias propostas, dispersas por obras mais ou menos relevantes, ao longo dos anos.
Neste período, destacam-se como principais marcos: o surgimento da lei 4/83; da lei 6/92; e da Lei 18/2028.
Antes do Sistema Nacional de Educação (1975–1982)Neste período registaram-se os seguintes factos:
· A nacionalização da educação a 24 de Julho de 1975, e a consequente suspensão de todas as formas do sistema do ensino colonial português;
· A proclamação do direito à educação para todos os moçambicanos, pela Constituição da República Popular de Moçambique (20 de Junho de 1975) e a consequente massificação do acesso à educação em todos os níveis de ensino;
· A introdução de um currículo educacional transitório do sistema colonial português para o nacional (1975);
· A criação dos centros de formação de professores primários e a consequente abolição das instituições portuguesas vocacionadas à formação de professores (1975).
15. Educação Básica em Moçambique
a) Período de 1975-1979
Este período foi caracterizado por um crescimento descontrolado dos efectivos escolares. Estes levaram-se, ao nível do ensino primário grau de 671.617 em 1975 para 1.498.729. isto é, cerca de 20%. O surgimento de escolas primarias incompletas foi mais notória nesse período e resultou de uma intensa mobilização popular, levada a cabo quer pelos oficias de sector da educação, quer pelos partidos da Frelimo.
b) Período de 1979-1985
Durante este período, o Ministério da Educação iniciou um longo processo de planificação, direcção e controlo das actividades educativas. Foi durante este período, precisamente em 1983, que se introduziu o sistema nacional da educação.
As escolas incompletas foram sendo reduzidas ou agregadas a escolas completas.
Relativamente a estes dois períodos, do balanço realizado em 1985, se verificou o seguinte:
· Em 1975, havia uma média de 128 alunos por escola, tendo passado em 1984, para mais de dois mil alunos.
· Em 1980 apenas 36% das escolas primárias eram completas. Entretanto, em 1984 estas percentagens de escolas completas subiram para 71%
· As reformas curriculares introduzidas sucessivamente em 1975, 1977 e 1983, pouco impacto produziram na elevação qualitativa do ensino primário, pós os índices de aproveitamentos continuaram a decrescer. Num estudo realizado pelo ministério da educação, verificou-se que num corte de mil crianças, que no ano de 1983 ingressaram, apenas 102 e que se transitaram par a 5ᵃ classe em 1987, isto é, 10% dos ingressos.
c) Período de 1985-1992
Este período foi caracterizado pela uma erosão profunda tanto das condições matérias e físicas dos equipamentos e estabelecimentos educativos, como da própria qualidade de ensino, neles ministrados.
Nesta altura a situação de educação em Moçambique era caracterizada de seguinte maneira:
1. Rede escolar e cobertura educativa
Era insuficiente e em contínua degradação, obrigando particularmente nas cidades e centros urbanos, a utilização generalizada do regime de 3 turnos. Devido a guerra, ao longo destes anos; a rede escolar sofreu uma redução considerável. Na província da Zambézia, por exemplo, das 1242 escolas primarias existentes em 1980, apenas 575 continuaram em funcionamento em 1992, sendo então cerca de 54% de escolas destruídas ou paralisadas.
2. Qualidade de ensino
Abastante fraca, causada, entre outros, pelos seguintes factores:
a) Relação professor/aluno 
A relação professor/ aluno era bastante fraca. Por exemplo, 1991, esta relação, nas escolas do 1ᵒ grau do ensino primário era de 50 e nas classes do 2ᵒ grau de 47.
Estes números são inferiores aos dos primeiros anos da independência que, em 1979 chegaram a atingir 88,8%.
Nas cidades onde se observa um crescimento rápido da população, a relação professor/aluno era superior a acima apresentada. Nas cidades como Maputo, por exemplo, onde o crescimento anual era de 4,6%, o excessivo número de alunos matriculados, levou que a maioria dos professores leccionasse turmas com mais de 60 alunos e trabalhassem em dois turnos.
b) Nível de formação de professores e suas condições de emprego
O grau de qualificação de professores primários nos primeiros anos da independência era muito baixo, particularmente no ensino do 1ᵒ grau, onde a maioria dos professores só tinha 4ᵃ classe e pouca ou nenhuma formação profissional. Com expansão da formação inicial de professores, proporção de professores formados para o 1ᵒ grau subiu de 38% em 1981, para 71% em 1991. Até 1983, a formação de professores primários era de "6ᵃ classe + 1 ano de formação profissional". A partir de então, o tempo de formação aumentou.
c) Recurso matérias e financeiros 
As infra-estruturas, os equipamentos e outros materiais educacionais e socioeducativos, particularmente nas áreas rurais, foram severamente destruídas ou danificadas, renegando deste modo, as crianças e jovens, a possibilidade de uma escolarização e apoio social regulares e normais, impedindo, a promoção de uma educação básica para todos os cidadãos.
16. Conclusão
Após o término do trabalho, concluímos que antes do colonialismo a educação era transmitida através de fontes orais. Com chegada dos portugueses, a educação, verificou mudanças, o português passou a impor regras de ensino, onde só participavam do ensino qualificado os filhos dos mesmos e os assimilados. Como os portugueses tinham dificuldades na comunicação com os indígenas, viram uma necessidade de ensinar a língua para melhor se comunicarem com os indígenas
No período pós colonial o efectivo dos alunos nas escolas cresceu e a educação atingiu assim o seu auge. Os mais de 10 milhões de analfabetos começaram a se alfabetizar visto que a educação no período colonial só era garantida para os colonos e já neste momento ficou garantida para todos moçambicanos e de uma forma igual. Nas escolas começaram a se introduzir novas disciplinas e já nesse período a educação estava dividida em ensino primário, secundário e superior, Portanto os moçambicanos começaram a ser educados para tomar consciência dos seus direitos que não era valorizados pelos colonos, tirar a mentalidade colonial, formar intelectuais, quadros políticos e económico para desenvolver o país.
17. Bibliografia
GOLIAS, M. (1993). Sistema de Ensino em Moçambique. Maputo: Escolar.
Boletim da República, 3º Suplemento, Publicação Oficial da República Popular de Moçambique, 1983
GÓMEZ, Miguel B., Educação de Moçambique História de um Processo: 1962-1984, Livraria Universitária, Maputo, Moçambique, 1999
INDE/MINED, Plano Curricular de Ensino, INDE/MINED Moçambique, 2003
MAZULA, Brazao, Educação, Cultura, e Ideologia em Moçambique: 1985, Edições Afrontamento e Fundamento bibliográficas de Língua Portuguesa, 1995

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