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F 11 (texto 11)

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AULA 21/03
· Fichamento: texto 11 (SAUSSURE, Ferdinand de. Natureza do signo linguístico. Imutabilidade e mutabilidade do signo; Curso de Linguística Geral.)
“O signo linguístico une não uma coisa e uma palavra, mas um conceito e uma imagem acústica. Esta não é o som material, coisa puramente física, mas a impressão (empreinte) psíquica desse som, a representação que dele nos dá o testemunho de nossos sentidos.” p. 80
A imagem acústica constitui-se como a impressão de determinada coisa em nossa mente – por isso o termo psíquico. Ela não é o som, algo físico. O conceito corresponde ao sentido que temos dessa determinada coisa. Ele, além disso, é convencional – eu diria “contratual”. Já o signo é a junção da imagem acústica com o conceito.
“Diz-se à língua: ‘Escolhe!’; mas acrescenta-se: ‘O signo será este, não outro’.” 
 p. 85
Saussure propõe-nos refletir sobre o caráter imutável do signo. Pela frase acima contido no seu livro, o autor insinua que o significado mais o significante (sendo conceito e imagem acústica, respectivamente) não mudaria por vontade “particular” ou que fosse algo “livre”. Entende-se que o homem não muda o signo porque ele precisa se comunicar. 
“A qualquer época que remontemos, por mais antiga que seja, a língua aparece sempre como uma herança da época precedente.” p. 85
No caráter imutável da língua, parece ser a questão da herança cultural da língua o principal motivo. Se supormos um indivíduo numa comunidade que resolve atribuir outros significados para significantes, ele deixará de interatuar em todos os sentidos porque os demais desconhecerão os novos signos dele. 
1. - O caráter arbitrário do signo. […] 2. - A multidão de signos necessários para constituir qualquer língua. […] 3. - O caráter demasiado complexo do sistema. 4. - A resistência da inércia coletiva a toda renovação linguística. […]. p. 87 e 88
Saussure enumera razões as quais justificam a imutabilidade do signo. No primeiro ponto ele diz que, pelo caráter arbitrário do signo, este simplesmente torna-se impassível de mudança por causa da massa que já tem uma ideia comum dos signos e, por isso, qualquer modificação estaria foram dessa “convenção”. O segundo ponto fala da multidão de signos que são necessários para constituir a língua; eles simplesmente não poderiam ser alterados para qualquer fim, visto que são inumeráveis. No terceiro ponto Saussure diz que não poderia conceber-se uma transformação por causa da complexidade do sistema, que constitui uma língua. No último ponto, o autor diz que a língua é algo de toda a gente e maneja por ela. Assim, a língua sofre influência de todos e assim aparece como fator de conservação, como diz Saussure.
 […] o signo está em condições de alterar-se porque se continua.
 p. 89
Saussure propõe, além do caráter imutável do signo, seu caráter mutável. A princípio nos parece contraditório, mas Saussure diz que são solidários, afirmando o que foi supracitado. Ele faz uma relação entre a persistências dos signos numa massa social, tendo um sentido cultural, e, por causa dessa continuidade, há a possibilidade de uma certa “variação”. Mas Saussure diz que essa variação não seria provocada voluntariamente, pelos membros da massa. Apesar de estes não poderem alterar a língua, ela se transforma. (Tal transformação não compromete no sentidos dos signos a curto prazo).

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