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PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | Apostila CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 1 OS: 0032/3/20-Gil CONCURSO: ÍNDICE: 00. Apresentação...................................................................................................................01 01. Compreensão x Interpretação..........................................................................................02 02. Classes de palavras. .........................................................................................................26 03. Regência Verbal e Nominal. ............................................................................................39 04. Crase. ...............................................................................................................................63 05. Concordância Verbal. ......................................................................................................73 06. Concordância Nominal. ...................................................................................................88 07. Pontuação. .......................................................................................................................95 08. Significação das Palavras...............................................................................................111 09. Sintaxe da Oração e do Período. ...................................................................................115 10. Uso do “PORQUE”. ........................................................................................................136 11. Funções do SE. ...............................................................................................................137 12. Vozes verbais. ................................................................................................................140 13. Acentuação gráfica. .......................................................................................................144 14. Exercícios finais FCC. .....................................................................................................153 15. Dicas de viagem..............................................................................................................157 16. SLIDES.............................................................................................................................160 17. Quadro das Conjunções.................................................................................................175 00. Apresentação Esta apostila foi idealizada com o propósito de fazer com que você consiga estudar sozinho e com o máximo de rendimento. Procure ler com atenção as dicas, as observações e, principalmente, não deixe de fazer todos os exercícios que aqui aparecem. Desejo toda a sorte do mundo a você. E tenha sempre em mente que estudar, agora, é um trabalho. Por isso, não chegue tarde, não falte, não durma em serviço e sempre procure bater metas. Assim, o sucesso é só uma questão de tempo. Sincero abraço! Eli Castro. ******** Esta apostila está fundamentada nas seguintes gramáticas: Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha & Lindley Cintra; Nova Gramática da Língua Portuguesa, de Evanildo Bechara; Novíssima Gramática da Língua Portuguesa, de Domingos Paschoal Cegalla, Gramática para Concursos, de Marcelo Rosenthal e A Gramática para concursos, de Fernando Pestana. Das cinco, sugiro a última, uma vez que ela é rica em exercícios e traz base teórica na medida certa. Também sugiro a aquisição do Dicionário Houaiss, o melhor disponível no mercado. ******* Eli Castro é graduado pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) com licenciatura em Língua Portuguesa, Literatura e Língua Espanhola. Foi professor de espanhol do Núcleo de Línguas da UECE entre os anos de 2002 e 2005. É mestre em Literatura Brasileira Contemporânea pela Universidade Federal do Ceará (UFC), onde foi professor substituto entre os anos de 2008 e 2010. É professor dos principais cursinhos preparatórios para concursos em Fortaleza. Leciona, também, em cursos de pós-graduação em faculdades particulares. Atualmente, prepara projeto de doutorado com fortes inclinações para a psicanálise e a filosofia da linguagem. PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | Apostila CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 2 OS: 0032/3/20-Gil 01. Compreensão x Interpretação Quando lemos um texto, realizamos esses dois processos quase que ao mesmo tempo e de forma muito rápida. Assim, é possível que compreendamos de forma errada certos enunciados ou que façamos interpretações pessoais e descabidas de um texto. Para o concurseiro, não há margem para erro. Ele tem que ser preciso em sua leitura e saber dividir muito bem as duas partes. Assim, compreensão diz respeito àquela informação que está, explicitamente, no texto. Tudo está à vista do leitor: fatos citados; números percentuais; comparações; citações de estudiosos, empresas, eventos etc.; discordâncias ou concordâncias do autor etc. Ou seja, a Compreensão de textos consiste em analisar o que realmente está escrito, ou seja, coletar os dados do texto. Diante disso, você terá alguns enunciados básicos de questões de compreensão. Os comandos (enunciados) de compreensão são, na maioria das vezes, os seguintes: o Segundo o texto... o O autor/narrador do texto diz que... o O texto informa que... o No texto, há uma crítica sobre... o Tendo em vista o texto... o De acordo com o texto... o O autor defende que... o O autor afirma que... o Na opinião do autor do texto... Porém, se a informação estiver além do que o texto literalmente quis dizer, fora dele, trata-se de uma questão de interpretação. E como o leitor vai conseguir enxergar fora do texto? Para tal processo, ele precisará usar uma ferramenta bem especial: é a chamada inferência textual ou dedução textual. Ao ler o texto, o leitor consegue inferir, tirar conclusões a partir de ideias que foram explicitadas no texto e a partir do contexto daquelas palavras. Mas ele só faz isso se conseguir dialogar com o mundo a partir de seu conhecimento enciclopédico (sua formação escolar e acadêmica) e de suas experiências de vida. Portanto, a Interpretação de texto consiste em saber o que se infere (conclui, depreende, deduz) do que está escrito. Os comandos de Interpretação (aquilo que está fora [além] do texto) são, na maioria das vezes, os seguintes: Depreende-se/infere-se/conclui-se do texto que... O texto permite deduzir que... É possível subentender-se a partir do texto que... Qual a intenção do autor quando afirma que... O texto possibilita o entendimento de que... Com o apoio do texto, infere-se que... O texto encaminha o leitor para... Pretende o texto mostrar ao leitor que... O texto possibilita deduzir que... O que é inferir? Inferir é deduzir uma informação a partir do texto, contexto e do mundo. As informações deduzíveis de um texto dizem respeito ao que se chama de “vazios textuais”. Esses “vazios” esperam que o leitor os preencha a partir de sua inteligência e de sua capacidade de avaliar o contexto. Vejamos um exemplo: EXERCÍCIO 01 Os anônimos Na história de Branca de Neve, a rainha má consulta o seu espelho e pergunta se existe no reino uma beleza maior do que a sua. Os espelhos de castelo, nos contos de fada, são um pouco como certa imprensa brasileira, muitas vezes dividida entre as necessidades de bajular o poder e de refletir a realidade. O espelho tentou mudar de assunto, mas finalmente respondeu: “Existe”. Seu nome: Branca de Neve. Arainha má mandou chamar um lenhador e instruiu-o a levar Branca de Neve para a floresta, matá-la, desfazer-se do corpo e voltar para ganhar sua recompensa. Mas o lenhador poupou Branca de Neve. Toda a história depende da compaixão de um lenhador sobre o qual não se sabe nada. Seu nome e sua biografia não constam em nenhuma versão do conto. (...) (Adaptado de Luiz Fernando Verissimo, Banquete com os deuses, fragmento.) Marque C para certo e E para errado. 01- Após a leitura, marque a opção incorreta: a) Segundo o texto, parte da imprensa brasileira não segue uma linha jornalística clara, pois oscila em sua atividade. b) Infere-se do texto que uma parte da imprensa brasileira omite a realidade a fim de ganhar crédito com os poderosos. c) É possível depreender, a partir do segundo parágrafo, que o lenhador não tem um caráter exemplar de cidadão. d) Deduz-se do texto que o lenhador é figura decisiva no conto. e) O texto faz um paralelo entre os espelhos de castelos e uma parte da imprensa nacional. EXERCÍCIO 02 Terremoto Houve pânico em algumas cidades do Norte. A terra tremeu com força e em vários pontos o mar arremeteu contra ela, avançando duzentos, trezentos metros, espatifando barcos contra o cais e bramindo com estrondo. O povo saiu para as praças e passou a noite ao relento; algumas construções desabaram, mas o único homem que morreu foi de susto. PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | Apostila CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 3 OS: 0032/3/20-Gil Lamentemos essa morte e também os pobres pescadores que perderam seus barcos; mas qualquer enchente carioca dá mais prejuízo e vítimas. Mas louvemos o maremoto e o terremoto pelo que eles têm de fundamentalmente pânico, pela sua cega, dramática, purificadora intervenção na vida cotidiana, pela sua lição de humanidade e de fatalidade. Talvez seja bom que os homens não se sintam muito seguros sobre a terra, e que o proprietário de imóvel possa desconfiar de que ele não é tão imóvel assim; que há diabos loucos no fundo do chão e que eles podem promover terríveis anarquias. A natureza tem outros meios de advertência, como o raio e a tromba d’água; mas são demônios do céu que nos atacam. E o homem é fundamentalmente um bicho da terra, e é na terra que ele se abriga e confia; apenas se move no céu e na água, na terra é que está o seu porto e seu pouso. Ele pisa a terra com uma soberba inconsciente, seguro dela e de si mesmo; só o terremoto consegue lembrar-lhe de maneira fundamental sua condição precária e vã e o faz sentir-se sem base e sem abrigo. (...) Não sei que influência tem o terremoto sobre o caráter chileno; sei que muitos poderosos de nossa terra ficariam mais simpáticos e propensos à filosofia se o nosso bom Atlântico fizesse uma excursão até a rua Barata Ribeiro e o velho Pão de Açúcar desmoralizasse um slogan de propaganda comercial dando algumas estremeções nervosas. Houve um tempo em que Deus bastava para tornar humilde o poderoso; hoje seus pesadelos são apenas o comunismo, o enfarte e o câncer, mas ele já se acostumou a pensar que essas coisas só acontecem aos outros. O terremoto ameaça a terra com seus bens, e a própria vida; sua ocorrência só pode tornar as pessoas mais amantes da vida e mais conscientes de sua espantosa fragilidade. E isso faz bem. (BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1960, p.17-19) 01. Ao considerar o terremoto que presenciou no Chile, o cronista Rubem Braga (A) julga definitivamente inúteis os esforços que os homens fazem para conviver em harmonia com a natureza. (B) avalia o efeito positivo que tais catástrofes acabam por trazer para o desenvolvimento da tecnologia. (C) rejubila-se com o efeito das grandes catástrofes sobre os projetos mais ambiciosos da civilização moderna. (D) lamenta os prejuízos econômicos que a natureza acaba por trazer à base mesma das atividades essenciais. (E) pondera que as violências da natureza alertam o homem contra a arrogância com que costuma se conduzir. 02. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em: (A) propensos à filosofia (3º parágrafo) = infensos às especulações. (B) conscientes de sua espantosa fragilidade (4º parágrafo) = ciosos de sua temerária debilidade. (C) pelo que eles têm de fundamentalmente pânico (2º parágrafo) = por aquilo que os faz essencialmente assustadores. (D) podem promover terríveis anarquias (2º parágrafo) = ameaçam constituir políticas anárquicas. (E) com uma soberba inconsciente (2º parágrafo) = com uma inconsciência avantajada. EXERCÍCIO 03 TEXTO Houve um tempo em que eu comia um monte de coisas e não precisava contar nada para ninguém. Na civilização contemporânea, on-line, conectada o tempo todo, se não for registrado e postado, não aconteceu. Comeu, jantou, bebeu? Então, prove. Não está na rede? Então, não vale. Não estou aqui desfiando lamúrias de dinossauro tecnológico. Pelo contrário: interajo com muita gente e publico ativamente fotos de minhas fornadas. A vida, hoje, é digital. Contudo, presumo que algumas coisas não precisam deixar de pertencer à esfera privada. Sendo tudo tão novo nessa área, ainda engatinhamos a respeito de uma etiqueta que equilibre a convivência entre câmeras, pratos, extroversão, intimidade. Em meados da década passada, quando a cozinha espanhola de vanguarda ainda povoava os debates e as fantasias de muitos gourmets, fotografar pratos envolvia um dilema: devorar ou clicar? A criação saía da cozinha, muitas vezes verticalizada, comumente finalizada com esferas delicadas, espumas fugazes... O que fazer, capturá- la em seu melhor instante cenográfico, considerando luzes e sombras, e comê-la depois, já desfigurada, derretida, escorrida? Ou prová-la imediatamente, abrindo mão da imagem? Nunca tive dúvidas desse tipo (o que talvez faça de mim um bom comensal, mas um mau divulgador). Fotos e quitutes tornaram-se indissociáveis, e acho que já estamos nos acostumando. Mas será que precisa acontecer durante todo o repasto? Não dá para fazer só na chegada do prato e depois comer sossegado, à maneira analógica? Provavelmente não: há o tratamento da imagem, a publicação, os comentários, as discussões, a contabilidade das curtidas. Reconheço que, talvez antiquadamente, ainda sinto desconforto em ver casais e famílias à mesa, nos salões, cada qual com seu smartphone, sem diálogos presenciais ou interações reais. A pizza esfria e perde o viço; mas a foto chega tinindo aos amigos de rede. (Adaptado de: CAMARGO, Luiz Américo. Comeu e não postou? Então, não valeu. Disponível em: http://brasil.elpais.com/brasil/2017/01/09/opinion/1483977251_21618 5.html) PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | Apostila CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 4 OS: 0032/3/20-Gil 01. Depreende-se corretamente do texto que (A) o hábito de fotografar os pratos, característico da sociedade contemporânea, deveria ser abandonado, na opinião do autor, na medida em que a falta de uma distinção clara entre vida pessoal e profissional tem prejudicado a rotina de amantes da gastronomia. (B) o autor, embora não desaprove integralmente o uso das redes sociais para a postagem de fotos das refeições, considera necessário que se imponha um limite para isso, a fim de se preservar não apenas a apreciação do prato como também a interação presencial. (C) as pessoas, hoje, preferem partilhar com os amigos os momentos que consideram mais importantes em seu cotidiano, o que justifica as fotos de refeições realizadas em família, já queo convívio familiar continua sendo valorizado, apesar da expansão do meio virtual. (D) o autor vê com desaprovação a postagem de fotos de pratos em redes sociais, motivo pelo qual prefere acessar a internet para a interação com pessoas com as quais partilha desse mesmo sentimento, já que tem consciência de que não será ouvido pela maior parte das pessoas. (E) a experiência com a cozinha espanhola de vanguarda legou ao autor um olhar crítico para a apresentação estética dos pratos, o que fez com que ele aprendesse a conter sua ansiedade em degustá-los para antes fotografá-los em seu esplendor. EXERCÍCIO 4 TEXTO Sandberg, que mudou totalmente o conceito espectador/obra de arte com o seu trabalho de duas décadas no Museu Stedelijk, de Amsterdã, iniciou sua palestra elogiando a arquitetura do nosso MAM-RJ que, segundo ele, segue a sua teoria de que o público deve ver a obra de arte de frente e não de lado, como acontece até agora com o museu convencional de quatro paredes. O ideal, disse ele, é que as paredes do museu sejam de vidro e que as obras estejam à mostra em painéis no centro do recinto. O museu não é uma estrutura sagrada e quem o frequenta deve permanecer em contato com a natureza do lado de fora: “A finalidade do museu de arte contemporânea é nos ajudar a ter consciência da nossa própria época, manter um espelho na frente do espectador no qual ele possa se reconhecer. Este critério nos leva também a mostrar a arte de todos os tempos dentro do ambiente atual. Isso significa que devemos abolir o mármore, o veludo, as colunas gregas, que são interpretações do século XIX. Apenas a maior flexibilidade e simplicidade. A luz de cima é natural ao ar livre, mas artificial ao interior. As telas são pintadas com luz lateral e devem ser mostradas com luz lateral. A luz de cima nos permite encerrar o visitante entre quatro paredes. Certos museólogos querem as quatro paredes para infligir o maior número possível de pinturas aos pobres visitantes. É de capital importância que o visitante possa caminhar em direção a um quadro e não ao lado dele. Quando os quadros são apresentados nas quatro paredes, o visitante tem de caminhar ao seu lado. Isso produz um efeito completamente diferente, especialmente se não queremos que ele apenas olhe para o trabalho, mas o veja. Isso é ainda mais verdadeiro em relação aos grandes museus de arte contemporânea. Eles são grandes porque o artista moderno quer nos envolver com o seu trabalho e deseja que entremos em sua obra. Ao organizar o nosso museu, devemos ter consciência da mudança de mentalidade da nova geração. Abolir todas as marcas do establishment: uniformes, cerimoniais, formalismo. Quando eu era jovem, as pessoas entravam nos museus nas pontas dos pés, não ousavam falar ou rir alto, apenas cochichavam. Realmente não sabemos se os museus, especialmente os de arte contemporânea, devem existir eternamente. Foram criados numa época em que a sociedade não estava bastante interessada nos trabalhos de artistas vivos. O ideal seria que a arte se integrasse outra vez na vida diária, saísse para as ruas, entrasse nas casas e se tornasse uma necessidade. Esta deveria ser a principal finalidade do museu: tornar-se supérfluo”. (Adaptado de: BITTENCOURT, Francisco. “Os Museus na Encruzilhada” [1974], em Arte-Dinamite, Rio de Janeiro, Editora Tamanduá, 2016, p. 73- 75) Conforme o texto, (A) ainda que sejam convencionais, os museus antigos possibilitaram que a arte voltasse a fazer parte da vida das pessoas, contribuindo para a mudança de mentalidade que possibilitou a arte contemporânea. (B) muito embora os museus de arte contemporânea optem pela simplicidade em sua estrutura, não devem abrir mão do modo de expor as obras, tampouco das regras e costumes que se foram sedimentando com o passar dos tempos. (C) os museus antigos precisam se adequar a uma nova mentalidade, tornando-se verdadeiros mercados, que possibilitassem a aquisição de obras por qualquer pessoa, a ponto de se tornarem supérfluos com o tempo. (D) por serem pintadas com luz lateral, as telas antigas necessitam de uma luz neutra, sem direcionamento específico e que não interfira em sua apreciação, razão pela qual permanecem em museus tradicionais. (E) os museus atuais deveriam privilegiar a maior aproximação do espectador em relação às obras, o que fica patente pela oposição entre os verbos "olhar" e "ver". PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | Apostila CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 5 OS: 0032/3/20-Gil 02. Com a frase Quando eu era jovem, as pessoas entravam nos museus nas pontas dos pés, não ousavam falar ou rir alto, apenas cochichavam (3º parágrafo), o autor (A) exemplifica a ausência de uniformes e formalidades em sua juventude, em contraposição ao papel social que agora devem assumir os museus, estimulando a seriedade e o comprometimento dos espectadores. (B) ilustra o caráter contemplativo do espectador naquela época, cuja presença, na medida do possível, não devia ser percebida, para não interferir no ambiente. (C) mostra como deve se portar, na sua opinião, qualquer pessoa que adentre o espaço de um museu de arte, seja ela antiga ou contemporânea, de modo a demonstrar respeito e educação. (D) considera sua juventude como um período em que não se compreendia a verdadeira função dos museus, o que ocorreu não apenas com sua própria maturidade, passando a respeitá-los com a devida solenidade. (E) ressalta as diferenças de mentalidade entre sua geração e a atual, uma vez que aquela era reprimida por pretender usar o museu como um espaço de convivência. IDEIA CENTRAL DO TEXTO Algumas questões pedem para que o candidato marque o item que apresenta a ideia central do texto (ou assunto principal ou principal ideia). Nesse tipo de questão, o texto normalmente pertence à tipologia dissertativa. Assim, siga o seguinte roteiro: 1. Título: um título é sempre o resumo da principal ideia de um texto. Então, se houver título no texto de sua prova, não deixe de levá-lo em consideração. 2. O 1º Parágrafo: no primeiro parágrafo, há o que se chama de tese. A tese é uma afirmação do autor. Tal afirmação mostra o pensamento prioritário de quem escreve o texto. Assim, nessa tese, nota-se claramente a ideia que será debatida ao longo dos demais parágrafos. Todo o texto existirá em função dessa tese. 3. Último parágrafo: o último de um texto dissertativo reitera (reforça) a tese. Conclusão, se você tiver esse tipo de questão, não perca tempo: procure logo as extremidades do texto. Vamos a um exemplo: TEXTO A França, berço da tríade de valores modernos de liberdade, igualdade e fraternidade, deu passo temerário ao proibir o uso, em espaços públicos, de véus que cubram totalmente o rosto. Trata-se de uma manifestação de intolerância difícil de reconciliar com os valores que a nação francesa veio a representar no mundo. Na prática, a proibição criminaliza o porte de indumentárias tradicionais em alguns grupos muçulmanos, como o niqab (que deixa só os olhos à mostra) e a burca (que os mantém cobertos por uma tela). A legislação adotada em 2010 entrou em vigor nesta semana e já motivou a aplicação de uma multa de cerca de R$ 340. A lei interdita o uso de vestimentas que impeçam a identificação da pessoa, sob o pretexto de que essa dissimulação pode favorecer comportamentos suscetíveis de perturbar a ordem pública. Vale para ruas, parques, escolas, repartições, bibliotecas, hospitais, delegacias e ginásios de esporte. Domicílios, veículos particulares e locais de culto ficam excetuados. Nesse grau de generalidade, a lei se aplicaria a qualquer acessório − como máscaras ou capacetes − que oculte o rosto. A intenção de discriminarmuçulmanas transparece quando se considera a exceção feita na lei: máscaras usadas no contexto de festas, manifestações artísticas ou procissões religiosas, "desde que se revistam de caráter tradicional". Cristãos, portanto, podem cobrir o rosto no Carnaval, no Halloween ou em procissões. Muçulmanas, no dia a dia, não − ainda que a peça seja de uso tradicional. O argumento da obrigatoriedade de identificação é ponderável. A própria legislação admite que a identidade seja confirmada em recinto policial. A imposição de multa, porém, parece abusiva. A roupa e o uso de adereços − como crucifixos ou outros símbolos religiosos − deveriam ser considerados parte integrante do direito à expressão da personalidade, o que inclui a fé. Decerto que em muitos casos o uso do véu é imposto pela família e pode ser um símbolo de sujeição da mulher, mas basta uma que o faça por vontade própria para que a lei resulte em violação de seus direitos. A medida extrema só encontra explicação no sentimento xenófobo que se dissemina pela França. Vem a calhar para o presidente Nicolas Sarkozy, que parece disposto a tudo para melhorar seus índices de popularidade. (Folha de S.Paulo. Opinião. 13 de abril de 2011) 01. O título que dá conta do assunto tratado com prioridade no texto é: (A) Privilégios dos cristãos. (B) Intolerância à francesa. (C) Datas religiosas e pagãs. (D) Índices de popularidade de Nicolas Sarkozy. (E) Lugares públicos e privados. PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | Apostila CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 6 OS: 0032/3/20-Gil ALGUNS ELEMENTOS COESIVOS 1. Pronomes demonstrativos Os pronomes demonstrativos “apontam” para algo ou alguém, servem para precisar dados, pessoas ou fatos que ocorram num texto. Este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s), isto, isso, aquilo, tal. Como podem cair nas provas: a) Alguns desses pronomes podem desempenhar o papel de retomar /sinalizar palavras ou ideias no texto. Chamamos esse papel de anafórico (referência para trás) e catafórico (referência para frente). A dupla “Bebeto & Romário” = Este(a)(s) & Aquele(a)(s) Este(a)(s) retomará o referente mais próximo. Aquele(a)(s) retomará referente mais distante. “A sociedade rejeita o velho, não oferece nenhuma sobrevivência à sua obra, às coisas que ele realizou e que fizeram o sentido de sua vida. Esta, infelizmente, já não parece fazer muito sentido para aquela”. a) “Esta” retoma “...............................”. b) “Aquela” retoma “.................................”. “A sociedade rejeita o velho, não oferece nenhuma sobrevivência à sua obra, às coisas que ele realizou e que fizeram o sentido de sua vida. Estas deveriam ser mais valorizadas, pois aquele lutou muito para que elas se realizassem”. a)“Estas” retoma “............................”. b) “Aquele” retoma “.............................”. O “Este(a)(s)” pode surgir sozinho no texto: - “Ela comprou os livros, os cadernos e os lápis. Estes, contudo, foram os mais fáceis de achar”. “Estes” remete a........................................ O “Este(a)(s)” pode surgir, também, acompanhado no texto: - “Ela comprou os livros, os cadernos e os lápis. Estes foram os mais fáceis de achar, esses estavam em promoção e aqueles tiveram seus preços reduzidos”. “Estes” remete a.........................; “esses” remete a .......................; “aqueles” remete a ............................ - “Após a Lava a Jato, o único político tucano punido foi este: nenhum”. - “Este” remete a........................................ A dupla Esse(a)(s) /Tal + Substantivo “lanterna” SITUAÇÃO 00 Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito até o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por falência renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. (....) SITUAÇÃO 01 Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito até o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por falência renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. Esse fenômeno também pôde ser notado.... SITUAÇÃO 02 Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito até o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por falência renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. Essa pesquisa foi divulgada.... SITUAÇÃO 03 Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito até o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por falência renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. Tais consequências já apreciam em .... SITUAÇÃO 04 Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito até o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por falência renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. Essas patologias se destacaram em um estudo... SITUAÇÃO 05 Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito até o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por falência renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. Tal curso também divulgou trabalhos em áreas... SITUAÇÃO 06 Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito até o momento, PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | Apostila CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 7 OS: 0032/3/20-Gil mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por falência renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. Essa universidade colabora com produções científicas.... Como usar o ISSO - O pronome “isso” retoma uma ideia (um processo), e não uma palavra ou expressão isolada do texto. “O Estado do Amazonas é o que tem a floresta mais preservada. Isso é repetido por todos e lá eles dizem que 98% da floresta estão preservados”. - “Isso” refere-se a.......................................... Como usar o ISTO “Só desejo a você isto: que seja aprovado”. - “Isto” refere-se a................................. 2. Alguns pronomes relativos Os pronomes relativos são aqueles que se relacionam com outros elementos do texto, a saber: substantivos (na maioria das vezes). que, quem, onde e cujo(a)(s). Como podem cair em provas: a) Lembre-se de que o pronome QUE pode ser transformado em o qual, os quais, a qual e as quais. - Os livros de Machado de Assis, que são muito bem conceituados, têm um bom preço. Obs.: “que” refere-se a “livros”. - Os livros de Machado de Assis, os quais são muito bem conceituados, têm um bom preço. - Os cientistas analisaram a proposta que foi recusada pelos políticos. Obs.: “que” refere-se a “proposta”. - Os cientistas analisaram a proposta a qual foi recusada pelos políticos. EXEMPLO Os pronomes “que” (1º parágrafo), “sua” (2º parágrafo) e “a qual” (3º parágrafo), referem-se, respectivamente, a: (A) exemplo − Jeca − composições (B) fluidez − Jeca − voz exemplar do migrante (C) Tristeza do Jeca − homem − canção popular (D) exemplo − homem − voz exemplar do migrante (E) fluidez − homem − canção popular 1º parágrafo Gravada por “caipiras” e “sertanejos”, nos “bons tempos do cururuautêntico”, assim como nos “tempos modernos da música ‘americanizada’ dos rodeios”, Tristeza do Jeca é o grande exemplo da notável, embora pouco conhecida, fluidez que marca a transição entre os meios rural e urbano, pelo menos em termos de música brasileira. 2º parágrafo Num tempo em que homem só cantava em tom maior e voz grave, o Jeca surge humilde e sem vergonha alguma da sua “falta de masculinidade”, choroso, melancólico, lamentando não poder voltar ao passado e, assim, “cada toada representa uma saudade”. 3º parágrafo “A canção popular conserva profunda nostalgia da roça. Moderna, sofisticada e citadina, essa música foi e é igualmente roceira, matuta, acanhada, rústica e sem trato com a área urbana, de tal forma que, em todas essas composições, haja sempre a voz exemplar do migrante, a qual se faz ouvir para registrar uma situação de desenraizamento, de dependência e falta, analisa a cientista política Heloísa Starling”. RESPOSTA: A letra que inicia a palavra BANCO traz a resposta. TIPOLOGIA TEXTUAL Os textos não são puros. Eles, na verdade, são formados pela reunião de várias tipologias. É claro que, entre as tipologias presentes, uma sempre se destaca; daí afirmar-se que haverá sempre uma predominante. As bancas de concursos querem que o candidato perceba qual está em evidência no texto da prova. As tipologias existentes são as seguintes: narrativa, descritiva, dissertativa, injuntiva, preditiva e dialogal (conversacional). Narrativa É da natureza humana contar histórias. Talvez seja este o tipo mais antigo e do qual todos os demais tenham surgido. Quem não gosta de ouvir uma bela história? Um texto pertencerá à tipologia narrativa quando as seguintes características aparecerem: a) Haverá um narrador (na 1ª ou na 3ª pessoa do singular ou do plural) que contará um fato real (quando a história tratar de pessoas) ou ficcional (quando a história utilizar personagens). b) Um texto narrativo responde, explícita ou implicitamente, às seguintes perguntas: PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | Apostila CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 8 OS: 0032/3/20-Gil Quem? Quando? Onde? O quê? Como? Pessoa ou personagem Tempo Cenário Fato / ocorrência Trama / desenvolvimento Exemplo: Descritivo A descrição costuma ambientar as narrações e, quando o faz, escolhe um “objeto” para dedicar suas atenções. Pode ser uma casa, um livro, uma floresta, uma cena (sim, é possível descrever uma cena), uma fotografia etc. Um texto predominantemente descritivo apresentará as seguintes características: a) O texto apresenta uma cadeia de características ou de procedimentos. b) Nesse modelo, é frequente haver adjetivos, locuções adjetivas. c) Esse tipo de texto costuma ter verbos de ligação, mas não é obrigatório. UERN 2013 Como você pode ver, uma garotinha está deitada displicentemente no colo de um senhor bem velhinho e bem simpático. Ela parece um anjo. Loirinha, cabelo castanho claro, encaracolado, nariz e boca perfeitos, ar inteligente e sadio, uma dessas crianças que a gente vê em anúncios. Pelo jeito, deve ter uns três ou quatro anos, não mais que isso. Ela está vestida em um desses macaquinhos de flanela, com florezinhas azuis e vermelhas e uma malha creme por baixo. Calçando um tênis transadíssimo nas discretas cores amarelo, vermelho e azul, o que nos mostra que a mocinha não é apenas novinha, mas moderninha também. O velhinho tem um tipo bem italiano. O boné cinza é típico desses senhores que a gente vê passeando pelo Bixiga nos domingos à tarde. (...) ( ) Predomina no texto a descrição, já que o relato feito envolve uma cena estática, isto é, em que nenhum acontecimento pode ser considerado cronologicamente anterior a outro. Dissertativo Dissertar é um ato cognitivo e exige, portanto, conhecimento enciclopédico do redator. Além de ter conhecimento de mundo, o autor desse tipo de texto deve saber fazer formulações, lançar teses, defender seu ponto de vista a partir de argumentos, fazer comparações, chegar a conclusões etc. Essa tipologia de texto pode ser escrita na 1ª ou na 3ª pessoa (do singular ou do plural), cujo objetivo principal é manusear ideias (fatos, problemas sociais, leis, acontecimentos históricos, questões filosóficas, descobertas científicas etc.) a fim de informar ou opinar. Por isso, há dois formatos do tipo dissertativo: a) Dissertação expositiva: não há uma tomada de partido ou mesmo presença de tese, pois o autor apenas traz ideias a público. TRE PERNAMBUCO 2016 b) Dissertação argumentativa: há uma tomada de partido. O autor trabalha em função de uma tese e usa argumentos (exemplos, números, citações etc.) para fundamentar seu ponto de vista. BACEN 2013 Injuntivo Nesse modelo de texto, o autor indica ao leitor como realizar uma ação, orienta um procedimento, dá instruções ao leitor, enfim. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos desses textos são, em sua maioria, empregados no modo imperativo. Ex.: a) manuais e instruções para montagem ou uso de aparelhos e instrumentos; b) textos com regras de comportamento; PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | Apostila CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 9 OS: 0032/3/20-Gil c) textos de orientação (ex.: recomendações de trânsito); d) receitas. TJDF 2015 Preditivo Caracterizado por predizer algo ou levar o interlocutor a crer em alguma coisa, a qual ainda está por ocorrer. É o tipo predominante nos seguintes gêneros: previsões astrológicas, previsões meteorológicas, análise de mercado, previsões escatológicas/apocalípticas etc. Dialogal / Conversacional Caracteriza-se pelo diálogo entre os interlocutores. É o tipo predominante nos gêneros: entrevista, conversa telefônica, “watts zap”, peças teatrais etc. EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS. EXERCÍCIOS 01 TEXTO I Os anônimos Na história de Branca de Neve, a rainha má consulta o seu espelho e pergunta se existe no reino uma beleza maior do que a sua. Os espelhos de castelo, nos contos de fada, são um pouco como certa imprensa brasileira, muitas vezes dividida entre as necessidades de bajular o poder e de refletir a realidade.O espelho tentou mudar de assunto, mas finalmente respondeu: “Existe”. Seu nome: Branca de Neve. A rainha má mandou chamar um lenhador e instruiu-o a levar Branca de Neve para a floresta, matá-la, desfazer-se do corpo e voltar para ganhar sua recompensa. Mas o lenhador poupou Branca de Neve. Toda a história depende da compaixão de um lenhador sobre o qual não se sabe nada. Seu nome e sua biografia não constam em nenhuma versão do conto. A rainha má é a rainha má, claramente um arquétipo, e os arquétipos não precisam de nome. O Príncipe Encantado, que aparecerá no fim da história, também não precisa. É um símbolo reincidente, talvez nem a Branca de Neve se dê ao trabalho de descobrir seu nome. Mas o personagem principal da história, sem o qual a história não existiria e os outros personagens não se tornariam famosos, não é símbolo de nada. Ele só entra na trama para fazer uma escolha, mas toda a narrativa fica em suspenso até que ele faça a escolha certa, pois se fizer a errada não tem história. O lenhador compadecido representa dois segundos de livre-arbítrio que podem desregular o mundo dos deuses e dos heróis. Por isso é desprezado como qualquer intruso e nem aparece nos créditos. Muitas histórias mostram como são os figurantes anônimos que fazem a história, ou como, no fim, é a boa consciência que move o mundo. Mas uma das pessoas do grupo em queconversávamos sobre esses anônimos discordou dessa tese, e disse que a entrada do lenhador simbolizava um problema da humanidade, que é a dificuldade de conseguir empregados de confiança, que façam o que lhes for pedido. (Adaptado de Luiz Fernando Verissimo, Banquete com os deuses) 1. O autor do texto considera que, em muitas histórias, certos personagens anônimos (A) revestem-se de um caráter eminentemente simbólico, ainda que secundário para o desenvolvimento da trama. (B) representam a desordem do acaso, entendido este como o destino que os deuses escolhem para a história humana. (C) equiparam-se a símbolos reincidentes, como o Príncipe, para melhor sublinharem o ensinamento de uma fábula. (D) têm crucial relevância para a história, ainda que relegados à obscuridade de transitórios figurantes. (E) tornam-se irrelevantes depois de seu desempenho, na sequência de eventos independentes de sua participação. 2. O autor do texto levanta a seguinte hipótese para justificar o modo pelo qual personagens como o lenhador são anônimos em muitas histórias: eles seriam vistos como responsáveis por (A) uma escolha pessoal e independente, que não deixa de afrontar uma instância superior já estabelecida. (B) atos de subversão e anarquia, dado que, para atender a vontade dos deuses, ignoram a dos homens. PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | Apostila CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 10 OS: 0032/3/20-Gil (C) decisões éticas basicamente preocupadas em conciliar a justiça terrena e a vontade divina. (D) uma escolha irracional, justificável pela precária condição cultural que os caracteriza. (E) uma reação de tal modo imprevisível que impossibilita uma sequência lógica de eventos. 3. Deve-se deduzir do texto que a razão pela qual os arquétipos não precisam de nome é que (A) seu papel, tal como o do lenhador, já está estabelecido pelo Destino. (B) sua importância, como a do lenhador, é casual, servindo para acentuar o realismo da narrativa. (C) sua significação, tal como a do Príncipe Encantado, já está estabelecida pela tradição das histórias. (D) sua função, tal como a da imprensa, é oscilar entre a necessidade pública e o interesse privado. (E) sua relevância, tal como a da rainha má, está em representar uma rápida indecisão. 4. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um elemento do texto em: (A) dividida entre as necessidades (1º parágrafo) __ açodada pelos desejos. (B) de bajular o poder e de refletir a realidade (1º parágrafo) __ de cortejar a instância superior e obliterar o real. (C) Toda a história depende da compaixão (2º parágrafo) __ toda a narrativa suscita um compadecimento. (D) É um símbolo reincidente (2º parágrafo) __ simboliza uma reiteração. (E) só entra na trama para fazer uma escolha (2º parágrafo) __ não participa do enredo senão para assumir uma opção. TEXTO II Pós-11/9 Li que em Nova York estão usando “dez de setembro” como adjetivo, significando antigo, ultrapassado. Como em: “Que penteado mais dez de setembro!”. O 11/9 teria mudado o mundo tão radicalmente que tudo o que veio antes – culminando com o day before [dia anterior], o último dia das torres em pé, a última segunda-feira normal e a véspera mais véspera da História – virou preâmbulo. Obviamente, nenhuma normalidade foi tão afetada quanto o cotidiano de Nova York, que vive a psicose do que ainda pode acontecer. Os Estados Unidos descobriram um sentimento inédito de vulnerabilidade e reorganizam suas prioridades para acomodá-las, inclusive sacrificando alguns direitos de seus cidadãos, sem falar no direito de cidadãos estrangeiros não serem bombardeados por eles. Protestos contra a radicalíssima reação americana são vistos como irrealistas e anacrônicos, decididamente “dez de setembro”. Mas fatos inaugurais como o 11/9 também permitem às nações se repensarem no bom sentido, não como submissão à chantagem terrorista, mas para não perder a oportunidade do novo começo, um pouco como Deus – o primeiro autocrítico – fez depois do Dilúvio. Sinais de revisão da política dos Estados Unidos com relação a Israel e os palestinos são exemplos disto. E é certo que nenhuma reunião dos países ricos será como era até 10/9, pelo menos por algum tempo. No caso dos donos do mundo, não se devem esperar exames de consciência mais profundos ou atos de contrição mais espetaculares, mas o instinto de sobrevivência também é um caminho para a virtude. O horror de 11/9 teve o efeito paradoxalmente contrário de me fazer acreditar mais na humanidade. A questão é: o que acabou em 11/9 foi prólogo, exatamente, de quê? Seja o que for, será diferente. Inclusive por uma questão de moda, já que ninguém vai querer ser chamado de “dez de setembro” na rua. (Luis Fernando Verissimo, O mundo é bárbaro) 5. Já se afirmou a respeito de Luis Fernando Verissimo, autor do texto aqui apresentado: "trata-se de um escritor que consegue dar seriedade ao humor e graça à gravidade, sendo ao mesmo tempo humorista inspirado e ensaísta profundo". Essa rara combinação de planos e tons distintos pode ser adequadamente ilustrada por meio destes segmentos do texto: I. Que penteado mais dez de setembro! e Os Estados Unidos descobriram um sentimento inédito de vulnerabilidade. II. Um pouco como Deus – o primeiro autocrítico – fez depois do Dilúvio e o instinto de sobrevivência também é um caminho para a virtude. III. Fatos inaugurais como o 11/9 também permitem às nações se repensarem e não se devem esperar exames de consciência mais profundos. Em relação ao texto, atende ao enunciado desta questão o que se transcreve em (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) II e III, apenas. (D) I e III, apenas. (E) II, apenas. 6. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em: (A) significando antigo, ultrapassado (1º parágrafo) __ conotando nostálgico, recorrente. PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | Apostila CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 11 OS: 0032/3/20-Gil (B) reorganizam suas prioridades para acomodá-las (1º parágrafo) __ ratificam suas metas para as estabilizarem. (C) atos de contrição mais espetaculares (2º parágrafo) __ demonstrações mais grandiosas de arrependimento. (D) teve o efeito paradoxalmente contrário (2º parágrafo) __ decorreu de uma irônica contradição. (E) foi prólogo, exatamente, de quê? (3º parágrafo) __ a que mesmo serviu de pretexto? 7. Ao comentar a tragédia de 11 de setembro, o autor observa que ela (A) foi uma espécie de prólogo de uma série de muitas outras manifestações terroristas. (B) exigiria das autoridades americanas a adoção de medidas de segurança muito mais drásticas que as então vigentes. (C) estimularia a população novaiorquina a tornar mais estreitos os até então frouxos laços de solidariedade. (D) abriu uma oportunidade para que os americanos venham a se avaliar como nação e a trilhar um novo caminho. (E) faria com que os americanos passassem a ostentar com ainda maior orgulho seu decantado nacionalismo. TEXTO III Os homens-placa Uma cabeleira cor-de-rosa ou verde, um nariz de palhaço, luvas de Mickey gigantescas, pouco importa. Eis que surge numa esquina, e replica-se em outras dez, o personagem mais solitário de nossas ruas, o homem-placa das novas incorporações imobiliárias. Digo homem-placa, não porque ele seja vítima do velho sistema de ficar ensanduichado entre duas tábuas de madeira anunciando remédios ou espetáculos de teatro, nem porque, numa versão mais recente,amarrem-lhe ao corpo um meio colete de plástico amarelo para avisar que se compra ouro ali por perto. Ele é homem-placa porque sua função é mostrar, a cada encruzilhada mais importante do caminho, a direção certa para o novo prédio de apartamentos que está sendo lançado. Durante uma época, a prática foi encostar carros velhíssimos, verdadeiras sucatas, numa vaga de esquina, colocando o anúncio do prédio em cima da capota. O efeito era ruim, sem dúvida. Como acreditar no luxo e na distinção do edifício Duvalier, com seu espaço gourmet e seu depósito de vinho individual, se todo o sonho estava montado em cima de um Opala 74 cor de tijolo com dois pneus no chão? Eliminaram-se os carros-placa, assim como já pertencem ao passado os grandes lançamentos performáticos do mercado imobiliário. A coisa tinha, cerca de dez anos atrás, proporções teatrais. Determinado prédio homenageava a Nova York eterna: mocinhas eram contratadas para se fantasiarem de Estátua da Liberdade, com o rosto pintado de verde, a tocha de plástico numa mão, o folheto colorido na outra. Ou então era o Tio Sam, eram Marilyns e Kennedys, que ocupavam a avenida Brasil, a Nove de Julho, as ruas do Itaim. Esses homens e mulheres-placa não se comparam sequer ao guardador de carros, que precisa impor certa presença ao cliente incauto. Estão ali graças à sua inexistência social. Só que sua função, paradoxalmente, é a de serem vistos; um cabelo azul, um gesto repetitivo apontando o caminho já bastam. (Adaptado de: Marcelo Coelho, www.marcelocoelho.folha. blogspot.uol.com) 8. Os homens e mulheres-placa, no desempenho de sua função, evidenciam o paradoxo (A) da reduzida eficácia que esse antigo e bem- sucedido recurso publicitário obtém nos dias atuais. (B) de se preservar o romantismo do passado na utilização de uma técnica moderna de comunicação. (C) de se chamar a atenção para a ostensiva presença pública de quem está imerso no anonimato. (D) da teimosa insistência dos empreendedores financeiros numa anacrônica tática de vendas. (E) da resignação com que fazem de seus próprios corpos matéria de propaganda imobiliária. 9. Atente para as seguintes afirmações: I. Destituídos de qualquer qualidade pessoal, os homens- placa, em sua função mais recente, funcionam como meros sinalizadores físicos da localização dos negócios. II. No terceiro parágrafo, as referências à Estátua da Liberdade, Marilyns e Kennedys mostram como a propaganda se vale de imagens estereotipadas para incutir prestígio em certos produtos. III. A despersonalização a que se submetem os homens e mulheres-placa só não é maior do que a que sofre um guardador de carros. Em relação ao texto, está correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e II, somente. (C) I e III, somente. (D) II e III, somente. (E) II, somente. http://www.marcelocoelho.folha/ PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | Apostila CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 12 OS: 0032/3/20-Gil 10. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em: (A) replica-se em outras dez (1º parágrafo) __ contesta-se em dez outras. (B) incorporações imobiliárias (1º parágrafo) __ admissões de imóveis. (C) lançamentos performáticos (3º parágrafo) __ propulsões cuidadosas. (D) impor certa presença (4º parágrafo) __ submeter a aparência. (E) graças à sua inexistência social (4o parágrafo) __ devido à falta de sua identidade pública. 11. O autor justifica a afirmação O efeito era ruim, sem dúvida, (2o parágrafo) mostrando (A) o contrassenso de se anunciar um produto sofisticado por meio de um recurso grosseiro. (B) o modesto resultado financeiro que se obtém pela publicidade apoiada em homens-placa. (C) a ineficácia de uma propaganda sofisticada voltada para uma clientela de pouco poder aquisitivo. (D) a impossibilidade de se tentar exaltar simultaneamente aspectos contraditórios de um produto. (E) o pífio resultado obtido por quem busca valorizar o que é barato por meio de recursos baratos. 12. No 3º parágrafo, o autor se vale da expressão A coisa referindo-se, precisamente, (A) à eliminação mais que justificável dos carros- placa. (B) ao prestígio inconteste dos mais antigos recursos publicitários. (C) às características teatrais dos carros-placa. (D) aos desempenhos teatrais das campanhas imobiliárias. (E) ao inesperado crescimento do mercado imobiliário. TEXTO IV Graças à espantosa explosão de teoria e prática da informação, novos avanços científicos foram se traduzindo numa tecnologia que não exigia qualquer compreensão dos usuários finais. O resultado ideal era um conjunto de botões que requeria apenas apertar-se no lugar certo para ativar um procedimento, sem demandar maiores contribuições das qualificações e inteligência limitadas e inconfiáveis do ser humano médio. A cobrança nos caixas de supermercado na década de 1990 tipificava essa eliminação do elemento humano. Não exigia do operador mais que reconhecer as cédulas e moedas do dinheiro local. Um scanner automático traduzia o código de barras do artigo num preço, somava todos os preços, deduzia o total da quantia entregue pelo cliente, e dizia ao operador quanto dar de troco. O procedimento para assegurar essas atividades se baseia numa combinação de maquinaria sofisticada e programação elaborada. Contudo, a menos que alguma coisa desse errado, esses milagres de tecnologia científica não exigiam mais que um mínimo de atenção e uma capacidade um tanto maior de concentrada tolerância ao tédio. Para fins práticos, a situação do operador de caixa do supermercado representava a norma humana de fins do século XX; não precisamos entender nem modificar os milagres da tecnologia científica de vanguarda, mesmo que saibamos, ou julguemos saber, o que está acontecendo. Outra pessoa o fará ou já fez por nós. Pois, ainda que nos suponhamos especialistas num ou noutro campo determinado, diante da maioria dos outros produtos diários da ciência e tecnologia somos leigos ignorantes sem compreender nada. Assim, a ciência, através do tecido saturado de tecnologia da vida humana, demonstra diariamente seus milagres ao mundo. É indispensável e onipresente. E, no entanto, o século XX não se sentia à vontade com a ciência que fora a sua mais extraordinária realização, e da qual dependia. O progresso das ciências naturais se deu contra um fulgor, ao fundo, de desconfiança e medo. A desconfiança e o medo da ciência eram alimentados por alguns sentimentos: o de que a ciência era incompreensível; o de que suas consequências tanto práticas quanto morais eram imprevisíveis e provavelmente catastróficas; o de que ela acentuava o desamparo do indivíduo e solapava a autoridade. Tampouco devemos ignorar o sentimento de que, na medida em que a ciência interferia na ordem natural das coisas, era inerentemente perigosa. Os primeiros dois sentimentos eram partilhados tanto por cientistas quanto leigos, os dois últimos pertenciam basicamente aos de fora. (Adaptado de: Eric Hobsbawm. Era dos extremos. Trad. Marcos Santarrita. São Paulo: Cia. das Letras, 2006, p. 509-512) 13. Segundo o texto, (A) os grandes avanços provenientes das ciências naturais no século XX foram acompanhados pelo temor e pela suspeita de que malefícios poderiam deles advir. (B) a tecnologia das máquinas substitui a mão de obra humana em diversos setores, causando, entre outras consequências desastrosas, o desemprego. (C) em termos morais, o avanço da tecnologia trouxe consequências negativas, pois a ciência é desprovida de ética e é preocupante o uso que se faz dela. (D) um dos obstáculos que impedem um maior desenvolvimento da ciência até os dias de hoje PORTUGUÊS PARA CONCURSOS| Apostila CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 13 OS: 0032/3/20-Gil configura-se na crença de que devemos seguir as leis da natureza para não corrermos riscos. (E) ainda que possuam conhecimentos específicos de outras áreas, os que têm pouca familiaridade com a tecnologia e não a compreendem devem ficar para trás em um mercado competitivo como o dos dias atuais. 14. O segmento em que o autor NÃO exprime opinião pessoal ou posicionamento crítico é: (A) Graças à espantosa explosão de teoria e prática da informação, novos avanços científicos foram se traduzindo numa tecnologia que não exigia qualquer compreensão dos usuários finais. (B) O procedimento para assegurar essas atividades se baseia numa combinação de maquinaria sofisticada e programação elaborada. (C) ... diante da maioria dos outros produtos diários da ciência e tecnologia somos leigos ignorantes sem compreender nada. (D) ...esses milagres de tecnologia científica não exigiam mais que um mínimo de atenção e uma capacidade um tanto maior de concentrada tolerância ao tédio. (E) ...requeria apenas apertar-se no lugar certo para ativar um procedimento, sem demandar maiores contribuições das qualificações e inteligência limitadas e inconfiáveis do ser humano médio. 15. Graças à espantosa explosão de teoria e prática da informação, novos avanços científicos foram se traduzindo numa tecnologia que não exigia qualquer compreensão dos usuários finais. Identificam-se nas frases acima, respectivamente, (A) causa e consequência. (B) hipótese seguida de conclusão. (C) afirmação e concessão. (D) argumentação e ressalva. (E) temporalidade e finalidade. TEXTO V Nosso currículo escolar devia dedicar mais tempo e atenção à anatomia e à fisiologia, para que as crianças se formassem com conhecimentos mínimos sobre o funcionamento do organismo. Não admitimos que nossos filhos estudem em colégio que não lhes ensine informática. Fazemos questão que se familiarizem com os computadores, sem os quais serão atropelados pela concorrência do futuro, mas aceitamos que ignorem a organização básica da estrutura da qual dependerão para respirar até o dia da morte. Houvesse mais interesse em despertar no aluno a curiosidade de decifrar como funciona essa máquina maravilhosa, que a evolução fez chegar até nós depois de 3,5 bilhões de anos de competição e seleção natural, desde pequenos trataríamos o corpo com mais respeito e sabedoria e não daríamos ouvidos a teorias estapafúrdias, a superstições, ao obscurantismo e à pseudociência que faz a alegria dos charlatães. A medicina é um ramo da biologia, ciência que se propõe a estudar os seres vivos e as leis que os regem, não é domínio da crença; não é religião. O organismo humano é a estrutura mais complexa que conhecemos - alguns o consideram mais complexo do que o próprio Universo. Estudar os mecanismos responsáveis pela circulação e oxigenação do sangue, pela digestão dos nutrientes, ter uma ideia de como ocorrem as principais reações metabólicas e aprender que nosso corpo é uma máquina que se aperfeiçoa com o movimento é a melhor forma de evitar que ele nos deixe no meio da estrada. Num mundo cada vez mais dominado pela tecnologia, o ensino de ciências deve começar na pré-escola. Aprendendo desde cedo, as crianças incorporarão o pensamento científico à rotina de suas vidas e descobrirão belezas e mistérios inacessíveis aos que desconhecem os princípios segundo os quais a natureza se organizou. (Adaptado de: Drauzio Varella. A ignorância e o corpo. FSP, 18/06/2011, p.E 20) 16. A principal conclusão do autor, no texto, é a de que (A) pessoas supersticiosas tendem a se angustiar com alegações infundadas. (B) o ensino de informática é imprescindível na atualidade e deve começar cedo. (C) teorias científicas de credibilidade questionável deveriam ser banidas da mídia. (D) o ensino da biologia tem maior importância na vida escolar do que o da informática. (E) o conhecimento dos mecanismos que comandam o corpo deve ser incentivado desde cedo na escola. 17. Leia atentamente o que se afirma abaixo: I. Houvesse mais interesse em despertar no aluno a curiosidade de decifrar como funciona essa máquina maravilhosa, que a evolução fez chegar até nós depois de 3,5 bilhões de anos de competição e seleção natural, desde pequenos trataríamos o corpo com mais respeito e sabedoria... Infere-se do segmento acima que os cuidados com o próprio corpo melhoram à medida que aumenta o domínio sobre o seu funcionamento. II. Fazemos questão que se familiarizem com os computadores, sem os quais serão atropelados pela concorrência do futuro, mas aceitamos que ignorem a organização básica da estrutura da qual dependerão para respirar até o dia da morte. PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | Apostila CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 14 OS: 0032/3/20-Gil Identifica-se entre as frases acima hipótese seguida de confirmação. III. ...belezas e mistérios inacessíveis aos que desconhecem os princípios segundo os quais a natureza se organizou. O segmento acima está reescrito com outras palavras, mantendo-se a correção, a lógica e, em linhas gerais, o sentido original em: Apenas os que são capazes de julgar as leis que organizam a natureza, com suas belezas e mistérios, pode se familiarizar com ela. Está correto o que consta em: (A) II e III, apenas. (B) I e III, apenas. (C) II, apenas. (D) I, apenas. (E) I, II e III. EXERCÍCIO 02 De volta à Antártida A Rússia planeja lançar cinco novos navios de pesquisa polar como parte de um esforço de US$ 975 milhões para reafirmar a sua presença na Antártida na próxima década. Segundo o blog Science Insider, da revista Science, um documento do governo estabelece uma agenda de prioridades para o continente gelado até 2020. A principal delas é a reconstrução de cinco estações de pesquisa na Antártida, para realizar estudos sobre mudanças climáticas, recursos pesqueiros e navegação por satélite, entre outros. A primeira expedição da extinta União Soviética à Antártida aconteceu em 1955 e, nas três décadas seguintes, a potência comunista construiu sete estações de pesquisa no continente. A Rússia herdou as estações em 1991, após o colapso da União Soviética, mas pouco conseguiu investir em pesquisa polar depois disso. O documento afirma que Moscou deve trabalhar com outras nações para preservar a “paz e a estabilidade” na Antártida, mas salienta que o país tem de se posicionar para tirar vantagem dos recursos naturais caso haja um desmembramento territorial do continente. (Pesquisa Fapesp, dezembro de 2010, no 178, p. 23) 1. A principal delas é a reconstrução de cinco estações de pesquisa na Antártida, para realizar estudos sobre mudanças climáticas, recursos pesqueiros e navegação por satélite, entre outros. O segmento grifado na frase acima tem sentido (A) adversativo. (B) de consequência. (C) de finalidade. (D) de proporção. (E) concessivo. 2. Em “paz e a estabilidade”, na última frase do texto, o emprego das aspas (A) indica que esse segmento é transcrição literal do documento do governo russo mencionado no início do texto. (B) sugere a desconfiança do autor do artigo com relação aos supostos propósitos da Rússia de manter a paz na Antártida. (C) revela ser esse o principal objetivo do governo russo ao reconstruir estações de pesquisa na Antártida que datam do período soviético. (D) aponta para o sentido figurado desses vocábulos, que não devem ser entendidos em sentido literal, como o constante dos dicionários. (E) justifica-sepela sinonímia existente entre paz e estabilidade, o que torna impensável a existência de uma sem a outra. 3. Há exemplos de palavras ou expressões empregadas no texto para retomar outras já utilizadas sem repeti- las literalmente, como ocorre em: I. O continente gelado / a Antártida II. Moscou / a Rússia III. A revista Science / o blog Science Insider IV. A potência comunista a União Soviética Atende corretamente ao enunciado da questão o que está em (A) I e III, apenas. (B) I e IV, apenas. (C) II e III, apenas. (D) I, II e IV, apenas. (E) I, II, III e IV Atenção: As questões de números 4 a 6 referem-se ao texto abaixo. Quando eu sair daqui, vamos começar vida nova numa cidade antiga, onde todos se cumprimentam e ninguém nos conheça. Vou lhe ensinar a falar direito, a usar os diferentes talheres e copos de vinho, escolherei a dedo seu guarda- roupa e livros sérios para você ler. Sinto que você leva jeito porque é aplicada, tem meigas mãos, não faz cara ruim nem quando me lava, em suma, parece uma moça digna apesar da origem humilde. Minha outra mulher teve uma educação rigorosa, mas mesmo assim mamãe nunca entendeu por que eu escolhera justamente aquela, entre tantas meninas de uma família distinta. (Chico Buarque. Leite derramado, São Paulo, Cia. das Letras, 2009, p. 29) 4. Leia atentamente as afirmações abaixo sobre o texto. I. Ao expressar o desejo de viver numa cidade “onde todos se cumprimentam e ninguém nos PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | Apostila CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 15 OS: 0032/3/20-Gil conheça”, o narrador incorre numa evidente e insolúvel contradição. II. A afirmação de que a “outra mulher teve uma educação rigorosa” é reafirmação, por contraste, de que aquela a quem o narrador se dirige não a teve, o que já estava implícito no propósito de “lhe ensinar a falar direito, a usar os diferentes talheres e copos de vinho etc.”. III. Ao dizer que sua interlocutora “parece uma moça digna apesar da origem humilde”, o narrador sugere, por meio da concessiva, que a dignidade não costuma ser característica daqueles cuja origem é humilde. Está correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) II e III, apenas. (C) I e III, apenas. (D) I e II, apenas. (E) II, apenas. 5. ... escolherei a dedo seu guarda-roupa e livros sérios para você ler. A expressão grifada na frase acima pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido original, por: (A) pessoalmente. (B) de modo incisivo. (C) apontando. (D) entre outras coisas. (E) cuidadosamente Minha outra mulher teve uma educação rigorosa, mas mesmo assim mamãe nunca entendeu por que eu escolhera justamente aquela, entre tantas meninas de uma família distinta. 6. O verbo grifado na frase acima pode ser substituído, sem que se altere o sentido e a correção originais, e o modo verbal, por: (A) escolheria. (B) havia escolhido. (C) houvera escolhido. (D) escolhesse. (E) teria escolhido. Atenção: As questões de números 7 a 10 referem-se ao texto abaixo. Cartão de Natal Pois que reinaugurando essa criança pensam os homens reinaugurar a sua vida e começar novo caderno, fresco como o pão do dia; pois que nestes dias a aventura parece em ponto de voo, e parece que vão enfim poder explodir suas sementes: que desta vez não perca esse caderno sua atração núbil para o dente; que o entusiasmo conserve vivas suas molas, e possa enfim o ferro comer a ferrugem o sim comer o não. João Cabral de Melo Neto 7. No poema, João Cabral (A) critica o egoísmo, e manifesta o desejo de que na passagem do Natal as pessoas se tornem generosas e façam “o sim comer o não”. (B) demonstra a sua aversão às festividades natalinas, pois “nestes dias a aventura parece em ponto de voo”, mas depois a rotina segue como sempre. (C) critica “a atração núbil para o dente” daqueles que transformam o Natal em uma apologia ao consumo e se esquecem do seu caráter religioso. (D) observa com otimismo que o Natal é um momento de renovação em que os homens se transformam para melhor e fazem o “ferro comer a ferrugem”. (E) manifesta a esperança de que o Natal traga, de fato, uma transformação, e que, ao contrário de outros natais, seja possível “começar novo caderno”. 8. É correto perceber no poema uma equivalência entre (A) ferrugem e aventura. (B) dente e entusiasmo. (C) caderno e vida. (D) sementes e pão do dia. (E) ferro e atração núbil. 9. Pois que reinaugurando essa criança O segmento grifado acima pode ser substituído, no contexto, por: (A) Mesmo que estejam. (B) Apesar de estarem. (C) Ainda que estejam. (D) Como estão. (E) Mas estão. 10. “que desta vez não perca esse caderno”. Com a frase acima o poeta (A) alude a uma impossibilidade. (B) exprime um desejo. (C) demonstra estar confuso. (D) revela sua hesitação. (E) manifesta desconfiança. PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | Apostila CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 16 OS: 0032/3/20-Gil EXERCÍCIO 03 Um circo e um antipalhaço Em 1954, numa cidadezinha universitária dos Estados Unidos, vi “o maior circo do mundo”, que continua a ser o sucessor do velho Barnum & Bailey, velho conhecido dos meus primeiros dias de estudante nos Estados Unidos. Vi então, com olhos de adolescente ainda um tanto menino, maravilhas que só para os meninos têm plenitude de encanto. Em 1954, revendo “o maior circo do mundo”, confesso que, diante de certas façanhas de acrobatas e domadores, senti-me outra vez menino. O monstro – porque é um circo-monstro, que viaja em três vastos trens – chegou de manhã a Charlottesville e partiu à noite. Ao som das últimas palmas dos espectadores juntou- se o ruído metálico do desmonte da tenda capaz de abrigar milhares de pessoas, acomodadas em cadeiras em forma de x, quase iguais às dos teatros e que, como por mágica, foram se fechando e formando grupos exatos, tantas cadeiras em cada grupo logo transportadas para outros vagões de um dos trens. E com as cadeiras, foram sendo transportadas para outros vagões jaulas com tigres; e também girafas e elefantes que ainda há pouco pareciam enraizados ao solo como se estivessem num jardim zoológico. A verdade é que quem demorasse uns minutos mais a sair veria esta mágica também de circo: a do próprio circo gigante desaparecer sob seus olhos, sob a forma de pacotes prontos a seguirem de trem para a próxima cidade. O gênio de organização dos anglo-americanos é qualquer coisa de assombrar um latino. Arma e desarma um circo gigante como se armasse ou desarmasse um brinquedo de criança. E o que o faz com os circos, faz com os edifícios, as pontes, as usinas, as fábricas: uma vez planejadas, erguem- se em pouco tempo do solo e tomam como por mágica relevos monumentais. Talvez a maior originalidade do circo esteja no seu palhaço principal. Circo norte-americano? Pensa-se logo num palhaço para fazer rir meninos de dez anos e meninões de quarenta com suas piruetas e suas infantilidades. O desse circo – hoje o mais célebre dos palhaços de circo – é uma espécie de antipalhaço. Não ri nem sequer sorri. Não faz uma pirueta. Não dá um salto. Não escorrega uma única vez. Não cai esparramado no chão como os clowns convencionais. Não tem um ás de copas nos fundos de suas vestes de palhaço. O que faz quase do princípio ao fim das funções do circo é olhar para a multidão com uns olhos, uma expressão, uns modos tão tristes que ninguém lhe esquece a tristeza do clown diferente de todos os outros clowns. Trata-se na verdade de uma audaciosa recriação da figura de palhaço de circo.E o curioso é que, impressionando os adultos, impressiona também os meninos que talvez continuem os melhores juízes de circos de cavalinhos. Audaciosa e triunfante essa recriação. Pois não há quem saia do supercirco, juntando às suas impressões das maravilhas de acrobacia, de trabalhos de domadores de feras, de equilibristas, de bailarinas, de cantores, de cômicos, a impressão inesperada da tristeza desse antipalhaço que quase se limita a olhar para a multidão com os olhos mais magoados deste mundo. FREYRE, Gilberto. In: Pessoas, Coisas & Animais. São Paulo: Círculo do Livro. Edição Especial para MPM Propaganda, 1979. p. 221-222. (Publicado originalmente em O Cruzeiro, Rio de Janeiro, seção Pessoas, coisas e animais, em 8 jul. 1956). Adaptado. 1. A palavra monstro (início do 2º parágrafo) aplicada a circo deve-se ao fato de este (A) possibilitar um deslocamento rápido. (B) provocar som alto devido ao desmonte das tendas. (C) ser capaz de preencher três vagões. (D) proporcionar o transporte das cadeiras misturadas aos animais. (E) ter possibilidade de se mudar até mesmo de abrigar um zoológico. 2. Os trechos de “Em 1954 [...] menino” ( 1º parágrafo inteiro) e “O gênio de organização [...] monumentais.” (3º parágrafo inteiro) caracterizam-se, quanto ao tipo de texto predominante, por serem, respectivamente (A) descrição e narração (B) narração e argumentação (C) narração e descrição (D) argumentação e descrição (E) argumentação e narração 3. Pela leitura do segundo parágrafo, pode-se perceber que o material com que é basicamente feita a estrutura da tenda é (A) metal (B) madeira (C) plástico (D) lona (E) tijolo 4. Analise as afirmações abaixo sobre o desmonte do circo após o espetáculo. I – O circo era mágico pois desaparecia literalmente num piscar de olhos. II – O desmonte do circo era tão organizado que parecia um truque de mágica. III – Apenas alguns minutos eram necessários para desmontar todo o circo. É correto APENAS o que se afirma em (A) I (B) II (C) III (D) I e III (E) II e III PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | Apostila CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 17 OS: 0032/3/20-Gil 5. A partir do conhecimento do que é um palhaço, infere-se que um antipalhaço age da seguinte maneira: (A) ri e faz rir. (B) expressa sua depressão. (C) não tem talento para ser palhaço. (D) expressa tristeza. (E) veste-se de palhaço. EXERCÍCIO 04 A velhice na sociedade industrial A sociedade rejeita o velho, não oferece nenhuma sobrevivência à sua obra, às coisas que ele realizou e que fizeram o sentido de sua vida. Perdendo a força de trabalho, ele já não é produtor nem reprodutor. Se a posse e a propriedade constituem, segundo Sartre, uma defesa contra o outro, o velho de uma classe favorecida defende- se pela acumulação de bens. Suas propriedades o defendem da desvalorização de sua pessoa. Nos cuidados com a criança, o adulto “investe” para o futuro, mas em relação ao velho age com duplicidade e má fé. A moral oficial prega o respeito ao velho, mas quer convencê-lo a ceder seu lugar aos jovens, afastá-lo delicada mas firmemente dos postos de direção. Que ele nos poupe de seus conselhos e se resigne a um papel passivo. Veja-se no interior das famílias a cumplicidade dos adultos em manejar os velhos, em imobilizá-los com cuidados “para o seu próprio bem”. Em privá-los da liberdade de escolha, em torná-los cada vez mais dependentes, “administrando” sua aposentadoria, obrigando-os a sair do seu canto, a mudar de casa (experiência terrível para o velho) e, por fim, submetendo-os à internação hospitalar. Se o idoso não cede à persuasão, à mentira, não se hesitará em usar a força. Quantos anciãos não pensam estar provisoriamente no asilo em que foram abandonados pelos seus? Quando se vive o primado da mercadoria sobre o homem, a idade engendra desvalorização. A racionalização do trabalho, que exige cadências cada vez mais rápidas, elimina da indústria os velhos operários. Nas épocas de desemprego, os velhos são especialmente discriminados e obrigados a rebaixar sua exigência de salário e aceitar empreitas pesadas e nocivas à saúde. Como no interior de certas famílias, aproveita-se deles o braço servil, mas não o conselho. (Adaptado de Ecléa Bosi, Memória e sociedade) 1. A seguinte formulação resume, conceitualmente, o argumento central do texto: (A) Que ele nos poupe de seus conselhos e se resigne a um papel passivo. (B) Suas propriedades o defendem da desvalorização de sua pessoa. (C) Quando se vive o primado da mercadoria sobre o homem, a idade engendra desvalorização. (D) Veja-se no interior das famílias a cumplicidade dos adultos em manejar os velhos, em imobilizá- los com cuidados “para o seu próprio bem”. (E) Quantos anciãos não pensam estar provisoriamente no asilo em que foram abandonados pelos seus? 2. Atente para as seguintes afirmações: I. No primeiro parágrafo, ao empregar a expressão à sua obra, a autora está-se referindo às propriedades acumuladas pelo velho da classe mais favorecida. II. No segundo parágrafo, o contexto permite entender que o termo “investe”, entre aspas, está empregado na acepção que lhe conferem os economistas. III. No terceiro parágrafo, a expressão racionalização do trabalho identifica o rigor com que se planeja e se operacionaliza a produção industrial. Em relação ao texto, está correto o que se afirma em: (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) I e III, apenas. (D) II, apenas. (E) II e III, apenas. 3. Depreende-se da leitura do texto que, na sociedade industrial, a sabedoria acumulada pelos velhos (A) vale apenas quando eles ainda mostram aptidão para trabalhar. (B) é menosprezada porque não se costuma considerá-la produtiva. (C) é cultuada com a mesma complacência com que se vê a criança. (D) é bem acolhida somente quando eles pertencem à classe abastada. (E) vale apenas quando eles assumem um papel passivo na família. 4. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de um segmento do texto em: (A) o defendem da desvalorização de sua pessoa // subestimam seu prestígio pessoal. (B) age com duplicidade e má fé // porta-se ora com isenção, ora com justiça. (C) Que ele nos poupe de seus conselhos // Que seja parcimonioso em suas recomendações. (D) especialmente discriminados // particularmente depreciados. (E) empreitas pesadas // cargos de máxima responsabilidade. PORTUGUÊS PARA CONCURSOS | Apostila CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 18 OS: 0032/3/20-Gil EXERCÍCIO 05 Bolsa-Floresta Quando os dados do desmatamento de maio saíram esta semana da gaveta da Casa Civil, onde ficaram trancados por vários dias, ficou-se sabendo que maio foi igual ao abril que passou: perdemos de floresta mais uma área equivalente à cidade do Rio de Janeiro. Ao ritmo de um Rio por mês, o Brasil vai pondo abaixo a maior floresta tropical. No Amazonas, visitei uma das iniciativas para tentar deter a destruição. O Estado do Amazonas é o que tem a floresta mais preservada. O número repetido por todos é que lá 98% da floresta estão preservados, 157 milhões de hectares, 1/3 da Amazônia brasileira. A Zona Franca garante que uma parte do mérito lhe cabe, porque criou alternativa de emprego e renda para a população do estado. Há quem acredite que a pressão acabará chegando ao Amazonas depois de desmatados os estados mais acessíveis. João Batista Tezza, diretor técnico-científico da Fundação Amazonas Sustentável, acha que é preciso trabalhar
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