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PORTUGUÊS PARA CONCURSOS

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PORTUGUÊS PARA CONCURSOS 
| Apostila 
 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
1 
 
OS: 0032/3/20-Gil 
CONCURSO: 
 
ÍNDICE: 
00. Apresentação...................................................................................................................01 
01. Compreensão x Interpretação..........................................................................................02 
02. Classes de palavras. .........................................................................................................26 
03. Regência Verbal e Nominal. ............................................................................................39 
04. Crase. ...............................................................................................................................63 
05. Concordância Verbal. ......................................................................................................73 
06. Concordância Nominal. ...................................................................................................88 
07. Pontuação. .......................................................................................................................95 
08. Significação das Palavras...............................................................................................111 
09. Sintaxe da Oração e do Período. ...................................................................................115 
10. Uso do “PORQUE”. ........................................................................................................136 
11. Funções do SE. ...............................................................................................................137 
12. Vozes verbais. ................................................................................................................140 
13. Acentuação gráfica. .......................................................................................................144 
14. Exercícios finais FCC. .....................................................................................................153 
15. Dicas de viagem..............................................................................................................157 
16. SLIDES.............................................................................................................................160 
17. Quadro das Conjunções.................................................................................................175 
 
00. Apresentação 
 
Esta apostila foi idealizada com o propósito de fazer com 
que você consiga estudar sozinho e com o máximo de 
rendimento. Procure ler com atenção as dicas, as 
observações e, principalmente, não deixe de fazer todos os 
exercícios que aqui aparecem. 
 
Desejo toda a sorte do mundo a você. E tenha sempre em 
mente que estudar, agora, é um trabalho. Por isso, não 
chegue tarde, não falte, não durma em serviço e sempre 
procure bater metas. Assim, o sucesso é só uma questão de 
tempo. Sincero abraço! 
Eli Castro. 
 
******** 
Esta apostila está fundamentada nas seguintes gramáticas: 
Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso 
Cunha & Lindley Cintra; Nova Gramática da Língua 
Portuguesa, de Evanildo Bechara; Novíssima Gramática da 
Língua Portuguesa, de Domingos Paschoal Cegalla, 
Gramática para Concursos, de Marcelo Rosenthal e A 
Gramática para concursos, de Fernando Pestana. Das cinco, 
sugiro a última, uma vez que ela é rica em exercícios e traz 
base teórica na medida certa. Também sugiro a aquisição 
do Dicionário Houaiss, o melhor disponível no mercado. 
 
******* 
Eli Castro é graduado pela Universidade Estadual do Ceará 
(UECE) com licenciatura em Língua Portuguesa, Literatura e 
Língua Espanhola. Foi professor de espanhol do Núcleo de 
Línguas da UECE entre os anos de 2002 e 2005. É mestre em 
Literatura Brasileira Contemporânea pela Universidade 
Federal do Ceará (UFC), onde foi professor substituto entre 
os anos de 2008 e 2010. É professor dos principais cursinhos 
preparatórios para concursos em Fortaleza. Leciona, 
também, em cursos de pós-graduação em faculdades 
particulares. Atualmente, prepara projeto de doutorado 
com fortes inclinações para a psicanálise e a filosofia da 
linguagem. 
 
 
 
PORTUGUÊS PARA CONCURSOS 
| Apostila 
 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
2 
 
OS: 0032/3/20-Gil 
01. Compreensão x Interpretação 
Quando lemos um texto, realizamos esses dois processos 
quase que ao mesmo tempo e de forma muito rápida. 
Assim, é possível que compreendamos de forma errada 
certos enunciados ou que façamos interpretações pessoais 
e descabidas de um texto. Para o concurseiro, não há 
margem para erro. Ele tem que ser preciso em sua leitura e 
saber dividir muito bem as duas partes. 
Assim, compreensão diz respeito àquela informação que 
está, explicitamente, no texto. Tudo está à vista do leitor: 
fatos citados; números percentuais; comparações; citações 
de estudiosos, empresas, eventos etc.; discordâncias ou 
concordâncias do autor etc. Ou seja, a Compreensão de 
textos consiste em analisar o que realmente está escrito, 
ou seja, coletar os dados do texto. Diante disso, você terá 
alguns enunciados básicos de questões de compreensão. 
Os comandos (enunciados) de compreensão são, na 
maioria das vezes, os seguintes: 
o Segundo o texto... 
o O autor/narrador do texto diz que... 
o O texto informa que... 
o No texto, há uma crítica sobre... 
o Tendo em vista o texto... 
o De acordo com o texto... 
o O autor defende que... 
o O autor afirma que... 
o Na opinião do autor do texto... 
 
Porém, se a informação estiver além do que o texto 
literalmente quis dizer, fora dele, trata-se de uma questão 
de interpretação. 
E como o leitor vai conseguir enxergar fora do texto? Para 
tal processo, ele precisará usar uma ferramenta bem 
especial: é a chamada inferência textual ou dedução 
textual. Ao ler o texto, o leitor consegue inferir, tirar 
conclusões a partir de ideias que foram explicitadas no 
texto e a partir do contexto daquelas palavras. Mas ele só 
faz isso se conseguir dialogar com o mundo a partir de seu 
conhecimento enciclopédico (sua formação escolar e 
acadêmica) e de suas experiências de vida. 
Portanto, a Interpretação de texto consiste em saber o que 
se infere (conclui, depreende, deduz) do que está escrito. 
Os comandos de Interpretação (aquilo que está fora [além] 
do texto) são, na maioria das vezes, os seguintes: 
 Depreende-se/infere-se/conclui-se do texto que... 
 O texto permite deduzir que... 
 É possível subentender-se a partir do texto que... 
 Qual a intenção do autor quando afirma que... 
 O texto possibilita o entendimento de que... 
 Com o apoio do texto, infere-se que... 
 O texto encaminha o leitor para... 
 Pretende o texto mostrar ao leitor que... 
 O texto possibilita deduzir que... 
 
O que é inferir? Inferir é deduzir uma informação a partir 
do texto, contexto e do mundo. As informações deduzíveis 
de um texto dizem respeito ao que se chama de “vazios 
textuais”. Esses “vazios” esperam que o leitor os preencha 
a partir de sua inteligência e de sua capacidade de avaliar o 
contexto. Vejamos um exemplo: 
 
EXERCÍCIO 01 
Os anônimos 
Na história de Branca de Neve, a rainha má consulta o seu 
espelho e pergunta se existe no reino uma beleza maior do 
que a sua. Os espelhos de castelo, nos contos de fada, são 
um pouco como certa imprensa brasileira, muitas vezes 
dividida entre as necessidades de bajular o poder e de 
refletir a realidade. O espelho tentou mudar de assunto, 
mas finalmente respondeu: “Existe”. Seu nome: Branca de 
Neve. 
Arainha má mandou chamar um lenhador e instruiu-o a 
levar Branca de Neve para a floresta, matá-la, desfazer-se 
do corpo e voltar para ganhar sua recompensa. Mas o 
lenhador poupou Branca de Neve. Toda a história depende 
da compaixão de um lenhador sobre o qual não se sabe 
nada. Seu nome e sua biografia não constam em nenhuma 
versão do conto. (...) 
(Adaptado de Luiz Fernando Verissimo, Banquete com os deuses, 
fragmento.) 
 
Marque C para certo e E para errado. 
01- Após a leitura, marque a opção incorreta: 
a) Segundo o texto, parte da imprensa brasileira não 
segue uma linha jornalística clara, pois oscila em sua 
atividade. 
b) Infere-se do texto que uma parte da imprensa 
brasileira omite a realidade a fim de ganhar crédito 
com os poderosos. 
c) É possível depreender, a partir do segundo parágrafo, 
que o lenhador não tem um caráter exemplar de 
cidadão. 
d) Deduz-se do texto que o lenhador é figura decisiva no 
conto. 
e) O texto faz um paralelo entre os espelhos de castelos 
e uma parte da imprensa nacional. 
 
EXERCÍCIO 02 
Terremoto 
 Houve pânico em algumas cidades do Norte. A terra 
tremeu com força e em vários pontos o mar arremeteu 
contra ela, avançando duzentos, trezentos metros, 
espatifando barcos contra o cais e bramindo com estrondo. 
O povo saiu para as praças e passou a noite ao relento; 
algumas construções desabaram, mas o único homem que 
morreu foi de susto. 
PORTUGUÊS PARA CONCURSOS 
| Apostila 
 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
3 
 
OS: 0032/3/20-Gil 
Lamentemos essa morte e também os pobres pescadores 
que perderam seus barcos; mas qualquer enchente carioca 
dá mais prejuízo e vítimas. Mas louvemos o maremoto e o 
terremoto pelo que eles têm de fundamentalmente pânico, 
pela sua cega, dramática, purificadora intervenção na vida 
cotidiana, pela sua lição de humanidade e de fatalidade. 
Talvez seja bom que os homens não se sintam muito 
seguros sobre a terra, e que o proprietário de imóvel possa 
desconfiar de que ele não é tão imóvel assim; que há 
diabos loucos no fundo do chão e que eles podem 
promover terríveis anarquias. A natureza tem outros meios 
de advertência, como o raio e a tromba d’água; mas são 
demônios do céu que nos atacam. E o homem é 
fundamentalmente um bicho da terra, e é na terra que ele 
se abriga e confia; apenas se move no céu e na água, na 
terra é que está o seu porto e seu pouso. Ele pisa a terra 
com uma soberba inconsciente, seguro dela e de si mesmo; 
só o terremoto consegue lembrar-lhe de maneira 
fundamental sua condição precária e vã e o faz sentir-se 
sem base e sem abrigo. (...) 
Não sei que influência tem o terremoto sobre o caráter 
chileno; sei que muitos poderosos de nossa terra ficariam 
mais simpáticos e propensos à filosofia se o nosso bom 
Atlântico fizesse uma excursão até a rua Barata Ribeiro e o 
velho Pão de Açúcar desmoralizasse um slogan de 
propaganda comercial dando algumas estremeções 
nervosas. 
Houve um tempo em que Deus bastava para tornar 
humilde o poderoso; hoje seus pesadelos são apenas o 
comunismo, o enfarte e o câncer, mas ele já se acostumou 
a pensar que essas coisas só acontecem aos outros. O 
terremoto ameaça a terra com seus bens, e a própria vida; 
sua ocorrência só pode tornar as pessoas mais amantes da 
vida e mais conscientes de sua espantosa fragilidade. E isso 
faz bem. 
(BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 
1960, p.17-19) 
 
01. Ao considerar o terremoto que presenciou no Chile, o 
cronista Rubem Braga 
 
(A) julga definitivamente inúteis os esforços que os 
homens fazem para conviver em harmonia com a 
natureza. 
(B) avalia o efeito positivo que tais catástrofes acabam 
por trazer para o desenvolvimento da tecnologia. 
(C) rejubila-se com o efeito das grandes catástrofes sobre 
os projetos mais ambiciosos da civilização moderna. 
(D) lamenta os prejuízos econômicos que a natureza 
acaba por trazer à base mesma das atividades 
essenciais. 
(E) pondera que as violências da natureza alertam o 
homem contra a arrogância com que costuma se 
conduzir. 
 
 
02. Considerando-se o contexto, traduz-se 
adequadamente o sentido de um segmento em: 
 
(A) propensos à filosofia (3º parágrafo) = infensos às 
especulações. 
(B) conscientes de sua espantosa fragilidade (4º 
parágrafo) = ciosos de sua temerária debilidade. 
(C) pelo que eles têm de fundamentalmente pânico (2º 
parágrafo) = por aquilo que os faz essencialmente 
assustadores. 
(D) podem promover terríveis anarquias (2º parágrafo) = 
ameaçam constituir políticas anárquicas. 
(E) com uma soberba inconsciente (2º parágrafo) = com 
uma inconsciência avantajada. 
 
 
EXERCÍCIO 03 
TEXTO 
Houve um tempo em que eu comia um monte de coisas e 
não precisava contar nada para ninguém. Na civilização 
contemporânea, on-line, conectada o tempo todo, se não 
for registrado e postado, não aconteceu. Comeu, jantou, 
bebeu? Então, prove. Não está na rede? Então, não vale. 
Não estou aqui desfiando lamúrias de dinossauro 
tecnológico. Pelo contrário: interajo com muita gente e 
publico ativamente fotos de minhas fornadas. A vida, hoje, 
é digital. Contudo, presumo que algumas coisas não 
precisam deixar de pertencer à esfera privada. Sendo tudo 
tão novo nessa área, ainda engatinhamos a respeito de 
uma etiqueta que equilibre a convivência entre câmeras, 
pratos, extroversão, intimidade. 
Em meados da década passada, quando a cozinha 
espanhola de vanguarda ainda povoava os debates e as 
fantasias de muitos gourmets, fotografar pratos envolvia 
um dilema: devorar ou clicar? A criação saía da cozinha, 
muitas vezes verticalizada, comumente finalizada com 
esferas delicadas, espumas fugazes... O que fazer, capturá-
la em seu melhor instante cenográfico, considerando luzes 
e sombras, e comê-la depois, já desfigurada, derretida, 
escorrida? Ou prová-la imediatamente, abrindo mão da 
imagem? Nunca tive dúvidas desse tipo (o que talvez faça 
de mim um bom comensal, mas um mau divulgador). 
Fotos e quitutes tornaram-se indissociáveis, e acho que já 
estamos nos acostumando. Mas será que precisa acontecer 
durante todo o repasto? Não dá para fazer só na chegada 
do prato e depois comer sossegado, à maneira analógica? 
Provavelmente não: há o tratamento da imagem, a 
publicação, os comentários, as discussões, a contabilidade 
das curtidas. Reconheço que, talvez antiquadamente, ainda 
sinto desconforto em ver casais e famílias à mesa, nos 
salões, cada qual com seu smartphone, sem diálogos 
presenciais ou interações reais. A pizza esfria e perde o 
viço; mas a foto chega tinindo aos amigos de rede. 
 (Adaptado de: CAMARGO, Luiz Américo. Comeu e não postou? Então, 
não valeu. Disponível em: 
http://brasil.elpais.com/brasil/2017/01/09/opinion/1483977251_21618
5.html) 
PORTUGUÊS PARA CONCURSOS 
| Apostila 
 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
4 
 
OS: 0032/3/20-Gil 
01. Depreende-se corretamente do texto que 
 
(A) o hábito de fotografar os pratos, característico da 
sociedade contemporânea, deveria ser abandonado, 
na opinião do autor, na medida em que a falta de uma 
distinção clara entre vida pessoal e profissional tem 
prejudicado a rotina de amantes da gastronomia. 
(B) o autor, embora não desaprove integralmente o uso 
das redes sociais para a postagem de fotos das 
refeições, considera necessário que se imponha um 
limite para isso, a fim de se preservar não apenas a 
apreciação do prato como também a interação 
presencial. 
(C) as pessoas, hoje, preferem partilhar com os amigos os 
momentos que consideram mais importantes em seu 
cotidiano, o que justifica as fotos de refeições 
realizadas em família, já queo convívio familiar 
continua sendo valorizado, apesar da expansão do 
meio virtual. 
 (D) o autor vê com desaprovação a postagem de fotos de 
pratos em redes sociais, motivo pelo qual prefere 
acessar a internet para a interação com pessoas com 
as quais partilha desse mesmo sentimento, já que tem 
consciência de que não será ouvido pela maior parte 
das pessoas. 
(E) a experiência com a cozinha espanhola de vanguarda 
legou ao autor um olhar crítico para a apresentação 
estética dos pratos, o que fez com que ele aprendesse 
a conter sua ansiedade em degustá-los para antes 
fotografá-los em seu esplendor. 
 
EXERCÍCIO 4 
TEXTO 
Sandberg, que mudou totalmente o conceito 
espectador/obra de arte com o seu trabalho de duas 
décadas no Museu Stedelijk, de Amsterdã, iniciou sua 
palestra elogiando a arquitetura do nosso MAM-RJ que, 
segundo ele, segue a sua teoria de que o público deve ver a 
obra de arte de frente e não de lado, como acontece até 
agora com o museu convencional de quatro paredes. O 
ideal, disse ele, é que as paredes do museu sejam de vidro 
e que as obras estejam à mostra em painéis no centro do 
recinto. O museu não é uma estrutura sagrada e quem o 
frequenta deve permanecer em contato com a natureza do 
lado de fora: 
 “A finalidade do museu de arte contemporânea é nos 
ajudar a ter consciência da nossa própria época, manter um 
espelho na frente do espectador no qual ele possa se 
reconhecer. Este critério nos leva também a mostrar a arte 
de todos os tempos dentro do ambiente atual. Isso significa 
que devemos abolir o mármore, o veludo, as colunas 
gregas, que são interpretações do século XIX. Apenas a 
maior flexibilidade e simplicidade. A luz de cima é natural 
ao ar livre, mas artificial ao interior. As telas são pintadas 
com luz lateral e devem ser mostradas com luz lateral. A luz 
de cima nos permite encerrar o visitante entre quatro 
paredes. Certos museólogos querem as quatro paredes 
para infligir o maior número possível de pinturas aos 
pobres visitantes. 
É de capital importância que o visitante possa caminhar em 
direção a um quadro e não ao lado dele. Quando os 
quadros são apresentados nas quatro paredes, o visitante 
tem de caminhar ao seu lado. Isso produz um efeito 
completamente diferente, especialmente se não queremos 
que ele apenas olhe para o trabalho, mas o veja. Isso é 
ainda mais verdadeiro em relação aos grandes museus de 
arte contemporânea. Eles são grandes porque o artista 
moderno quer nos envolver com o seu trabalho e deseja 
que entremos em sua obra. Ao organizar o nosso museu, 
devemos ter consciência da mudança de mentalidade da 
nova geração. 
Abolir todas as marcas do establishment: uniformes, 
cerimoniais, formalismo. Quando eu era jovem, as pessoas 
entravam nos museus nas pontas dos pés, não ousavam 
falar ou rir alto, apenas cochichavam. 
Realmente não sabemos se os museus, especialmente os 
de arte contemporânea, devem existir eternamente. Foram 
criados numa época em que a sociedade não estava 
bastante interessada nos trabalhos de artistas vivos. O ideal 
seria que a arte se integrasse outra vez na vida diária, saísse 
para as ruas, entrasse nas casas e se tornasse uma 
necessidade. Esta deveria ser a principal finalidade do 
museu: tornar-se supérfluo”. 
(Adaptado de: BITTENCOURT, Francisco. “Os Museus na Encruzilhada” 
[1974], em Arte-Dinamite, Rio de Janeiro, Editora Tamanduá, 2016, p. 73-
75) 
Conforme o texto, 
(A) ainda que sejam convencionais, os museus antigos 
possibilitaram que a arte voltasse a fazer parte da vida 
das pessoas, contribuindo para a mudança de 
mentalidade que possibilitou a arte contemporânea. 
(B) muito embora os museus de arte contemporânea 
optem pela simplicidade em sua estrutura, não devem 
abrir mão do modo de expor as obras, tampouco das 
regras e costumes que se foram sedimentando com o 
passar dos tempos. 
(C) os museus antigos precisam se adequar a uma nova 
mentalidade, tornando-se verdadeiros mercados, que 
possibilitassem a aquisição de obras por qualquer 
pessoa, a ponto de se tornarem supérfluos com o 
tempo. 
(D) por serem pintadas com luz lateral, as telas antigas 
necessitam de uma luz neutra, sem direcionamento 
específico e que não interfira em sua apreciação, 
razão pela qual permanecem em museus tradicionais. 
(E) os museus atuais deveriam privilegiar a maior 
aproximação do espectador em relação às obras, o 
que fica patente pela oposição entre os verbos "olhar" 
e "ver". 
 
 
PORTUGUÊS PARA CONCURSOS 
| Apostila 
 
 
 
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5 
 
OS: 0032/3/20-Gil 
02. Com a frase Quando eu era jovem, as pessoas 
entravam nos museus nas pontas dos pés, não 
ousavam falar ou rir alto, apenas cochichavam (3º 
parágrafo), o autor 
 
(A) exemplifica a ausência de uniformes e formalidades 
em sua juventude, em contraposição ao papel social 
que agora devem assumir os museus, estimulando a 
seriedade e o comprometimento dos espectadores. 
(B) ilustra o caráter contemplativo do espectador naquela 
época, cuja presença, na medida do possível, não 
devia ser percebida, para não interferir no ambiente. 
 (C) mostra como deve se portar, na sua opinião, qualquer 
pessoa que adentre o espaço de um museu de arte, 
seja ela antiga ou contemporânea, de modo a 
demonstrar respeito e educação. 
(D) considera sua juventude como um período em que 
não se compreendia a verdadeira função dos museus, 
o que ocorreu não apenas com sua própria 
maturidade, passando a respeitá-los com a devida 
solenidade. 
(E) ressalta as diferenças de mentalidade entre sua 
geração e a atual, uma vez que aquela era reprimida 
por pretender usar o museu como um espaço de 
convivência. 
 
 IDEIA CENTRAL DO TEXTO 
Algumas questões pedem para que o candidato marque o 
item que apresenta a ideia central do texto (ou assunto 
principal ou principal ideia). Nesse tipo de questão, o texto 
normalmente pertence à tipologia dissertativa. Assim, siga 
o seguinte roteiro: 
1. Título: um título é sempre o resumo da principal ideia 
de um texto. Então, se houver título no texto de sua 
prova, não deixe de levá-lo em consideração. 
2. O 1º Parágrafo: no primeiro parágrafo, há o que se 
chama de tese. A tese é uma afirmação do autor. Tal 
afirmação mostra o pensamento prioritário de quem 
escreve o texto. Assim, nessa tese, nota-se claramente 
a ideia que será debatida ao longo dos demais 
parágrafos. Todo o texto existirá em função dessa 
tese. 
3. Último parágrafo: o último de um texto dissertativo 
reitera (reforça) a tese. 
Conclusão, se você tiver esse tipo de questão, não perca 
tempo: procure logo as extremidades do texto. Vamos a um 
exemplo: 
 
TEXTO 
A França, berço da tríade de valores modernos de 
liberdade, igualdade e fraternidade, deu passo temerário 
ao proibir o uso, em espaços públicos, de véus que cubram 
totalmente o rosto. Trata-se de uma manifestação de 
intolerância difícil de reconciliar com os valores que a nação 
francesa veio a representar no mundo. 
Na prática, a proibição criminaliza o porte de indumentárias 
tradicionais em alguns grupos muçulmanos, como o niqab 
(que deixa só os olhos à mostra) e a burca (que os mantém 
cobertos por uma tela). A legislação adotada em 2010 
entrou em vigor nesta semana e já motivou a aplicação de 
uma multa de cerca de R$ 340. 
A lei interdita o uso de vestimentas que impeçam a 
identificação da pessoa, sob o pretexto de que essa 
dissimulação pode favorecer comportamentos suscetíveis 
de perturbar a ordem pública. Vale para ruas, parques, 
escolas, repartições, bibliotecas, hospitais, delegacias e 
ginásios de esporte. Domicílios, veículos particulares e 
locais de culto ficam excetuados. 
Nesse grau de generalidade, a lei se aplicaria a qualquer 
acessório − como máscaras ou capacetes − que oculte o 
rosto. A intenção de discriminarmuçulmanas transparece 
quando se considera a exceção feita na lei: máscaras 
usadas no contexto de festas, manifestações artísticas ou 
procissões religiosas, "desde que se revistam de caráter 
tradicional". 
Cristãos, portanto, podem cobrir o rosto no Carnaval, no 
Halloween ou em procissões. Muçulmanas, no dia a dia, 
não − ainda que a peça seja de uso tradicional. O 
argumento da obrigatoriedade de identificação é 
ponderável. A própria legislação admite que a identidade 
seja confirmada em recinto policial. A imposição de multa, 
porém, parece abusiva. 
A roupa e o uso de adereços − como crucifixos ou outros 
símbolos religiosos − deveriam ser considerados parte 
integrante do direito à expressão da personalidade, o que 
inclui a fé. Decerto que em muitos casos o uso do véu é 
imposto pela família e pode ser um símbolo de sujeição da 
mulher, mas basta uma que o faça por vontade própria 
para que a lei resulte em violação de seus direitos. 
A medida extrema só encontra explicação no sentimento 
xenófobo que se dissemina pela França. Vem a calhar para 
o presidente Nicolas Sarkozy, que parece disposto a tudo 
para melhorar seus índices de popularidade. 
(Folha de S.Paulo. Opinião. 13 de abril de 2011) 
 
01. O título que dá conta do assunto tratado com prioridade no 
texto é: 
 
(A) Privilégios dos cristãos. 
(B) Intolerância à francesa. 
(C) Datas religiosas e pagãs. 
(D) Índices de popularidade de Nicolas Sarkozy. 
(E) Lugares públicos e privados. 
 
 
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 ALGUNS ELEMENTOS COESIVOS 
1. Pronomes demonstrativos 
Os pronomes demonstrativos “apontam” para algo ou 
alguém, servem para precisar dados, pessoas ou fatos que 
ocorram num texto. 
Este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s), isto, 
isso, aquilo, tal. 
Como podem cair nas provas: 
a) Alguns desses pronomes podem desempenhar o papel 
de retomar /sinalizar palavras ou ideias no texto. 
Chamamos esse papel de anafórico (referência para 
trás) e catafórico (referência para frente). 
 
A dupla “Bebeto & Romário” = Este(a)(s) & Aquele(a)(s) 
Este(a)(s) retomará o referente mais próximo. 
Aquele(a)(s) retomará referente mais distante. 
 
“A sociedade rejeita o velho, não oferece nenhuma 
sobrevivência à sua obra, às coisas que ele realizou e que 
fizeram o sentido de sua vida. Esta, infelizmente, já não 
parece fazer muito sentido para aquela”. 
a) “Esta” retoma “...............................”. 
b) “Aquela” retoma “.................................”. 
 
“A sociedade rejeita o velho, não oferece nenhuma 
sobrevivência à sua obra, às coisas que ele realizou e que 
fizeram o sentido de sua vida. Estas deveriam ser mais 
valorizadas, pois aquele lutou muito para que elas se 
realizassem”. 
a)“Estas” retoma “............................”. 
b) “Aquele” retoma “.............................”. 
 
O “Este(a)(s)” pode surgir sozinho no texto: 
- “Ela comprou os livros, os cadernos e os lápis. Estes, 
contudo, foram os mais fáceis de achar”. 
“Estes” remete a........................................ 
O “Este(a)(s)” pode surgir, também, acompanhado no 
texto: 
- “Ela comprou os livros, os cadernos e os lápis. Estes foram 
os mais fáceis de achar, esses estavam em promoção e 
aqueles tiveram seus preços reduzidos”. 
“Estes” remete a.........................; “esses” remete a 
.......................; “aqueles” remete a ............................ 
- “Após a Lava a Jato, o único político tucano punido foi 
este: nenhum”. 
- “Este” remete a........................................ 
A dupla Esse(a)(s) /Tal + Substantivo “lanterna” 
 SITUAÇÃO 00 
Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard 
(EUA), o maior a respeito do tema feito até o momento, 
mostrou que as temperaturas altas aumentam 
hospitalizações por falência renal, infecções do trato 
urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. 
(....) 
 SITUAÇÃO 01 
Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard 
(EUA), o maior a respeito do tema feito até o momento, 
mostrou que as temperaturas altas aumentam 
hospitalizações por falência renal, infecções do trato 
urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. 
Esse fenômeno também pôde ser notado.... 
 SITUAÇÃO 02 
Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard 
(EUA), o maior a respeito do tema feito até o momento, 
mostrou que as temperaturas altas aumentam 
hospitalizações por falência renal, infecções do trato 
urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. 
Essa pesquisa foi divulgada.... 
 SITUAÇÃO 03 
Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard 
(EUA), o maior a respeito do tema feito até o momento, 
mostrou que as temperaturas altas aumentam 
hospitalizações por falência renal, infecções do trato 
urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. 
Tais consequências já apreciam em .... 
 SITUAÇÃO 04 
Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard 
(EUA), o maior a respeito do tema feito até o momento, 
mostrou que as temperaturas altas aumentam 
hospitalizações por falência renal, infecções do trato 
urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. 
Essas patologias se destacaram em um estudo... 
 SITUAÇÃO 05 
Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard 
(EUA), o maior a respeito do tema feito até o momento, 
mostrou que as temperaturas altas aumentam 
hospitalizações por falência renal, infecções do trato 
urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. Tal 
curso também divulgou trabalhos em áreas... 
 SITUAÇÃO 06 
Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard 
(EUA), o maior a respeito do tema feito até o momento, 
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mostrou que as temperaturas altas aumentam 
hospitalizações por falência renal, infecções do trato 
urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. 
Essa universidade colabora com produções científicas.... 
Como usar o ISSO 
- O pronome “isso” retoma uma ideia (um processo), e não 
uma palavra ou expressão isolada do texto. 
“O Estado do Amazonas é o que tem a floresta mais 
preservada. Isso é repetido por todos e lá eles dizem que 
98% da floresta estão preservados”. 
- “Isso” refere-se a.......................................... 
Como usar o ISTO 
“Só desejo a você isto: que seja aprovado”. 
- “Isto” refere-se a................................. 
 
2. Alguns pronomes relativos 
Os pronomes relativos são aqueles que se relacionam com 
outros elementos do texto, a saber: substantivos (na 
maioria das vezes). 
que, quem, onde e cujo(a)(s). 
Como podem cair em provas: 
a) Lembre-se de que o pronome QUE pode ser 
transformado em o qual, os quais, a qual e as quais. 
- Os livros de Machado de Assis, que são muito bem 
conceituados, têm um bom preço. 
Obs.: “que” refere-se a “livros”. 
- Os livros de Machado de Assis, os quais são muito bem 
conceituados, têm um bom preço. 
- Os cientistas analisaram a proposta que foi recusada pelos 
políticos. 
Obs.: “que” refere-se a “proposta”. 
- Os cientistas analisaram a proposta a qual foi recusada 
pelos políticos. 
 
EXEMPLO 
Os pronomes “que” (1º parágrafo), “sua” (2º parágrafo) e 
“a qual” (3º parágrafo), referem-se, respectivamente, a: 
(A) exemplo − Jeca − composições 
(B) fluidez − Jeca − voz exemplar do migrante 
(C) Tristeza do Jeca − homem − canção popular 
(D) exemplo − homem − voz exemplar do migrante 
(E) fluidez − homem − canção popular 
 
 1º parágrafo 
Gravada por “caipiras” e “sertanejos”, nos “bons tempos do 
cururuautêntico”, assim como nos “tempos modernos da 
música ‘americanizada’ dos rodeios”, Tristeza do Jeca é o 
grande exemplo da notável, embora pouco conhecida, 
fluidez que marca a transição entre os meios rural e 
urbano, pelo menos em termos de música brasileira. 
 
 2º parágrafo 
Num tempo em que homem só cantava em tom maior e 
voz grave, o Jeca surge humilde e sem vergonha alguma da 
sua “falta de masculinidade”, choroso, melancólico, 
lamentando não poder voltar ao passado e, assim, “cada 
toada representa uma saudade”. 
 
 3º parágrafo 
 “A canção popular conserva profunda nostalgia da roça. 
Moderna, sofisticada e citadina, essa música foi e é 
igualmente roceira, matuta, acanhada, rústica e sem trato 
com a área urbana, de tal forma que, em todas essas 
composições, haja sempre a voz exemplar do migrante, a 
qual se faz ouvir para registrar uma situação de 
desenraizamento, de dependência e falta, analisa a 
cientista política Heloísa Starling”. 
RESPOSTA: A letra que inicia a palavra BANCO traz a 
resposta. 
 
 TIPOLOGIA TEXTUAL 
Os textos não são puros. Eles, na verdade, são formados 
pela reunião de várias tipologias. É claro que, entre as 
tipologias presentes, uma sempre se destaca; daí afirmar-se 
que haverá sempre uma predominante. As bancas de 
concursos querem que o candidato perceba qual está em 
evidência no texto da prova. As tipologias existentes são as 
seguintes: narrativa, descritiva, dissertativa, injuntiva, 
preditiva e dialogal (conversacional). 
 Narrativa 
É da natureza humana contar histórias. Talvez seja este o 
tipo mais antigo e do qual todos os demais tenham surgido. 
Quem não gosta de ouvir uma bela história? Um texto 
pertencerá à tipologia narrativa quando as seguintes 
características aparecerem: 
a) Haverá um narrador (na 1ª ou na 3ª pessoa do 
singular ou do plural) que contará um fato real 
(quando a história tratar de pessoas) ou ficcional 
(quando a história utilizar personagens). 
b) Um texto narrativo responde, explícita ou 
implicitamente, às seguintes perguntas: 
 
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Quem? Quando? Onde? O quê? Como? 
Pessoa ou 
personagem 
Tempo Cenário 
Fato / 
ocorrência 
Trama / 
desenvolvimento 
 
 Exemplo: 
 
 
 Descritivo 
A descrição costuma ambientar as narrações e, quando o 
faz, escolhe um “objeto” para dedicar suas atenções. Pode 
ser uma casa, um livro, uma floresta, uma cena (sim, é 
possível descrever uma cena), uma fotografia etc. Um texto 
predominantemente descritivo apresentará as seguintes 
características: 
a) O texto apresenta uma cadeia de características ou de 
procedimentos. 
b) Nesse modelo, é frequente haver adjetivos, locuções 
adjetivas. 
c) Esse tipo de texto costuma ter verbos de ligação, mas 
não é obrigatório. 
 
UERN 2013 
Como você pode ver, uma garotinha está deitada 
displicentemente no colo de um senhor bem velhinho e 
bem simpático. Ela parece um anjo. Loirinha, cabelo 
castanho claro, encaracolado, nariz e boca perfeitos, ar 
inteligente e sadio, uma dessas crianças que a gente vê em 
anúncios. Pelo jeito, deve ter uns três ou quatro anos, não 
mais que isso. Ela está vestida em um desses macaquinhos 
de flanela, com florezinhas azuis e vermelhas e uma malha 
creme por baixo. Calçando um tênis transadíssimo nas 
discretas cores amarelo, vermelho e azul, o que nos mostra 
que a mocinha não é apenas novinha, mas moderninha 
também. O velhinho tem um tipo bem italiano. O boné 
cinza é típico desses senhores que a gente vê passeando 
pelo Bixiga nos domingos à tarde. (...) 
( ) Predomina no texto a descrição, já que o relato feito 
envolve uma cena estática, isto é, em que nenhum 
acontecimento pode ser considerado cronologicamente 
anterior a outro. 
 
 Dissertativo 
Dissertar é um ato cognitivo e exige, portanto, 
conhecimento enciclopédico do redator. Além de ter 
conhecimento de mundo, o autor desse tipo de texto deve 
saber fazer formulações, lançar teses, defender seu ponto 
de vista a partir de argumentos, fazer comparações, chegar 
a conclusões etc. Essa tipologia de texto pode ser escrita na 
1ª ou na 3ª pessoa (do singular ou do plural), cujo objetivo 
principal é manusear ideias (fatos, problemas sociais, leis, 
acontecimentos históricos, questões filosóficas, 
descobertas científicas etc.) a fim de informar ou opinar. 
Por isso, há dois formatos do tipo dissertativo: 
a) Dissertação expositiva: não há uma tomada de 
partido ou mesmo presença de tese, pois o autor 
apenas traz ideias a público. 
TRE PERNAMBUCO 2016 
 
b) Dissertação argumentativa: há uma tomada de 
partido. O autor trabalha em função de uma tese 
e usa argumentos (exemplos, números, citações 
etc.) para fundamentar seu ponto de vista. 
BACEN 2013 
 
 Injuntivo 
Nesse modelo de texto, o autor indica ao leitor como 
realizar uma ação, orienta um procedimento, dá instruções 
ao leitor, enfim. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os 
verbos desses textos são, em sua maioria, empregados no 
modo imperativo. 
Ex.: 
a) manuais e instruções para montagem ou uso de 
aparelhos e instrumentos; 
b) textos com regras de comportamento; 
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c) textos de orientação (ex.: recomendações de 
trânsito); 
d) receitas. 
 
TJDF 2015 
 
 
 Preditivo 
Caracterizado por predizer algo ou levar o interlocutor a 
crer em alguma coisa, a qual ainda está por ocorrer. É o 
tipo predominante nos seguintes gêneros: previsões 
astrológicas, previsões meteorológicas, análise de mercado, 
previsões escatológicas/apocalípticas etc. 
 Dialogal / Conversacional 
Caracteriza-se pelo diálogo entre os interlocutores. É o tipo 
predominante nos gêneros: entrevista, conversa telefônica, 
“watts zap”, peças teatrais etc. 
 
EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS. 
 
EXERCÍCIOS 01 
 
TEXTO I 
Os anônimos 
 
Na história de Branca de Neve, a rainha má consulta o seu 
espelho e pergunta se existe no reino uma beleza maior do 
que a sua. Os espelhos de castelo, nos contos de fada, são 
um pouco como certa imprensa brasileira, muitas vezes 
dividida entre as necessidades de bajular o poder e de 
refletir a realidade.O espelho tentou mudar de assunto, mas 
finalmente respondeu: “Existe”. Seu nome: Branca de Neve. 
 
A rainha má mandou chamar um lenhador e instruiu-o a 
levar Branca de Neve para a floresta, matá-la, desfazer-se 
do corpo e voltar para ganhar sua recompensa. Mas o 
lenhador poupou Branca de Neve. Toda a história depende 
da compaixão de um lenhador sobre o qual não se sabe 
nada. Seu nome e sua biografia não constam em nenhuma 
versão do conto. A rainha má é a rainha má, claramente um 
arquétipo, e os arquétipos não precisam de nome. O 
Príncipe Encantado, que aparecerá no fim da história, 
também não precisa. É um símbolo reincidente, talvez nem 
a Branca de Neve se dê ao trabalho de descobrir seu nome. 
Mas o personagem principal da história, sem o qual a 
história não existiria e os outros personagens não se 
tornariam famosos, não é símbolo de nada. Ele só entra na 
trama para fazer uma escolha, mas toda a narrativa fica em 
suspenso até que ele faça a escolha certa, 
pois se fizer a errada não tem história. O lenhador 
compadecido representa dois segundos de livre-arbítrio que 
podem desregular o mundo dos deuses e dos heróis. Por 
isso é desprezado como qualquer intruso e nem aparece nos 
créditos. 
Muitas histórias mostram como são os figurantes anônimos 
que fazem a história, ou como, no fim, é a boa consciência 
que move o mundo. Mas uma das pessoas do grupo em queconversávamos sobre esses anônimos discordou dessa tese, 
e disse que a entrada do lenhador simbolizava um problema 
da humanidade, que é a dificuldade de conseguir 
empregados de confiança, que façam o que lhes for pedido. 
 
(Adaptado de Luiz Fernando Verissimo, Banquete com os deuses) 
 
1. O autor do texto considera que, em muitas histórias, 
certos personagens anônimos 
 
(A) revestem-se de um caráter eminentemente 
simbólico, ainda que secundário para o 
desenvolvimento da trama. 
(B) representam a desordem do acaso, entendido 
este como o destino que os deuses escolhem 
para a história humana. 
(C) equiparam-se a símbolos reincidentes, como o 
Príncipe, para melhor sublinharem o 
ensinamento de uma fábula. 
(D) têm crucial relevância para a história, ainda que 
relegados à obscuridade de transitórios 
figurantes. 
(E) tornam-se irrelevantes depois de seu 
desempenho, na sequência de eventos 
independentes de sua participação. 
 
2. O autor do texto levanta a seguinte hipótese para 
justificar o modo pelo qual personagens como o 
lenhador são anônimos em muitas histórias: eles 
seriam vistos como responsáveis por 
 
(A) uma escolha pessoal e independente, que não 
deixa de afrontar uma instância superior já 
estabelecida. 
(B) atos de subversão e anarquia, dado que, para 
atender a vontade dos deuses, ignoram a dos 
homens. 
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(C) decisões éticas basicamente preocupadas em 
conciliar a justiça terrena e a vontade divina. 
(D) uma escolha irracional, justificável pela precária 
condição cultural que os caracteriza. 
(E) uma reação de tal modo imprevisível que 
impossibilita uma sequência lógica de eventos. 
 
3. Deve-se deduzir do texto que a razão pela qual os 
arquétipos não precisam de nome é que 
 
(A) seu papel, tal como o do lenhador, já está 
estabelecido pelo Destino. 
(B) sua importância, como a do lenhador, é casual, 
servindo para acentuar o realismo da narrativa. 
(C) sua significação, tal como a do Príncipe 
Encantado, já está estabelecida pela tradição das 
histórias. 
(D) sua função, tal como a da imprensa, é oscilar 
entre a necessidade pública e o interesse 
privado. 
(E) sua relevância, tal como a da rainha má, está em 
representar uma rápida indecisão. 
 
4. Considerando-se o contexto, traduz-se 
adequadamente o sentido de um elemento do texto 
em: 
 
(A) dividida entre as necessidades (1º parágrafo) __ 
açodada pelos desejos. 
(B) de bajular o poder e de refletir a realidade (1º 
parágrafo) __ de cortejar a instância superior e 
obliterar o real. 
(C) Toda a história depende da compaixão (2º 
parágrafo) __ toda a narrativa suscita um 
compadecimento. 
(D) É um símbolo reincidente (2º parágrafo) __ 
simboliza uma reiteração. 
(E) só entra na trama para fazer uma escolha (2º 
parágrafo) __ não participa do enredo senão para 
assumir uma opção. 
 
TEXTO II 
Pós-11/9 
 
Li que em Nova York estão usando “dez de setembro” como 
adjetivo, significando antigo, ultrapassado. Como em: “Que 
penteado mais dez de setembro!”. O 11/9 teria mudado o 
mundo tão radicalmente que tudo o que veio antes – 
culminando com o day before [dia anterior], o último dia 
das torres em pé, a última segunda-feira normal e a 
véspera mais véspera da História – virou preâmbulo. 
Obviamente, nenhuma normalidade foi tão afetada quanto 
o cotidiano de Nova York, que vive a psicose do que ainda 
pode acontecer. Os Estados Unidos descobriram um 
sentimento inédito de vulnerabilidade e reorganizam suas 
prioridades para acomodá-las, inclusive sacrificando alguns 
direitos de seus cidadãos, sem falar no direito de cidadãos 
estrangeiros não serem bombardeados por eles. Protestos 
contra a radicalíssima reação americana são vistos como 
irrealistas e anacrônicos, decididamente “dez de setembro”. 
Mas fatos inaugurais como o 11/9 também permitem às 
nações se repensarem no bom sentido, não como 
submissão à chantagem terrorista, mas para não perder a 
oportunidade do novo começo, um pouco como Deus – o 
primeiro autocrítico – fez depois do Dilúvio. Sinais de 
revisão da política dos Estados Unidos com relação a Israel 
e os palestinos são exemplos disto. E é certo que nenhuma 
reunião dos países ricos será como era até 10/9, pelo 
menos por algum tempo. No caso dos donos do mundo, não 
se devem esperar exames de consciência mais profundos ou 
atos de contrição mais espetaculares, mas o 
instinto de sobrevivência também é um caminho para a 
virtude. 
O horror de 11/9 teve o efeito paradoxalmente contrário de 
me fazer acreditar mais na humanidade. A questão é: o que 
acabou em 11/9 foi prólogo, exatamente, de quê? Seja o 
que for, será diferente. Inclusive por uma questão de moda, 
já que ninguém vai querer ser chamado de “dez de 
setembro” na rua. 
 
(Luis Fernando Verissimo, O mundo é bárbaro) 
 
5. Já se afirmou a respeito de Luis Fernando Verissimo, 
autor do texto aqui apresentado: "trata-se de um 
escritor que consegue dar seriedade ao humor e graça 
à gravidade, sendo ao mesmo tempo humorista 
inspirado e ensaísta profundo". 
Essa rara combinação de planos e tons distintos pode 
ser adequadamente ilustrada por meio destes 
segmentos do texto: 
 
I. Que penteado mais dez de setembro! e Os 
Estados Unidos descobriram um sentimento 
inédito de vulnerabilidade. 
II. Um pouco como Deus – o primeiro autocrítico – 
fez depois do Dilúvio e o instinto de sobrevivência 
também é um caminho para a virtude. 
III. Fatos inaugurais como o 11/9 também permitem 
às nações se repensarem e não se devem esperar 
exames de consciência mais profundos. 
 
Em relação ao texto, atende ao enunciado desta 
questão o que se transcreve em 
 
(A) I, II e III. 
(B) I e II, apenas. 
(C) II e III, apenas. 
(D) I e III, apenas. 
(E) II, apenas. 
 
6. Considerando-se o contexto, traduz-se 
adequadamente o sentido de um segmento em: 
(A) significando antigo, ultrapassado (1º parágrafo) 
__ conotando nostálgico, recorrente. 
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(B) reorganizam suas prioridades para acomodá-las 
(1º parágrafo) __ ratificam suas metas para as 
estabilizarem. 
(C) atos de contrição mais espetaculares (2º 
parágrafo) __ demonstrações mais grandiosas de 
arrependimento. 
(D) teve o efeito paradoxalmente contrário (2º 
parágrafo) __ decorreu de uma irônica 
contradição. 
(E) foi prólogo, exatamente, de quê? (3º parágrafo) 
__ a que mesmo serviu de pretexto? 
 
7. Ao comentar a tragédia de 11 de setembro, o autor 
observa que ela 
 
(A) foi uma espécie de prólogo de uma série de 
muitas outras manifestações terroristas. 
(B) exigiria das autoridades americanas a adoção de 
medidas de segurança muito mais drásticas que 
as então vigentes. 
(C) estimularia a população novaiorquina a tornar 
mais estreitos os até então frouxos laços de 
solidariedade. 
(D) abriu uma oportunidade para que os americanos 
venham a se avaliar como nação e a trilhar um 
novo caminho. 
(E) faria com que os americanos passassem a 
ostentar com ainda maior orgulho seu decantado 
nacionalismo. 
 
TEXTO III 
Os homens-placa 
 
Uma cabeleira cor-de-rosa ou verde, um nariz de palhaço, 
luvas de Mickey gigantescas, pouco importa. Eis que surge 
numa esquina, e replica-se em outras dez, o personagem 
mais solitário de nossas ruas, o homem-placa das novas 
incorporações imobiliárias. Digo homem-placa, não porque 
ele seja vítima do velho sistema de ficar ensanduichado 
entre duas tábuas de madeira anunciando remédios ou 
espetáculos de teatro, nem porque, numa versão mais 
recente,amarrem-lhe ao corpo um meio colete de plástico 
amarelo para avisar que se compra ouro ali por perto. Ele é 
homem-placa porque sua função é mostrar, a cada 
encruzilhada mais importante do caminho, a direção certa 
para o novo prédio de apartamentos que está sendo 
lançado. 
Durante uma época, a prática foi encostar carros 
velhíssimos, verdadeiras sucatas, numa vaga de esquina, 
colocando o anúncio do prédio em cima da capota. O efeito 
era ruim, sem dúvida. Como acreditar no luxo e na distinção 
do edifício Duvalier, com seu espaço gourmet e seu 
depósito de vinho individual, se todo o sonho estava 
montado em cima de um Opala 74 cor de tijolo com dois 
pneus no chão? 
 
Eliminaram-se os carros-placa, assim como já pertencem ao 
passado os grandes lançamentos performáticos do mercado 
imobiliário. A coisa tinha, cerca de dez anos atrás, 
proporções teatrais. Determinado prédio homenageava a 
Nova York eterna: mocinhas eram contratadas para se 
fantasiarem de Estátua da Liberdade, com o rosto pintado 
de verde, a tocha de plástico numa mão, o folheto colorido 
na outra. Ou então era o Tio Sam, eram Marilyns e 
Kennedys, que ocupavam a avenida Brasil, a Nove de Julho, 
as ruas do Itaim. 
Esses homens e mulheres-placa não se comparam sequer 
ao guardador de carros, que precisa impor certa presença 
ao cliente incauto. Estão ali graças à sua inexistência social. 
Só que sua função, paradoxalmente, é a de serem vistos; 
um cabelo azul, um gesto repetitivo apontando o caminho 
já bastam. 
(Adaptado de: Marcelo Coelho, www.marcelocoelho.folha. 
blogspot.uol.com) 
 
8. Os homens e mulheres-placa, no desempenho de sua 
função, evidenciam o paradoxo 
 
(A) da reduzida eficácia que esse antigo e bem-
sucedido recurso publicitário obtém nos dias 
atuais. 
(B) de se preservar o romantismo do passado na 
utilização de uma técnica moderna de 
comunicação. 
(C) de se chamar a atenção para a ostensiva 
presença pública de quem está imerso no 
anonimato. 
(D) da teimosa insistência dos empreendedores 
financeiros numa anacrônica tática de vendas. 
(E) da resignação com que fazem de seus próprios 
corpos matéria de propaganda imobiliária. 
 
9. Atente para as seguintes afirmações: 
 
I. Destituídos de qualquer qualidade pessoal, os 
homens- placa, em sua função mais recente, 
funcionam como meros sinalizadores físicos da 
localização dos negócios. 
II. No terceiro parágrafo, as referências à Estátua 
da Liberdade, Marilyns e Kennedys mostram 
como a propaganda se vale de imagens 
estereotipadas para incutir prestígio em certos 
produtos. 
III. A despersonalização a que se submetem os 
homens e mulheres-placa só não é maior do que 
a que sofre um guardador de carros. 
 
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em 
(A) I, II e III. 
(B) I e II, somente. 
(C) I e III, somente. 
(D) II e III, somente. 
(E) II, somente. 
 
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10. Considerando-se o contexto, traduz-se 
adequadamente o sentido de um segmento em: 
 
(A) replica-se em outras dez (1º parágrafo) __ 
contesta-se em dez outras. 
(B) incorporações imobiliárias (1º parágrafo) __ 
admissões de imóveis. 
(C) lançamentos performáticos (3º parágrafo) __ 
propulsões cuidadosas. 
(D) impor certa presença (4º parágrafo) __ submeter 
a aparência. 
(E) graças à sua inexistência social (4o parágrafo) __ 
devido à falta de sua identidade pública. 
 
11. O autor justifica a afirmação O efeito era ruim, sem 
dúvida, (2o parágrafo) mostrando 
 
(A) o contrassenso de se anunciar um produto 
sofisticado por meio de um recurso grosseiro. 
(B) o modesto resultado financeiro que se obtém 
pela publicidade apoiada em homens-placa. 
(C) a ineficácia de uma propaganda sofisticada 
voltada para uma clientela de pouco poder 
aquisitivo. 
(D) a impossibilidade de se tentar exaltar 
simultaneamente aspectos contraditórios de um 
produto. 
(E) o pífio resultado obtido por quem busca valorizar 
o que é barato por meio de recursos baratos. 
 
12. No 3º parágrafo, o autor se vale da expressão A coisa 
referindo-se, precisamente, 
 
(A) à eliminação mais que justificável dos carros-
placa. 
(B) ao prestígio inconteste dos mais antigos recursos 
publicitários. 
(C) às características teatrais dos carros-placa. 
(D) aos desempenhos teatrais das campanhas 
imobiliárias. 
(E) ao inesperado crescimento do mercado 
imobiliário. 
 
 
TEXTO IV 
 
Graças à espantosa explosão de teoria e prática da 
informação, novos avanços científicos foram se traduzindo 
numa tecnologia que não exigia qualquer compreensão dos 
usuários finais. O resultado ideal era um conjunto de botões 
que requeria apenas apertar-se no lugar certo para ativar 
um procedimento, sem demandar maiores contribuições 
das qualificações e inteligência limitadas e inconfiáveis do 
ser humano médio. 
A cobrança nos caixas de supermercado na década de 1990 
tipificava essa eliminação do elemento humano. Não exigia 
do operador mais que reconhecer as cédulas e moedas do 
dinheiro local. Um scanner automático traduzia o código de 
barras do artigo num preço, somava todos os preços, 
deduzia o total da quantia entregue pelo cliente, e dizia ao 
operador quanto dar de troco. O procedimento para 
assegurar essas atividades se baseia numa combinação de 
maquinaria sofisticada e programação elaborada. Contudo, 
a menos que alguma coisa desse errado, esses milagres de 
tecnologia científica não exigiam mais que um mínimo de 
atenção e uma capacidade um tanto maior de concentrada 
tolerância ao tédio. 
Para fins práticos, a situação do operador de caixa do 
supermercado representava a norma humana de fins do 
século XX; não precisamos entender nem modificar os 
milagres da tecnologia científica de vanguarda, mesmo que 
saibamos, ou julguemos saber, o que está acontecendo. 
Outra pessoa o fará ou já fez por nós. Pois, ainda que nos 
suponhamos especialistas num ou noutro campo 
determinado, diante da maioria dos outros produtos diários 
da ciência e tecnologia somos leigos ignorantes sem 
compreender nada. Assim, a ciência, através do tecido 
saturado de tecnologia da vida humana, demonstra 
diariamente seus milagres ao mundo. É indispensável e 
onipresente. 
E, no entanto, o século XX não se sentia à vontade com a 
ciência que fora a sua mais extraordinária realização, e da 
qual dependia. O progresso das ciências naturais se deu 
contra um fulgor, ao fundo, de desconfiança e medo. 
A desconfiança e o medo da ciência eram alimentados por 
alguns sentimentos: o de que a ciência era incompreensível; 
o de que suas consequências tanto práticas quanto morais 
eram imprevisíveis e provavelmente catastróficas; o de que 
ela acentuava o desamparo do indivíduo e solapava a 
autoridade. 
Tampouco devemos ignorar o sentimento de que, na 
medida em que a ciência interferia na ordem natural das 
coisas, era inerentemente perigosa. Os primeiros dois 
sentimentos eram partilhados tanto por cientistas quanto 
leigos, os dois últimos pertenciam basicamente aos de fora. 
 
(Adaptado de: Eric Hobsbawm. Era dos extremos. Trad. Marcos Santarrita. 
São Paulo: Cia. das Letras, 2006, p. 509-512) 
 
13. Segundo o texto, 
 
(A) os grandes avanços provenientes das ciências 
naturais no século XX foram acompanhados pelo 
temor e pela suspeita de que malefícios 
poderiam deles advir. 
(B) a tecnologia das máquinas substitui a mão de 
obra humana em diversos setores, causando, 
entre outras consequências desastrosas, o 
desemprego. 
(C) em termos morais, o avanço da tecnologia 
trouxe consequências negativas, pois a ciência é 
desprovida de ética e é preocupante o uso que 
se faz dela. 
(D) um dos obstáculos que impedem um maior 
desenvolvimento da ciência até os dias de hoje 
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configura-se na crença de que devemos seguir as 
leis da natureza para não corrermos riscos. 
(E) ainda que possuam conhecimentos específicos 
de outras áreas, os que têm pouca familiaridade 
com a tecnologia e não a compreendem devem 
ficar para trás em um mercado competitivo 
como o dos dias atuais. 
 
14. O segmento em que o autor NÃO exprime opinião 
pessoal ou posicionamento crítico é: 
 
(A) Graças à espantosa explosão de teoria e prática 
da informação, novos avanços científicos foram 
se traduzindo numa tecnologia que não exigia 
qualquer compreensão dos usuários finais. 
(B) O procedimento para assegurar essas atividades 
se baseia numa combinação de maquinaria 
sofisticada e programação elaborada. 
(C) ... diante da maioria dos outros produtos diários 
da ciência e tecnologia somos leigos ignorantes 
sem compreender nada. 
(D) ...esses milagres de tecnologia científica não 
exigiam mais que um mínimo de atenção e uma 
capacidade um tanto maior de concentrada 
tolerância ao tédio. 
(E) ...requeria apenas apertar-se no lugar certo para 
ativar um procedimento, sem demandar maiores 
contribuições das qualificações e inteligência 
limitadas e inconfiáveis do ser humano médio. 
 
15. Graças à espantosa explosão de teoria e prática da 
informação, novos avanços científicos foram se 
traduzindo numa tecnologia que não exigia qualquer 
compreensão dos usuários finais. 
Identificam-se nas frases acima, respectivamente, 
 
(A) causa e consequência. 
(B) hipótese seguida de conclusão. 
(C) afirmação e concessão. 
(D) argumentação e ressalva. 
(E) temporalidade e finalidade. 
 
TEXTO V 
 
Nosso currículo escolar devia dedicar mais tempo e atenção 
à anatomia e à fisiologia, para que as crianças se 
formassem com conhecimentos mínimos sobre o 
funcionamento do organismo. Não admitimos que nossos 
filhos estudem em colégio que não lhes ensine informática. 
Fazemos questão que se familiarizem com os 
computadores, sem os quais serão atropelados pela 
concorrência do futuro, mas aceitamos que ignorem a 
organização básica da estrutura da qual dependerão para 
respirar até o dia da morte. Houvesse mais interesse em 
despertar no aluno a curiosidade de decifrar como funciona 
essa máquina maravilhosa, que a evolução fez chegar até 
nós depois de 3,5 bilhões de anos de competição e seleção 
natural, desde pequenos trataríamos o corpo com mais 
respeito e sabedoria e não daríamos ouvidos a teorias 
estapafúrdias, a superstições, ao obscurantismo e à 
pseudociência que faz a alegria dos charlatães. 
A medicina é um ramo da biologia, ciência que se propõe a 
estudar os seres vivos e as leis que os regem, não é domínio 
da crença; não é religião. O organismo humano é a 
estrutura mais complexa que conhecemos - alguns o 
consideram mais complexo do que o próprio Universo. 
Estudar os mecanismos responsáveis pela circulação e 
oxigenação do sangue, pela digestão dos nutrientes, ter 
uma ideia de como ocorrem as principais reações 
metabólicas e aprender que nosso corpo é uma máquina 
que se aperfeiçoa com o movimento é a melhor forma de 
evitar que ele nos deixe no meio da estrada. 
Num mundo cada vez mais dominado pela tecnologia, o 
ensino de ciências deve começar na pré-escola. Aprendendo 
desde cedo, as crianças incorporarão o pensamento 
científico à rotina de suas vidas e descobrirão belezas e 
mistérios inacessíveis aos que desconhecem os princípios 
segundo os quais a natureza se organizou. 
 
(Adaptado de: Drauzio Varella. A ignorância e o corpo. FSP, 18/06/2011, 
p.E 20) 
 
16. A principal conclusão do autor, no texto, é a de que 
 
(A) pessoas supersticiosas tendem a se angustiar 
com alegações infundadas. 
(B) o ensino de informática é imprescindível na 
atualidade e deve começar cedo. 
(C) teorias científicas de credibilidade questionável 
deveriam ser banidas da mídia. 
(D) o ensino da biologia tem maior importância na 
vida escolar do que o da informática. 
(E) o conhecimento dos mecanismos que comandam 
o corpo deve ser incentivado desde cedo na 
escola. 
 
17. Leia atentamente o que se afirma abaixo: 
 
I. Houvesse mais interesse em despertar no aluno a 
curiosidade de decifrar como funciona essa 
máquina maravilhosa, que a evolução fez chegar 
até nós depois de 3,5 bilhões de anos de 
competição e seleção natural, desde pequenos 
trataríamos o corpo com mais respeito e 
sabedoria... 
Infere-se do segmento acima que os cuidados 
com o próprio corpo melhoram à medida que 
aumenta o domínio sobre o seu funcionamento. 
II. Fazemos questão que se familiarizem com os 
computadores, sem os quais serão atropelados 
pela concorrência do futuro, mas aceitamos que 
ignorem a organização básica da estrutura da 
qual dependerão para respirar até o dia da 
morte. 
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Identifica-se entre as frases acima hipótese 
seguida de confirmação. 
III. ...belezas e mistérios inacessíveis aos que 
desconhecem os princípios segundo os quais a 
natureza se organizou. 
O segmento acima está reescrito com outras 
palavras, mantendo-se a correção, a lógica e, em 
linhas gerais, o sentido original em: Apenas os 
que são capazes de julgar as leis que organizam 
a natureza, com suas belezas e mistérios, pode 
se familiarizar com ela. 
 
Está correto o que consta em: 
 
(A) II e III, apenas. 
(B) I e III, apenas. 
(C) II, apenas. 
(D) I, apenas. 
(E) I, II e III. 
 
EXERCÍCIO 02 
De volta à Antártida 
 
A Rússia planeja lançar cinco novos navios de pesquisa 
polar como parte de um esforço de US$ 975 milhões para 
reafirmar a sua presença na Antártida na próxima década. 
Segundo o blog Science Insider, da revista Science, um 
documento do governo estabelece uma agenda de 
prioridades para o continente gelado até 2020. A principal 
delas é a reconstrução de cinco estações de pesquisa na 
Antártida, para realizar estudos sobre mudanças climáticas, 
recursos pesqueiros e navegação por satélite, entre outros. 
A primeira expedição da extinta União Soviética à Antártida 
aconteceu em 1955 e, nas três décadas seguintes, a 
potência comunista construiu sete estações de pesquisa no 
continente. A Rússia herdou as estações em 1991, após o 
colapso da União Soviética, mas pouco conseguiu investir 
em pesquisa polar depois disso. O documento afirma que 
Moscou deve trabalhar com outras nações para preservar a 
“paz e a estabilidade” na Antártida, mas salienta que o país 
tem de se posicionar para tirar vantagem dos recursos 
naturais caso haja um desmembramento territorial do 
continente. 
 
(Pesquisa Fapesp, dezembro de 2010, no 178, p. 23) 
 
1. A principal delas é a reconstrução de cinco estações 
de pesquisa na Antártida, para realizar estudos sobre 
mudanças climáticas, recursos pesqueiros e 
navegação por satélite, entre outros. 
 
O segmento grifado na frase acima tem sentido 
(A) adversativo. 
(B) de consequência. 
(C) de finalidade. 
(D) de proporção. 
(E) concessivo. 
 
2. Em “paz e a estabilidade”, na última frase do texto, o 
emprego das aspas 
 
(A) indica que esse segmento é transcrição literal do 
documento do governo russo mencionado no 
início do texto. 
(B) sugere a desconfiança do autor do artigo com 
relação aos supostos propósitos da Rússia de 
manter a paz na Antártida. 
(C) revela ser esse o principal objetivo do governo 
russo ao reconstruir estações de pesquisa na 
Antártida que datam do período soviético. 
(D) aponta para o sentido figurado desses vocábulos, 
que não devem ser entendidos em sentido 
literal, como o constante dos dicionários. 
(E) justifica-sepela sinonímia existente entre paz e 
estabilidade, o que torna impensável a existência 
de uma sem a outra. 
 
3. Há exemplos de palavras ou expressões empregadas 
no texto para retomar outras já utilizadas sem repeti-
las literalmente, como ocorre em: 
 
I. O continente gelado / a Antártida 
II. Moscou / a Rússia 
III. A revista Science / o blog Science Insider 
IV. A potência comunista a União Soviética Atende 
corretamente ao enunciado da questão o que 
está em 
 
(A) I e III, apenas. 
(B) I e IV, apenas. 
(C) II e III, apenas. 
(D) I, II e IV, apenas. 
(E) I, II, III e IV 
 
Atenção: As questões de números 4 a 6 referem-se ao 
texto abaixo. 
 
Quando eu sair daqui, vamos começar vida nova numa 
cidade antiga, onde todos se cumprimentam e ninguém nos 
conheça. Vou lhe ensinar a falar direito, a usar os diferentes 
talheres e copos de vinho, escolherei a dedo seu guarda-
roupa e livros sérios para você ler. Sinto que você leva jeito 
porque é aplicada, tem meigas mãos, não faz cara ruim 
nem quando me lava, em suma, parece uma moça digna 
apesar da origem humilde. Minha outra mulher teve uma 
educação rigorosa, mas mesmo assim mamãe nunca 
entendeu por que eu escolhera justamente aquela, entre 
tantas meninas de uma família distinta. 
 
(Chico Buarque. Leite derramado, São Paulo, Cia. das Letras, 2009, p. 29) 
 
4. Leia atentamente as afirmações abaixo sobre o texto. 
 
I. Ao expressar o desejo de viver numa cidade 
“onde todos se cumprimentam e ninguém nos 
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conheça”, o narrador incorre numa evidente e 
insolúvel contradição. 
II. A afirmação de que a “outra mulher teve uma 
educação rigorosa” é reafirmação, por contraste, 
de que aquela a quem o narrador se dirige não a 
teve, o que já estava implícito no propósito de 
“lhe ensinar a falar direito, a usar os diferentes 
talheres e copos de vinho etc.”. 
III. Ao dizer que sua interlocutora “parece uma 
moça digna apesar da origem humilde”, o 
narrador sugere, por meio da concessiva, que a 
dignidade não costuma ser característica 
daqueles cuja origem é humilde. 
 
Está correto o que se afirma em 
 
(A) I, II e III. 
(B) II e III, apenas. 
(C) I e III, apenas. 
(D) I e II, apenas. 
(E) II, apenas. 
 
5. ... escolherei a dedo seu guarda-roupa e livros sérios 
para você ler. 
A expressão grifada na frase acima pode ser 
substituída, sem prejuízo para o sentido original, por: 
 
(A) pessoalmente. 
(B) de modo incisivo. 
(C) apontando. 
(D) entre outras coisas. 
(E) cuidadosamente 
 
Minha outra mulher teve uma educação rigorosa, mas 
mesmo assim mamãe nunca entendeu por que eu escolhera 
justamente aquela, entre tantas meninas de uma família 
distinta. 
 
6. O verbo grifado na frase acima pode ser substituído, 
sem que se altere o sentido e a correção originais, e o 
modo verbal, por: 
 
(A) escolheria. 
(B) havia escolhido. 
(C) houvera escolhido. 
(D) escolhesse. 
(E) teria escolhido. 
 
 
Atenção: As questões de números 7 a 10 referem-se ao 
texto abaixo. 
 
Cartão de Natal 
 
Pois que reinaugurando essa criança 
pensam os homens 
reinaugurar a sua vida 
e começar novo caderno, 
fresco como o pão do dia; 
pois que nestes dias a aventura 
parece em ponto de voo, e parece 
que vão enfim poder 
explodir suas sementes: 
que desta vez não perca esse caderno 
sua atração núbil para o dente; 
que o entusiasmo conserve vivas 
suas molas, 
e possa enfim o ferro 
comer a ferrugem 
o sim comer o não. 
João Cabral de Melo Neto 
 
7. No poema, João Cabral 
(A) critica o egoísmo, e manifesta o desejo de que na 
passagem do Natal as pessoas se tornem 
generosas e façam “o sim comer o não”. 
(B) demonstra a sua aversão às festividades 
natalinas, pois “nestes dias a aventura parece em 
ponto de voo”, mas depois a rotina segue como 
sempre. 
(C) critica “a atração núbil para o dente” daqueles 
que transformam o Natal em uma apologia ao 
consumo e se esquecem do seu caráter religioso. 
(D) observa com otimismo que o Natal é um 
momento de renovação em que os homens se 
transformam para melhor e fazem o “ferro comer 
a ferrugem”. 
(E) manifesta a esperança de que o Natal traga, de 
fato, uma transformação, e que, ao contrário de 
outros natais, seja possível “começar novo 
caderno”. 
 
8. É correto perceber no poema uma equivalência entre 
(A) ferrugem e aventura. 
(B) dente e entusiasmo. 
(C) caderno e vida. 
(D) sementes e pão do dia. 
(E) ferro e atração núbil. 
 
9. Pois que reinaugurando essa criança 
O segmento grifado acima pode ser substituído, no 
contexto, por: 
(A) Mesmo que estejam. 
(B) Apesar de estarem. 
(C) Ainda que estejam. 
(D) Como estão. 
(E) Mas estão. 
 
10. “que desta vez não perca esse caderno”. 
Com a frase acima o poeta 
(A) alude a uma impossibilidade. 
(B) exprime um desejo. 
(C) demonstra estar confuso. 
(D) revela sua hesitação. 
(E) manifesta desconfiança. 
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EXERCÍCIO 03 
 
Um circo e um antipalhaço 
 
Em 1954, numa cidadezinha universitária dos Estados 
Unidos, vi “o maior circo do mundo”, que continua a ser o 
sucessor do velho Barnum & Bailey, velho conhecido dos 
meus primeiros dias de estudante nos Estados Unidos. Vi 
então, com olhos de adolescente ainda um tanto menino, 
maravilhas que só para os meninos têm plenitude de 
encanto. Em 1954, revendo “o maior circo do mundo”, 
confesso que, diante de certas façanhas de acrobatas e 
domadores, senti-me outra vez menino. 
O monstro – porque é um circo-monstro, que viaja em três 
vastos trens – chegou de manhã a Charlottesville e partiu à 
noite. Ao som das últimas palmas dos espectadores juntou-
se o ruído metálico do desmonte da tenda capaz de abrigar 
milhares de pessoas, acomodadas em cadeiras em forma 
de x, quase iguais às dos teatros e que, como por mágica, 
foram se fechando e formando grupos exatos, tantas 
cadeiras em cada grupo logo transportadas para outros 
vagões de um dos trens. E com as cadeiras, foram sendo 
transportadas para outros vagões jaulas com tigres; e 
também girafas e elefantes que ainda há pouco pareciam 
enraizados ao solo como se estivessem num jardim 
zoológico. A verdade é que quem demorasse uns minutos 
mais a sair veria esta mágica também de circo: a do próprio 
circo gigante desaparecer sob seus olhos, sob a forma de 
pacotes prontos a seguirem de trem para a próxima cidade. 
O gênio de organização dos anglo-americanos é qualquer 
coisa de assombrar um latino. Arma e desarma um circo 
gigante como se armasse ou desarmasse um brinquedo de 
criança. E o que o faz com os circos, faz com os edifícios, as 
pontes, as usinas, as fábricas: uma vez planejadas, erguem-
se em pouco tempo do solo e tomam como por mágica 
relevos monumentais. 
Talvez a maior originalidade do circo esteja no seu palhaço 
principal. Circo norte-americano? Pensa-se logo num 
palhaço para fazer rir meninos de dez anos e meninões de 
quarenta com suas piruetas e suas infantilidades. 
O desse circo – hoje o mais célebre dos palhaços de circo – 
é uma espécie de antipalhaço. Não ri nem sequer sorri. Não 
faz uma pirueta. Não dá um salto. Não escorrega uma única 
vez. Não cai esparramado no chão como os clowns 
convencionais. Não tem um ás de copas nos fundos de suas 
vestes de palhaço. 
O que faz quase do princípio ao fim das funções do circo é 
olhar para a multidão com uns olhos, uma expressão, uns 
modos tão tristes que ninguém lhe esquece a tristeza do 
clown diferente de todos os outros clowns. Trata-se na 
verdade de uma audaciosa recriação da figura de palhaço 
de circo.E o curioso é que, impressionando os adultos, 
impressiona também os meninos que talvez continuem os 
melhores juízes de circos de cavalinhos. 
Audaciosa e triunfante essa recriação. Pois não há quem 
saia do supercirco, juntando às suas impressões das 
maravilhas de acrobacia, de trabalhos de domadores de 
feras, de equilibristas, de bailarinas, de cantores, de 
cômicos, a impressão inesperada da tristeza desse 
antipalhaço que quase se limita a olhar para a multidão 
com os olhos mais magoados deste mundo. 
 
FREYRE, Gilberto. In: Pessoas, Coisas & Animais. São 
Paulo: Círculo do Livro. Edição Especial para MPM Propaganda, 
1979. p. 221-222. (Publicado originalmente em O 
Cruzeiro, Rio de Janeiro, seção Pessoas, coisas e animais, 
em 8 jul. 1956). Adaptado. 
 
1. A palavra monstro (início do 2º parágrafo) aplicada a 
circo deve-se ao fato de este 
(A) possibilitar um deslocamento rápido. 
(B) provocar som alto devido ao desmonte das 
tendas. 
(C) ser capaz de preencher três vagões. 
(D) proporcionar o transporte das cadeiras 
misturadas aos animais. 
(E) ter possibilidade de se mudar até mesmo de 
abrigar um zoológico. 
 
2. Os trechos de “Em 1954 [...] menino” ( 1º parágrafo 
inteiro) e “O gênio de organização [...] monumentais.” 
(3º parágrafo inteiro) caracterizam-se, quanto ao tipo 
de texto predominante, por serem, respectivamente 
(A) descrição e narração 
(B) narração e argumentação 
(C) narração e descrição 
(D) argumentação e descrição 
(E) argumentação e narração 
 
3. Pela leitura do segundo parágrafo, pode-se perceber 
que o material com que é basicamente feita a 
estrutura da tenda é 
(A) metal 
(B) madeira 
(C) plástico 
(D) lona 
(E) tijolo 
 
4. Analise as afirmações abaixo sobre o desmonte do 
circo após o espetáculo. 
 
I – O circo era mágico pois desaparecia literalmente 
num piscar de olhos. 
II – O desmonte do circo era tão organizado que 
parecia um truque de mágica. 
III – Apenas alguns minutos eram necessários para 
desmontar todo o circo. 
 
É correto APENAS o que se afirma em 
 
(A) I 
(B) II 
(C) III 
(D) I e III 
(E) II e III 
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5. A partir do conhecimento do que é um palhaço, 
infere-se que um antipalhaço age da seguinte 
maneira: 
(A) ri e faz rir. 
(B) expressa sua depressão. 
(C) não tem talento para ser palhaço. 
(D) expressa tristeza. 
(E) veste-se de palhaço. 
 
 
EXERCÍCIO 04 
 
A velhice na sociedade industrial 
 
A sociedade rejeita o velho, não oferece nenhuma 
sobrevivência à sua obra, às coisas que ele realizou e que 
fizeram o sentido de sua vida. Perdendo a força de 
trabalho, ele já não é produtor nem reprodutor. Se a posse 
e a propriedade constituem, segundo Sartre, uma defesa 
contra o outro, o velho de uma classe favorecida defende-
se pela acumulação de bens. Suas propriedades o 
defendem da desvalorização de sua pessoa. 
Nos cuidados com a criança, o adulto “investe” para o 
futuro, mas em relação ao velho age com duplicidade e má 
fé. A moral oficial prega o respeito ao velho, mas quer 
convencê-lo a ceder seu lugar aos jovens, afastá-lo delicada 
mas firmemente dos postos de direção. Que ele nos poupe 
de seus conselhos e se resigne a um papel passivo. Veja-se 
no interior das famílias a cumplicidade dos adultos em 
manejar os velhos, em imobilizá-los com cuidados “para o 
seu próprio bem”. Em privá-los da liberdade de escolha, em 
torná-los cada vez mais dependentes, “administrando” sua 
aposentadoria, obrigando-os a sair do seu canto, a mudar 
de casa (experiência terrível para o velho) e, por fim, 
submetendo-os à internação hospitalar. Se o idoso não 
cede à persuasão, à mentira, não se hesitará em usar a 
força. 
Quantos anciãos não pensam estar provisoriamente no 
asilo em que foram abandonados pelos seus? Quando se 
vive o primado da mercadoria sobre o homem, a idade 
engendra desvalorização. A racionalização do trabalho, que 
exige cadências cada vez mais rápidas, elimina da indústria 
os velhos operários. Nas épocas de desemprego, os velhos 
são especialmente discriminados e obrigados a rebaixar sua 
exigência de salário e aceitar empreitas pesadas e nocivas à 
saúde. Como no interior de certas famílias, aproveita-se 
deles o braço servil, mas não o conselho. 
 
(Adaptado de Ecléa Bosi, Memória e sociedade) 
 
 
1. A seguinte formulação resume, conceitualmente, o 
argumento central do texto: 
 
(A) Que ele nos poupe de seus conselhos e se resigne 
a um papel passivo. 
(B) Suas propriedades o defendem da desvalorização 
de sua pessoa. 
(C) Quando se vive o primado da mercadoria sobre o 
homem, a idade engendra desvalorização. 
(D) Veja-se no interior das famílias a cumplicidade 
dos adultos em manejar os velhos, em imobilizá-
los com cuidados “para o seu próprio bem”. 
(E) Quantos anciãos não pensam estar 
provisoriamente no asilo em que foram 
abandonados pelos seus? 
 
2. Atente para as seguintes afirmações: 
 
I. No primeiro parágrafo, ao empregar a expressão 
à sua obra, a autora está-se referindo às 
propriedades acumuladas pelo velho da classe 
mais favorecida. 
II. No segundo parágrafo, o contexto permite 
entender que o termo “investe”, entre aspas, 
está empregado na acepção que lhe conferem os 
economistas. 
III. No terceiro parágrafo, a expressão 
racionalização do trabalho identifica o rigor com 
que se planeja e se operacionaliza a produção 
industrial. 
 
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em: 
(A) I, II e III. 
(B) I e II, apenas. 
(C) I e III, apenas. 
(D) II, apenas. 
(E) II e III, apenas. 
 
3. Depreende-se da leitura do texto que, na sociedade 
industrial, a sabedoria acumulada pelos velhos 
 
(A) vale apenas quando eles ainda mostram aptidão 
para trabalhar. 
(B) é menosprezada porque não se costuma 
considerá-la produtiva. 
(C) é cultuada com a mesma complacência com que 
se vê a criança. 
(D) é bem acolhida somente quando eles pertencem 
à classe abastada. 
(E) vale apenas quando eles assumem um papel 
passivo na família. 
 
4. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente 
o sentido de um segmento do texto em: 
(A) o defendem da desvalorização de sua pessoa // 
subestimam seu prestígio pessoal. 
(B) age com duplicidade e má fé // porta-se ora com 
isenção, ora com justiça. 
(C) Que ele nos poupe de seus conselhos // Que seja 
parcimonioso em suas recomendações. 
(D) especialmente discriminados // particularmente 
depreciados. 
(E) empreitas pesadas // cargos de máxima 
responsabilidade. 
PORTUGUÊS PARA CONCURSOS 
| Apostila 
 
 
 
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18 
 
OS: 0032/3/20-Gil 
EXERCÍCIO 05 
 
Bolsa-Floresta 
 
Quando os dados do desmatamento de maio saíram 
esta semana da gaveta da Casa Civil, onde ficaram 
trancados por vários dias, ficou-se sabendo que maio foi 
igual ao abril que passou: perdemos de floresta mais uma 
área equivalente à cidade do Rio de Janeiro. Ao ritmo de 
um Rio por mês, o Brasil vai pondo abaixo a maior floresta 
tropical. No Amazonas, visitei uma das iniciativas para 
tentar deter a destruição. 
O Estado do Amazonas é o que tem a floresta mais 
preservada. O número repetido por todos é que lá 98% da 
floresta estão preservados, 157 milhões de hectares, 1/3 da 
Amazônia brasileira. A Zona Franca garante que uma parte 
do mérito lhe cabe, porque criou alternativa de emprego e 
renda para a população do estado. Há quem acredite que a 
pressão acabará chegando ao Amazonas depois de 
desmatados os estados mais acessíveis. 
João Batista Tezza, diretor técnico-científico da 
Fundação Amazonas Sustentável, acha que é preciso 
trabalhar

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